ABORDAGENS TERAPÊUTICAS DA OBESIDADE E SUA RELAÇÃO COM A OSTEOARTRITE DE JOELHO: INTERVENÇÕES CONSERVADORAS E CIRÚRGICAS

THERAPEUTIC APPROACHES TO OBESITY AND ITS RELATIONSHIP WITH KNEE OSTEOARTHRITIS: CONSERVATIVE AND SURGICAL INTERVENTIONS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202505061811


Edmundo MedeiroTeixeiras Teixeira1
Fernanda Grazielle da Silva Azevedo Nora2


RESUMO

O tratamento da obesidade associada à osteoartrite de joelho (OA) exige uma abordagem integrada e multidisciplinar, que engloba estratégias conservadoras e cirúrgicas. A avaliação ortopédica é essencial para determinar o grau de degeneração articular, viabilizando a aplicação de medidas não invasivas e a indicação de intervenções cirúrgicas quando necessário, como a artroplastia total de joelho (ATJ). O manejo conservador envolve a modificação do estilo de vida, planejamento dietético, tratamento farmacológico e programas estruturados de reabilitação física. Em casos mais avançados ou refratários, opções cirúrgicas — como os procedimentos bariátricos — desempenham um papel fundamental na redução da sobrecarga articular e na melhora dos desfechos funcionais. A coordenação interdisciplinar entre cirurgiões ortopédicos, especialistas em cirurgia bariátrica, nutricionistas e fisioterapeutas é crucial para o sucesso terapêutico. Essa estratégia abrangente contribui de forma significativa para a redução da dor, restauração funcional e melhora da qualidade de vida.

Palavras-chave: Ortopedia, Obesidade, Osteoartrite de Joelho, Cirurgia Bariátrica, Artroplastia Total de Joelho.

ABSTRACT

The treatment of obesity associated with knee osteoarthritis (OA) requires an integrated and multidisciplinary approach that encompasses both conservative and surgical strategies. Orthopedic evaluation is essential in determining the degree of joint degeneration, facilitating the implementation of non-invasive measures, and indicating surgical interventions when necessary, such as total knee arthroplasty (TKA). Conservative management includes lifestyle modification, dietary planning, pharmacological treatment, and structured physical rehabilitation programs. In more advanced or refractory cases, surgical options—such as bariatric procedures—play a critical role in reducing joint overload and improving functional outcomes. Interdisciplinary coordination among orthopedic surgeons, bariatric physicians, nutritionists, and physical therapists is fundamental to achieving therapeutic success. This comprehensive strategy contributes significantly to pain reduction, functional restoration, and improved quality of life.

Keywords: Orthopedics, Obesity, Knee Osteoarthritis, Bariatric Surgery, Total Knee Arthroplasty.

1.INTRODUÇÃO

A obesidade, reconhecida como uma doença crônica de origem multifatorial, constitui um dos maiores desafios da saúde pública global. Dados epidemiológicos demonstram um aumento expressivo em sua prevalência, contribuindo não apenas para distúrbios metabólicos como diabetes e hipertensão, mas também para condições músculo esqueléticas, especialmente a osteoartrite (OA) (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024). A relação entre obesidade e OA é mediada por mecanismos mecânicos e metabólicos, com evidências indicando que o excesso de peso corporal provoca sobrecarga direta nas articulações e desencadeia processos inflamatórios sistêmicos (Binvignat et al., 2024).

A OA de joelho é uma das formas mais prevalentes e incapacitantes da doença, caracterizando-se por dor crônica, rigidez articular e perda funcional. Em indivíduos com obesidade, esses sintomas são potencializados, havendo maior intensidade dolorosa, limitação funcional acentuada e progressão acelerada da degeneração articular (Carlesso et al., 2022). Além disso, a obesidade está associada à menor eficácia de tratamentos intra-articulares, como infiltrações com corticosteroides ou ácido hialurônico (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

Nesse contexto, a perda de peso constitui um pilar fundamental no manejo da obesidade e da OA de joelho. Estudos sugerem que reduções modestas de peso corporal podem aliviar significativamente os sintomas e retardar a progressão da doença (Sept & Korownyk, 2022). Estratégias conservadoras, que incluem modificações no estilo de vida e terapias farmacológicas, mostram-se eficazes em indivíduos com sobrepeso e obesidade leve. Contudo, em casos de obesidade severa, essas abordagens frequentemente se mostram insuficientes, sendo necessário considerar intervenções cirúrgicas como a cirurgia bariátrica (CB) (Heuts et al., 2021).

