EVALUATION OF SELF-PERCEPTION OF ORAL HEALTH AT THE OSVALDO PIANA FAMILY HEALTH UNIT IN PORTO VELHO – RO
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505062153
Ianca de Castro Dias¹; Júlia Azevedo De Oliveira²; Regina Márcia Serpa Pinheiro³; Rodrigo Jacon Jacob⁴.
RESUMO: A avaliação da autopercepção das condições de saúde bucal, favorece o planejamento e organização dos serviços de saúde nessa área, pois o comportamento dos indivíduos é moldado a partir de suas percepções e importância dada a elas. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a autopercepção da condição bucal, uso e necessidade de prótese em adultos nas faixas etárias entre 18 a 30 anos, de 35 a 44 anos e na faixa de 60 anos ou mais, no município Porto Velho – RO, na Unidade Mista de Saúde Osvaldo Piana. O estudo utilizou um questionário do projeto SB Brasil-2010 sobre a autopercepção da saúde bucal, uso e necessidade de prótese. Observou-se que 90% dos jovens de 18 a 30 anos, 85% dos adultos de 35 a 44 anos e 65% dos idosos declararam necessitar de tratamento odontológico. Quanto à autopercepção, os indivíduos que se disseram insatisfeitos somaram 30% entre os jovens, 40% entre os adultos e 35% entre os idosos. Em relação à necessidade de prótese dentária, 10% dos jovens, 40% dos adultos e 55% dos idosos afirmaram precisar utilizá-la ou substituí-la. Observou-se a autopercepção negativa quanto à própria saúde bucal, especialmente entre os idosos. Os dados sobre o uso e necessidade de prótese reforçam a importância da reabilitação oral como forma de melhorar a qualidade de vida, especialmente na população idosa. É necessária a implementação de políticas públicas efetivas voltadas à promoção e reabilitação da saúde bucal.
PALAVRAS-CHAVE: Promoção da saúde. Políticas públicas. Qualidade de vida. Prótese Dentária
ABSTRACT: Evaluating self-perception of oral health conditions helps to plan and organize health services in this area, as individuals’ behaviour is shaped by their perceptions and the importance they attach to them. The aim of this study was to assess the self-perception of oral health, use and need for dentures in adults aged between 18 and 30 years, 35 and 44 years and 60 years and over, in the municipality of Porto Velho – RO, at the Osvaldo Piana Mixed Health Unit. The study used a questionnaire from the SB Brasil-2010 project on self-perception of oral health, use and need for dentures. It was found that 90% of young people aged 18 to 30, 85% of adults aged 35 to 44 and 65% of the elderly reported needing dental treatment. In terms of self-perception, 30% of young people, 40% of adults and 35% of the elderly were dissatisfied. With regard to the need for dentures, 10% of young people, 40% of adults and 55% of the elderly said they needed to use or replace them. There was a negative self-perception of oral health, especially among the elderly. The data on the use and need for dentures reinforces the importance of oral rehabilitation as a way of improving quality of life, especially in the elderly population. It is necessary to implement effective public policies aimed at promoting and rehabilitating oral health.
Keywords: Epidemiology Health promotion. Public policies. Quality of Life.Dental Prosthesis
1 INTRODUÇÃO
A maneira como uma pessoa avalia sua própria saúde bucal diz respeito à percepção pessoal sobre suas condições de saúde dental e é crucial no âmbito da saúde pública. Esse indicador varia conforme diversos aspectos, incluindo fatores sociais, culturais, estilo de vida e o acesso à educação em saúde. A percepção que o indivíduo tem de sua saúde bucal pode afetar suas atitudes em relação à prevenção e aos cuidados pessoais, o que, consequentemente, impacta na preservação de uma saúde oral adequada (Reis; Carvalho; Carvalho, 2021).
Neste contexto, a autoavaliação, enquanto método de monitoramento da saúde bucal, pode se configurar como uma ferramenta de grande eficácia. Ela não apenas promove a conscientização acerca da relevância da saúde bucal, mas também incentiva a identificação precoce de problemas odontológicos, constituindo um elemento essencial nas estratégias de educação em saúde, particularmente voltadas ao público adulto (Cordero, 2022).
