DESNUTRIÇÃO NO BRASIL COMO CONSEQUÊNCIA DA FOME

MALNUTRITION IN BRAZIL AS A CONSEQUENCE OF HUNGER

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505222012


Janezeide Carneiro dos Santos Borges1
Douglas Maciel de Jesus Gonçalves2
Miquele Alves Santana3
Naiza Pereira de Souza4
Elitania Batista de Souza5
Nathália de Souza Cirilo6
Ana Beatriz Pinto Marçal7
Rosiane de Souza Vital Silva8
Renatta Cassiano dos Santos9


Resumo

Introdução: A desnutrição no Brasil é um reflexo direto da fome e da insegurança alimentar, resultante de profundas desigualdades sociais, econômicas e regionais. Mesmo sendo um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país ainda enfrenta sérios desafios para garantir o direito humano à alimentação adequada. A pandemia de COVID-19 agravou esse cenário, aumentando o desemprego e reduzindo o acesso de muitas famílias aos alimentos básicos. Objetivo: Analisar a desnutrição no Brasil como consequência da fome, identificando fatores associados e impactos na população entre os anos de 2020 a 2024. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Os descritores utilizados foram “fome”, “desnutrição” e “pobreza”. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2024, disponíveis em português, inglês e espanhol, que abordassem a relação entre fome e desnutrição no contexto brasileiro. Excluíram-se estudos repetidos e aqueles que não apresentavam recorte nacional. Resultados: Os estudos analisados apontam que a fome e a insegurança alimentar severa aumentaram nos últimos anos, especialmente durante e após a pandemia. A desnutrição tem afetado principalmente crianças, idosos e populações em situação de vulnerabilidade social, como moradores de áreas rurais e periferias urbanas. Os dados revelam que mais de 30 milhões de brasileiros convivem com a fome, e mais da metade da população enfrenta algum grau de insegurança alimentar. Conclusão: A desnutrição no Brasil é agravada pela fome e pela má distribuição de renda. Políticas públicas eficazes de combate à pobreza e de fortalecimento da segurança alimentar são essenciais para reverter esse cenário e garantir o direito à alimentação adequada a toda a população. 

Palavras-chave: Desnutrição. Fome. Pobreza.

Abstract

Introduction: Malnutrition in Brazil is a direct reflection of hunger and food insecurity, resulting from profound social, economic, and regional inequalities. Despite being one of the largest food producers in the world, the country still faces serious challenges in guaranteeing the human right to adequate food. The COVID-19 pandemic has worsened this scenario, increasing unemployment and reducing many families’ access to basic foods. Objective: To analyze malnutrition in Brazil as a consequence of hunger, identifying associated factors and impacts on the population between 2020 and 2024. Methodology: This is an integrative literature review. The descriptors used were “hunger,” “malnutrition,” and “poverty.” Articles published between 2020 and 2024, available in Portuguese, English, and Spanish, that addressed the relationship between hunger and malnutrition in the Brazilian context were included. Repeated studies and those that did not present a national focus were excluded. Results: The studies analyzed indicate that hunger and severe food insecurity have increased in recent years, especially during and after the pandemic. Malnutrition has mainly affected children, the elderly, and populations in situations of social vulnerability, such as residents of rural areas and urban outskirts. The data reveal that more than 30 million Brazilians live with hunger, and more than half of the population faces some degree of food insecurity. Conclusion: Malnutrition in Brazil is aggravated by hunger and poor income distribution. Effective public policies to combat poverty and strengthen food security are essential to reverse this scenario and guarantee the right to adequate food for the entire population. 

Keywords: Hunger. Malnutrition; Poverty.

1. INTRODUÇÃO

A desnutrição no Brasil é uma consequência direta da fome e da insegurança alimentar, refletindo profundas desigualdades sociais. Mesmo sendo um grande produtor de alimentos, milhões de brasileiros enfrentam dificuldades no acesso à alimentação adequada, agravadas por fatores como pobreza, desemprego e os impactos da pandemia (Martins et al., 2021).

O problema da fome é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta, seja pelos obstáculos à sua resolução, pelas formas como se manifesta, pela sua dimensão ou pela sua fragilidade face às mudanças socioeconômicas e ambientais, isto é, um fato que a fome não é um problema recente, que está amplamente dispersa por todo o mundo e que recentemente se tornou uma ameaça ainda mais grave. De acordo com o Relatório Global sobre Crises Alimentares, publicado pelas nações ligadas em maio de 2022, o número de pessoas que sofrem de diferentes níveis de fome aumentou 40 milhões em relação ao ano passado, um aumento global de 22 %. O relatório destaca ainda que as principais causas da instabilidade alimentar são as guerras, as alterações climáticas e os problemas econômicos, além das dificuldades construídas pela pandemia da Covid-19 (Soares, 2024). 

