CONGENITAL SYPHILIS IN THE LAST DECADE IN BELÉM-PA: INCIDENCE OF A RE-EMERGING DISEASE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202505280658
Neusiane de Nazaré Coelho de Melo1
Erika Cristina dos Santos Gonçalves2
Débora Damasceno Carvalho Fernandes3
Resumo
O presente estudo tem como objetivo analisar os dados epidemiológicos de sífilis congênita em Belém-PA no período de 2013 a 2023, enfatizando a incidência dos casos confirmados tidos como problema reemergente de saúde pública. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo temporal de análise quantitativa, com dados extraídos do SINAN e SINASC. Foram registrados 2.488 casos confirmados em todo período analisado tendo Belém-PA como município de notificação. Os dados mostraram uma variação na taxa de incidência entre os anos analisados, indo de 0,69 por mil nascidos vivos em 2013 a 20,44 em 2023, com a análise de tendência apontando para crescimento durante todo o período. O perfil das gestantes dos casos confirmados mostrou que a idade geral é de 20-29 anos, seguidos de 15-19 anos, assim como, a escolaridade varia entre o ensino médio e fundamental incompleto. A maioria dos casos foi classificado como sífilis congênita recente (83,64%), bem como natimorto/abortos (7,80%). O estudo evidenciou um aumento expressivo na taxa de incidência da sífilis congênita, demonstrando que a doença permanece como um relevante problema de saúde pública no município, e que contribuir para o fortalecimento das ações de vigilância, prevenção e cuidado.
Palavras-chave: Sífilis Congênita. Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas. Infecções por Treponema. Incidência. Monitoramento Epidemiológico.
Abstract
This study aims to analyze the epidemiological data on congenital syphilis in Belém-PA from 2013 to 2023, emphasizing the incidence of confirmed cases considered a reemerging public health problem. This is a descriptive temporal epidemiological study with quantitative analysis, with data extracted from SINAN and SINASC. A total of 2,488 confirmed cases were recorded throughout the period analyzed, with Belém-PA as the reporting municipality. The data showed a variation in the incidence rate between the years analyzed, ranging from 0.69 per thousand live births in 2013 to 20.44 in 2023, with the trend analysis pointing to growth throughout the period. The profile of pregnant women in confirmed cases showed that the general age is 2029 years, followed by 15-19 years, as well as, the education level varies between high school and incomplete elementary school. Most cases were classified as recent congenital syphilis (83.64%), as well as stillbirths/abortions (7.80%). The study showed a significant increase in the incidence rate of congenital syphilis, demonstrating that the disease remains a relevant public health problem in the municipality, and that it contributes to strengthening surveillance, prevention and care actions.
Keywords: Congenital Syphilis. Vertical Transmission of Infectious Diseases. Treponema Infections. Incidence. Epidemiological Monitoring
1 INTRODUÇÃO
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) de caráter sistêmico, silencioso e de evolução crônica (LASAGABASTER & GUERRA, 2019). Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum, uma espiroqueta gram-negativa fina e retorcida (TORTORA, FUNKE & CASE, 2012). A transmissão da sífilis ocorre por relação sexual, ocasionando a sífilis adquirida e vertical, ocasionando a sífilis congênita.
A sífilis congênita ocorre da mãe para o filho em período intrauterino durante a gestação ou durante o parto pelo contato com lesões sifilíticas, (MÂCEDO et al., 2017), afetando o desenvolvimento neurológico do feto (TORTORA, FUNKE & CASE, 2012).
As manifestações da doença variam entre natimortalidade ou aborto tardio, onde o bebê apresenta hepatomegalia, anormalidades ósseas, fibrose pancreática e pneumonite; sífilis infantil, quando o bebê nasce com os sintomas como rinite crônica e lesões mucocutâneas, alterações viscerais e esqueléticas; sífilis congênita tardia, onde a criança não é tratada por mais de dois anos e apresenta a tríade de Hutchinson, “canela de sabre”, meningite crônica, coriorretinite e “nariz de sela” (KUMAR, ABBAS & ASTER, 2013).
