TREINAMENTO RESISTIDO NA DOENÇA DE PARKINSON: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202505042157


Fabiana Gomes Lopes1
Mariana Lyra Corte Real2
Marcelo Andrade Starling3
Lucas Caseri Câmara4


Resumo 

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa progressiva  caracterizada por sintomas motores, como bradicinesia, tremor e instabilidade postural, além de  manifestações não motoras que impactam significativamente a qualidade de vida. Nos últimos anos,  o treinamento resistido (TR) tem se destacado como uma estratégia não farmacológica com  potencial terapêutico para essa população. 

Objetivo: Sintetizar e analisar criticamente as evidências científicas disponíveis sobre os efeitos do  treinamento resistido em desfechos clínicos de indivíduos com DP. 

Métodos: Revisão integrativa que incluiu 27 estudos, entre ensaios clínicos randomizados e revisões  sistemáticas, selecionados em diferentes bases de dados. Os desfechos foram organizados por  categorias temáticas: função motora (bradicinesia, força, marcha, equilíbrio), sintomas não motores  (sono, humor, cognição), qualidade de vida e escalas clínicas (especialmente a UPDRS). 

Resultados: A maioria dos estudos demonstrou melhora significativa da bradicinesia e da força  muscular após protocolos de TR de intensidade moderada a alta, com duas a três sessões semanais.  Houve também melhora da mobilidade e da marcha, embora os efeitos sobre o equilíbrio tenham  sido menos consistentes. Foram observados benefícios sobre o sono, sintomas depressivos e  desempenho cognitivo. Vários estudos relataram redução nos escores motores da UPDRS. A  heterogeneidade dos protocolos limita a generalização dos achados. 

Conclusão: O treinamento resistido é uma intervenção segura e eficaz, com impacto positivo sobre  múltiplos aspectos da Doença de Parkinson, contribuindo para maior autonomia funcional e  qualidade de vida. 

Descritores: Doença de Parkinson; Treinamento de Força; Terapia por Exercício.

Abstract 

Background: Parkinson’s disease (PD) is a progressive neurodegenerative disorder marked by motor  impairments such as bradykinesia, tremor, and postural instability, as well as non-motor symptoms  that significantly impact quality of life. In recent years, resistance training (RT) has emerged as a  potential non-pharmacological strategy to address these deficits. 

Objective: To synthesize and critically analyze the scientific evidence regarding the effects of  resistance training on clinical outcomes in individuals with PD. 

Methods: This integrative review included 27 studies, comprising randomized controlled trials and  systematic reviews, selected from multiple databases. Outcomes were grouped by themaDc  categories: motor function (bradykinesia, strength, gait, balance), non-motor symptoms (sleep,  mood, cogniDon), quality of life, and clinical scales (especially UPDRS). 

Results: The majority of studies demonstrated significant improvements in bradykinesia and  muscular strength following RT protocols of moderate to high intensity, applied two to three times  per week. Improvements in gait and mobility were also common, though effects on balance were  inconsistent. RT showed beneficial effects on sleep quality, depressive symptoms, and cognitive  performance. Reductions in UPDRS motor scores were reported in several trials and reviews.  Variability in protocols, disease stages, and assessment tools limited generalizability. 

Conclusion: Resistance training is a safe and effective complementary approach for managing  multiple dimensions of Parkinson’s disease. Its structured and progressive application has the  potential to improve motor and non-motor outcomes, enhance autonomy, and support quality of  life in this population. 

Keywords: Parkinson Disease; Resistance Training; Exercise Therapy.

1.  INTRODUÇÃO 

Nas últimas décadas, o envelhecimento populacional tornou-se uma realidade mundial, com  repercussões significativas para os sistemas de saúde, especialmente no campo da Geriatria e da  Gerontologia. No Brasil, esse processo é particularmente marcante: segundo dados do IBGE, a  população com 60 anos ou mais já ultrapassa 32 milhões de pessoas, representando  aproximadamente 15% dos brasileiros (IBGE, 2018). Esse avanço demográfico tem ampliado a  visibilidade das condições clínicas que afetam os idosos, sobretudo aquelas de natureza  neurodegenerativa. 

Entre as doenças neurodegenerativas, a Doença de Parkinson (DP) se destaca por sua elevada  prevalência global — estimada entre 7 e 10 milhões de casos — e por sua tendência de crescimento,  com projeções indicando a duplicação desse número nas próximas três décadas (HOU et al., 2019;  ZANARDI et al., 2019; MORAES FILHO et al., 2020). Trata-se de uma condição progressiva, crônica e  polissintomitática, com manifestações motoras — como bradicinesia, tremor de repouso, rigidez e  instabilidade postural — e não motoras, incluindo sintomas cognitivos, comportamentais e  neuropsiquiátricos (AMARA et al., 2020; LIMA et al., 2020). 

Estudos indicam que a funcionalidade de pessoas com DP é severamente comprometida com  o avanço da doença. A dependência para as atividades de vida diária aumenta de forma progressiva  com a idade, afetando cerca de 5% dos indivíduos após os 60 anos, e chegando a mais de 50% entre  os que ultrapassam os 90 anos — proporções que se agravam na presença de doenças  neurodegenerativas (HOU et al., 2019; ZANARDI et al., 2019). Além disso, muitos sintomas não  motores da DP surgem de forma insidiosa, frequentemente antes mesmo dos sinais motores  clássicos, o que pode atrasar o diagnóstico e comprometer a adoção precoce de intervenções  terapêuticas (AMARA et al., 2020; LIMA et al., 2020). 

Nesse cenário, cresce o interesse por estratégias terapêuticas complementares,  particularmente aquelas não farmacológicas, capazes de melhorar a qualidade de vida e retardar a  progressão da doença. Dentre essas intervenções, o exercício físico vem se consolidando como uma  abordagem segura e eficaz. Especificamente, o treinamento resistido (TR) (ou treinamento de força)  tem se destacado por seus efeitos positivos sobre a função motora, desempenho neuromuscular e  aspectos funcionais da vida cotidiana de indivíduos com DP. Estudos recentes apontam ainda  benefícios sobre sintomas não motores, ampliando o impacto dessa modalidade de exercício sobre o bem-estar geral e a autonomia de idosos com a doença (AMARA et al., 2020; MORAES FILHO et  al., 2020). 

Diante disso, o presente artigo tem como objetivo revisar de forma estruturada a literatura  científica atual sobre os efeitos do treinamento resistido em indivíduos idosos com Doença de  Parkinson, ressaltando seus potenciais benefícios como estratégia terapêutica complementar no  manejo clínico da condição. 

2. MÉTODOS

Para a confecção deste manuscrito foi realizada busca bibliográfica de estudos publicados no  período de janeiro de 2015 a julho de 2020, devido ao grande incremento de volume de estudos  realizados e publicados neste período, na qual foram utilizadas diversas combinações dos seguintes  descritores indexados no Medical Subject Headings (MESH): “Parkinson disease”; “training  resistance”, “resistance exercise”, “physical exercise” “strength training”, “weight lifting”,  “strengthening program”, “exercise program” e “weight bearing”.  

As bases de dados consultadas foram a Medical Literature Analysis and Retrieval System  Online (MEDLINE/PUBMED), a Sciverse Scopus, e Web of Science, a Literatura Latinoamericana e  do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e o Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde  (BIREME). Não houve delimitação específica para o DPO de estudo, apenas para a língua e ano de  publicação, sendo incluídos todos os artigos em inglês, português e espanhol, publicados entre  janeiro de 2015 a julho de 2020. 

