EFICÁCIA E SEGURANÇA DA SEMAGLUTIDA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 

EFFICACY AND SAFETY OF SEMAGLUTIDE IN THE TREATMENT OF OBESITY: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202505172020


Adelina Feitosa Nogueira Moreira1; Cibelle Aparecida Felix Gonçalves1; Adrielly Regina Dantas Gomes1; Clarice da Silva Costa1; Nayron Micael da Silva Santos1; Iana Bantim Felício Calou2 


RESUMO 

A obesidade é uma enfermidade complexa e multifatorial. Seu tratamento tem como base  mudanças no estilo de vida, através de uma alimentação equilibrada e da prática regular de  atividades físicas. Entretanto, esse é um processo longo, gradual e de difícil adesão e com taxas de reganho de peso consideráveis. Diante desse cenário, a busca por tratamentos farmacológicos  eficazes e duradouros é incessante. Nas últimas décadas as incretinas ganharam destaque no  tratamento para diabetes tipo dois e, mais recentemente, no tratamento da obesidade e do  sobrepeso associado a fatores de risco. A semaglutida um agonista do receptor do GLP-1  (peptídeo semelhante ao glucagon 1), atua estimulando a liberação de insulina e inibindo a  liberação de glucagon, além de reduzir a velocidade do esvaziamento gástrico, o que promove  maior sensação de saciedade, levando a uma redução significativa do apetite com consequente  perda de peso. Como todo medicamento, pode causar efeitos adversos, principalmente no início  do tratamento, como sintomas gastrointestinais, considerados leves a médios e passageiros. Esta  revisão integrativa, visa discutir a eficácia, segurança e perspectivas do uso da semaglutida na  obesidade. Ensaios clínicos aqui apresentados demonstraram perda significativa de peso, com  boa tolerância e efeitos adversos leves e transitórios. Sendo considerada uma terapia eficaz não só na perda de peso, mas também trazendo benefícios cardiovasculares, físicos e metabólicos.  Apesar de sua eficácia e boa tolerabilidade, a semaglutida deve ser complementar às abordagens  tradicionais.  

Palavras-chave: Tratamento. Perda de peso. Semaglutida. Obesidade. Revisão bibliográfica.

1. INTRODUÇÃO 

A obesidade é uma doença crônica multifatorial que afeta mais de 650 milhões de  pessoas no mundo, tendo sua prevalência triplicada desde 1975 (WHO, 2021) e está associada  a complicações físicas e mentais (Ortega, et al., 2016). Sabe-se que perdas de peso de 5% da  massa corporal ou mais ajudam a amenizar tais complicações de forma significativa, com  perdas maiores resultando em maiores benefícios à saúde. Mudanças no estilo de vida com foco  da atividade física e na alimentação balanceada continuam sendo a terapia primária, não  obstante perdas de peso duradoura e clinicamente significativa apenas com intervenção no estilo  de vida tem sido desafiador (Wadden et al.,2020), uma vez que perdas de peso abaixo do ideal  e reganho de peso aconteçam constantemente neste tipo de abordagem (Chao et al., 2021). 

Diante deste cenário, os medicamentos utilizados no manejo do peso na obesidade  apresentam grande importância e destaque ao ajudarem aqueles pacientes que exibem  dificuldades em perderem ou manterem a perda mesmo após mudança dos hábitos de vida. Em  média, após um ano de tratamento medicamentoso prescrito como parte de um programa de  mudança de estilo de vida, adultos perdem de 3 – 12% mais peso do que os que não fizeram uso  de medicação, podendo alcançar perdas superiores a 10% do peso inicial (Yanovski; Yanovski,  2021). 

Dentre as opções medicamentosas disponíveis, os agonistas dos receptores GLP-1ª tem  ganhado destaque por sua eficácia e segurança. Os agonistas do GLP-1RAs são análogos das  incretinas que promovem controle da glicemia através do aumento da secreção de insulina  glicose-dependente, aumentando a resistência à insulina, diminuindo o esvaziamento gástrico,  inibindo a liberação de glucagon e reduzindo o apetite (Shu et al., 2022). 