Devido a gravidade da sífilis congênita e alta nos números de casos, em maio de 2024, a Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgou um alerta de saúde devido ao aumento de casos de sífilis nas Américas. Esses dados apontam o crescimento de um milhão para oito milhões de novos casos de sífilis, sendo 42% localizados nas Américas. Esse crescimento pode ser atribuído a diversos fatores, como a falta de conscientização sobre a doença, as desigualdades no acesso aos serviços de saúde, além das dificuldades no diagnóstico precoce e no tratamento adequado (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2024). Fatores sociodemográficos são apontados como um índice de vulnerabilidades para a infecção por sífilis, como o início precoce da atividade sexual e gestação, múltiplos parceiros, uso de drogas ilícitas e o não uso de preservativo (MÂCEDO et al., 2017).
Em 2022, foram registrados aproximadamente 700.000 casos de sífilis congênita globalmente, números que representam um impacto significativo para a saúde pública mundial (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2024). A alta incidência destaca a necessidade urgente de intervenções mais eficazes e abrangentes para prevenir a transmissão e tratar os casos existentes.
No Brasil, os dados de 2023 registraram os índices de 86.111 casos de sífilis em gestantes com taxa de 34,0 casos por nascidos vivos, 25.002 casos de sífilis congênita precoce, com taxa de 9,9 casos por 1.000 nascidos vivos e 196 óbitos infantis causados por sífilis com coeficiente de mortalidade infantil de 7,7 por 100.000 nascidos vivos. Felizmente, a partir de 2021, a taxa de incidência de sífilis congênita passou a apresentar índices de redução, atingindo em 2023 uma redução de 5,7% dos casos nacionais. Em contrapartida, a região norte (5,1%) e centro-oeste (3,4%) apresentaram aumento na incidência nos casos de sífilis congênita (BRASIL, 2024).
No Estado do Pará, em 2023, os índices de sífilis em gestantes possuem taxa de 27,2 por nascidos vivos, de sífilis congênita de 9,1 casos por nascidos vivos em menores de um ano e 11,1 óbitos infantis por sífilis por 100.000 nascidos vivos. O Pará está entre os estados com maior percentual, 33,6%, que correlaciona os casos de sífilis gestacional e congênita, assim como apresenta taxa de mortalidade por sífilis congênita (11,1) maior que a taxa nacional (7,7). Na capital do Pará, Belém, a taxa de sífilis congênita (22,7) é maior que a taxa nacional (9,9) (BRASIL, 2024).
A sífilis congênita, em particular, é uma complicação que tem gerado uma certa preocupação em saúde pública. Durante a gestação, a infecção pode manifestar-se de maneira semelhante à observada na população em geral, contudo, enquanto não causa sintomas graves para a mãe, representa um risco significativo para o feto (LAURENTINO et al., 2024).
No município de Belém-PA, os dados epidemiológicos indicaram um aumento expressivo nos casos de sífilis congênita entre os anos de 2019 e 2022. Observou-se um crescimento de 178 casos em 2019 para 573 casos em 2022, evidenciando uma elevação substancial na incidência da infecção (BRASIL, 2019, 2022a). Esses números são discrepantes e apontam para uma tendência preocupante de crescimento dos casos de transmissão vertical da sífilis na região.
A sífilis congênita tem uma grande relevância epidemiológica, constituindo um grave problema de saúde pública. Embora possa ser controlada por meio da implementação de políticas públicas, os dados obtidos apontam para o seu aumento na atualidade.
Por isso, o objetivo desse estudo é analisar os dados epidemiológicos de sífilis congênita em Belém-Pa com base nas notificações de agravos do DATASUS. A análise das características epidemiológicas desta infecção será de suma importância para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e controle mais eficaz. Espera-se que os achados contribuam para a melhoria da epidemiologia da sífilis congênita para que ações subsequentes possam ser tomadas decorrente da promoção da saúde.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Historicamente, a sífilis ficou conhecida no século XV quando se espalhou pela Europa com o início das grandes navegações. Em 1905, teve seu agente etiológico, a bactéria Treponema pallidum, identificado pelos cientistas Fritz Schaudinn e Erich Hoffmann. (TAMPA, 2014; TORTORA, 2012).
A infecção por sífilis ocorre por via sexual (sífilis adquirida) ou por via vertical (sífilis congênita), sendo esta última transmitida da mãe para o feto através da placenta e do parto (TORTORA, 2012; BRASIL, 2021). Os estágios da infecção sifilítica foram classificados pela primeira vez em meados do século XIX em Paris por Philippe Ricord em primária, secundária e terciária. A partir de então, diversos pesquisadores estudaram o desenvolvimento da doença, até ser totalmente relatada em 1955 por Gjestland (WAUGH, 2011).
