TECNOLOGIA E NUTRIÇÃO: A EVOLUÇÃO DA SAÚDE ALIMENTAR NA ERA DIGITAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202504221907


Daniella Rosa dos Santos1
Prof. Sebastião Sergio Lima2


RESUMO

A utilização da tecnologia está aumentando diariamente na vida das pessoas e pode ser utilizada para facilitar melhorias na assistência médica no geral. Na nutrição, a tecnologia pode ser empregada como uma companheira para auxiliar na promoção de novos hábitos alimentares, mudanças comportamentais e na ajuda de escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis. Ferramentas como a internet, softwares, aplicativos e IA já vem sendo usadas como um veículo pelos profissionais da área da saúde. A presente revisão de literatura tem como finalidade descrever e analisar a percepção da influência e do impacto das redes sociais e das tecnologias digitais atualmente no meio da saúde e da nutrição. Existem atualmente cerca de 3,8 biliões de utilizadores de redes sociais espalhados pelo mundo (We are Social, 2020, p. 77). Neste meio, há circulação de muitas informações diferentes e de fácil acesso. Portanto, é relevante aferir se os atuais e futuros nutricionistas são capazes de distinguir e utilizar corretamente essas informações no seu próprio dia a dia, em seu processo de construção de conhecimento e de passar informações precisas. Os softwares e aplicativos simplificaram o rastreamento alimentar, fornecendo informações nutricionais personalizadas e facilitando a comunicação entre profissionais e pacientes. A inteligência artificial é utilizada para análise de grandes conjuntos de dados nutricionais, ajudando na identificação de padrões e tendências que podem influenciar as políticas de saúde pública e as práticas clínicas. Esta dissertação pretende contribuir para o estudo sobre o papel das tecnologias gerais na área da saúde e nutrição. A revisão se deu em artigos e livros que foram consultados nos sites PUBMED, SciELO e Google Acadêmico, a fim de manter o devido nível de entendimento sobre o assunto.

Palavras-chave: Tecnologia, Empreendedorismo Digital, Saúde, Nutrição, Redes sociais, Softwares, IA.

ABSTRACT

The use of technology is increasing daily in people’s lives and can be used to facilitate improvements in medical care in general. In nutrition, technology can be employed as a companion to help promote new eating habits, behavioral changes, and help with healthier and more sustainable food choices. Tools such as the internet, software, applications, and AI are already being used as a vehicle by health professionals. The purpose of this literature review is to describe and analyze the perception of the influence and impact of social networks and digital technologies in health and nutrition today. There are currently around 3.8 billion social media users around the world (We are Social, 2020, p. 77). In this environment, there is circulation of many different and easily accessible information. Therefore, it is relevant to assess whether current and future nutritionists are able to distinguish and correctly use this information in their own daily lives, in their process of building knowledge and passing on accurate information. Software and apps have simplified food tracking, providing personalized nutritional information and facilitating communication between professionals and patients. Artificial intelligence is used for analysis of large sets of nutritional data, helping to identify patterns and trends that can influence public health policies and clinical practices. This dissertation aims to contribute to the study of the role of general technologies in the area of health and nutrition. The review took place in articles and books that were consulted on the PUBMED, SciELO and Google Scholar websites, in order to maintain the proper level of understanding on the subject.

Keywords: Technology, Digital Entrepreneurship, Health, Nutrition, Social Networks, Software, AI.

1 INTRODUÇÃO

As redes sociais estão cada vez mais integradas no dia a dia das pessoas. Sua principal característica é serem abertas e dinâmicas, estando sempre em constante evolução, com a conectividade como base fundamental. Esse conceito está intimamente ligado ao apoio social, que pode ser descrito como um sistema de relações através do qual os indivíduos recebem ajuda emocional, material ou informativa para lidar com situações que causam estresse emocional (Leonidas; Santos, 2013).

Nesse contexto, a sociedade contemporânea é caracterizada por valores como o consumismo e o individualismo, onde o corpo também se transformou em um objeto de consumo. Mercadorias e o corpo, enquanto objetos de consumo, começam a definir a “verdade” sobre o indivíduo, moldando suas referências, autoestima e identidade. Esse processo foi intensificado pela mídia e pelas redes sociais, que ganharam um enorme poder de influência sobre as pessoas atualmente, desempenhando um papel crucial na disseminação de valores e padrões estéticos (Iriant; Chaves; Orleans, 2009).

Há evidências de que a mídia exerce uma forte influência sobre distúrbios alimentares e da imagem corporal, promovendo a busca por corpos perfeitos enquanto incentiva práticas alimentares não saudáveis. A representação de jovens com corpos extremamente magros ou musculosos em revistas, filmes e comerciais torna muito difícil, especialmente para os jovens, apreciar a beleza em sua diversidade sem se sentir pressionados por padrões estéticos inatingíveis (Bosi et al., 2006).

Segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), indicam que mais de 50% da população brasileira está acima do peso, nas categorias de sobrepeso e obesidade. Esse cenário pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares, definidos como distúrbios psiquiátricos caracterizados por alterações nos hábitos alimentares e por distorções na percepção dos alimentos e do peso corporal, resultando em efeitos adversos sobre o estado nutricional. Esses transtornos afetam principalmente adolescentes e jovens adultos, de ambos os sexos, causando prejuízos psicológicos, biológicos e sociais (Bittencourt; Almeida, 2013).

A evolução da tecnologia traz diversas mudanças à sociedade, tanto benéficas quanto prejudiciais. As plataformas digitais cresceram significativamente, alterando o cenário atual ao ampliar o acesso à informação e transformar os vínculos sociais. A internet se tornou uma ferramenta indispensável; contudo, seu uso inadequado e excessivo pode contribuir para o surgimento ou agravamento da ansiedade, além de causar danos à saúde física e psicológica, como dependência digital, alterações no sono e na qualidade de vida, baixa autoestima, depressão, compulsão alimentar, entre outros. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podem ser definidas como o conjunto de tecnologias que permitem a produção, acesso e disseminação de informações, bem como a comunicação entre pessoas. Assim, seu principal objetivo é proporcionar o acesso à automação da informação, auxiliando na comunicação por meio de softwares e hardwares, para garantir a operacionalização da comunicação (Lorenzetti, 2016).

Nesse contexto, há inúmeros efeitos negativos associados ao uso inadequado da Internet, incluindo alterações na qualidade do sono, na nutrição e na atividade física, além de um menor desempenho acadêmico ou profissional e prejuízos nos relacionamentos interpessoais. Além disso, estão relacionados a transtornos de humor, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno de uso de substâncias, ansiedade, ansiedade social, solidão, baixa autoestima e níveis reduzidos de atividade física, entre outros (Moromizato et al., 2017).

As redes sociais são definidas como sites e aplicativos, como Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp, que têm o objetivo de possibilitar a interação entre pessoas de diversas faixas etárias e localidades, permitindo a disseminação de informações, a divulgação de produtos e serviços e a influência em ações (Costa, 2019). Inicialmente, as redes sociais buscavam apenas mostrar produtos para atrair a atenção dos consumidores. Hoje em dia, elas exibem mais pessoas atraentes utilizando esses produtos, sugerindo que, ao adquiri-los, o consumidor alcançará satisfação não apenas material, mas também física, alinhando-se à busca pelo corpo ideal, que se tornou um padrão global (Magalhães; Bernardes; Tiengo, 2017).

O público que mais sofre com o padrão de beleza imposto pelas redes sociais são as mulheres jovens e adultas. A influência dessas plataformas aumenta a insatisfação com o próprio corpo, causando um grande impacto no comportamento alimentar e na percepção da imagem corporal. Essas mulheres são levadas a acreditar que não possuem o corpo ideal e, na tentativa de alcançá-lo, muitas vezes recorrem a métodos prejudiciais à saúde, como dietas altamente restritivas, chás emagrecedores e medicamentos que diminuem o apetite. Isso desencadeia diversas consequências clínicas, físicas, emocionais e psicológicas. Esse ciclo de dietas da moda, frequentemente promovido nas redes sociais, afeta a saúde física e mental dessas mulheres e pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares (Rodrigues, 2019).

Com o crescente acesso à tecnologia, os aplicativos de saúde ganharam grande popularidade, facilitando a vida dos profissionais do setor. No campo da nutrição, é comum o uso de softwares que ajudam na avaliação nutricional. Dessa forma, o estudo teve como objetivo procurar novas tecnologias que possam ser utilizadas na avaliação nutricional. É relevante observar que muitas dessas tecnologias estão em desenvolvimento, e outras, embora não focadas diretamente na avaliação nutricional, podem ser aplicáveis a essa área. A maioria dos softwares de nutrição desenvolvidos no Brasil é voltada para o público em geral e para nutricionistas não especializados, sem um banco de dados confiável sobre o que é oferecido (Soares, 2022).