A pesquisa de campo é uma ferramenta essencial para compreender as complexidades das dinâmicas sociais, econômicas e de saúde de uma população específica. Em contextos regionais como o Brasil, onde as disparidades socioeconômicas e de saúde são evidentes, a pesquisa de campo se torna ainda mais crucial para identificar lacunas e necessidades, especialmente em áreas como a saúde bucal (Bastos et al., 2020; Pereira et al., 2019).
Com isso, é imperioso destacar que, Porto Velho, capital do estado de Rondônia, destaca-se por sua diversidade cultural e desafios peculiares de saúde pública (IBGE, 2020). Ao longo dos anos, a região enfrentou obstáculos significativos no que diz respeito à saúde bucal, refletindo as tendências nacionais e globais de desigualdade no acesso aos cuidados de saúde (Peres et al., 2019).
Apesar dos avanços na odontologia preventiva e curativa, as disparidades no acesso aos serviços odontológicos persistem, impactando negativamente as comunidades mais vulneráveis (Peres et al., 2020).
Uma abordagem multidisciplinar é fundamental para uma compreensão holística das questões de saúde bucal, considerando fatores biológicos, comportamentais, sociais e ambientais (Peres et al., 2020; Vettore et al., 2019). Além disso, a participação da comunidade no processo de pesquisa é fundamental para garantir a relevância e a aplicabilidade dos resultados (Souza et al., 2020).
A saúde bucal da população adulta e idosa no Brasil permanece aquém do que se poderia considerar ideal. Apesar dos significativos avanços nas áreas da saúde, a população ainda opera sob um modelo de assistência que se fundamenta em práticas curativas e mutiladoras, apresentando-se como pouco efetivo na resolução dos problemas (Motta, 2014).
A população idosa contemporânea vivenciou um período em que a odontologia se caracterizava predominantemente por uma abordagem curativista, com a exodontia se destacando como o principal procedimento terapêutico. Este aspecto explica o motivo pelo qual a maior parte da população idosa recorre ao uso de próteses totais removíveis (Azevedo et al., 2017).
Portanto, a prótese é o tratamento mais utilizado para reabilitação de pacientes desdentados, pois proporciona resultados favoráveis quanto à reabilitação funcional, é esteticamente aceitável e tem menor custo quando comparados a tratamentos de implantes. Quando dentro dos padrões de qualidade como estabilidade e retenção, a prótese dentária pode melhorar substancialmente a de qualidade de vida dos idosos (Nascimento et al., 2018; Franco et al., 2020; Azevedo et al., 2017).
O envelhecimento sem o adequado cuidado com a saúde bucal pode levar a intensas mudanças no aparelho estomatognático, reduzindo sua capacidade física e funcional (Li et al.,2011). A perda de dentes, seja parcial ou total, afeta a qualidade de vida da pessoa, trazendo consigo várias consequências, como problemas nutricionais, estéticos, psicológicos e sociais (Moreira; Nico; Tomita, 2011)
Os fatores ligados ao edentulismo incluem não apenas aspectos biológicos, mas também condições socioeconômicas, de saúde e educação, bem como o acesso e a utilização de serviços odontológicos, os sistemas de saúde, a forma como as pessoas percebem sua saúde bucal e as crenças sociais. Assim, o edentulismo revelase um importante indicador de saúde para a população adulta e idosa (Li et al.,2011).
Segundo o SBBrasil 2010, 68,85% dos indivíduos com idade entre 35 e 44 anos precisam de prótese total em pelo menos um maxilar (Azevedo, 2014). Essa alta incidência de edentulismo no Brasil se deve ao fato de a população compreender a perda dentária como um processo natural associado ao envelhecimento, aceitandoa como um processo fisiológico (Gilbini et. al., 2010) e isso limita a participação em atividades sociais, reduz a autoconfiança, causa um envelhecimento prematuro, altera a autoimagem, e reduz a socialização (Kreve et al., 2020).
