FATOR DE RISCO: ISOLAMENTO SOCIAL INVOLUNTÁRIO À SAÚDE DOS FAMILIARES QUE PRESTAM CUIDADOS DIÁRIOS AO PACIENTE COM ALZHEIMER

RISK FACTOR: INVOLUNTARY SOCIAL ISOLATION TO THE HEALTH OF FAMILY MEMBERS WHO PROVIDE DAILY CARE TO PATIENTS WITH ALZHEIMER

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504251610


Adrielly de Queiroz Batista Amorim
Stéfane Guimarães Farias
Luzia Sousa Ferreira


Resumo

Introdução: Doença de Alzheimer trata de uma condição neurodegenerativa progressiva, caracterizada pela perda gradual das funções cognitivas, com impacto direto na autonomia e na qualidade de vida dos idosos. O papel do cuidador, ao assumir responsabilidades como administração de medicamentos, assistência nas atividades diárias e acompanhamento constante, acarreta um desgaste físico e emocional significativo. Objetivo:descrever o fator de risco isolamento social involuntário à saúde dos familiares que prestam cuidados diários ao paciente com Alzheimer. Metodologia: revisão integrativa da literatura com abordagem qualitativa, utilizando as bases de dados Google Acadêmico, SciELO e BVS. Foram combinados os descritores “familiares”, “Doença de Alzheimer”, “fatores de risco”, “isolamento”, “involuntário” e “social” com o operador booleano AND, restringindo os resultados a publicações de 2020 a 2024. Após a triagem dos resumos, objetivos, resultados e discussões, foram selecionadas 32 referências que atenderam aos critérios de inclusão (estudos em inglês, espanhol ou português diretamente relacionados ao tema) e excluídas as publicações anteriores a 2020 ou não compatíveis. Resultados e discussão: Diante da progressão da DA, os cuidadores enfrentam um isolamento social involuntário decorrente da dedicação integral ao cuidado, que restringe suas interações e intensifica sentimentos de solidão, ansiedade e depressão. Assim, torna-se imprescindível implementar intervenções integradas e políticas de saúde que ofereçam suporte psicológico, capacitação e redes de apoio, além de destacar o papel fundamental do enfermeiro na orientação dos familiares, contribuindo para mitigar os efeitos do isolamento e promover uma assistência mais humanizada e sustentável.  Conclusão: O isolamento social dos cuidadores de pacientes com Alzheimer é um desafio sistêmico que demanda estratégias multidisciplinares e políticas públicas voltadas para a promoção do bem-estar dos cuidadores, a fim de assegurar uma assistência mais humanizada e sustentável para ambos, pacientes e familiares.

Palavras-chave: Familiares. Doença de Alzheimer. Fatores de risco. Isolamento. Involuntário. Social

1. INTRODUÇÃO

Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa comum em idosos, responsável pela principal causa de demência e alta mortalidade. Caracteriza-se pela perda neuronal devido ao acúmulo de proteínas Tau e Beta Amiloide no cérebro, levando a distúrbios na memória, comportamento e cognição. Os aspectos fisiopatológicos da doença, seus fatores de risco e hipóteses etiológicas, com base em pesquisa bibliográfica (Souza et al., 2021).

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), fatores como genética, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo influenciam o desenvolvimento da Doença de Alzheimer (DA). Indivíduos com alta escolaridade podem apresentar sintomas mais tarde devido à maior perda neuronal necessária para o início dos sintomas (Freire; Da Silva; Borin, 2022). 

A mesma é causada pela morte neuronal induzida por uma resposta inflamatória excessiva, com a produção aumentada de β-amilóide 42 (Aβ42) por células gliais. A DA tem duas formas clínicas principais: a de início tardio, que é mais comum e ocorre após os 65 anos, e a de início precoce, que afeta jovens e tem forte componente genético, com 10 a 15% dos casos associados à hereditariedade autossômica dominante (Ribeiro.; Dos Santos; De Souza, 2021). 

Geralmente sua classificação é feita em três estágios principais. No estágio inicial (leve), os sintomas incluem esquecimentos leves e dificuldades com a memória recente, afetando levemente as atividades diárias. No estágio moderado, a perda de memória e a confusão se intensificam, os problemas de comunicação se tornam mais evidentes, e os pacientes necessitam de assistência significativa. No estágio avançado (grave), há perda de mobilidade, incontinência e dificuldade para engolir, exigindo cuidados contínuos e total dependência dos cuidadores (De Andrade do Nascimento et al., 2024).

Sua epidemiologia no mundo tem sua carga global da DA é significativa em todo o mundo. Estima-se que cerca de 47 milhões de pessoas sejam afetadas pela demência globalmente. Assim como outras demências neurodegenerativas, a prevalência da Doença de Alzheimer aumenta com a idade, variando de 0,16% em indivíduos com idades entre 65 e 69 anos a 23,4% em pessoas com mais de 85 anos (Capelli et al., 2024), (Araújo et al., 2024). 