Quando não tratada, a sífilis é classificada de acordo com os estágios de manifestação da doença, os quais são definidos como primária, secundária, latente (recente e tardia), terciária e congênita (BRASIL, 2021; TORTORA, 2012; KUMAR, ABBAS, ASTER, 2013).
Atualmente, no Brasil, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT), a classificação dos estágios da sífilis adquirida ocorre de acordo com o tempo de infecção que definem o tratamento e monitoramento, sendo classificada em Sífilis Recente, quando é diagnosticada em até um ano da infecção e Sífilis Tardia, quando é diagnosticada após dois anos da infecção. A Sífilis Recente abrange os estágios primário, secundário e latente recente; já a Sífilis Tardia envolve os estágios latente tardio e terciário (BRASIL, 2022b).
A sífilis congênita é o estágio de infecção do feto pela mãe durante a gestação, através da placenta ou pelo parto por meio do contato com lesões genitais sifilíticas primárias ou secundárias. A sífilis congênita é classificada em precoce, quando o bebê desenvolve a doença em até dois anos de idade ou tardia, quando é manifestada após dois anos de idade (BRASIL, 2021).
Durante a gestação, a transmissão vertical ocorre em qualquer estágio da sífilis da mãe para o concepto, inclusive no período latente, ou seja, durante a gravidez, há o risco de infecção durante os noves meses de gestação e até mesmo durante o parto, o que ocasiona riscos de aborto, natimortos, prematuridade e variadas manifestações clínicas no bebê (BRASIL, 2022b).
Os estágios da sífilis são diversos e representam a evolução e permanência da doença no organismo humano. Por ser de crescimento lento e pouca virulência, uma pessoa é capaz de conviver doente por até 40 anos quando começa a desenvolver sintomas mais severos como na sífilis terciária, podendo ir a óbito. Diferentemente, na sífilis congênita, ela é rápida e severa, uma vez que impede o desenvolvimento do feto no início da gestação, ocasionando abortos ou natimorto, além de sequelas graves na criança. O aumento de casos de sífilis adquirida em gestantes e a gravidade da sífilis congênita alertou as autoridades mundiais de saúde para o aumento dos casos da doença nas Américas nos últimos anos, ocasionando estratégias para o combate a essa doença (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2024).
Tanto os órgãos nacionais como o boletim epidemiológico da sífilis 2024, como estudos observacionais vem destacando os dados da sífilis congênita nas diferentes regiões do país. Costa et al. (2024) comparou os dados da sífilis congênita entre as regiões norte e sudeste, destacando as similaridades dos números de casos e taxa de incidência nas regiões distintas, assim como, o perfil sociodemográfico das gestantes infectadas. Saraceni et al, (2017) realizou um estudo em diferentes cidades do Brasil, representando cada região, onde constatou uma heterogeneidade dos dados, mas tendo como incomum o aumento da taxa de incidência da sífilis congênita nas cidades analisadas, com exceção do Amazonas.
Na região norte, os estudos de Santos, Araújo & Leite (2024) apontaram para o aumento crescente da sífilis congênita, com maior taxa no estado do Pará, tal qual constatou Fontes & Bastos (2024). Na região metropolitana de saúde I do Pará, que abrange os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara, esse índice teve similaridades de aumento, conforme Passos, Damasceno & Corvelo (2022).
Devido a sífilis congênita ser grave e crescente, a vigilância epidemiológica é essencial para a prevenção, rastreio, controle e eliminação dessa doença que é tratável e curável, por isso, os dados epidemiológicos são essenciais para o monitoramento desse índice que vem ressurgindo nos últimos tempos.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo temporal de análise quantitativa da sífilis congênita no município de Belém-Pa. A pesquisa tem como local de análise o município de Belém, capital do estado do Pará, localizada geograficamente na região amazônica do norte do país, com estimativa populacional de 1.398.53 pessoas e que tem como índice de mortalidade infantil 14,81óbitos por mil nascidos vivos (IBGE, 2025). A população analisada foi composta pelos casos confirmados de sífilis congênita de ambos os sexos notificados em Belém–Pa no período de 2013 a 2023, e algumas informações da mãe da população estudada.