A semaglutida, representante desta classe , tem sido extensamente utilizada no  tratamento do diabetes tipo 2, tendo meia vida de aproximadamente uma semana, seu uso foi  aprovado pelo FDA em 2017, sendo utilizada uma administração semanal por dia subcutânea  (FDA, 2017). Em Janeiro de 2020 o FDA expandiu a indicação para diabéticos com risco  cardiovascular, quando os estudos demonstraram uma redução considerável do risco  cardiovascular entre os usuários de semaglutida quando comparados ao placebo (FDA, 2020). 

Em 2021 o FDA aprovou a utilização do medicamento no manejo do peso de pacientes obesos  ou com sobrepeso. A dose inicial é de 0,25mg, administrados por via subcutânea semanalmente,  aumentando a dose a cada 4 semanas até atingir a dose de 2,4mg/semana (Chao et al, 2023). 

Este trabalho de revisão tem por objetivo sintetizar informações de estudos clínicos  assim como de estudos teóricos e pré-clínicos sobre a efetividade e segurança da semaglutida  no manejo do peso em pacientes com obesidade.  

2. METODOLOGIA  

Esse estudo consiste em uma revisão de literatura do tipo integrativa, sem intenção de  esgotar o assunto tendo em vista o caráter recente da liberação da droga para este fim e a  observação ativa e constante da fase de farmacovigilância, mas objetivando pôr luz ao que se  sabe até o momento sobre a eficácia e segurança da semaglutida no tratamento da obesidade,  assim como identificar lacunas existentes nos estudos através da revisão das teorias e das  metodologias empregadas.  

2.1 Estratégia de busca 

Foi realizada ampla busca na literatura em bases de dados eletrônicas. As bases de dados  eletrônicas utilizadas para a identificação dos estudos foram: MEDLINE (PubMed), SciELO e  CAPES. Os descritores utilizados na busca foram: “SEMAGLUTIDE” AND “OBESITY”  AND “CLINICAL TRIALS”. A estratégia de busca elaborada para cada base de dados incluiu  termos controlados e não controlados referentes à condição, à intervenção e ao tipo de estudo.  A lista de referências dos estudos incluídos e de revisões relevantes foi examinada para  identificar possíveis estudos não recuperados nas bases de dados.  

2.2 Seleção de estudos 

Inicialmente, os registros identificados foram combinados no Excel e, em seguida, os  duplicados foram excluídos. Foram considerados duplicados todos os registros que  apresentaram o mesmo título, nome do jornal, volume, número de edição e páginas. A seleção  de estudos foi realizada em duas fases. Na primeira fase, foi feita a triagem de títulos e resumos  das referências restantes. As referências foram codificadas como “potencialmente elegíveis” ou  “excluídas” com base nos critérios de inclusão. A segunda fase consistiu na leitura na íntegra  de todos os registros codificados como “potencialmente elegíveis” na primeira fase, para  confirmação de que atendiam aos critérios de inclusão.

Os estudos foram incluídos nesta revisão se atenderam a todos os seguintes critérios de  elegibilidade: (1) Ensaios clínicos controlados randomizados; (2) Todos os indivíduos adultos  com um diagnóstico clínico de obesidade usando uma definição clínica bem estabelecida, sem  restrições quanto ao ambiente, estágio da doença ou presença de outros problemas médicos; (3)  Intervenção experimental com semaglutida isoladamente; (4) O grupo controle adotado foi  placebo, outras terapias não medicamentosas ou nenhuma intervenção; (5) Acesso aberto, texto  completo. 