E no Brasil estima-se que cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com a DA. Esse número tende a aumentar devido ao envelhecimento da população, uma vez que a idade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença (Capelli,  et al., 2024).

Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Sendo um deles: fatores genéticos demonstrados em alguns estudos sobre o mesmo o mais comum é o apolipoproteína E, tendo três variantes mais importantes: APOE ε2, APOE ε3 e APOE ε4. APOE ε4: é a mais relacionada a DA. A pessoa que possui duas cópias, uma de cada progenitor, tem o índice mais alto de desenvolvimento. APOE ε3: é a mais frequente, não torna o índice nem mais alto e nem mais baixo quem possui a mesma. APOE ε2: é a menos frequente, é quase não está vinculada a risco da DA (Von Borstel et al., 2021). 

A exposição a fatores ambientais também no decorrer da vida, acaba deixando exposto a vulnerabilidade de desenvolvimento de DA, sendo comorbidades vasculares, trauma craniano, a insônia também é um abrangente, o distúrbio do sono pode prejudicar a regulação dos processos neurobiológicos, que também é característico da DA (Lopes et al., 2020).

A idade é reconhecida como o principal fator de risco para a doença. O sexo feminino também é considerado um fator de risco, embora ainda não esteja claro se isso se deve à maior longevidade das mulheres ou ao menor acesso à educação formal no passado. Aparentemente, a longevidade é a explicação mais plausível (Araújo et al., 2023). 

O tratamento da DA é composto por abordagens farmacológicas e não farmacológicas. A terapia medicamentosa tem como objetivo principal o controle dos sintomas. Embora não exista uma cura até o momento, algumas intervenções terapêuticas podem desacelerar a progressão dos sintomas (Freitas et al., 2022).No tratamento farmacológico, é importante ressaltar a eficácia dos inibidores da colinesterase, tais como a donepezila, a rivastigmina e a galantamina. Esses remédios atuam no aumento dos níveis de acetilcolina no cérebro, uma substância essencial para funções cognitivas como memória e aprendizado, sendo mais recomendados para estágios iniciais e intermediários da doença (Lopes et al., 2020).

Um remédio comumente utilizado é a memantina, indicada para situações de moderadas a graves. Seu papel é controlar o glutamato, um mensageiro químico cuja superatividade pode prejudicar as células do cérebro. Além disso, são utilizados medicamentos antidepressivos e ansiolíticos em determinados casos para tratar sintomas emocionais e comportamentais, como a tristeza e o nervosismo, que podem surgir durante o avanço da doença. Antipsicóticos também podem ser recomendados, porém com prudência, para controlar comportamentos mais agressivos, sendo empregados somente quando absolutamente necessário devido aos potenciais efeitos adversos relacionados (Sales et al., 2024).

O tratamento não farmacológico para DA requer uma abordagem ampla envolvendo o uso de diferentes medicamentos, terapias alternativas e cuidados de apoio. As intervenções não medicamentosas têm uma relevância significativa no cuidado da demência, atuando de forma complementar aos remédios e concentrando-se em aprimorar o bem-estar dos indivíduos (Jaccoud, 2024). 

Uma das estratégias frequentemente utilizadas são as intervenções cognitivas, que consistem em atividades direcionadas para estimular a memória, linguagem e capacidade de orientação no espaço, com o intuito de preservar as habilidades cognitivas por períodos mais prolongados (Da Silva et al., 2024). 

Além dos tratamentos, mudanças na alimentação também são sugeridas. Uma alimentação equilibrada, com antioxidantes, ômega-3, frutas e vegetais, pode contribuir para a saúde do cérebro. A utilização de suplementos como vitamina E e coenzima Q10 está sendo pesquisada como uma maneira de auxiliar no controle da doença (Ribeiro; Dos Santos; De Souza, 2021).

Apesar de não haver cura para o Alzheimer, essas medidas podem atrasar a evolução da doença e proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos indivíduos afetados. É fundamental realizar acompanhamento regular e fazer ajustes no tratamento à medida que a doença progride (Araújo et al., 2023).

O estilo de vida diz muito, rotinas repetitivas, hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool, ocasiona diversas comorbidades como hipertensão arterial, diabetes, gordura nas artérias, demonstra estar vinculada a DA (De Paiva Neto, 2020).

Normalmente, um familiar assume os cuidados diários visto que as complicações tendem a se agravar com o tempo levando a perda da sua autonomia, com isso, as necessidades dos cuidados simples e até mesmo os mais complexos, acabam exigindo uma dedicação integral do seu cuidador (Capelli et al., 2024).