Os dados analisados foram extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) pela plataforma TABNET. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) dos casos de sífilis congênita. As variáveis analisadas foram: casos confirmados de sífilis congênita, taxa de incidência dos casos confirmados, características sociodemográficas da mãe e classificação da sífilis congênita por município de notificação durante o período em questão.
A coleta dos dados ocorreu via internet no período de abril e maio de 2024 pelo web site do DATASUS, onde constam informações de saúde pública e servem de análise da situação sanitária do país, incluindo as notificações compulsórias de doenças e agravos, dentre elas, a sífilis congênita. No SINAN, foram coletados os casos confirmados de sífilis congênita de cada ano de abrangência do estudo por município de notificação do agravo e classificação (tipos) da sífilis congênita dos casos confirmados. Além das características sociodemográficas da mãe (escolaridade e faixa etária) dos casos confirmados, as quais foram essenciais para análise descritiva através da frequência relativas desses dados. No SINASC foi extraído o índice da população estudada por meio da taxa de nascidos vivos do período em questão, uma vez que o número da população é imprescindível para o cálculo da taxa de incidência, que foi calculada ano por ano através da divisão do número de casos confirmados pela população exposta (nascidos vivos) multiplicado por mil, de acordo com a fórmula seguinte:
Ti= número de casos confirmados de sífilis congênita por ano / nascidos vivos x 1000
Os dados obtidos na plataforma foram armazenados, organizados e calculados em planilhas eletrônicas usando o programa Microsoft Excel 2016. As análises estatísticas e os gráficos também forma calculadas pelo excel 2016.
Por ser tratar de um estudo de análises de banco de dados secundários de domínio público não houve necessidade de aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa, todavia, o estudo segue em conformidade com o listado pela Resolução CNS 510/16.
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Resultados
A tabela 1 apresenta os casos confirmados de sífilis congênita no município de BelémPa de acordo com os dados do SINAN, no período de 2013 a 2023. O total de casos ao longo da década foram de 2.488 casos confirmados, variando de 22 casos em 2013 para 517 em 2023. A partir de 2014, houve um aumento expressivo, com 99 casos (3,98%). Já em 2015, esse crescimento foi contínuo mostrando 230 casos notificados (9,24%). De acordo com a tabela o maior pico foi em 2022, atingindo um total de 573 casos (23,03%). Observa-se que 2022 e 2023 se concentram juntos 43,81% dos casos totais nesse período, refletindo uma intensificação significativa na notificação de sífilis congênita nos anos mais recente. No entanto é possível observar uma leve redução no número de casos no ano de 2017 (6,71%) e 2018 (4,74%) em comparação aos anos anteriores, mas seguido por um novo aumento nos anos seguintes, especialmente a partir de 2021.
Tabela 1 – Casos confirmados de sífilis congênita por município de notificação Belém-Pa, segundo ano diagnóstico, 2013-2023.

O gráfico 1, demonstra a taxa de incidência dos casos confirmados por 1.000 nascidos vivos no mesmo período, evidenciando um crescimento de 2013 a 2023, destacando um aumento significativo com a linha de tendência em vermelho.
Gráfico 1 – Taxa de incidência de sífilis congênita, 2013-2023.

A tabela 2 apresenta o perfil e características sociodemográficas da sífilis congênita com base nas mães dos casos confirmados do SINAN dos anos de 2013 a 2023, destacando a faixa etária e a escolaridade desse público. As variáveis indicam que a faixa etária mais abrangente da doença são de 20-24 anos (35,73%) seguidos de 15-19 anos (27,13%) e 25-29 anos (19,33%).
Quanto a escolaridade das mães, os dados mostram que o ensino médio completo (18,61%) é o maior grau de instrução das mães infectadas, logo seguida pela 5ª a 8ª série do ensino fundamental incompleto (18,09%).
Tabela 2 – Características sociodemográficas de sífilis congênita segundo dados da mãe por ano diagnóstico, 2013 – 2023.

O gráfico 2 apresenta a frequência dos dados sociodemográficos da sífilis congênita pelo perfil da mãe mostrando que a diferenciação entre faixa etária e escolaridade.
