INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA BASEADA EM EXERCÍCIOS FÍSICOS E AUTOCUIDADO NA QUALIDADE DO SONO EM IDOSOS: ENSAIO RANDOMIZADO 

COMMUNITY INTERVENTION BASED ON PHYSICAL EXERCISES AND SELF-CARE IN SLEEP QUALITY IN ELDERLY: RANDOMIZED TRIAL 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202504282217


Adolfo Luiz Reubens da Cunha1
Carla Menêses Hardman2
Marcos André Moura dos Santos3
Mauro Virgilio Gomes de Barros4


RESUMO 

Objetivo: Analisar a efetividade da intervenção comunitária baseada em exercícios  físicos e no autocuidado apoiado na qualidade do sono em idosos atendidos na atenção  básica à saúde do Recife, em Pernambuco. Métodos: Ensaio com idosos, de ambos os  sexos, residentes nas áreas das Unidades de Saúde da Família (USF). Divididos em  quatro grupos: GE1 recebeu um manual de exercícios físicos domiciliares aplicados de  três a cinco vezes por semana; GE2 realizou exercícios domiciliares e o exercícios  supervisionados, realizando três treinos semanais; GE3 realizou os exercícios domiciliares e supervisionados e foi exposto, mensalmente, ao autocuidado apoiado; e o  GC que recebeu materiais educativos de saúde. A qualidade do sono foi avaliada pelo  Pittsburgh Sleep Quality Index. A efetividade foi analisada por Modelos de Equações de  Estimativas Generalizadas. Resultados: A intervenção mostrou efetividade para o uso de  medicamentos do sono (p< 0,01) e a eficiência do sono (p=0,04). O GE2 e o GE3  diminuíram o uso de medicamentos do sono pós-intervenção (média de 0,5 ± 1,1 x  média de 0,4 ± 0,9; média de 0,3 ± 0,8 x média de 0,3 ± 0,9, respectivamente). O GE1 e  GE2 melhoraram a eficiência do sono (média de 0,6 ± 1,1 x média de 0,1 ± 0,5; média  de 0,6 ± 1,0 x média de 0,4 ± 0,9, respectivamente). Conclusão: A intervenção foi  efetiva na eficiência do sono e no uso de medicamentos do sono. 

Palavras-chave: Sono; Idoso; Exercício; Estratégia Saúde da Família. 

ABSTRACT 

Objective: To analyze the effectiveness of community intervention based on physical  exercise and self-care supported on sleep quality in elderly, receiving primary health  care in Recife, Pernambuco. Methods: Test with elderly, of both sexes, living in the  areas of Family Health Units (USF). Divided into four groups: GE1 received a manual  of home physical exercises applied three to five times a week; GE2 performed home  exercises and supervised exercises, carrying out three weekly training sessions; GE3  carried out supervised home exercises and was exposed to supported self-care on a  monthly basis; and the CG who received health educational materials. Sleep quality was  assessed using the Pittsburgh Sleep Quality Index. Effectiveness was analyzed using  Generalized Estimating Equation Models. Results: The intervention showed  effectiveness for the use of sleep medications (p< 0.01) and sleep efficiency (p=0.04).  GE2 and GE3 decreased post-intervention sleep medication use (mean 0.5 ± 1.1 x mean 0.4 ± 0.9; mean 0.3 ± 0.8 x mean 0. 3 ± 0.9, respectively). GE1 and GE2 improved sleep  efficiency (mean of 0.6 ± 1.1 x mean of 0.1 ± 0.5; mean of 0.6 ± 1.0 x mean of 0.4 ±  0.9, respectively). Conclusion: The intervention was effective in sleep efficiency and the  use of sleep medications. 

Keywords: Sleep; Elderly; Exercise; Family Health Strategy. 

INTRODUÇÃO 

O sono é um estado comportamental de imobilidade e redução sensorial com o  ambiente, regulado pelo processo homeostático, que depende da vigília anterior, e pelo  ritmo circadiano, influenciado por estímulos ambientais1. A qualidade e quantidade do  sono são fundamentais para as funções metabólicas, mentais e hormonais em idosos,  com recuperação do bem-estar físico e mental2. Entretanto, durante o envelhecimento  acontecem alterações do sono3, caracterizadas por interrupções do ritmo circadiano  normal e nos ciclos do sono4. Essas alterações podem gerar ineficiência do sono com  mais interrupções e diminuições do sono de ondas lentas, afetando negativamente a  qualidade do sono, podendo provocar impacto na saúde, com o aparecimento de  distúrbios do sono, depressão, doenças cardiovasculares, acidente vascular encefálico e  mortalidade 5

A melhora da qualidade do sono de idosos pode se dar com uso de  medicamentos, e pela prática de exercício físico, como forma de tratamento não  farmacológico6. Os mecanismos que explicam a influência do exercício no sono  incluem alterações da temperatura corporal, alterações na concentração de citocinas,  aumento do consumo de energia, mudanças nos sintomas de humor/ansiedade,  alterações na frequência cardíaca, secreção de hormônios do crescimento e melatonina7. Os fatores que podem influenciar ainda mais esses efeitos são idade, sexo, nível de  atividade física, tipo de exercício e horário do treinamento8.

