AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS PARA PROTETIZAÇÃO EM AMPUTAÇÕES DE MEMBROS INFERIORES: CRITÉRIOS PARA UMA REABILITAÇÃO FUNCIONAL

EVALUATION OF PROSTHESIS ADAPTATION PROCESSES IN LOWER LIMB AMPUTATIONS: CRITERIA FOR FUNCTIONAL REHABILITATION

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202506092355


Isabelle Fernandes Vieira1
Amanda Schenatto Ferreira2
Gabriela Dominicci de Melo Casacio3


RESUMO

Este estudo avaliou a eficácia da reabilitação funcional em pacientes com amputações de membros inferiores, focando na preparação do coto para a protetização. Trata-se de uma pesquisa descritiva e observacional, que buscou avaliar a eficácia da reabilitação, por meio dos protocolos de fortalecimento muscular, treino de marcha, equilíbrio e coordenação, com foco no preparo do coto em pacientes amputados de membros inferiores, visando à adaptação funcional ao uso de próteses e à promoção da independência. Foram avaliados a adaptação, estabilidade na marcha, risco de quedas e qualidade do andar, além do impacto da reabilitação na independência funcional.  Nos resultados observou-se que a maioria dos pacientes apresentava dor no coto, dependência de dispositivos auxiliares de marcha, limitações na mobilidade e desequilíbrios posturais, além de assimetrias na marcha, destacando a relevância de intervenções focadas no fortalecimento muscular, na reeducação da marcha, no equilíbrio e na coordenação

Palavras-chave: amputação de membros inferiores. reabilitação. protetização. coto amputado.

ABSTRACT

This study evaluated the effectiveness of functional rehabilitation in patients with lower limb amputations, focusing on the preparation of the stump for prosthesis fitting. This is a descriptive and observational study that sought to evaluate the effectiveness of rehabilitation through muscle strengthening protocols, gait training, balance and coordination, with a focus on stump preparation in patients with lower limb amputations, aiming at functional adaptation to the use of prostheses and the promotion of independence. Adaptation, gait stability, risk of falls and quality of walking were evaluated, in addition to the impact of rehabilitation on functional independence. The results showed that most patients had stump pain, dependency on walking aids, mobility limitations and postural imbalances, in addition to gait asymmetries, highlighting the relevance of interventions focused on muscle strengthening, gait reeducation, balance and coordination.

Keywords: lower limb amputation; rehabilitation; prosthesis fitting; amputated stump. 

1 INTRODUÇÃO

A amputação de membros é uma das cirurgias mais antigas, originada em contextos de guerra, tendo evoluído significativamente graças aos avanços clínicos e tecnológicos. Inicialmente, as altas taxas de complicações e mortalidade eram atribuídas à ausência de anestesia, analgesia e reabilitação adequada, além das condições precárias em que eram realizadas (GONZÁLEZ, 2023). A amputação é necessária em situações de isquemia irreversível, traumas graves e doenças avançadas, com uma incidência global variando entre 2,8 e 43,9 por 100.000 pessoas ao ano, sendo 85% dos casos amputações de membros inferiores (SILVA, 2022; BRASIL, 2023). As principais causas incluem diabetes mellitus, doenças vasculares, infecções, neoplasias e traumas (POTTER, 2022). As amputações são classificadas em maiores e menores, sendo que as maiores apresentam maior complexidade na reabilitação e adaptação protética (ANDRADE, 2021; MS, 2011). 

A reabilitação pós-amputação é essencial para o cuidado do coto, manejo da dor, controle do edema e adaptação à prótese, sendo fundamental a individualização dos protocolos fisioterapêuticos para otimizar a funcionalidade e a qualidade de vida (JESUS-SILVA et al., 2017; SOUZA; SANTOS; ALBUQUERQUE, 2019). O uso da prótese exige esforço físico e a reabilitação inclui técnicas como dessensibilização, fortalecimento e moldagem do coto (PEREIRA; GOMES; BRITO, 2020).      