Os estudos foram excluídos da revisão caso não atendessem aos seguintes critérios:  estudos observacionais, de coorte ou não randomizados. Além disso, foram excluídos estudos  que envolveram populações que não apresentaram diagnóstico clínico de obesidade e/ou  sobrepeso com co-morbidades. Também foram excluídos estudos que não envolveram a  semaglutida como intervenção experimental, seja isolada ou em combinação com outras  terapias.  

2.3 Extração de dados 

A extração de dados dos estudos clínicos incluídos foi realizada por uma revisora  independente usando um formulário de extração de dados padrão que foi elaborado para uso  nesta revisão. As divergências foram resolvidas por consenso ou discussão com um segundo  pesquisador. O formulário foi testado antes da execução desta etapa da revisão. Foram extraídos  os seguintes dados: (1) Detalhes da publicação; (2) Critérios de elegibilidade do estudo; (3)  Detalhes do estudo (por exemplo, objetivo, desenho do estudo, método de randomização, local  do estudo, datas de início e término); (4) Características dos participantes (por exemplo,  critérios de inclusão e exclusão, número de participantes, idade, sexo, critérios diagnósticos,  gravidade, outros problemas médicos, ambiente do estudo); (5) Descrição da intervenção e  comparador (por exemplo, dose medicamentosa, duração do tratamento, frequência, número de  participantes randomizados para grupos, co-intervenções, intervenção de controle); (6) Dados  de resultados (por exemplo, dados numéricos, como médias e desvios-padrão, instrumentos  usados para avaliar resultados de interesse, momentos de avaliação de resultados, desistências  e motivos para desistência); (7) Dados de reações adversas ou colateralidades da terapia com a semaglutida.  

3. RESULTADOS  

A pesquisa recuperou 282 registros em bases de dados, desses foram excluídos 42 que  estavam duplicados. Após a triagem de títulos e resumos, excluímos 177 registros e obtivemos  o texto completo dos 63 registros restantes. Através da leitura do texto completo realizamos a 

exclusão adicional de 49 relatórios, por falta de informações necessárias para a pesquisa e  incongruência na metodologia. Finalmente, foram incluídos 14 estudos, como demonstrado na  figura 1.  

Figura 1: Fluxograma

Fonte: Produzido pelos autores

As características dos estudos incluídos estão resumidas na Tabela 1. Os estudos foram  publicados entre 2019 e 2024. A idade dos participantes varia entre 18 e 80 anos, com a média  sendo de aproximadamente 47 anos. A distribuição de sexo varia entre os estudos. Em alguns,  há uma predominância de mulheres, como no Estudo 1, onde 71% dos participantes eram do  sexo feminino, e outros com predominância masculina, como no Estudo 3, onde 72,3% eram  homens. 

O tamanho da amostra varia de estudo para estudo, com alguns estudos incluindo mais  de 17.000 participantes (Estudo 3), enquanto outros possuem amostras menores, como o Estudo  8, com 72 participantes. Todos os estudos utilizam administração subcutânea. As doses  administradas seguiam um certo padrão entre os estudos, onde foram utilizadas doses variadas,  começando de 0,25 mg e aumentando até 2,4 mg por semana, com diferentes combinações (0,25  mg, 0,5 mg, 1 mg, 1,7 mg, e 2,4 mg).  

A duração do tratamento variou de 16 a 104 semanas, com a maior parte dos estudos  tendo uma duração de 52 a 68 semanas. O Estudo 11 teve duração mais curta, com 16 semanas,  enquanto o Estudo 3 teve a maior duração, com 104 semanas de tratamento ativo e mais 104 de  observação. O controle dos estudos foi principalmente placebo, mas houve também comparações com outros medicamentos, como a liraglutida no Estudo 7 e estudo 9 e o  survodutide no Estudo 11.

