REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202504151841
Fabiani Calabrez De Andrade
RESUMO- O Vaginismo é uma disfunção sexual (DS) acomete diversas faixas etárias, e impacta diretamente na qualidade de vida das mulheres. Ela leva a contração vaginal involuntária, causando desconforto, ardência, dor, problemas com a penetração ou total incapacidade de ter relações sexuais. Compreender e abordar este tema deve fazer parte da rotina de atendimento à saúde da mulher, podendo assim esclarecer essa disfunção pouco conhecida e muito comum, oferecendo possibilidades de busca por tratamentos que melhorem a qualidade de vida. O objetivo deste trabalho é promover uma abordagem inovadora, com o uso do equipamento ADORNED® e através de sua emissão de ondas de alta frequência, como forma contribuição para profissionais na área de reabilitação em disfunções sexuais, como também para pacientes que portam esse tipo de problema e buscam orientações e tratamento do vaginismo.
PALAVRAS-CHAVE: ADORNED®. Vaginismo. Alta frequência. Corrente elétrica.
INTRODUÇÃO
A sexualidade é um dos indicadores de qualidade de vida. O desejo ou apetência é a vontade de participar da atividade sexual. Ele pode ser desencadeado por pensamentos ou por sinais verbais ou visuais, sendo um estágio mais subjetivo, onde entram as características individuais. O orgasmo é o pico ou clímax da excitação sexual, sendo objetivamente caracterizado pelo quadro miotônico das contrações musculares reflexas (TOZO et al, 2007).
Para muitas pessoas, ter relações sexuais é extremamente doloroso ou até mesmo impossível, e um dos principais motivos é um problema prevalente, mas pouco discutido. Pois, social e culturalmente falar sobre sexo dá a impressão de que todos estão fazendo, e é sempre divertido e agradável. Mas, para muitas pessoas, ter relações sexuais é extremamente doloroso ou até mesmo impossível. E uma das principais causas de sexo doloroso é o vaginismo (ELIAS, 2020).
O vaginismo é uma persistente contração involuntária da musculatura da vagina que interfere na penetração, impedindo a relação sexual e podendo comprometer as relações interpessoais e conjugais. A contração ocorre nos músculos perineais e elevador do ânus e sua intensidade pode variar de ligeira, tolerando algum tipo de penetração, a grave, impossibilitando-a (DAIANE, 2018).
Com a evolução tecnológica a utilização de equipamentos de alta performance vem ganhando espaço no mercado da saúde estética. Com isso, o número de procedimentos e possibilidades de tratamento tem aumentado muito. Essa divisão didática engloba todos os recursos mais importantes como a Eletroterapia, que refere-se a equipamentos que geram corrente elétrica e podem produzir efeitos analgésicos, antiinflamatórios, antiedematosos, fortalecimento muscular para melhora da função, entre outros (FUKUDA, 2015).
A eletroestimulação é aplicada na fisioterapia desde o século XVIII, porém durante os últimos 20 anos, esse método vem sendo utilizado no tratamento de contraturas, no fortalecimento de músculos atrofiados, para reeducar músculos inervados, mas paralisados, para controlar a espasticidade remanescente a curto prazo, além de ser também um efetivo complemento no controle da dor (TEIXEIRA, 2008).
Neste sentido a empresa DERMIUS (2012), trouxe para o mercado a máquina ADORNED®, que é um equipamento de ondas de alta frequência, com intuito de devolver saúde e funcionalidade a região íntima da mulher. DERMIUS, (2012) está há anos desenvolvendo, testando e lançando equipamentos de excelência, para assim, proporcionar resultados satisfatório a seus clientes.
1 DESENVOLVIMENTO
O canal vaginal desempenha um duplo papel: proporcionam meios físicos de expressão sexual, e é elemento participante do mecanismo de concepção. As mudanças anatômicas tanto a expansão como a lubrificação, acontecem conforme aumenta atenção sexual e sob a influência dos estímulos quer sejam eles de ordem somatogênica ou psicogênica. É um fenômeno proveniente das paredes do canal da vagina. A lubrificação que possibilita a mulher responsiva a penetração do pênis de forma facilitada, evitando o surgimento de dores. Essa lubrificação surge de uma dilatação acentuada dos vasos venosos que circundam todo o canal vaginal, transformando-se numa reação vaso congestiva maciça (JUNIOR, 2008).
No vaginismo, os músculos vaginais se contraem involuntariamente, apesar do desejo da mulher pela relação sexual, geralmente começa quando a mulher tenta ter relação sexual pela primeira vez.