As referências científicas encontradas foram então exportadas para o software EndNote Web  para armazenamento e organização de referências obtidas nas buscas, além de inclusão de  referências de forma manual. Foi realizada a remoção dos estudos duplicados e, em seguida, foram  analisados pelos Títulos e Resumos, com objetivo de exclusão daqueles que não contemplaram em  seu escopo a temática proposta nesta revisão. Após essa etapa, foi realizada a leitura dos estudos  na íntegra, de forma a avaliar se esses atendiam aos seguintes critérios de elegibilidade: (1) estudos  disponíveis na forma completa de artigos científicos; (2) publicados no período descrito, em língua  portuguesa, inglesa ou espanhola e que (3) investigaram os benefícios do TR no tratamento de  idosos com DP.

A FIGURA 1 apresenta o fluxograma da estratégia de busca bibliográfica estruturada  que foi utilizada, incluindo as bases de dados consultadas, o número de artigos encontrados e  selecionados após cada etapa.

Fonte: Elaborado pelos autores 

Devido ao grande número de estudos que atenderam aos critérios de elegibilidade (n=52),  foram priorizados para revisão da literatura os estudos com melhor nível de evidência científica, segundo o Oxford Centre for Evidence-based Medicine: estudos de RS (revisão sistemática)  envolvendo ou não meta-análise e pesquisas com delineamento metodológico do Dpo ECR (ensaio  clínico randomizado) (CEBM, 2009).  

Dessa forma, foram selecionados 27 artigos científicos publicados em periódicos  internacionais (n=25) e nacionais (n=2). O QUADRO 1 apresenta os estudos selecionados e suas  características de publicação: ano, referência, base de indexação, nome do periódico e seus  indicadores científicos (qualis e fator de impacto). 

Quadro 1 – Estudos selecionados para revisão da literatura

AnoReferênciaBase de dadosPeriódicoQualisFator de impacto
2020 Amara et al. 2020 PUBMED Mov Disord A1 8.679
2020 Moraes Filho et  al. 2020 PUBMED Clin interv aging B1 3.023
2019 Cherup et al. 2019 PUBMED Exp Gerontol. A2 3.376
2019 Lima et al. 2019 PUBMED Scand j med sci  sports A2 3.255
2019 Leal et al. 2019 Web of  Science Geriatr gerontol int B1 2.022
2018 Ferreira et al. 2018 BIREME Arq Neuropsiquiatr B3 1.008
2018 Smaili et al. 2018 BIREME Motriz B3 0.047
2017 Kanegusuku et  al. 2017 PUBMED Arch phys med  rehabil A2 3.098
2017 Kelly et al. 2017 Web of  Science Med sci monit B2 1.918
2017 Rafferty et al. 2017PUBMED J Neurol Phy Ther B2 2.893
2017 Ramazzina et  al. 2017PUBMED Clin Interv Aging B1 3.023
2017 Roberts et al.,  2017PUBMED J aging phys activ B1 1.763
2017 Santos et al. 2017 PUBMED Eur j phys rehabil  med B1 2.258
2017 Silva-Batista et  al. 2017a PUBMED Med sci sports exerc A2 4.029
2017 Silva-Batista et  al. 2017b PUBMED J strength cond res B1 2.973
2017 Ortiz-Rubio et  al. 2017 Scopus MED CLIN  Barcelona 1.277
2016 David et al. 2016 PUBMED J Neurophysiol B1 2.225
2016 Cusso et al.  2016 PUBMED Front Med 3.297
2016 LaHue et al. 2016 PUBMED Mov Disord A1 8.679
2016 Peek e  Stevens, 2016Web of  Science Br j sports med A1 12.022
2016 Sarychev et al. 2016 PUBMED BMJ Open B1 2.496
2016 Silva-Batista et  al. 2016 PUBMED Med sci sports exerc A2 4.029
2015 Chung et al. 2015 PUBMED Clin rehabil B1 2.599
2015 David et al. 2015 PUBMED Mov Disord A1 8.679
2015 Dibble et al. 2015 PUBMED J neuro phys ther B2 2.893
2015 Prod Oehl et al. 2015 PUBMED Neurorehabil Neural A1 3.982
2015 Cruickshank et  al. 2015 PUBMED Medicine B1 1.552

*Não existe a informação na Plataforma Sucupira 

Fonte: Elaborado pelos autores

3. RESULTADOS: 

O QUADRO 2 sumariza os estudos selecionados, apresentando suas principais  características: referência, tipo de estudo, objetivo, os resultados mais relevantes para o escopo  dessa revisão e as conclusões apresentadas pelos autores. 