Essa responsabilidade pode causar uma sobrecarga significativa, pois o cuidador precisa lidar com tarefas diárias, como banhos, administração de medicamentos e atividades domésticas. A falta de preparo e conhecimento sobre a doença agrava o desgaste físico e emocional do cuidador. Muitas vezes, a assistência se baseia em informações inadequadas ou senso comum. Estudos mostram que a sobrecarga do cuidador impacta negativamente sua vida pessoal e profissional, destacando a necessidade de suporte adequado e políticas públicas que considerem essas questões (Silva et al., 2021)

O fator de risco isolamento social involuntário contribui para a sobrecarga emocional dos familiares que cuidam de pacientes com DA? Com isso, o estudo justifica-se pela importância em descrever o fator de risco de isolamento social involuntário à saúde dos familiares que prestam cuidados diários ao paciente com Alzheimer.

E traz como objetivo descrever o fator de risco isolamento social involuntário à saúde dos familiares que prestam cuidados diários ao paciente com Alzheimer.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 DOENÇA DE ALZHEIMER E SEUS SINAIS CLÍNICOS

A DA é uma condição neurodegenerativa progressiva que causa um declínio gradual nas funções cognitivas, afetando principalmente pessoas idosas. É a principal causa de demência, termo que se refere à perda contínua de capacidades cognitivas, como memória, raciocínio e comportamento, o que leva a crescentes dificuldades na realização das atividades diárias. Embora as causas exatas do Alzheimer ainda não sejam completamente compreendidas, estudos recentes indicam que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida desempenham um papel significativo no surgimento e desenvolvimento da doença (Cavanagh, 2023).

No contexto brasileiro, pesquisas recentes mostram que indivíduos com menor nível de escolaridade, baixa atividade física, e doenças crônicas como hipertensão e diabetes apresentam maior risco de desenvolver Alzheimer. Esses achados sublinham a importância de implementar políticas de prevenção que promovam a saúde mental e física desde cedo, visando reduzir o impacto da doença ao longo do tempo. A adoção dessas medidas preventivas pode ser crucial para minimizar os fatores de risco associados à doença (Balthasar, 2022).

A pandemia de Covid-19 também trouxe à tona novos desafios e soluções no cuidado com pacientes com Alzheimer. A necessidade de distanciamento social acelerou a adoção da tele enfermagem, que se tornou uma ferramenta essencial para fornecer cuidados contínuos e personalizados à distância. Essa abordagem tem sido especialmente importante para enfrentar os desafios do isolamento social e a necessidade de acompanhamento constante dos pacientes, contribuindo para uma melhor qualidade de vida tanto dos pacientes quanto dos cuidadores, que têm experimentado uma redução na sobrecarga associada ao cuidado diário (Freitas Costa, Almeida, Oliveira, 2024). 

Tem como característica a perda gradual das funções cognitivas, o que impacta significativamente a autonomia e a qualidade de vida dos pacientes. Os principais sintomas incluem a perda progressiva de memória, dificuldades para realizar atividades cotidianas, desorientação quanto ao tempo e ao espaço, além de alterações no comportamento e na personalidade. Identificar esses sinais precocemente é essencial para um tratamento mais eficaz da doença (Valles Santos, 2024) (Da Silva et al., 2024).

Os medicamentos para a Doença de Alzheimer podem retardar o desenvolvimento de sintomas como perda de memória, confusão e alterações comportamentais, mas não conseguem interromper a progressão da doença. Embora esses remédios possam proporcionar uma melhoria temporária na qualidade de vida, é importante acompanhar constantemente os sinais clínicos para ajustar os tratamentos conforme as necessidades individuais dos pacientes (Sales et al., 2024). 

Nos estágios mais avançados da Doença de Alzheimer, os sintomas se tornam muito mais evidentes, com uma perda de memória acentuada, confusão severa, dificuldade extrema em realizar tarefas diárias e grandes mudanças no comportamento. Esses problemas geralmente levam a uma deterioração geral da saúde e, eventualmente, ao falecimento. Acompanhar de perto esses sinais é essencial para otimizar o tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes até o final (Andrade, 2023).

2.2 COMPLICAÇÕES DA DOENÇA DE ALZHEIMER E O ISOLAMENTO SOCIAL INVOLUNTÁRIO DO SEU CUIDADOR

À medida que a DA avança, o paciente perde progressivamente a capacidade de realizar atividades cotidianas e de se comunicar, tornando-se mais dependente do cuidador. Mudanças comportamentais, como agressividade, agitação e confusão mental, tornam o cuidado mais desafiador. O declínio físico, afetando a mobilidade e funções motoras, exige maior apoio do cuidador. Além disso, o Alzheimer aumenta a vulnerabilidade do paciente a infecções, quedas e desnutrição, o que intensifica a demanda por cuidados médicos e sobrecarrega ainda mais o cuidador (Lopes et al., 2020).