A CB é amplamente reconhecida como uma das intervenções mais eficazes para a perda de peso sustentada em indivíduos com obesidade mórbida. Para além dos benefícios metabólicos — como remissão do diabetes tipo 2 e melhora do perfil lipídico —, evidências crescentes indicam que a CB também contribui para a redução da dor e melhora funcional em pacientes com OA de joelho (Mohamed & Juwaiber, 2023). Ademais, a perda ponderal induzida pela CB pode exercer um efeito estrutural protetor nas articulações, retardando a progressão da OA (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

Entretanto, ainda persistem dúvidas e desafios no uso da CB no contexto da OA. Um ponto crítico refere-se ao momento ideal da realização da CB em relação à artroplastia total de joelho (ATJ). Enquanto alguns estudos sugerem que a CB prévia à ATJ reduz complicações perioperatórias e melhora os desfechos funcionais (Dowsey et al., 2022), outros questionam a consistência desses benefícios a longo prazo (Yan et al., 2022).

Outro aspecto relevante refere-se a possíveis efeitos adversos da CB. Rocha et al. (2023) observaram aumento temporário da dor no joelho após a CB, possivelmente relacionado à maior mobilidade e consequente sobrecarga funcional. Além disso, a perda de massa muscular após a cirurgia pode contribuir, inicialmente, para maior dor e rigidez articular (Hamdi et al., 2018). Esses achados reforçam a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar para maximizar os benefícios da CB e mitigar seus riscos.

A integração entre intervenções conservadoras e cirúrgicas tem se mostrado essencial para o manejo eficaz da obesidade e da OA. Programas que combinam fisioterapia, orientação nutricional e CB demonstram maior eficácia do que abordagens isoladas. Domingue et al. (2023) relataram um caso bem-sucedido em que uma paciente com obesidade mórbida e OA bilateral de joelhos apresentou melhora significativa na qualidade de vida após participação em um programa multidisciplinar com CB e reabilitação física.

Apesar dos avanços, ainda existem lacunas no entendimento dos mecanismos que interligam obesidade, CB e OA. Pesquisas futuras devem explorar o impacto da CB na progressão estrutural da OA, bem como identificar fatores preditivos de sucesso terapêutico em diferentes populações. Além disso, a padronização dos protocolos de acompanhamento pós-cirúrgico é fundamental para garantir a manutenção dos benefícios obtidos a longo prazo.

Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo analisar os diferentes tratamentos disponíveis para a obesidade, com ênfase nas abordagens conservadoras e cirúrgicas, e sua relação com a osteoartrite de joelho. A análise busca compreender os benefícios, desafios e limitações dessas intervenções, considerando seu impacto sobre a dor, funcionalidade e progressão da doença. 

A elevada prevalência da obesidade e da OA de joelho, bem como o impacto expressivo dessas condições na qualidade de vida, justificam uma investigação aprofundada das opções terapêuticas existentes. Compreender as melhores práticas para a integração das abordagens conservadoras e cirúrgicas é essencial para o desenvolvimento de protocolos clínicos mais eficazes e personalizados, contribuindo para melhores desfechos clínicos e funcionais dos pacientes.

2.DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da osteoartrite (OA) de joelho em indivíduos com obesidade exige uma abordagem multifacetada e abrangente, dada a interação entre fatores mecânicos, metabólicos e inflamatórios. A anamnese clínica tem papel central na identificação de sintomas característicos, como dor mecânica que piora com o uso da articulação e melhora com o repouso, rigidez articular, dificuldade para deambular e limitação funcional. Esses sintomas tendem a ser intensificados pela obesidade, que aumenta a sobrecarga articular e contribui para um estado inflamatório sistêmico de baixo grau (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024; Carlesso et al., 2022).

O exame físico deve complementar a história clínica, permitindo a avaliação da amplitude de movimento, instabilidade articular e presença de deformidades. Em pacientes obesos, as limitações funcionais são mais pronunciadas, em razão da sobrecarga mecânica e da menor eficiência da musculatura periarticular. Além disso, a dor articular em múltiplos locais — frequente em indivíduos com obesidade — pode dificultar a diferenciação entre a OA e outras afecções osteoarticulares (Hamdi et al., 2018).

Os exames de imagem desempenham um papel fundamental no diagnóstico da OA, sendo a radiografia simples o método mais amplamente utilizado. Essa técnica permite identificar sinais clássicos da doença, como o estreitamento do espaço articular, a presença de osteófitos e a esclerose subcondral, contribuindo para a confirmação diagnóstica e a classificação da gravidade (Heuts et al., 2021). Em casos mais complexos ou que demandam avaliação detalhada da cartilagem, lesões meniscais ou outras alterações estruturais, a ressonância magnética (RM) é o método de escolha, oferecendo imagens de alta resolução para uma análise aprofundada (Gong et al., 2018).

A ultrassonografia articular é outra ferramenta diagnóstica complementar, especialmente útil na detecção de derrame articular e inflamação sinovial. Trata-se de um método acessível e não invasivo, embora sua acurácia possa ser limitada pela dependência da habilidade do operador (Yan et al., 2022).

