EFICÁCIA DO TREINO DE EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO MOTORA EM PACIENTES IDOSOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505160843


Leonilson Porpino da Cruz¹; Utemberg Sousa Ferreira²; Miriam Stefany Silva Guedes³; Gislaine Rodrigues⁴; Laura de Moura Rodrigues; Fabrício Vieira Cavalcante.


RESUMO

O envelhecimento está associado a declínios na função motora, aumentando o risco de quedas e comprometendo a autonomia dos idosos. Diante desse cenário, a presente pesquisa, de caráter bibliográfico, tem como objetivo avaliar a eficácia do treino de equilíbrio e coordenação motora em pacientes idosos. Estudos indicam que programas de exercícios voltados para esses aspectos promovem melhorias significativas na estabilidade postural, na capacidade funcional e na qualidade de vida dos idosos. Estratégias como atividades proprioceptivas, fortalecimento muscular e reabilitação neuromotora são amplamente recomendadas para minimizar os impactos da idade sobre o sistema locomotor. Além disso, a literatura evidencia que a prática regular desses treinamentos reduz a incidência de quedas e favorece a independência dos idosos. Conclui-se, portanto, que o treino de equilíbrio e coordenação motora é uma intervenção eficaz e fundamental para a promoção da saúde e do bem-estar na terceira idade.

Palavras-chave: equilíbrio, coordenação, envelhecimento, reabilitação

ABSTRACT

Aging is associated with declines in motor function, increasing the risk of falls and compromising the autonomy of the elderly. Given this scenario, this bibliographical research aims to evaluate the effectiveness of balance and motor coordination training in elderly patients. Studies indicate that exercise programs focused on these aspects promote significant improvements in postural stability, functional capacity and quality of life in the elderly. Strategies such as proprioceptive activities, muscle strengthening and neuromotor rehabilitation are widely recommended to minimize the impacts of aging on the locomotor system. In addition, the literature shows that regular practice of these trainings reduces the incidence of falls and favors the independence of the elderly. Therefore, it is concluded that balance and motor coordination training is an effective and fundamental intervention for promoting health and well-being in old age.

Keywords: balance, coordination, aging, rehabilitation.

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional tem se tornado uma realidade global, trazendo desafios significativos para a saúde pública e para a qualidade de vida dos idosos. Entre as principais preocupações está a redução da capacidade funcional, que inclui alterações no equilíbrio e na coordenação motora, fatores determinantes para a manutenção da autonomia e da independência dessa população. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as quedas representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos, sendo responsáveis por internações prolongadas, fraturas, perda de mobilidade e, muitas vezes, por uma deterioração progressiva do estado físico e mental, afetando diretamente a qualidade de vida e a autonomia dos pacientes.

O aumento da expectativa de vida, embora positivo, demanda a adoção de políticas públicas e ações terapêuticas mais eficazes, voltadas para a promoção da saúde e a prevenção de agravos entre os idosos. Nesse contexto, o papel da fisioterapia tem ganhado destaque, especialmente no que se refere à prevenção e reabilitação de disfunções motoras. A fisioterapia desempenha um papel essencial nesse processo, promovendo um envelhecimento ativo e buscando preservar a capacidade funcional do idoso. Seu objetivo é prevenir os riscos recorrentes de quedas, proporcionando ao idoso mais independência e qualidade de vida. (SOFIATTI, 2021)

O treino de equilíbrio e coordenação motora tem sido amplamente estudado como uma estratégia eficaz na redução do risco de quedas, na melhora da estabilidade postural e na promoção de um envelhecimento ativo e saudável. Estudos apontam que intervenções baseadas em exercícios funcionais, atividades proprioceptivas e programas de fortalecimento muscular são capazes de aprimorar significativamente o controle postural, reduzindo a instabilidade e favorecendo a segurança dos idosos durante a realização de suas atividades diárias (SANTOS et al., 2019).

O treinamento adequado pode proporcionar ganhos expressivos na funcionalidade dos pacientes, contribuindo para um envelhecimento mais autônomo, seguro e ativo. Além disso, considerando o impacto das quedas na saúde física e psicológica dos idosos como medo de cair novamente, depressão, isolamento social e diminuição da autoconfiança, bem como os custos elevados para o sistema público de saúde, torna-se essencial aprofundar os conhecimentos sobre estratégias eficazes de intervenção fisioterapêutica que possam atenuar esses efeitos. (ALMEIDA et al., 2021).