As complicações da doença impactam diretamente os cuidadores, levando ao isolamento social involuntário. O aumento da dependência do paciente exige mais tempo e esforço do cuidador, limitando sua participação em atividades sociais e causando esgotamento físico e emocional. A falta de tempo pessoal e o afastamento de hobbies também contribuem para esse isolamento. A dinâmica familiar muda, e amigos e parentes podem se distanciar, agravando a solidão do cuidador. Além disso, muitos cuidadores sentem culpa por dedicarem tempo a si mesmos, e a falta de apoio formal intensifica ainda mais essa sobrecarga (De Andrade Nascimento et al., 2024).

Além disso, causa considerável impacto na rotina dos cuidadores, levando a um afastamento involuntário da vida social. O excesso de desgaste físico e emocional, aliado à dedicação intensa ao paciente, restringe as interações sociais e prejudica a capacidade do cuidador de equilibrar suas tarefas com a sua vida particular. Oferecer um suporte adequado aos cuidadores é fundamental para diminuir esse distanciamento e garantir que também possam cuidar da sua própria saúde e bem-estar enquanto auxiliam seus familiares com Alzheimer (Araújo et al., 2023).

A solidão forçada dos familiares e cuidadores de pessoas com Alzheimer é um fenômeno que se desenvolve lentamente devido a diversos motivos. A carga de tarefas, a ausência de suporte, o preconceito social e o desgaste emocional e físico são alguns dos principais motivos. Reconhecer esses fatores é essencial para implementar medidas de apoio e alívio aos cuidadores, evitando a solidão e preservando sua saúde mental e qualidade de vida enquanto cuidam de seus entes queridos (Sales et al., 2024). 

2.3  PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS  PELOS FAMILIARES JUNTO AO ISOLAMENTO SOCIAL INVOLUNTÁRIO

Cuidar de um familiar com DA pode causar emoções como tristeza, ansiedade e responsabilidade, levando o cuidador a se afastar de atividades sociais. A falta de apoio e dificuldade em expressar suas angústias podem agravar o isolamento involuntário. À medida que a enfermidade progride, os responsáveis pelo cuidado costumam reestruturar suas rotinas conforme as necessidades do indivíduo doente. Essa mudança de foco pode impactar na habilidade de participar de eventos sociais, passatempos e paixões, levando a um distanciamento das interações virtuais (De Andrade Nascimento et al., 2024).

As responsabilidades cotidianas do cuidador podem limitar sua liberdade de movimento, reduzindo sua presença em encontros sociais ou até mesmo dificultando sair de casa. A obrigação de estar sempre presente para o paciente também pode atrapalhar o planejamento ou participação em eventos sociais. Esse avanço do Alzheimer traz consigo um impacto emocional significativo, à medida que o paciente vai perdendo suas habilidades cognitivas e demonstrando comportamentos mais difíceis de lidar (Capelli et al., 2024).

Isso pode levar a um aumento do sentimento de isolamento, fazendo com que o cuidador se sinta impotente em envolver o paciente em interações sociais, resultando em uma vida social cada vez mais limitada. Circunstância imposta pela necessidade em que o parente possui limitações no convívio social, causando uma redução significativa ou total da interação social (De Andrade Nascimento et al., 2024).

Este cenário pode acontecer devido à obrigação de fornecer um cuidado muito próximo ao paciente devido à sua falta de independência. Essa obrigação de cuidar ou até mesmo abrir mão de sua própria vida, de forma voluntária ou involuntária, pode resultar em diversos outros impactos, como financeiros, sociais e psicológicos (Araújo et al., 2023).

A solidão involuntária dos familiares e cuidadores de pessoas com Alzheimer é comum, sendo causada por diversos motivos ligados às responsabilidades do cuidado, ao cansaço emocional e físico e às mudanças nas interações sociais. Alguns dos motivos que mais influenciam esse isolamento são que os cuidadores acabam ficando totalmente responsáveis pelo cuidado do paciente, o que demanda muito do seu tempo e energia. A constante necessidade de monitorar o paciente, principalmente em fases mais avançadas da doença, diminui significativamente o tempo disponível para interações sociais e atividades pessoais, levando a um afastamento gradual de amigos e familiares (Dos Santos Furtado; De Brito; De Almeida, 2021).

A exaustão proveniente da rotina de cuidados intensivos pode diminuir a vontade do cuidador de manter relações sociais. A pressão constante e o cansaço físico fazem com que o cuidador opte por se afastar ou sinta que não possui forças o bastante para se relacionar com os outros, o que intensifica o sentimento de isolamento (De Andrade Nascimento et al., 2024).

A inexistência de uma rede de apoio consistente, seja ela formal ou informal, aumenta o sentimento de isolamento. Quando os cuidadores não possuem com quem dividir as tarefas, acabam se sentindo sobrecarregados, sem conseguir participar de atividades sociais ou manter relações fora do contexto de cuidado (Dos Santos Furtado; De Brito; De Almeida, 2021). 

O Alzheimer ainda é rodeado por estigmas e falta de compreensão, o que pode levar ao isolamento social dos cuidadores. Frequentemente, amigos e familiares não sabem como lidar com a doença e se sentem desconfortáveis ao testemunhar a piora do paciente, deixando os cuidadores desamparados emocionalmente e isolados (Araújo et al., 2023).

