IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL PARA SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS RECICLÁVEIS NA FONTE GERADORA

THE IMPORTANCE OF ENVIRONMENTAL AWARENESS FOR SOURCE-SEPARATION OF RECYCLABLE WASTE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202504292149


Ryan Rodrigues Machado¹
Welton Joabb Borges de Miranda²
Prof Dr. Luiz Fernando da Rocha Penna³


RESUMO

A atenção às questões de sustentabilidade ambiental tem se tornado cada vez mais importante na sociedade atual. Esse tema é abordado em pesquisas científicas de várias áreas e também influencia a criação de políticas públicas, tanto por razões ideológicas dos gestores quanto pela exigência de aderência a tratados internacionais. Nesse contexto, a educação ambiental se revela fundamental para a administração de resíduos sólidos nas grandes metrópoles, onde a triagem deve começar na fonte e considerar as características dos materiais. Esse estudo tem como objetivo: analisar os fatores que influenciam a conscientização ambiental quanto à separação dos resíduos sólidos no local em que são gerados. Para alcançar esse propósito, utilizou-se uma abordagem qualitativa e exploratória, com revisão bibliográfica de publicações nacionais dos últimos cinco anos, além da análise de dados secundários provenientes de órgãos oficiais e estudos de caso relacionados à coleta seletiva e à educação ambiental. Os resultados indicam que a conscientização ambiental, quando articulada a políticas públicas e estratégias educativas eficazes, pode ampliar significativamente a participação da população na separação correta dos resíduos recicláveis, contribuindo para a sustentabilidade, a inclusão social dos catadores e a eficiência do gerenciamento de resíduos urbanos.

Palavras-chave: Educação ambiental. Reciclagem. Sustentabilidade. Resíduos sólidos. Conscientização.

ABSTRACT

Attention to environmental sustainability issues has become increasingly important in today’s society. This topic is addressed in scientific research across various fields and also influences the creation of public policies, either due to ideological motivations of policymakers or the need to comply with international agreements. In this context, environmental education proves to be essential for the management of solid waste in large metropolitan areas, where sorting must begin at the source and take into account the characteristics of the materials. This study aims to analyze the factors that influence environmental awareness regarding the separation of solid waste at the point of generation. To achieve this goal, a qualitative and exploratory approach was adopted, involving a bibliographic review of national publications from the last five years, as well as an analysis of secondary data from official agencies and case studies related to selective collection and environmental education. The results indicate that environmental awareness, when combined with public policies and effective educational strategies, can significantly increase public participation in the proper separation of recyclable waste, contributing to sustainability, social inclusion of waste pickers, and the efficiency of urban waste management.

Keywords: Environmental education. Recycling. Sustainability. Solid waste. Awareness.

1. INTRODUÇÃO

A relação entre os seres humanos e o meio ambiente remonta a tempos antigos e envolve diversas preocupações, uma vez que a evolução da humanidade está intimamente ligada aos recursos que a natureza disponibilizou ao longo do tempo. Assim, a importância ambiental  destacada por Silva (2022) é significativa, pois serve como um guia para determinar quais atitudes são adequadas ou inadequadas.

Com a consciência ampliada, o ser humano começou, há algumas décadas, a se preocupar mais com o meio ambiente, ao reconhecer as consequências da exploração e da contaminação que o meio ambiente sofreu ao longo dos anos. Esse despertar gerou uma nova atenção para as questões sociais e ambientais por parte da população, resultando em mudanças de comportamento em toda a sociedade (Lima, 2015).

A conscientização ambiental, sob essa perspectiva, torna-se um instrumento essencial para o gerenciamento de resíduos sólidos nas grandes cidades, onde a separação dos mesmos deve iniciar-se em sua origem e levar em conta suas características. Isso a torna crucial para a efetivação de políticas voltadas à reciclagem e ao reaproveitamento de materiais (Rocha; Santos; Navarro, 2011).

Essas práticas precisam ser divulgadas e estimuladas entre os diversos grupos sociais, especialmente entre crianças e adolescentes, por meio de atividades educativas. No que diz respeito à educação ambiental voltada à administração de resíduos sólidos, é fundamental que esta fomente uma transformação nos comportamentos de forma contínua, por meio de uma formação que ofereça uma perspectiva crítica, reflexiva e contextualizada (Gonçalves, 2021).

A preocupação com a sustentabilidade tem ganhado relevância na sociedade contemporânea. Assim, esse assunto permeia estudos científicos em diversas disciplinas e também impacta a formulação de políticas públicas, seja por motivos ideológicos dos administradores, seja pela necessidade de conformidade com acordos internacionais. No contexto da sustentabilidade, a administração de resíduos sólidos é fundamental, considerando os aspectos econômicos, ambientais e sociais que influenciam famílias, instituições públicas e privadas, além de organizações da sociedade civil (Oliveira; Galvão, 2016).