A avaliação da autopercepção sobre a saúde bucal, obtida através de questionários ou entrevistas, é uma ferramenta amplamente reconhecida por ser mais acessível e econômica do que os exames odontológicos, especialmente em estudos epidemiológicos de grande porte (Passos& Rufino, 2011). A pesquisa constitui um fator de prognóstico, permitindo melhorar as políticas de saúde, estabelecendo prioridades baseadas nas necessidades de tratamento e incentivo na procura de atendimentos odontológicos para essa população (Sánchez‐García et al., 2010). Além disso, a participação da comunidade no processo de pesquisa é fundamental para garantir a relevância e a aplicabilidade dos resultados (Souza et al., 2020).
Dessa forma, esta pesquisa de campo propõe-se a preencher lacunas no conhecimento científico sobre as condições de saúde bucal da população atendida na Unidade Mista de Saúde Osvaldo Piana em Porto Velho, Rondônia, avaliando a autopercepção da condição bucal, uso e necessidade de prótese de adultos nas faixas etárias entre 18 a 30 anos, de 35 a 44 anos e na faixa de 60 anos ou mais, verificando em que medida os usuários entendem que esses problemas afetam sua qualidade de vida e servindo ao mesmo tempo, para estimar a gravidade do problema e para subsidiar ações de planejamento a partir da análise das necessidades. A avaliação do uso e da necessidade de prótese dentária na população permitirá a comparação histórica do edentulismo/perda dentária de forma padronizada, conforme o método empregado no Projeto SB Brasil 2010 (BRASIL, 2010).
2 METODOLOGIA
A realização deste estudo esteve vinculada à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Lucas/Afya – Porto Velho/RO, aprovado em 13 de setembro de 2024, com número de parecer 7.076.192. Tratou-se de um estudo de análise quantitativa e corte transversal onde foram incluídos na amostra de conveniência 60 pessoas. Foi aplicado à população participante do estudo, um questionário na recepção da unidade de saúde, que tem por objetivo avaliar alguns aspectos subjetivos importantes para a compreensão do processo de saúde-doença, avaliação da condição socioeconômica e de acesso aos serviços odontológicos e uso e necessidade de prótese. O questionário constou de três blocos: (a) caracterização demográfica e socioeconômica; (b) utilização de serviços odontológicos e morbidade bucal referida e (c) autopercepção e impactos em saúde bucal; (d) uso e necessidade de prótese dentária. O questionário foi composto por 17 questões (subdivididas) fechadas, todas devidamente validadas por sua aplicação durante a execução do projeto SB Brasil (2010), realizado pelo Ministério da Saúde com apoio de Secretarias municipais e estaduais de saúde. As quatro primeiras questões caracterizam a família do ponto de vista socioeconômico. As nove perguntas seguintes questionam o indivíduo quanto à escolaridade, presença de dor e ida ao dentista. As perguntas finais buscam compreender o que o indivíduo sabe sobre sua própria saúde bucal e a interferência da saúde bucal sobre a sua qualidade de vida, se usa ou necessita de prótese dentária. Para atingir seu propósito, a questão 16 se desdobra em nove formas pelas quais as condições de saúde bucal interferiram sobre a rotina do indivíduo nos últimos seis meses. A questão 17 referese ao uso e necessidade de prótese dentária. Todos os indivíduos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base em informações coletadas foram avaliados o nível de satisfação, necessidade de prótese dentária e o perfil socioeconômico dos pacientes. Para este levantamento foi utilizada as faixas etárias de 18 a 30 anos (20 indivíduos), de 35 a 44 anos (20 indivíduos) e acima de 60 anos (20 indivíduos), de ambos os gêneros que frequentam a Unidade De Saúde Da Família Osvaldo Piana em Porto Velho-RO.