Os benefícios do exercício físico na qualidade do sono podem ser identificados  tanto para exercícios aeróbicos quanto resistidos 9. Além disso, o treinamento funcional  apresenta melhora da qualidade do sono 10, seja fora do domicílio com a supervisão de  um profissional de saúde 10 ou de forma domiciliar11

Outra forma para promover a prática de exercício físico em idosos, além dos  programas domiciliar e supervisionado, é utilizando a metodologia do autocuidado  apoiado, conhecido como os 5 As (avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e  acompanhamento), baseada no modelo transteorético, que é um processo de motivação  para mudança de comportamento, incentivando, através de aconselhamentos, os idosos  a adquirir hábitos saudáveis com a implantação de exercícios físicos no cotidiano12; 13

A prática do autocuidado apoiado apresenta efeitos benéficos na saúde do idoso 14, porém, não se tem conhecimento dos efeitos dessa estratégia sobre a qualidade do  sono em idosos. Até o momento, sabe-se dos efeitos positivos na qualidade do sono de  idosos por meio de estratégias domiciliares e supervisionadas individualizadas 10; 11. No  entanto, não se tem conhecimento do efeito de uma intervenção com diferentes  estratégias (domiciliar e supervisionada), baseadas em exercícios físicos e no  autocuidado, na qualidade subjetiva do sono de idosos brasileiros. 

Diante do exposto, o objetivo do estudo foi analisar a efetividade de uma  intervenção comunitária baseada em exercícios físicos (domiciliares e supervisionados)  e no autocuidado apoiado na melhora da qualidade do sono em idosos atendidos em oito  Unidades de Saúde da Família (USF) da cidade do Recife, PE. É esperado que os idosos  que realizam as três ações (domiciliar, supervisionada e o autocuidado apoiado)  apresentem melhor escore geral de qualidade do sono (PSQI) e em seus componentes, quando comparados com os idosos que realizam apenas uma ou duas dessas ações.

MÉTODOS 

Trata-se de um ensaio comunitário randomizado por conglomerados, elaborado  seguindo os princípios éticos dispostos na Resolução MS/CNS N. 466/2012. O município de Recife/PE foi o local de pesquisa com anuência da Secretaria Municipal  da Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da  Universidade de Pernambuco, sob o número do CAAE: 58104516.6.0000.5207.  

A população alvo do estudo é composta por idosos (≥ 60 anos), de ambos os  sexos, residentes das áreas de cobertura das Unidades de Saúde da Família (USF).  Segundo o último censo 15, 182.041 idosos residiam em Recife; cerca de 50% do município é coberto pela Atenção Básica à Saúde – ABS 16; e, estima-se que as 130 USF  disseminadas nos oito Distritos Sanitários (DSs) tenham em média 700 idosos em cada  área de cobertura 16.  

Com base nessas estimativas, foi conduzido o dimensionamento amostral,  empregando os seguintes parâmetros: intervalo de confiança de 95%; poder de 80%;  prevalência de casos entre não expostos de aproximadamente 30%; risco relativo  arbitrado em 1,5. A amostra necessária numa razão de um para um entre expostos e não  expostos foi de 328 idosos. Para minimizar possíveis perdas e recusas foram acrescidos  20% ao tamanho amostral, sendo necessário recrutar 400 idosos, 50 em cada uma das  oito USF que foram sorteadas para a realização do estudo. 

Foram recrutados para participar do estudo os idosos residentes na área de  cobertura das USF selecionadas para a intervenção, sendo submetidos a assinatura do  Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e uma avaliação inicial,  excluindo os idosos que não atingiram os pontos de corte no Mini-Exame do Estado  Mental – MEEM 17. Além disso, não foram incluídos os idosos cadeirantes, acamados;  os que não conseguiam realizar os testes propostos na avaliação física; os que no período de realização do estudo se encontravam internados para tratamento de saúde; os  residentes de abrigos ou em instituições de longa permanência e, ainda, aqueles vivendo  em situação de rua. 