De acordo com Araújo (2014), ao investigar a administração dos resíduos sólidos na origem de sua geração, percebe-se que a diminuição dos impactos ambientais vem ganhando crescente importância nas políticas públicas. No entanto, o autor aponta que, apesar das leis existentes, na prática, as iniciativas relacionadas à coleta seletiva permanecem em estágios iniciais.

A gestão de resíduos sólidos no Brasil apresenta um desafio significativo. No ano de 2022, o país gerou 81,8 milhões de toneladas de resíduos, sendo que 39% dessa quantidade foi descartada de maneira imprópria (ABRELPE, 2022). Essa situação afeta a vida de 77,5 milhões de indivíduos e gera um custo ambiental e sanitário que alcança bilhões de dólares anualmente (ABRELPE, 2021).

Portanto, apresenta-se nessa pesquisa o seguinte questionamento: De que maneira a conscientização ambiental influencia o aumento da separação dos resíduos recicláveis na fonte geradora? A conscientização ambiental tem impacto positivo na separação correta dos resíduos recicláveis na fonte geradora, contribuindo para a redução de resíduos destinados a aterros e para o fortalecimento de práticas sustentáveis na sociedade.

Nesse cenário, o objetivo geral deste estudo é analisar os fatores que influenciam a conscientização ambiental quanto à separação dos resíduos sólidos no local em que são gerados. Além disso, têm-se os seguintes objetivos específicos: analisar o papel da educação ambiental na promoção da conscientização sobre a separação adequada dos resíduos sólidos; investigar os tipos de resíduos sólidos mais comuns e os desafios enfrentados na sua correta separação na fonte geradora; e examinar como a separação dos resíduos sólidos contribui para a sustentabilidade ambiental no contexto das ações governamentais.

A formação de uma consciência crítica e sustentável depende significativamente da educação ambiental (Oliveira; Galvão, 2016). Assim, justifica-se a necessidade de analisar de que maneira as políticas públicas, campanhas de conscientização e ações comunitárias influenciam a prática separação dos recicáveis em sua fonte geradora, que é crucial para mitigar os efeitos nocivos ao meio ambiente.

2. REVISÃO CONCEITUAL

A implementação de práticas ambientais em uma empresa pode aumentar a eficiência no uso de recursos e processos, resultando em menor consumo de insumos e na redução da geração de lixo e resíduos. A percepção equivocada sobre a relação entre a diminuição dos custos ambientais e os investimentos necessários, aliada às barreiras técnicas para adoção de novas tecnologias, frequentemente se torna um impedimento para a produção sustentável (Marcatto, 2015).

Frente à crise ambiental que o planeta enfrenta — exacerbada pelas decisões e ações de uma sociedade industrial e capitalista que perpetua um padrão consumista e explora os recursos naturais de maneira insustentável, causando danos ao meio ambiente e comprometendo a qualidade de vida da humanidade — torna-se imperativo implementar políticas públicas e iniciativas educacionais eficientes voltadas para a educação ambiental (UNESCO, 2024). O objetivo é transformar a forma de pensar e agir da população, incentivando uma mudança significativa de atitudes em relação ao meio ambiente (Vivamar, 2018).

A Lei Federal nº 6.938, de 1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, foi uma das primeiras a incorporar a educação ambiental no contexto legal brasileiro, destacando a importância de formar uma sociedade consciente das questões ambientais. No Capítulo 36 da Agenda 21, essa consciência é enfatizada ao definir a educação ambiental como um processo contínuo de desenvolvimento que busca oferecer conhecimentos, habilidades e atitudes para que os cidadãos possam encontrar soluções para os desafios ambientais. Essa perspectiva visa cultivar indivíduos não apenas bem informados, mas também engajados e comprometidos com a sustentabilidade do meio ambiente (Marcatto, 2015).

Segundo a Lei nº 9.795/99, é essencial que a educação ambiental esteja presente nos currículos de formação de professores e integre o processo contínuo de capacitação desses educadores (BRASIL, 1999). A ampla aceitação da educação ambiental nas instituições de ensino — com 95% da população brasileira a considerando essencial — evidencia a compreensão de sua importância para modificar atitudes em relação ao ambiente (Vivamar, 2018). Esse aprendizado deve ultrapassar uma fase específica da vida e se estender ao longo de toda a trajetória educacional (Vivamar, 2018).  A ONU (2015) reforça a necessidade de direcionar esse foco para crianças e adolescentes, que são os futuros agentes de transformação.

