CLIMATE CHANGE AND TROPICAL DISEASES IN MANAUS: CHALLENGES FOR NURSING IN PREVENTION AND CARE.
CAMBIO CLIMÁTICO Y ENFERMEDADES TROPICALES EN MANAOS: DESAFÍOS DE LA ENFERMERÍA EN PREVENCIÓN Y CUIDADO.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202504131250
Ailton Souza da Costa Júnior1
Adriano dos Santos Oliveira2
Adriely Damasceno dos Santos3
Dayenne Campelo Lopes Rodrigues4
Rafaela Arrais e Silva5
Sara Ruiz da Silva6
Resumo
Este artigo trata-se de um estudo do tipo Revisão de Literatura, cujo objetivo é reunir e analisar publicações científicas sobre as Mudanças Climáticas e Doenças Tropicais em Manaus: Desafios para a Enfermagem na Prevenção e Cuidado. A metodologia adotada visa proporcionar uma visão ampla e atualizada sobre o tema, com base em evidências científicas publicadas. Para a coleta de dados, foram selecionados artigos disponíveis nas bases Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). O estudo incluiu artigos originais publicados no Brasil, em português, entre 2021 e 2025, excluindo trabalhos que não atendiam aos critérios estabelecidos ou que não contemplavam pelo menos dois dos descritores mencionados. Exceções foram feitas para normativas e legislações vigentes sobre o tema. Os resultados destacam a relevância do papel da enfermagem na prevenção e controle das doenças tropicais frente às mudanças climáticas, enfatizando desafios e estratégias para mitigação dos impactos na saúde pública.
Palavras-chave: “Mudanças Climáticas”, “Doenças Tropicais”, “Prevenção”, “Enfermagem”, “Assistência”.
Abstract
This article is a Literature Review study, whose objective is to gather and analyze scientific publications on Climate Change and Tropical Diseases in Manaus: Challenges for Nursing in Prevention and Care. The methodology adopted aims to provide a broad and updated view on the subject, based on published scientific evidence. For data collection, articles available in the Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Latin American Literature in Health Sciences (LILACS) and Virtual Health Library (VHL) databases were selected. The study included original articles published in Brazil, in Portuguese, between 2021 and 2025, excluding studies that did not meet the established criteria or that did not include at least two of the descriptors mentioned. Exceptions were made for regulations and legislation in force on the subject. The results highlight the relevance of the role of nursing in the prevention and control of tropical diseases in the face of climate change.
Keywords: Keywords: “Climate Change”, “Tropical Diseases”, “Prevention”, “Nursing”, “Care”.
Resumen
Este artículo es un estudio de Revisión de la Literatura, cuyo objetivo es reunir y analizar publicaciones científicas sobre Cambio Climático y Enfermedades Tropicales en Manaus: Desafíos para la Enfermería en la Prevención y el Cuidado. La metodología adoptada tiene como objetivo proporcionar una visión amplia y actualizada sobre el tema, basada en la evidencia científica publicada. Para la recolección de datos se seleccionaron artículos disponibles en las bases de datos Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Latin American Literature in Health Sciences (LILACS) y Virtual Health Library (BVS). El estudio incluyó artículos originales publicados en Brasil, en portugués, entre 2021 y 2025, excluyendo los estudios que no cumplieron con los criterios establecidos o que no incluyeron al menos dos de los descriptores mencionados. Se exceptúan las normas y legislación vigente en la materia. Los resultados resaltan la relevancia del papel de la enfermería en la prevención y control de enfermedades tropicales frente al cambio climático.
Palabras clave: Cambio Climático”, “Enfermedades Tropicales”, “Prevención”, “Enfermería”, “Cuidados”.
1 Introdução
As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais da atualidade, impactando diversos aspectos da saúde pública, o aumento das temperaturas, a alteração nos padrões de chuvas e a intensificação de eventos climáticos extremos contribuem para a proliferação de doenças tropicais, especialmente em regiões de clima quente e úmido, como Manaus (Andrade, 2024). Essas mudanças afetam diretamente a incidência de doenças infecciosas transmitidas por vetores, como dengue, Chikungunya, Zika e malária, exigindo uma adaptação contínua dos sistemas de saúde.