Além dos aspectos físicos, a amputação impacta emocionalmente o paciente, que pode apresentar ansiedade, depressão e alteração na percepção corporal, o que dificulta a aceitação da nova condição e da prótese (GABARRA; CREPALDI, 2009; SABINO; TORQUATO; PARDINI, 2013). O processo de adaptação depende da resposta individual e do suporte social e clínico recebido (SENRA et al., 2012).

Os critérios de avaliação e os processos envolvidos na adaptação de próteses é essencial para garantir a eficácia da reabilitação e a melhora da qualidade de vida dos pacientes. Além disso, é importante identificar os principais desafios enfrentados na protetização, desde a fase pré-operatória até a adaptação pós-cirúrgica, abordando aspectos como a seleção de próteses adequadas, a reabilitação física e a importância do acompanhamento psicológico. Visando contribuir para o desenvolvimento de protocolos clínicos que favoreçam uma abordagem mais eficiente e integrada na assistência a pacientes amputados, promovendo sua reintegração social e funcional. As amputações, muitas vezes, são decorrentes de condições clínicas complexas, como diabetes, traumas e doenças vasculares, que exigem uma abordagem criteriosa para a reabilitação. A protetização é fundamental para a reintegração social e funcional do paciente, promovendo a ressignificação do corpo e a melhora da qualidade de vida, embora o acesso a esses recursos seja desigual, especialmente em países de baixa renda (MATOS, 2019).

O presente estudo tem como objetivo geral avaliar a eficácia da reabilitação, por meio dos protocolos de fortalecimento muscular, treino de marcha, equilíbrio e coordenação, com foco no preparo do coto em pacientes amputados de membros inferiores, visando à adaptação funcional ao uso de próteses e à promoção da independência. Para isso, pretende-se identificar e categorizar os fatores clínicos relevantes, como idade, nível de amputação, condição do coto e presença de comorbidades; avaliar a adaptação à prótese, a estabilidade durante a locomoção, a redução do risco de quedas e a qualidade da marcha; além de verificar o impacto da reabilitação na recuperação da capacidade funcional e na independência nas atividades diárias.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Pesquisa do tipo descritiva e explicativa, transversal e observacional. A pesquisa analisou dados sociodemográficos e clínicos, visando ampliar o entendimento sobre os aspectos que impactaram a reabilitação de amputação de membros inferiores. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)  (CEP) com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética – “CAAE” N° 85095724.10000.0107. Os participantes atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ser maior de 18 anos, ter amputação de membro inferior e estar em processo de reabilitação no local de aplicação. Foram excluídos aqueles que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), não tinham amputação de membro inferior ou apresentaram comorbidades que dificultaram a reabilitação. Todos os participantes foram informados sobre a natureza da pesquisa e forneceram seu consentimento livre e esclarecido previamente à sua participação no estudo.

Em relação à abordagem ao campo, a pesquisa foi do tipo quantitativa, possibilitando a análise estatística dos fatores que afetaram a reabilitação. O estudo foi realizado no CER IV (Centro Especializado em Reabilitação) na cidade de Foz do Iguaçu/PR, durante o período de janeiro a fevereiro de 2025, onde foi aplicado um questionário estruturado para coleta de dados. Este questionário foi enviado aos participantes por meio de um formulário online, acessível através do link: https://forms.gle/xJyrgaaPEHjDFsKP9. Para o desenvolvimento do questionário, foram consultados artigos científicos em bases de dados como SciELO, PubMed e PEDro, utilizando as palavras-chave: “protetização”, “reabilitação funcional” e “amputações” na língua portuguesa, e “prosthetics”, “functional rehabilitation” e “amputations” na língua inglesa, aplicando o operador booleano AND para correlação das palavras.