Tabela 1: Dados exportados dos artigos

Fonte: Produzido pelos autores 
Legenda: ≥: maior igual a que; Me: média; ±: desvio padrão; F: feminino; M: masculino; Sema: semaglutida; PBO: placebo; lira: Liraglutida; Tot: total; mg:  miligrama; sem.: semana: obs.: observação; surv: survodutide; PP: perda de peso; vs.: versos; EAs: eventos adversos; PPPP: proporção de participantes com  perda de peso; 

A magnitude da perda de peso foi particularmente significativa em estudos com doses  de 2,4 mg semanais de semaglutida, sendo observadas reduções de até 16% do peso corporal  após 68 semanas de tratamento, como no estudo 13. Essas reduções são consideráveis quando  comparadas a estudos que utilizaram placebo, nos quais a perda de peso foi, no máximo, 5,7%,  como mostrado também no estudo 13. 

Quando comparada com outras terapias para perda de peso, como a liraglutida, a  semaglutida também se destacou. Em um estudo de 68 semanas (estudo 7), a semaglutida levou  a uma perda de peso de 15,8%, significativamente superior aos 6,4% observados com a  liraglutida. Esses dados reforçam a superioridade da semaglutida no controle do peso, mesmo  em relação a medicamentos com mecanismos de ação semelhantes. 

É importante notar que a dose de semaglutida tem um impacto direto nos resultados.  Nos estudos que utilizaram doses progressivamente maiores (de 0,25 mg a 2,4 mg), as reduções  de peso foram mais expressivas. A utilização de uma dose menor pode resultar em efeitos  adversos mais leves, mas com uma eficácia proporcionalmente reduzida. Isso sugere que a  personalização da dosagem é essencial para equilibrar a eficácia e a tolerabilidade do  tratamento, garantindo o melhor resultado para o paciente. 

A duração do tratamento desempenhou um papel crucial nos resultados. Os estudos de  maior duração mostraram perdas de peso mais acentuadas e sustentadas. Por exemplo, o estudo  de 208 semanas (estudo 3) indicou uma perda de peso de 10,2% com a semaglutida, enquanto  o placebo gerou apenas 1,5% de perda. Esse estudo, além de sua longa duração, também  envolveu uma gradual titulação da dose, o que permitiu que os participantes se adaptassem  melhor aos efeitos do medicamento, resultando em uma eficácia aumentada ao longo do tempo.  A adaptação gradual também foi um fator importante para minimizar os efeitos adversos  gastrointestinais, comuns nas primeiras semanas de tratamento. 

Os eventos adversos foram comuns nos estudos que utilizaram semaglutida,  principalmente efeitos gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia e constipação. A  frequência desses efeitos adversos foi maior no início do tratamento, diminuindo ao longo do  tempo. A náusea é o efeito adverso mais prevalente (observada em 53,3% dos participantes no  estudo 6) e embora a maioria dos eventos adversos tenha sido de baixa a moderada intensidade  e de curta duração, a taxa de desistência devido a esses eventos foi mais alta em comparação ao  placebo. Nos estudos, a taxa de descontinuação é mais notável nos estudos com maior duração  e maior dose, como no estudo 3 (16,6%). Isso sugere que a dosagem mais alta de semaglutida  e a exposição prolongada aumentam o risco de efeitos adversos, que podem levar à descontinuação do tratamento. No entanto, os efeitos adversos gastrointestinais tendem a ser  transitórios, com a maioria dos participantes se ajustando ao tratamento ao longo do tempo. Em contraste, a taxa de descontinuação no grupo placebo foi consistentemente menor,  variando de 2,9% a 8,2%. Isso pode ser interpretado como uma indicação de que, embora o  placebo não ofereça os mesmos benefícios no controle do peso, os pacientes não estão expostos  aos efeitos adversos associados ao tratamento ativo. No estudo 5, por exemplo, 4,5% dos  participantes do grupo de semaglutida descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos  gastrointestinais, como náuseas e diarreia, enquanto apenas 0,8% do grupo placebo  interromperam o tratamento por esse motivo. Isso demonstra que, embora os efeitos adversos  possam ser transitórios, sua incidência pode ser um fator limitante para a adesão ao tratamento.  

