REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504301518
Maria Lúcia de Azevedo Pery1
Paulo Roberto Miranda Veras2
Marcelo Vinicius Costa Amorim3
Resumo: A psicopatia é um transtorno de personalidade que afeta não somente a pessoa acometida como toda a sociedade. O presente artigo tem como objetivo geral examinar o construto de psicopatia. Quanto aos objetivos específicos, estes são: caracterizar o transtorno em crianças; refletir sobre a complexidade do diagnóstico na infância; discutir os impactos deste diagnóstico na família dos psicopatas e se justifica a partir do interesse da autora no tema desde o início de sua formação. Aborda- se como questões problemas: quais os fatores desencadeantes da psicopatia? Há benefícios em perceber características precocemente? Como são afetadas as famílias dos psicopatas? Baseado, teoricamente, em autores como Bins e Taborda (2016), Silva (2014), Hare (2013) e Borba, Schwartz e Kantorski (2008). A metodologia aplicada é a pesquisa bibliográfica, a partir da análise qualitativa dos dados. Visto que, o ser humano é também produto biopsicossocial, é importante pensar a relação dos fatores genéticos, biológicos, ambientais, sociais e psicodinâmicos de crianças e jovens que apresentam características ditas da psicopatia. A família e/ou cuidadores são afetados direta ou indiretamente e possui um papel de extrema relevância na percepção precoce desses comportamentos na infância.
Palavras-chave: Psicopatia. Diagnóstico. Psicopatia infantil. Família.
Abstract: Psychopathy is a personality disorder that affects not only the person affected but society as a whole. The general objective of this article is to examine the construct of psychopathy. As for the specific objectives, these are: characterize the disorder in children; reflect on the complexity of diagnosis in childhood; discuss the impacts of this diagnosis on the family of psychopaths and is justified by the author’s interest in the topic since the beginning of her training. Problem questions are addressed: what are the triggering factors for psychopathy? Are there benefits to noticing characteristics early? How are the families of psychopaths affected? Theoretically based on authors such as Bins and Taborda (2016), Silva (2014), Hare (2013) and Borba, Schwartz and Kantorski (2008). The methodology applied is bibliographical research, based on qualitative data analysis. Since the human being is also a biopsychosocial product, it is important to think about the relationship between genetic, biological, environmental, social and psychodynamic factors in children and young people who present characteristics known as psychopathy. The family and/or caregivers are directly or indirectly affected and play an extremely important role in the early perception of these behaviors in childhood.
Keywords: Psychopathy. Diagnosis. Child psychopathy. Family.
1. INTRODUÇÃO
O CID 11 classifica o transtorno de personalidade psicopática como pertencente ao transtorno de personalidade antissocial (TPA), para tal, é preciso que os sintomas se apresentem desde a adolescência e persistam, porém, sabe-se que nem todos os indivíduos diagnosticados com TPA são psicopatas.
Embora o TPA tenha sido muito utilizado como sinônimo de psicopatia, o diagnóstico de tal transtorno é realizado exclusivamente por meio de comportamentos observáveis, ao passo que a psicopatia, além de traços comportamentais, requer também a presença de determinados traços afetivos e interpessoais (Moreira, Anzolin e Tozatto, 2022).
Neto, Caiana, Azevedo et al. (2019), menciona que alguns estudiosos consideram o TPA como um sinônimo para a psicopatia, já outros dizem exatamente o contrário. Argumentos que reforçam a discussão sobre o termo “psicopatia”.
Teóricos como Glenn e Raine (2014) destacam que o uso da palavra “psicopatia” é feito de maneira incorreta, pois, de forma técnica, o termo é usado para se referir a uma perturbação da personalidade que se manifesta por um conjunto de traços específicos no indivíduo. Há algum tempo, investigadores têm buscado compreender que traços de personalidade psicopáticos, ainda que associados à idade adulta, podem ser observados em adolescentes e crianças (Pechorro, Barroso, Maroco, et al., 2017).