Para o sorteio das oito USF que participariam do estudo, quatro dos oito DSs do  Recife foram definidos como campo para realização da intervenção. Essa definição foi  realizada para viabilizar logisticamente o desenvolvimento e acompanhamento das  ações. As USFs foram incluídas com os seguintes critérios: (a) ser coberta por equipe do  NASF; (b) estar, no momento do estudo, com a equipe completa (médico, enfermeiro,  técnico de enfermagem, pelo menos três agentes comunitários de saúde, dentista e  auxiliar de dentista); e (c) ter pelo menos um polo do PAC no território. Do total de 130  USF distribuídas em oito DS, observou-se que 32 atendiam aos critérios de inclusão e,  dessas, 19 representaram o total de USF dos DS I, II, III e VII. Dessas 19 unidades,  foram sorteadas oito de forma aleatória, sendo duas USF em cada DS; e,  posteriormente, foi sorteado de forma aleatória o grupo de ações a que cada USF seria  exposta. Foram selecionadas as USF: Apipucos, Cabanga, Chié, Coque, Irmã Terezinha,  Macaxeira, Upinha e Santana. 

A intervenção foi aplicada considerando quatro grupos: um controle e três  experimentais. Todos os grupos tiveram acesso a uma ação de educação em saúde, sendo a única ação realizada no Grupo Controle (GC), enquanto os grupos  experimentais foram expostos a um esquema incremental de ações. O Grupo  Experimenta 1 (GE1) participou do programa de exercícios domiciliares (ED); O Grupo  Experimental 2 (GE2), além dos exercícios domiciliares, foi exposto a exercícios  supervisionados (ES); O Grupo experimental 3 (GE3), os participantes tiveram a  oportunidade de participar de ações relacionadas ao autocuidado apoiado (AA), além  dos exercícios domiciliares e supervisionados.

A ação do exercício domiciliar foi orientada pelos profissionais das USFs  previamente treinados por pesquisadores. O treinamento foi conduzido explicando a  ação, apresentando a cartilha, e mostrando o papel dos profissionais na abordagem aos  idosos nos momentos de entrega dos kits, na orientação e no estímulo para utilização da  cartilha durante os seis meses de intervenção. A ação do exercício supervisionado foi  realizada por quatorze profissionais de Educação Física do Polo da Academia da Cidade  (PAC) treinados com o objetivo de orientar e alinhar os procedimentos que já  aconteciam no serviço. Além disso, esses profissionais receberam vídeos com os  exercícios para seguir um protocolo comum durante quatro meses de intervenção. A  ação do autocuidado apoiado durou dois meses e foi conduzida pelos profissionais das USFs, que foram treinados em três encontros, para explicar a metodologia dos “5 As”,  como implementar a cartilha do autocuidado apoiado e como realizar o compromisso  com os idosos. 

Todos os grupos receberam orientações para mudanças de comportamento por  meio de distribuição de material educativo, disponibilizado pelo Ministério da Saúde. A  distribuição do material foi feita ao final da avaliação inicial nas USF pelos  pesquisadores. Esta ação foi considerada controle, por ser semelhante às já  desenvolvidas pelos profissionais no contexto do serviço na atenção básica à saúde.  Após a avaliação pós-intervenção, os idosos do GC receberam os materiais e as  orientações para realizarem o exercício domiciliar. 

O GE1 recebeu um manual de exercício domiciliar denominado “Ginástica para  Fazer em Casa”, proposto por Smethurst et al. (2014) 18, para ser realizado, pelo menos,  cinco dias da semana. O manual conteve 12 exercícios a serem realizados por meio de  duas séries de seis ou oito repetições cada exercício, dando ênfase na amplitude dos  movimentos, enfatizando a aptidão muscular e caminhada.

O GE2 além de receber o manual de exercício domiciliar, realizou uma rotina de  exercícios físicos, a partir da adaptação de uma proposta de treinamento funcional para  idosos 19. O programa de treinamento funcional ocorreu três vezes na semana, com 50  minutos de duração a cada sessão, e foi formado por uma sequência de exercícios que  englobavam aspectos da mobilidade articular e ativação muscular, neuromuscular e  cardiometabólico, com intensidade moderada, controlada pela Escala de Borg  Modificada de nível 5 a 6 20; 21. As sessões foram realizadas nos equipamentos sociais  disponíveis para o desenvolvimento das intervenções das USFs ou nos polos do PAC,  sendo conduzida pelos profissionais de Educação Física da rede de atenção. 