Os testes utilizados na pesquisa para avaliar a mobilidade e o equilíbrio dos participantes incluíram o Timed Up and Go (TUG), o Teste de Tinetti e o Amputee Mobility Predictor (AMP), instrumentos previamente validados.O Timed Up and Go (TUG) é um teste funcional que avalia mobilidade, equilíbrio, marcha e risco de quedas, sendo aplicado em diversas populações, incluindo amputados. Consiste em medir o tempo necessário para se levantar de uma cadeira, caminhar três metros, realizar um giro, retornar e sentar-se novamente, auxiliando na identificação de limitações funcionais e no risco de quedas. Apresenta elevada confiabilidade, com Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) variando entre 0,88 e 0,99, o que demonstra excelente reprodutibilidade (Silva et al., 2014; Podsiadlo; Richardson, 1991). A Escala de Tinetti (POMA), também conhecida como Performance-Oriented Mobility Assessment, avalia equilíbrio e marcha por meio de duas seções: uma voltada ao equilíbrio estático e dinâmico e outra às características da marcha, como simetria, continuidade dos passos e estabilidade, sendo útil na detecção de riscos de quedas e no acompanhamento da evolução funcional (Karuka et al., 2011), com Alfa de Cronbach de 0,72 para a subescala de equilíbrio e 0,80 para a subescala de marcha, sendo considerada adequada para a avaliação do equilíbrio e da marcha em adultos e idosos. O Amputee Mobility Predictor (AMP) é um instrumento específico para pessoas amputadas, com ou sem uso de prótese, que avalia a capacidade funcional e a mobilidade por meio de tarefas como sentar, levantar, manter o equilíbrio em pé, realizar marcha e superar obstáculos. Seus escores auxiliam na previsão do nível funcional esperado com o uso da prótese, sendo uma ferramenta importante para o planejamento da reabilitação e para a classificação do nível K de mobilidade. O instrumento foi traduzido, adaptado e validado (Cunha et al.,2016), apresentando um Alfa de Cronbach de 0,83, o que indica boa consistência interna e adequada confiabilidade para aplicação clínica.

O TUG mediu o tempo necessário para o participante levantar-se de uma cadeira, caminhar três metros, virar 180°, retornar e sentar-se, avaliando não apenas a mobilidade funcional, mas também a velocidade de marcha confortável, o equilíbrio dinâmico, o giro e as transferências. O Teste de Tinetti (POMA) avaliou o equilíbrio e a marcha e foi dividido em duas partes: (i) equilíbrio, que envolveu tarefas como levantar-se sem apoio, manter-se em pé com os olhos fechados e girar, e (ii) análise da marcha, que observou a postura, o comprimento e a simetria dos passos. A soma das pontuações permitiu identificar o risco de queda, sendo que pontuações mais altas indicaram um melhor equilíbrio. Por fim, o Amputee Mobility Predictor (AMP) foi um teste específico para pessoas com amputação de membros inferiores, com ou sem uso de próteses, e avaliou a capacidade de realizar movimentos como equilíbrio sentado e em pé, transferências e elevação dos membros. O AMP foi utilizado para prever o nível de mobilidade funcional do paciente e determinar a necessidade de dispositivos de apoio, contribuindo para um plano de reabilitação mais personalizado e eficaz. Esses testes proporcionaram dados relevantes para a análise da reabilitação funcional dos participantes

Após a coleta de dados, estes foram exportados para uma planilha do software Microsoft Excel. As variáveis coletadas, incluindo características demográficas, clínicas, cuidados em relação ao coto, e capacidade funcional (mensurada com os testes de TUG, Tinetti e AMP) foram apresentadas descritivamente por meio de média e desvio padrão ou frequência absoluta e relativa.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram incluídos no estudo 13 pacientes com amputação de membros inferiores. A amostra apresentou média de idade de 62,4 anos, sendo predominante do sexo masculino. Observou-se que a maioria dos pacientes amputados apresentava comorbidades associadas, principalmente diabetes mellitus. Em relação ao nível de amputação, observou-se uma maior ocorrência de amputações transtibiais, o que pode estar associado a melhores possibilidades de protetização e mobilidade. A Tabela 1 apresenta em detalhes as características demográficas e clínicas dos participantes.

Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos participantes.

No que se refere à adaptação à prótese, a maioria dos participantes relatou dor no coto, com intensidade moderada, sendo o tipo de dor mais comum o formigamento. O enfaixamento do coto foi praticado por pouco mais da metade dos participantes, em sua maioria com frequência semanal.     Quanto ao uso de dispositivos de mobilidade, foi predominante o uso diário, indicando certa dependência de auxílio para locomoção. Essas informações estão detalhadas na Tabela 2. 

Tabela 2. Cuidados em relação ao coto.

A análise do impacto da reabilitação funcional demonstrou que a maior parte dos pacientes se encontra nos níveis funcionais K0 e K3; 38,46% foram classificados no nível K0, demonstrando ausência de capacidade para deambular ou se transferir com segurança, sendo que a prótese não contribui para melhora da mobilidade. Outros 15,38% dos pacientes apresentaram nível K1, com capacidade de locomoção restrita a superfícies planas, e igual percentual foi identificado no nível K2, correspondente à deambulação em ambientes com obstáculos simples. Já 23,07% dos participantes alcançaram o nível K3, indicando uma marcha com cadência variável e participação mais ativa em atividades comunitárias e transposição de barreiras indicando uma diversidade nos graus de independência locomotora. Esses achados são semelhantes aos encontrados no estudo de Bu-Karin, Luz e Foresti (2022), que também identificaram maior concentração de indivíduos nos níveis K0 e K3, indicando uma polarização nos perfis funcionais dos pacientes amputados. Isso sugere que, de um lado, há uma parcela significativa de pacientes com severas limitações locomotoras, enquanto, de outro, observa-se um grupo com melhor desempenho funcional, capaz de realizar atividades comunitárias com maior autonomia. Ambos os estudos reforçam que fatores como o atraso no início da reabilitação, as condições do coto, a presença de dor e comorbidades podem influenciar diretamente no desempenho funcional e na capacidade de adaptação ao uso da prótese.  

Ainda, observou-se que metade dos participantes apresentou mobilidade funcional moderada segundo o TUG Test, metade dos participantes (50%) apresentou mobilidade funcional moderada segundo o teste TUG, enquanto 12,5% demonstraram mobilidade funcional boa e 37,5% apresentaram capacidade funcional comprometida.

Durante a execução da tarefa de sentar, observou-se que os participantes apresentaram diferentes níveis de segurança e controle postural, conforme apresentado no Gráfico 1.

Gráfico 1.  Desempenho dos participantes na tarefa de sentar.

A análise referente ao giro completo de 360° evidenciou que 33,3% das execuções foram classificadas como instáveis, enquanto 66,7% apresentaram passos descontínuos, indicando que a maioria dos participantes não realizou o giro de maneira fluida, apresentando interrupções no movimento, as quais podem comprometer a funcionalidade motora. No teste realizado com os olhos fechados, observou-se que apenas 12,5% dos indivíduos mantiveram o equilíbrio, ao passo que 87,5% demonstraram desequilíbrio e instabilidade, ressaltando a relevância dos sistemas sensoriais na manutenção da estabilidade postural. No que tange ao teste dos três tempos, verificou-se que 40% dos participantes iniciaram a perda do equilíbrio durante sua execução, enquanto 60% conseguiram preservar a estabilidade até a conclusão do teste.

Na avaliação realizada pelo Teste de Tinetti, 85,7% dos pacientes evidenciaram hesitação ou múltiplas tentativas para iniciar a marcha após o comando, ao passo que 14,3% iniciaram o movimento sem hesitação, o que pode refletir comprometimentos no controle motor e redução da segurança durante a marcha. Em relação ao equilíbrio em posição ortostática, 71,4% dos indivíduos apresentaram base de sustentação inferior a 12 cm, 14,3% mantiveram o equilíbrio sem suporte e com base estreita, enquanto outros 14,3% demonstraram desequilíbrio, evidenciando variações na capacidade de manutenção da estabilidade postural estática.