Paralelamente, biomarcadores inflamatórios como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) vêm sendo investigados como potenciais indicadores diagnósticos, por refletirem a influência da inflamação sistêmica sobre a OA (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

Outro componente essencial no processo diagnóstico é a avaliação da funcionalidade e da qualidade de vida, por meio de instrumentos padronizados como o Western Ontario and McMaster Universities Arthritis Index (WOMAC) e o Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS). Esses questionários permitem analisar de forma detalhada o impacto da OA sobre a dor, rigidez e as atividades da vida diária, além de serem úteis no monitoramento da progressão da doença e da resposta ao tratamento (Dowsey et al., 2022).

A avaliação do índice de massa corporal (IMC) e da distribuição de gordura corporal também é crucial para compreender como a obesidade influencia os sintomas e a progressão da OA. Estudos apontam que a gordura visceral, em particular, tem papel central na intensificação da inflamação sistêmica e no agravamento dos sintomas da doença (Binvignat et al., 2024). Dessa forma, a combinação de métodos clínicos, de imagem e funcionais configura uma abordagem robusta para o diagnóstico da OA em pacientes obesos, assegurando um manejo terapêutico mais eficaz e individualizado.

Adicionalmente, novas ferramentas tecnológicas vêm sendo desenvolvidas para aprimorar a acurácia e a agilidade diagnóstica. Modelos baseados em inteligência artificial (IA) já estão sendo aplicados na interpretação de imagens, possibilitando a detecção precoce de alterações estruturais indicativas de OA (Mohamed & Juwaiber, 2023). Esses avanços podem complementar os métodos tradicionais e oferecer informações mais precisas sobre a progressão da doença.

A abordagem multidimensional também deve contemplar os impactos psicossociais da OA em indivíduos com obesidade. A combinação entre dor crônica e limitação funcional frequentemente conduz ao isolamento social, aumento do risco de depressão e piora da qualidade de vida (Carlesso et al., 2022). Por isso, a inclusão de questionários que avaliem aspectos emocionais e sociais é essencial para uma compreensão global da condição clínica do paciente.

Por fim, é imprescindível que o diagnóstico da OA seja periodicamente revisado ao longo do acompanhamento clínico, especialmente em pacientes submetidos a intervenções como a cirurgia bariátrica. As mudanças no peso corporal e nos parâmetros metabólicos podem modificar significativamente o quadro clínico da OA, exigindo ajustes nas condutas terapêuticas (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

3.TRATAMENTO CONSERVADOR

O tratamento conservador da obesidade associada à osteoartrite (OA) de joelho constitui uma abordagem multifatorial que integra diversas estratégias com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, reduzir a dor e controlar o peso corporal. Tal abordagem é especialmente indicada para pacientes que não podem ou não desejam se submeter a intervenções cirúrgicas, como a cirurgia bariátrica (CB), ou que necessitam de estabilização clínica prévia à realização de procedimentos invasivos. O foco do manejo conservador reside em intervenções comportamentais, dietéticas, farmacológicas e físicas, as quais têm demonstrado eficácia na modulação da progressão da OA e na promoção da funcionalidade articular (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

Um dos principais pilares do tratamento conservador envolve a mudança no estilo de vida, com ênfase na prática regular de atividade física e na adoção de dietas equilibradas. Exercícios físicos regulares, especialmente os de baixo impacto, como caminhadas, hidroginástica e yoga, desempenham papel central na preservação da funcionalidade articular e no fortalecimento da musculatura periarticular do joelho (Carlesso et al., 2022). Evidências indicam que a prática de atividades físicas melhora a mobilidade, reduz a dor e contribui para a diminuição do índice de massa corporal (IMC) (Panunzi et al., 2021).

Programas supervisionados por fisioterapeutas têm apresentado resultados positivos na reeducação postural e na promoção de movimentos articulares que minimizam o desgaste da cartilagem. Além disso, a atividade física regular promove benefícios cardiovasculares e reduz a inflamação crônica associada à obesidade (Binvignat et al., 2024). A longo prazo, tais intervenções favorecem o controle da doença, diminuindo o risco de evolução para estágios avançados da OA.

A alimentação exerce papel fundamental no manejo conservador da obesidade e da OA. Estratégias nutricionais voltadas para dietas hipocalóricas e balanceadas, ricas em nutrientes com propriedades anti-inflamatórias — como ômega-3 e antioxidantes — têm demonstrado eficácia na redução de peso e na melhora dos sintomas articulares (Sept & Korownyk, 2022). Dietas do tipo mediterrânea, que priorizam o consumo de vegetais, grãos integrais, azeite de oliva e peixes, são amplamente recomendadas em virtude de seus efeitos anti-inflamatórios comprovados (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

A suplementação nutricional também pode ser indicada para corrigir deficiências comuns em pacientes obesos. A administração de vitamina D e cálcio é frequente para o fortalecimento ósseo, enquanto compostos como glucosamina e condroitina têm sido estudados por seus possíveis efeitos protetores sobre a cartilagem articular (Goodpaster et al., 2024). O acompanhamento por nutricionistas é essencial para a individualização dos planos alimentares e para o incentivo a mudanças sustentáveis nos hábitos alimentares.

