DOENÇAS OCUPACIONAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO: ANÁLISE SOBRE A SAÚDE MENTAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505212226


Dayane Chaves Limongi Vita1
Glória Maria Costa Rodriguez Damasceno2


RESUMO: O trabalho é um fator da condição de subsistência humana e também a forma de humanização das atividades engrandecem as condições de uma qualidade de vida satisfatória. O homem tanto trabalho para sobreviver quanto para se humanizar, na medida em que colocam no trabalho suas aptidões e habilidades. Contudo, deve-se considerar que nem todo trabalho produz a satisfação e as condições de qualidades necessárias ao pleno conforto e adaptação do profissional. Objetivo: analisar por meio de pesquisa bibliográfica os objetivos da saúde ocupacional, e a construção de uma análise sistemática sobre a saúde mental como foco das doenças ocupacionais. Metodologia: trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa de literatura, a partir de periódicos indexados na base de dados LILACS, BDENF, MEDLINE, SCIELO e PUBMED. Discussão: Assim, ao considerar a necessidade de fatores que tornem o ambiente de trabalho harmonioso para amenizar as pressões, ao mesmo tempo se reconhece a importância das organizações se preocuparem na melhoria da qualidade de vida no trabalho com foco na saúde mental. Conclusão: As condições de saúde dos trabalhadores em geral, dependem das relações decorrentes das exigências e condições de realização do trabalho, definidas genericamente de cargas de trabalho, derivadas do contexto e das características da organização do trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Doenças Física. Doença Mental. Doenças Ocupacionais. Saúde.

INTRODUÇÃO

A saúde é conceituada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um completo bem estar físico, mental e social. Em virtude deste conceito entende-se que a pessoa está com saúde quando existe um equilíbrio entre o estado físico, emocional e social do indivíduo com a sua capacidade funcional, ou seja, capacidade para desempenhar papéis na sociedade, na família e no trabalho (OMS, 2006).

A saúde ocupacional nasceu na Europa com a revolução industrial. Os movimentos trabalhistas ingleses do século XIX foram os primeiros nessa área. Em 1802, após o massacre de Peterloo, que resultou na morte de dezenas de trabalhadores, foi elaborada a primeira lei de proteção dos trabalhadores, a lei de saúde e moral dos aprendizes (BULHOES, 1986 apud LIMA et al., 2007).

A partir desta época iniciaram-se os primeiros estudos sérios sobre a matéria, também em consequência de um movimento ocorrido na Inglaterra, entre 1760 e 1830; a Revolução Industrial, que depois se expandiu por toda a Europa. Somente em 1957 foram definidos os objetivos básicos a serem perseguidos por qualquer política de saúde ocupacional, através de um documento elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esses objetivos básicos são: incentivar e manter o mais elevado nível de bem- estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as profissões; prevenir todo o prejuízo causado à saúde destes pelas condições de seu trabalho; protegê-las em seus serviços dos agentes nocivos à saúde; colocar e manter o trabalhador em um emprego que convenha a suas aptidões fisiológicas e psicológicas e adaptar o homem e cada homem ao trabalho e vice-versa (SILVA, 2004 apud LIMA et al., 2007).

Entende-se que ao decorrer dos anos, o mundo do trabalho vem sofrendo bruscas mudanças, em decorrência da globalização, inovações tecnologias, aumentos de carga horaria, além das inúmeras exigências inseridas no cotidiano do trabalhador pelos gestores, interferindo negativamente no bem estar psíquico do trabalhador.

Franco et al. apontam que o trabalho na modernidade é marcado pela flexibilização e pela precarização social, ambos possuem diversos aspectos que repercutem negativamente na subjetividade do trabalhador. Segundo as autoras, a precarização no mundo do trabalho é caracterizada por ritmos intensos e aumento da competitividade, falhas na prevenção e diluição das responsabilidades em relação a acidentes de trabalho, falta de reconhecimento e valorização social, fragilização dos vínculos, rupturas de trajetórias profissionais, banalização da injustiça social, dentre outras características que degradam as condições de trabalho e podem levar o trabalhador ao adoecimento físico e mental.