Dessa forma, este estudo é relevante para a contemporaneidade, pois aborda uma temática atual e uma problemática que, em muitos países, é considerada um problema de saúde pública. A internet é indispensável e grande parte da população global está inserida nesse cenário, utilizando redes sociais e/ou vivenciando seus impactos na sociedade. Isso nos torna suscetíveis ao adoecimento e à dependência digital. Portanto, é extremamente importante que a população saiba discernir e separar as influências positivas daquelas que podem causar danos à saúde física e emocional. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo analisar as consequências positivas e negativas da tecnologia geral na saúde e na prática nutricional. Para isso, foram definidos quatro objetivos específicos, sendo: avaliar as principais tecnologias disponíveis para auxiliar na prática nutricional, como aplicativos móveis, softwares de gestão de dados e dispositivos wearables; investigar os benefícios e desafios (prós e contras) percebidos pelos profissionais de nutrição ao incorporar tecnologias em seu dia a dia de trabalho; propor recomendações para a utilização otimizada de tecnologias na prática nutricional, visando maximizar os benefícios para os profissionais e pacientes; e, analisar o efeito das mídias sociais nos hábitos alimentares de mulheres.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

No presente estudo realizou-se uma revisão sistemática de literatura, tratando-se de uma pesquisa exploratória qualitativa- observacional, que visou analisar os estudos de forma passiva, observando o que foi exposto nos documentos científicos, como artigos, revistas e livros, de acordo com seus instrumentos metodológicos aplicados.

Para alcançar o objetivo da análise, foram aplicadas as ferramentas de pesquisas científicas como o Google Acadêmico, National Library of Medicine (Pubmed) e Scientific Electronic Library Online (Scielo), nos idiomas português e inglês. Foram considerados os materiais com data de publicação a partir dos últimos 12 anos, no intervalo de anos de 2012 a 2024. Além disso, para garantir uma busca mais detalhada, palavras-chaves como “Tecnologia”, “Mídias sociais”, “Nutricionista”, “Impactos”, “Hábitos Alimentares”, “Rede social” foram utilizadas nos bancos de dados online.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 A influência das redes sociais nos hábitos alimentares femininos

O comportamento alimentar envolve um conjunto de ações relacionadas ao ato de se alimentar, desde a escolha até o consumo dos alimentos. Essas ações são influenciadas por diversos fatores, como estado de saúde, condições socioeconômicas, crenças, ambiente familiar, nível de escolaridade, hábitos alimentares, percepção da própria imagem corporal e influência das mídias. Cada pessoa possui seu próprio conhecimento e crenças sobre alimentação e nutrição, que orientam suas escolhas alimentares. Tudo o que uma pessoa acredita ser verdadeiro, independentemente de ser ou não, tem um grande impacto em seu comportamento alimentar (Alvarenga.et al.2015; Vaz, Bennemann,2014).

As escolhas alimentares, que incluem a seleção e o consumo de alimentos e bebidas, são o que moldam o padrão alimentar de cada indivíduo. Essas escolhas são influenciadas por ações conscientes ou automáticas, como os hábitos, e são determinadas por uma série de fatores relacionados ao alimento, como sabor, aparência, valor nutricional, custo-benefício, disponibilidade e variedade, bem como por fatores biológicos, socioculturais e psicológicos. Embora o alimento seja essencial para fornecer energia, nosso consumo não se limita apenas à necessidade de sobrevivência; ele está ligado ao prazer, à recompensa e à criação ou fortalecimento de laços sociais. Portanto, as escolhas alimentares têm um impacto significativo em todos esses aspectos da vida (Alvarenga et al.,2015).

A relação entre os seres humanos e a comida passou por diversas transformações devido ao crescimento da produção industrial de alimentos, à cultura, à globalização (com a criação das mídias – televisão, rádio, redes sociais), à ciência e à massificação (Moura; Fernandes, 2013). As mídias sociais ganharam um poder significativo de influência sobre o comportamento alimentar, porém esse poder foi utilizado para promover uma cultura do corpo ideal, afetando muitas pessoas, especialmente mulheres, que buscam incessantemente um padrão estético muitas vezes inatingível devido a razões corporais e genéticas (Jacob, 2014). Além disso, para promover esse culto ao corpo perfeito, são propagados mitos e crenças falsas sobre alimentação e nutrição que prejudicam a relação das pessoas com a comida e colocam em risco a saúde da população (Alvarenga et al., 2015).

Para a maioria das pessoas, a alimentação saudável é associada a um estilo de vida no qual não é possível desfrutar da comida, pois acreditam que os alimentos que proporcionam prazer são proibidos e levam ao ganho de peso. Esses pensamentos geram ansiedade e culpa ao consumir alimentos considerados “não saudáveis”. A culpa após comer pode levar a uma mudança nos hábitos alimentares, na tentativa de evitar sentir esses sentimentos novamente. No entanto, também pode resultar em perda de controle e sentimento de impotência, o que pode ter consequências para a saúde física e mental, podendo até desencadear Transtornos Alimentares (TA) (Alvarenga et al., 2015).

Os transtornos alimentares são problemas de saúde mental que podem ser desencadeados por várias razões, incluindo fatores biológicos, psicológicos, clínicos e sociais. Algumas pessoas têm maior probabilidade de desenvolvê-los, como aquelas que têm preocupações excessivas com seu peso e aparência, ou que tiveram experiências negativas com comida. Quando alguém sofre desse transtorno, sua relação com a comida fica muito complicada. Podem comer demais, de forma compulsiva, ou recusar-se a comer, o que pode causar danos à saúde física e mental (Nunes; Santos; Souza, 2017).

A Anorexia Nervosa (AN) e a Bulimia Nervosa (BN) são os transtornos alimentares mais reconhecidos e têm um impacto significativo no comportamento alimentar e na autoestima das pessoas afetadas. Além disso, podem causar sérios danos físicos, emocionais e sociais (Laus et al., 2014). Na anorexia nervosa, ocorre uma perda de peso severa devido à restrição alimentar e práticas excessivas de exercício físico, com o objetivo de alcançar um corpo cada vez mais magro. Já na bulimia nervosa, a pessoa consome grandes quantidades de comida e, em seguida, provoca o vômito e/ou usa laxantes e diuréticos (Silva, 2012). O tratamento especializado multidisciplinar é fundamental para lidar com esses transtornos. No entanto, para obter sucesso no tratamento, é crucial promover e trabalhar a mudança no comportamento alimentar (Cuppari, 2014).

As mulheres enfrentam maiores probabilidades de desenvolver transtornos alimentares devido à sua insatisfação com a imagem corporal, muitas vezes resultado das pressões sociais e da imposição de padrões de beleza pelas mídias sociais (Rodrigues, 2019). De acordo com Rezende (2019), a autoimagem corporal é a forma como cada pessoa interpreta seu próprio corpo, incluindo altura, forma, imagem e sentimentos associados. Essa percepção é moldada desde a infância e é influenciada pelo ambiente familiar, círculo de amizades e interações nas redes sociais (Magalhães; Bernardes; Tiengo, 2017). O modelo teórico biopsicossocial sugere que a promoção do corpo perfeito pelas mídias sociais pode levar a dois desfechos principais: insatisfação corporal e restrição alimentar, ambos considerados fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares (Amaral; Stice; Ferreira, 2019).

De acordo com Souza et al. (2016), as redes sociais são caracterizadas como “aplicativos baseados na internet construídos com base nas funções ideológicas e tecnológicas da Web 2.0”. O crescimento das redes sociais tem sido significativo; somente em 2018, no Brasil, 78% dos usuários de internet estavam presentes em alguma plataforma de rede social, incluindo Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e Snapchat (Costa et al., 2019).

Conforme Côrrea (2013) explicou, as redes sociais têm um papel importante no jeito como as pessoas comem, já que muita gente se preocupa bastante com a aparência do corpo. Essas plataformas de comunicação podem influenciar diretamente o que os usuários ingerem. Acontece que nas redes sociais a gente encontra um monte de informações sobre comida, dieta e formas de emagrecer, que são compartilhadas todos os dias. O problema é que muitas vezes essas informações vêm de pessoas que não têm formação em nutrição, e elas acabam divulgando “modinhas” alimentares (Magalhães; Bernardes; Tiengo, 2017).

Atualmente, compartilhar conhecimentos sobre nutrição enfrenta um grande desafio por causa das notícias falsas que circulam por aí. Essas “fake News” são como informações erradas que não vêm de pessoas realmente entendidas no assunto, e geralmente são explicadas de um jeito simples para todo mundo entender. O problema é que essas informações podem nos confundir sobre várias coisas, como assuntos técnicos, científicos, sociais, políticos ou econômicos, especialmente quando se trata de comida. Essas informações são meio incertas e podem mudar rapidinho com o tempo. Então, é importante pensar bem antes de seguir conselhos sobre o que comer ou não, levando em conta nosso próprio estilo de vida (Terra, 2018).