…às vezes, ele surge mais tarde, por exemplo, quando a mulher tentar praticar relação sexual enquanto está emocionalmente abalada. Uma vez que a relação sexual pode ser dolorosa, a mulher a teme, deixando os músculos ainda mais apertados e causa ou aumenta a dor na relação sexual. Uma reação reflexa é criada, de modo que, quando a vagina é pressionada ou às vezes até mesmo apenas tocada, os músculos vaginais se contraem automaticamente (reflexivamente). A maioria das mulheres, portanto, não consegue tolerar a relação sexual ou qualquer atividade sexual que envolva penetração. Algumas mulheres não conseguem tolerar a inserção de um absorvente interno ou nunca nem quiseram experimentar. No entanto, a maioria das mulheres com vaginismo desfruta de atividade sexual que não envolva penetração (BASSON, 2014).
O vaginismo pode ser classificado em primário e secundário. O primário é definido quando a mulher é incapaz de manter relações sexuais devido às contrações involuntárias da parede da vagina; o secundário ocorre quando a mulher eventualmente teve relações sexuais, porém não é mais hábil a mantê-las devido à mesma etiologia. É geralmente nesses casos que o vaginismo vem acompanhado de dispareunia (DAIANE, 2018).
A saúde sexual é fundamental para a saúde geral e o bem-estar de indivíduos, casais e famílias, e para o desenvolvimento social e econômico de comunidades e países. De acordo com a definição atual de trabalho, saúde sexual é:
“… Um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade; não é meramente a ausência de doença, disfunção ou enfermidade. A saúde sexual requer uma abordagem positiva e respeitosa da sexualidade e das relações sexuais, bem como a possibilidade de ter experiências sexuais prazerosas e seguras, livres de coerção, discriminação e violência. Para que a saúde sexual seja alcançada e mantida, os direitos sexuais de todas as pessoas devem ser respeitados, protegidos e cumpridos.” (OMS, 2006)
A Classificação Internacional de Doenças em sua décima edição (CID-10) caracteriza a resposta sexual como um processo psicossomático e ambos os processos, psicológico e somático, estão usualmente envolvidos na causa de disfunção sexual, sendo esta última definida como: “os vários modos em que o indivíduo é incapaz de participar da relação sexual como ele desejaria”; seja por falta de interesse, falta de prazer, por falha das respostas fisiológicas necessárias para a interação sexual efetiva (ereção) ou, ainda, por incapacidade de controlar ou experimentar o orgasmo (CID-10).
O campo de fisioterapia em saúde da mulher é ainda, pouco difundido. A fisioterapia aplicada à uroginecologia é voltada para o tratamento de incontinência urinária e disfunções gerais do assoalho pélvico ou períneo, entre elas, as disfunções sexuais, como o vaginismo. Uma vez que o problema neste caso é essencialmente o mal funcionamento (contração excessiva sem relaxamento suficiente) de um músculo, este é um campo de tratamento fisioterapêutico (BARDIN, 2014).
As correntes utilizadas em eletroterapia podem ter efeitos eletroquímicos, motores ou sensitivos. Podem variar ainda quanto à frequência e as formas de onda. Para uma boa compreensão sobre os efeitos da eletroterapia, é importante ter em mente alguns aspectos básicos relativos à corrente elétrica, frequência de onda, forma de onda. Assim temos: Baixa frequência: 1 a 1000 Hz, mas utilizada na prática clínica a faixa de 1 a 200 Hz. Média Frequência: 1.000 a 100.000 Hz, sendo utilizado na eletroterapia de 2.000a 4.000 Hz. Alta Frequência: Acima de 100 mil Hz (DUARTE, 2007).
O ADORNED® é um equipamento que promove a retração dos tecidos e estímulo de colágeno através emissão de ondas elétricas de alta frequência, variáveis entre 3.0 Mhz. e 6.0 Mhz. desenvolvido para ser utilizado exclusivamente nas áreas de estética íntima, seu mecanismo de ação é ocasionado por meio de ondas de alta frequência no formato “dente de serra” ou “onda rica”, essas ondas não sinusoidais de amplo espectro para utilização na área da estática são exclusividade da DERMIUS e proporciona resultados incríveis desde a primeira sessão (DERMIUS, 2012).
Essas ondas são produzidas a partir da transformação da energia elétrica convencional em ondas mecânicas eletromagnéticas de amplo espectro. Suas ponteiras de aplicação do ADORNED® foram desenvolvidas e fabricadas através da tecnologia de “Impressão 3D de adição de metais”, combinando os elementos AÇO CIRÚRGICO, OURO e PALÁDIO com o objetivo de garantir a precisão e o melhor resultado nos protocolos executados pelo equipamento (DERMIUS, 2012).