Contudo, como destaca Guimarães (2004), a educação ambiental deve ser crítica e emancipadora, superando os modelos tradicionais. É preciso criar ambientes educacionais que estimulem ações concretas diante dos desafios socioambientais. Reigota (2007) acrescenta que a abordagem pedagógica deve ser inovadora, democrática e dialógica, favorecendo a cooperação entre educadores e estudantes.

Nesse sentido, Penteado (2003) destaca que, para a educação ambiental ser eficaz, é necessário que os alunos tenham experiências práticas e interajam com diferentes grupos sociais, percebendo como as relações sociais afetam o ambiente.

Dill e Carniatto (2020) enfatizam a importância da interdisciplinaridade no ensino de temas ambientais, pois ela promove uma aprendizagem mais crítica e aprofundada. No entanto, a educação ambiental nas escolas ainda enfrenta barreiras, como o tratamento superficial do tema e a sobrecarga de conteúdos, que impedem sua priorização. Portanto, é fundamental que a educação ambiental seja tratada como uma disciplina autônoma, garantindo seu reconhecimento e efetiva integração ao currículo escolar (Gonçalves, 2021).

A inserção da educação ambiental em todas as fases da formação acadêmica é amplamente apoiada, especialmente nas universidades, onde os profissionais do futuro enfrentarão desafios relacionados ao meio ambiente e à sociedade. Paralelamente, é essencial promover o compartilhamento de experiências e ações conjuntas para aprimorar metodologias educacionais, conforme sugerido por Dill e Carniatto (2020). Isso contribuirá para um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz e interativo.

É importante compreender que a educação formal, sozinha, não resolverá os problemas ambientais e sociais, pois trata-se de uma questão complexa que exige a participação de múltiplos atores e iniciativas em diferentes esferas da sociedade (Silva et al., 2018).

Diante da crise ambiental global, intensificada por um modelo industrial consumista que explora descontroladamente os recursos naturais, torna-se indispensável implementar políticas públicas e estratégias educacionais eficazes em educação ambiental. O objetivo dessas iniciativas é promover mudanças de mentalidade, fomentando atitudes mais sustentáveis e conscientes (Oliveira; Galvão, 2016).

Nesse contexto, a sustentabilidade destaca-se como aspecto essencial. Com os impactos ambientais se tornando cada vez mais evidentes, a sustentabilidade se apresenta como uma necessidade urgente para garantir um futuro saudável. O conceito ganhou notoriedade na II Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, sendo adotado como diretriz para políticas ambientais no mundo (Gonçalves, 2021).

Para promover a sustentabilidade ambiental, é necessário um esforço conjunto que envolva políticas públicas eficazes, adoção de tecnologias adequadas e conscientização da sociedade quanto à importância das práticas sustentáveis (Silva, 2022). A educação ambiental, nesse cenário, é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento sustentável, como destaca Lima Massine (2014), ao afirmar que a educação é vital para alcançar um desenvolvimento equilibrado e alinhado aos princípios sociojurídicos do ecossistema.

A conscientização sobre a sustentabilidade é elemento chave para a cidadania ativa, pois a população só poderá contribuir efetivamente para um futuro sustentável quando entender seu papel na preservação ambiental (Silva, 2022). A sustentabilidade busca integrar as dimensões social, econômica e ambiental, reconhecendo os limites dos recursos naturais. Dessa forma, ela se configura não apenas como uma necessidade, mas também como uma questão ética (Oliveira; Galvão, 2016).

É essencial, portanto, fomentar a consciência ambiental  entre as gerações atuais e futuras. Para isso, a educação ambiental deve ser permanente e integrada, tanto no contexto escolar quanto em outras esferas da sociedade (Gonçalves, 2021). Atividades pedagógicas que envolvam diretamente os estudantes são fundamentais, pois os capacitam a se tornarem agentes de transformação e promotores de hábitos sustentáveis (Silva et al., 2018).

Sorrentino (2021), em sua análise, amplia o conceito de “ambiente”, incluindo não apenas o espaço físico, mas também os fatores sociais, culturais e econômicos que o constituem. Essa visão integrada reforça a interdependência dos elementos ambientais, como expressado por Cacique Seattle em 1854: “todas as coisas estão conectadas, assim como o sangue que une uma família”.

É necessário distinguir entre conscientização e sensibilização, dois conceitos que frequentemente se confundem. A conscientização é um processo interno e individual que não pode ser imposto pela educação (Oliveira; Galvão, 2016). Portanto, a educação ambiental deve sensibilizar e inspirar a tomada de consciência, incentivando indivíduos a se tornarem mais críticos e reflexivos (Sacramento, 2014).