Quando se trata de aprender sobre alimentação saudável, muita gente recorre às redes sociais, onde influencers e youtubers compartilham dicas (Nestlé, 2018). Nas redes sociais, as pessoas costumam buscar informações sobre quais suplementos tomar, que dietas seguir e até mesmo como emagrecer rápido (Magalhães; Bernardes; Tiengo, 2017).

Um estudo conduzido por Back (2017), que focou em estudantes do sexo feminino, revelou que as redes sociais exerciam uma influência significativa no comportamento das participantes. Descobriu-se que 31% das entrevistadas buscavam informações sobre alimentação e beleza nas redes sociais, enquanto 21% desejavam ter o mesmo tipo de corpo das influenciadoras digitais. As blogueiras e as digital influencers são pessoas com muitos seguidores que usam as redes sociais como uma ferramenta de trabalho, promovendo marcas, produtos e serviços (Costa et al., 2019).

Em um estudo realizado por (Oliveira et al., 2019), que envolveu 135 participantes do sexo feminino com idade mínima de 18 anos, foi observado que a maioria delas, representando 89,63% do grupo, estava insatisfeita com sua aparência corporal e buscava alcançar um corpo mais magro, acreditando estar acima do peso adequado. Essas mulheres são expostas diariamente a “dietas milagrosas” nas redes sociais, que prometem resultados rápidos e garantidos, porém acabam enfrentando consequências negativas em termos de saúde física, clínica e impactos psicológicos (Alvarenga et al., 2015). É importante destacar que as dietas restritivas têm sempre um impacto negativo na saúde, já que geralmente são difíceis de manter por longos períodos, resultando frequentemente em compulsão alimentar e transtornos alimentares posteriormente (Oliveira et al., 2019).

É fundamental que o profissional da nutrição se dedique a compreender por que o paciente escolhe consumir determinados alimentos, quais são as bases por trás dessas escolhas e quais influências estão moldando seu comportamento alimentar. Entender o comportamento alimentar do paciente é crucial para garantir que ele adote o plano alimentar proposto e alcance resultados positivos no tratamento nutricional (Alvarenga et al., 2015).

Além disso, é fundamental conscientizar a população sobre os perigos de adotar práticas alimentares sem a devida orientação de um bom nutricionista, pois cada pessoa é única, e seu plano alimentar deve ser personalizado (Carvalho; Faicari, 2014). O papel do nutricionista vai além do consultório: ele deve atuar como educador também nas redes sociais, compartilhando informações confiáveis e orientando as pessoas a fazerem escolhas alimentares saudáveis, destacando sempre a importância do equilíbrio alimentar e da individualidade nutricional. Utilizar as redes sociais para promover uma alimentação balanceada é crucial, considerando que essas plataformas têm um grande impacto no comportamento alimentar de toda a população, especialmente das mulheres (Barros, 2019).

3.2 Tecnologia e nutrição: o poder dos softwares e aplicativos na alimentação saudável

O uso das tecnologias de informação e comunicação para incentivar a alimentação saudável e prevenir doenças tem mostrado efeitos benéficos. Pesquisas indicam que essas ferramentas ajudam a melhorar o controle alimentar (Franco et al., 2016; Chen et al., 2015), a qualidade dos alimentos ingeridos, e aumentam o conhecimento sobre alimentação saudável (Baldo et al., 2015; Gabrielli et al., 2017). Além disso, essas tecnologias também têm um impacto positivo na perda de peso (Kerr et al., 2016).

Com o aumento do uso de celulares e tablets, houve uma explosão no número de aplicativos focados em melhorar a nutrição. Atualmente, existem pelo menos 5400 aplicativos relacionados à alimentação, dieta e hábitos saudáveis disponíveis na internet. Esses dispositivos podem ser encontrados em diversas plataformas para smartphones e obtém uma variedade de propósitos, incluindo oferecer feedback, acompanhar o peso, monitorar a ingestão de calorias e nutrientes, e ajudar nas decisões de compras e escolha de restaurantes, entre outros (Franco et al., 2016; San Mauro Martín; Fernandez; Yuritta, 2014; Coughlin et al., 2015).

O estudo conduzido por Franco et al. (2016) examinou as características principais dos aplicativos de nutrição mais populares, destacando que a maioria desses aplicativos se concentra na perda de peso e no controle de calorias. Embora muitas pessoas usem esses aplicativos com o objetivo de emagrecer devido à obesidade, os autores ressaltam que essa não deve ser a única preocupação. Eles também observaram que a maioria dos aplicativos analisados não inclui a distribuição adequada dos grupos alimentares, conforme recomendado por organizações de saúde pública.

Um estudo mais recente teve como objetivo identificar as preferências dos nutricionistas em relação às ferramentas, recursos e design de aplicativos de saúde em smartphones, visando apoiar sua prática profissional dietética e beneficiar seus pacientes. Os nutricionistas expressaram preferência por aplicativos confiáveis e sugeriram que as associações dietéticas desempenhassem um papel mais ativo na revisão e aprovação de aplicativos baseados em evidências. Eles também enfatizaram a importância de aplicativos centrados em alimentos, em vez de nutrientes, para facilitar o aconselhamento nutricional. Além disso, destacaram a necessidade de aplicativos que acompanhassem a aderência às diretrizes dietéticas ou grupos alimentares, em vez de se concentrarem apenas no controle de calorias e nutrientes, visando melhorar a qualidade da dieta. Essa abordagem ampla de avaliação da qualidade da dieta pode ser fundamental tanto para os nutricionistas quanto para seus pacientes (Chen et al., 2017)

3.2.1 Por que optar por uma abordagem com dispositivos vestíveis (Wearables)?

Nos últimos anos, tem-se observado um avanço significativo nas tecnologias vestíveis, conhecidas como wearables. Esses dispositivos já permitem o monitoramento de diversos parâmetros de saúde e sinais vitais diretamente no ambiente doméstico. Além disso, com a conectividade à internet, os dados gerados podem ser transmitidos para qualquer parte do mundo em tempo real, possibilitando que profissionais de saúde analisem essas informações remotamente. Isso facilita a tomada de decisões, como a prescrição de medicamentos ou a solicitação de procedimentos médicos, de forma remota e eficiente.

Como os métodos tradicionais são frequentemente imprecisos e sujeitos a vieses, é necessário um sistema mais objetivo e confiável para avaliação alimentar. Dispositivos vestíveis são uma solução promissora, pois não dependem do julgamento subjetivo dos indivíduos; os dados podem ser sincronizados instantaneamente com uma plataforma de informações, como um aplicativo móvel, proporcionando feedback útil. Outra vantagem significativa dos sensores vestíveis é a capacidade de compreender o comportamento de pessoas em ambientes livres. Eles oferecem praticidade aos usuários, eliminando a necessidade de autorrelatos, o que pode ser especialmente útil em contextos médicos, como no caso de pacientes.

De acordo com Conrado Carneiro (2018), as tecnologias vestíveis atuais, particularmente os dispositivos miniaturizados do tipo front-end, possibilitam a coleta de dados fisiológicos e mecânicos do corpo humano, transmitindo essas informações via wearables. Essas funcionalidades não apenas melhoram a qualidade de vida dos usuários, como também influenciam positivamente seus hábitos diários. Além disso, Carneiro destaca que os dados coletados pelos wearables não se limitam a informações corporais; variáveis ambientais, como temperatura, umidade e radiação, também são capturadas, contribuindo para diagnósticos mais precisos e integrados com os dados fisiológicos dos usuários.

Hoje em dia os wearables são divididos em tópicos que visam classificar sua aplicação. As aplicações para dispositivos vestíveis no monitoramento alimentar são amplas, como por exemplo:

  1. Monitoramento: Os dados de pacientes e atletas podem ser monitorados em tempo real para a tomada de decisões quando há a possibilidade de intervenção médica. Esta categoria abrange a maior parte dos dispositivos vestíveis; Monitoramento de hidratação: Alguns wearables podem medir os níveis de hidratação por meio de sensores na pele, ajudando a garantir que o usuário consuma a quantidade adequada de líquidos ao longo do dia.;
  2. Gestão de condições crônicas: Pacientes com doenças como diabetes podem usar dispositivos que monitoram a ingestão de alimentos e sua composição nutricional, o que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue em tempo real, auxiliando na adaptação de insulina ou medicamentos.;
  3. Monitoramento acústico: Dispositivos com microfones podem captar sons de mastigação e deglutição para identificar o tipo de alimento ingerido e estimar a quantidade consumida. Essa abordagem utiliza padrões acústicos para prever o peso das mordidas e é promissora na automação do monitoramento alimentar (Passler, S., & Fischer, W.-J. (2014). Além disso, a precisão da abordagem automatizada por dispositivos vestíveis pode ser aprimorada ao minimizar os efeitos indesejados de fatores externos, como ruídos ambientais.
  4. Reabilitação: Pessoas que necessitam realizar exercícios físicos regulares podem fazer uso de tecnologias, como jogos interativos, que ajudam nos tratamentos fisioterapêuticos. Categoria que permite até mesmo aumentar a saúde cardíaca e a fisiologia em idosos.