Em relação ao comprimento e altura do passo, 62,5% dos pacientes apresentaram passos descontínuos, enquanto que 37,5% executaram passos contínuos, evidenciando predominância de interrupções no padrão da marcha, as quais podem refletir alterações no controle motor. Quanto à simetria do passo, 75% dos indivíduos apresentaram passos desiguais, enquanto 25% executaram passos simétricos, indicando assimetria na marcha que pode comprometer a eficiência e a estabilidade do deslocamento. Durante a avaliação da marcha em linha reta, 75% dos pacientes apresentaram desvios leves a moderados, frequentemente fazendo uso de dispositivos auxiliares, ao passo que 25% apresentaram desvios marcados, sugerindo maior comprometimento postural e possível necessidade de intervenções específicas.

No decorrer da marcha, 60% dos pacientes não exibiram oscilações significativas do tronco, contudo apresentaram flexão dos joelhos ou da região lombar, além de afastamento dos membros superiores, enquanto 40% demonstraram oscilações acentuadas do tronco ou utilizaram dispositivos auxiliares, indicando variações no controle postural e estratégias compensatórias. Quanto à base de apoio, observou-se que 100% dos pacientes apresentaram calcanhares afastados, possivelmente adotando essa postura como estratégia para aumentar a estabilidade durante o deslocamento.

Durante a tarefa de levantamento da cadeira, 80% dos participantes utilizaram os membros superiores como auxílio, enquanto 20% realizaram a ação sem apoio, sugerindo limitações na força dos membros inferiores. Ademais, 63,6% dos pacientes necessitaram de mais de uma tentativa para completar o movimento, ao passo que 36,4% realizaram o gesto em única tentativa, indicando dificuldades na execução eficiente da tarefa. Nos primeiros cinco segundos após o levantamento, 90,9% permaneceram estáveis, embora dependentes de suporte para manutenção do equilíbrio, ao passo que 9,1% apresentaram instabilidade, denotando dependência de auxílio externo.

Por fim, na avaliação global pelo Teste de Tinetti, 70% dos pacientes mantiveram o equilíbrio durante a realização das tarefas, enquanto 30% apresentaram episódios de escorregamento, indicando a presença de instabilidade postural em parcela significativa da amostra avaliada. Esses achados são compatíveis com os resultados encontrados por Aydın e Okur (2018), que também identificaram pontuações reduzidas nas subescalas de equilíbrio e marcha do Teste de Tinetti, refletindo que a maioria dos amputados apresenta comprometimentos no controle postural, desvios na marcha e necessidade do uso de estratégias compensatórias, como dispositivos auxiliares, para realizar deslocamentos com maior segurança. Além disso, os autores destacam, assim como observado no presente estudo, que a dificuldade nas transferências e a dependência dos membros superiores durante a tarefa de levantar da cadeira são limitações funcionais frequentes na população amputada, o que reforça a importância de protocolos específicos de reabilitação voltados ao fortalecimento muscular, controle postural e treinamento de equilíbrio.

O presente trabalho teve como objetivo analisar os critérios utilizados no processo de reabilitação funcional de indivíduos com amputações de membros inferiores, com foco na avaliação do coto e nos fatores que favorecem ou dificultam a protetização. Os achados deste estudo foram comparados à literatura internacional, especialmente ao artigo de revisão de Geertzen, Martina e Rietman (2001), que analisou a reabilitação de amputados ao longo de dez anos. Conforme descrito por Geertzen et al. (2001), cerca de 80% dos amputados de membros inferiores são idosos, geralmente acima dos 60 anos, e possuem comorbidades como diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) e osteoartrite. Esses fatores foram determinantes no comprometimento da reabilitação funcional e na dificuldade de adaptação à prótese. Esses achados vão ao encontro do que foi descrito por Geertzen et al. (2001). Tais condições, de fato, foram observadas também na população analisada neste estudo, sendo fatores que afetam diretamente a adaptação protética e o sucesso da reabilitação funcional.