Fato é que não há um consenso quanto ao termo “psicopatia”, uma vez que o diagnóstico é extremamente complexo, exigindo ética e muita investigação. Destaca-se que as pesquisas desenvolvidas nesse aspecto são poucas, tanto no que tange à psicopatia, quanto à sua percepção ainda na infância, tornando o assunto pouco debatido no âmbito técnico e acadêmico.
Este é um tema relevante para se discutir, uma vez que é tratado no dia a dia das pessoas pelo senso comum por meio de jornais, novelas, livros, filmes, séries e documentários. Os meios de comunicação, para além da divulgação de informação, são também formadores de opiniões, o que acarreta, por vezes, em desinformações e estigmatizações dos transtornos. Silva (2014) traz que:
O termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego psyche = mente; e pathos = doença). No entanto, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais (Silva, 2014, p. 25).
Bins e Taborda (2016), determinam a psicopatia como uma síndrome definida por uma conduta socialmente desviante combinada com traços de personalidade. Logo, é preciso questionar-se: quais os fatores desencadeantes da psicopatia? Há benefícios em perceber características precocemente? Como as famílias dos psicopatas são afetadas?
O presente trabalho justifica-se, pois há uma escassez de estudos sobre a psicopatia, e esse é um assunto de muito interesse da autora desde o início de sua formação. Com a pesquisa foi constatada a importância em contribuir com os estudos já construídos até o momento. Diante disso, é importante que o assunto seja debatido com criticidade, levantando a teoria como um ponto de partida.
O artigo tem como objetivo geral examinar o construto de psicopatia. Pretende-se, com os objetivos específicos, caracterizar o transtorno em crianças de maneira a refletir sobre a complexidade do diagnóstico na infância, discutindo seus impactos na família dos psicopatas. Baseado teoricamente, em autores como Bins e Taborda (2016), Silva (2014), Hare (2013) e Borba, Schwartz e Kantorski (2008), a metodologia aplicada é a pesquisa bibliográfica, a partir da análise qualitativa dos dados.
2. A PERSONALIDADE E A PSICOPATIA
Um dos construtos importantes a se definir quando se fala de psicopatia é a personalidade. Segundo Bins e Taborda (2016), a personalidade é o resultado da interação entre genética e meio ambiente, sendo um conjunto de características físicas, intelectuais, culturais e afetivas. Constituinte do ser humano, ela norteia comportamentos e formas de interpretar o mundo, influenciando o meio e sendo influenciada por ele.
Segundo Widiger, personalidade é o modo característico como uma pessoa sente, pensa, reage, se comporta e se relaciona com as outras pessoas. (Widiger, 2011, apud Dalgalarrondo, 2019, p. 270). Assim sendo, a personalidade também se molda e revela-se através do cotidiano do indivíduo, permeada por suas relações, interações sociais e pelo seu desenvolvimento. Existem influências genéticas, culturais, sociais, bem como influências externas que determinam a construção da personalidade de um sujeito. Conforme Porfirio e Silva (2021), representantes sociais como família, escolas e grupos de amigos irão contribuir nessa formação.
Já Martins (2004) define a personalidade como um sistema fechado sobre si, sendo um centro organizador que, desde o nascimento, direciona suas estruturas psicológicas e que meramente se atualizará sob dadas condições de existência. Fato é que não há consenso entre os teóricos sobre o construto, porém, eles certamente se complementam. Compreendendo a personalidade como parte da subjetividade e influenciadora do comportamento, é necessário entender como ela se relaciona com a psicopatia.