Esses exemplos demonstram como os dispositivos vestíveis estão sendo utilizados para tornar o monitoramento da dieta mais preciso e menos invasivo. Embora ainda estejam em desenvolvimento, esses sensores oferecem grande potencial para melhorar a coleta de dados em nutrição clínica e controle da saúde e dieta.

3.3 Transformação digital na nutrição: uma análise dos desafios e benefícios vivenciados pelos profissionais

A transformação digital na nutrição tem trazido uma série de desafios e benefícios para os profissionais da área, que precisam se adaptar a novas ferramentas e práticas. A incorporação de tecnologias digitais, como aplicativos de nutrição, plataformas de telemedicina e algoritmos de inteligência artificial, alterou significativamente a maneira como os nutricionistas avaliam, monitoram e orientam seus pacientes. O uso dessas tecnologias permite uma personalização mais precisa das dietas e o acompanhamento remoto em tempo real, o que aumenta a eficácia das intervenções nutricionais. Entretanto, a adoção dessas ferramentas exige um processo contínuo de atualização e capacitação por parte dos profissionais, que muitas vezes enfrentam dificuldades relacionadas à falta de familiaridade com tecnologias emergentes e à integração dessas inovações nas suas práticas tradicionais (Casaes, 2021).

Um dos maiores desafios relatados pelos profissionais de nutrição na era digital é a necessidade de filtrar e validar o grande volume de informações sobre saúde alimentar disponível online. A desinformação sobre práticas alimentares e dietas “milagrosas” pode gerar confusão entre pacientes e dificultar o trabalho dos nutricionistas, que precisam corrigir crenças equivocadas e disseminar conhecimento baseado em evidências científicas. Segundo Andrade Veloso e Almeida (2022), a influência das mídias eletrônicas nos hábitos alimentares tem sido um fator de grande impacto, especialmente entre crianças e adolescentes, uma vez que esses grupos são altamente expostos a conteúdos de fácil acesso que promovem padrões alimentares inadequados. Nesse sentido, a tecnologia, ao mesmo tempo em que oferece recursos para melhorar a prática nutricional, também representa um desafio pela disseminação rápida de informações incorretas.

Também os benefícios da transformação digital na nutrição são evidentes. A possibilidade de realizar consultas remotas e utilizar aplicativos de monitoramento de saúde permite que nutricionistas alcancem uma maior diversidade de pacientes, especialmente aqueles com mobilidade reduzida ou que vivem em áreas de difícil acesso. Segundo Casaes (2021), a aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como podcasts e outras plataformas digitais, tem contribuído para a democratização do conhecimento científico na área da nutrição, facilitando o acesso a informações de qualidade tanto para profissionais quanto para a população geral. A utilização dessas ferramentas pode auxiliar na educação nutricional, ajudando a formar hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis.

Entretanto, a formação e o treinamento contínuos são fundamentais para que os profissionais possam aproveitar plenamente os benefícios dessas inovações. Muitos nutricionistas ainda relatam dificuldades em acompanhar o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, o que pode impactar diretamente na qualidade dos serviços prestados. Nesse contexto, o desenvolvimento de programas de capacitação específicos para o uso de tecnologias digitais na nutrição pode ser uma solução viável para minimizar esses impactos e maximizar o potencial das ferramentas tecnológicas na prática diária dos profissionais (Andrade Veloso; Almeida, 2022).

3.4 Teleconsultoria e nutrição: a expansão do atendimento remoto

A teleconsultoria se estabeleceu como uma ferramenta inovadora na área da nutrição, principalmente em resposta à crescente demanda por serviços de saúde mais acessíveis e convenientes. O atendimento remoto tem demonstrado ser uma solução eficaz, especialmente em contextos em que a mobilidade é limitada, como durante a pandemia de COVID-19. Nesse cenário, muitos nutricionistas adaptaram suas práticas para oferecer consultas online, o que permitiu a continuidade do acompanhamento nutricional e a promoção da saúde em populações vulneráveis (Moreira, 2021). A pesquisa sobre as percepções dos pacientes em relação ao atendimento nutricional online revelou que, embora houvesse certa resistência inicial, muitos usuários relataram satisfação com a experiência, destacando a comodidade e a flexibilidade que a teleconsultoria proporciona (Araújo et al., 2022).

A teleconsultoria pode contribuir para a personalização dos cuidados nutricionais. Os profissionais têm a oportunidade de coletar informações detalhadas sobre os hábitos alimentares e o estilo de vida dos pacientes em um ambiente familiar e confortável, o que pode levar a um maior engajamento e adesão às orientações nutricionais. A utilização de plataformas digitais para acompanhamento, como aplicativos de nutrição e monitoramento de hábitos alimentares, potencializa essa personalização, oferecendo dados valiosos que podem ser discutidos em tempo real durante as consultas (Moreira, 2021). Essa abordagem permite que os nutricionistas ajustem suas recomendações de maneira mais ágil e efetiva, respondendo às necessidades individuais de cada paciente.

Assim, a expansão do atendimento remoto na nutrição não é isenta de desafios. Um dos principais obstáculos enfrentados pelos profissionais é a necessidade de garantir a confidencialidade e a segurança das informações dos pacientes. A transição para plataformas digitais exige uma compreensão clara das regulamentações sobre proteção de dados e a implementação de práticas que assegurem a privacidade (Araújo et al., 2022). Além disso, a formação dos nutricionistas para a utilização eficaz dessas tecnologias é essencial. Muitos profissionais podem não se sentir confortáveis com as ferramentas digitais, o que pode limitar a eficácia do atendimento. Assim, a promoção de cursos e treinamentos que abordem tanto a utilização das plataformas quanto as particularidades da comunicação virtual se faz necessária.

Também é interessante analisarmos a adequação da teleconsultoria para diferentes perfis de pacientes. Embora muitas pessoas possam se beneficiar desse formato, existem grupos que podem ter dificuldades em acessar a tecnologia necessária, como idosos ou pessoas em áreas remotas. É fundamental que os serviços de teleconsultoria sejam inclusivos, garantindo que todos tenham a oportunidade de receber acompanhamento nutricional, independentemente de suas condições socioeconômicas ou habilidades tecnológicas (Moreira, 2021). Nesse contexto, a combinação de atendimentos presenciais e remotos pode ser uma solução viável, permitindo que os profissionais adaptem suas abordagens às necessidades específicas de cada paciente.

A teleconsultoria na nutrição representa um avanço significativo na prestação de serviços de saúde, oferecendo uma alternativa flexível e acessível ao atendimento tradicional. A compreensão dos desafios e benefícios associados a esse modelo é crucial para a implementação eficaz de estratégias que promovam a saúde alimentar na era digital. A capacidade de se adaptar a essas novas realidades pode, portanto, definir o sucesso dos profissionais de nutrição na promoção de um atendimento de qualidade, capaz de atender às demandas da sociedade contemporânea (Araújo et al., 2022).

3.5 Big data e nutrição: o impacto da análise de dados na personalização alimentar

A personalização das intervenções nutricionais é uma resposta às variabilidades individuais que afetam a eficácia das dietas convencionais, levando em consideração fatores como idade, sexo, genética e estilo de vida (Mendes et al., 2020). Assim, a big data permite que os profissionais de nutrição desenvolvam estratégias mais adequadas às necessidades específicas de cada paciente, potencializando os resultados e promovendo uma saúde mais robusta.

Um exemplo notável do impacto da big data na nutrição é o uso de aplicativos e dispositivos vestíveis que monitoram a ingestão alimentar e os dados de saúde. Esses dispositivos geram um fluxo constante de informações que podem ser analisadas para identificar padrões e correlações entre a dieta e a saúde do usuário. A análise desses dados fornece análises que podem guiar os profissionais de nutrição na elaboração de planos alimentares individualizados (Tramontt et al., 2023). Além disso, a integração de dados de diferentes fontes, como redes sociais e plataformas de saúde, amplia ainda mais a capacidade de compreensão do comportamento alimentar e das necessidades nutricionais da população.

Entretanto, o uso de big data na nutrição não está isento de desafios. Questões relacionadas à privacidade e à segurança dos dados são preocupações constantes que devem ser abordadas com seriedade. Os profissionais de nutrição precisam garantir que as informações coletadas sejam protegidas e utilizadas de maneira ética (Mendes et al., 2020). A interpretação correta dos dados requer habilidades específicas e conhecimento técnico, o que pode ser um obstáculo para muitos profissionais que não estão familiarizados com a análise de dados complexos. Portanto, a formação contínua e a capacitação dos nutricionistas são fundamentais para que possam tirar proveito das tecnologias digitais e da big data em sua prática diária.