Os resultados deste estudo apontam que a maioria dos participantes (73,92%) se encontra em processo de reabilitação há mais de um ano desde a amputação, o que, teoricamente, indicaria tempo suficiente para ganhos funcionais mais expressivos. No entanto, ainda se observa um nível funcional limitado em diversos casos, conforme identificado nos testes aplicados, especialmente no Timed Up and Go (TUG). Esses achados sugerem que outros fatores, como o início tardio da reabilitação, idade avançada, e cuidados inadequados com o coto, podem impactar negativamente a progressão funcional. No teste do Timed Up and Go (TUG), observou-se que 12,5% dos pacientes apresentaram tempo entre 7 e 10 segundos, caracterizando mobilidade funcional boa. A maioria, 50% realizou o teste em um tempo entre 11 e 14 segundos, indicando mobilidade funcional moderada. Por fim, 37,5% apresentaram tempo entre 15 e 17 segundos, classificando sua mobilidade funcional como comprometida. Quanto à dificuldade relatada pelos pacientes durante a execução do teste, 62,5% relataram leve dificuldade, 25% indicaram dificuldade moderada, e 12,5% relataram ser impossível realizar o teste sem assistência. Comparando com o estudo de Wong et al., (2015), que também utilizou o TUG como instrumento de avaliação, observa-se que os pacientes daquele estudo apresentaram melhora significativa no desempenho (redução média de 34,8 s para 18,6 s; p < 0,001) ao longo da reabilitação protética. Assim como nos nossos achados, o tempo de reabilitação prolongado não necessariamente garantiu autonomia funcional plena, reforçando a necessidade de intervenções mais individualizadas, protocolos padronizados e início precoce da reabilitação para melhorar os desfechos.

Além disso, os autores destacam que fatores como o nível de amputação, a presença de dor fantasma, problemas dermatológicos no coto e o atraso na internação em centros de reabilitação podem reduzir significativamente a chance de sucesso no uso da prótese. Esses aspectos foram igualmente constatados na presente análise, especialmente em pacientes que apresentaram atraso no início da reabilitação ou cotos com características inadequadas para a protetização imediata. Lima, Chamlian e Masiero (2006) destacam que a dor fantasma persistente prejudica a reabilitação do paciente amputado, especialmente no processo de aquisição de marcha com a prótese. A presença contínua dessa dor pode dificultar a adaptação e o uso eficaz da prótese, impactando negativamente na mobilidade funcional do indivíduo.

Por outro lado, os fatores positivos destacados por Geertzen et al. (2001) também foram observados na realidade da amostra avaliada, como a presença de boa condição funcional prévia à amputação, boa condição de vida e saúde geral antes da cirurgia, além de alta motivação tanto do paciente quanto da equipe de reabilitação. Esses elementos se mostraram fundamentais para o retorno à marcha com prótese e para a independência nas atividades de vida diária (AVDs). Uma das principais contribuições do artigo revisado foi evidenciar que a reabilitação do amputado deve ser centrada em objetivos individuais, considerando a diversidade de perfis dos pacientes e os diferentes sistemas de saúde de cada país. Este trabalho reforça essa perspectiva, ao identificar a necessidade de um plano terapêutico individualizado, com foco não apenas físico, mas também social e psicológico.

Além disso, os autores criticam a padronização excessiva de instrumentos de avaliação da reabilitação, sugerindo a adoção de medidas mais sensíveis às metas individuais dos pacientes. Essa crítica também se aplica ao contexto brasileiro, onde ainda há carência de protocolos específicos e adaptados à nossa realidade, tanto em relação à avaliação do coto quanto ao processo de indicação protética. Condie et al. (2006), conforme citado por Deathe et al. (2009) e Zidarov et al. (2009), apontam a ausência de aconselhamento ou orientação na seleção de instrumentos de avaliação apropriados para programas de reabilitação de pessoas com amputação. Eles observam que instrumentos com falhas já relatadas continuam sendo utilizados e que não há definição de padrão ouro de medida neste campo. Essa falta de concordância é surpreendente, considerando que os programas de reabilitação têm objetivos comuns, como melhorar a mobilidade e a função através da adaptação de próteses, auxiliar na reintegração à comunidade e melhorar a qualidade de vida global.