A educação ambiental se estabelece como peça-chave na formação de cidadãos comprometidos com o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Ao promover valores de sustentabilidade, contribui para a construção de uma sociedade mais consciente e engajada com o futuro do planeta (Oliveira; Galvão, 2016).

Apesar dos avanços em políticas públicas e ações municipais voltadas à conservação ambiental, os desafios permanecem complexos e exigem abordagens colaborativas. A participação ativa da sociedade é essencial para formular soluções que conciliem desenvolvimento econômico e preservação ambiental (Gonçalves, 2021). Os cidadãos devem estar conscientes e dispostos a se engajar em todas as etapas do processo, da identificação dos problemas à implementação e avaliação das soluções. Assim, a participação democrática torna-se elemento fundamental para garantir um futuro mais sustentável (Sacramento, 2014).

O atual sistema econômico, fundamentado no consumo dentro de um modelo capitalista, estimula a fabricação em massa de uma ampla variedade de produtos, independentemente de sua classificação e preço. Isso resulta não apenas na exploração excessiva dos recursos naturais, mas também na geração excessiva de resíduos. A cultura de consumo presente em nossa sociedade tende a extrair da natureza as matérias-primas e, após o uso, descartá-las de maneira inadequada (Lima, 2015).

Entretanto, a biosfera possui uma capacidade finita para oferecer recursos e gerenciar resíduos. À medida que a demanda por recursos aumenta, cresce também a geração de resíduos. Como resultado, enormes volumes de materiais recicláveis, que poderiam ser reutilizados, acabam sendo desperdiçados em razão do descarte inadequado.

Conforme Sacramento (2014), a disposição incorreta desses produtos resulta em danos ao meio ambiente, devido ao seu potencial poluidor e à gestão inadequada dos resíduos, o que compromete a qualidade do ar, do solo e das águas, tanto superficiais quanto subterrâneas. Há uma preocupação global em relação aos resíduos sólidos, especialmente os gerados em residências localizadas em grandes centros urbanos, que exigem um gerenciamento eficiente (Jacobi; Besen, 2020).

A combinação entre industrialização e crescimento populacional resultou em um aumento significativo na produção de resíduos, impulsionado pelo maior consumo e descarte. Entretanto, tanto as autoridades quanto a sociedade têm se empenhado na redução dos resíduos urbanos e dos impactos por eles causados.

Sacramento (2014) caracteriza o lixo como qualquer tipo de resíduo gerado por atividades humanas ou produzido naturalmente em áreas urbanas. Por outro lado, os dicionários o definem como aquilo que é descartado. O autor enfatiza a importância de reavaliar essa definição, destacando que o lixo não deve ser considerado totalmente sem valor, pois seu descarte inadequado traz consequências como a poluição, que prejudica a sustentabilidade.

A reciclagem consiste na transformação de materiais descartados, podendo envolver alterações em suas características físicas, químicas ou biológicas, com o objetivo de produzir novos itens ou matéria-prima, conforme estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Essa lei define diretrizes para a gestão de resíduos sólidos e altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, entre outras disposições.

Diante disso, surge a necessidade de encontrar uma alternativa que promova o equilíbrio entre captação, produção e consumo, harmonizando a interação entre o ser humano e o meio ambiente por meio do uso responsável e sustentável dos recursos, bem como da reutilização dos resíduos gerados. Nesse contexto, Lomasso (2015) define: “A reciclagem é o processo de reintegração de itens que foram descartados por terem perdido sua utilidade, assim como resíduos de produtos já utilizados, reaproveitando-os como matéria-prima na fabricação de novos produtos.”

No Brasil, o manejo inadequado de resíduos sólidos representa um grande obstáculo às políticas de gestão ambiental. O panorama do descarte de resíduos sólidos após o consumo está em transformação, uma vez que antes recaía exclusivamente sobre o poder público. Essa mudança é impulsionada pela escassez de recursos naturais, pela degradação ambiental e pela crescente demanda social por práticas sustentáveis. Nesse cenário, a reciclagem torna-se essencial para reverter o quadro atual, sendo considerada uma abordagem que abrange dimensões econômicas, sociais e ambientais (Arruda, et al, 2018).

O Art. 4º, da PNRS estabelece: “A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo governo federal, isoladamente ou em cooperação com estados, Distrito Federal, municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos” (BRASIL, 2010).

De forma semelhante, suas diretrizes são descritas na seção “Diretrizes aplicáveis aos Resíduos Sólidos”, no Capítulo I, Art. 9º:

“Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental” (BRASIL, 2010, p. 15).

A Lei nº 12.305/2010 trata de um tema amplo e complexo, que transcende questões de saúde pública, tendo também importância social, econômica e ambiental. Assim, é essencial uma abordagem integrada para uma gestão eficiente dos resíduos sólidos, de modo a evitar os impactos resultantes de sua má administração (Maiello, 2018).

