CEMITÉRIO DE NAVIOS NA BAÍA DE GUANABARA: APONTANDO SOLUÇÕES DE SUSTENTABILIDADE PARA OS CASCOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505191722


Claudio José Guedes Aranha1


RESUMO: A Baía de Guanabara, além de seu valor cultural e histórico, é uma área ecológica de grande importância para o estado do Rio de Janeiro. Contudo, nos últimos anos, a presença de embarcações abandonadas, comumente referida como “cemitério de navios”, tornou-se uma fonte de manipulação ambiental na região. O objetivo da pesquisa é analisar o cemitério de navios na baía de Guanabara, apontando as soluções de sustentabilidade para os cascos. A Baía de Guanabara é um dos ecossistemas mais ricos e emblemáticos do Brasil, sendo fonte de biodiversidade marinha e estuarina. O acúmulo de navios abandonados contaminam suas águas com metais pesados e resíduos tóxicos, comprometendo a qualidade de vida marinha. Esse estudo busca alternativas que permitam a remoção desses resíduos e a recuperação da saúde ambiental da baía, essenciais para a preservação dos ecossistemas aquáticos. A metodologia aplicada foi um  estudo de caso utilizado como método de investigação, focando-se na análise profunda e detalhada de uma situação específica, permitindo compreender as dinâmicas envolvidas e identificar fatores e contextos que influenciam os resultados. Com uma abordagem responsável e sustentada, é possível devolver a Baía de Guanabara à sua comunidade e à vida marinha, resgatando seu papel essencial na cultura, na economia e no equilíbrio ambiental. 

Palavras-chave: Cemitério de navios. Baía de Guanabara. Sustentabilidade.  

1. INTRODUÇÃO 

Notícias sobre barcos abandonados na Baía de Guanabara chamam a atenção da população nos últimos anos. Jornais diários noticiaram que a Baía do Rio de Janeiro, fonte de poluição 381 quilômetros quadrados de superfície da água, isto é: 

“cemitério de navios”. estima que, no total, existem pelo menos 250 unidades debaixo de água ou submersão rasa, incluindo: navios, cascos e embarcações de pequeno, médio e grande porte. 

Alguns vivem nesta área há mais de cinquenta anos, o que representa um elevado risco de acidentes e questões ambientais e marítimas. Essas histórias apontam para o relacionamento atual estabelecido por baía: uso e descarte. Em outras palavras, embora isso seja uma coisa complexa devido aos grandes interesses envolvidos, seu uso não vê um sistema de reutilização. A água, que é, ao mesmo tempo, fonte de riqueza, também é o depósito de um grande lixão, onde ficam todas as construções, representando perigos físicos e ambientais. 

O objetivo da pesquisa é analisar o cemitério de navios na baía de Guanabara, apontando as soluções de sustentabilidade para os cascos. A Baía de Guanabara é um dos ecossistemas mais ricos e emblemáticos do Brasil, sendo fonte de biodiversidade marinha e estuarina. O acúmulo de navios abandonados contaminam suas águas com metais pesados e resíduos tóxicos, comprometendo a qualidade de vida marinha. Esse estudo busca alternativas que permitam a remoção desses resíduos e a recuperação da saúde ambiental da baía, essenciais para a preservação dos ecossistemas aquáticos 

2. REVISÃO DE LITERATURA 

A Baía de Guanabara é um estuário icônico, dotado de grande importância histórica, econômica, ambiental, turística e paisagística. Contudo, por estar localizada em uma área metropolitana, a baía vem sofrendo ao longo dos anos com intenso impacto antrópico.

Imagem 1 – Baía de Guanabara

Fonte: Alves s/d 

Imagem 2 – Baía de Guanabara II

Fonte: Alves s/d

Região hidrográfica V, segundo Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA) ou bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, com área de aproximadamente 4.000 km², total ou parcialmente território de 16 municípios de administração política, e aqueles incluídos em parte pelos municípios de: Cachoeiras de Macacu, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio Bonito e Rio de Janeiro e os municípios integralmente incluídos são: Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita, São João de Meriti, Duque de Caxias, Guapimirim, Magé, Itaboraí, Tanguá e São Gonçalo (Coelho, 2007). 