De acordo com Bins e Taborda (2016), ocorre um transtorno de personalidade, quando seus aspectos se tornam rígidos, inflexíveis e mal adaptativos, havendo significativa ruptura pessoal e social, com padrões de relacionamento desajustados e de caráter permanente. Letner, Paines e Periolo (2013) definem a psicopatia como um distúrbio de personalidade, descrevendo que a pessoa que a possui já nasce com essa propensão, mas é durante sua infância que se determina a manifestação ou não. Apesar de discutirem sobre o que leva alguém a desenvolver a psicopatia, Hare (2013), conclui que as forças que produzem o psicopata ainda são desconhecidas para pesquisadores. Posto isto, evidencia-se a necessidade de mais estudos envolvendo o tema.
3. DADOS SOBRE PSICOPATIA
Inicialmente, o estudo da psicopatia foi associado à população carcerária e pacientes de manicômios. Porém, sabe-se hoje que ela não se limita somente a essas categorias. De acordo com Neto, Caiana, Azevedo et al. (2019), aqui no Brasil, os estudos sobre a Psicopatia começaram a ser realizados há poucas décadas, quando os casos de crimes cruéis e sem piedade foram expostos pela mídia. A curiosidade humana para tal desvio comportamental e de personalidade aguçou-se. Uma vez que:
Os psicopatas são indivíduos que podem ser encontrados em qualquer etnia, cultura, sociedade, credo, sexualidade ou nível financeiro. Estão infiltrados em todos os meios sociais e profissionais, camuflados de executivos bem-sucedidos, líderes religiosos, trabalhadores, pais e mães “de família”, políticos etc. (Silva, 2014 p 26).
Diante disso, a psicopatia é uma particularidade que às vezes se torna muito difícil de ser reconhecida, já que os indivíduos podem parecer inofensivos, educados, inteligentes e sedutores. No entanto, essas não as suas únicas características, podem também apresentar a violência, crueldade, perversão, entre outros comportamentos.
Letner, Paines e Periolo (2013) subdividem a psicopatia em cinco possíveis conjuntos de características, como os carentes de princípio, malévolos, dissimulados, ambiciosos e explosivos. Eles descrevem ainda que a psicopatia é uma forma de ver o mundo na qual o outro não representa nada. Silveira e Kern (2017) mencionam que psicopatas se mostram grandiosos, manipuladores, determinados, frios em suas ações, superficiais em relação às emoções, e não sentem remorso ou empatia. O estabelecimento de vínculos com eles é prejudicado e eles não sentem culpa. Classificando a psicopatia como um transtorno de personalidade, observa-se, conforme apresenta Neto, Caiana, Azevedo et al. (2019), que entre as muitas características da personalidade de um psicopata, destaca-se quatro: egocentrismo, ausência de remorso, falta de empatia e manipulação.
Pensar na psicopatia em crianças e adolescentes é possível uma vez que a personalidade se constrói e se consolida nessas fases do desenvolvimento, e as características da psicopatia podem ser observadas. É importante salientar que a infância, como uma fase de desenvolvimento, possui comportamentos comuns a ela; no entanto, quando esses comportamentos ultrapassam da normalidade, uma análise precisa ser feita. É no mínimo curioso, embora dramático, pensar que os psicopatas são portadores de um grave problema, mas quem de fato sofre é a sociedade como um todo (Silva, 2014, p. 121).
Assim como os adultos, crianças com essas características são desprovidas de sentimento de culpa ou remorso, são cruéis e frequentemente causam mal para os próprios familiares, animais de estimação e pessoas ao seu redor. No entanto, isso ainda é um tabu para muitos, já que a sociedade encara com dificuldade tal fato, pois espera de uma criança sempre a pureza, enquanto determinados comportamentos são mais esperados de adultos.
3.1 A psicopatia na infância
É na infância que se inicia a formação da personalidade. Custódio e Sobral (2023) trazem que as experiências nesta fase contribuem para a formação de valores e entendimento de regras sociais. Fatores biológicos e genéticos são extremamente importantes, assim como a influência cultural.
A engrenagem psicopática funciona da seguinte maneira: a predisposição genética ou a vulnerabilidade biológica se manifesta em uma criança que apresenta déficit emocional. Uma criança assim possui um sistema mental deficiente na percepção das emoções e dos sentimentos, na regulação da impulsividade e na experimentação do medo e da ansiedade (Silva, 2014, p. 119).