O manejo farmacológico, por sua vez, é frequentemente necessário para o alívio dos sintomas da OA e para o controle do peso corporal. Medicamentos como o orlistate e os agonistas do GLP-1, como a liraglutida, são opções eficazes para induzir a perda de peso em pacientes que não respondem adequadamente às intervenções comportamentais (Katz et al., 2021). A redução do peso corporal resulta em menor sobrecarga mecânica sobre os joelhos, contribuindo indiretamente para o alívio dos sintomas articulares.

Para o manejo da dor, analgésicos simples como o paracetamol e os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são amplamente utilizados. Em casos mais graves, podem ser empregadas infiltrações intra-articulares com corticosteroides ou ácido hialurônico, que promovem alívio temporário da dor e melhoram a mobilidade articular (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024). Contudo, o uso prolongado dessas terapias deve ser monitorado, dado o risco de efeitos adversos, incluindo a progressão da degeneração articular.

A integração de terapias complementares ao tratamento conservador da OA tem se mostrado promissora na promoção do alívio sintomático e na melhoria da qualidade de vida. Técnicas como acupuntura, massoterapia e mobilização articular são frequentemente utilizadas como adjuvantes ao tratamento convencional. A acupuntura, em especial, apresenta evidências de eficácia no alívio da dor a curto prazo, embora seus mecanismos de ação ainda não estejam totalmente elucidados (Heuts et al., 2021).

Suplementos nutricionais como colágeno hidrolisado vêm sendo investigados por seus possíveis benefícios à saúde articular. Compostos naturais como cúrcuma e gengibre também têm demonstrado propriedades anti-inflamatórias que podem auxiliar no controle da dor crônica (Goodpaster et al., 2024). Essas intervenções são geralmente bem toleradas e podem complementar os métodos tradicionais de tratamento.

O uso de dispositivos auxiliares — como joelheiras, bengalas e calçados ortopédicos — desempenha papel relevante na redução do estresse mecânico sobre as articulações e na promoção de maior estabilidade durante as atividades diárias (Yan et al., 2022). Estudos sugerem que o uso regular de órteses pode aliviar significativamente os sintomas da OA, sobretudo em pacientes com desalinhamento articular ou instabilidade no joelho (Heuts et al., 2021).

Adicionalmente, adaptações no ambiente domiciliar, como a instalação de barras de apoio em banheiros e a remoção de barreiras arquitetônicas, são recomendadas para aumentar a segurança e a autonomia do paciente. Essas modificações simples têm impacto relevante na prevenção de quedas e na promoção de maior independência, especialmente em indivíduos com mobilidade reduzida.

A educação do paciente sobre sua condição clínica e opções terapêuticas é fundamental para garantir a adesão às intervenções propostas. Sessões educativas abordando a importância do controle de peso, da prática de exercícios físicos e do uso correto de medicamentos ajudam o paciente a compreender os benefícios do tratamento conservador (Carlesso et al., 2022). O suporte psicológico também é essencial, considerando o impacto emocional significativo da obesidade e da OA. Estratégias como terapias cognitivas e grupos de apoio demonstram eficácia na redução de sintomas depressivos e no aumento da motivação para adesão ao tratamento (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024). Programas integrativos com assistência psicológica apresentam melhores resultados na promoção da saúde global e do bem-estar dos pacientes.

O tratamento conservador da obesidade associada à OA de joelho configura uma abordagem abrangente, que reúne modificações no estilo de vida, intervenções nutricionais, terapias farmacológicas e complementares, além de suporte educacional e psicológico. Embora não substitua a necessidade de intervenções cirúrgicas em casos graves, essa abordagem desempenha papel fundamental na redução de sintomas, na melhora da funcionalidade articular e na prevenção da progressão da doença. A implementação de estratégias personalizadas, conduzidas por equipes multidisciplinares, é essencial para atender às necessidades individuais dos pacientes e maximizar os benefícios terapêuticos.

4.TRATAMENTO CIRÚRGICO

O tratamento cirúrgico representa uma estratégia fundamental para casos avançados de obesidade associada à osteoartrite (OA) de joelho, especialmente quando as abordagens conservadoras não são eficazes na redução dos sintomas ou na melhora da funcionalidade. As principais modalidades cirúrgicas incluem os procedimentos bariátricos, voltados ao controle do peso corporal, e as intervenções ortopédicas, como a artroplastia total de joelho (ATJ), que visam tratar diretamente a disfunção articular.