O trabalho é um fator da condição de subsistência humana e também a forma de  humanização das atividades engrandecem as condições de uma qualidade de vida satisfatória. O homem tanto trabalha para sobreviver quanto para se humanizar, na medida em que colocam no trabalho suas aptidões e habilidades.

Contudo, deve-se considerar que nem todo trabalho produz a satisfação e as condições de qualidades necessárias ao pleno conforto e adaptação do profissional. Em muitos casos, em profissões que colocam muitos desafios, as situações ocupacionais que podem prejudicar a saúde. Nestes casos, a postura correta evita doenças ocupacionais.

Assim, os acidentes de trabalho que tornam o trabalhador predispostos às doenças ocupacionais são atualmente um fato preponderante que impõe estudos e ações voltados à questão de saúde, considerando-se que o estresse estimula o organismo a produzir reações contra o meio ambiente que agridem organismos, através de sintomas que se revestem algumas lentamente ou não, nos reflexos de qualidade de vida.

De acordo com o exposto, a questão norteadora do presente trabalho é: De que forma podem ser reduzidas as doenças ocupacionais no ambiente de trabalho utilizando-se uma análise sobre a saúde mental do trabalhador?

A importância da saúde ocupacional, que trata o trabalhador no ambiente de trabalho e engloba três áreas: médica, higiene e segurança. Orientada para melhorar os aspectos dos empregados, esta, ao mesmo tempo, é propícia ao empregador, já que o cumprimento da legislação trabalhista constante das Normas Regulamentadoras apresenta-se como eficaz solução para manter o acompanhamento de saúde no âmbito individual e coletivo, ao avaliar sistematicamente seu estado integral, relacionando-o com os riscos de trabalho e procurando descobrir não conformidades com vistas a realizar ações preventivas e corretivas (HARAG et al., 2001 apud LIMA et al., 2007).

Portanto, este trabalho, tem como objetivo analisar por meio de pesquisa bibliográfica os objetivos da saúde ocupacional, e a construção de uma análise sistemática sobre a saúde mental como foco das doenças ocupacionais. Assim, ao considerar a necessidade de fatores que tornem o ambiente de trabalho harmonioso para amenizar as pressões, ao mesmo tempo se reconhece a importância das organizações se preocuparem na melhoria da qualidade de vida no trabalho.

De acordo com toda a situação exposta, justifica-se a importância do trabalho em expor, a necessidade de se discutir e entender melhor as doenças ocupacionais, com foco na saúde mental do trabalhador, com o intuito de criar uma reflexão sobre a necessidade de reverter o paradigma cultural que a saúde mental não é importante numa sociedade e principalmente no ambiente de trabalho.

METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa de literatura que se fundamentou das seguintes etapas: definição do tema e questão norteadora, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, delimitação das informações a serem extraídas dos estudos, avaliação dos mesmos, achados dos resultados e conclusão em forma de documento que finaliza todas as etapas relatadas.

A revisão integrativa é desenvolvida a partir de materiais elaborados e publicados, constituídos principalmente de revistas e artigos científicos. Sua finalidade é colocar os pesquisadores em contato com o que foi produzido a respeito do seu tema de pesquisa (MENDES et al., 2021).

No presente estudo, optou-se por pesquisar em periódicos de divulgação científica em que foram consultadas bases de dados indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual de Enfermagem (BDENF), bem como na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foi realizada a busca livre com os seguintes descritores: Doenças; Física; Mental; Ocupacionais; Saúde. Estes termos foram utilizados de forma conjunta e isolados. A fim de completar a busca o Google Acadêmico também foi utilizado com os mesmos descritores anteriormente citados.