A prática fisioterapêutica, quando pautada em protocolos baseados em evidências, pode gerar resultados muito expressivos em termos de prevenção primária e secundária. Intervenções que utilizam superfícies instáveis, mudanças de direção, treino visual e exercícios com desafios motores progressivos são amplamente recomendadas pela literatura. Essas estratégias visam o aprimoramento da integração sensório-motora e do sistema vestibular, fundamentais para a manutenção do equilíbrio corporal. Além disso, os treinos devem ser planejados de acordo com o nível de independência do idoso, respeitando suas limitações físicas, cognitivas e emocionais, promovendo a adesão ao tratamento e a continuidade da prática mesmo fora do ambiente terapêutico. (MIRANDA, 2024)

Segundo Miranda (2024) outro ponto relevante a ser considerado é que o envelhecimento afeta diretamente a coordenação motora, tornando os movimentos mais lentos e menos precisos. Essa perda funcional pode ser atribuída à diminuição da massa muscular (sarcopenia), à redução da flexibilidade articular e à lentificação dos reflexos motores, dificultando a resposta rápida a estímulos externos. Nesse cenário, o treino de coordenação motora deve ser priorizado, buscando a reprogramação de padrões motores, a melhora da acurácia nos movimentos e a retomada do controle corporal. Exercícios de marcha, de lateralidade, de ritmo e de reação são especialmente indicados, podendo ser adaptados ao ambiente domiciliar, clínico ou coletivo, com ou sem o uso de equipamentos específicos. (OLIVEIRA, 2021).

Este estudo tem, portanto, como objetivo avaliar a eficácia do treino de equilíbrio e coordenação motora em pacientes idosos, buscando evidenciar os benefícios dessa prática na prevenção de quedas e na promoção do bem-estar físico e emocional. A pesquisa se fundamenta em uma revisão bibliográfica, explorando estudos recentes sobre a temática e analisando as principais abordagens terapêuticas utilizadas na reabilitação motora de idosos. A escolha por esse método de pesquisa justifica-se pela ampla produção científica atual sobre o tema, o que permite uma análise crítica e sistematizada das evidências disponíveis.

Serão discutidos os principais conceitos relacionados ao envelhecimento e à fisioterapia geriátrica, abordando os mecanismos fisiológicos envolvidos na perda de equilíbrio e coordenação motora, serão apresentados aspectos do declínio funcional e dos transtornos relacionados à instabilidade postural, com base nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). A análise dos estudos mais relevantes sobre intervenções fisioterapêuticas voltadas para a reabilitação e prevenção de quedas será realizada de forma comparativa, enfatizando os benefícios de diferentes técnicas terapêuticas aplicadas à população idosa.

Espera-se com esta investigação contribuir para o aprimoramento das práticas fisioterapêuticas direcionadas aos idosos, reforçando a importância da avaliação multidimensional e da abordagem interdisciplinar no cuidado com essa população. Acredita-se que, ao evidenciar a eficácia dos treinos de equilíbrio e coordenação motora, este trabalho possa subsidiar novas propostas de intervenção, protocolos clínicos e políticas públicas voltadas para o envelhecimento saudável e ativo no Brasil.

Dessa forma, esta pesquisa não apenas reforça a relevância da fisioterapia como campo essencial na atenção à saúde do idoso, mas também destaca a necessidade de uma atuação preventiva, contínua e centrada na funcionalidade, tendo como foco o prolongamento da independência e da qualidade de vida na terceira idade.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão de literatura com abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, tendo como objetivo central analisar a eficácia do treino de equilíbrio e coordenação motora em pacientes idosos, com foco em sua aplicabilidade para a promoção da saúde, prevenção de quedas e melhoria da funcionalidade. Este método possibilita o aprofundamento teórico a partir de produções científicas já existentes, contribuindo para a sistematização de conhecimentos e a identificação de lacunas que podem nortear futuras pesquisas.

A busca pelos artigos científicos foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed, Google Scholar e PEDro (Physiotherapy Evidence Database). A escolha dessas bases se deu em virtude de sua ampla cobertura de periódicos científicos da área da saúde e ciências do movimento humano, bem como por apresentarem estudos atualizados, revisados por pares e com livre acesso em sua maioria.

Foram utilizados os seguintes descritores em saúde (DeCS) e palavraschave para nortear a busca: “treinamento de equilíbrio”, “coordenação motora”, “idosos”, “atividade física para idosos”, “prevenção de quedas” e “funcionalidade na terceira idade”. Os termos foram combinados entre si, por meio dos operadores booleanos AND e OR, com o intuito de refinar os resultados e garantir maior abrangência temática, sem perder a especificidade necessária à pesquisa.