4. DISCUSSÃO  

A perda sustentável de peso é sabidamente um desafio, uma vez que se trata de um  processo complexo que envolve mudanças consistentes na dieta, na atividade física além de  alterações comportamentais visando uma melhora na qualidade de vida e na saúde mental  (Sarwan et al., 20024). O desenvolvimento de terapias para controle de peso e obesidade tem  sido periodicamente prejudicado por questões de segurança, devido à indução ao risco de  aumento de ou cardiovasculares levando à retirada de medicamentos do mercado (Drucker,  2025.) 

Desde o início do século XX os hormônios semelhantes a secretina e hormônios  intestinais, em geral, têm sido amplamente estudados, sabendo-se hoje que os mesmos estão  envolvidos na regulação da fome, da saciedade, da motilidade intestinal e da função de barreira  e imunológica intestinal, bem como na absorção, digestão e assimilação da energia ingerida.  Dentre esses hormônios, estão as incretinas: GIP (originalmente “polipeptídeo inibitório  gástrico”, posteriormente renomeado “polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose”) e  GLP-1 (“peptídeo semelhante ao glucagon 1”) (Rehfeld, 2018). 

Os estudos do GLP-1 demonstraram que o mesmo possui atividade insulinotrópica  marcante, diminui a liberação pancreática de glucagon, neutraliza a hiperglicemias, ativa os  mecanismos de saciedade, contribui para perda de peso, além de diminuir o risco cardíaco, se  tornando um ótimo agente para o tratamento do diabetes tipo 2 (Creutzfeldt et al., 1996). A  busca por medicamentos que mimetizam as ações do GLP-1 nativo para o tratamento do  diabetes tipo 2 foi desafiada pela rápida degradação e depuração do GLP-1 nativo, juntamente com a indução de náuseas, diarreia e vômitos quando uma grande quantidade de GLP-1 era  infundida rapidamente (Drucker, 2025.) 

O desenvolvimento da semaglutida, pertencente a classe medicamentosa de análogos de  GLP-1, foi motivado pelo desejo de melhorar a qualidade de vida e adesão ao tratamento de  pacientes com diabetes tipo 2 através de um medicamento que exigisse apenas uma aplicação  semanal, por meio de sua maior taxa de ligação à proteínas plasmáticas, maior estabilidade e  meia vida de aproximadamente uma semana, tendo sido liberado para este fim em 2019 pelo  FDA (Montalván et al., 2022). 

Estudos pré-clínicos indicam que a semaglutida pode acessar áreas do cérebro envolvidas  na regulação do apetite, sugerindo o envolvimento do sistema nervoso central na perda de peso  induzida por este medicamento. Nestes estudos ainda foi possível observar um efeito positivo  adicional representado pela perda de peso em roedores sem a diminuição do gasto energético  dos mesmos, por meio de efeitos nas vias neurais homeostáticas aumentando a sensibilidade à  leptina e diminuindo os sinais orexígenos, (alterando o controle do apetite, fome e saciedade)  (Martins et al., 2023) e hedônicas (escolha alimentar, controle) (Gabery et al., 2020).  

A observação dos usuários diabéticos, levou a constatação de que o fármaco induz perda  de peso superior à observada nos demais agentes da mesma classe (Knudsen & Lau, 2019), o  que motivou ensaios clínicos que avaliassem a sua eficácia na perda de peso de pacientes  obesos, independentemente de serem diabéticos ou não (Andrade et al. 2022). 

Os estudos STEP (Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity), são uma série  de ensaios clínicos que investigaram a eficácia e segurança da semaglutida no tratamento do  sobrepeso e obesidade em vários contextos e populações. Ainda que tenham sido os  responsáveis pela aprovação e liberação da comercialização para este fim, não são únicos tendo  sido corroborados ou confrontados por diversos outros, realizados na fase 4, após  comercialização do fármaco, como observado nesta revisão.  