Tabela 1 – Distribuição dos participantes por gênero

A pesquisa envolveu uma amostra de 60 participantes sendo 13 do gênero masculino e 47 do gênero feminino. Os dados indicam uma predominância de participantes do gênero feminino (78%) em relação ao masculino (22%). Esse padrão é consistente com estudos que apontam maior participação feminina em pesquisas de saúde bucal, segundo Reis et al., (2018) onde relataram que (65,24%) dos entrevistados eram mulheres em um estudo sobre autopercepção da saúde bucal em usuários de um serviço odontológico.
Essa maior representação feminina pode ser atribuída ao fato de que as mulheres tendem a buscar mais frequentemente os serviços de saúde, incluindo os odontológicos (Souza et al., 2023).
Tabela 2– Distribuição da frequência de acordo com a Cor/Raça.

A distribuição por cor/raça mostra nessa pesquisa que a maioria dos participantes se autodeclara parda (48%), seguida por preta (28%) branca (12%) indígena (5%) e amarela (5%).
Estudos recentes indicam que a autopercepção da saúde bucal pode variar conforme a raça/cor. Soares et al; 2023 observaram que a população transgênera e negra foi a mais vulnerável à assistência odontológica, sinalizando que raça, gênero e sexualidade influenciam diretamente no acesso ao cuidado em saúde. Essas diferenças podem estar relacionadas a fatores socioeconômicos e ao acesso a serviços de saúde.
De acordo com trabalho de Gibilini et al. 2010 os resultados mostram o elevado percentual de indivíduos brancos acima de 70% condições de acesso de serviços odontológicos no estado de São Paulo. Isso nos mostra a discrepância em relação a região e cor/raça dos indivíduos.
Tabela 3 – Distribuição da frequência de acordo com a renda dos usuários.

Os resultados óbitos nessa pesquisa mostram que 38% dos entrevistados possuem renda entre R$ 2.501 e R$ 4.500, enquanto 23% têm renda entre R$ 1.501 e R$ 2.500, demonstrando um poder aquisitivo significativamente maior que o encontrado nos estudos de Marmentini et al 2017, a maioria das pessoas possui renda entre R$ 501 e R$ 1.500, sendo 52,4% dos adultos entre 35 e 44 anos e 57,8% dos idosos acima de 60 anos. Além disso, a segunda faixa de renda mais prevalente é de R$ 251 a R$ 500 (34,4%), indicando um público majoritariamente de baixa renda.
Estudos indicam que a renda familiar é um dos principais determinantes da autopercepção da saúde bucal, demonstra que indivíduos com menor renda tendem a relatar uma autopercepção negativa, frequentemente associada ao menor acesso a serviços odontológicos e a piores condições dentárias (Peres et al. 2019).
Segundo NERI et al 2021, a valorização do salário mínimo (hoje é R$ 1.518) foi um dos principais fatores para a redução da desigualdade no Brasil nas últimas décadas, mas seu impacto futuro dependerá de ajustes fiscais e do crescimento sustentável da economia.
Abaixo, a tabela 4 aborda a necessidade atual de tratamento dentário e a ocorrência de dor de dente nos últimos seis meses, distribuídas por faixas etárias. Observa-se que a percepção da necessidade de tratamento dentário diminui com o aumento da idade: 90% na faixa de 18 a 30 anos, 85% entre 35 e 44 anos e 65% nos indivíduos com 60 anos ou mais. Entretanto, a ocorrência de dor de dente nos últimos seis meses aumenta com a idade, atingindo 85% na faixa de 60 anos ou mais.
Tabela 4 – Escolaridade, Morbidade bucal referida e uso de serviços.

Peres Neto et al 2021 em seus estudos apontaram também uma alta prevalência na faixa etária de 60 anos ou mais sobre a necessidade real de tratamento (79,7%) e além disso, afirmam que a alta prevalência de dor de dente entre os idosos pode estar relacionada à falta de acesso ou utilização inadequada dos serviços odontológicos ao longo da vida.