Mesmo no Brasil o cenário é preocupante. Em junho de 2022, a 2ª Pesquisa Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil, produzido pela Rede   Brasileira de Pesquisa sobre Soberania e SAN (Rede PENNSAN) mostrou que 33 milhões de pessoas no Brasil são afetadas pela fome. Em comparação com o ano passado, mais 14 milhões de brasileiros trespassam fome. O relatório também mostrou que mais da metade da população do país sofre de algum grau de insegurança alimentar. Por outras palavras, milhões de pessoas sofrem de fome num dos países que mais produzem alimentos no mundo (Santos et al., 2021).

Esse cenário revela uma contradição alarmante: o Brasil, sendo um dos maiores exportadores de alimentos, não consegue garantir a seus próprios cidadãos o direito básico à alimentação. A concentração de terras, o modelo agrícola voltado à exportação e a especulação de preços tornam o acesso à alimentação saudável e nutritiva um privilégio para poucos. Essa realidade contribui significativamente para o aumento dos índices de desnutrição, especialmente entre crianças, gestantes, idosos e populações em situação de vulnerabilidade social (Moretti, 2020).

 A desnutrição, além de ser um problema nutricional, tem implicações profundas na saúde pública, afetando o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças, aumentando a suscetibilidade a doenças e elevando os custos do sistema de saúde. Ela também compromete o rendimento escolar, a produtividade no trabalho e perpetua o ciclo da pobreza. Portanto, o combate à desnutrição requer uma abordagem multidisciplinar e intersetorial que envolva políticas eficazes de segurança alimentar, assistência social, educação nutricional e fortalecimento da atenção básica à saúde (Gouveia et al., 2024).

Nesse contexto, torna-se fundamental compreender os fatores que levam à desnutrição como consequência direta da fome no Brasil, buscando evidências científicas que subsidiem ações e políticas públicas efetivas. A presente pesquisa propõe uma revisão integrativa da literatura sobre o tema, a fim de identificar os principais desafios, causas e impactos da desnutrição no país, bem como as estratégias que podem ser adotadas para seu enfrentamento, com foco especial nas populações mais afetadas pela insegurança alimentar (Silva et al., 2020).

Este artigo tem como objetivo analisar o panorama da fome, desnutrição e insegurança alimentar no Brasil à luz dos dados mais recentes de organismos nacionais e internacionais, discutindo as causas estruturais e conjunturais que perpetuam esse problema, como desigualdades socioeconômicas, conflitos, mudanças climáticas e impactos da pandemia de Covid-19.

Justifica-se pela necessidade de analisar o avanço da fome e da insegurança alimentar no Brasil, destacando suas causas e impactos sociais. A partir de dados atuais, busca-se contribuir para o debate sobre políticas públicas mais eficazes que garantam o direito à alimentação e à dignidade humana.

2. METODOLOGIA 

Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, seguindo o modelo metodológico proposto por seis etapas: (1) identificação do tema e formulação da questão norteadora; (2) definição dos critérios de inclusão e exclusão; (3) categorização dos estudos e definição das informações a serem extraídas; (4) avaliação crítica dos estudos incluídos; (5) interpretação dos resultados; e (6) apresentação da revisão com síntese do conhecimento (Sousa et al., 2018). Essa abordagem permite reunir e analisar, de forma sistemática e crítica, a produção científica existente sobre os impactos da fome na desnutrição da população brasileira, especialmente em contextos de vulnerabilidade social.

A questão norteadora da revisão foi construída com base na estratégia PICo, utilizada em estudos qualitativos, onde P representa a população ou problema de interesse, I o fenômeno investigado, e C o contexto (Araújo, 2020). A pergunta definida para orientar esta revisão foi: “Quais são os principais fatores que relacionam a fome à desnutrição no Brasil em contextos de desigualdade social e insegurança alimentar?”

A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e da Scientific Electronic Library Online (SciELO), utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “fome”, “desnutrição” e “pobreza”, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foram incluídas publicações disponíveis na íntegra, no idioma português, com os descritores presentes no título e resumo, publicadas entre os anos de 2019 e 2024.

Foram considerados elegíveis os estudos que abordassem diretamente a desnutrição como consequência da fome no Brasil, analisando fatores estruturais, econômicos, ambientais ou sociais. Excluíram-se artigos incompletos, em outros idiomas, duplicados, que não estivessem disponíveis gratuitamente ou que não possuíssem relação direta com o tema proposto.

O processo de seleção dos materiais ocorreu em duas etapas: a triagem inicial por título e resumo, seguida da leitura completa dos textos que atenderam aos critérios estabelecidos. Foram selecionadas 12 publicações, das quais 6 compuseram o corpus final da análise. Após a seleção, realizou-se leitura exploratória e categorização dos conteúdos por similaridade temática e relevância.