Os estudos selecionados foram analisados quanto à autoria, ano de publicação, objetivos, metodologia adotada, amostra envolvida, tipo de intervenção realizada e os principais resultados obtidos.

A seleção dos artigos seguiu critérios de inclusão e exclusão bem definidos. Como critérios de inclusão, foram considerados os artigos: (1) publicados entre os anos de 2015 e 2025; (2) escritos em português ou inglês; (3) que abordassem direta ou indiretamente a relação entre o treino de equilíbrio e/ou coordenação motora com a saúde funcional de idosos; e (4) que estivessem disponíveis na íntegra e de forma gratuita. Já os critérios de exclusão envolveram estudos repetidos nas bases, artigos de opinião ou com metodologia não clara, e textos que não apresentassem resultados relacionados à eficácia dos programas de treino físico em idosos.

O período de coleta dos dados ocorreu entre dezembro de 2024 e abril de 2025, sendo refinado em revisões posteriores. A busca inicial resultou em um total de mais de 45 artigos, que, após leitura dos títulos e resumos, passaram por triagem e seleção minuciosa. Desses, 45 artigos foram pré-selecionados para leitura completa. Ao final, foram escolhidos 16 estudos que atenderam plenamente aos critérios estabelecidos e apresentaram consistência metodológica e relevância científica para a temática investigada.

É importante destacar que grande parte dos estudos incluídos envolveu ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e estudos de coorte, considerados de alta qualidade metodológica.

Dentre os 16 artigos selecionados, destacam-se estudos relevantes como os de DE LIZ SOFIATTI et al. (2021), DOS SANTOS (2019), MIRANDA (2025), MENDES et al. (2024), que apresentam evidências robustas sobre os benefícios de exercícios específicos para uma melhora do equilíbrio e da coordenação motora em idosos. Também foi incorporado fonte de dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), que fornecem projeções populacionais e contribuem para contextualizar a relevância do tema frente ao envelhecimento da população brasileira.

A metodologia adotada nesta revisão também levou em consideração o aspecto interdisciplinar da temática, incluindo estudos provenientes da fisioterapia, educação física, fisioterapia geriátrica e políticas públicas em saúde do idoso. Esse caráter multidisciplinar enriquece a análise e amplia as possibilidades de compreensão das práticas de intervenção e prevenção voltadas à terceira idade.

A presente metodologia permitiu não apenas a identificação dos benefícios fisiológicos do treino de equilíbrio e coordenação motora, mas também a compreensão de como esses benefícios podem impactar positivamente a qualidade de vida dos idosos, reduzindo o risco de quedas, otimizando a mobilidade funcional e promovendo o envelhecimento ativo. A análise crítica das evidências embasou as considerações apresentadas na discussão e conclusões deste estudo, reafirmando a importância de programas estruturados de atividade física adaptados às capacidades e limitações do público idoso.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

3.1 FATORES INTRÍNSECOS AO ENVELHECIMENTO

As pessoas com idade igual ou superior a 60 anos são consideradas pessoas idosas, tendo seus direitos regulamentados por meio do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei 4.423/22). Essa população registrou no Brasil 32.113.490 cidadãos em 2022, na segunda apuração do censo do IBGE.

O Brasil avança rapidamente no envelhecimento da população. De Décimo sexto lugar em 1960 o país deve ocupar o sexto lugar mundial em números de idosos até 2025, com destaque para o aumento expressivo na faixa acima dos 80 anos. (MENDES et al., 2016).

O processo de envelhecimento ocasiona diversas alterações fisiológicas nos órgãos e sistemas. Dentre elas destacam-se a diminuição de força muscular, perda de massa óssea, aumento das taxas de gordura no organismo, fraqueza funcional e redução da coordenação, comprometendo a harmonia corporal, tornando o indivíduo idoso mais vulnerável às alterações ambientais. (GUSMÃO; REIS 2017)

Gusmão e Reis (2017) acrescentam que o envelhecimento compromete também a capacidade do sistema nervoso em processar estímulos visuais, proprioceptivos e vestibulares, resultando na diminuição da capacidade de manutenção da postura, tornando as pessoas idosas suscetíveis aos distúrbios de equilíbrio e de marcha. 70% deles sofrem com fraqueza e redução da força, com o passar dos anos essa porcentagem aumenta. Estima-se que grande parte das pessoas idosas sofram com perda de funcionalidade nos membros inferiores (CARVALHO et al. 2022).