Gráfico 2 – Características demográficas de sífilis congênita segundo dados da mãe por ano diagnóstico, 2013 – 2023.

Dos casos confirmados, o diagnóstico da sífilis congênita ao longo da década foi majoritariamente classificado em sífilis recente com 2.081 notificações, sendo o diagnóstico realizado em até 24 meses de idade. A sífilis tardia, com diagnóstico realizado após dois anos de idade, apresentou apenas três notificações nos anos estudados. Os casos de natimorto/aborto tiveram 194 notificações, assim, como os casos ignorados tiveram 210 notificações, subentende-se que não foram classificados.
Tabela 3 – Casos confirmados de sífilis congênita por classificação segundo ano diagnóstico, 2013-2023.

4.2 Discussão
Neste estudo foi observado o aumento significativo na taxa de incidência de sífilis congênita no período de 2013 a 2023, no município de Belém-Pa. Esses dados corroboram com os divulgados pelo Boletim epidemiológico da sífilis (BRASIL, 2024), que alertou para alta de taxa de incidência de sífilis congênita na região norte, onde Belém-Pa tem taxa maior que a nacional que é de 9,9 por nascidos vivos em 2023. Isso destaca a importância da vigilância epidemiológica a fim de promover meios que possam reduzir esses índices em Belém-Pa, bem como diminuir a incidência de sífilis congênita no restante do país.
Os resultados deste estudo demonstram um perfil de aumento significativo tanto nos casos confirmados de sífilis congênita quanto na taxa de incidência por mil nascidos vivos no município de Belém- Pa na última década. Em 2013, a taxa era de 0,88% casos confirmados, enquanto em 2023 esse número saltou para 20,78%, conforme apresentado na Tabela 1. Essa elevação expressiva evidencia que a sífilis congênita permanece um grave problema de saúde pública, com tendência crescente ao longo da última década, o que traz à tona inferências a respeito da não adesão e acompanhamento pré-natal adequado por parte das gestantes.
Esse crescimento pode estar relacionado a diversos fatores, como o aumento da cobertura dos sistemas de vigilância epidemiológica, que contribuiu para maior detecção e notificação dos casos, à distribuição dos testes rápidos nas unidades de saúde e pode estar relacionado a capacitação dos profissionais da saúde. (BRASIL, 2021; SILVA, 2019). Além disso, o aumento expressivo observado também expõe falhas, principalmente no acompanhamento pré-natal, como no diagnostico tardio ou no tratamento inadequado das gestantes e nos seus parceiros, o que reflete diretamente no aumento da transmissão vertical da sífilis como evidenciado por Passos, Damasceno & Corvelo (2022).
Desta forma, os dados observados reforçam a necessidade de políticas públicas mais eficazes, com foco em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado para sífilis em gestante para que não ocorra a infecção no feto.
A taxa de incidência de casos confirmados de sífilis congênita por mil nascidos vivos, apresenta uma tendência de crescimento ao longo da série histórica, evidenciada pela linha de tendência em vermelho. De 2013 a 2017, os índices mantiveram-se relativamente baixos, o que pode estar relacionado à menor cobertura dos sistemas de vigilância e à subnotificação dos casos nesse período, antes da ampliação das estratégias de diagnóstico e notificação como apontado por Almeida et al. (2023).
Esse aumento torna-se ainda mais expressivo entre 2021 e 2023, quando a taxa passou de 8,15 para 20,6, por mil nascidos vivos, mais do que dobrando. Esse cenário também é observado no Estado do Amapá, no mesmo período, conforme demonstrado no estudo de Silva, Bertelli & Oliveira (2024), indicando uma tendência regional de longa data, como também foi apontado por Fonseca e colaboradores (2022) em um estudo epidemiológico no qual se constatou que as regiões Norte e Nordeste do país foram as que registaram menor adesão das gestantes nas consultas de pré-natal no período de 2009 a 2018, onde a maior parte das gestantes realizou menos que sete consultas de acompanhamento ao longo de toda a gestação.