Bins e Taborda (2016) reforçam que:
O clássico modelo biopsicossocial hipotetiza que a psicopatia se desenvolve quando há componentes genéticos e neurobiológicos associados a traços de personalidade como impulsividade, com aumento de risco quando esses indivíduos são expostos a uma família disfuncional e agravamento quando o ambiente social do entorno falha na proteção básica (Bins e Taborda, 2016, p. 8).
Pensar a primeira fase da vida é crucial nos estudos que envolvem o surgimento e a identificação da psicopatia, pois conflitos presentes na infância, como violência, ambiente familiar adverso e adoecedor, questões sociais, econômicas e culturais, são marcadores que podem contribuir para a formação disfuncional dessa personalidade.
Segundo Almeida (2018), é na infância e adolescência que podem ocorrer e se instaurar as manifestações antissociais ao longo da vida adulta. Porfirio e Silva (2021) alerta que:
Crescer em um ambiente familiar desestruturado, sendo negligenciado, sofrendo maus tratos, sendo expostos à prostituição, drogas e álcool, pode levar o sujeito a entrar em um ciclo de violência tendo atitudes parecidas com as que foram presenciadas na infância (Porfirio e Silva, 2021).
Uma família que vive nessas condições pode aumentar ou reforçar comportamentos associados à psicopatia. Fatores como o abuso, abandono, desamparo, negligência e exposição ao álcool e drogas muitas vezes contribuem para a infância de muitas crianças, exacerbando predisposições para a psicopatia. No entanto, nem toda criança que passa por um contexto familiar adoecedor na infância está fadada a se inclinar para a violência ou a à psicopata.
Segundo Rios (2019):
Em alguns casos a criança não nasce psicopata, mas viver em um ambiente hostil e inadequado pode contribuir para o surgimento de traumas, faz com que a criança se torne má, agressiva, manipuladora, sem sentimentos de remorso ou culpa ao cometer atos impróprios, podendo até mesmo cometer homicídios, considerada então psicopata, já em outros casos a maldade já é vista na perspectiva biológica, posto que o indivíduo já nasce com este fator genético dentro de si (Rios, 2019).
Cabe ressaltar que, embora comportamentos inadequados possam ser esperados que se agrave apenas na fase adulta, há casos em que crianças cometem atrocidades ainda bem cedo, onde é visto grande maldade presente nas mesmas (Santos, Conceição, Sousa et al. 2022).
Silva, Batista e Bezerra (2020), afirmam ser crucial analisar e resolver os problemas na infância, pois quando adulto sua personalidade estará mais desenvolvida e será mais difícil a conversão e/ou construção de novos valores. Silva (2014) destaca que, em casos em casos de psicopatia em adultos, exceto raras exceções, terapias medicamentosas e psicoterapias geralmente se mostram eficazes. Sena (2022) reitera que reconhecer e prevenir precocemente os fatores de risco para o desenvolvimento da psicopatia pode promover um desenvolvimento psicológico mais saudável na primeira infância. Uma vez que fatores sociais e o ambiente afetam a evolução da psicopatia, bem como sua manifestação no comportamento (Porfirio e Silva, 2021).
Hare (2013) alerta que, é fato que a infância de alguns psicopatas é caracterizada por mazelas, porém, para cada criança oriunda de uma infância difícil, existe outra a qual a vida familiar e o contexto são saudáveis, mas que também desenvolve traços psicopáticos. Isso reforça a ideia de que há fatores sociais e biológicos envolvidos no desenvolvimento da psicopatia.
Talvez a maior discussão a respeito dos psicopatas, é em relação a genética, se nascem com a psicopatia ou não. Como vimos, eles têm predisposições ao nascimento, porém o ambiente em que forem criados que será crucial (Ely, Ficher, Gorro et al. 2014).