No GE3, além de participarem do exercício domiciliar e do exercício  supervisionado, os idosos e os profissionais da saúde que atuam nas USFs, no NASF e  no PAC participaram de uma formação para conhecer o método do autocuidado apoiado  (metodologia dos “5 As”). Esta metodologia busca criar estratégias que apoiam a  construção de um plano de cuidado por meio da avaliação, aconselhamento, acordo,  assistência e acompanhamento 22. Essa metodologia foi aplicada durante os  atendimentos mensais voltados para o cuidado às doenças crônicas. 

As equipes de coleta de dados foram formadas por profissionais e estudantes da  área de saúde previamente treinados no estudo piloto para aplicação do questionário por  meio do Personal Digital Assistant – PDA, versão GM750Q (cedido pelo IBGE) e  realização das medidas antropométricas. A coleta dos dados teve início em novembro de  2018, com as avaliações iniciais, e as intervenções tiveram duração total de cinco meses, com reavaliação em maio de 2019. 

Para o presente estudo foram analisadas as dimensões de depressão, através da  Escala de Depressão Geriátrica de cinco itens 23; aspectos de saúde 24, especificamente  se o idoso tem diagnóstico de hipertensão arterial e excesso de peso; características demográficas como: sexo, idade/faixa etária, escolaridade, renda familiar e residir com  companheiro. 

Para avaliar a qualidade do sono foi utilizado o instrumento do Índice de  Qualidade de Sono de Pittsburgh – PSQI 25 que foi traduzido, adaptado e validado para  língua portuguesa falada no Brasil por Bertolazi et al. (2008) 26. Esse instrumento possui  19 questões que foram agrupadas em sete componentes (qualidade subjetiva do sono,  latência para o sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, transtornos do sono,  uso de medicamentos para dormir e disfunção diurna), com pesos distribuídos numa  escala de 0 a 3. As pontuações destes componentes foram somadas para produzirem um  escore global, que varia de 0 a 21, quanto maior a pontuação, pior a qualidade do sono 25

A avaliação do processo de implementação da intervenção foi realizada por meio  de ligações mensais para os idosos, reuniões com os profissionais nas USF e na avaliação final. Na avaliação final, foi aplicado um questionário (construído de acordo  com as ações de cada grupo experimental) com os idosos que participaram da  intervenção, por meio de entrevista face-a-face. 

Os dados das avaliações pré e pós-intervenção foram transferidos do PDA, após  a limpeza dos dados, para o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão  25). As análises descritivas foram realizadas por meio de distribuição de frequências  para as variáveis categóricas; média e erro padrão para as variáveis numéricas. A análise  de normalidade dos dados foi realizada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para  verificar a efetividade da intervenção na qualidade do sono considerando a interação  entre os grupos e o tempo foi realizado a análise por meio dos Modelos de Equações de  Estimativas Generalizadas. O post-hoc de Bonferroni foi adotado para identificar as diferenças entre as condições. Para as análises inferenciais foi estabelecido o nível de  significância de p<0,05. 

RESULTADOS 

Dos 399 idosos avaliados na pré-intervenção, 57 foram excluídos por  apresentarem escores abaixo do ponto de corte estabelecido no MEEM, e 155 idosos não responderam todas as questões do questionário ou recusaram a permanecer na  pesquisa (principais motivos: falta de tempo ou adoecimento no período da avaliação).  Na avaliação pós-intervenção 187 foram reavaliados, desses 23 foram excluídos pelo  MEEM e 38 não responderam todas as questões do PSQI (Figura 1). 

Os 126 idosos que participaram deste estudo (retenção de 31,6%) tinham em  média 69,3±6,1 anos de idade. A maioria eram do sexo feminino (84,6%), tinha até 4  anos de escolaridade (43,6%), com renda de até um salário mínimo (86,5%), e residiam  com um companheiro (38,9%). Do total de idosos, 78,6% apresentaram excesso de  peso, 88% tinham hipertensão arterial e 12% relataram sintomas de depressão. 

Na Tabela 1 estão apresentadas as características da amostra na linha de base,  dos participantes que desistiram ao longo da intervenção e as características dos que  permaneceram até a avaliação final. Os participantes apresentaram características  semelhantes com os desistentes (p>0,05) na maioria das variáveis, exceto no sexo, na  faixa etária e no excesso de peso. 

Na Tabela 2 estão apresentadas as características dos participantes na linha de  base (pré-intervenção) segundo grupos de alocação (controle e experimentais). De  maneira geral, os grupos tinham características semelhantes na linha de base, exceto em  relação ao sexo (p=0,023).

Figura 1 – Fluxograma do desenvolvimento do estudo.