Observa-se, no entanto, uma redução entre os anos de 2018 e 2020, com a taxa atingindo 4,1 em 2018, e apresentando um leve aumento para 4,28 em 2020. Essa ligeira mudança de perfil epidemiológico pode estar relacionada ao início da pandemia de COVID-19, cujos impactos começaram a ser sentidos no Brasil em 2020, conforme apontou o estudo de Miranda (2022). A pandemia pode ter afetado diretamente o acesso das gestantes aos serviços de saúde, já que grande parte da estrutura do sistema foi direcionada ao enfrentamento da COVID-19, prejudicando o diagnóstico e o acompanhamento pré-natal, fatores essenciais para a prevenção da transmissão vertical da sífilis (FORMIGOSA, BRITO & NETO, 2022). Além disso, pode-se também inferir que a própria vigilância e notificação adequada podem ter sido negativamente afetadas, visto que a sobrecarga e o colapso nestes setores diante do caos gerado pela pandemia foram inegáveis.
Como consequência disso os anos posteriores a pandemia apresentaram um aumento significativo na notificação de casos de sífilis congênita, evidenciando a necessidade urgente de fortalecimento das ações de vigilância, prevenção e cuidado integral a saúde maternoinfantil.
A pesquisa mostrou que o perfil e características das mães que tiveram os casos confirmados de sífilis congênita na última década tem entre 15 e 29 anos de idade, destacando, número elevado no início da vida adulta (20-24 anos) e adolescência (15-19 anos). Além disso, os dados mostraram que a baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto), está diretamente ligada a gravidez precoce na idade de 15-19 anos, que impacta diretamente a vida da jovem. Assim como, podemos correlacionar a faixa etária de 20-24 anos com a escolaridade intermediária que tem o ensino médio completo. Esses dados indicam um impacto da infecção em grupos de mulheres mais jovens e com baixa escolaridade, indicando o perfil social dessas mães.
Estudos recentes de sífilis congênita na região norte (SANTOS, ARAÚJO & LEITE, 2024), no estado do Pará (FONTES & BASTOS, 2024) e região metropolitana I do Pará (PASSOS, DAMASCENO & CORVELO, 2022) mostraram o predomínio da idade das gestantes de sífilis congênita é de 20-29 anos, mas que também se observa um alto número na idade de 15-19 anos. As mesmas pesquisas demonstraram que o nível de escolaridade é intermediário e baixo, ou seja, possuem o nível médio ou fundamental, respectivamente. Isso mostra que o perfil das mulheres infectadas que ocasionam a sífilis congênita continua o mesmo ao longo dos anos, indo ao encontro das afirmações de Mâcedo et al. (2017) que alerta para os índices sociodemográficos são apontados como fatores de vulnerabilidades para casos de infecção por sífilis, dentre eles a idade com o início precoce de atividade sexual e gravidez e escolaridade que demonstra o nível de conhecimento em saúde, especialmente a sexual e reprodutiva. Cabe destacar, um grande percentual de informações de escolaridade tidas como ignoradas (32,64%), o que impacta diretamente a análise mais convicta dos dados com a realidade. A identificação do perfil das pessoas mais acometidas por essa doença é importante pois direciona políticas públicas de prevenção e promoção à saúde ao público mais vulnerável.
A classificação dos tipos de sífilis congênita é essencial para direcionar o tratamento da doença para que possam evitar sequelas irreversíveis que podem acometer a criança infectada. Os dados obtidos mostraram que a maioria dos casos é de sífilis precoce com frequência de (83,64%), assim como evidenciou considerável número na frequência de natimorto/abortos (7,80%). As manifestações clínicas da sífilis congênita variam de acordo com o período intrauterino de infecção do feto. Infecções prematuras na gravidez são responsáveis por abortos devido à má formação do feto, assim como natimortos com acometimento de vários órgãos, partos prematuros e crianças com baixo peso corporal. Geralmente, os bebês com sífilis congênita são assintomáticos, apresentando os primeiros sintomas até dois anos de idade (KEUNING et al., 2020).