Nos casos em que os pais (família) realizam de forma muito competente suas tarefas educacionais, essas características biológicas podem ser compensadas ou canalizadas para atividades socialmente aceitas. No entanto, quando o ambiente não é capaz de fazer frente a tal bagagem genética — por falhas educacionais por parte dos pais, por uma socialização deficiente ou ainda pelo fato de essa bagagem genética ser muito marcada —, o resultado será um indivíduo psicopata sem nenhum limite (Silva, 2014, p.119).
4. DIAGNÓSTICO DE PSICOPATIA
O diagnóstico do TPA, é feito somente a partir dos 18 anos, visto que a avaliação diagnóstica deve ser detalhada, sendo necessária a investigação minuciosa da vida do indivíduo (Santos, Conceição, Sousa et al., 2022). Uma vez que existe plasticidade nas fases da infância e adolescência, ou seja, o sujeito está em desenvolvimento, não se pode concluir um diagnóstico de psicopatia. Diante disso, é possível observar determinados comportamentos que podem ser indicadores durante a infância, já que não surgem sem aviso na fase adulta.
De acordo com Santos, Conceição, Sousa et al. (2022), estes traços na infância podem ser diagnosticados como transtorno de conduta, pois o diagnóstico de psicopatia não pode ser feito de maneira precoce. Um diagnóstico dessa magnitude pode se dar como uma marca, provocando estigma e preconceito por parte da sociedade. Claramente, nem toda criança diagnosticada com transtorno de conduta que será um psicopata. Esse cuidado com o diagnóstico é essencial para evitar possíveis erros, uma vez que o termo ‘psicopata’, quando usado para definir alguém, gera estigmatização.
A cautela em oferecer diagnósticos psicopatológicos em crianças e adolescentes é bastante aceitável, pois, quando manejados inadequadamente, poderiam, por exemplo, perpetuar a exclusão social (Davoglio, Gauer, Jaeger et al., 2012). Muitas pessoas não se sentem confortáveis ao aplicar o termo psicopata a crianças. Elas citam questões éticas e práticas envolvidas na atribuição desse rótulo, tão pejorativo, a alguém muito jovem (Hare, 2013).
Para diferenciar tais particularidades, é necessária uma investigação criteriosa da história de vida do sujeito, para então chegar à conclusão de que se trata de psicopatia. A história de vida de um psicopata é muito relevante, pois, na grande maioria dos casos, é na juventude que essa característica é desenvolvida, devido à forma de como foi criado e seus traumas (Letner, Paines e Periolo, 2013).
Hare (2013), argumenta que avaliações corretas de casos de psicopatia são essenciais para compreendermos melhor esse transtorno, que é socialmente devastador. Ferramentas como a própria Escala Hare, criada pelo psicólogo Robert Hare, auxiliam na investigação, sendo utilizada como suporte no diagnóstico desse transtorno (Almeida, 2018).
Foi justamente para diagnosticar um indivíduo com psicopatia, que a escala foi desenvolvida, podendo classificar o grau de psicopatia entre leve, moderado e grave (Letner, Paines e Periolo, 2013). Porém, ela foi desenvolvida para o uso somente em adultos, justamente porque seu diagnóstico é fechado nessa fase.
Apesar de o processo diagnóstico não ser simples, é preciso identificar corretamente os transtornos. Como acontece com qualquer outro transtorno, o diagnóstico baseia-se no acúmulo de indícios presentes no indivíduo a ponto de satisfazer os critérios mínimos exigidos (Hare, 2013).
Davoglio, Gauer, Jaeger et al. (2012), traz que:
Nesse sentido, é provável que quando oportuna e fundamentada, a identificação precoce de traços de psicopatia ofereça possibilidades de intervenções terapêuticas, psicossociais, educativas e inclusivas diferenciadas a esses jovens, aumentando as chances de uma melhor evolução do quadro apresentado. (Davoglio, Gauer, Jaeger et al., 2012, p. 458).