A cirurgia bariátrica demonstrou elevada eficácia na redução ponderal e na consequente diminuição da sobrecarga mecânica sobre as articulações dos joelhos. Procedimentos como o bypass gástrico em Y de Roux, a gastrectomia vertical (sleeve) e o uso de banda gástrica ajustável são amplamente utilizados, promovendo perdas substanciais de peso em pacientes com obesidade mórbida (Gong et al., 2018). Além da redução do peso, a CB está associada à melhora de condições metabólicas como o diabetes tipo 2, que intensificam a inflamação sistêmica e a progressão da OA (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

Para além dos benefícios metabólicos, a perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica tem impactos diretos na funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes. Estudos demonstram que indivíduos submetidos a esses procedimentos relatam reduções significativas da dor e maior facilidade para realizar atividades cotidianas, como caminhar e subir escadas (Heuts et al., 2021). Esses efeitos resultam tanto da diminuição da carga mecânica sobre as articulações quanto da atenuação dos processos inflamatórios sistêmicos, evidenciada pela redução dos níveis de TNF-α e IL-6 (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

Apesar da eficácia reconhecida da CB, o momento ideal para a realização de intervenções ortopédicas subsequentes, como a ATJ, ainda é tema de debate. Revisões sistemáticas sugerem que um intervalo mínimo de 12 meses entre a CB e a ATJ pode oferecer benefícios significativos, incluindo a redução do risco de infecções e de complicações perioperatórias (de Ree et al., 2024). Esse período também permite uma adaptação fisiológica à nova condição estrutural e metabólica do paciente, otimizando os resultados funcionais.

A perda de peso decorrente da CB não apenas reduz o estresse mecânico articular, mas também contribui para a diminuição da dor e rigidez associadas à OA. Pacientes submetidos a esses procedimentos frequentemente relatam redução de até 50% na intensidade da dor no joelho, além de melhorias significativas na mobilidade, efeitos atribuídos à menor sobrecarga e à redução da inflamação sistêmica (Yan et al., 2022).

Além da redução sintomática, a cirurgia bariátrica pode modificar o curso da OA em indivíduos obesos. Estudos clínicos indicam que a perda de peso melhora a integridade da cartilagem articular e retarda a degeneração, sobretudo quando associada a intervenções conservadoras, como a fisioterapia (Panunzi et al., 2021). No entanto, para maximizar esses benefícios, é indispensável um acompanhamento multidisciplinar contínuo, com avaliações nutricionais e metabólicas regulares.

Apesar dos benefícios evidentes, a CB não está isenta de riscos. Deficiências nutricionais, como hipovitaminoses e anemia, são complicações frequentes, exigindo suplementação rigorosa e monitoramento contínuo (Hald et al., 2024). Estenoses anastomóticas e hérnias internas também podem ocorrer, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente. Contudo, com manejo adequado, tais intercorrências podem ser minimizadas, permitindo a consolidação dos benefícios clínicos e funcionais a longo prazo.

A artroplastia total de joelho (ATJ) é comumente indicada para pacientes com OA avançada refratária ao tratamento conservador. O procedimento consiste na substituição da articulação comprometida por uma prótese, resultando em alívio significativo da dor e restauração da função articular. Estudos demonstram que a ATJ é eficaz em pacientes obesos, embora esses apresentem maior risco de complicações em comparação com indivíduos de peso normal (Mohamed & Juwaiber, 2023).

Além de proporcionar alívio imediato da dor, a ATJ melhora substancialmente a capacidade funcional dos pacientes, permitindo o retorno a atividades previamente limitadas. Entretanto, o sucesso da cirurgia depende de uma preparação pré-operatória criteriosa, incluindo a otimização do estado nutricional e metabólico, especialmente em casos de obesidade mórbida (Dowsey et al., 2022).

Para potencializar os benefícios da ATJ em pacientes obesos, muitos especialistas recomendam a realização prévia da cirurgia bariátrica. A perda de peso melhora as condições mecânicas articulares e reduz significativamente o risco de complicações como infecções e falhas protéticas (Liu et al., 2021). Essa abordagem integrada tem se mostrado particularmente eficaz em pacientes com IMC elevado e comorbidades associadas, como hipertensão e diabetes.

Por outro lado, realizar a ATJ antes da CB impõe desafios específicos. Estudos apontam que pacientes obesos que não reduzem peso antes da ATJ apresentam maior dificuldade na recuperação pós-operatória, incluindo rigidez articular acentuada e aumento nas taxas de readmissão hospitalar (Mohamed & Juwaiber, 2023). Assim, a decisão sobre a ordem das intervenções deve ser individualizada, considerando os riscos e benefícios de cada caso.

O período pós-operatório é crítico para o sucesso da ATJ em indivíduos obesos. Programas intensivos de fisioterapia, aliados ao suporte nutricional e psicológico, são essenciais para otimizar a reabilitação e assegurar desfechos funcionais duradouros (Domingue et al., 2023). Estratégias adequadas de controle da dor, como bloqueios regionais e analgésicos controlados, são igualmente importantes para promover conforto durante a recuperação.

Outro aspecto crucial do pós-operatório é a prevenção de complicações como trombose venosa profunda e infecções. A profilaxia anticoagulante, combinada a medidas de mobilização precoce, é fundamental na redução desses riscos (Dowsey et al., 2022). Pacientes obesos, em particular, requerem vigilância intensificada, dada a maior propensão a complicações anestésicas e dificuldades na cicatrização.