A empresa DERMIUS, 2012 afirma ainda que, no tratamento do vaginismo o ADORNED® atua com efeito analgésico pela teoria das comportas ou portão que é o mecanismo mais relevante, além da ativação/produção de substâncias endógenas como as endorfinas. Também tem ação vasodilatadora, onde a corrente elétrica impede a secreção de noradrenalina produzindo vasodilatação passiva, que é produzida pela histamina quando a musculatura é estimulada pela caneta do ADORNED® emissora da corrente, levando assim ao relaxamento muscular da região a ser tratada.
2 CONCLUSÃO
A conclusão é que, nesses casos, um tratamento individualizado, respeitando a definição do paciente, e levando em conta o complexo emocional, cultural, psicológico e fatores relacionais, ampliando a abordagem clássica a esta patologia, é benéfico.
Percebe-se o quanto ao uso da estimulação elétrica neuromuscular, utilizado durante as diferentes fases da reabilitação, nas diversas doenças que afetam o períneo, ainda é relativamente polêmico. As divergências quanto à segurança e efetividade na aplicação de eletroestimulação no fortalecimento e relaxamento de músculos saudáveis são tão grandes quanto aquelas encontradas em músculos acometidos por lesão e/ou fraqueza. A difícil determinação quanto à efetividade da eletroestimulação neuromuscular faz-se também, pela metodologia falha apresentada por muitos dos artigos pesquisados.
Muitos autores sugerem que o uso da eletroestimulação possa favorecer o prognóstico das patologias de assoalho pélvico feminino, e correntes excitomotoras devem ser empregadas juntamente a outros profissionais de saúde atuantes na área.
Diante disso, fica aberta as possíveis discussões futuras sobre diagnóstico e tratamento de disfunções no assoalho pélvico e região de períneo.
Ao término deste estudo pode-se concluir que a estimulação elétrica neuromuscular já se tornou um importante complemento para inúmeros programas de tratamentos utilizados na fisioterapia e na estética.
3 REFERÊNCIAS
BARDIN, Marcela Grigol. Disfunção sexual e vaginismo. ihera.com.b. campinas, 2014. Disponível em: http://ihera.com.br/noticias/disfunc-o-sexual-e-vaginismo/. Acesso em: 9 nov. 2021.
BASSON, Rosemary. Vaginismo. www.msdmanuals.com. 2014. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAdefeminina/disfun%C3%A7%C3%A3o-sexual-em-mulheres/vaginismo. Acesso em: 9 nov. 2021.
CID-10. Vaginismo: SUBCATEGORIA: N94.2 – Vaginismo. www.hidoctor.com.br. Disponível em: https://www.hidoctor.com.br/cid10/p/capitulo/14/grupo/N80N98/categoria/N94/subcategoria/N942. Acesso em: 6 nov. 2021.
Daiane. VAGINISMO. pt.scribd.com. 2018. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/393712324/VAGINISMO. Acesso em: 6 nov. 2021.
DUARTE, Dany. Eletroterapia. pt.scribd.com. 2011. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/56943474/Eletroterapia. Acesso em: 6 nov. 2021.
ELIAS, ANITA M. Vaginismo: entenda o que é a condição que causa dor durante o sexo. revistagalileu.globo.com. revistagalileu.globo.com, 2020. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2020/12/vaginismoentenda-o-que-e-condicao-que-causa-dor-durante-o-sexo.html. Acesso em: 6 nov. 2021.
FERREIRA, Míriam. O Alta-Frequência aplicado na estética. 2014. Disponível em: https://pt.slideshare.net/survivingmiriam/o-alta-freqncia?from_action=save. Acesso em: 6 nov. 2021.
FUKUDA, Thiago. Eletroterapia: Recursos Físicos. 2015. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/275751595/Eletroterapia. Acesso em: 6 nov. 2021
JUNIOR, Oswaldo M. Rodrigues; PROTTI, Fatima. VAGINISMO, QUEM CALA, NEM SEMPRE CONSENTE! biblioteca24horas, v. 1, f. 55. 110 p
OMS, Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa, incluindo o Programa Especial de Pesquisa em Reprodução Humana (HRP) copatrocinado pela ONU-OMS. Saúde sexual. www.who.int/health. Estados Unidos da América, 2006. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/sexual-health#tab=tab_1. Acesso em: 6 nov. 2021.
TEIXEIRA, Léa Stajnbok et al. Corrente excitomotora e força muscular em reabilitação: revisão de literatura. www.efdeportes.com. Revista Digital – Buenos Aires, 2008. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd121/corrente-excitomotora-e-forcamuscular-em-reabilitacao.htm. Acesso em: 6 nov. 2021.
TOZO, Imaculada Marino et al. Disfunção sexual feminina: a importância do conhecimento e do diagnóstico pelo ginecologista. Arq. Med Hosp. Fac. Cienc. Med Santa Casa São Paulo, São Paulo, 2007. ARTIGO DE REVISÃO.