Dados semelhantes foram encontrados na pesquisa de Marmentini et al. 2017 onde mostraram que em relação sobre a necessidade de tratamento odontológico a resposta predominante foi 88,9% na faixa etária de 35-44 anos e 79,7% com idade de 60 anos ou mais. Tambémo no SB Brasil 2010, as faixas etárias de 35 a 44 e 65 a 74 anos de idade, foram observadas prevalências de necessidade de tratamento dentário para o Brasil igual a 75,2% e 46,6%, respectivamente. Esses dados confirmam o encontrado nesse estudo onde a maioria dentre os entrevistados se auto declara com necessita de tratamento odontológico com mesma faixa etária.
Em resposta a segunda pergunta sobre ter dor de dente nos últimos 6 meses a resposta foi “não” com predominância de 70% nas faixas etárias na pesquisa de Marmentini et al. 2017. Já no presente estudo a resposta foi “sim” nas faixas etárias 35-44 com 55% e 60 ou mais 85%.
Tabela 5 – Escolaridade, Morbidade bucal referida e uso de serviços.

Esta tabela analisa o histórico de consultas odontológicas e o tempo desde a última visita ao dentista. Nota-se que 100% dos indivíduos nas faixas de 18 a 30 anos e 35 a 44 anos já consultaram um dentista, enquanto na faixa de 60 anos ou mais 95%. Quanto ao tempo desde a última consulta, observa-se uma tendência de aumento do intervalo com o avanço da idade, sendo que 35% dos idosos consultaram o dentista há menos de um ano, enquanto 30% não souberam ou não responderam.
A diminuição na frequência de consultas odontológicas entre idosos pode estar associada a fatores como dificuldades financeiras, limitações físicas ou a percepção de que não há necessidade de tratamento (MENEZES et al.2020). Essa menor frequência de consultas pode contribuir para o aumento de problemas bucais nessa faixa etária.
No SB Brasil 2010 na região Norte 14,5% da amostra de 35 a 44 anos nunca tinha ido ao dentista e 28,5% daqueles acima de 60 anos também nunca tinham frequentado o dentista na vida (BRASIL, 2010). Isso mostra que com passar dos anos a procura por atendimento odontológico vem aumentando, conforme mostra nos dados apresentados.
Tabela 6 – Escolaridade, Morbidade bucal referida e uso de serviços.

A tabela 6, apresenta os motivos das últimas consultas odontológicas. Entre os indivíduos de 18 a 30 anos, 50% buscaram tratamento e 15% extração. Na faixa de 35 a 44 anos, 30% procuraram atendimento devido à dor e 25% para revisão, prevenção ou tratamento. Já entre os idosos, 30% buscaram tratamento e 25% extração, enquanto 30% não souberam ou não responderam.
Peres Neto et al. 2021 mostraram no seu estudo que cerca de 30-40% dos pacientes buscaram atendimento devido a dor ou problemas agudos, entre idosos 60 anos ou mais, esse percentual foi 25%, nesta mesma faixa etária 15-20% relataram ter ido ao dentista paracheck-up e 25-35% mencionaram necessidade de tratamento restaurações, extrações ou próteses como motivo principal. Já no SB Brasil 2010 destacou na Região Norte maior proporção de idosos (46,2%) buscou o serviço odontológico para a extração dentária e 24,9% de idosos procuraram o mesmo serviço para tratamento, na Região Sul a situação foi inversa (22,9% e 38,3%, respectivamente). Estes resultados acima, apresentam semelhança com os encontrados nessa pesquisa.
Tabela 7 – Escolaridade, Morbidade bucal referida e uso de serviços.

Na tabela 7, abordamos o local da última consulta odontológica e a avaliação do tratamento recebido. Observa-se que o uso de serviços públicos diminui com a idade: 50% na faixa de 18 a 30 anos, 40% entre 35 e 44 anos e 25% nos idosos. Por outro lado, o uso de serviços particulares aumenta com a idade, atingindo 60% nos idosos.
Quanto à avaliação do tratamento, a maioria classificou como “bom” em todas as faixas etárias, embora 30% dos idosos não souberam ou não responderam.