Esta revisão arrolou 14 estudos. É importante citar que entre eles há uma variabilidade  importante quanto ao tempo de tratamento com a semaglutida, o tipo de tratamento comparador  (ainda que a maioria tenha sido o placebo), comorbidades dos participantes, localidade dos  participantes e desfechos secundários (melhora da qualidade de vida, da dor artrítica, entre  outros). Vale ressaltar, porém, que os participantes selecionados em todos os estudos deveriam  ter passado por, no mínimo, uma tentativa frustrada de perda de peso.  

Os estudos apresentaram tempo de duração do tratamento com a semaglutida, variando de  20 à 104 semanas, com a maioria tendo duração de mais de 50 semanas. A escolha por períodos  mais prolongados de tratamento se embasa na observação de que o efeito da semaglutida atinge um máximo , entrando em um platô, em aproximadamente 65 semanas. Os percentuais de perda  de peso foram igualmente variáveis, indo de 9,6% (Davies et al., 2021) à 16% (Wadden et al.,  2021), para os tratamentos com aplicação semanal de 2,4mg de senaglutida. 

Uma perda de peso superior a 5% do valor do peso de base é amplamente utilizada como  critério determinante de resposta clínica significativa para agentes antiobesidade. Já perdas  superiores, como 10 ou 15% do peso de base têm sido recomendadas para pessoas com  obesidade associada a complicações como diabetes, hipertensão e apneia do sono (Bessesen;  VanGaal, 2018).  

Em todos os estudos analisados, a semaglutida atinge os objetivos de eficácia clínica,  superando na maior parte das vezes, perdas superiores a 10% do peso de base. Alguns estudos,  inclusive, apontam um percentual que chega a 20% de perda referente ao peso inicial como  observado em alguns participantes do STEP 1. Essa eficácia se aproxima a de estratégias  invasivas, como a cirurgia bariátrica, que promove, dentro de 1 a 3 anos, perdas de peso que  variam de 20 a 30% do peso inicial (Maciejewski et al., 2016). Esses valores são muito  superiores aos 4-10,9% de perda de peso conseguidos pelas demais medicações contra  obesidade já aprovadas (ADA, 2020). 

Várias razões podem estar envolvidas na variação de perda de peso, mesmo entre estudos  com mesmo duração. Estudos que, associado ao tratamento com a semaglutida, investiram em  terapia comportamental mais intensa e próxima com intervenções no estilo de vida como metas  de atividade física semanal e dietas com déficit energético, apresentaram melhor efeito que os  estudos que não disponibilizaram esse suporte. Outro ponto que acaba gerando variações na  perda de peso vem da variável participante, já tendo sido observado que mulheres, brancas, com  IMC elevado são as que mais perdem peso com a terapia (Rayan et al., 2024), e esta era a  característica dos participantes randomizados na maioria dos estudos.  

É importante citar, que alguns estudos possibilitaram reajuste de dose em pacientes que  não suportavam, devido aos efeitos adversos, principalmente gastrointestinais, a dose completa,  preconizada. A estes indivíduos a dose de 1,7mg/semana era ofertada e os mesmos  permaneciam no estudo, alterando, obviamente, os parâmetros que determinam a eficácia do  medicamento. A idade e a classe social também são fatores de variabilidade que podem  contribuir para o perfil da eficácia da droga (Xu et al., 2024). Sempre existe variabilidade na  resposta terapêutica e na tolerância aos fármacos, sendo esse um aspecto importante no manejo  da obesidade (Petersen et al.,2021).