A análise dos dados revelou que a maior parte da amostra (73,92%) apresenta tempo de amputação entre 1 a 2 anos, enquanto (23,07%) tem menos de 1 ano desde a amputação. Esse achado é relevante, pois indica que grande parte dos participantes já passou pela fase inicial da recuperação pós amputação, período no qual a cicatrização e adaptação à prótese costumam ser mais intensas. No entanto, observa-se que, mesmo após um tempo considerável de amputação, muitos pacientes ainda enfrentam dificuldades significativas na protetização. A literatura aponta que a prontidão para o uso efetivo da prótese pode ser impactada por diversos fatores, como problemas no conforto do encaixe, presença de dor residual ou fantasma, além de questões psicossociais relacionadas à aceitação da amputação (DAY et al., 2023).

3.1 Implicações clínicas

Este estudo apresenta algumas limitações que devem ser consideradas ao interpretar os resultados. Primeiramente, a reabilitação dos pacientes não foi controlada, o que pode ter introduzido variabilidade nos desfechos analisados, dificultando a identificação precisa das intervenções mais eficazes. Dessa forma, estudos futuros devem implementar protocolos de intervenção controlados e padronizados, a fim de minimizar fontes de variação e permitir a avaliação rigorosa dos efeitos das diferentes abordagens terapêuticas. Além disso, outra limitação refere-se à heterogeneidade da amostra, incluindo variabilidade nos níveis de amputação, comorbidades e tempo desde a cirurgia, o que pode influenciar os resultados e a generalização das conclusões. É importante considerar também o tempo que os pacientes permanecem na reabilitação e seu nível funcional geral, uma vez que muitos ainda apresentam alto grau de dependência para as atividades diárias. A análise dos dados sugere que fatores como o atraso no início da reabilitação, a idade avançada dos pacientes e a possível falta de cuidados adequados com o coto amputado podem influenciar negativamente essa dependência funcional. O cuidado com o coto é fundamental para evitar complicações como infecções, dor residual e problemas na cicatrização, que impactam diretamente na prontidão para a protetização. A ausência de cuidados apropriados pode retardar o processo de reabilitação e aumentar a dependência funcional dos pacientes. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de um acompanhamento clínico individualizado, que considere as particularidades de cada paciente e intervenha precocemente em barreiras que possam comprometer a evolução da reabilitação.

4 CONCLUSÃO

Este estudo evidenciou que a reabilitação por meio de protocolos específicos de fortalecimento muscular, treino de marcha, equilíbrio e coordenação desempenha papel fundamental na adaptação funcional de pacientes amputados de membros inferiores, facilitando o uso efetivo da prótese e promovendo maior independência nas atividades diárias. No entanto, diversos desafios pós amputação impactam negativamente o processo de reabilitação, sobretudo relacionados à condição do coto amputado, que exige cuidados rigorosos para prevenir complicações como infecções, dor e cicatrização inadequada. Além disso, o tempo decorrido desde a amputação, o atraso no início da reabilitação e a falta de continuidade no tratamento são fatores que influenciam diretamente o nível funcional e a evolução dos pacientes. A idade avançada e a presença de comorbidades também contribuem para aumentar a dependência funcional e dificultar a adaptação à prótese.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário União das Américas Descomplica Campus Foz do Iguaçu, Paraná e-mail: isabellefernandes222@gmail.com

2Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário União das Américas Descomplica Campus Foz do Iguaçu, Paraná. Doutora em Fisioterapia Instituto pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e-mail: amanda.ferreira@descomplica.com.br

3Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto Centro Universitário União das Américas Descomplica Campus Foz do Iguaçu, Paraná e-mail. Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. e-mail: Gabriela.casacio@descomplica.com.br