Quadro 2 – Resumo dos artigos selecionados para a revisão da literatura

Referência PeriódicoTipo de estudo Objetivo Resultados Conclusão
Amara et al. 2020 Mov Disord Ensaio clínico  controlado  randomizadoComparar reabilitação com  exercícios de alta intensidade  combinando TR e treino  Intervalado com peso corporal, com um grupo sem exercícios,  mas com higiene do sono, e  seus resultados na qualidade  do sono de pacientes com DP.– O grupo de exercícios apresentou melhora significativa  na eficiência do sono em comparação com o grupo sem  exercícios (P <0,001); 
– Reabilitação com exercícios de alta intensidade  melhora os resultados objetivos do sono em DP como  eficiência do sono, tempo total de sono, tempo gasto em  N3 (sono de ondas lentas) e despertar após o início do  sono.
Moraes Filho et al. 2020 Clin interv agingEnsaio clínico  controlado  randomizadoAvaliar os efeitos do  treinamento resistido  progressivo TR de curto prazo  sobre os pacientes com DP.– Nove semanas de TR reduzem a bradicinesia e  melhora o desempenho funcional (atividade locomotora  comum do dia a dia, como caminhar, girar, sentar,  levantar e velocidade de caminhada) em pacientes com  DP leve a moderada; 
– O TR quando de intensidade moderada a alta pode  mediar respostas neurobiológicas como neurogênese,  angiogênese e sinaptogênese.
Cherup et al. 2019 Exp GerontolEnsaio clínico  controlado  randomizadoComparar os efeitos do TR de  alta carga e baixa velocidade  (TR1) com o TR de baixa  carga e alta velocidade (TR2)  nas medidas de força,  potência, equilíbrio e  desempenho funcional em  idosos com DP.– Os dois grupos demonstraram melhorias significativas  na força e potência muscular; 
– Os dois programas parecem úteis na redução dos  déficits neuromusculares; 
– O uso dessas intervenções para melhorar o  desempenho funcional não foi apoiado; – A capacidade de aumentar a potência em cargas  variáveis pode ser um fator importante a ser considerado  na prescrição de exercícios para pacientes com DP.
Lima et al. 2019 Scand j med sci  sportsEnsaio clínico  controlado  randomizadoAvaliar os efeitos do TR sobre  os sintomas depressivos de  idosos com DP.– O grupo de TR com tratamento farmacológico  apresentou uma redução significativa (P <0,05) dos  sintomas depressivos e melhorou a qualidade de vida  após 20 semanas;
– Nenhuma mudança significativa em relação aos sintomas depressivos e qualidade de vida ocorreu no  grupo controle com tratamento farmacológico após 20  semanas; 
– TR pode melhorar variáveis psicológicas, como funções  cognitivas e autoestima, que estão positivamente  associadas a uma melhora da saúde física e mental,  incluindo maior felicidade geral e bem-estar; 
O TR reduz os sintomas depressivos e melhora a  qualidade de vida e funcionalidade de idosos com DP.
Leal et al. 2019 Geriatr gerontol intEnsaio clínico  controlado  randomizadoAvaliar os efeitos do TR de  baixo volume sobre a  capacidade física (força,  flexibilidade e resistência  aeróbia) e funcional  (velocidade de marcha e  equilíbrio) de pacientes idosos  com DP.– Após 6 meses, a capacidade funcional dos pacientes no  grupo controle foi reduzida, enquanto os pacientes que  realizaram baixos volumes de treinamento mostraram  melhora significativa da flexibilidade, resistência aeróbia,  velocidade de marcha e equilíbrio (Pré × Pós = P<0,05); 
– Melhora significativa (P = 0,042) também foi observada  na força de preensão da mão direita no grupo de TR; 
– O TR de baixo volume melhora a capacidade física e  funcional de idosos com DP.
Ferreira et al. 2018 Arq NeuropsiquiatrEnsaio clínico  controlado  randomizadoAvaliar os efeitos do TR nos  sintomas de ansiedade e na  qualidade de vida em  pacientes com DP.– Houve redução significativa no nível de ansiedade e  melhora da qualidade de vida após 24 semanas de TR; 
– O exercício físico atua na ansiedade através do  aumento do receptor norepinefrina, estimulação dos  fatores neurotróficos (neurogênese, neuroplasticidade,  angiogênese), aumento do fator do crescimento  semelhante à insulina central.
Smaili et al. 2018 MotrizEnsaio clínico  controlado  randomizadoComparar a eficácia do  treinamento neurofuncional  (TN) versus TR na melhora da  marcha e qualidade de vida  em pacientes com DP.– Todas as variáveis relacionadas a marcha  
(comprimento da passada, comprimento do passo,  número de passos, tempo de distância percorrida,  velocidade da marcha e cadência) melhoraram com  grande efeito no grupo TN, enquanto apenas o  comprimento da passada melhorou no grupo TR; 
– Ambos os grupos mostraram melhorias significativas na  qualidade de vida
Kanegusuku et al. 2017 Arch phys med  rehabil Ensaio clínico  controlado  randomizadoAvaliar os efeitos de um TR na  modulação autonômica  cardíaca e nas respostas  cardiovasculares aos testes  autonômicos de esforço em  pacientes com DP.– O componente normalizado de baixa frequência da  variabilidade da frequência cardíaca diminuiu  significativamente após 12 semanas no grupo TR  (P<0,05); 
– A pressão arterial sistólica durante o estresse  ortostático foi reduzida no grupo TR em comparação ao  grupo controle; 
– Após 12 semanas, esses parâmetros no grupo TR  atingiram valores semelhantes aos do grupo controle de  pacientes sadios; 
– Em pacientes com DP, a TR progressiva melhorou a  disfunção autonômica cardiovascular.
Kelly et al. 2017 Med sci monit Ensaio clínico não controlado  (antes/depois)Avaliar o efeito agudo do  exercício (TR) na atividade cerebral em repouso de indivíduos com DP.– Um efeito do exercício agudo (TR) foi observado como  um sinal aumentado da amplitude da flutuação de baixa  frequência (ALFF) dentro do córtex pré-frontal ventromedial direito, ventrolateral esquerdo e bilateralmente dentro da substância negra (SN); 
– A qualidade de vida foi positivamente correlacionada  com os valores de ALFF nessas regiões do córtex; 
– Devida a importância da SN e do córtex pré-frontal nos  sintomas motores e não motores na DP, aumentos na  atividade cerebral nessas regiões, se repetidos  frequentemente ao longo do tempo (ou seja, treinamento  físico frequente), podem servir como um mecanismo  potencial subjacente aos benefícios clínicos específicos  induzidos por exercícios na DP. 
Rafferty et al. 2017 J Neurol Phys  TherEnsaio clínico  controlado  randomizadoInvestigar os efeitos do TR é um programa multimodal  específico de DP sobre  alterações  espaciais/temporais da  marcha e estabilidade em  pessoas com DP.Aos 24 meses, não houve diferenças significativas entre  os grupos de exercícios; 
– Ambos melhoraram a velocidade da marcha rápida sem  medicação em todas as condições e força da flexão  plantar com / sem medicação; 
– Ambos tiveram mais medidas de marcha que se  aproximaram dos controles de saúde aos 24 meses do  que na linha de base; 
– A força de flexão plantar foi significativamente  associada à velocidade da marcha e ao comprimento da  passada em pessoas com DP no início e 24 meses
Ramazzina et al. 2017 Clin Interv AgingRevisão SistemáticaInvestigar a eficácia do TR  realizado contra uma  resistência diferente do peso  corporal, na melhoria dos  sintomas motores e não  motores em pacientes com  DP.– Devido à heterogeneidade dos dados relatados nos  estudos selecionados, não foi possível destacar o efeito  do TR na melhoria da força muscular na DP desde o  início até a pós-intervenção; 
– O efeito do TR no equilíbrio é incerto; – Os parâmetros de marcha avaliados tiveram uma  melhora, mas nenhuma diferença estatisticamente  significativa entre os grupos; 
– O TR melhorou o desempenho aeróbico e flexibilidade; 
– O TR é bem tolerado e parece ser um exercício físico  adequado para melhorar alguns parâmetros físicos e de  qualidade de vida de indivíduos com DP.
Roberts et al., 2017 J aging phys activRevisão  sistemática e  metanáliseAnalisar sistematicamente os  efeitos do nível e do tipo de  exercício físico nas atividades  de vida diária em idosos.– Foram encontrados efeitos benéficos e significativos da  atividade física no desempenho das atividades da vida  diária (SMD = 0,72, IC 95% [0,45, 1,00]; p <0,01), com os  maiores efeitos encontrados para níveis moderados e  para tipos de exercícios com altos níveis cognitivos (por  exemplo, memória, atenção), físicos (por exemplo,  coordenação, equilíbrio) e sociais (por exemplo,  interação social); 
– Atividades com baixo índice de multitarefa como o TR  requerem pouca ou nenhuma atenção, memória, tomada  de decisão, coordenação, equilíbrio e interação social  devido aos seus padrões de movimento simples e  repetitivos, que podem ser facilmente realizados no  isolamento social.
Santos et al. 2017
Eur j phys rehabil med
Ensaio clínico controlado  randomizado Comparar a eficácia do  treinamento de equilíbrio (TE)  versus TR nas medidas de controle postural em pacientes  com DP.– A melhora significativa do controle postural para suporte unipodal na plataforma de força foi relatada apenas em  favor do grupo TE; 
– A diferença média padronizada entre os grupos foi  significativa (P <0,02), com 36% de melhora para TE vs.  0,07% para TR; 
– O controle postural na DP é melhorado quando se  treina por um programa de equilíbrio direcional e  específico do que por um programa de treinamento de  resistência.
Silva-Batista et al. 2017a 
Med sci sports  exerc
Ensaio clínico  controlado  randomizadoComparar os efeitos do TR e  TRI (TR + instabilidade) nos  desfechos de volume de  treinamento neuromuscular e  total na DP (área de secção  transversa do músculo  quadríceps, raiz quadrada  média e média da frequência  de pico de sinal  eletromiográfico, torque  máximo, taxa de  desenvolvimento de torque, e  tempo de relaxamento dos  extensores do joelho e  flexores plantares).– O TRI melhorou todos os resultados neuromusculares  (P<0,05), exceto a metade do tempo de relaxamento dos  extensores do joelho (P=0,068); 
– TRI otimiza as adaptações neuromusculares, o que  explica parcialmente a melhora da mobilidade e o sinal  motor em pacientes com DP.