A Baía de Guanabara, além de seu valor cultural e histórico, é uma área ecológica de grande importância para o estado do Rio de Janeiro. Contudo, nos últimos anos, a presença de embarcações abandonadas, comumente referida como 

“Cemitério de navios”, tornou-se uma fonte de manipulação ambiental na região (Bueno, 2020). 

Uma das soluções mais sustentáveis envolve a reciclagem dos materiais dos navios. Os metais presentes em cascos, como aço e ferro, podem ser extraídos e reaproveitados em novas construções e projetos industriais, diminuindo a necessidade de remoção de novos recursos. A desmontagem controlada e o tratamento adequado dos resíduos tóxicos são etapas essenciais para garantir a segurança e o sucesso do processo (Bueno, 2020). 

Imagem 3 – Embarcações abandonadas no RJ

Fonte: Alves, s/d 

A Baía de Guanabara abriga mais de 50 navios abandonados, a maioria navios de pequeno e médio porte, que afetaram negativamente a economia local e criaram preocupações ambientais. Embora não existam navios de grande porte abandonados oficialmente, a situação é agravada pelo estado precário de algumas estruturas e pela presença de navios em águas rasas. O incidente de novembro de 2022 chamou a atenção para a questão dos navios ociosos (Alves, s/d). 

A sustentabilidade é um conceito multidimensional que busca equilibrar o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e a justiça social. A essência da sustentabilidade é a ideia de garantir que as gerações presentes e futuras possam atender às suas necessidades, sem comprometer os recursos naturais e os sistemas dos quais dependem. Esse conceito pode ser aplicado em diversos contextos, como empresas, comunidades, governos e indivíduos, e envolve práticas que visam a utilização racional dos recursos, a redução do impacto ambiental e a promoção do bem-estar social (Bueno, 2020). 

De acordo com Choquehuanca (2012), às necessidades de reduzir as responsabilidades ambientais e de mudar gradativamente a relação do homem com os sistemas ecológicos regionais e planetários têm levado as políticas internacionais a adotarem a educação ambiental como meio de produzir atitudes mais harmoniosas e solidárias em relação ao meio ambiente, em benefício das gerações futuras.   

Neste contexto, a Educação Ambiental visa formar uma população consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas a ele associados, possuidora de conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromisso de trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções para os problemas existentes (Costa, 2017).  

A educação ambiental é a incorporação de critérios socioambientais, ecológicos, éticos e estéticos aos objetivos didáticos da educação. Neste capítulo, apresenta-se a história da educação ambiental, os aspectos pedagógicos, seu caráter interdisciplinar e a abordagem no segmento médio. O impacto da ação humana sobre o meio ambiente varia historicamente conforme o modo de produção, a estrutura de classes, o aparato tecnológico, o crescimento populacional e o universo, cultura de cada sociedade (Medina, 2013, p. 25).

Imagem 4 –  Educação ambiental como uma preocupação política

Fonte: REIGOTA, 2009. 

A qualidade de vida em nosso planeta vem diminuindo rapidamente, o que coloca em risco não apenas os aspectos físicos ou biológicos, mas principalmente os aspectos sociais e políticos. Nesse contexto, o meio ambiente pode ser considerado como tema de cada disciplina […] deve ser abordado como parte que sustenta todas as atividades e impulsiona as características físicas, biológicas, sociais e culturais das pessoas […] a criação de um curso de Educação Ambiental, uma vez que é difícil encontrar um especialista em formação polivalente que detenha todo o conhecimento disponível na multidimensionalidade relacionada. sobre questões ambientais (SATO, 2003, p. 24). 

A desigualdade ambiental é uma das preocupações políticas, sociais, econômicas e educacionais mais prementes de nosso tempo. As leis por si só não são suficientes para proteger o meio ambiente; educação sobre questões ambientais também é necessária. A educação ambiental, como toda educação que desenvolve a consciência crítica, pode levar a pensar o nosso processo de desenvolvimento, buscando assim estabelecer uma nova ética na relação das diferentes sociedades com a natureza (Matos apud Gracindo, 2007) 

Se confirmar e definir a educação ambiental como educação política, estamos confirmando que o que deve ser considerado prioritário na educação ambiental é a análise das relações políticas, econômicas, sociais e culturais entre a humanidade e a natureza e a relação entre as pessoas (Reigota, 2009, p.13) 

O desafio da educação ambiental é sair do conservadorismo (biológico e político) que estava confinado e propor outros métodos sociais, levando em conta a complexidade da relação entre as pessoas e a natureza […] educação moderna agora. em geral. Pois as ideias atuais não dão conta das dificuldades do cotidiano que vivemos neste final de século (Reigota, 2007, p.28-29). 