Cuidar de um ente querido que sofre de Alzheimer pode ter um impacto considerável na saúde mental e física do cuidador. O estresse e a carga emocional associados às demandas diárias de cuidado frequentemente resultam em exaustão, aumento do risco de transtornos como depressão e ansiedade, além de outros problemas de saúde mental. Além disso, a pressão constante pode desencadear problemas físicos, como dores musculares, pressão alta e distúrbios do sono. É crucial que esses cuidadores recebam apoio adequado e tenham acesso a recursos que possam ajudar a reduzir a carga, promovendo assim sua qualidade de vida e assegurando um bem-estar tanto para eles quanto para o paciente (Sales et al., 2024).

O isolamento social involuntário pode ser uma questão crítica, especialmente em populações vulneráveis, como idosos, pessoas com deficiência ou doenças crônicas, e pode exigir intervenções para promover a reintegração social e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas (Jaccoud, 2024).

A saúde dos entes queridos que cuidam do indivíduo diagnosticado com essa doença é de extrema importância, já que os responsáveis muitas vezes enfrentam dificuldades físicas, emocionais e mentais que podem afetar sua qualidade de vida. Esses familiares, conhecidos como “cuidadores informais”, desempenham um papel crucial no auxílio diário ao paciente, porém lidar com essa responsabilidade pode resultar em diversos problemas de saúde (De Andrade Nascimento et al., 2024).

Uma das principais consequências é a carga emocional excessiva, geralmente relacionada ao estresse prolongado. Cuidar de um familiar com Alzheimer pode ser desgastante, principalmente à medida que a doença avança e a pessoa se torna mais necessitada. A ansiedade e a tristeza são frequentes entre os cuidadores, que muitas vezes descuidam de si mesmos em detrimento do bem-estar do paciente. O afastamento social, decorrente da dedicação intensa ao cuidado, também contribui para o agravamento desses problemas emocionais (Von Borstel et al., 2021). 

Adicionalmente, a fadiga física também é relevante. As atividades diárias de assistência podem incluir cuidados que demandam esforço físico, como auxiliar o paciente na locomoção e na realização de tarefas de higiene pessoal. Esse esforço constante pode acarretar em questões musculoesqueléticas, como dores lombares e articulares, juntamente com distúrbios de sono, impactando a saúde global do cuidador (De Andrade Nascimento et al., 2024). 

Uma questão importante também é o efeito na saúde emocional. A exaustão provocada pelo avanço da enfermidade, com a piora dos sinais cognitivos e comportamentais do indivíduo, como hostilidade ou desorientação, pode resultar em um elevado grau de ansiedade e, por conseguinte, transtornos mentais sérios (Borges Machado et al., 2020).

Busca-se estratégias e intervenções utilizadas para amenizar o isolamento social involuntário dos familiares onde, é imprescindível que os familiares responsáveis pelo cuidado recebam o suporte adequado. Iniciativas como terapia psicológica, grupos de apoio e serviços de revezamento no cuidado podem contribuir para reduzir o peso sobre os cuidadores. Paralelamente, é importante estimular a prática do autocuidado, com foco na adoção de uma dieta balanceada, na realização de atividades físicas e na atenção à saúde mental, a fim de garantir que o cuidador preserve sua própria saúde e bem-estar ao cuidar do paciente (Sales et al., 2024).

2.4 CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NOS CUIDADOS COM A PREPARAÇÃO DOS FAMILIARES DE PACIENTES COM ALZHEIMER 

O papel do enfermeiro na orientação dos parentes de pacientes com Alzheimer é imprescindível para assegurar um cuidado adequado. O enfermeiro provê informações sobre a doença, detalhando sua evolução e sintomas, e ainda ensina os familiares a lidar com as tarefas do cotidiano do paciente. Além disso, oferece suporte emocional para auxiliar no gerenciamento do estresse e sobrecarga, e indica redes de apoio disponíveis. Adicionalmente, colabora no planejamento de cuidados a longo prazo, de forma a preparar os familiares para possíveis transformações futuras, proporcionando um cuidado seguro e caloroso ao paciente (Ali et al., 2023). 

O profissional enfermeiro desempenha um papel essencial na assistência de enfermagem, sendo relevante em todas as etapas da vida do paciente, proporcionando um cuidado humanizado e individualizado. Pesquisas científicas evidenciam sua eficácia, trazendo benefícios concretos como o aumento do conforto, do bem-estar e da qualidade de vida dos pacientes. Além disso, essa prática se destaca por sua viabilidade econômica e acessibilidade, beneficiando tanto os pacientes quanto suas famílias (Sales et al., 2024). Um dos principais papéis do profissional enfermeiro é a criação de estratégias de enfermagem que sejam acessíveis, economicamente sustentáveis e humanizadas, atendendo às necessidades dos pacientes e de seus familiares(Ali et al., 2023).