Santos, Conceição, Sousa et al. (2022) apontam que, ainda que o diagnóstico precoce não seja indicado, a psicopatia não tem cura. Portanto, apesar de tratar na infância, é possível que se agrave na idade adulta. Diante disso, os impactos e reconhecimento desse diagnóstico na infância, tanto no indivíduo quanto em suas famílias, devem ser considerados.
5. IMPACTOS NA FAMÍLIA
A família é o primeiro contato que a criança tem com a sociedade. É nela que a criança estabelece seus primeiros vínculos afetivos, relações de cuidado e identificação de si e do outro.
Dito isto, é possível afirmar que a família influencia diretamente no desenvolvimento do sujeito. Segundo Nascimento, Kolhs, Berra et al. (2016):
A família, na condição de grupo, desempenha um papel central na vida das pessoas, por ser no seio familiar que o indivíduo cresce, é cuidado, nutrido, adquire concepção de si, desenvolve as suas crenças e valores a respeito do mundo e onde é preparado para enfrentar a vida (Nascimento, Kolhs, Berra et al., 2016).
Sabe-se que todo diagnóstico produz um resultado na família do indivíduo. De acordo com Nascimento, Kolhs, Berra et al., (2016), a partir da compreensão de que a família é esse grupo social que tem responsabilidade sobre a constituição dos indivíduos, entende-se que, da mesma forma que afeta e influencia o sujeito, ela também é influenciada e afetada por ele. As famílias que convivem com o sofrimento psíquico demonstram preocupação, impotência e medo frente ao comportamento inadequado e imprevisível (Borba, Schwartz e Kantorski 2008). Mudanças de rotina, sobrecargas, adaptações a um novo estilo de vida, o tratamento e a exposição, são algumas questões enfrentadas pela família.
A busca por tratamento, a falta de informação, o medo constante, a ineficiência, a desconfiança, a vigília e o desgaste afetivo frente ao transtorno também podem ser pontos de impacto analisados, fato é que o diagnóstico reverbera para além de um rótulo.
Borba, Schwartz e Kantorski (2008) apontam em sua pesquisa que são quatro as sobrecargas observáveis nas famílias, a sobrecarga financeira, a do cuidado, física e emocional. Isso se comprova a partir do fato de que a identificação de um transtorno já demanda tratamentos, medicações e uma gama de profissionais, podendo exigir dos responsáveis toda uma reestruturação financeira.
Se uma criança naturalmente necessita de cuidado e apresenta comportamentos como agressividade, crueldade, mentiras, desobediência, esse cuidado deve ser redobrado. Borba, Schwartz e Kantorski (2008) ainda enfatizam que as possibilidades de trocas afetivas se reduzem, impondo à família sentimentos e emoções que, se antes eram raramente vivenciados, agora são difíceis de elaborar. Fato é que existe em determinado grau uma sobrecarga nas famílias que se dispõem a esses cuidados.
Pereira e Pereira Jr (2003), levanta o descompasso temporal, o sentimento de culpa, as perdas e os conflitos familiares como impactos implicados na família no que tange ao diagnóstico de um transtorno. Fato é que a família sofre mudanças muitas vezes desgastantes e repentinas, precisando se readequar mutuamente e repensar a dinâmica e configuração.
A psicopatia além de ser rodeada de estigmas e tabus, é uma condição que, se identificada na infância, exige muito da família, inclusive a percepção de sua própria dinâmica. A família é a primeira rede que referencia e totaliza a proteção e a socialização dos indivíduos (Nascimento, Kolhs, Berra et al., 2016).
As famílias que convivem com o sofrimento psíquico demonstram preocupação, impotência e medo frente ao comportamento inadequado e imprevisível (Borba, Schwartz e Kantorski 2008). Sendo o impacto de um diagnóstico na família de ordem social, emocional, psicológica, financeira dentre outros.