A educação ambiental deve estar pautada no pensamento crítico e inovador em qualquer tempo ou lugar, na sua forma formal e informal, que promova a transformação e construção da sociedade […] as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta, respeite-as. ciclos de vida e limitando a exploração dessas formas de vida pelos seres humanos (Gadotti, 2002, p. 95-96). 

Vemos que a educação ambiental, principalmente na formação dos professores, deve ensinar aos alunos a grande importância deste mundo. Se a prática docente for bem desenvolvida, poderá formar bons cidadãos que possam servir à humanidade, esse mesmo viés na educação incluirá uma pessoa honesta que saberá lutar, duvidar e conscientizar as pessoas a respeitar os ciclos da vida . e para limitar e evitar esse enorme atraso causado pelo homem (Dória, 2017).   

Em geral, a ética ambiental examina a definição ética da relação do homem com a biosfera, a esfera da vida. Mostra, com persistência e clareza, a responsabilidade ética do homem para com a natureza e as demais formas de vida nela contidas. Chama a atenção para o perigo causado pelo desejo incontrolável do homem de explorar o meio ambiente, utilizando estratégias agressivas para satisfazer necessidades causadas por motivos diversos. A humanidade é um dos principais elos da cadeia da vida, uma das partículas da rede de relações entre os seres vivos. É possível retomar a velha ideia de que, por exemplo, corresponde sempre à filosofia aristotélica. Nos termos de hoje, a espécie humana é um entre um grupo de organismos que compõem o ambiente de vida. Nessa descoberta da ordem natural, há a certeza do perigo: as pessoas ameaçam se destruir, arrastando consigo a biosfera, vítimas de sua violência contra a natureza (Arendt, 2007) 

À medida que enfrentamos ameaças atuais ao meio ambiente, como o aquecimento global e as mudanças climáticas, as preocupações ambientais estão crescendo a cada dia. Essas questões são principalmente uma ameaça à vida na Terra, onde a vida humana, animal e vegetal é encontrada. Os desequilíbrios ambientais e a degradação ambiental desencadearam certas forças da natureza, cujas forças são grandes e além do controle humano (Lacerda et al., 2017) 

Notavelmente, a sobrevivência dos humanos e seu modo de vida está em risco, pois são uma espécie que depende fortemente da vasta gama de recursos naturais oferecidos por este planeta. Tanto o senso comum quanto a ciência tendem a ver os desastres naturais como eventos aleatórios ou acidentes , produzido pelo fluxo de forças naturais indomáveis. Nessa visão, as causas físicas e práticas (forças envolvidas) serão conhecidas, mas as causas formais e finais serão meramente acidentais, sem propósito (Lacerda et al., 2017) 

A Terra naturalmente passa por ciclos climáticos de aquecimento e resfriamento, como eras glaciais e interglaciais. No entanto, vários estudos indicam que as mudanças climáticas atuais são, em certa medida, causadas em grande parte pelas atividades humanas, incluindo: queima de combustíveis fósseis, industrialização, desmatamento, pecuária, entre outras, grandes forças da natureza, mas o conjunto de nossas atividades em escala planetária acabou sendo comparado a essas forças, dado o tamanho dos parques industriais e das grandes cidades, verdadeiras florestas de pedra (Costa, 2017). 

Os princípios éticos são fundamentais para garantir a proteção e preservação do meio ambiente. O respeito à natureza e a responsabilidade pela sua conservação são valores éticos essenciais para a garantia da qualidade de vida das gerações presentes e futuras. A ética ambiental é uma área da filosofia que tem como objetivo examinar as relações entre os seres humanos e o meio ambiente, bem como as questões morais que surgem em torno dessas relações. A partir desse campo de estudo, é possível desenvolver uma reflexão crítica sobre a forma como as sociedades lidam com as questões ambientais e propor soluções éticas para os problemas decorrentes dessa relação (Costa, 2017). 