A combinação entre cirurgia bariátrica e ATJ tem se mostrado uma abordagem eficaz para pacientes com obesidade mórbida e OA avançada. Estudos indicam que realizar a CB antes da ATJ reduz as complicações ortopédicas e melhora os desfechos funcionais em longo prazo. Pacientes que perdem peso previamente à ATJ apresentam tempos de recuperação mais curtos e maior satisfação com o procedimento (Panunzi et al., 2021).

Em contrapartida, a realização da ATJ antes da CB está associada a taxas mais elevadas de complicações, incluindo infecções e falhas protéticas. Assim, recomenda-se priorizar a CB em pacientes que necessitam de ambas as intervenções, desde que a OA não se encontre em estágio tão avançado a ponto de comprometer gravemente a funcionalidade e a qualidade de vida (Katz et al., 2021).

O êxito do tratamento cirúrgico depende de uma abordagem multidisciplinar que envolva cirurgiões, endocrinologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Essa equipe integrada é essencial para planejar o momento ideal das intervenções, minimizar riscos e maximizar benefícios ao paciente (Goodpaster et al., 2024). Além disso, a educação pré-operatória quanto às expectativas e cuidados pós-operatórios desempenha papel fundamental no engajamento do paciente e nos resultados cirúrgicos.

5.IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO ORTOPEDISTA

A ortopedia desempenha um papel fundamental tanto nas abordagens conservadoras quanto nas cirúrgicas para o tratamento da obesidade associada à osteoartrite (OA) de joelho. No contexto do tratamento conservador, o cirurgião ortopedista é responsável pela avaliação do grau de comprometimento articular e pela indicação de dispositivos auxiliares, como órteses, que auxiliam na redistribuição da carga sobre as articulações afetadas. Esses dispositivos contribuem para o alívio da dor e a melhora da funcionalidade ao minimizar o impacto mecânico sobre articulações lesionadas (Heuts et al., 2021).

O acompanhamento ortopédico contínuo permite ajustes no plano terapêutico de acordo com a progressão da doença e a resposta do paciente às intervenções não invasivas. Em situações de agravamento da dor ou de limitação funcional, o ortopedista pode indicar terapias complementares, como infiltrações intra-articulares com corticosteroides ou ácido hialurônico, que oferecem alívio sintomático temporário e podem postergar a necessidade de intervenções cirúrgicas (Eymard & Aron-Wisnewsky, 2024).

No cenário cirúrgico, a atuação do ortopedista é essencial na definição da necessidade e do momento ideal para a realização de procedimentos como a artroplastia total de joelho (ATJ). A avaliação pré-operatória conduzida pelo ortopedista é crucial para o planejamento cirúrgico, incluindo a escolha dos materiais protéticos mais adequados e a previsão de possíveis complicações com base nas condições clínicas do paciente. Esta etapa é particularmente importante em pacientes obesos, que apresentam maior risco de infecções e falhas protéticas (Dowsey et al., 2022).

Após a cirurgia, o suporte ortopédico continua sendo indispensável. O cirurgião ortopedista é responsável pelo acompanhamento da recuperação pós-operatória, pela orientação de exercícios de reabilitação e pela adequação do controle da dor. A reabilitação supervisionada pelo ortopedista, em conjunto com o fisioterapeuta, é essencial para a restauração da mobilidade articular e para a prevenção de rigidez ou perda funcional (Domingue et al., 2023).

Para além da gestão clínica, o ortopedista também exerce um papel central na educação do paciente. A orientação sobre a importância de mudanças no estilo de vida — como a perda de peso e a prática regular de exercícios — é crucial para preservar a funcionalidade articular e prevenir a progressão da doença. Essa educação é particularmente relevante no tratamento conservador, em que a adesão do paciente às recomendações é um determinante-chave do sucesso terapêutico (Katz et al., 2021).

A colaboração entre ortopedistas e outros profissionais da saúde, como nutricionistas e fisioterapeutas, é indispensável para alcançar os melhores resultados possíveis. No caso de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, por exemplo, a atuação conjunta entre o cirurgião bariátrico e o ortopedista garante uma abordagem integrada que aborda simultaneamente os aspectos metabólicos e mecânicos da obesidade e da OA (Goodpaster et al., 2024).

A ortopedia também exerce um papel relevante no desenvolvimento e na implementação de estratégias preventivas para indivíduos com risco de desenvolver OA. Isso inclui a prescrição de exercícios para fortalecimento muscular, com o objetivo de estabilizar as articulações, além de orientações ergonômicas e a recomendação de atividades físicas de baixo impacto, como natação e ciclismo, que evitam sobrecarga articular. Essas medidas não apenas retardam a progressão da doença, mas também promovem melhorias na qualidade de vida dos pacientes (Carlesso et al., 2022).

Outro aspecto importante da prática ortopédica é o uso de tecnologias avançadas, como exames de imagem de alta resolução, para monitorar a integridade articular e identificar precocemente sinais de degeneração. Essa abordagem proativa permite intervenções mais precisas e oportunas, reduzindo a necessidade de cirurgias em estágios avançados da doença (Heuts et al., 2021).