Diante dessa realidade, o enfermeiro exerce um papel fundamental na orientação e no fortalecimento dos familiares que assumem a responsabilidade pelo cuidado diário do paciente. A assistência profissional possibilita que esses cuidadores adquiram conhecimentos essenciais sobre a rotina do paciente, prevenindo complicações e reduzindo a sensação de sobrecarga. Além disso, o incentivo à participação em redes de apoio e a valorização de momentos de autocuidado são medidas essenciais para preservar a saúde mental e física dos familiares, garantindo que o cuidado ao paciente seja realizado de forma sustentável e humanizada (Silva et al., 2023).

3. METODOLOGIA 

Este trabalho é uma revisão de literatura integrativa que traz como conceito uma metodologia de revisão que permite a inclusão de diferentes tipos de estudos, sejam eles quantitativos, qualitativos ou teóricos, para fornecer uma compreensão abrangente de um fenômeno específico. Essa abordagem é bastante flexível e abrangente, o que a torna útil para sintetizar a literatura existente sobre um determinado tema de forma a identificar lacunas no conhecimento, teorias, evidências e implicações para a prática (Dos Santos Furtado; De Brito; De Almeida, 2021).

Com abordagem qualitativa que tem seu foco na síntese de dados não numéricos, como estudos que exploram experiências, percepções, ou interpretações dos fatores de risco. Esse tipo de revisão pode usar métodos como meta-síntese ou revisão sistemática qualitativa para identificar padrões ou temas recorrentes nos dados (Costa et al., 2022).

Para o levantamento bibliográfico, utilizou-se uma estratégia estruturada em etapas, utilizando as bases de dados Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram empregados os seguintes termos de busca: familiares, Doença de Alzheimer, fatores de risco, isolamento, involuntário e social, combinados pelo operador booleano AND. Na etapa inicial, essa estratégia resultou na obtenção de 1.460 referências. Em seguida, foi aplicado um filtro temporal para restringir as publicações ao período de 2020 a 2024, reduzindo o número de referências para 512.

Posteriormente, utilizando a ferramenta de busca avançada do Google Acadêmico e combinando os termos com a frase exata isolamento social, o conjunto de referências foi refinado para 297 trabalhos. Após essa etapa, os estudos foram submetidos à triagem por meio da leitura dos resumos, objetivos, resultados e discussões, considerando apenas os trabalhos de livre acesso e disponíveis em inglês, espanhol ou português. 

Os critérios de inclusão foram determinaram os estudos publicados nacionais ou internacionais, realizados entre 2020 e 2024, e que abordassem diretamente o tema proposto. Por outro lado, os critérios de exclusão eliminaram as publicações que não se relacionassem com a temática ou que tivessem sido publicadas antes de 2020.

RESULTADOS E DISCUSSÕES 

O estudo dos pesquisadores Cohen e seus colaboradores, 2020 evidencia que o envelhecimento é um fator de risco para o desencadear da DA, pois com o envelhecimento estudos comprovam diminuição do volume cerebral total, como o hipocampo que é uma região importante da memória. Além dessas alterações na estrutura,  o envelhecimento também acaba alterando os processos biológicos, como o estresse oxidativo, reconhecido como contribuinte para a neurodegeneração vista na DA (Ribeiro.; Dos Santos; De Souza, 2021). 

Os pesquisadores Cohen et al., 2020 aponta que a DA é uma das condições neurodegenerativas que não apenas para os pacientes, mas também para seus familiares, que frequentemente assumem o papel de cuidadores principais. O cuidado diário de uma pessoa com Alzheimer exige uma dedicação intensa e contínua, levando a altos níveis de estresse e sobrecarga emocional para os cuidadores. Esses desafios são significativamente exacerbados em situações de isolamento social, como a vivenciada durante a pandemia de COVID-19, que aumentou a vulnerabilidade desses cuidadores e piorou suas condições de saúde física e mental (Cohen et al., 2020).

Aponta o estudo de Giedel et al., 2021 que a sobrecarga emocional nos familiares junto aos cuidados diários em pacientes com DA infere-se ao isolamento social involuntário, que tem sido identificado como um fator de risco significativo. Durante a pandemia, muitos cuidadores enfrentaram uma redução drástica no suporte externo, como visitas de profissionais de saúde e apoio de outros membros da família, o que resultou em uma intensificação da carga emocional e do estresse (Giebel et al., 2021).

Reforça a pesquisa realizada por Borges-Machado et al., 2020 que isolamento social involuntário tem na sua característica sentimentos muitas vezes despercebidos mais notáveis como a exaustão, desesperança e ansiedade, gerando consequências graves para a sua saúde, como depressão, impactando diretamente a qualidade dos cuidados prestados (Borges Machado et al., 2020).