De maneira geral, as leis brasileiras orientam o planejamento de ações relacionadas à gestão de resíduos sólidos, abrangendo coleta, transporte, tratamento e descarte final. Compreender a evolução da geração de resíduos é fundamental para o adequado cumprimento dessas normas (Sanjad, 2018).

Entre os fundamentos da PNRS, destaca-se a valorização dos resíduos sólidos passíveis de reutilização e reciclagem, transformando-os em recursos econômicos e socialmente relevantes, geradores de emprego e renda, além de promotores de cidadania. A hierarquia dos resíduos sólidos define uma sequência de prioridades para sua gestão: prevenção da geração, redução, reutilização e reciclagem, tratamento e, por fim, disposição final ambientalmente adequada (Maiello, 2018).

Conforme o Art. 6º da PNRS, são promovidos princípios abrangentes e integrados para a administração dos resíduos, como a prevenção, precaução, responsabilidade compartilhada entre poluidores e protetores, e uma abordagem sistêmica que engloba fatores ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública. A política valoriza o desenvolvimento sustentável, a ecoeficiência e a colaboração entre sociedade e governo, reconhecendo os resíduos recicláveis como recursos econômicos geradores de trabalho e renda, assegurando o direito à informação e ao controle social, com respeito às especificidades regionais.

O Art. 30 da referida legislação estabelece que a responsabilidade pela gestão do ciclo de vida dos produtos deve ser compartilhada entre todos os envolvidos — fabricantes, importadores, comerciantes, consumidores e prestadores de serviços de limpeza urbana. Tal abordagem busca equilibrar interesses econômicos e sociais com práticas sustentáveis. O objetivo é incentivar a reutilização, reduzir a geração de resíduos e desperdícios, minimizar a poluição e promover o uso de materiais menos agressivos ao meio ambiente. A lei também estimula o mercado de produtos reciclados, a eficiência produtiva e a responsabilidade socioambiental.

A Economia Circular é uma abordagem que visa à redução da produção de resíduos desde a extração de matérias-primas até o consumo final, promovendo a valorização dos resíduos por meio da reutilização e reciclagem (ONU, 2020).

A PNRS incentiva a gestão colaborativa, atribuindo responsabilidades sociais e econômicas aos diferentes agentes. Estudos baseados em evidências indicam que políticas públicas e ações de educação ambiental aumentam a conscientização e promovem o engajamento dos cidadãos na reciclagem. Ademais, a participação democrática favorece ações coletivas que melhoram a valorização e a qualidade dos resíduos, contribuindo para a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico (Arruda, 2018).

O impacto causado pelo manejo incorreto de resíduos sólidos afeta o meio ambiente e compromete a saúde pública, exigindo ações eficazes de gestão. Nesse contexto, a separação dos resíduos na fonte geradora tem um papel fundamental na redução dos impactos ambientais e na promoção de práticas sustentáveis. Com base no preceito da sustentabilidade, é necessário promover estratégias que visem à minimização da geração de resíduos, bem como à reutilização e à separação dos resíduos recicláveis  (Sanjad, 2018).

Segundo Cunha et al. (2018), a separação dos resíduos sólidos consiste no processo de distinção entre os diversos tipos de resíduos, como orgânicos, recicláveis e rejeitos. Essa prática é fundamental para o adequado tratamento e destinação dos materiais descartados, além de contribuir para a preservação ambiental e para a economia de recursos naturais. A separação adequada também permite a valorização dos resíduos recicláveis, que podem ser reinseridos na cadeia produtiva, reduzindo a necessidade de extração de novas matérias-primas.

O conceito de sustentabilidade está diretamente relacionado ao uso racional dos recursos naturais e à busca pelo equilíbrio entre desenvolvimento econômico, proteção ambiental e bem-estar social. Nesse sentido, a separação dos resíduos é uma prática que contribui para a sustentabilidade, pois permite a redução do volume de lixo encaminhado aos aterros sanitários, diminui os impactos ambientais e favorece a economia circular (Sanjad, 2018).

Além disso, a separação correta dos resíduos facilita o trabalho dos catadores e cooperativas de reciclagem, promovendo a inclusão social e a geração de renda. A educação ambiental é um instrumento essencial para conscientizar a população sobre a importância da separação dos resíduos e estimular a adoção de práticas sustentáveis no cotidiano (Arruda et al., 2018).