A preferência por serviços particulares entre os idosos pode estar relacionada à busca por atendimento mais rápido ou especializado, enquanto a menor utilização de serviços públicos pode refletir limitações de acesso ou qualidade percebida (Menezes; Bertolini; Massuda, 2020). A avaliação positiva do tratamento recebido indica satisfação com os serviços odontológicos, embora a alta taxa de não resposta entre os idosos possa sugerir falta de engajamento ou compreensão.
No estudo de Junqueira, et al. (2014), realizado em São Paulo, para avaliar a frequência de utilização de Serviços das Unidades de Saúde, mostrou que o serviço mais procurado também foi o particular com 15,4% da amostra onde a principal queixa foi carie dentaria, seguida das perdas dentarias, ou seja a necessidade de confecção próteses
Em todas as regiões, a utilização do serviço público foi a opção mais citada, mas foi maior na Região Norte (65,4%), quando comparada com os dados da Região Sudeste (43,2%), da Região Sul (41,3%) e do Brasil (46,3%), (SB Brasil 20100.
Tabela 8 – Autopercepção e impactos em saúde bucal.

A tabela 8, trata da satisfação com a saúde bucal. Entre os jovens de 18 a 30 anos, 40% estão satisfeitos e 30% insatisfeitos. Na faixa de 35 a 44 anos, 30% estão satisfeitos e 40% insatisfeitos. Entre os idosos, 15% estão satisfeitos e 35% insatisfeitos, com 10% não sabendo ou não respondendo.
Estudos como o de Silva et al. 2018, sugerem que a percepção da saúde bucal piora com a idade devido ao aumento da perda dentária e da necessidade de próteses. Além disso, a associação entre fatores socioeconômicos e autopercepção bucal também é evidenciada em pesquisas de Almeida & Costa (2020), que apontam que indivíduos com menor renda tendem a relatar piores condições de saúde bucal.
A insatisfação com a saúde bucal aumenta com a idade, o que pode estar relacionado à perda dentária, uso de próteses inadequadas e impacto na qualidade de vida (Menezes; Bertolini; Massuda, 2020). A autopercepção negativa da saúde bucal entre idosos pode influenciar na busca por tratamentos e na adesão a cuidados preventivos.
De acordo com SB BRASIL 2010 na idade adulta, os indivíduos das regiões Norte (39,5%) e Sul (25,5%) se destacam com significativas diferenças na prevalência de insatisfação com seus dentes e suas bocas. Na população idosa da região Norte, 31,6% se encontra insatisfeito. A insatisfação com a saúde bucal é um tema relevante e multifacetado, que varia significativamente conforme a faixa etária,
Os percentuais dessa pesquisa não são parecidos com os dados coletados pela presente pesquisa Mamerntini et al no ano de 2017 quando foi realizado um questionário sobre questões socioeconômicas, autopercepção e impactos em saúde bucal com 127 indivíduos de idade entre 35-44 a 60 anos ou mais, Unidade Mista de Saúde do Distrito de Santa Luzia no Cruzeiro do Sul- Acre, onde 51,9% da amostra estavam insatisfeitos, enquanto 42,5 % estava satisfeita com os dentes.
Tabela 9 – Autopercepção e impactos em saúde bucal.

Os dados da tabela 9 analisam o impacto dos problemas dentários no bemestar emocional e social. A maioria dos participantes não relatou nervosismo, vergonha ou restrição de atividades sociais devido aos dentes, com percentuais variando de 75% a 90% nas diferentes faixas etárias.