Legenda: DSs – Distritos Sanitários; GE1 – Grupo Experimental 1; GE2 – Grupo Experimental 2; GE3 – Grupo Experimental 3; GC – Grupo Controle; ED – Exercício Domiciliar; ES – Exercício Supervisionado; AA – Autocuidado Apoiado; MEEM – Mini Exame Estado Mental; PSQI – Pittsburgh Sleep Quality Index.

Tabela 1 – Características dos participantes e desistentes na avaliação realizada na linha  de base (pré-intervenção) e dos participantes na avaliação pós-intervenção. 

GE1 – Grupo Experimental 1; GE2 – Grupo Experimental 2; GE3 – Grupo Experimental 3; GC – Grupo Controle;
*Valor p relativo teste de Qui-quadrado para comparação das variáveis categóricas.

Tabela 2 – Caracterização dos participantes de cada grupo na avaliação inicial.

Legenda: GE1 – Grupo Experimental 1 (ED); GE2 – Grupo Experimental 2 (ED + ES); GE3 – Grupo Experimental 3 (ED + ES + AA); GC – Grupo Controle; f – frequência absoluta; % – frequência relativa.

Do total de idosos que concluíram o estudo, 93 idosos (73,8%) responderam a  avaliação do processo, sendo que 38 idosos referiram realizar o exercício domiciliar, 27  fizeram os exercícios domiciliar e supervisionado, e 28 relataram realizar as três ações  (exercícios domiciliar + supervisionado + autocuidado apoiado). Os principais motivos  indicados para a não realização do ED foram: não foi estimulado/orientado (42,4%), a  rotina não permitiu (12,1%), não teve interesse (10,6%), perdeu a cartilha (9,1%), e os  exercícios eram difíceis de realizar (4,5%). A maioria dos idosos do GE2 e do GE3, que  não realizaram os ES, relatou que a rotina não permitiu (28,1%) e não teve interesse (10,9%), e apenas 1,6% no GE2 e 1,5% no GE3 relataram que não foram estimulados/orientados a praticar o treinamento funcional supervisionado.

Os idosos que realizaram o ED relataram entre os benefícios melhora do sono e mais disposição para realizar a rotina de atividades diárias. Os que realizaram os ES (GE2 e GE3), além da melhora no sono e mais disposição diurna, relataram melhora na atenção, menos estresse, mais alegria e melhora da saúde em geral.

Na Tabela 3 estão apresentados as estimativas dos valores médios e os respectivos erros padrão dos escores geral e dos sete componentes do PSQI para cada um dos grupos de alocação (controle e experimentais), considerando a avaliação realizada na linha de base e no pós-intervenção. Os resultados indicam que houve uma diminuição nas médias do escore geral da qualidade do sono do PSQI nos grupos de intervenção. A redução relativa à condição inicial (∆%) foi de 27,4% (p=0,025), 12,3% e 7,6%, respectivamente nos grupos GE1, GE2 e GE3.

Tabela 3 – Estimativas dos valores médios, erros padrão e valor p dos escores de  qualidade do sono para cada um dos grupos de alocação, considerando a avaliação  realizada na linha de base e no pós-intervenção.

Legenda: GE1 – Grupo Experimental 1; GE2 – Grupo Experimental 2; GE3 – Grupo Experimental 3; M – Média; EP – Erro Padrão; QSS – Qualidade do Sono Subjetiva; LS – Latência do Sono; DS – Duração do Sono; MS – Medicamentos do Sono; DD – Disfunção Diurna; DiS – Disfunção do Sono; ES – Eficiência do Sono; PSQI – Pittsburgh Sleep Quality Index.

Em relação ao efeito do grupo, observou-se que houve diferença estatisticamente  significativa (p=0,04) nos escores da Disfunção do Sono entre o GE2 (ED + ES) e o  GC. No que se refere ao efeito do tempo, verificou-se diferença estatisticamente  significativa nos escores da Eficiência do Sono (p=0,04) e do escore geral do PSQI  (p=0,01) no GE1; nos escores da Disfunção do Sono (p=0,01) no GE2; e, nos escores do uso de Medicamentos do Sono (p<0,01) no GE3. 

Além disso, constatou-se que a interação entre o grupo e o tempo só foi  estatisticamente significativa para o uso de medicamentos para dormir (p<0,01) e a  eficiência do sono (p=0,04). O exercício domiciliar no GE1 ocasionou um aumento  discreto no uso de medicamento do sono, e as ações do GE2 e GE3 geraram uma  diminuição nessa variável após a intervenção. As ações dos GE1 e GE2 ocasionaram  uma diminuição no escore da eficiência do sono, enquanto as ações do GE3 conduziram  a estabilização desse escore. O GC apresentou efeito constante na eficiência do sono e  um aumento no uso de medicamentos do sono. 