No entanto, podem apresentar sintomas bem característicos, na sífilis precoce, como corrimento nasal e congestão exantema descamativo ou bolhoso que leva ao desprendimento da pele, principalmente das mãos e pés, osteocondrite caracterizadas por lesões no nariz e pernas, com a destruição do vômer que causa o colapso nasal e gera o nariz em sela, e a periostite da tíbia que causa o arqueamento formando a tíbia em sabre, além de fibroses hepáticas e pulmonar, linfadenopatia generalizada, febre; já na sífilis tardia ou escolar os sintomas apresentados são caracterizados pelo aparecimento de ceratite intersticial, acrescido de alterações oculares como coriorretinite e pigmentação anormal da retina, dentes de Hutchinson que são deformações nos incisivos com formato de chave de fenda ou pino e surdez do oitavo ouvido que envolve atrofia do nervo óptico (KUMAR, ABBAS & ASTER, 2013). O estudo de Neri et al. (2023) mostrou o aumento nas taxas de internação por sífilis congênita no Pará entre 2009 e 2018, especialmente nos primeiros dias de vida, o que indica a gravidade dos casos clínicos acometidos e a predominância da sífilis precoce nos casos mais graves.
Cabe destacar os dados considerados como ignorados com 210 casos, onde entende-se que são casos que a classificação não foi notificada, e para isso, podemos atribuir a ineficiência no sistema de informações que não notificaram os dados por completo, tendo os maiores registros entre os anos de 2016 a 2019.
Limitado pelas prováveis subnotificações, falta e erro nos registros e classificações, esse estudo com dados secundários, demonstrou que a taxa de incidência de sífilis congênita é um problema de saúde pública na região norte, especificamente no município de Belém-Pa e que pode ser usado para desencadear o monitoramento e ações de saúde para que esse quadro epidemiológico da sífilis congênita seja mudado brevemente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo analisar os dados epidemiológicos da sífilis congênita no município de Belém-PA, por meio de uma análise temporal entre 2013 e 2023. Os dados evidenciaram um aumento expressivo na taxa de incidência da sífilis congênita, demonstrando que a doença permanece como um relevante problema de saúde pública no município. Observou-se, que o perfil das gestantes com filhos acometidos é predominantemente constituído por mulheres jovens, com idade entre 15 e 29 anos, e com baixa escolaridade. Além disso, os casos de sífilis congênita foram frequentemente associados a desfechos desfavoráveis, como natimortos e abortos. Por fim, foram identificadas fragilidades nos registros, com presença de subnotificações e dados ignorados, especialmente no que se refere à escolaridade e à classificação dos casos. Diante desse cenário, compreende-se que a persistência e o agravamento da sífilis congênita em Belém-PA resultam da combinação de múltiplos fatores. As falhas no acompanhamento pré-natal, somam-se as condições de vulnerabilidade social. Por outro lado, o fortalecimento dos sistemas de vigilância e a ampliação da testagem rápida contribuíram para o aumento na detecção dos casos, revelando uma realidade que, possivelmente, esteve subnotificada em anos anteriores.
Mesmo diante das limitações inerentes ao uso de dados secundários, como subnotificações, registros incompletos e dados ignorados, além da escassez de dados decorrente a pandemia de COVID-19 que pode ter contribuído para falhas nos processos de notificação e acompanhamento, os dados analisados refletem de forma consistente a magnitude da sífilis congênita em Belém-PA, contribuindo para o fortalecimento das ações de vigilância, prevenção e cuidado. Diante dos achados, se torna evidente a necessidade de fortalecimento das políticas públicas voltadas ao enfrentamento da sífilis congênita. É essencial investir na qualificação dos profissionais de saúde, na ampliação do acesso ao pré-natal de qualidade, no rastreamento adequado das gestantes, sendo fundamental desenvolver estratégias de educação em saúde, com foco na população jovem e em situação de vulnerabilidade social.
Portanto, este estudo reforça que, apesar dos desafios, é possível, por meio de ações interdisciplinares e integradas, reduzir os índices de sífilis congênita e como consequência, minimizar seus impactos na saúde materno-infantil.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de Dados do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Sífilis congênita- Belém- PA: Dados de notificação, 2019. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/sifilispa.def. Acesso em: 01 nov. 2024
______. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Manual técnico para o diagnóstico da sífilis. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2021.
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1Discente do Curso Superior de Biomedicina da Faculdade Cosmopolita e-mail: neusianencoelhom@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Biomedicina da Faculdade Cosmopolita e-mail: erikagoncalves29@icloud.com
3Coordenadora e Docente do Curso Superior de Biomedicina da Faculdade Cosmopolita. Mestre em Virologia pelo IEC-PA. e-mail: debora.fernandes@faculdadecosmopolita.edu.br