Assim, a separação dos resíduos sólidos na fonte geradora deve ser incentivada por meio de políticas públicas, programas de coleta seletiva, campanhas educativas e ações comunitárias que envolvam a participação ativa da sociedade. A sustentabilidade depende da colaboração entre indivíduos, empresas e governo, sendo fundamental para garantir um futuro equilibrado e saudável para as próximas gerações (Layrargues, 2016).

3 ABORDAGEM METODOLÓGICA

3.1 Tipo de estudo

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória, realizada por meio de uma revisão bibliográfica. A escolha desse tipo de pesquisa justifica-se pela necessidade de compreender e analisar, a partir de diferentes fontes teóricas, como a conscientização ambiental influencia a separação dos resíduos recicláveis na fonte geradora, contribuindo para uma gestão mais eficiente dos resíduos sólidos.

3.2 Técnica de coleta e análise de dados

A técnica utilizada foi a análise de conteúdo, aplicada à seleção e interpretação de textos acadêmicos, legislações, relatórios técnicos e publicações de organizações nacionais e internacionais que tratam da temática da gestão de resíduos sólidos, educação ambiental, sustentabilidade e políticas públicas ambientais, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

A coleta de dados foi realizada por meio da seleção de publicações em bases acadêmicas reconhecidas, como SciELO, Google Acadêmico, Periódicos CAPES, além de livros, teses, dissertações e documentos oficiais, especialmente aqueles relacionados à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.º 12.305/2010). Os critérios de inclusão abrangeram trabalhos publicados entre os anos de 2010 e 2025, em português, inglês e espanhol, com enfoque direto ou indireto na temática da separação dos resíduos e da conscientização ambiental.

O material coletado foi analisado criticamente com o intuito de compreender os principais conceitos, identificar lacunas e apontar boas práticas que favoreçam o aumento da separação de resíduos recicláveis na fonte geradora, contribuindo para uma gestão ambiental mais eficiente e alinhada aos princípios da sustentabilidade.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com Silva (2022) os elementos que afetam a geração de resíduos sólidos incluem: o padrão de vida da população; as condições climáticas e a época do ano; os estilos de vida e os costumes da comunidade; as inovações em embalagens e na comercialização de produtos; as características da urbanização; a situação econômica da área; e a eficácia dos serviços de coleta.

Nesse contexto Gonçalves (2021) comenta que as práticas técnicas planejadas e implementadas na área ambiental precisam, prioritariamente, levar em conta as representações, os valores e as ações da sociedade. A abordagem em relação a questões de valores e à participação comunitária, voltada para a resolução de problemas coletivos, deve ser o fundamento da Educação Ambiental (EA), que deve estar inserida em seu contexto temporal e espacial, promovendo o coletivo, a diversidade e o diálogo sobre as diferenças.

A administração de resíduos sólidos refere-se a um conjunto de práticas relacionadas ao manejo, geração, armazenamento, coleta, transferência, transporte, processamento, tratamento e disposição final dos resíduos, sempre de acordo com princípios que visam proteger a saúde pública, promover a economia, aplicar engenharia, conservar recursos, manter a estética, além de considerar aspectos ambientais. Assim, o gerenciamento de resíduos envolve uma relação entre fatores administrativos, financeiros, legais, de planejamento, engenharia e educação. Fonseca (2016) destaca que tal questão requer, por conseguinte, soluções que integrem diferentes áreas do conhecimento.

A Educação Ambiental crítica busca promover reflexão e questionamento, diferentemente da abordagem tradicionalista e comportamentalista (Meneses et al., 2019). Os educadores ambientais devem atuar como facilitadores na interação dos indivíduos com o ambiente de gestão. Para desempenhar essa função, é necessário que conhecimentos práticos e reais sejam utilizados como ferramentas pedagógicas. A educação estruturada possui uma importância sociocultural significativa, estando intimamente ligada às práticas sociais (Oliveira; Galvão, 2016).

Conforme Oliveira e Galvão (2016), essa organização do conhecimento não segue uma lógica formal e racional, mas sim uma abordagem que integra saberes, valores e atitudes voltados para conteúdos culturais e socioambientais. Esses elementos são essenciais para promover uma relação mais harmônica tanto entre o ser humano e a natureza quanto entre os próprios indivíduos. Dessa forma, os conhecimentos técnico-científicos sobre processos ambientais só se tornam relevantes no contexto da Educação Ambiental quando estão profundamente conectados aos significados humanos e sociais que esses processos carregam. Essa conexão é fundamental para uma abordagem crítica da educação.

A Educação Ambiental tem como propósito entender os conceitos vinculados ao meio ambiente, sustentabilidade, preservação e conservação (Meneses et al., 2019). Dessa maneira, busca-se a formação de indivíduos críticos e conscientes, promovendo práticas cidadãs e explorando a interação entre os seres humanos e seu entorno, além de fomentar uma atitude colaborativa e responsável em relação ao futuro do planeta. Assim, a Educação Ambiental deve ser integrada em todos os graus de ensino, adaptando-se ao nível de complexidade de cada série (Oliveira; Machado; Oliveira, 2016).