DISCUSSÃO 

Dentre os achados, verificou-se que as taxas de adesão em cada grupo foram:  40% GE1, 42,2% GE2, 43,1% GE3 e 30,2% GC. Em estudos internacionais e nacionais  sobre a temática, as perdas durante o seguimento de participantes variaram de 24% a  80% 10 – 12. A baixa taxa de adesão na intervenção ocorreu, segundo os participantes,  pela falta de estímulo e/ou orientação do profissional de saúde, pela rotina e falta de  interesse dos idosos, perda da cartilha ou dificuldade de realização dos exercícios. De  acordo com os profissionais de saúde, a rotina do trabalho atrapalhou o  desenvolvimento dos estímulos e/ou orientação, assim como, não conhecer os idosos da  pesquisa pelo nome, e em muitos casos não se lembrar de verificar na lista dos participantes. Portanto, o pouco envolvimento do profissional com o maior controle,  estímulo e orientação dos idosos no processo foram determinantes para a baixa adesão.  Além desses motivos, houve uma relativa perda amostral (68,4%) durante o período de  intervenção.  

Observou-se que houve uma diminuição do escore geral da qualidade do sono do  PSQI nos grupos de intervenção, particularmente no grupo que realizou o exercício  domiciliar (27,4%). Corroborando com esses achados, Baklouti et al. (2023) 27 identificaram diminuição estatisticamente significativa no escore total do PSQI (29,9 %)  após instrução domiciliar do treinamento pela internet. A melhora do escore geral da  qualidade do sono do PSQI através da intervenção domiciliar pode ser explicada pela  facilidade na realização dos exercícios por meio da cartilha e pelo maior envolvimento  nesta ação pelos idosos investigados, onde 40,8% referiram realizar o exercício  domiciliar na avaliação do processo. 

Constatou-se que houve diferença significativa no escore da disfunção do sono entre o grupo que realizou os exercícios físicos (domiciliar e supervisionado) e o grupo  controle. Esse achado é semelhante ao encontrado por Brandão et al. (2018) 11, com a  realização do treinamento funcional através da estratégia domiciliar, porém com uma  semana de supervisão, gerando diminuição significativa na disfunção do sono em  comparação com o grupo controle. No entanto, no referido estudo 11 identificou-se  melhora significativa em todos os componentes do PSQI. Isso pode ser explicado pela  maior retenção na intervenção, já que os idosos não precisavam sair do domicílio para  realização da intervenção supervisionada, enquanto o presente estudo teve uma retenção  menor (31,6%), sendo apontado como principais problemas para retenção a rotina dos  idosos, a falta de interesse e o deslocamento para os locais das ações supervisionadas.

No presente estudo, também foram verificadas diferenças significativas nos  escores da eficiência do sono para o GE1, da disfunção do sono no GE2 e do uso de  medicamentos para dormir no GE3. Em intervenções com exercícios no domicílio,  melhorou não apenas a eficiência do sono, a disfunção do sono e o uso de  medicamentos do sono, mas todos os componentes do PSQI 28; e de forma  supervisionada, o escore total do PSQI 29. Tal efeito pode ser explicado pelo  envolvimento do corpo e da mente no exercício físico proposto 30, o que é corroborado  com Tseng et al. (2020)7identificando diferença significativa nos componentes e no  escore total da qualidade do sono.  

Além disso, verificou-se que a intervenção proposta no presente estudo foi  efetiva na manutenção ou redução do uso de medicamentos para dormir e eficiência do  sono nos idosos investigados. Esse achado pode ser explicado pela influência do  exercício físico no sono, com mudanças nos sintomas de depressão 10. Comprovada  pelos relatos dos idosos, como melhora na disposição para realização das atividades  diárias com menos estresse e mais alegria, melhorando assim a eficiência do sono com diminuição das interrupções do sono e aumentando a quantidade de horas dormidas,  sem necessidade de aumentar o uso de medicamentos para dormir. Considerando a  análise de interação tempo x grupo, do uso de medicamentos para dormir, corrobora  com uma intervenção supervisionada de Pilates que diminuiu significativamente a  utilização de fármacos para o sono, porém, difere por não apresentar melhora no  componente da eficiência do sono 29, podendo ser explicado por ser uma intervenção  apenas com a ação supervisionada fora do domicílio do idoso. No entanto, uma  intervenção domiciliar semi-supervisionada, de exercícios funcionais apresentaram  melhora na eficiência do sono, no uso de medicamento para dormir, assim como em todos os componentes do PSQI 11, sendo explicados pelo acompanhamento e orientação semanal.  