A personalização alimentar promovida pela big data também deve ser abordada sob a perspectiva da saúde pública. Intervenções nutricionais mais eficazes podem contribuir para a prevenção de doenças crônicas e promover a saúde da população em geral. O uso de dados em larga escala permite identificar tendências e necessidades nutricionais em diferentes grupos demográficos, auxiliando no desenvolvimento de políticas públicas mais direcionadas e efetivas (Tramontt et al., 2023). A big data não apenas transforma a prática da nutrição individual, mas também tem o potencial de impactar positivamente a saúde coletiva, fortalecendo a conexão entre a tecnologia e a nutrição na era digital.

4 RESULTADOS

A pesquisa sobre a evolução da saúde alimentar na era digital revela uma transformação significativa na forma como a nutrição é abordada e praticada, especialmente com o advento de novas tecnologias. A análise dos dados coletados aponta para diversos resultados que demonstram o impacto da tecnologia na nutrição e na promoção de hábitos alimentares saudáveis. Os principais resultados são apresentados na tabela a seguir.

AutorAnoPrincipais Resultados
Azevedo, J. C. et al.2016Investigaram a dependência digital e seus efeitos cognitivos, destacando a necessidade de um uso equilibrado das tecnologias digitais na nutrição.
Brasil, D. M. & DE Obaldía Díaz, F. J.2021Descreveram um modelo de talher inteligente para pacientes com Parkinson, evidenciando a inovação tecnológica em utensílios de alimentação.
Casaes, R. S.2021Apresentaram a utilização de tecnologias da informação e comunicação na nutrição, destacando seu papel na educação alimentar e saúde.
Chen, J. et al.2015Realizaram uma avaliação da qualidade de aplicativos para perda de peso, mostrando a popularidade e a eficácia das ferramentas digitais.
Cuppari, L.2014Abordaram aspectos da nutrição clínica no adulto, ressaltando a importância de intervenções personalizadas mediadas por tecnologias.
Andrade Veloso, M. G. & Almeida, S. G.2022Analisaram a influência das mídias eletrônicas na construção de hábitos alimentares na infância, destacando o papel das redes sociais.
Dos Santos, F. F. et al.2021Discutiram estratégias de marketing digital para otimizar a comunicação sobre alimentação e nutrição nas mídias sociais.
Mendes, J. R. et al.2020Relataram ações educativas em nutrição através de tecnologias digitais, especialmente durante a pandemia de Covid-19 para idosos.
Moreira, C. A.2021Avaliaram o impacto das redes sociais no empreendedorismo digital na nutrição clínica, evidenciando novas oportunidades de mercado.
Soares, M. M. de M. et al.2022Estudaram a aplicabilidade de novos softwares na avaliação nutricional, destacando avanços tecnológicos na prática clínica.
Rodrigues, P. I. P.2022Discutiu a transformação digital no setor saúde, ressaltando a importância de inovações tecnológicas na prática nutricional.
Trajano, A. D. L.2022Analisou os desafios da transformação digital nos pequenos negócios durante a pandemia, refletindo sobre a adaptação na área da nutrição.
Tramontt, C. R. et al.2023Avaliaram a autoeficácia e práticas profissionais em relação ao Guia Alimentar, destacando o papel das tecnologias na atenção primária à saúde.
Copetti, L.2018Investigou a comunicação da saúde na internet, enfocando o uso de redes sociais e tecnologias wearables para a promoção da saúde.

Os resultados mostram que a tecnologia, em suas diversas formas, tem desempenhado um papel central na reestruturação das práticas nutricionais. As tecnologias digitais, como aplicativos e dispositivos vestíveis, proporcionam um suporte significativo para o monitoramento e a modificação de comportamentos alimentares. A personalização das intervenções, possibilitada por dados coletados em tempo real, pode levar a resultados mais efetivos, pois permite que os nutricionistas adaptem suas estratégias às necessidades individuais dos pacientes (Mendes et al., 2020).

Além disso, a influência das mídias sociais na formação de hábitos alimentares, especialmente entre os jovens, evidencia a necessidade de um trabalho educativo que considere o ambiente digital como um aliado na promoção da saúde (Andrade Veloso; Almeida, 2022). As redes sociais, quando utilizadas adequadamente, podem se tornar plataformas valiosas para disseminar informações sobre alimentação saudável e engajar a população em práticas nutricionais mais adequadas.

Entretanto, é importante ressaltar os desafios que a transformação digital impõe à prática nutricional. A dependência excessiva de tecnologias pode levar à superficialidade nas relações humanas e no acompanhamento profissional, criando um hiato na interação nutricionista- paciente (Azevedo et al., 2016). Portanto, a implementação de tecnologias deve ser acompanhada de uma formação adequada e de um suporte contínuo, garantindo que os nutricionistas sejam capazes de integrar essas ferramentas em suas práticas de maneira eficaz e ética (Soares et al., 2022).

O uso de big data e a análise de dados também se destacam como ferramentas essenciais para a personalização da nutrição. O acesso a um volume maior de informações possibilita uma compreensão mais profunda das necessidades e comportamentos alimentares, levando a intervenções mais direcionadas (Tramontt et al., 2023). Por outro lado, a manipulação e interpretação, desses dados exigem um conhecimento especializado, tornando a capacitação contínua dos profissionais de nutrição uma necessidade premente.

5 DISCUSSÃO

5.1 O papel da educação nutricional digital

As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) têm desempenhado um papel importante, principalmente no contexto da pandemia da COVID-19, ao permitir a continuidade de programas de educação alimentar e nutricional, que antes eram realizados presencialmente (Dos Santos; Pataxó; Spier, 2022). As ferramentas digitais possibilitam um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e personalizado, permitindo que o indivíduo tenha acesso a informações sobre nutrição a qualquer momento, adaptando-se às suas necessidades e estilo de vida.

Essas tecnologias não só facilitam o acesso ao conhecimento nutricional, mas também criam um espaço para o diálogo e troca de experiências entre profissionais da saúde e os usuários. Com o uso de aplicativos de nutrição, blogs, redes sociais e cursos online, a educação nutricional ultrapassa as barreiras geográficas, tornando-se acessível a populações que, de outra forma, teriam dificuldade em acessar esses recursos (Fiorenzano, 2022). A flexibilidade oferecida pelas plataformas digitais também favorece a atualização constante dos conteúdos, mantendo as informações alinhadas com as novas descobertas científicas. Assim, profissionais da saúde podem oferecer recomendações alimentares baseadas nas mais recentes evidências científicas, algo que seria mais difícil de realizar em ambientes tradicionais de ensino.

Outro ponto relevante é a interatividade que as plataformas digitais proporcionam. Ao contrário dos métodos tradicionais, em que o aluno era, muitas vezes, um receptor passivo das informações, nas plataformas digitais ele se torna um participante ativo. A possibilidade de interagir com quizzes, simuladores e fóruns de discussão incentiva uma maior retenção do conhecimento e uma aplicação mais prática das informações recebidas. Isso se alinha com a necessidade de promover uma educação alimentar que não seja apenas informativa, mas também transformadora, ao estimular mudanças comportamentais que resultem em melhores escolhas alimentares (Dos Santos; Pataxó; Spier, 2022).

No entanto, apesar dos benefícios claros proporcionados pela educação nutricional digital, é necessário refletir sobre os desafios que ela impõe. O acesso à tecnologia ainda não é universal, e as disparidades digitais podem limitar a eficácia dessas iniciativas em determinadas populações. Além disso, o grande volume de informações disponíveis online, nem sempre provenientes de fontes confiáveis, pode gerar confusão e desinformação entre os usuários. Isso destaca a importância de promover uma curadoria criteriosa dos conteúdos oferecidos nas plataformas digitais, garantindo que o conhecimento veiculado seja baseado em evidências científicas (Fiorenzano, 2022).

Cabe destacar que a educação nutricional digital não substitui completamente as interações presenciais entre profissional de saúde e paciente. A tecnologia deve ser vista como um complemento, potencializando o alcance e a eficiência das estratégias de educação alimentar. O uso de plataformas digitais pode, por exemplo, ser uma ferramenta valiosa para o acompanhamento contínuo de pacientes, permitindo que os profissionais de saúde ajustem recomendações de forma remota e em tempo real, sem a necessidade de visitas presenciais frequentes (Dos Santos; Pataxó; Spier, 2022).

5.2 Impactos psicológicos da alimentação mediada por tecnologia

A dependência de aplicativos e redes sociais voltados para a nutrição tem mostrado uma relação direta com a percepção do corpo e a construção da autoimagem. As redes sociais, por exemplo, criam um ambiente onde padrões de beleza são disseminados com intensidade, influenciando a forma como as pessoas se veem e se relacionam com a comida. A partir dessa realidade, surge uma série de questões psicológicas, como a insatisfação corporal e o aumento de transtornos alimentares. Estudos indicam que a exposição frequente a esse tipo de conteúdo pode promover comportamentos alimentares disfuncionais, afetando negativamente o bem-estar emocional dos indivíduos (Alcântara, 2019).