A análise foi conduzida de forma qualitativa, a partir da extração de informações como causas da desnutrição, relação com a fome, impacto nas populações afetadas e propostas de intervenção. Por fim, foi feita uma síntese crítica dos resultados, identificando os principais padrões, lacunas na literatura e sugestões de enfrentamento, com vistas a contribuir para o avanço do conhecimento e das políticas públicas na área de segurança alimentar e nutricional.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica causada por deficiência ou excesso relativo ou absoluto de um ou mais nutrientes essenciais. A desnutrição pode ser primária ou secundária, dependendo da causa. verdadeira causa são as pessoas que comem pouca comida ou alimentos “desagradáveis”, em outras palavras a dieta é quantitativa ou qualitativamente carente de calorias e nutrientes. Existem causas secundárias quando a ingestão de alimentos é insuficiente devido ao aumento das necessidades energéticos ou outros fatores não diretamente relacionados aos alimentos. exemplos incluem a presença de vermes, câncer, perda de apetite, alergias ou intolerâncias alimentares, má digestão e absorção de nutrientes (Freitas et al., 2024).

Segundo a OMS (2000), a subnutrição grave é um distúrbio médico e social, ou seja, os problemas de saúde da criança decorrem, em parte, dos problemas sociais da família em que a criança vive. A subnutrição é o resultado da privação nutritiva e muitas vezes emocional por parte daqueles que cuidam da criança. Isto pode ser devido a mal-entendidos, pobreza ou problemas familiares. Eles são incapazes de fornecer a nutrição e os cuidados que as crianças necessitam. É importante lembrar que a gestão bem-sucedida de crianças gravemente desnutridas requer o reconhecimento médico e social e a resolução do problema. Encarar a doença apenas como uma doença médica causará a recorrência da doença quando a criança voltar para casa, colocando em risco outras crianças da família de sofrer o mesmo problema (Duarte et al., 2020).

O Programa Saúde da Família já implementado em vários municípios do país atua como aliado das práticas de promoção da saúde na comunidade por meio das estratégias de educação em saúde que fazem parte das intervenções do programa e pela conexão que se estabelece entre a equipe de saúde e usuários do serviço por meio de visitas domiciliares. Estas permitem aos profissionais perceberem a influência dos aspectos culturais no cuidado à saúde, algo que permeia gerações e que deve ser valorizado, principalmente no caso de crianças desnutridas que necessitam de cuidados diferenciados (Mattos; Gutiérrez; Campos, 2022).

Além disso, políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional exercem papel fundamental no enfrentamento da desnutrição. Iniciativas como o Programa Bolsa Família (agora Auxílio Brasil) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) buscam garantir o acesso a alimentos e promover melhores condições de vida para populações vulneráveis. No entanto, a eficácia dessas ações depende da continuidade, do fortalecimento das redes de proteção social e da integração entre diferentes setores, como saúde, educação e assistência social (Jaime, 2020).

Outro fator relevante é a desigualdade regional no Brasil, que influencia diretamente os índices de desnutrição. Regiões com maiores índices de pobreza e acesso limitado a serviços básicos, como saneamento e saúde, apresentam maior prevalência de insegurança alimentar e, consequentemente, de desnutrição. A superação desse problema exige não apenas o combate à fome, mas também ações estruturais que promovam inclusão social, equidade no acesso a recursos e investimentos sustentáveis voltados ao desenvolvimento local (Guimarães et al., 2023).

É direito de todo ser humano ter acesso a alimentos de qualidade e quantidade, para levar uma vida satisfatória. Consequentemente, é inaceitável que haja fome no mundo e, para tentar erradicar esse problema, é necessário utilizar os alimentos de forma racional, pois, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 17% de todos os alimentos disponíveis para consumo humano são desperdiçados e, com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na meta 12.3, pretende-se reduzir esse montante pela metade até 2030. Além disso, é essencial promover políticas de conscientização sobre o consumo responsável, combater o desperdício em toda a cadeia produtiva e investir em infraestrutura de armazenamento e distribuição, especialmente em países com altos índices de insegurança alimentar (Moraes; Bourscheid, 2023).

A Organização das Nações Unidas sempre tratou dos problemas da fome no mundo e, ao final da Segunda Guerra Mundial, para atuar neste contexto, foi criada a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), onde são desenvolvidas ações contra a desnutrição no mundo e para a promoção da segurança alimentar. Essa instituição atua globalmente com programas voltados à erradicação da fome, incentivando o fortalecimento de sistemas alimentares sustentáveis, o apoio à agricultura de base familiar e a garantia de políticas públicas que assegurem o acesso universal a alimentos nutritivos e seguros, respeitando os contextos culturais e socioeconômicos de cada região (Kuazaqui et al., 2024).