Silva-Batista et al. 2017b J strength cond  resEnsaio clínico  controlado  randomizadoTestar se 12 semanas de TR  melhora a qualidade do sono  e a força muscular em  indivíduos com DP moderada  e se os valores da qualidade  do sono no pós-treinamento  se aproximam dos controles  saudáveis (CS) de mesma  idade.– Houve diferenças entre os grupos de TR e controle nos  escores do Questionário de Qualidade Subjetiva do sono  (PSQI), sub escores do PSQI (disfunção diurna,  qualidade subjetiva do sono, distúrbios do sono,  medicação para dormir) e pico de torque extensor do  joelho no pós-treinamento (p ≤ 0,05); 
– Após o TR, a média dos indivíduos com DP apresentou  escores de PSQI mais baixos (ou seja, melhorou) do que  a média dos CS (p ≤ 0,05); 
– O TR aumentou o pico de torque extensor do joelho e  uma percepção da qualidade do sono dos indivíduos com  DP  
– O TR é recomendado como um método terapêutico  auxiliar para melhorar a qualidade do sono de indivíduos  com DP moderado e mover esses níveis para aqueles  observados nos CS.
Ortiz-Rubio et al. 2017 MED CLIN  BarcelonaEnsaio clínico  controlado randomizadoExaminar os efeitos de um  programa de TR no equilíbrio  dinâmico e na fadiga em  pacientes com DP.– Os pacientes no grupo de intervenção melhoraram  significativamente (p <0,05) no equilíbrio dinâmico  (controle postural reativo e valores totais) e fadiga  percebida ao contrário do grupo que recebeu treinamento  de baixa intensidade com atividades de respiração,  alongamento e relaxamento em posição sentada;
– O programa semanal de TR mostrou-se eficaz na  melhora do equilíbrio dinâmico e da fadiga em pacientes  com DP.
David et al. 2016 J NeurophysiolEnsaio clínico  controlado  randomizadoComparar os efeitos do TRP (TR progressivo) com uma  intervenção de TR não  progressivo na atividade das  musculaturas agonistas e  antagonistas de membros  superiores, medidas de força e bradicinesia em pacientes com DP.– A atividade dos músculos antagonistas aumentou em  relação à linha de base, mas não diferiu entre os grupos;
– O TRP melhora a velocidade de movimento dos membros superiores (flexor e extensor do cotovelo) e  restaura alguns aspectos do padrão eletromiográfico; 
– As mudanças na ativação muscular e a força muscular  estão associadas à melhora da bradicinesia; 
– Não está claro se os benefícios da bradicinesia são  acompanhados por mudanças na atividade muscular  agonista e antagonista.
Cusso et al. 2016 Font MedRevisão sistemáticaAvaliar a eficácia da atividade  física (TR) como uma  intervenção em sintomas não  motores.– Atividade física pode impactar positivamente a carga  global de sintomas não motores, incluindo depressão,  apatia, fadiga, sonolência diurna, sono e cognição; 
– Atividade física possui potencial terapêutico em DN  como a DP; 
– TR pode estimular regiões do cérebro como a ínsula  anterior esquerda, córtex orbital frontal lateral, parte  anterior do giro temporal médio esquerdo.
LaHue et al. 2016 Mov DisordRevisãoRevisar os benefícios do  exercício físico / atividade  física (TR) no risco e  progressão da DP, incluindo  os efeitos metabólicos  adversos da inatividade física – Estudos fornecem convincentes evidências para uma  associação inversa entre atividade física ou exercício e  risco de DP; 
– Atividade física e exercício interrompem os mecanismos  moleculares patogênicos da DP através da redução do  estresse oxidativo celular, disfunção mitocondrial e  inflamação e regulam fatores benéficos de crescimento e  antioxidantes; 
– Compreender a existência de vias moleculares e  fisiopatológicas comuns entre DP e Síndrome Metabólica  pode apontar para novas terapias para DP; 
– Regimes combinados de atividade física ou exercício  físico e intervenções farmacológicas podem ser mais  úteis na modificação da progressão da DP.
Peek e Stevens,  2016 Br j sports medRevisão sistemática  e metanáliseIdentificar os efeitos do TR na  força das pernas, função física  (caminhada, equilíbrio,  sintomas motores) e na  qualidade de vida em pessoas  com DP.– Os dados agrupados demonstraram um resultado  significativo em favor do TR em comparação com  controles para melhorar a força dos músculos e  equilíbrio, mas não para autorrelato de confiança de  equilíbrio; 
– Não houve efeitos estatisticamente significantes de TR  em comparação com controles para a qualidade de vida  e desempenho de marcha; 
– Foi demonstrada uma diferença média significativa em  favor do TR em comparação com os controles para  sintomas motores parkinsonianos; 
– Um programa de resistência de intensidade moderada  conduzido 2-3 vezes por semana durante um mínimo de  8 semanas pode ser usado para melhorar força,  equilíbrio e sintomas motores parkinsonianos em  pacientes com DP.
Sarychev et al. 2016 BMJ OpenRevisão sistemática  e metanáliseInvestigar se há evidências  sobre a eficácia do TR na  reabilitação da DP.– Os tamanhos dos efeitos combinados das metanálises  sobre a velocidade de caminhada rápida e confortável, o  teste de caminhada de 6 minutos, o teste Timed Up and  Go (TUG) e o consumo máximo de oxigênio estavam  abaixo do nível de significância clínica mínima;
– Afirmaram que poucos estudos conduzidos em amostras pequenas com curtos períodos de  acompanhamento relataram alguns efeitos positivos da  TR nos sintomas de congelamento, marcha,  desempenho cognitivo e força muscular; 
– Não há evidências até o momento sobre a  superioridade do TR na qualidade de vida e em  comparação com outros treinamentos físicos para apoiar  o uso desta técnica na reabilitação da DP.
Silva-Batista et al. 2016 Med sci sports  exercEnsaio clínico  controlado  randomizadoComparar os efeitos do TR e  do TRI (TR + instabilidade)  sobre a mobilidade, sinais  motores, função cognitiva,  qualidade de vida e força  muscular de pacientes com  DP.– Houve diferenças entre os grupos TRI e grupo controle  nos valores do TUG, na Pontuação da Avaliação  Cognitiva de Montreal (ACM) e força muscular no pós treinamento (P<0,05); 
– Apenas o grupo TRI melhorou as pontuações do TUG,  da subescala motora (UPDRS-III), da ACM e do  Questionário da Doença de Parkinson (PDQ-39) do pré  ao pós-treinamento (P <0,001); 
– A força muscular melhorou em ambos os grupos de  treinamento (P <0,001); 
– Ambos os protocolos de treinamento melhoraram a  força muscular, mas apenas o TRI melhorou a  mobilidade, os sinais motores, o comprometimento  cognitivo e a qualidade de vida, provavelmente devido ao  uso de exercícios de alta complexidade motora; 
– O TRI pode ser recomendado como uma intervenção  terapêutica adjuvante inovadora para pacientes com DP.
Chung et al. 2015 Clin rehabilRevisão sistemática  e metanáliseRevisar sistematicamente as  evidências que investigam a  eficácia do TR na força e  função física em pessoas com  DP.– A metanálise demonstrou resultado significativo em  favor do TR em comparação ao treinamento sem  resistência ou sem controles de intervenção para força  muscular, equilíbrio e sintomas motores parkinsonianos,  mas não para marcha, confiança no equilíbrio e  qualidade de vida; 
– O TR de intensidade moderada, 2-3 vezes por semana  durante 8-10 semanas pode resultar em ganhos  significativos de força, equilíbrio e sintomas motores em  pessoas com DP precoce a moderada.
David et al. 2015 Mov DisordEnsaio clínico  controlado  randomizadoRelatar os achados das  intervenções de exercícios,  TR e programa modificado de  Fitness Counts (CAM), em  desfechos cognitivos  secundários. – Aos 24 meses, em relação à linha de base, o grupo de  TRP melhorou seus resultados em todos os testes de  cognição (Teste de Stroop, Teste Breve da Atenção e  Teste de Span de Dígitos) enquanto o grupo de CAM  melhorou sua pontuação em dois testes apenas (P  <0,01); 
– Este estudo fornece um nível de evidência de classe IV de  que 24 meses de TR ou CAM podem melhorar a atenção  e a memória de trabalho em pacientes não demenciados  com DP leve a moderada.
Dibble et al. 2015 J neuro phys ther Ensaio clínico  controlado  randomizadoUtilizar o TR como um meio  para aumentar a força  muscular e minimizar a  hipocinesia e bradicinesia em  pessoas com DP e examinar  os efeitos do exercício e da  medicação na estrutura e  função corporal (produção de força muscular e área de secção transversa muscular).– Os participantes dos dois grupos melhoraram na  produção de força muscular e mobilidade como resultado  de exercícios e medicação (P <0,02); 
– Os tamanhos de efeito para exercícios e medicamentos  combinados excederam os tamanhos de efeito de  qualquer intervenção isoladamente;
– Resultados apontam para os efeitos complementares do exercício e da medicação na estrutura corporal e nos  resultados de função e atividade, mas pouco efeito nos  resultados de participação.
Prodoehl et al.
2015
Neurorehabil
Neural Repair
Ensaio clínico  controlado  randomizadoExaminar os efeitos do TR e  do programa modificado de  Fitness Counts (mFC) a longo  prazo nos resultados das  medidas de função física  (equilíbrio e mobilidade) em  indivíduos com DP.– Os grupos não diferiram em qualquer medida de função  física (levantar e sentar, TUG, escala de equilíbrio de  Berg, teste de caminhada de 6 minutos, velocidade de  marcha) em 6 ou 24 meses (P>1); 
– Com o tempo, todas as medidas de função física  melhoraram desde o início até 24 meses quando testado  com medicação (P<0,0001); 
– 24 meses de supervisão e estruturação dos exercícios  (TR ou mFC) foram eficazes para melhorar os resultados  de desempenho funcional geral em indivíduos com DP.
Cruickshank et al. 2015 MedicineRevisão sistemática  e metanáliseExaminar o tipo e magnitude  dos efeitos do TR e suas  diferenças de resposta em  pacientes com DP ou  esclerose múltipla.– O TR melhorou significativamente a força muscular em  pessoas com DP (15% –83,2%) e esclerose múltipla  (4,5% –36%); 
– Significativas melhorias na mobilidade (11,4%) e  progressão da doença também foram relatadas na DP; 
– Melhorias significativas na fadiga (8,2%), capacidade  funcional (21,5%), qualidade de vida (8,3%), potência  (17,6%) e na eletromiografia (24,4%), foram encontradas  somente para esclerose múltipla.
Fonte: Elaborado pelos autores 