O constante acesso a informações relacionadas à alimentação e saúde nas plataformas digitais pode gerar uma pressão social para a adoção de comportamentos considerados “ideais” de acordo com as tendências de saúde e nutrição. Essa pressão social é intensificada pela busca incessante de validação e aceitação por meio de curtidas e comentários, o que pode levar ao desenvolvimento de uma relação disfuncional com a alimentação. Pesquisas demonstram que a busca por aprovação social nas redes influencia negativamente a forma como indivíduos, especialmente jovens, percebem o próprio corpo e adotam comportamentos alimentares prejudiciais, como dietas restritivas e até o desenvolvimento de transtornos alimentares (Barros et al., 2018).

Além disso, a alimentação mediada por tecnologia tem a capacidade de intensificar sentimentos de ansiedade e estresse em relação ao que se come e como se come. A possibilidade de monitorar constantemente a ingestão de calorias, nutrientes e atividades físicas por meio de aplicativos pode levar a uma obsessão pela “alimentação perfeita”. Para algumas pessoas, essa obsessão culmina em comportamentos de controle excessivo, que se tornam prejudiciais tanto do ponto de vista psicológico quanto social. Barros et al. (2018) apontam que a automonitorização exacerbada pode contribuir para o desenvolvimento de ortorexia, uma preocupação obsessiva com a alimentação saudável que, paradoxalmente, pode trazer efeitos negativos para a saúde mental.

Os adolescentes, um dos principais grupos afetados por essas tecnologias, estão particularmente vulneráveis a esses impactos. O uso excessivo de redes sociais para compartilhar refeições, rotinas de exercícios e metas de perda de peso promove a comparação constante entre pares, o que contribui para a diminuição da autoestima e o aumento da ansiedade. Alcântara (2019) ressalta que a exposição constante a esses padrões de comportamento alimentar idealizados pode criar uma distorção da realidade, fazendo com que adolescentes e jovens adultos se sintam pressionados a seguir dietas restritivas para se adequar aos padrões estéticos promovidos nas redes.

Outro aspecto psicológico relevante refere-se à sobrecarga de informações relacionadas à alimentação e saúde encontradas na internet. A vasta quantidade de conteúdos conflitantes, muitas vezes não baseados em evidências científicas, pode gerar confusão e indecisão. Esse fenômeno, conhecido como “infoxicação”, está relacionado ao aumento da ansiedade alimentar, uma preocupação constante com o que se deve ou não comer. Barros et al. (2018) identificam que a exposição a essas informações contraditórias contribui para o aumento da insegurança alimentar, gerando um ciclo de incerteza e culpa em relação às escolhas alimentares diárias.

Os impactos psicológicos da alimentação mediada por tecnologia vão além da simples adesão a hábitos alimentares saudáveis. É fundamental considerar as complexidades emocionais que surgem no contexto da era digital, onde a relação com a alimentação passa a ser mediada por dispositivos que, ao invés de apenas promoverem a saúde, podem aumentar a vulnerabilidade psicológica dos indivíduos. O acompanhamento profissional e o desenvolvimento de estratégias de educação digital são essenciais para mitigar esses efeitos e promover uma relação mais equilibrada e consciente com a alimentação (Alcântara, 2019; Barros et al., 2018).

5.3 Desafios éticos e privacidade no uso de dados de saúde

A falta de transparência e a inadequada proteção das informações pessoais podem levar a violações significativas de privacidade. Um dos principais desafios enfrentados por esses sistemas é garantir que os dados sensíveis dos usuários, relacionados à saúde e à nutrição, sejam gerenciados de maneira ética, respeitando a confidencialidade e a autonomia dos indivíduos (Medeiros et al., 2018).

A coleta massiva de dados, como informações sobre hábitos alimentares e condições de saúde, é um dos aspectos centrais da inovação tecnológica na nutrição. No entanto, o tratamento dessas informações exige regulamentações rígidas e protocolos de segurança que garantam a privacidade dos usuários. Segundo Kerr et al. (2012), a coleta e o uso de dados nutricionais podem gerar benefícios significativos para a saúde pública, como a personalização de dietas e intervenções nutricionais baseadas em necessidades específicas. Entretanto, a falta de políticas claras de consentimento informado pode expor os indivíduos a riscos, especialmente quando as informações são compartilhadas com terceiros ou usadas para fins comerciais sem o devido conhecimento do usuário.

O avanço das tecnologias de Big Data e inteligência artificial na nutrição também intensifica os dilemas éticos relacionados à privacidade. Ao utilizar algoritmos para personalizar recomendações alimentares com base em grandes volumes de dados, há o risco de que as informações pessoais dos usuários sejam utilizadas para segmentação comercial ou marketing direcionado, sem o devido consentimento. Essa prática pode levar à manipulação dos hábitos alimentares dos consumidores, comprometendo a liberdade de escolha e a autonomia alimentar. Além disso, a análise de grandes volumes de dados pode gerar perfis detalhados dos usuários, o que representa um desafio ético relacionado ao uso dessas informações para influenciar comportamentos e decisões de consumo (Kerr et al., 2012).

Outro ponto crucial diz respeito à segurança dos sistemas que armazenam os dados coletados. A falta de mecanismos adequados de proteção pode resultar em vazamentos de informações sensíveis, afetando não apenas a privacidade dos usuários, mas também sua confiança em serviços de saúde digital. Medeiros et al. (2018) destacam que a adoção de medidas robustas de cibersegurança é imprescindível para garantir a integridade dos dados e proteger os indivíduos de possíveis ataques cibernéticos. No entanto, mesmo com o desenvolvimento de tecnologias mais seguras, a ameaça de invasões continua presente, o que exige uma vigilância constante por parte das empresas que gerenciam essas plataformas.

A transferência de dados entre diferentes países, onde as legislações de proteção de dados variam significativamente, representa um desafio adicional para a privacidade dos usuários. As regulações sobre a proteção de dados pessoais na União Europeia, por exemplo, são bastante rigorosas, enquanto outros países possuem normas mais flexíveis. Essa disparidade regulatória pode criar brechas que comprometem a segurança e a confidencialidade das informações dos usuários de plataformas nutricionais globais. A padronização de normas internacionais de proteção de dados pode ser uma solução para mitigar esses riscos, garantindo que os dados dos usuários sejam tratados de maneira ética e segura, independentemente da jurisdição onde estão sendo processados (Medeiros et al., 2018).

A proteção da privacidade no uso de dados de saúde na era digital exige uma colaboração estreita entre desenvolvedores de tecnologia, profissionais de saúde, formuladores de políticas e os próprios usuários. Somente por meio de uma abordagem conjunta, que priorize a segurança e o respeito aos direitos individuais, será possível garantir que a evolução tecnológica no campo da nutrição ocorra de maneira ética e responsável, beneficiando a saúde pública sem comprometer a privacidade e a autonomia dos indivíduos.

5.4 A influência da tecnologia na prática nutricional

Os aplicativos de nutrição têm se tornado ferramentas essenciais na prática nutricional, proporcionando aos usuários a possibilidade de registrar suas refeições, monitorar a ingestão de nutrientes e definir metas pessoais (Araújo et al., 2022). Essa interatividade não apenas engaja os pacientes, mas também fornece dados valiosos para os nutricionistas, permitindo uma análise mais detalhada dos hábitos alimentares de cada indivíduo. Além disso, os softwares de gestão nutricional têm facilitado o trabalho dos profissionais, permitindo a criação de planos alimentares personalizados com base em informações específicas de saúde, preferências alimentares e restrições nutricionais.

A teleconsulta, facilitada pela tecnologia, representa outro avanço significativo na prática nutricional. Com a pandemia de COVID-19, a demanda por atendimentos online cresceu substancialmente, obrigando os nutricionistas a se adaptarem a essa nova realidade (Barreto, 2024). O atendimento remoto não apenas mantém o vínculo entre o profissional e o paciente, mas também aumenta a acessibilidade aos serviços nutricionais, especialmente para aqueles que residem em áreas remotas ou que possuem dificuldades de locomoção. Essa modalidade de atendimento, apesar de seus desafios, como a falta de interação presencial e a necessidade de tecnologia adequada por parte dos pacientes, tem mostrado resultados positivos na adesão ao tratamento nutricional e na melhoria dos índices de saúde.

Outro ponto relevante é a aplicação de tecnologias de informação, que têm transformado a coleta e análise de dados na área da nutrição. A utilização de Big Data e inteligência artificial tem permitido a identificação de padrões de comportamento alimentar e o desenvolvimento de estratégias personalizadas para diferentes grupos populacionais. Essa análise de dados é essencial para entender melhor as necessidades nutricionais da população e elaborar campanhas de educação alimentar mais eficazes (Araújo et al., 2022). A personalização da nutrição, com base em dados demográficos, genéticos e comportamentais, é uma tendência crescente que promete transformar a prática nutricional nos próximos anos.