Tais distúrbios suscitam a ocorrência de quedas e limitações funcionais com prováveis consequências como fraturas, lesões na pele e imobilidade, dificultando a realização das atividades de vida diária. As lesões relacionadas a quedas podem ser fatais. Em todas as regiões do mundo, as taxas de mortalidade são mais altas entre adultos com mais de 60 anos (RODRIGUES; HOMEM, 2022).

No contexto da queda, o desequilíbrio e o escorregão foram relatados pelas pessoas idosas como a causa da queda. O desequilíbrio pode estar associado a fatores do próprio envelhecimento, bem como o escorregão está associado a fatores ambientais e pessoais. Fatores estes que podem ser previsíveis. (ROSA; CAPPELLARI; URBANETTO, 2019)

O sedentarismo contribui de forma significativa para os agravos de saúde supracitados. Estudos quantitativos e qualitativos mostram que a prática de atividade física diminui e minimiza o efeito das doenças crônicas, podendo favorecer ao idoso uma melhor qualidade de vida. Em contrapartida, os idosos sedentários estão mais propensos aos agravos de saúde, diminuindo sua capacidade física e motora, aumentando assim, a probabilidade de dependência funcional. (FREITAS, 2014 apud DOMINGOS; et al, 2021).

A independência funcional da pessoa idosa é um fator muito importante para a qualidade de vida, pois é essencial para a criação de um senso pessoal de uma vida significativa, bem como para a manutenção do bem estar físico e psicológico. (DOS SANTOS et al., 2020).

O comprometimento psicológico está interligado a eventos estressantes, presença de doenças, incapacidades e isolamento social. Comumente, a depressão e a ansiedade são atribuídas ao processo de envelhecimento, interferindo na qualidade de vida da pessoa idosa e das pessoas que o cercam (CORDEIRO et al., 2020).

Diante desse cenário, percebe-se a importância do papel da fisioterapia na atuação direcionada a pessoa idosa, trabalhando para promover a melhora nos fatores advindos com o avançar da idade.

3.2 PRÁTICAS DA FISIOTERAPIA ÀS PESSOAS IDOSAS.

É imprescindível que essa população seja envolvida a programas de exercícios terapêuticos com intuito de minimizar ou até mesmo evitar o progresso acelerado do declínio funcional (GUSMÃO; REIS 2017).  

O treinamento funcional tem demonstrado benefícios a esta classe por permitir ganho de propriocepção, força e resistência muscular, minimizando as hipotrofias musculares, assim como tem favorecido, pela estabilidade sistêmica, a melhora da flexibilidade, da coordenação motora, do equilíbrio e do condicionamento cardiovascular, o que promove melhor desempenho das atividades de vida diária e laborais. (PEREIRA et al., 2017).

Numa pesquisa na clínica escola de fisioterapia da Universidade da Amazônia em 2017, selecionou-se 21 pessoas idosas, não institucionalizadas, que foram avaliados pela Escala de Equilíbrio de Berg, Escala de Equilíbrio e Marcha de Tinetti e Índex de Independência de Atividades de Vida Diária de Katz. Antes e após serem submetidos a um programa de treinamento funcional dividido em quatro fases: aquecimento, exercícios de equilíbrio, fortalecimento muscular e alongamentos (durante uma hora, com frequência de 3 vezes na semana, totalizando 24 sessões). Observou-se melhora de 100% na avaliação do equilíbrio pela Escala de Berg, 85,71% e 77,77% na avaliação da Escala de Tinetti marcha e equilíbrio respectivamente.

Concluiu-se, com o estudo, que o protocolo de treinamento funcional foi eficaz na melhora do equilíbrio estático e dinâmico dos idosos, o que favorece a redução do risco de quedas e consequentemente a redução da inabilidade desta população. (PEREIRA et al., 2017)

Outra pesquisa que corrobora com esse estudo foi realizado na clínica de Fisioterapia da Universidade Braz Cubas, a qual fez uma análise comparativa dos dados de equilíbrio, através da Escala de Equilíbrio de Berg, aplicada em agosto de 2013 e em agosto de 2014, num grupo de idosos que já realizavam sessões de fisioterapia (grupo de equilíbrio) (MENDES et al., 2016).