6. METODOLOGIA
Quanto à metodologia usada para elaborar este artigo, Minayo (2009) ensina que pode ser conceituada de três perspectivas principais: abordagem, objetivo e método.
Minayo (2009), afirma que a metodologia da pesquisa, quanto à abordagem, se relaciona com a forma de apreensão do objeto e sua compreensão. Posto isto, a abordagem escolhida foi a qualitativa, ou seja, buscou-se analisar com criticidade os construtos propostos e aprofundando-se em sua compreensão. Conforme Silva (2010) expõe, a abordagem qualitativa aprofunda-se na complexidade de fenômenos, fatos e processos.
Com o objetivo de embasar as ideias postas até aqui, escolheu-se a revisão bibliográfica, de modo a realizar uma síntese de literatura existente sobre o tema proposto. Segundo Sousa, Oliveira e Alves (2021) a pesquisa científica é iniciada por meio da pesquisa bibliográfica, em que o pesquisador busca obras já publicadas relevantes para conhecer e analisar o tema problema da pesquisa a ser realizada. Garcia (2016) traz que, a revisão bibliográfica é uma série de publicações amplas, com o objetivo de descrever e discutir o desenvolvimento de uma determinada temática, do ponto de vista contextual ou teórico.
Na revisão bibliográfica e de abordagem qualitativa os dados encontrados foram analisados com criticidade a fim de contribuir numa maior compreensão do tema. O instrumento de coleta desses dados foi o fichamento do material encontrado, com o objetivo de organizar ideias e categorizar por assuntos pertinentes. O estudo se baseou na revisão de literatura, formulando a cada leitura feita um fichamento destacando citações que embasaram a escrita.
Em relação à revisão de literatura, a base de dados para a seleção dos artigos se deu em plataformas de pesquisa online como o Portal de Periódicos da Capes, o LILACS, Pepsic, Scielo e Google Acadêmico, mas também em livros, limitando-se aos idiomas português e inglês. A pesquisa abrangeu os artigos publicados entre os anos 2014 ao primeiro semestre de 2024. Porém, como foram encontrados poucos artigos, o período de abrangência foi aumentado para 2003 a 2024. Para a construção deste trabalho, foram utilizadas palavras de busca e são elas: “psicopatia”, “diagnóstico”, “psicopatia infantil”, “família”.
Encontrados 51 artigos, porém foram utilizados apenas 27 deles. Alguns dos critérios de exclusão foi o idioma (preferindo os escritos em português), houve também a preferência por artigos e trabalhos que citavam as possíveis causas e agravantes da psicopatia, diagnóstico e, principalmente, aqueles que avaliavam de alguma maneira o impacto do transtorno na família dos sujeitos. Espera-se com este trabalho, que a abordagem escolhida para investigar e avaliar os dados, conforme já demonstrado, ofereça uma visão mais detalhada do assunto em questão.
7. CONCLUSÃO
Nota-se que a família, como parte deste estudo, precisa ser observada com o olhar técnico da psicologia. Dessa forma, será possível analisar até que ponto se pode detectar esse fenômeno no manejo do transtorno de personalidade psicopática e seu surgimento na infância. Sabe-se que, para um diagnóstico, parte-se de uma investigação da história do sujeito desde o nascimento até o momento presente, uma vez que comportamentos desviantes na infância podem ser problematizados e questionados.
Ao considerar o diagnóstico ou perceber esses comportamentos característicos, o cuidador envolvido encontra-se em um lugar de questionamentos, pois há muito a se perguntar sobre tal fenômeno. É importante ter em mente que quanto mais cedo for a percepção dos sintomas, maiores as chances de evoluir com o sujeito, evitando os comportamentos socialmente não aceitos. Esse aspecto é crucial para a intervenção precoce, que pode fazer uma diferença significativa na trajetória de vida da criança.