Os achados do presente estudo devem ser analisados, considerando algumas  limitações. Além da baixa taxa de adesão na intervenção, as análises do cálculo  amostral a posteriori revelam que o presente estudo apresentou um baixo poder para o  uso de medicamentos para dormir (8%) e eficiência do sono (36%). Verificou-se viés de  seleção da amostra, considerando o sexo, a faixa etária e o excesso de peso dos  participantes quando comparado aos desistentes. Não houve sorteio dos participantes, os  idosos foram convidados a participar do estudo. Diante disso, o estudo apresenta baixa  validade externa. No presente estudo, a ação do autocuidado apoiado teve o papel de  avaliar o comportamento mais fragilizado do idoso, realizar a assistência com  orientações para prática dos exercícios propostos, e acompanhar com a supervisão a  suas realizações, porém, necessitava de maior envolvimento dos profissionais das USF,  para a obtenção de maior utilização das ações propostas, assim como a realização no  mesmo período das ações dos exercícios domiciliar e supervisionado. 

Foram potenciais vieses de aferição os erros inter-avaliadores, sendo diminuído  pela manutenção da mesma equipe de avaliadores na USF na pré e pós-intervenção; e,  erros intra-avaliadores, minimizado com treinamentos antes da coleta de dados, com uso  de um manual de procedimentos para padronizar as avaliações e uso de supervisores  com maior experiência em trabalhos de campo para acompanhar as equipes. Além  desses erros, à utilização de questionários com medidas referidas pelo idoso, pode ter  gerado viés de memória, porém foi minimizado pela exclusão dos idosos que não  atingiram o valor mínimo para o MEEM e pela utilização de questionários validados e  amplamente utilizados em outros estudos 10; 11, já que a logística não permitiu o usos de  medidas objetivas. Além disso, o protocolo da intervenção foi direcionado, não apenas para a melhoria da qualidade do sono, mas também para o cuidado às doenças crônicas  em idosos. 

Entre os pontos positivos do estudo destaca-se a realização de uma intervenção  no contexto real de vida, já que os estudos anteriores 10; 11 foram realizados e  controlados clinicamente. Outro ponto positivo foi à intervenção conter três ações,  sendo a promoção de exercícios físicos (domiciliares e/ou supervisionados), que em  pesquisas prévias foram investigados os efeitos sobre a qualidade do sono  separadamente; e, o autocuidado apoiado, sendo a primeira pesquisa que analisa o efeito  dessa ação na qualidade do sono em idosos. 

Diante disso, sugere-se que novas investigações sobre a temática sejam  realizadas no contexto comunitário. Espera-se que os próximos estudos adotem novas  estratégias, como: randomização das USF e dos idosos; realização de treinamentos  periódicos com os profissionais de saúde, bem como, com os pesquisadores envolvidos  nas avaliações; manter o contato com os idosos com maior frequência semanal (mínimo  duas vezes na semana) e fiscalizar presencialmente, uma vez na semana, o diário de  frequência, tanto na ação domiciliar como na supervisionada, buscando aumentar a  participação das ações propostas e a taxa de adesão, reduzindo as limitações  identificadas no presente estudo. 

CONCLUSÃO 

A intervenção foi efetiva na diminuição do uso de medicamentos para dormir e  na eficiência do sono nos idosos atendidos na ABS do município do Recife-PE, apesar  do baixo poder do estudo. Esses achados e as capacitações são importantes para os  profissionais de saúde (professores do PAC, ACS e todos os profissionais das USF) que  trabalham com idosos quanto para os próprios idosos, por proporcionar uma intervenção comunitária baseada em exercícios físicos com ações domiciliares e supervisionadas e  no autocuidado apoiado, ocasionando motivação para inclusão do exercício físico no  dia-a-dia. Auxiliando na preservação da qualidade do sono dos idosos, diminuindo os  riscos de aparecimento de distúrbios do sono e de doenças que poderiam surgir como  consequência disto.


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8Lederman O, Ward PB, Firth J, Maloney C, Carney R, Vancampfort D, Stubbs B,  Kalucy M, Rosenbaum S. Does exercise improve sleep quality in individuals with mental illness? A systematic review and meta-analysis. J Psychiatr Res. 2019  Feb;109:96-106. 

9Atef H, Helmy Z, Farghaly A. Effect of different types of exercise on sleep  deprivation and functional capacity in middle aged patients after coronary artery  bypass grafting. Sleep Sci. 2020 Apr-Jun;13(2):113-118. 

10Laredo-Aguilera, J. A. et al. Effects of a 10-week functional training programme on  pain, mood state, depression, and sleep in healthy older adults. Psychogeriatric;  2018; v. 18, n. 4, p. 292-298. 