A busca pelos artigos nas bases de dados aconteceu entre março e maio de 2022, os critérios de inclusão foram: produções científicas disponíveis em textos completos gratuitos, período de publicação compreendido entre 2015 a 2022, idiomas de publicação em português. Foram excluídos artigos que não englobam a temática, duplicados, fora do recorte temporal previamente definido e artigos em outros idiomas.

Foram selecionados para este estudo somente artigos que na leitura demonstrassem semelhanças, com o tema central da pesquisa, estivessem publicados em periódicos da área de enfermagem do Brasil, disponíveis nos locais selecionados para a coleta, descritos no quadro 1. Primeiramente, as obras foram armazenadas em computador, para que em seguida fosse realizada uma pré-seleção de acordo com a leitura dos resumos. Nessa fase, buscou-se a relação entre o conteúdo, título, resumo, e se atendiam ao objeto do presente estudo.

Na fase de seleção, as obras foram lidas na íntegra, com atenção especial para os resultados e conclusão das obras, os trabalhos que não apresentavam qualquer relação com o tema da pesquisa foram excluídos. Realizada a triagem dos artigos, foram obtidos 08 artigos.

Quadro 1- Bases de dados pesquisadas

DESENVOLVIMENTO

O campo de estudos da saúde mental e trabalho têm como foco principal de investigação a situação de trabalho (FONSECA, 2001), sendo variados os fenômenos decorrentes, associados à saúde mental: estresse laboral, tensão decorrente da vida laboral, fadiga mental, fadiga psicológica e síndrome neurótica do trabalho, dentre outras.

A carga de trabalho, presente em todas as atividades, está entre os esforços físicos, cognitivos e psicoafetivos, que podem em muitos casos ser incompatíveis com as condições que o trabalhador tem de executá-los (CRUZ, 2005), ocasionando fenômenos como os mencionados. Satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil definição, por se tratar de um estado subjetivo, podendo variar de pessoa para pessoa, de circunstância para circunstância e ao longo do tempo para a mesma pessoa.

A satisfação está sujeita a influências de forças internas e externas ao ambiente de trabalho imediato (FRASER, 1983). Ela pode afetar a saúde física e mental do trabalhador, interferindo em seu comportamento profissional e/ou social (LOCKE, 1976). Devido à sua complexidade, a satisfação no trabalho tem sido definida de diferentes maneiras, dependendo do referencial teórico adotado.

A influência das características atuais do trabalho sobre a saúde mental dos trabalhadores pode decorrer de inúmeros fatores e situações, entre os quais, a exposição a agentes tóxicos, a altos níveis de ruído, a situações de risco à integridade física, como, por exemplo, trabalho com compostos explosivos ou sujeitos a assaltos e sequestros, a formas de organização do trabalho e políticas de gerenciamento que desconsideram os limites físicos e psíquicos do trabalhador, impondo-lhe frequentemente a anulação de sua subjetividade para que a produção não seja prejudicada e as metas estabelecidas sejam cumpridas.

Algumas metas de produção são impostas pelas empresas visando aumentar a produtividade e tais metas, como pontuações e até mesmo a classificação de funcionário do mês faz com que apareçam desequilíbrios de ordem emocional e mental causando uma sensação de exploração do trabalho.

Franco et al. apontam que o trabalho na modernidade é marcado pela flexibilização e pela precarização social, ambos possuem diversos aspectos que repercutem negativamente na subjetividade do trabalhador. Segundo as autoras, a precarização no mundo do trabalho é caracterizada por ritmos intensos e aumento da competitividade, falhas na prevenção e diluição das responsabilidades em relação a acidentes de trabalho, falta de reconhecimento e valorização social, fragilização dos vínculos, rupturas de trajetórias profissionais, banalização da injustiça social, dentre outras características que degradam as condições de trabalho e podem levar o trabalhador ao adoecimento físico e mental.