No SB BRASIL 2010, apresentar-se irritado ou nervoso e vergonha para sorrir foram os impactos mais prevalentes em todas as regiões e no País. Mais da metade dos adultos de 35 a 44 anos de idade apresentou algum impacto das condições bucais sobre sua vida diária, com variações não significativas entre as regiões, destacando a Região Norte com 18,3% contra Sudeste com 29,0% em relação ao Estado Emocional; Falar e Sorrir na região Norte com 14,8% e 22,4% respectivamente contra 15,2% e 29,0% da região Sudeste, já no Contexto Social temos Norte com 14,1% contra Sudeste 15,9%. A prevalência de algum impacto entre os idosos de 65 a 74 anos de idade foi menor do que a verificada nos adultos. Cerca de 46,2% dos idosos relataram algum impacto, não havendo variação significativa entre as regiões do País, destacando o fato de Sorrir com 15,1% da Região Norte.
Na pesquisa de Peres Neto et al., 2021, pacientes de faixa etaria 35-44 anos 30-40% relataram impacto emocional devido a problemas bucais (dor, aparência, falta de dentes). Cerca de 10-15% dos entrevistados relataram restrição social devido a problemas bucais. Entre pessoascom 60 anos ou mais com edentulismo (perda total/parcial de dentes), o impacto social subiu para 25%.
Nesta pesquisa, a relação entre saúde bucal e bem-estar emocional é evidente nos dados apresentados. Cerca de 15% a 20% dos entrevistados relataram sentir vergonha de sorrir ou falar, o que diverge dos achados de Souza et al. (2023), onde 45,8% responderam “sim” sobre sentir vergonha de sorrir ou falar e 51,9% “não”.
Com relação a tabela 10 abaixo, os resultados indicam que dificuldades para falar e comer são mais comuns em indivíduos acima de 60 anos, com 15% relatando dificuldade na fala e 10% dificuldade na mastigação. Na faixa etária de 18 a 30 anos, metade dos entrevistados (50%) relataram sensibilidade ao consumir líquidos gelados ou quentes, enquanto esse percentual diminui para 45% entre os de 35 a 44 anos e apenas 10% entre os idosos. Além disso, 15% dos entrevistados acima dos 60 anos relataram incômodo ao escovar os dentes. Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Marmentini et al 2017, onde na faixa etária de 35 a 44 anos (60,3%) e acima de 60 anos (57,8%) responderam “não” sobre ter dificuldade para falar por causa dos dentes. Com relação a dificuldade de comer ou sentir dor com líquidos gelados ou quentes, os dados foram para as faixas etárias 35 a 44 anos (55,6%), 60 anos ou mais (57,8%) respondendo que “não”. Com relação à escovação foram próximos os resultados, para as faixas etárias 35 a 44 anos (79,4%), 60 anos ou mais (81,2%) respondendo que “não”.
Tabela 10 – Autopercepção e impactos em saúde bucal.

De acordo com o SB BRASIL 2010, o impacto mais prevalente em todos os grupos etários e as regiões foi a dificuldade para comer com 28,4% região Norte contra 36,1% no Sudeste em adultos e nos idosos temos a região Norte com a maior porcentagem de 35,7% contra a região Sul com a menor de 25,9%. Já em relação a escovar os dentes, temos Norte com 22,1% e Sudeste com 29,1% em adultos, e em idosos temos Norte com 9,8% contra 14,3% do Centro-Oeste.
Tabela 11- Uso e necessidade de prótese

A necessidade de prótese é mais prevalente na faixa etária acima dos 60 anos, onde 55% dos entrevistados relataram a necessidade de prótese total. Além disso, 30% dos indivíduos de 35 a 44 anos também relataram a necessidade de prótese superior e inferior. Entre os idosos, 40% já usam prótese superior e 35% utilizam prótese tanto superior quanto inferior.
O estudo de Lima et al. 2020, apontam que (40-50%) dos idosos 60 ou mais anos consideravam que precisavam de uma prótese total superior ou inferior,na faixa etária de 34-44 anos (15-25%) apresentavam necessidade de prótese(parcial ou total), sendo mais comum próteses parciais devido à perda dentária seletiva, dados estes vão de encontro ao presente trabalho, assim como a pesquisa de Oliveira et al. 2020, que apontam em seu estudo (68,7%) dos idosos 60 anos ou mais aos necessitavam de prótese dentária, indicando uma alta demanda por reabilitação protética e (78,2%) utilizavam algum tipo de prótese dentária, sugerindo que uma parcela significativa dos idosos buscou soluções para a perda dentária.