Os 27 estudos incluídos nesta revisão — compostos por ensaios clínicos randomizados e  revisões sistemáticas com ou sem metanálise — investigaram os efeitos do treinamento resistido  (TR) em múltiplos desfechos clínicos da Doença de Parkinson (DP), abrangendo manifestações  motoras, não motoras, qualidade de vida e parâmetros fisiológicos. Para fins de clareza e  organização, os achados das Tabelas 1-5 foram agrupados de acordo com os domínios clínicos mais  frequentemente avaliados.

Tabela 1 Estudos que avaliaram os benefícios do treinamento resistido na bradicinesia, força muscular e mobilidade em pacientes com Doença de Parkinson 

*considerando o nível de significância estatística (valor p) estabelecido para cada estudo
TR: treinamento resistido
Fonte: Elaborado pelos autores

Tabela 2 – Estudos que avaliaram os benefícios do treinamento resistido no equilíbrio/controle postural em pacientes com Doença de Parkinson Parâmetro avaliado

*considerando o nível de significância estatística (valor p) estabelecido para cada estudo
TR: treinamento resistido
Fonte: Elaborado pelos autores

Tabela 3 – Estudos que avaliaram ausência de benefícios do treinamento resistido em sintomas motores em pacientes com Doença de Parkinson

*considerando o nível de significância estatística (valor p) estabelecido para cada estudo
TR: treinamento resistido; TRP: treinamento resistido progressivo; TRI: treinamento resistido com  instabilidade
Fonte: Elaborado pelos autores 

Tabela 4 – Estudos que avaliaram os benefícios do treinamento resistido em sintomas não motores em pacientes com Doença de Parkinson

*considerando o nível de significância estatística (valor p) estabelecido para cada estudo
TR: treinamento resistido; TRP: treinamento resistido progressivo; TRI: treinamento resistido com instabilidade 
Fonte: Elaborado pelos autores

Tabela 5 – Estudos que avaliaram por meio do Questionário da Doença de Parkinson (PDQ–39)  os benefícios do treinamento resistido na qualidade de vida dos pacientes com Doença de  Parkinson  

* considerando o nível de significância estatística (valor p) estabelecido para cada estudo
Fonte: Elaborado pelos autores

1. Bradicinesia e força muscular 

A bradicinesia e a perda de força muscular representam dois dos principais  comprometimentos motores na DP e foram avaliados em diversos estudos. Intervenções  com TR demonstraram efeitos benéficos consistentes sobre esses desfechos. Moraes  Filho et al. (2020) observaram redução significativa da bradicinesia após nove semanas  de TR progressivo (TRP), com sessões realizadas duas vezes por semana. Resultados  semelhantes foram encontrados por David et al. (2016), que, após 48 semanas de  intervenção, relataram melhora da velocidade dos movimentos e alterações  eletromiográficas compatíveis com maior ativação muscular. 

Quanto à força muscular, evidências demonstram que o TR, mesmo com  variações de carga e velocidade, promove aumento de força em membros superiores e  inferiores. Cherup et al. (2019) compararam dois protocolos de TR com diferentes intensidades e velocidades, observando melhora significativa da força muscular em  ambos os grupos. Outros estudos, como os de Dibble et al. (2015), Leal et al. (2019) e  David et al. (2016), também relataram ganhos consistentes de força após intervenções  com TR de duração entre 12 e 48 semanas. 

2. Mobilidade e marcha 

A mobilidade funcional e o padrão de marcha foram analisados em diversos  ensaios clínicos, com resultados geralmente favoráveis ao TR. Smaili et al. (2018)  compararam o TR com o treinamento neurofuncional e identificaram que ambos os  grupos apresentaram melhora em parâmetros da marcha, ainda que o grupo  neurofuncional tenha obtido ganhos superiores em variáveis como comprimento da  passada e cadência. Por sua vez, Rafferty et al. (2017) demonstraram que programas de  TR e multimodais promoveram melhorias na velocidade da marcha e na força de flexão  plantar, independentemente do uso de medicação. 

Prod Oehl et al. (2015), em um estudo de longa duração (96 semanas),  observaram melhora funcional sustentada em diversos testes de mobilidade, como o  Timed Up and Go (TUG) e a velocidade de marcha, tanto no grupo TR quanto no grupo  controle submetido a programa modificado de exercícios. De forma geral, os estudos  indicam que o TR pode contribuir positivamente para a capacidade locomotora de  pessoas com DP, com impactos clínicos relevantes na autonomia e no desempenho das  atividades da vida diária. 

3. Equilíbrio e controle postural 

Os efeitos do TR sobre o equilíbrio foram menos consistentes entre os estudos  incluídos. Santos et al. (2017) compararam um protocolo de TR com um treinamento  específico de equilíbrio e observaram melhora significativa apenas no grupo submetido  a exercícios direcionais para controle postural. Por outro lado, Or4z-Rubio et al. (2017)  encontraram melhora no equilíbrio dinâmico e na percepção de fadiga após um  protocolo semanal de TR, mesmo com tempo de intervenção mais curto (oito semanas)  e menor complexidade das atividades.