Peterson & Dunnagan (1998), abordam o impacto de programas de promoção da saúde no local de trabalho sobre a satisfação. Os autores ressaltam que mudanças na organização do trabalho e melhoria do ambiente psicossocial incrementam substancialmente tanto os impactos sobre a satisfação no trabalho como os indicadores de saúde dos trabalhadores.

Na compreensão de Wisner (1994) todas as atividades, inclusive o trabalho, têm pelo menos três aspectos: físico, cognitivo e psíquico. Ao aspecto físico, corresponde o esforço físico necessário à execução da tarefa; ao cognitivo, os processos de tomada de decisão (como aspecto principal, mas não como único); e, ao psíquico, ao conflito produzido pelos constrangimentos gerados na organização técnica e social do trabalho. Martinez (2002), estudando as relações entre satisfação no trabalho e saúde do trabalhador em empregados administrativos de uma empresa de autogestão em saúde e previdência provada no Estado de São Paulo, identificou a satisfação no trabalho correlacionada com cada um dos aspectos da saúde mental, estudados e que esta correlação foi independente de variáveis sócio-demográficas. Porém, apesar da alta significância estatística, satisfação no trabalho teve reduzido poder em explicar a variabilidade dos aspectos da saúde mental.

A saúde mental do trabalhador tem sido objeto de estudos de vários campos da ciência que tentam dar conta de questões e aspectos referentes, não só a produção desses trabalhadores, mas ao bem estar e ao equilíbrio como fatores importantes relacionados à saúde (ÉRIKA et al., 2006). A saúde mental do trabalhador veio à tona a partir do momento em que os transtornos mentais foram incluídos como patologias que também poderiam estar relacionadas ao trabalho.  A relação entre saúde mental e trabalho parte da ideia de que as ações implicadas no ato de trabalhar podem, não só atingir o corpo dos trabalhadores, produzindo disfunções e lesões biológicas, mas também podem produzir reações psíquicas e desencadear processos psicopatológicos. Tem sido grande o número de ocorrências de agravos à saúde mental relacionados com o trabalho, causados por fatores subjetivos e psicossociais (ÉRIKA et al., 2004). Essa relação começou a ser sistematizada como um campo de estudo a partir dos anos cinquenta do século vinte.

Com a chegada dos anos setenta, surgiram estudos que incluíam o caráter histórico e social do processo saúde-doença como algo não apenas relacionado a um fenômeno biológico individual, mas também como um fenômeno biopsíquicossocial, carregados de componentes subjetivos, principalmente no que se refere à saúde mental (SELIGMANN-SILVA, 1994). A partir disso, outros estudos abordaram o tema contribuindo para uma nova realidade referente à saúde mental do trabalhador.

Entretanto, para Dejours (1994 apud LOPES; PORTO, 2012) deve-se entender sobre saúde e cargas de trabalhos e as mencionadas cargas de trabalho dividem-se em cargas físicas e mentais. Na carga mental há uma mistura de fenômenos de ordem neurofisiológica e psicossociológica. Porém, o autor reserva para a carga psíquica os fenômenos de ordem psicossociológica, quer seja, os elementos afetivos e relacionais das situações de trabalho. Considera, também, que a carga psíquica pode ser positiva ou negativa. Positiva se o trabalho permite sua diminuição, ou seja, que haja uma via de descarga da energia psíquica aberta. Este é o caso do trabalho livremente organizado, onde o trabalhador sente-se satisfeito durante e no final da execução de uma dada tarefa; A carga é considerada negativa se o trabalho não permite a descarga da energia psíquica que se acumula, traduzindo efeitos negativos (astenia e fadiga). Concluindo, a carga psíquica positiva, segundo o autor, está diretamente relacionada ao trabalho equilibrante e a carga negativa, ao trabalho fatigante.