Meneses et al. (2019) discutem a inclusão da Educação Ambiental nos currículos como uma ferramenta valiosa para os alunos no ambiente escolar. Contudo, a gestão de resíduos continua a enfrentar desafios significativos, mesmo com a adoção de tecnologias adequadas, especialmente no que diz respeito ao encerramento de aterros sanitários e à incineração. A disposição de resíduos no solo, mesmo em aterros sanitários, e as emissões de gases e resíduos geram impactos negativos, enfraquecendo áreas adequadas para essa finalidade, particularmente nas grandes metrópoles (Oliveira; Machado; Oliveira, 2016). O transporte desses materiais por longas distâncias acarreta problemas, como poluição e riscos de acidentes. Além disso, há a preocupação com o possível esgotamento dos serviços ecossistêmicos, que são essenciais para a degradação completa dos resíduos acumulados.

A reciclagem, conforme já mencionado, precisa ser promovida por meio da implementação da coleta seletiva e da triagem de materiais. Considerando as limitações que muitos municípios brasileiros enfrentam para efetuar esse trabalho, é essencial observar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que destina recursos financeiros para apoiar os municípios na integração e capacitação de catadores de materiais recicláveis. Isso possibilita a formação e o fortalecimento de cooperativas ou outras formas de associação que já operam com uma cadeia de reciclagem básica. Assim, é fundamental incluir os serviços desses catadores nos planos de gestão de resíduos sólidos das prefeituras (Oliveira; Machado; Oliveira, 2016).

De acordo com Meneses et al. (2019), reavaliar cada ato de consumo é fundamental, pois todas as compras geram consequências. O consumo desenfreado, promovido pelo sistema atual, figura entre as principais causas de problemas ambientais e sociais globalmente. Portanto, é importante refletir antes de adquirir algo e questionar sua real necessidade. É essencial recusar itens desnecessários, como sacolas plásticas em supermercados, folhetos irrelevantes e copos descartáveis. O respeito é vital para uma convivência harmoniosa, abrangendo o ambiente, as outras pessoas e a si mesmo. Além disso, é necessário assumir responsabilidade pelos efeitos de nossas ações, tanto positivos quanto negativos, e tomar medidas adequadas a respeito. Compartilhar essa conscientização inspira os outros e ajuda a alertá-los sobre os problemas que afetam o meio ambiente.

A cada dia, o tema em questão ganha mais notoriedade, tornando-se um aspecto crucial a ser alcançado em toda a sociedade, especialmente nas instituições de ensino. Isso se deve ao fato de que crianças devidamente esclarecidas sobre os desafios ambientais se tornarão adultos conscientes e engajados com a preservação do meio ambiente. Elas, por sua vez, serão responsáveis por disseminar o conhecimento adquirido na escola acerca das questões ambientais em suas residências e comunidades (Oliveira; Machado; Oliveira, 2016).

Silva (2022) corrobora com a afirmação ao afirmar que a conscientização ambiental desempenha um papel crucial na promoção da separação de resíduos recicláveis na fonte geradora. Estudos recentes evidenciam que, embora haja avanços, ainda existem desafios significativos a serem superados.

Uma pesquisa realizada pela Lloyd’s Register Foundation (2024), em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), revelou que 59% das residências brasileiras separam os materiais recicláveis antes do descarte, superando a média global. No entanto, essa prática é mais comum em áreas urbanas (91%) do que em rurais (59%), indicando desigualdades na infraestrutura de gestão de resíduos. Além disso, observou-se uma diferença geracional: 75% das pessoas acima de 65 anos realizam a separação, enquanto apenas 41% dos jovens entre 15 e 29 anos adotam essa prática.

De acordo com o Jornal Extra (2024) a educação ambiental surge como uma ferramenta essencial para aumentar a adesão à separação de resíduos. De acordo com o Instituto de Embalagens, a falta de conscientização da população sobre a importância da reciclagem contribui para os baixos índices de reciclagem no país. A implementação de políticas públicas que garantam a coleta seletiva e promovam a educação ambiental é fundamental para melhorar esses índices.​

Contudo, a falta de conhecimento sobre o papel da educação ambiental é evidente em alguns segmentos da população. Em Alagoas, por exemplo, uma análise do perfil socioeconômico de catadores de materiais recicláveis revelou que 89,6% deles não reconhecem o papel da educação ambiental, indicando a necessidade de programas educativos voltados para esses profissionais (Embalane, 2024).​​

Meneses et al. (2019) apontam que, apesar das vantagens evidentes, a prática de separação de resíduos recicláveis enfrenta consideráveis obstáculos. Frequentemente, a comunidade não dispõe de acesso a sistemas de coleta seletiva ou, mesmo quando disponível, a carência de orientações adequadas sobre a separação correta dos materiais torna o procedimento complicado e pouco atrativo. Ademais, a resistência cultural e a falta de envolvimento com questões ambientais representam desafios significativos para a elevação das taxas de reciclagem.