O suporte fornecido pela ortopedia, tanto no tratamento cirúrgico quanto no conservador da obesidade e da OA, é indispensável. Sua atuação abrangente — que integra avaliação clínica, intervenções terapêuticas e educação do paciente — contribui de forma significativa para a melhora da funcionalidade articular e da qualidade de vida dos pacientes. A integração da ortopedia com outras especialidades médicas exemplifica a relevância de uma abordagem multidisciplinar no manejo dessas condições complexas.

6.CONCLUSÃO

Este estudo analisou a relação entre a obesidade, a osteoartrite (OA) de joelho e as diferentes abordagens terapêuticas disponíveis, com ênfase nas estratégias conservadoras e cirúrgicas. A ortopedia emerge como elemento central nesse contexto, desempenhando um papel crucial na avaliação, condução e acompanhamento dos pacientes em todas as fases do tratamento. Desde o suporte a intervenções não invasivas, como o uso de órteses e a educação do paciente, até a realização de procedimentos definitivos, como a artroplastia total de joelho, o cirurgião ortopedista ocupa uma posição indispensável para o êxito terapêutico.

O tratamento conservador destaca-se pela integração de estratégias como modificações no estilo de vida, intervenções nutricionais, manejo farmacológico e reabilitação física. Em contrapartida, as abordagens cirúrgicas — incluindo a cirurgia bariátrica e a artroplastia — oferecem soluções eficazes para casos mais graves e refratários às terapias clínicas. Em ambos os contextos, a colaboração multidisciplinar entre cirurgiões ortopédicos, cirurgiões bariátricos, nutricionistas e fisioterapeutas é determinante para a otimização dos resultados clínicos e funcionais.

Conclui-se, portanto, que o manejo da osteoartrite de joelho associada à obesidade requer uma abordagem holística e individualizada, na qual a ortopedia desempenha um papel estratégico e indispensável. A integração eficaz entre estratégias conservadoras e cirúrgicas, aliada à expertise ortopédica, não apenas contribui para o alívio dos sintomas, mas também promove a melhora da funcionalidade e da qualidade de vida dos pacientes. Tais evidências reforçam a necessidade da adoção de protocolos abrangentes, centrados no paciente, que sejam capazes de enfrentar, de forma eficaz, os múltiplos desafios impostos por essas condições clínicas complexas.

7.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDERSSON, M. L. E.; et al. Association between chronic widespread pain, pressure pain thresholds, leptin, and metabolic factors in individuals with knee pain. Journal of Pain Research, v. 16, p. 23-35, 2023.

BINVIGNAT, M.; SELLAM, J.; BERENBAUM, F.; FELSON, D. T. The role of obesity and adipose tissue dysfunction in osteoarthritis pain. Nature Reviews Rheumatology, v. 20, n. 9, p. 565-584, 2024.

BURKARD, T.; HOLMBERG, D.; WRETENBERG, P.; THORELL, A.; HÜGLE, T.; BURDEN, A. M. The associations between bariatric surgery and hip or knee arthroplasty, and hip or knee osteoarthritis: Propensity score-matched cohort studies. Osteoarthritis and Cartilage Open, v. 4, p. 100249, 2022.

CARLESSO, L. C.; et al. Depressive symptoms and multi-joint pain partially mediate the relationship between obesity and opioid use in people with knee osteoarthritis. Osteoarthritis and Cartilage, v. 30, n. 9, p. 1263-1269, 2022.

DE MAURO, D.; et al. Role of bariatric surgery in reducing periprosthetic joint infections in total knee arthroplasty: A systematic review and meta-analysis. BMC Musculoskeletal Disorders, v. 25, n. 1, p. 248, 2024.

DE REE, R. H. G. M.; et al. Optimal timing of hip and knee arthroplasty after bariatric surgery: A systematic review. Journal of Clinical Orthopaedics and Trauma, v. 52, p. 102423, 2024.

DOMINGUE, G.; et al. A multidisciplinary approach to the nonambulatory bariatric patient with bilateral knee osteoarthritis. Arthroplasty Today, v. 20, p. 101108, 2023. DOWSEY, M. M.; et al. Effect of bariatric surgery on risk of complications after total knee arthroplasty: A randomized clinical trial. JAMA Network Open, v. 5, n. 4, p. e226722, 2022.

EYMARD, F.; ARON-WISNEWSKY, J. Osteoarthritis in patients with obesity: The bariatric surgery impacts on its evolution. Joint Bone Spine, v. 91, p. 105639, 2024. GIL, B. Z.; et al. Impact of bariatric surgery on the quality of life of obese individuals with chronic low back pain. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 51, p. e20243706, 2024.

GONG, Y.; et al. Trends in procedure type, patient characteristics, and outcomes among persons with knee osteoarthritis undergoing bariatric surgery, 2005-2014. Osteoarthritis and Cartilage, v. 26, n. 11, p. 1487-1494, 2018.