A gestão ambiental nas empresas, por exemplo, requer a adoção de práticas éticas que visem à sustentabilidade do planeta. Nesse sentido, é preciso desenvolver estratégias que promovam a redução dos impactos ambientais, a preservação dos recursos naturais e a proteção da biodiversidade. Além disso, é importante destacar que a questão ambiental não se restringe apenas às empresas. A sociedade como um todo deve assumir a responsabilidade pela preservação do meio ambiente, adotando práticas mais conscientes em seu cotidiano e exigindo a adoção de políticas públicas que promovam a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico sustentável.  Portanto, a ética e o meio ambiente estão intrinsecamente ligados e a adoção de práticas éticas é fundamental para garantir a proteção e a preservação do planeta (Sachs, 2006).  

Em conclusão, pode-se dizer, que é um bom ponto de Sustentabilidade é algo que cada vez mais instituições estão percebendo e reconhecendo e  são simplesmente sistemas naturais complexos, que incluem comunidades, sociedade, governo, pessoas e natureza. Para que as empresas, por exemplo,  alcancem um crescimento sustentável, é necessário que se valorizem, que sejam sempre abertos, transparentes, cheios de nacionalismo; preocupado com o meio ambiente, olhando para o que pode ser feito para contribuir com ele crescimento sustentável de sua comunidade ou cidade (Dória, 2017). 

Difícil falar do meio ambiente sem falar em desenvolvimento sustentável. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são o eixo principal da atual Agenda 2030 da ONU e, para ter sucesso, é importante educar, formal e informalmente, crianças, jovens e adultos para a mudança social, política e social. relacionamento, ambiente. Suas 169 metas indicam os percursos a serem trilhados e as medidas a serem adotadas para promover o seu alcance e, junto aos indicadores, permitem o acompanhamento dos progressos dos países pela ONU (Silva et al. 2018). 

O desenvolvimento sustentável é um conceito que surgiu no final do século XX em resposta aos desafios ambientais e sociais que a humanidade enfrenta. Ele busca um equilíbrio entre o crescimento econômico, a proteção ambiental e a equidade social, garantindo que as gerações presentes e futuras possam atender às suas necessidades sem comprometer o bem-estar do planeta (Roma, 2019). 

O desenvolvimento sustentável é frequentemente representado por três pilares interligados: econômico, social e ambiental. Isso significa que o crescimento econômico deve ser equitativo, socialmente justo e ecologicamente responsável (Roma, 2019). 

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas elaborou uma Agenda 2030, que inclui 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)  (Silva et al. 2018).

Imagem 5 –  Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Fonte:  ONU, 2019.

Imagem 6 –  Cascos de navios

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2022/11/30/cemiterio-de-navios-na-baia-de-guanabara-setorna-tema-de-audiencia-publica

A sustentabilidade envolve o reaproveitamento e o manejo responsável dos resíduos, evitando o acúmulo de materiais ricos e a poluição dos ecossistemas. No caso dos cascos de navios abandonados, a reciclagem dos metais e o desmonte controlado são práticas que exigem a necessidade de remoção de novos recursos minerais e minimização do impacto ambiental dos resíduos tóxicos (Misse filho; Michel, 2020). 

Imagem 7 – Cascos na baía de Guanabara

Fonte: Google.  

A sustentabilidade também engloba aspectos sociais e econômicos, incentivando o desenvolvimento de comunidades locais por meio de oportunidades de emprego e qualificação. As soluções sustentáveis para o manejo de cascos abandonados podem gerar postos de trabalho nas áreas de reciclagem, engenharia ambiental e restauração de ecossistemas. Além disso, uma baía revitalizada impulsiona o turismo, o que beneficia a economia local e melhora a qualidade de vida das comunidades (Dória, 2017). 

Imagem 8 – Navios abandonados

Fonte: google 

A Baía de Guanabara é declarada área de conservação permanente, o que significa que seus recursos hídricos, meio ambiente, estabilidade geológica e a biodiversidade devem ser protegidos. Na ação, ajuizada no início do ano, o MPF já defendeu a necessidade de ação urgente das autoridades competentes, incluindo Marinha, Ibama e Inea, para retirada dos cascos. Também apelou à implementação de várias medidas de mitigação (Misse filho; Michel, 2020). 