De acordo com a ONU, dezenas de milhões de pessoas são classificadas como cronicamente desnutridas. Segundo o relatório “Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional Global”, aproximadamente 690 milhões de pessoas passaram fome em todo o mundo em 2019. Esse número aumentou ainda mais durante a pandemia de COVID-19. Entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas enfrentam fome no mundo, segundo a FAO. Dentre essas pessoas, 14 milhões vivem na América Latina e no Caribe. Esse cenário evidencia a urgência de ações coordenadas para garantir que populações vulneráveis não sejam continuamente afetadas por crises econômicas, sanitárias e ambientais, que agravam a desigualdade no acesso à alimentação (Kuazaqui et al., 2024).

A segurança alimentar pode ser entendida como a concretização do direito de todos ao acesso regular e sustentável a alimentos suficientes, sem comprometer outras necessidades básicas. Pelo contrário, a insegurança alimentar afeta as populações de forma desigual e os impactos econômicos, como a diversidade ambiental, a diversidade educacional etc., devem ser considerados. De acordo com uma enquete nacional sobre insegurança alimentar relacionada à pandemia de Covid-19, observou-se que a fome afeta de forma mais intensa as regiões Norte e Nordeste do Brasil, atingindo especialmente famílias chefiadas por mulheres negras e com baixa escolaridade, revelando o recorte estrutural da desigualdade social e de gênero no país (Baumann; Etges; Simon, 2024).

A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Pensan) estimou que 19 milhões de brasileiros passaram fome durante a pandemia, o dobro do número registrado em 2009. Além disso, mais da metade das famílias brasileiras enfrentam problemas de segurança alimentar. Esse dado alarmante evidencia um retrocesso nos avanços obtidos nas últimas décadas e reforça a necessidade de políticas públicas contínuas e efetivas de combate à pobreza, fortalecimento da assistência social e valorização da agricultura local como estratégia de combate à insegurança alimentar e nutricional (Biondo et al., 2023).

A desnutrição e a fome mundial são resultados de diversos fatores, mas podem ser eliminadas com o compromisso de ações positivas, pois são consequências que afetam negativamente a sociedade como um todo e causam insegurança de sobrevivência devido à inconsistência da disponibilidade de alimentos. Segundo as Nações Unidas, muitos problemas podem causar escassez de alimentos nos países, incluindo conflitos armados e problemas climáticos. Por isso, é imprescindível investir em resiliência alimentar, fortalecendo sistemas agroecológicos, promovendo a paz e adotando medidas de adaptação climática que assegurem a produção sustentável e o acesso equitativo a alimentos, especialmente nas regiões mais afetadas por vulnerabilidades sociais e ambientais (Silva; Rodrigues; Ferreira, 2022).

4. CONCLUSÃO

A análise das evidências permitiu identificar um aprofundamento do conhecimento sobre os temas da desnutrição, pobreza e fome, os quais são responsáveis por milhares de mortes, especialmente entre crianças de até cinco anos. A pobreza configura-se como a principal causa associada à desnutrição, visto que crianças oriundas de famílias em situação de vulnerabilidade social apresentam maior risco de subnutrição e de desenvolvimento de doenças oportunistas. Entre as consequências da desnutrição, destacam-se o baixo desempenho acadêmico e o comprometimento do crescimento e desenvolvimento infantil.

A fome, uma das causas da subnutrição em crianças e adultos, pode ser compreendida como a ausência de alimentos em decorrência de condições econômicas adversas ou da insuficiência de recursos alimentares para sustentar adequadamente o organismo. É inegável que o acesso à alimentação configura-se como um direito universal; entretanto, esse direito não é assegurado a todos, em virtude das acentuadas desigualdades sociais que marcam a realidade brasileira, na qual poucos possuem muito e muitos têm quase nada. A desnutrição manifesta-se quando a alimentação é inexistente ou inadequada para suprir as necessidades energéticas e calóricas do indivíduo.

O enfrentamento da fome consiste não apenas em garantir o direito à alimentação, mas também em oferecer condições básicas como acesso à saúde pública e à educação. A subnutrição é um problema global, com maior incidência nos países em desenvolvimento, onde a proporção de indivíduos subnutridos é expressivamente mais alta. Diversas políticas públicas têm sido desenvolvidas pelos governos para combater a pobreza e a fome, como os programas Escassez Zero, Bolsa Família, Bolsa Faculdade e Bolsa Alimento. Nesse contexto, destaca-se a atuação da Pastoral da Criança, uma organização sem fins lucrativos, cujos voluntários, moradores das próprias comunidades, desempenham papel fundamental na luta contra a fome e a desnutrição.

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