A avaliação dos aspectos relacionados à dimensão psicossocial do trabalho tem sido objeto de estudos recentes em saúde e trabalho. Assim, diversas propostas teóricas e metodológicas vêm sendo elaboradas na perspectiva de apresentar modelos para estudo dessa dimensão. Número expressivo de estudos vem sendo conduzido a partir da perspectiva teórica e metodológica proposta nesse modelo, abordando diversas repercussões sobre a saúde: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, distúrbios psíquicos, depressão, aborto, doenças osteomusculares, dentre outros. Os achados obtidos, na maior parte dos estudos conduzidos, suportam os pressupostos do modelo (SCHNALL et al.,1994; DOEF & MAES, 1999).  A satisfação no trabalho é um fenômeno amplamente estudado e esse interesse decorre da influência que a mesma pode exercer sobre o trabalhador, afetando sua saúde física e mental, atitudes, comportamento profissional, social, tanto com repercussões para a vida pessoal e familiar do indivíduo como para as organizações (CURA, 1994; LOCKE, 1976; PÉREZRAMOS, 1980; ZALEWSKA 1999A, 1999B).

CONCLUSÃO

As condições de saúde dos trabalhadores em geral, dependem das relações decorrentes das exigências e condições de realização do trabalho, definidas genericamente de cargas de trabalho, derivadas do contexto e das características da organização do trabalho. A avaliação das condições de trabalho, por meio das suas dimensões físicas e psicológicas, permite ampliar a compreensão em torno da percepção das condições de trabalho, dos riscos e evidências de processos de adoecimento.

O profissional de enfermagem sempre foi uma pessoa necessária nas atividades laborais em qualquer setor das empresas e indústrias, se tornando o meio das diversas comunicações multidiciplinar. Todavia, mesmo tendo o conhecimento de que tal atividade é primordial na sociedade e principalmente na área do trabalho, o que se observa é que tanto no Brasil, como em outros países, todos os dias ocorrem inúmeros acidentes no ambiente de trabalho.

 Para muitos autores de livros e artigos, o acidente de trabalho é visto como um problema de saúde pública, já que causa inúmeros prejuízos aos trabalhadores e aos empregadores, afetando a economia do país e, dessa forma, pode-se avaliar em todos os seus tipos para se obter uma compreensão de sua extensão e principais riscos.

Contudo, a compreensão desse problema ainda é restrita, ainda venha abranger a essência de um teor jurídico dentro do ambiente legalista no Brasil, percebe-se que os acidentes de trabalho devam ser informados automaticamente após o seu ocorrido e que isso direcione as ações na promoção e na prevenção de danos à saúde dos trabalhadores. Nesse caso, observa-se que a subnotificação é um fato que impede a noção das reais condições em que o trabalho vem ocorrendo, desmerecendo dessa forma, os direitos sociais e securitários ao trabalhador.

Nos ambientes de trabalho no Brasil, o aproveitamento das ações de prevenção que se encontram inseridas nas normas e leis restritivamente e espaços em branco sem respostas efetivas. As mortes e deformações causadas por acidentes persistem, causando grandes danos pessoais, sociais e econômicos às famílias, aumentando diretamente os gastos para o Estado com assistência e previdência, e indiretamente pela falta de contribuição laborativa e investimentos na formação pessoal e profissional do cidadão.

Assim sendo, reconhecer as dificuldades, limitações e consequências que os acidentes de trabalho acarretam na vida dos trabalhadores, estabelece um elemento fundamental para a atuação da enfermagem e de outros profissionais que atendem direta e indiretamente no cuidado a saúde do trabalhador. Essa informação possibilita a tomada de decisões, com a finalidade de tornar mínimo os riscos ocupacionais e, igualmente, contribuir para a elevação de ambientes de trabalho em lugares benéficos e para a conservação da competência de produção dos indivíduos. 

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¹Enfermeira formada pela Universidade Federal Fluminense
²Enfermeira formada pelo Centro Universitário IBMR