Notou no estudo de Lucena et al., 2021 que o familiar cuidador, e o idoso com DA acaba virando uma junção de conhecimentos, e dando uma influência marcante na qualidade de vida e psicossocial do familiar cuidador. Assumir esse cargo é algo exaustivo, o próprio cuidador além de passar a cuidar do mesmo, começa a tomar decisões pelo próprio portador que precisa de atenção 24 horas por dia (Lucena et al., 2021).

Foi detectado pelos autores Souza; Dati, 2020 que a vida do cuidador e do portador ficam, na maioria das vezes, interligadas, o cuidador precisa de calma e paciência, muitas vezes se abstendo da sua vida particular social, se dedicando continuamente. Com isso, os sintomas de irritabilidade, depressão, ansiedade, insônia e tristeza acabam aparecendo, ao assumir este papel o estilo de vida do mesmo muda completamente (Souza; Dati, 2020). 

O impacto causado da DA no familiar cuidador é profundo, como uma verdadeira crise devido às mudanças drásticas na dinâmica familiar e nas responsabilidades diárias. O cuidador enfrenta um estressor constante, que é a complexidade e a progressiva gravidade da doença. Esse estressor não apenas altera suas atividades habituais, como também pode gerar um estado de tensão e sobrecarga emocional (Pereira, 2024).

Enfatiza o pesquisador Jaccoud, 2024 em seu trabalho que o estresse ilustra como o cuidado de um idoso com Alzheimer exige do cuidador um esforço contínuo para ajustar suas próprias condições e estratégias de enfrentamento. As exigências crescentes, a necessidade de lidar com a deterioração cognitiva e comportamental do paciente, e a gestão das próprias emoções e limitações, fazem com que o cuidador busque formas de equilibrar essas novas demandas com sua vida pessoal e profissional. Portanto, o impacto não é apenas físico, mas também emocional e psicológico, exigindo suporte e estratégias adequadas para que o cuidador possa manter seu bem-estar enquanto enfrenta os desafios impostos pela doença (Jaccoud, 2024).

A revisão bibliográfica narrativa realizada por Ali, Sumaya Fouad et al. (2023) evidenciou que o isolamento social dos cuidadores e familiares de idosos com Alzheimer é um fenômeno recorrente e multifatorial no contexto do cuidado domiciliar. Os estudos analisados apontaram que, devido às intensas demandas do cuidado, os familiares frequentemente se veem privados de oportunidades de interação social e atividades de lazer, o que contribui para o agravamento do sentimento de solidão e para o aumento dos níveis de estresse e ansiedade.

Notadamente o estudo de Risso et al. (2021) evidenciou que os cuidadores de pessoas com Alzheimer apresentam níveis moderados a altos de sobrecarga, caracterizados por estresse, ansiedade e sentimentos de desesperança. Esses resultados foram obtidos por meio de instrumentos padronizados que mediram tanto os impactos emocionais — como o acúmulo de estresse e a sensação de impotência diante das mudanças dos pacientes — quanto os impactos físicos, incluindo fadiga crônica, dores musculares e distúrbios do sono, decorrentes da rotina extenuante do cuidado.

Portanto reforça Ali, Sumaya Fouad e colaboradores, 2023 com o estudo de Risso et al, 20221 que intervenções integradas e políticas de saúde direcionadas à promoção da inclusão social e ao suporte contínuo aos cuidadores são fundamentais para reduzir o isolamento social e melhorar tanto a qualidade de vida dos familiares quanto o cuidado prestado ao idoso com Alzheimer.

Além disso, o estudo de Risso e colaboradores, 2021 destacou o isolamento social como um dos desafios mais preocupantes enfrentados pelos cuidadores. A dedicação integral aos cuidados frequentemente resulta na redução das interações sociais e na diminuição da participação em atividades de lazer e na rede de apoio, o que agrava o sentimento de solidão e aumenta a sobrecarga emocional. Os resultados também indicaram uma correlação direta entre a gravidade dos sintomas apresentados pelos pacientes e o nível de sobrecarga dos cuidadores, evidenciando que aqueles que acompanham indivíduos em estágios mais avançados da doença tendem a relatar níveis significativamente mais altos de estresse e exaustão.

Os familiares que cuidam de pacientes com Alzheimer enfrentam desafios que podem impactar diretamente sua saúde e qualidade de vida. O isolamento social involuntário, muitas vezes decorrente da dedicação integral ao cuidado, pode contribuir para o surgimento de problemas emocionais, como ansiedade e depressão, além de gerar impactos negativos na saúde física dos cuidadores. Estudos apontam que a sobrecarga emocional e física desses familiares está associada ao aumento do estresse e à diminuição das interações sociais, tornando essencial a implementação de estratégias de apoio que reduzam esses efeitos e promovam o bem-estar dos cuidadores (Oliveira et al., 2022).