Também estão de acordo com os dados do Projeto SB Brasil 2010 que avaliaram o uso e a necessidade de prótese dentária em diferentes faixas etárias. Na população de 65 a 74 anos, os resultados mostraram que 23,5% não usavam prótese superior, enquanto 63,1% utilizavam prótese total e 7,6% usavam prótese parcial removível. Para a prótese inferior, 46,1% não usavam nenhum tipo de prótese, 37,5% usavam prótese total e 12,7% utilizavam prótese parcial removível. Em relação à necessidade de prótese, 31,2% não necessitavam de prótese, enquanto 41,3% precisavam de prótese parcial em um maxilar e 26,1% em ambos os maxilares. Esses resultados indicam uma alta prevalência de uso e necessidade de prótese dentária entre idosos brasileiros, com variações regionais significativas. Por exemplo, a Região Sul apresentou maior uso de prótese total superior (65,3%), enquanto a Região Nordeste registrou o menor percentual (56,1%).
Ao comparar esses dados com a Tabela 11 do estudo em análise, é essencial alinhar as faixas etárias e os tipos de prótese avaliados. No SB Brasil 2010, na faixa de 15 a 19 anos, 96,3% não usavam prótese superior, e apenas 3,7% utilizavam algum tipo de prótese, predominantemente ponte fixa (3,2%). Já na faixa de 35 a 44 anos, 67,2% não usavam prótese superior, enquanto 16% usavam prótese parcial removível e 9,1% utilizavam prótese total. Para idosos (65 a 74 anos), os dados do SB Brasil 2010 mostram que 23,5% não usavam prótese superior, 63,1% usavam prótese total e 7,6% utilizavam prótese parcial removível. Entre adultos (35–44 anos), há um aumento significativo na necessidade e no uso de próteses, indicando maior perda dentária com o avanço da idade. Já em idosos (65–74 anos), a alta prevalência de uso de prótese total sugere um elevado índice de edentulismo, reforçando a importância de políticas públicas voltadas para a saúde bucal do envelhecimento populacional.
3 CONCLUSÃO
Os resultados desta pesquisa destacam a importância da autopercepção da saúde bucal como um indicador relevante para compreender as necessidades e desafios enfrentados pela população atendida na Unidade de Saúde da Família Osvaldo Piana em Porto Velho. Foi possível observar que a insatisfação com a saúde bucal aumenta significativamente com a idade, especialmente entre os idosos, devido à perda dentária e ao uso de próteses inadequadas. Além disso, a necessidade de prótese dentária foi expressiva, principalmente na faixa etária acima de 60 anos, onde mais da metade dos participantes relatou essa demanda, evidenciando a urgência de políticas públicas que ampliem o acesso a tratamentos reabilitadores.
A análise também revelou disparidades no acesso aos serviços odontológicos, com uma tendência de maior utilização de consultórios particulares entre os idosos, possivelmente refletindo limitações na oferta de atendimento público especializado. Por outro lado, a alta prevalência de dor de dente e a percepção de necessidade de tratamento entre adultos jovens e de meia-idade sugerem que problemas bucais ainda são negligenciados ou não tratados adequadamente.
Por fim, o estudo demonstra que os impactos da saúde bucal na qualidade de vida são significativos, afetando aspectos emocionais, sociais e funcionais dos indivíduos. A implementação de ações integradas, que considerem as particularidades de cada faixa etária e as desigualdades socioeconômicas, é essencial para melhorar a saúde bucal da população.
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¹Discente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário São Lucas, e-mail: iancacastro24@gmail.com;
²Discente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário São Lucas, e-mail: juliaazevedo50@gmail.com;
³Orientadora e Docente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário São Lucas, e-mail: regina.pinheiro@saolucas.edu.br;
⁴Docente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário São Lucas, e-mail: rodrigo.jacob@saolucas.edu.br.