A retirada das embarcações abandonadas da Baía de Guanabara representa um passo importante na redução da poluição local e na proteção da biodiversidade. Segundo o biólogo e mestre em ecologia Mario Moscatelli, o principal problema ambiental dessas embarcações é a liberação de produtos contaminantes, como óleo e combustíveis, que acabam se infiltrando nas águas da baía e causando impactos devastadores à biodiversidade e à saúde das comunidades que dependem. esse ecossistema (Dória, 2017).  

Essas embarcações, muitas vezes chamadas de “navios-fantasmas”, têm um efeito contínuo de manipulação, pois, com o tempo, passam a liberar não apenas combustíveis, mas também metais pesados e resíduos industriais, comprometendo a qualidade da água e os sedimentos. Esses contaminantes, além de afetarem diretamente a vida marinha, podem ser afetados pela cadeia alimentar, causando prejuízos às espécies de peixes e mariscos e colocando em risco o trânsito em locais que consomem esses alimentos (Bueno, 2020). 

A presença desses navios abandonados também representa um risco econômico e social para a região. A poluição causada pela pesca artesanal, uma fonte de subsistência importante para muitas famílias, além de evitar o turismo, setor essencial para a economia local. Além disso, a aparência visual degradante dos navios contribui para a sensação de abandono e descuido em relação a um patrimônio natural tão importante quanto a Baía de Guanabara. 

Para além da remoção das embarcações, é essencial que sejam adotadas políticas públicas que impeçam o descarte futuro de novos navios na baía. O incentivo a práticas de desmantelamento seguro, descontaminação dos cascos e reciclagem dos materiais também são fundamentais para que o impacto ambiental seja limitado e para que a baía possa ser recuperada de forma sustentável (Misse filho; Michel, 2020). 

A remoção desses “navios-fantasmas” e a gestão ambiental eficiente para devolver à Baía de Guanabara seu valor ecológico e econômico, tornando-a novamente um espaço de vida marinha abundante e de uso seguro para as comunidades locais (Dória, 2017). 

3. METODOLOGIA  

A metodologia aplicada foi um  estudo de caso utilizado como método de investigação, focando-se na análise profunda e detalhada de uma situação específica, permitindo compreender as dinâmicas envolvidas e identificar fatores e contextos que influenciam os resultados. Esta metodologia é amplamente recomendada para estudos que buscam uma compreensão detalhada de especificações complexas em seu contexto real. Para esta pesquisa, o estudo de caso será aplicado com os seguintes procedimentos. 

O caso foi escolhido com base em sua relevância e representatividade para o tema de estudo. Em geral, essa escolha foi  feita a partir de critérios específicos, como o perfil da instituição, a disponibilidade de informações e a relevância do contexto para os objetivos do estudo. O caso selecionado permitiu uma análise aprofundada dos elementos centrais da pesquisa, refletindo situações que possam ser aplicadas em contextos mais amplos. 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Para evitar a formação de novos cemitérios de navios, é essencial implementar políticas rigorosas de monitoramento e fiscalização sobre o descarte de embarcações na baía. O desafio de solucionar o problema dos navios abandonados na Baía de Guanabara exige um esforço coordenado entre governo, setor privado e sociedade civil. Abordagens de sustentabilidade, como o reaproveitamento de materiais, a criação de recifes artificiais e a descontaminação segura dos cascos, não apenas oferecemos soluções práticas, mas também fortalecem o ecossistema local e promovem benefícios 

Além disso, é fundamental a implementação de políticas de monitoramento e controle contínuo para evitar novos descartes, complementadas por iniciativas de conscientização e educação ambiental. Enfrentar essa questão não só contribui para a restauração da Baía de Guanabara como patrimônio natural, mas também traz a oportunidade de transformá-la em um exemplo de sustentabilidade e respeito. 

Com uma abordagem responsável e sustentada, é possível devolver a Baía de Guanabara à sua comunidade e à vida marinha, resgatando seu papel essencial na cultura, na economia e no equilíbrio ambiental. 

5. REFERÊNCIAS

ALVES, Francisco Edson. Baía de Guanabara se transforma em cemitério de navios. Disponível em . Acesso em 18/07/2015. 

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1Especialista em Gestão Pública e Doutorando em Ciências Empresariais e Sociais pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales – UCES –
Buenos Aires – Argentina