Além disso, a presença das redes sociais tem impactado a forma como as informações nutricionais são disseminadas. Os nutricionistas têm utilizado essas plataformas para compartilhar conteúdos educativos, promover hábitos saudáveis e interagir com seus seguidores (Barreto, 2024). No entanto, essa facilidade de comunicação também traz desafios, como a proliferação de informações errôneas e a dificuldade em filtrar conteúdos confiáveis. A responsabilidade dos profissionais de nutrição em orientar seus pacientes sobre as fontes adequadas de informação se torna crucial nesse cenário.

A intersecção entre tecnologia e nutrição é evidente, e suas consequências para a prática nutricional são profundas. As ferramentas digitais têm proporcionado maior controle e personalização na gestão da saúde alimentar, além de facilitar o acesso à informação e ao atendimento nutricional. Contudo, a efetividade dessas inovações depende de um uso consciente e responsável, com o devido respaldo científico, a fim de garantir que os indivíduos recebam orientações adequadas e seguras em sua jornada rumo a uma alimentação saudável.

5.5 Tecnologia e sustentabilidade na nutrição

A crescente conscientização sobre a necessidade de reduzir o desperdício alimentar e minimizar os impactos ambientais gerados pela produção de alimentos tem impulsionado o uso de tecnologias que facilitam essa transição. Ferramentas digitais, como aplicativos de gestão de alimentos, permitem que consumidores e empresas monitorem e gerenciem melhor seus estoques, contribuindo para a diminuição do desperdício. Segundo Silva (2021), as mídias sociais têm também um papel significativo na disseminação de informações sobre práticas sustentáveis, influenciando o comportamento alimentar das pessoas e promovendo uma maior valorização de produtos locais e orgânicos.

As plataformas digitais oferecem espaço para iniciativas que incentivam a produção e o consumo sustentável. Projetos que conectam agricultores locais diretamente aos consumidores, por meio de feiras virtuais e sistemas de entrega, estão se tornando cada vez mais comuns. Isso não apenas fortalece a economia local, mas também reduz a pegada de carbono associada ao transporte de alimentos. Puziski, Souza Dutra e Campos (2022) afirmam que a educação nutricional, mediada por tecnologias, pode aumentar a conscientização sobre a importância de escolher alimentos sustentáveis, orientando consumidores na seleção de produtos que respeitem práticas agrícolas responsáveis e que utilizem menos recursos naturais.

Além disso, a análise de dados e a inteligência artificial estão revolucionando a forma como as empresas do setor alimentício abordam a sustentabilidade. Com o uso de big data, é possível avaliar a eficiência dos processos produtivos e identificar oportunidades para a redução de resíduos e consumo excessivo de recursos. A integração de tecnologias de informação na gestão alimentar permite, portanto, não só uma melhoria na qualidade dos alimentos, mas também uma maior responsabilidade ambiental por parte das empresas. O estudo de Vermelho et al. (2014) destaca a importância da educação digital no fomento à sustentabilidade, argumentando que as redes sociais podem servir como plataformas de conscientização e engajamento em torno de práticas alimentares sustentáveis.

Outro aspecto relevante é o papel dos dispositivos vestíveis, que podem monitorar hábitos alimentares e fornecer feedback em tempo real sobre as escolhas alimentares dos usuários. Essas tecnologias possibilitam um acompanhamento mais próximo das práticas alimentares e a identificação de padrões que podem ser ajustados para promover uma alimentação mais sustentável. Esse tipo de interação não apenas incentiva hábitos alimentares mais saudáveis, mas também estimula a escolha de alimentos que têm um menor impacto ambiental. Assim, a tecnologia pode servir como aliada na busca por uma alimentação que prioriza a saúde individual e coletiva, ao mesmo tempo em que respeita o meio ambiente.

É essencial considerar as implicações éticas da adoção dessas tecnologias. Embora as inovações tecnológicas tragam muitos benefícios, elas também podem criar desafios, como a privacidade dos dados dos consumidores e a possibilidade de exclusão digital. Portanto, ao implementar soluções tecnológicas na nutrição, é fundamental garantir que todas as partes da população tenham acesso a essas ferramentas e que suas informações pessoais sejam protegidas. A discussão sobre a sustentabilidade na nutrição deve, portanto, incluir não apenas os benefícios das tecnologias, mas também uma análise crítica dos possíveis impactos sociais e éticos de sua implementação.

5.6 Futuro da nutrição: tendências tecnológicas emergentes

Um aspecto importante dessa transformação é a crescente utilização de aplicativos e plataformas digitais que promovem a personalização da dieta. A coleta e análise de dados pessoais, aliadas à inteligência artificial, têm permitido a elaboração de planos alimentares que consideram as necessidades nutricionais específicas de cada indivíduo, levando em conta fatores como idade, sexo, nível de atividade física e condições de saúde pré-existentes (Moreira, 2021).

Além disso, as mídias sociais desempenham um papel significativo na formação das percepções sobre alimentação e saúde. Elas servem como um espaço de compartilhamento de informações, onde influenciadores digitais e profissionais da saúde disseminam conteúdos que podem impactar diretamente as escolhas alimentares dos usuários. A literatura aponta que a influência da mídia nos hábitos alimentares, especialmente entre os adolescentes, é considerável. Estudos indicam que a exposição a conteúdos de nutrição nas mídias sociais pode promover tanto comportamentos alimentares saudáveis quanto contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares (Copetti; Quiroga, 2018). Isso demonstra a dualidade do papel da tecnologia na nutrição, onde, por um lado, pode incentivar práticas saudáveis e, por outro, pode gerar riscos à saúde mental.

A telemedicina é outra tendência que se destaca no futuro da nutrição. A possibilidade de consultas remotas tem se mostrado eficaz, especialmente em contextos em que o acesso a profissionais de saúde é limitado. A utilização de plataformas de videoconferência para o atendimento nutricional permite que mais pessoas recebam orientações personalizadas sem a necessidade de deslocamento (Lima et al., 2022). Essa mudança não apenas amplia o alcance dos serviços de nutrição, mas também facilita a continuidade do acompanhamento dietético, especialmente em tempos de pandemia, onde o contato físico foi severamente restringido.

Outro ponto a ser considerado é o papel crescente dos dispositivos vestíveis, que monitoram dados de saúde em tempo real, como a contagem de calorias, a qualidade do sono e a atividade física. Esses dispositivos fornecem informações valiosas que podem ser integradas às orientações nutricionais, permitindo uma abordagem holística e integrada à saúde (Moreira, 2021). A capacidade de coletar dados em tempo real representa uma evolução significativa no acompanhamento nutricional, possibilitando ajustes imediatos nas recomendações alimentares.

As inovações em biotecnologia também apresentam um futuro promissor para a nutrição. Avanços em alimentos funcionais e nutracêuticos, que são projetados para oferecer benefícios à saúde além da nutrição básica, estão se tornando cada vez mais comuns. A pesquisa em genética nutricional, que investiga como a predisposição genética de um indivíduo pode influenciar suas necessidades nutricionais, está em expansão. Essa abordagem permite a criação de dietas mais personalizadas, aumentando a eficácia das intervenções nutricionais e promovendo uma saúde otimizada (Lima et al., 2022).

Essas tendências tecnológicas emergentes destacam a transformação que a nutrição está vivendo na era digital, apresentando tanto oportunidades quanto desafios. A necessidade de um consumo crítico de informações provenientes das mídias sociais, a importância da personalização das dietas por meio da análise de dados e a crescente relevância da telemedicina são fatores que moldarão o futuro da nutrição. O papel da tecnologia na saúde alimentar é, portanto, um campo em constante evolução, exigindo uma adaptação contínua por parte dos profissionais de nutrição e dos indivíduos em busca de uma vida mais saudável.

A comparação entre os resultados de diferentes estudos sobre a interação entre tecnologia e nutrição revela uma série de convergências e divergências que contribuem para a compreensão do panorama atual e das tendências futuras na área. Um aspecto comum entre os estudos de Azevedo et al. (2016) e Mendes et al. (2020) é a ênfase na necessidade de um uso equilibrado das tecnologias digitais na nutrição. Azevedo et al. investigaram a dependência digital e seus efeitos cognitivos, indicando que, embora as tecnologias possam oferecer benefícios, sua utilização excessiva pode comprometer a saúde mental e a qualidade das interações sociais, afetando, assim, a alimentação e a saúde dos indivíduos. Mendes et al., por sua vez, destacaram a importância das ações educativas em nutrição mediadas por tecnologias digitais, especialmente durante a pandemia de Covid-19, sugerindo que o uso responsável dessas tecnologias pode favorecer a educação nutricional e melhorar a adesão a hábitos saudáveis.

Em contraste, o estudo de Brasil e de Obaldía Díaz (2021) sobre a criação de um talher inteligente para pacientes com Parkinson ilustra como a inovação tecnológica pode diretamente impactar a qualidade de vida de grupos específicos. Essa pesquisa evidencia que as soluções tecnológicas podem ser desenvolvidas com o foco em necessidades particulares, promovendo autonomia e facilitando a alimentação. Enquanto Azevedo et al. enfatizam a necessidade de um uso equilibrado das tecnologias digitais, Brasil e de Obaldía Díaz mostram um exemplo prático de como a tecnologia pode ser utilizada para resolver problemas específicos, destacando a importância da personalização no desenvolvimento de utensílios que promovam a alimentação saudável.