O protocolo utilizado no Grupo de Equilíbrio consta dos seguintes exercícios: andar com um pé à frente do outro por entre obstáculos; caminhar em cima de superfícies macias; alcançar um objeto no chão; ficar em pé sobre tábuas proprioceptivas; sentar sobre uma bola terapêutica e elevar uma perna de cada vez alternando com a elevação do braço contralateral; em bipedestação, passar uma bola para o colega ao lado, com os braços elevados e depois com o tronco inclinado, passar a bola com os braços abaixados; sentar sobre uma bola terapêutica e manter os dois braços abertos; arremessar a bola para o colega à frente (em bipedestação); por fim, andar cruzando as pernas sobre uma superfície macia. Todos esses exercícios são classificados como proprioceptivos ou sensório-motores, que desenvolvem o equilíbrio e a coordenação motora (MENDES et al., 2016).

Os resultados deste estudo ajudaram as pessoas idosas a alcançar o ganho real de coordenação e equilíbrio, concretizando assim, a eficácia da atuação fisioterapêutica na promoção da saúde (MENDES et al., 2016).

Entende-se que a prática de exercícios físicos é fundamental para a qualidade de vida da pessoa idosa, a mesma está diretamente relacionada a coordenação motora, fator importante para as habilidades cotidianas, auxiliando no retardamento das perdas que o envelhecimento causa, dando suporte para a diminuição ou precaução de doenças devido aos estímulos psicológicos e fisiológicos. (PEREIRA et al., 2017)

Sendo assim, compreende-se que a coordenação motora passa a ter um papel fundamental na vida do ser humano, tendo em vista que ela faz parte da vida desde o nascimento até a velhice, e é através da atividade física que se desenvolve. (SANTOS et al., 2020)

A atividade física também contribui para o fortalecimento muscular, o mesmo, em conjunto com os treinos de equilíbrio, de força e de alongamento, previne reduções da massa muscular e contribui para a manutenção da força, do equilíbrio, da capacidade funcional, melhora no controle de doenças crônicas, minimizam o risco de quedas, fraturas e lesões, hospitalização e mortalidade, além de melhora na fadiga, fraqueza e desempenho mental da pessoa idosa. (CARVALHO et al., 2022).

De acordo com Carvalho et al. (2022) o fortalecimento muscular pode prolongar a independência física da pessoa idosa, reduzindo a chance de eventos agudos prejudiciais à sua saúde. A realização de exercícios físicos regulares e a capacidade de manter um desempenho funcional adequado previnem distúrbios da marcha e do equilíbrio.

As alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas intrínsecas do processo de envelhecimento, afetam também os pés, comprometendo o equilíbrio corporal e aumentando o risco de quedas. Para minimizar esses efeitos, a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) pode ser utilizada, pois melhora a perfusão, a força e a coordenação dos membros inferiores (SILVA et al., 2017).

Um estudo realizado em um hospital público em Teresina (PI) envolveu 20 pessoas idosas com idade entre 65 e 85 anos, submetidas a um protocolo de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) (SILVA et al., 2017).

Houve melhora significativa no tempo de marcha e no alcance funcional, o que está associado a um menor risco de quedas após os exercícios. Apresentou-se tendência de diminuição das áreas de apoio plantar e melhora significativa nos equilíbrios estático e dinâmico após o protocolo de quatro semanas de FNP (SILVA et al., 2017).

Reafirma-se com tudo que foi exposto a beneficência da prática fisioterapêutica na qualidade de vida da pessoa idosa, auxiliando-os positivamente no enfrentamento das adversidades imbricadas ao envelhecimento.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se que os exercícios de equilíbrio em diferentes superfícies de apoio demonstraram eficácia na melhora da coordenação motora e no equilíbrio postural, promovendo assim um menor risco de quedas e uma melhor qualidade de vida.

Identificou-se que o treinamento funcional e os exercícios físicos demonstraram benesses para a população de pessoas idosas, promovendo um ganho de força muscular, resistência e flexibilidade. O que contribui para uma melhora da coordenação e equilíbrio estático e dinâmico.

E as técnicas de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) associada ao treino de equilíbrio e coordenação motora, trouxeram resultados positivos promovendo um menor risco de quedas.

Por fim, cabe destacar que a atuação da fisioterapia é fundamental para os idosos, atuando de forma preventiva e reabilitadora, promovendo autonomia e melhor qualidade de vida para esta população.  

5 REFERÊNCIAS 

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¹RGM: 28554981;
²RGM: 28851536;
³RGM: 28561627;
⁴RGM: 38413027.