O estudo SELECT (Ryan et al., 2024) oferece a oportunidade de avaliar a eficácia da  semaglutida em uma população geográfica e racialmente diversa. O estudo englobou os dois  sexos, todas as raças e tamanhos de corpo, contendo 8.802 usuários de semaglutida  2,4mg/semana mais 8.802usuários de placebo randomizados em 41 países diferentes ao longo  de 208 semanas, representando o maior estudo clínico de eficácia contra obesidade já realizado  com a semaglutida. Na semana 104, 67,8% dos usuários de semaglutida havia perdido 5% do  peso, 22% haviam perdido 15% e mais de 430 usuários , representando 4,9% dos participantes,  haviam perdido 25% do seu peso, demonstrando claramente a eficácia da aplicação de 2,4mg  de semaglutida semanalmente na perda e controle do peso.  

Ainda que os resultados obtidos com a semaglutida sejam , de fato, animadores, como em  qualquer outro método utilizado para emagrecimento, o tratamento atinge um platô, depois do  qual perdas adicionais de peso não são alcançadas sem que para isso haja uma modificação do  programa. As estratégias que envolvem dieta e mudanças nos hábitos de vida, geralmente  atingem um platô na perda de peso em 24 semanas (Garvey et al., 2016). Os ensaios clínicos  com a semaglutida apontam que esse platô é alcançado mais tardiamente, na 65º semana (Ryan  et al., 2024), em consonâncias com outros métodos farmacológicos de emagrecimento que  atingem o platô em 12 meses de uso (Hall, 2024). O platô na perda de peso é determinado por  fatores fisiológicos, genéticos, psicológicos e ambientais e resulta de uma adaptação metabólica  diante do déficit energético persistente (Sarwan et al., 2025). Entretanto, os estudos de mais  longa duração, como o STEP 5 (104 semanas) e o SELECT, 208 semanas, demonstraram que  é possível sustentar a perda de peso após o atingimento do platô, corroborando com o  entendimento de que a semaglutida deve ser utilizada de forma ininterrupta, como qualquer  tratamento farmacológico para doenças crônicas.  

Outro problema recorrente no tratamento da obesidade é o reganho de peso. O que também  foi observado após a interrupção do tratamento com a semaglutida. Participantes dos estudos  STEP 1 e STEP 4 apresentaram reganho de peso e perda do benefício cardiovascular e sobre a  glicemia após a interrupção do tratamento (semaglutida 2,4mg/semana) (Wilding et al., 2022;  Rubino et al., 2021). Tais observações destacam a natureza crônica e recorrente da obesidade  que também tem sido observada em intervenções de mudança de estilo de vida, outras terapias  farmacológicas e na cirurgia bariátrica (Castro et al., 2018). Portanto, para além da  compreensão e evidências sobre efetividade e segurança da terapia, precisa-se entender se e/ou  como os benefícios são mantidos e quais são aqueles perdidos após a interrupção do tratamento.  De forma anedótica, no STEP 5, alguns pacientes em uso de semaglutida ganharam peso, e mesmo considerando erros que possam ter ocorrido de não administração de doses, o fato é que  a proporção de ganho de peso foi maior no grupo semaglutida do que no grupo placebo,  evidenciando o carácter complexo e multifatorial dos mecanismos envolvidos na perda de peso  que sempre deve ser levado em consideração ao se observar a variabilidade de resposta dos  indivíduos a um mesmo tratamento (Garvey et al., 2022). 