Este trabalho visa analisar a complexidade envolvida no diagnóstico da psicopatia infantil e os profundos impactos que esta condição pode gerar no contexto familiar. No decorrer da pesquisa, exploram-se as características clínicas da psicopatia e os desafios inerentes a este transtorno. Além disso, discutimos como a presença de traços psicopáticos em crianças afeta as dinâmicas familiares, as relações entre os membros da família e o ambiente emocional do lar. Fica evidente que o diagnóstico de psicopatia infantil é repleto de complexidades, principalmente devido à plasticidade do desenvolvimento infantil e à dificuldade de distinguir entre comportamentos indicativos de psicopatia e aqueles que podem ser considerados parte de uma fase normal do desenvolvimento. A importância de um diagnóstico preciso não pode ser subestimada, dado que intervenções precoces podem oferecer uma oportunidade significativa para mitigar o desenvolvimento futuro de comportamentos mais severos e disruptivos. Assim, é essencial que os profissionais de saúde mental estejam bem equipados para reconhecer e tratar esses sintomas desde cedo.
No que se refere aos impactos familiares, identificamos que as famílias experimentam uma variedade de desafios emocionais e práticos. O estigma associado à psicopatia pode levar ao isolamento social, enquanto a gestão do comportamento da criança pode causar estresse e tensão contínuos. Além disso, a falta de informação sobre a psicopatia se torna um fator de impacto significativo, uma vez que pode gerar medo e ansiedade nessas famílias. Portanto, a disseminação de conhecimento e a educação dos pais sobre esse transtorno são fundamentais para reduzir o estigma e fornecer suporte adequado.
Os resultados deste trabalho sublinham a necessidade de avanços na pesquisa sobre psicopatia infantil, com um foco particular no desenvolvimento de métodos diagnósticos mais refinados e na criação de estratégias de intervenção eficazes, que sejam eticamente responsáveis e adaptadas às necessidades individuais de cada criança e sua família. Este enfoque é vital para desenvolver abordagens terapêuticas que possam efetivamente ajudar as crianças e suas famílias a lidarem com os desafios associados à psicopatia.
Em conclusão, enquanto o campo da psicopatia infantil continua a evoluir, é imperativo que profissionais da saúde mental, educadores e famílias trabalhem em conjunto para assegurar que crianças com traços psicopáticos recebam a compreensão e o apoio necessários para promover o seu bem-estar e o daqueles ao seu redor. Somente por meio de um esforço colaborativo e multidisciplinar será possível enfrentar os desafios apresentados por esta condição intrigante e suas repercussões na vida familiar.
A colaboração entre esses diferentes agentes não só facilita um diagnóstico mais preciso, mas também cria um ambiente de apoio onde a criança pode desenvolver estratégias de enfrentamento e comportamentos mais adaptativos. Esse suporte multidisciplinar é crucial para criar uma rede de segurança que envolva a criança, garantindo que ela receba a ajuda necessária para se desenvolver de forma saudável e integrada à sociedade.
Portanto, o esforço conjunto de psicólogos, psiquiatras, educadores e familiares é essencial para criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento positivo da criança com traços psicopáticos. Por meio das percepções precoces, intervenções eficazes e um suporte contínuo, é possível minimizar os impactos negativos da psicopatia infantil, promovendo um futuro mais promissor para essas crianças e suas famílias. A educação, a compreensão e o apoio mútuo são pilares fundamentais nesse processo, permitindo que todos os envolvidos enfrentem os desafios de maneira mais eficaz e compassiva.
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1Graduada em Psicologia pelas Faculdades Integradas da América do Sul – INTEGRA em Caldas Novas – GO. E-mail: luciapery68@gmail.com
2Doutorando em Educação pela PUC-GO, Mestre em Educação, Psicólogo, Pedagogo, Professor Orientador da Faculdades Integradas da América do Sul – INTEGRA em Caldas Novas – GO. E-mail: pauloveras@outlook.com
3Mestre em Mestre em Estudos da Linguagem (UFCAT), graduado em Psicologia (UFG). E-mail: morimpsi@gmail.com