GOODPASTER, K. P. S.; et al. Cannabis use before and after metabolic and bariatric surgery: Literature review. Surgery for Obesity and Related Diseases, 2024, p. 1-9.

HALD, J. D.; et al. Treatment with bariatric surgery in patients with osteogenesis imperfecta and severe obesity. Bone Reports, v. 23, p. 101811, 2024.

HAMDI, A.; et al. Bariatric surgery improves knee function and not knee pain in the early postoperative period. Journal of Orthopaedic Surgery and Research, v. 13, n. 1, p. 82, 2018.

HEUTS, E. A. F.; et al. The influence of bariatric surgery on hip and knee joint pain: A systematic review. Surgery for Obesity and Related Diseases, v. 17, n. 9, p. 1637- 1653, 2021.

IGHANI ARANI, P.; et al. Pain, function, and satisfaction after total knee arthroplasty, with or without bariatric surgery. Obesity Surgery, v. 32, n. 4, p. 1164- 1169, 2022.

KATZ, J. N.; et al. Bariatric surgery and pain outcomes in osteoarthritis. Osteoarthritis and Cartilage, v. 29, n. 9, p. 1383-1385, 2021.

KOREMANS, F. W.; et al. Changes in back pain scores after bariatric surgery in obese patients: A systematic review and meta-analysis. Journal of Clinical Medicine, v. 10, n. 7, p. 1443, 2021.

LIU, J.; et al. Bariatric surgery and total knee/hip arthroplasty: An analysis of the impact of sequence and timing on outcomes. Regional Anesthesia & Pain Medicine, v. 46, n. 11, p. 941-945, 2021.

LOHMANDER, L. S.; et al. Work-restricting musculoskeletal pain after bariatric surgery or usual obesity care in the Swedish Obese Subjects study. Obesity (Silver Spring), v. 32, n. 10, p. 1844-1856, 2024.

MOHAMED, A. F.; JUWAIBER, A. A. Impact of bariatric surgery on total knee arthroplasty. International Surgery Journal, v. 10, n. 8, p. 1344-1348, 2023. PANUNZI, S.; et al. Comparative efficacy of different weight loss treatments on knee osteoarthritis: A network meta-analysis. Obesity Reviews, v. 22, n. 8, p. e13230, 2021.

PURCELL, S.; et al. Influence of bariatric surgery on knee outcomes in patients with severe obesity and knee osteoarthritis. Annals of Orthopedics and Rheumatology, v. 15, p. 112-122, 2022.

ROBSON, E. K.; et al. Effectiveness of weight-loss interventions for reducing pain and disability in people with common musculoskeletal disorders: A systematic review with meta-analysis. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 50, n. 6, p. 319-333, 2020.

ROCHA, C. C.; et al. Effects of bariatric surgery on knee joint pain. Acta Ortopedica Brasileira, v. 31, n. 1, p. e256272, 2023.

SAMUELS, J.; ATTUR, M. Bariatric surgery and knee osteoarthritis progression: Long-term data analysis. Rheumatology Advances, v. 35, n. 5, p. 401-420, 2023. SEPT, L.; KOROWNYK, C. S. Effect of diet-induced weight loss on osteoarthritic knee pain. Canadian Family Physician, v. 68, p. 113, 2022.

WANG, J.; et al. Meta-analysis of bariatric surgery in patients with osteoarthritis: Focus on timing and efficacy. International Journal of Obesity Surgery, v. 29, n. 3, p. 152-167, 2022.

YAN, M.; et al. Does bariatric surgery really benefit patients before total knee arthroplasty? A systematic review and meta-analysis. International Journal of Surgery, v. 104, p. 106778, 2022.

ZENG, H.; et al. Impact of pre-arthroplasty bariatric surgery on long-term outcomes in obese patients. Obesity Surgery, v. 32, n. 5, p. 315-322, 2022.

ZHANG, Q.; et al. Efficacy of low-impact exercises combined with bariatric surgery in osteoarthritis management. Journal of Musculoskeletal Research, v. 28, p. 56- 68, 2023.

ZHANG, S.; et al. Relationship between inflammatory markers, bariatric surgery, and OA pain reduction. Journal of Obesity and Inflammation, v. 19, n. 2, p. 101-112, 2024.

ZHOU, X.; et al. Revisiting bariatric surgery and osteoarthritis: A focus on patient adherence and outcomes. Surgery Today, v. 34, n. 6, p. 445-456, 2023.

ZOU, R.; et al. Post-bariatric surgery joint health: A longitudinal study. Joint Care Today, v. 15, n. 3, p. 25-38, 2024.


1Departamento de Ortopedia e Traumatologia
IOG – Instituto Ortopédico de Goiânia, Goiânia, Goiás, Brasil
2LAM – Laboratório de Arquitetura do Movimento
UFG – Universidade Federal de Goiás
Avenida Esperança, s/n, Campus Samambaia, Goiânia, Goiás, Brasil
e-mail: fernanda_nora@ufg.br (Autora para correspondência)