As revisões sistemáticas de Peek e Stevens (2016), Chung et al. (2015) e  Ramazzina et al. (2017) reforçam a heterogeneidade dos achados nesse domínio, com  parte dos estudos não detectando diferença esta4s4camente significativa entre grupos  em parâmetros de equilíbrio. Esses resultados indicam que, embora o TR possa gerar  melhorias secundárias no controle postural, sua eficácia isolada para esse fim ainda não  está plenamente estabelecida. 

4. Sintomas não motores 

Diversos estudos analisaram os efeitos do treinamento resistido (TR) sobre  sintomas não motores da Doença de Parkinson, como distúrbios do sono, depressão,  ansiedade, comprometimento cognitivo, disfunção autonômica e fadiga. Os resultados  indicam que o TR pode contribuir de maneira significativa para a melhora desses  sintomas, especialmente quando realizado de forma estruturada e com duração mínima  de 12 semanas. 

Quanto à qualidade do sono, estudos como os de Silva-Basta et al. (2017b) e  Amara et al. (2020) relataram melhora significativa em indicadores objetivos e subjetivos  do sono, como eficiência do sono, tempo total dormido e percepção da qualidade do  sono. Em ambos os ensaios, os grupos que realizaram TR apresentaram resultados  superiores aos dos grupos controle. 

Em relação ao humor, Lima et al. (2019) demonstraram que 20 semanas de TR  reduziram sintomas depressivos e melhoraram a qualidade de vida em idosos com DP,  efeito não observado no grupo controle. Ferreira et al. (2018), por sua vez, encontraram  redução significativa nos níveis de ansiedade após 24 semanas de intervenção com TR.  Ambos os estudos reforçam o potencial do TR como estratégia complementar no manejo  de sintomas psiquiátricos da DP. 

No domínio cognitivo, David et al. (2015) observaram melhora em testes de  atenção e memória de trabalho após 96 semanas de TR progressivo, em comparação a  um grupo controle submetido a exercícios leves. Silva-Basta et al. (2016) identificaram  que, embora o TR convencional tenha promovido ganhos secos, apenas o TR com  instabilidade (TRI) resultou em melhora significativa do desempenho cognitivo,  sugerindo a importância da complexidade motora nas intervenções.

Outros efeitos benéficos do TR foram observados na modulação autonômica  cardiovascular (Kanegusuku et al., 2017), com melhora da variabilidade da frequência  cardíaca e da resposta à ortostase, e na percepção de fadiga (Or4z-Rubio et al., 2017),  com redução significativa após oito semanas de protocolo semanal. 

5. Qualidade de vida 

A qualidade de vida foi um desfecho avaliado por diversos estudos, tanto por  meio de instrumentos genéricos quanto pelo questionário específico PDQ-39, validado  para a população com DP. Os achados apontam que o TR pode exercer influência positiva  sobre a percepção global de saúde e bem-estar funcional dos pacientes. 

Estudos como os de Ferreira et al. (2018), Smaili et al. (2018) e Lima et al. (2019)  relataram melhora significativa na qualidade de vida após intervenções com TR.  Ramazzina et al. (2017) também destacaram ganhos nesse domínio em sua revisão  sistemática. Por outro lado, algumas metanálises mais abrangentes (Chung et al., 2015;  Cruickshank et al., 2015; Peek e Stevens, 2016) não encontraram efeitos estatisticamente significativos do TR sobre esse desfecho, sugerindo que a heterogeneidade  metodológica pode influenciar os resultados. 

A maioria dos estudos utilizou o PDQ-39 como instrumento principal, o qual  avalia oito domínios: mobilidade, atividades da vida diária, bem-estar emocional,  esgma, suporte social, cognição, comunicação e desconforto corporal. Os estudos que  encontraram melhora significativa relataram reduções importantes nos escores totais e  em domínios como mobilidade, cognição e bem-estar emocional, indicando impacto  multidimensional do TR sobre a experiência subjetiva da doença. 

6. Escala UPDRS 

A Unified Parkinson Disease Rating Scale (UPDRS), especialmente sua parte III, foi  amplamente utilizada como medida de desfecho nos ensaios clínicos incluídos. Essa  escala permite avaliação objetiva da função motora, autonomia funcional e  complicações associadas à doença e ao tratamento.

Estudos como os de David et al. (2016), Silva-Ba4sta et al. (2016), Dibble et al.  (2015) e Lima et al. (2019) demonstraram redução significativa nos escores da UPDRS  após intervenções com TR, indicando melhora da função motora. Adicionalmente,  revisões sistemáticas como as de Ramazzina et al. (2017), Peek e Stevens (2016), Chung  et al. (2015) e Cruickshank et al. (2015) relataram efeitos positivos consistentes do TR  sobre os escores da UPDRS, principalmente em pacientes com DP leve a moderada. 

Apesar disso, alguns estudos não observaram alterações significativas nos  escores da escala, o que pode ser atribuído a diferenças no tempo de intervenção, no  estágio da doença ou na metodologia de aplicação do protocolo de TR. Ainda assim, a  UPDRS permanece como um dos instrumentos mais utilizados e validados para  acompanhamento da progressão da DP e resposta terapêutica às intervenções com  exercício físico. 

4. DISCUSSÃO

A presente revisão integrativa demonstrou que o treinamento resistido (TR) é  uma intervenção segura e promissora para a abordagem de múltiplos desfechos clínicos  na Doença de Parkinson (DP), com benefícios observados em variáveis motoras,  sintomas não motores e qualidade de vida. Os achados convergem com a literatura já  consolidada sobre o papel do exercício físico como ferramenta terapêutica  complementar na DP (Amara et al., 2020; Moraes Filho et al., 2020). 

No domínio motor, os estudos analisados evidenciaram efeitos consistentes do  TR sobre a bradicinesia, com melhora significativa em ensaios com protocolos de curta  (Moraes Filho et al., 2020; Leal et al., 2019) e longa duração (David et al., 2016; Dibble  et al., 2015). O aumento da velocidade de execução dos movimentos e da força muscular  em membros superiores e inferiores foi atribuído à prescrição progressiva e à frequência  regular das sessões, com duas a três intervenções semanais. Tais ganhos contribuem  não apenas para o desempenho motor, mas também para a funcionalidade e autonomia  dos indivíduos com DP (David et al., 2016; Dibble et al., 2015; Cherup et al., 2019). 

A mobilidade e a marcha também apresentaram melhora significativa em  diversos estudos, ainda que alguns resultados tenham favorecido intervenções com  maior especificidade motora. Smaili et al. (2018) e Rafferty et al. (2017) relataram que o TR foi capaz de melhorar parâmetros como velocidade, comprimento da passada e  força de flexores plantares, embora o grupo submetido ao treinamento neurofuncional  tenha demonstrado maior progresso em determinados testes de marcha. Já Prod Oehl  et al. (2015), em um estudo de longa duração, observaram melhora sustentada da  mobilidade mesmo com a aplicação de um protocolo modificado de exercícios, o que  reforça a capacidade do TR de manter a funcionalidade ao longo do tempo. 

No que se refere aos sintomas não motores, os estudos incluídos apontaram  benefícios relevantes do TR sobre variáveis como qualidade do sono, sintomas  depressivos e desempenho cognitivo. Ensaios como os de Silva-Batista et al. (2017b) e  Amara et al. (2020) demonstraram melhora da eficiência do sono, enquanto Ferreira et  al. (2018) e Lima et al. (2019) relataram redução significativa de sintomas depressivos e  ansiosos. Em relação à cognição, David et al. (2015) observaram ganhos em atenção e  memória de trabalho após TR, e Silva-Batista et al. (2016) relataram melhora cognitiva  adicional com o uso de instabilidade durante os exercícios, sugerindo um possível efeito  aditivo da complexidade motora. 