O perfil de segurança e tolerabilidade da semaglutida é muito semelhante entre os estudos,  sendo os eventos adversos no sistema digestivo os mais frequentes (náusea, vômito e diarreia)  com intensidade geralmente de leve a moderada, com tendência a desaparecer com o tempo  (Kushner et al., 2020). No STEP 10 , dois participantes do grupo da semaglutida foram  diagnosticados com neoplasias malignas, o que também foi observado entre usuários de  semaglutida em outros estudos como no STEP 2 (5 PARTICIPANTES), STEP 3 (3  PARTICIPANTES), entre outros estudos. É importante pontuar que, em todos os estudos, os  pesquisadores admitiram que não havia relação entre a neoplasia maligna e a semaglutida mas  que, a maioria dos estudos onde se identificou esse efeito adverso grave, o patrocínio vinha da  indústria farmacêutica, podendo ser considerado um conflito de interesse. Na contramão desses  estudos, SELECT (o estudo número 3 desta revisão), que apresentou maior duração de  tratamento e maior número de pacientes arrolados, não apresentou aumento do risco de câncer  advindo do uso do fármaco e uma revisão sistemática com metanálise dos estudos  randomizados já realizados, também não encontrou associação entre o uso de semaglutida com  qualquer tipo de câncer (Nagendra et al., 2023). No estudo SELECT (Rayan et al., 2024), era  maior quanto menor fosse o IMC dos participantes ao que se atribuiu questões culturais e  motivacionais. Em geral, os estudos observam um aumento no número de casos de colelitíase  entre os usuários de semaglutida, o que já havia sido observado com outros agonistas do GLP 1 (Nauck et al., 2019), mas que também é consistente com a perda de peso rápida (Quesada et  al., 2010). 

O pouco tempo de uso da semaglutida no tratamento da obesidade permite afirmar que, a  curto prazo, a medicação é segura e bem tolerada, principalmente se, no início do tratamento,  for feito o escalonamento da dose. Não obstante, os estudos de farmacovigilância devem  continuar, a fim de que se conheça melhor os aspectos relacionados à sua segurança de longo  prazo.  

Para além dos aspectos de eficácia e segurança, a semaglutida está no meio de um  importante e preocupante movimento cultural, impulsionado pela indústria da beleza e do culto  aos corpos perfeitos, que envolve automedicação e uso indevido da medicação, falsificações e utilização off-label, (Chiappini et al., 2023). Diferentemente dos demais análogos do GLP-1- RA, a semaglutida parece estar associada a níveis significativamente mais elevados de (I)  abuso, (II) problemas de utilização intencional do produto e (III) utilização sem receita médica.  A despeito de não ter sido relatado na literatura médica, estes fatos são totalmente consistente  com a vasta gama de reportagens de revistas e jornais anedóticas e não confirmadas (BBC  News, 2023; The Independent, 2023; The Guardian, 2023; Valdesolo, 2023; Orsolini et al,  2015; Zaprutko et al., 2022; Chiappiniet et al., 2023) 

Em Março de 2023, a Agência Nacional Francesa para a Segurança de Medicamentos  anunciou níveis de “vigilância reforçada” para a semaglutida (Le Monde, 2023), movimento  que deve ser seguido por todos os centros de farmacovigilância dos países que aprovaram sua  utilização a fim de que se consiga promover seu uso racional, afastando a população de riscos  indevidos e desnecessários movidos por razões outras que não a busca por uma melhor saúde e  qualidade de vida. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Os estudos clínicos que avaliaram a eficácia da semaglutida conseguiram demonstrar  sua superioridade na perda de peso perante as outras alternativas farmacológicas, apresentando,  ainda, bom perfil de segurança e tolerabilidade. Os benefícios advindos do uso da semaglutida  são superiores a perda peso, diminuindo a glicemia, o risco cardiovascular, as dores artríticas,  aumentando, consequentemente, a qualidade de vida dos usuários. A observação de reganho de  peso e perda dos benefícios adicionais após interrupção do tratamento com a semaglutida  destacam o caráter crônico da obesidade assim como a necessidade de observação dos efeitos  da droga utilizada de forma contínua, avaliando também, dessa forma, os riscos decorrentes da  utilização de longo prazo. 

REFERÊNCIAS 

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1Discentes do Curso Superior de Nutrição da Universidade Federal do Piauí Campus CSHNB e-mail:  adelinafeitosanmoreira@ufpi.edu.br;cibelle.goncalves@ufpi.edu.br;adrielly.dantas@ufpi.edu.br;  clarice.costa@ufpi.edu.br; nayron.santos@ufpi.edu.br

2Docente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Federal do Piauí Campus CSHNB. Doutora em  farmacologia. e-mail: ianabantim@ufpi.edu.br