No que tange ao uso de mídias sociais na educação alimentar, os resultados de Andrade Veloso e Almeida (2022) e dos Santos et al. (2021) convergem ao apontar a influência significativa dessas plataformas na formação de hábitos alimentares, principalmente entre crianças e adolescentes. Ambos os estudos ressaltam que as mídias eletrônicas podem moldar comportamentos alimentares, enfatizando a necessidade de estratégias de comunicação eficazes para promover a alimentação saudável. No entanto, enquanto Andrade Veloso e Almeida se concentram na construção de hábitos na infância, os Santos et al. discutem ações educacionais durante a pandemia, indicando que as tecnologias digitais podem servir como ferramentas versáteis em diferentes contextos temporais e demográficos.

A análise de Chen et al. (2015) sobre a qualidade de aplicativos para perda de peso complementa essa discussão ao revelar a popularidade das ferramentas digitais entre os usuários que buscam melhorar seus hábitos alimentares. A eficácia demonstrada por esses aplicativos se alinha com os resultados de Cupari (2014), que argumenta a favor de intervenções personalizadas mediadas por tecnologias. Ambos os estudos mostram que as tecnologias digitais podem ser aliadas valiosas na promoção de hábitos alimentares saudáveis, mas também ressaltam a importância de uma avaliação crítica das ferramentas disponíveis, a fim de garantir que os usuários tenham acesso a informações precisas e úteis.

Os estudos de Rodrigues (2022) e de Trajano (2022) abordam a transformação digital no setor saúde e os desafios enfrentados por pequenos negócios, respectivamente. Enquanto Rodrigues destaca as inovações tecnológicas na prática nutricional, Trajano reflete sobre como essas inovações exigem adaptação e resiliência dos profissionais da saúde e dos empreendimentos na área. Essa discussão evidencia que, apesar dos avanços e das oportunidades trazidas pela digitalização, a implementação efetiva dessas tecnologias requer uma adaptação significativa por parte de todos os envolvidos.

A análise das mídias sociais feita por Copetti (2018) complementa os achados ao mostrar a importância da comunicação digital na promoção da saúde. A interação entre tecnologias digitais e hábitos alimentares é um campo complexo, onde as vantagens trazidas pelas inovações devem ser cuidadosamente balanceadas com os riscos associados, como a desinformação. A reflexão sobre os impactos das mídias sociais na alimentação saudável é essencial para que se desenvolvam abordagens que realmente promovam mudanças comportamentais benéficas.

Esses resultados, quando considerados em conjunto, oferecem uma visão abrangente sobre a interação entre tecnologia e nutrição, destacando tanto as oportunidades quanto os desafios. A integração de tecnologias digitais na nutrição não se limita a uma única abordagem ou solução; ao contrário, exige uma análise crítica e contextualizada, que leve em conta as diversas necessidades e realidades dos indivíduos e das comunidades. Essa discussão não apenas enriquece o entendimento atual sobre o tema, mas também indica direções futuras para pesquisas e práticas na área da nutrição.

O papel das tecnologias digitais na promoção da saúde e da nutrição não deve ser visto apenas como um conjunto de soluções prontas, mas sim como uma abordagem colaborativa, onde a pesquisa, a prática clínica e a experiência do usuário se entrelaçam. Os estudos de Chen et al. (2015) e Cupari (2014) enfatizam a importância da avaliação rigorosa das tecnologias disponíveis, destacando que nem todas as ferramentas digitais são igualmente eficazes. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde e nutrição desenvolvam uma compreensão crítica das tecnologias que utilizam, para orientar os usuários na escolha de recursos que verdadeiramente contribuam para a promoção de hábitos alimentares saudáveis.

A reflexão sobre a utilização das tecnologias digitais na nutrição é, portanto, uma oportunidade de promover um ambiente de aprendizado e troca de conhecimentos, onde a tecnologia serve como um suporte para a saúde e o bem-estar. A educação e a comunicação eficaz são peças-chave para garantir que as inovações tecnológicas sejam utilizadas de maneira a beneficiar a população, evitando os riscos associados à desinformação e ao uso excessivo das redes sociais. A pesquisa contínua e a prática reflexiva são essenciais para navegar nesse cenário em constante mudança, onde as tecnologias não são apenas ferramentas, mas também catalisadores de transformação na saúde alimentar. A promoção de uma alimentação saudável e equilibrada, mediada pela tecnologia, deve ser um objetivo compartilhado por todos os profissionais da área, visando sempre a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

6 CONCLUSÃO

A intersecção entre tecnologia e nutrição é um fenômeno que tem se intensificado nos últimos anos, transformando radicalmente a forma como se compreende e se pratica a saúde alimentar. A evolução das ferramentas digitais, incluindo aplicativos, plataformas de telemedicina e dispositivos vestíveis, tem proporcionado uma abordagem mais personalizada e acessível à nutrição. Essa personalização se reflete na capacidade de elaborar planos alimentares que atendam às necessidades específicas de cada indivíduo, com base em dados coletados em tempo real. Assim, a tecnologia emerge não apenas como um facilitador, mas como um componente essencial na promoção de hábitos alimentares saudáveis.

A disseminação de informações sobre nutrição nas mídias sociais tem desempenhado um papel fundamental na formação das percepções e comportamentos alimentares, especialmente entre os jovens. Enquanto essas plataformas oferecem um espaço para a educação nutricional e o compartilhamento de experiências, também apresentam riscos associados à desinformação e à idealização de padrões de beleza. Essa dualidade ressalta a necessidade de um consumo crítico de informações e de uma orientação adequada por parte de profissionais da saúde. A responsabilidade recai sobre esses profissionais para que utilizem essas ferramentas como aliadas na promoção de uma alimentação saudável e equilibrada.

A telemedicina, como uma das inovações mais impactantes na prática nutricional, tem ampliado o acesso aos serviços de saúde. Essa modalidade de atendimento permite que indivíduos, independentemente de sua localização geográfica, possam ter acesso a orientações nutricionais de qualidade. Essa democratização do acesso representa um avanço significativo na promoção da saúde, pois muitos ainda enfrentam barreiras relacionadas à distância ou à falta de recursos para consultas presenciais. A eficácia dessa abordagem tem se mostrado especialmente relevante em situações de emergência, como a pandemia de COVID-19, quando o contato físico foi severamente limitado.

Os dispositivos vestíveis têm se mostrado como aliados poderosos na coleta de dados sobre a saúde e o bem-estar. Esses dispositivos fornecem informações em tempo real, permitindo que os usuários monitorem seu comportamento alimentar e suas atividades físicas de maneira mais eficaz. A análise desses dados pode ser utilizada para ajustar planos alimentares e promover mudanças de comportamento que sejam sustentáveis a longo prazo. Essa integração de dados não apenas capacita os indivíduos a tomarem decisões informadas sobre sua saúde, mas também fornece aos profissionais de nutrição ferramentas valiosas para um acompanhamento mais próximo e eficaz.

A biotecnologia, por sua vez, está se posicionando como uma área de pesquisa em franca expansão dentro da nutrição. O desenvolvimento de alimentos funcionais e nutracêuticos, que visam atender a necessidades específicas de saúde, representa um novo paradigma na maneira como a alimentação pode ser utilizada como uma forma de intervenção preventiva e terapêutica. A personalização das dietas com base em dados genéticos e metabólicos está no horizonte, abrindo novas possibilidades para intervenções mais eficazes e direcionadas.

As tendências tecnológicas emergentes na nutrição revelam um cenário dinâmico, onde a inovação se torna um pilar central na busca por uma saúde alimentar melhor. No entanto, é fundamental que essa evolução aconteça de maneira consciente e responsável. A formação e atualização contínua dos profissionais de nutrição são essenciais para que possam utilizar essas ferramentas de forma crítica e eficaz. Além disso, o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a educação em saúde e nutrição, aliadas ao uso responsável da tecnologia, se torna indispensável para maximizar os benefícios dessa transformação.

A integração da tecnologia na nutrição não deve ser vista como uma mera substituição das abordagens tradicionais, mas sim como uma complementaridade que enriquece a prática profissional. O futuro da nutrição na era digital promete ser repleto de oportunidades, mas também apresenta desafios que devem ser enfrentados com responsabilidade e ética. Portanto, é essencial que todos os envolvidos, desde profissionais de saúde até consumidores, se empenhem em construir um ambiente no qual a tecnologia possa realmente contribuir para a promoção de uma alimentação saudável e equilibrada, garantindo que os avanços tecnológicos resultem em melhorias concretas na qualidade de vida da população.

7  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1Discente do Curso de Nutrição pela Universidade Veiga de Almeida. E-mail: rosa_danydossantos@hotmail.com;
2Docente do Curso de Nutrição pela Universidade Veiga de Almeida