Esses achados são relevantes, considerando que os sintomas não motores da DP  muitas vezes se manifestam precocemente e estão associados à pior qualidade de vida  e maior risco de institucionalização, sendo menos responsivos ao tratamento  farmacológico (Amara et al., 2020; Lima et al., 2020). 

Apesar dos resultados positivos observados em variáveis como bradicinesia,  força e mobilidade, os efeitos do treinamento resistido (TR) sobre o equilíbrio postural  ainda se mostram heterogêneos. Em um ensaio clínico randomizado, Santos et al. (2017)  encontraram melhora no equilíbrio apenas no grupo submetido a treinamento  específico de controle postural, sem efeitos significativos no grupo que realizou TR. Por  outro lado, Ortiz-Rubio et al. (2017) identificaram melhora no equilíbrio dinâmico  mesmo com um protocolo semanal de TR de curta duração. Esses achados sugerem que,  embora o TR possa impactar o equilíbrio de maneira secundária, intervenções  direcionadas parecem ser mais eficazes para este desfecho, especialmente em pacientes  com alterações posturais mais avançadas. 

No que se refere à qualidade de vida, os resultados foram majoritariamente  positivos, especialmente em estudos que utilizaram o questionário PDQ-39 como  instrumento de avaliação. Ferreira et al. (2018), Lima et al. (2019) e Smaili et al. (2018) observaram melhora em domínios como mobilidade, bem-estar emocional e atividades  da vida diária após intervenções com TR. Ramazzina et al. (2017), em sua revisão  sistemática, também apontaram efeitos benéficos sobre esse desfecho. No entanto,  há metanálises mais amplas, como as de Chung et al. (2015), Cruickshank et al. (2015) e  Peek e Stevens (2016), relataram efeitos mais modestos ou inconsistentes, o que pode  ser atribuído à heterogeneidade dos protocolos de intervenção, variações na  intensidade e duração do treinamento, além das características clínicas das amostras. 

A escala UPDRS, particularmente sua parte III (motor), foi amplamente utilizada  nos estudos revisados como medida de desfecho primário. Reduções significativas nos  escores foram observadas em estudos como os de David et al. (2016), Dibble et al.  (2015), Silva-Batista et al. (2016) e Lima et al. (2019), refletindo a melhora do desempenho  motor após o TR. Revisões sistemáticas, incluindo as de Ramazzina et al. (2017), Chung  et al. (2015), Cruickshank et al. (2015) e Peek e Stevens (2016), reforçaram essa  tendência, apontando que o TR é capaz de reduzir os escores motores da UPDRS de  maneira clinicamente significativa. Ainda assim, é importante considerar que a  sensibilidade dessa escala pode ser limitada para detectar melhorias em variáveis  específicas, como força muscular ou equilíbrio dinâmico, o que pode subestimar parte  dos efeitos positivos do TR. 

Adicionalmente, a diversidade metodológica observada entre os estudos  incluídos representa uma limitação importante para a padronização dos resultados.  Diferenças no tempo de intervenção (variando de 8 a 96 semanas), frequência semanal,  uso ou não de sobrecarga progressiva, bem como nos critérios de inclusão de pacientes  (estágio da doença, presença de sintomas não motores, uso de medicação), dificultam  a comparação direta entre os achados e limitam a generalização dos resultados para a  população com DP como um todo. 

Apesar dos resultados promissores observados nesta revisão, algumas lacunas  importantes ainda permanecem na literatura sobre os efeitos do treinamento resistido (TR) na Doença de Parkinson (DP). Um dos principais pontos é a escassez de estudos  com acompanhamento a longo prazo, o que limita o entendimento sobre a durabilidade  dos benefícios do TR após o término das intervenções. A maioria dos estudos avaliou  períodos de intervenção entre 8 e 24 semanas, com poucos trabalhos ultrapassando  esse intervalo (David et al., 2016; Prodoehl et al., 2015).

Adicionalmente, há uma concentração de estudos em pacientes com DP leve a  moderada, com menos evidência disponível para indivíduos em estágios mais avançados  da doença. A representatividade de mulheres, bem como a análise de subgrupos com  sintomas não motores mais proeminentes, também foi limitada na maioria dos ensaios.  Outro ponto crítico é a ausência de investigações específicas sobre sintomas  frequentemente negligenciados, como apatia, dor crônica, constipação intestinal,  hiposmia e disfunção sexual. 

Do ponto de vista metodológico, a variabilidade entre os protocolos de TR  empregados compromete a comparabilidade direta dos estudos. Foram observadas  diferenças significativas na frequência semanal, na duração das sessões, na supervisão  profissional, nos critérios de progressividade da carga e na combinação com outros tipos  de exercício. Além disso, a adesão dos participantes foi pouco mensurada ou discutida,  o que dificulta a avaliação do impacto real do TR fora do ambiente controlado dos  ensaios clínicos. 

A presente revisão, por sua vez, possui limitações inerentes ao seu desenho.  Como se trata de uma revisão integrativa, não foi realizado um processo de metanálise  ou avaliação sistemática do risco de viés de cada estudo, o que impede a quantificação  precisa do efeito do TR em cada desfecho. Ainda assim, seu valor reside na ampla  organização temática dos achados, na integração entre estudos clínicos e revisões  sistemáticas e na proposta de síntese crítica com foco na aplicabilidade clínica do TR  para a população com DP. 

Com base nas evidências reunidas, abarcando múltiplas bases de dados e  considerando evidências científicas tidas como de melhor qualidade metodológica, o TR  se consolida como uma ferramenta terapêutica complementar eficaz e segura, com  potencial de impacto positivo sobre a função motora, sintomas não motores e qualidade  de vida de indivíduos com DP. Quando prescrito de forma individualizada,  preferencialmente de maneira progressiva e supervisionada, o TR pode contribuir para  a preservação da autonomia funcional, para o retardo da progressão da dependência e  para a promoção de maior bem-estar físico e emocional ao longo do processo de  envelhecimento com a doença.

Uma breve síntese clínica dos achados referentes a aplicação do TR na DP,  incluindo diferentes desfechos e nível de consistência destes achados segue  apresentada no quadro a seguir (Quadro 2

Quadro 2 – Síntese dos achados sobre treinamento resistido na Doença de  Parkinson

5. CONCLUSÃO  

A presente revisão integrativa demonstrou que o treinamento resistido (TR)  representa uma intervenção não farmacológica clinicamente segura, acessível e  potencialmente eficaz para o manejo das alterações degenerativas presentes na Doença  de Parkinson (DP). Evidências consistentes apontam que o TR promove benefícios  relevantes sobre variáveis motoras, como bradicinesia e força muscular, além de  contribuir para a melhora da mobilidade funcional, da qualidade do sono e de sintomas  depressivos. Ainda que os efeitos sobre o equilíbrio e a qualidade de vida tenham se mostrado mais heterogêneos, os dados disponíveis amplamente sugerem que, quando  o TR é prescrito de forma estruturada, preferencialmente de maneira progressiva e  supervisionada, pode integrar um plano terapêutico de pacientes com DP com impacto  clínico bastante significativo. 

Apesar da heterogeneidade dos protocolos analisados e das limitações  metodológicas de alguns estudos, os achados reforçam o potencial papel do TR como  ferramenta complementar no cuidado multidimensional de pessoas com DP. O incentivo  à prática regular de exercícios, incluindo o treinamento resistido, adaptados às  capacidades individuais, deve fazer parte das diretrizes terapêuticas voltadas à  preservação da autonomia, funcionalidade e qualidade de vida dessa população. 

6. REFERÊNCIAS

AMARA, Amy W. et al. Randomized, controlled trial of exercise on objective and  subjective sleep in Parkinson’s Disease. Mov Disord, New York; v.35, n.6, p.947-958,  2020. 