Reforça o estudo dos pesquisadores Silva, De Araújo e Mendes (2021) que a participação ativa dos familiares e a criação de redes de apoio colaborativas desempenham um papel decisivo na mitigação dos efeitos do isolamento. A ausência de um suporte social eficaz pode intensificar sentimentos de solidão e exclusão, agravando a sobrecarga emocional e física dos envolvidos no cuidado. Assim, os autores enfatizam a necessidade de investimentos em treinamento especializado para os profissionais de enfermagem e na implementação de políticas que integrem cuidados clínicos com medidas de suporte social, contribuindo para uma assistência mais abrangente e humanizada.

Corrobora com estudo dos pesquisadores Silva, De Araújo e Mendes com o trabalho de Gomes (2023) que por meio de um estudo de campo, que o cuidado de um familiar com Alzheimer gera uma sobrecarga emocional e física significativa, evidenciada pelo isolamento social dos cuidadores. A autora destaca que a dedicação contínua às demandas do cuidado dificulta a manutenção de relações sociais e a construção de uma rede de apoio adequada, o que intensifica sentimentos de solidão e exclusão. Esses achados reforçam a necessidade de intervenções institucionais e políticas públicas que ofereçam suporte e capacitação, promovendo um ambiente de cuidado mais humanizado e sustentável para os familiares envolvidos.

Ademais, a orientação e a capacitação dos cuidadores, juntamente com as adequações ambientais sugeridas por Araújo et al. (2023), demonstram que o suporte direcionado aos responsáveis e a criação de um ambiente seguro são determinantes para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Esses resultados reforçam a necessidade de modelos de cuidado integrados, que considerem desde intervenções físicas até abordagens psicossociais, para enfrentar os desafios impostos pelo Alzheimer.

Em vários relatos, a sobrecarga emocional e física decorrente da prestação contínua de cuidados foi associada a uma significativa redução na participação em redes de apoio e na manutenção de relações sociais. Essa situação, além de impactar a saúde mental dos cuidadores, compromete a eficácia do cuidado prestado ao idoso, já que o bem-estar do cuidador é essencial para a qualidade do atendimento (Ali, Sumaya Fouad et al. (2023). 

Em decorrência, outro aspecto relevante discutido no trabalho diz respeito ao isolamento social dos educadores. Esse isolamento, decorrente da falta de redes de apoio e da sobrecarga no processo de implementação das novas metodologias, pode limitar a troca de experiências e a construção coletiva de soluções. Assim, os autores defendem que a criação de ambientes colaborativos e a promoção de parcerias institucionais são fundamentais para mitigar esse sentimento de isolamento. Eles argumentam que o fortalecimento de redes de suporte pode não apenas melhorar as condições de trabalho dos professores, mas também favorecer uma maior adesão às metodologias inovadoras, contribuindo para uma prática pedagógica mais dinâmica e contextualizada (Dos Santos Furtado; De Brito; De Almeida, 2021).

O estudo de Silva, De Araújo e Mendes (2021) aborda a assistência do profissional enfermeiro a pacientes com Alzheimer, destacando a importância de uma abordagem personalizada e integral para promover a segurança e a qualidade de vida. A revisão de literatura aponta a relevância de abordagens não farmacológicas, como estímulos cognitivos e emocionais, e enfatiza a importância do suporte contínuo dos familiares e cuidadores no processo terapêutico. No entanto, o estudo também menciona os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem, como a necessidade de formação especializada e a gestão de recursos limitados

CONCLUSÃO

O conjunto dos achados evidencia que o isolamento social dos cuidadores de pacientes com Alzheimer é um desafio sistêmico que demanda estratégias multidisciplinares e políticas públicas voltadas para a promoção do bem-estar dos cuidadores, a fim de assegurar uma assistência mais humanizada e sustentável para ambos, pacientes e familiares.

A dedicação integral necessária para cuidar do paciente com DA limita a capacidade do cuidador de manter interações sociais, praticar hobbies ou participar de atividades de lazer, culminando em um isolamento social involuntário. Estudos indicam que essa retirada das relações sociais intensifica sentimentos de solidão, desesperança, ansiedade e até depressão, comprometendo a saúde mental e física do cuidador.

Diante desse contexto, é fundamental que políticas de saúde e intervenções integradas sejam implementadas, de modo a oferecer suporte psicológico, capacitação e a criação de redes de apoio. O papel do profissional enfermeiro tem seu papel importante, pois, ao orientar e preparar os familiares para os desafios do cuidado, contribui para mitigar os efeitos do isolamento social, promovendo assim um cuidado mais humanizado e sustentável tanto para os pacientes com Alzheimer quanto para seus cuidadores.

A importância do papel do enfermeiro no ambiente domiciliar, não só no acompanhamento clínico do paciente, mas também na implementação de estratégias que visem mitigar o isolamento social dos cuidadores, como a oferta de suporte psicológico, orientação e a facilitação do acesso a grupos de apoio e atividades comunitárias. 

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