Outro desafio é o que se denomina contaminação dos resíduos, que ocorre quando materiais recicláveis são misturados com resíduos orgânicos ou outros itens não recicláveis. Isso torna o processo de separação mais complicado e reduz a eficiência da reciclagem. Apesar das boas intenções, a ausência de conscientização ambiental leva a práticas inadequadas de descarte, prejudicando a eficácia da reciclagem (Meneses et al., 2019).

A separação dos materiais recicláveis é uma prática simples, porém essencial para a proteção do meio ambiente e para a criação de um futuro mais sustentável. Para que essa ação seja realmente eficaz, é crucial que haja um empenho conjunto, que inclua desde a população até os gestores públicos e as empresas (Lopes; Moura, 2015).

Portanto, os resultados indicam que, embora haja uma tendência crescente na separação de resíduos recicláveis na fonte geradora, especialmente em áreas urbanas e entre populações mais velhas, ainda existem lacunas significativas relacionadas à infraestrutura, educação ambiental e engajamento de segmentos específicos da população. A superação desses desafios requer uma abordagem integrada que envolva políticas públicas eficazes, investimentos em infraestrutura e programas contínuos de educação ambiental para promover uma cultura de reciclagem e sustentabilidade em toda a sociedade (Silva, 2022).

Nesse sentido, o ideal é pensar em uma conscientização e educação ambiental que desenvolva políticas públicas para estimular essa prática e cultive uma cultura de sustentabilidade. Essas ações são essenciais para aprimorar a coleta de materiais recicláveis e, assim, colaborar com a preservação do nosso planeta. Ao realizarmos nossa parte, estaremos assegurando um futuro mais limpo e saudável para as próximas gerações.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das reflexões apresentadas, conclui-se que a separação dos resíduos sólidos constitui uma prática fundamental para reinserir materiais descartados, considerados sem utilidade, no ciclo produtivo. No contexto brasileiro, a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) evidencia a relevância de ações voltadas à não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento adequado dos resíduos, bem como sua destinação final de forma ambientalmente responsável.

O Gerenciamento inadequado desses resíduos como sua disposição em lixões a céu aberto acarreta sérios impactos ao desenvolvimento sustentável e à saúde ambiental. Tais práticas contribuem para a liberação de poluentes que comprometem a qualidade do solo, da água e do ar, além de favorecerem a proliferação de vetores de diversas doenças. Nesse cenário, a reciclagem se destaca como uma estratégia eficaz não apenas para a preservação ambiental, mas também para a promoção da saúde pública, especialmente para as populações que habitam áreas próximas a locais de destinação inadequada.

Ademais, a conscientização ambiental deve ser compreendida como uma prática intencional no âmbito das relações sociais, na medida em que possibilita a construção de um processo educativo voltado ao desenvolvimento de uma consciência crítica e coletiva. Essa sensibilização exige uma abordagem metodológica que organize a transmissão e a apropriação de conhecimentos, atitudes e valores de natureza política, social e histórica.

Nesse sentido, a educação ambiental atua como um instrumento facilitador na aquisição de competências e habilidades essenciais para o exercício de uma cidadania ativa, responsável e transformadora. Trata-se de um processo que contribui para a humanização do indivíduo por meio da apropriação crítica e reflexiva da totalidade histórica e concreta da vida em sociedade e no meio ambiente.

Por fim, é inegável que a gestão ambiental integrada se apresenta como um dos grandes desafios contemporâneos. Para enfrentá-lo, é imprescindível compreender os espaços de gestão como ambientes de aprendizagem contínua, nos quais se deve promover a integração de novas abordagens pedagógicas, tecnologias e metodologias capazes de fomentar, de forma efetiva e sustentável, a implantação de Programas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Nesse contexto, a Educação Ambiental crítica desponta como uma estratégia promissora para impulsionar esses processos formativos e fortalecer o engajamento coletivo em prol da sustentabilidade.

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¹Discente do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental. E-mail: ryanr8508@gmail.com;
²Discente do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental. E-mail: weltonjoabb11072002@gmail.com;
³Professor Doutor. E-mail: luiz.penna@ifmg.edu.br.