CEBM. Oxford Centre Evidence based Medicine levels evidence. Research. 2009.  Disponível em <https://www.cebm.net/2009/06/oxford-centre-evidence-based medicine-levels-evidence-march-2009/>. Acesso: 10 out. 2020. 

CHERUP, Nicholas P. et al. Power vs strength training to improve muscular strength,  power, balance and functional movement in individuals diagnosed with Parkinson’s  disease. Exp Gerontol, Oxford, v.128, p.110740, 2019. 

CHUNG, Chloe Lau Ha; THILARAJAH, Shamala; TAN, Dawn. Effectiveness of resistance  training on muscle strength and physical function in people with Parkinson’s disease: a  systematic review and meta-analysis. Clin Rehabil, London; v.30, n.1, p.11-23, 2015. 

CRUICKSHANK, Travis M.; REYES, Alvaro R.; ZIMAN, Melanie R. A systematic review and  meta-analysis of strength training in individuals with multiple sclerosis or Parkinson  disease. Medicine, Baltimore; v.94, n.4, p.1-15, 2015. 

CUSSO, Melanie E.; DONALD, Kenneth J.; KHOO, Tien K. The impact of physical activity  on non-motor symptoms in Parkinson’s disease: a systematic review. Front Med,  Switzerland; v. 3, .35, p.35-44, 2016. 

DAVID, Fabian J. et al. Exercise improves cognition in Parkinson’s disease: The PRET-PD  randomized, clinical trial. Mov Disord, New York; v. 30, n.12, p.1657-1663, 2015.

DAVID, Fabian J. et al. Progressive resistance exercise restores some properties of the  triphasic EMG pattern and improves bradykinesia: the PRET-PD randomized clinical trial.  J Neurophysiol, Bethesda; v.116, n.5, p.2298-2311, 2016. 

DIBBLE, Leland E. et al. Exercise and medication effects on persons with Parkinson  disease across the domains of disability: a randomized clinical trial. J Neuro Phys Ther,  Philadelphia; v.39, n.2, p. 85, 2015. 

FERREIRA, Renilson M. et al. The effect of resistance training on the anxiety symptoms  and quality of life in elderly people with Parkinson’s disease: a randomized controlled  trial. Arq Neuropsiquiatr, São Paulo; v.76, n.8, p. 499-506, 2018. 

KANEGUSUKU, Hélcio et al. Effects of progressive resistance training on cardiovascular  autonomic regulation in patients with parkinson disease: a randomized controlled trial.  Arch Phys Med Rehabil, Philadelphia; v. 98, n.11, p. 2134-2141, 2017. 

KELLY, Neil A. et al. High-intensity exercise acutely increases substantia nigra and  prefrontal brain activity in Parkinson’s disease. Med Sci Monit, Warsaw; v. 23, p.6064- 6071, 2017. 

LEAL, Leon C.P. et al. Low-volume resistance training improves the functional capacity  of older individuals with Parkinson’s disease. Geriatr Gerontol Int, Tokio; v.19, n.7,  p.635-640, 2019. 

LIMA, Tiago A. et al. Resistance training reduces depressive symptoms in elderly people  with Parkinson disease: A controlled randomized study. Scand J Med Sci Sports,  Copenhagen; v.29, n.12, p.1957-1967, 2019. 

HOU, Yujun et al. Ageing as a risk factor for neurodegenerative disease. Nat Rev Neurol,  Londres; v.15, n.10, p.565-581, 2019. 

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil em números/ Brazil in  figures. 2018. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/2/bn_2018_v26.pdf>. Acesso:  13 ago. 2020. 

LAHUE, Sara C.; COMELLA, Cynthia L.; TANNER, Caroline M. The best medicine? The  influence of physical activity and inactivity on Parkinson’s disease. Mov Disord, New  York; v.31, n.10, p.1444-1454, 2016. 

LIMA, Tiago A. et al. Resistance training reduces depressive symptoms in elderly people  with Parkinson disease: A controlled randomized study. Scand J Med Sci Sports,  Copenhagen; v.29, n.12, p.1957-1967, 2019.

MORAES FILHO, Ariel V. et al. Progressive resistance training improves bradykinesia,  motor symptoms and functional performance in patients with Parkinson’s disease. Clin  Interv Aging, Auckland; v.15, p.87-95, 2020. 

ORTIZ-RUBIO, Araceli et al. Effects of a resistance training program on balance and  fatigue perception in patients with Parkinson’s disease: A randomized controlled trial.  Med Clin, Barcelona; v. 150, n. 12, p. 460-464, 2017. 

PEEK, Aimie L.; STEVENS, Matthew L. Resistance training for people with Parkinson’s  disease (PEDRO synthesis). Br J Sports Med, London; v.50, n.18, p.1158-1158, 2016. 

PRODOEHL, Janey et al. Two-year exercise program improves physical function in  Parkinson’s disease: the PRET-PD randomized clinical trial. Neurorehabil Neural Repair,  Thousand Oaks; v.29, n.2, p.112-122, 2015. 

RAFFERTY, Miriam R. et al. Effects of two years of exercise on gait impairment in people  with Parkinson’s disease: the PRET-PD randomized trial. J Neurol Phys Ther,  Philadelphia; v.41, n.1, p.1-21, 2017. 

RAMAZZINA, Ileana; BERNAZZOLI, Benedetta; COSTANTINO, Cosimo. Systematic review  on strength training in Parkinson’s disease: an unsolved question. Clin Interv Aging,  Auckland; v.12, p.619-628, 2017. 

ROBERTS, Christine E. et al. Effect of different types of physical activity on activities of  daily living in older adults: systematic review and meta-analysis. JAPA, Hanover; v.25,  n.4, p.653-670, 2017. 

SALTYCHEV, Mikhail et al. Progressive resistance training in Parkinson’s disease: a  systematic review and meta-analysis. BMJ Open, London; v.6, n.1, p.1-16, 2016. 

SANTOS, Luis et al. Effects of progressive resistance exercise in akinetic-rigid Parkinson’s  disease patients: a randomized controlled trial. Eur J Phys Rehabil Med, Turin; v.53, n.5,  p.651-663, 2017. 

SILVA-BATISTA, Carla et al. Instability resistance training improves neuromuscular  outcome in Parkinson’s disease. Med Sci Sports Exerc, Philadelphia; v.49, n.4, p.652- 660, 2016. 

SILVA-BATISTA, Carla et al. Resistance training improves sleep quality in subjects with  moderate Parkinson’s disease. J Strengh Cond Res, Lincoln, v. 31, n. 8, p. 2270-2277,  2017a.

SILVA-BATISTA, Carla et al. Resistance training with instability is more effective than  resistance training in improving spinal inhibitory mechanisms in Parkinson’s disease.  Med Sci Sports Exerc, Philadelphia; v.122, n.1, p.1-10, 2017b. 

SMAILI, Suhaila M. et al. Efficacy of neurofunctional versus resistance training in  improving gait and quality of life among patients with Parkinson’s disease: a randomized  clinical trial. Motriz, São Paulo; v.24, n. 2, p.1-9, 2018. 

ZANARDI, Ana Paula J. et al. Alterações neuromusculares em idosos com doença de  Parkinson. Rev Envelhecer, Porto Alegre; v. 24, p.177-191, 2019.


1Faculdade IPEMED de Ciências Médicas.
2Departamento de Geriatria HC-UFMG Afya Educação Médica.
3Afya Educação Médica Albert Einstein Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa.
4Faculdade de Governança, Engenharia e Educação de São Paulo – FGE – SP, Brasil.  Diretor científico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Exercício e do Esporte. E-mail: lucascc_med@hotmail.com https://orcid.org/0000-0001-6329-2897