11Brandão et al. Home exercise improves the quality of sleep and daytime sleepiness  of elderlies: a randomized controlled trial. Multidisciplinary Respiratory Medicine;  2018; v. 13, p. 2. 

12Jiménez-Zazo F, Romero-Blanco C, Castro-Lemus N, Dorado-Suárez A, Aznar S.  Transtheoretical Model for Physical Activity in Older Adults: Systematic Review.  Int J Environ Res Public Health. 2020 Dec 11;17(24):9262. 

13Prochaska, J. O.; Velicer, W. F. The transtheoretical model of health behavior  change. American Journal of Health Promotion, 1997; n. 12, p. 38-48.

14Marques Mb, Coutinho Jfv, Martins Mc, Lopes Mvo, Maia Jc, Silva Mj.  Educational intervention to promote self-care in older adults with diabetes mellitus.  Rev Esc Enferm USP. 2019; 53:e03517. 

15Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística (IBGE). Pesquisa nacional por  amostra de domicílios: síntese de indicadores 2015 / IBGE, Coordenação de  Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. 108p. 

16Recife (Pernambuco). Governo Municipal, Secretaria de Saúde do Recife,  Secretaria Executiva de Coordenação Geral, Gerência Geral de Planejamento Plano  Municipal de Recife 2018-2021. Recife, 2018. 

17Brucki, S. M. D. et al. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no  Brasil. Arquivos de Neuro-Psiquiatria; 2003; v.61, n.3. 

18Smethurst, W. S.; Silva Junior, J. R.; Souza Filho, B. A. B.; Alves, J. G. Ginástica  para fazer em casa. Recife: Imip, 2014. 

19Resende-Neto, A. G. et al. Treinamento funcional para idosos: uma breve revisão.  Rev Bras Ciên Mov. Brasília, 2016; v. 24, n. 3, p. 167-177. 

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21Borg, G. Perceived exertion and pain scales. Champaign: Human Kinetics, 1998.

22Mendes, E. V. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o  imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família. Brasília:  Organização Pan-Americana da Saúde; 2012. 

23Almeida, M. S. C. Efetividade da escala de depressão geriátrica de cinco itens em  idosos residentes na comunidade. [Tese]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade  Católica do Rio Grande do Sul; 2010. 

24Neri, A. L. et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade  de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Cadernos de  Saúde Pública, 2013; v. 29, n. 4, p. 778-792. 

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26Bertolazi, A. N., Fagondes, S. C., Hoff, L. S., Dartora, E. G., Da Silva Miozzo, I. C.,  De Barba, M. E. F., & Menna Barreto, S. S. Validation of the Brazilian Portuguese  version of the Pittsburgh Sleep Quality Index. Sleep Medicine, 2011; 12(1), 70–75.

27Baklouti S., Fekih-Romdhane F., Guelmami N., Bonsaksen T., Baklouti H., Aloui  A., Masmoudi L., Souissi N., Jarraya M. The effect of web-based Hatha yoga on  psychological distress and sleep quality in older adults: A randomized controlled  trial. Complement. Ther. Clin. Pract. 2023;50:101715.  

28Fan, B., Song, W., Zhang, J., Er, Y., Xie, B., Zhang, H., Liao, Y., Wang, C., Hu, X.,  Mcintyre, R., Lee, Y. The efficacy of mind-body (Baduanjin) exercise on self reported sleep quality and quality of life in elderly subjects with sleep disturbances:  a randomized controlled trial. Sleep and Breathing. 2020. 

29Siu PM, Yu AP, Tam BT, Chin EC, Yu DS, Chung KF, Hui SS, Woo J, Fong DY,  Lee PH, Wei GX, Irwin MR. Effects of Tai Chi or Exercise on Sleep in Older  Adults With Insomnia: A Randomized Clinical Trial. JAMA Netw Open. 2021 Feb  1;4(2):e2037199. 

30. Wang Y.J., Xu S.L., Liu J. Research progress on brain effect mechanism of  Tai Chi training. Rehabil. Med. 2022;2:177–182.


1Mestre em Educação Física. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da  Universidade Federal de Pernambuco. Professor Substituto do Departamento de Educação  Física da Universidade de Pernambuco. Grupo de Pesquisa em Atividade Física, Saúde e  Qualidade de Vida – GPASQ.  

2Doutora em Educação Física. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da  Universidade Federal de Santa Catarina. Docente do Departamento de Educação Física e do  Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco.  

3Doutor em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco, Brasil. Professor Associado da Universidade de Pernambuco, Brasil. 

4Doutor em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. Professor Associado da Universidade de Pernambuco , Brasil