Em Manaus, localizada na região amazônica, os efeitos das mudanças climáticas são particularmente preocupantes devido às características ambientais que favorecem a disseminação dessas enfermidades, o aumento da umidade e das temperaturas cria condições ideais para a reprodução de mosquitos vetores, como o Aedes aegypti e o Anopheles spp (Cabral, 2023). Além disso, as condições socioeconômicas e a falta de infraestrutura adequada em algumas áreas urbanas ampliam a vulnerabilidade da população, tornando a prevenção e o controle dessas doenças ainda mais desafiadoras.
Diante desse cenário, a atuação da enfermagem torna-se fundamental na prevenção e no cuidado de pacientes acometidos por doenças tropicais, os profissionais de enfermagem desempenham um papel essencial na educação em saúde, no monitoramento epidemiológico e na assistência direta aos pacientes (Silva, 2023). A capacitação adequada desses profissionais é crucial para a detecção precoce dos casos, a orientação da população e a implementação de medidas preventivas eficazes.
A adaptação das práticas de enfermagem frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas requer uma abordagem multidisciplinar e estratégias inovadoras, o uso de tecnologias para o monitoramento de surtos, a ampliação de campanhas de vacinação e a promoção de hábitos preventivos são algumas das medidas que podem ser implementadas (Chamy et al., 2025).
Além disso, é fundamental que políticas públicas sejam reforçadas para garantir melhores condições sanitárias e de atendimento à população exposta a riscos crescentes. Dessa forma, compreender os desafios da enfermagem nesse cenário e propor estratégias eficazes de cuidado torna-se fundamental para fortalecer a saúde pública e mitigar os impactos das mudanças climáticas na qualidade de vida da população amazonense.
Este artigo tem como objetivo investigar a relação entre as mudanças climáticas e o crescimento da incidência de doenças tropicais na cidade de Manaus, analisando de que maneira fatores como o aumento da temperatura, a intensificação das chuvas e a expansão de vetores transmissores impactam a saúde da população.
Além disso, busca-se destacar os principais desafios enfrentados pela enfermagem na implementação de estratégias de prevenção, controle e assistência aos pacientes, considerando as dificuldades de acesso a serviços de saúde, a necessidade de capacitação profissional e a importância de políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos dessas mudanças no contexto amazônico.
2 Metodologia
Este artigo trata-se de um estudo do tipo Revisão de Literatura, cujo objetivo é reunir e analisar publicações científicas sobre as Mudanças Climáticas e Doenças Tropicais em Manaus: Desafios para a Enfermagem na Prevenção e Cuidado. A metodologia de revisão foi selecionada com o intuito de proporcionar uma visão ampla e atualizada sobre o tema, a partir de evidências científicas já publicadas.
Para a realização deste estudo, foram utilizados artigos científicos disponíveis nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os descritores aplicados na busca foram: “Mudanças Climáticas”, “Doenças Tropicais”, “Prevenção”, “Enfermagem”, “Assistência”. A combinação desses termos permitiu identificar trabalhos relevantes para a compreensão das Mudanças Climáticas e Doenças Tropicais em Manaus.
Os critérios de inclusão definidos para este estudo contemplaram periódicos e artigos originais publicados no Brasil, redigidos em português, entre os anos de 2021 a 2025.
Foram excluídos estudos que não correspondiam aos objetivos estabelecidos, bem como aqueles que não continham, no mínimo, dois dos descritores mencionados. Exceções foram feitas para legislações e normativas vigentes que tratam do tema.
3 Mudanças Climáticas e Seus Impactos na Saúde Pública
As mudanças climáticas representam um desafio global crescente, afetando diretamente a saúde pública e alterando a distribuição geográfica de diversas enfermidades, o aumento das temperaturas, a elevação do nível do mar e a intensificação de eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, contribuem para a modificação do ecossistema e influenciam a incidência de doenças infecciosas e crônicas (Cabral, 2024). Em regiões tropicais, como o Amazonas, essas mudanças potencializam a proliferação de vetores, comprometendo o controle epidemiológico de enfermidades como dengue, malária e febre amarela.
A elevação da temperatura média global favorece a expansão da área de reprodução de vetores, prolongando sua sobrevivência e aumentando a taxa de transmissão de patógenos, além disso, eventos extremos, como enchentes e deslizamentos de terra, agravam as condições sanitárias, comprometendo o abastecimento de água potável e a infraestrutura de esgotamento sanitário, o que favorece surtos de doenças de veiculação hídrica, como leptospirose e hepatite A (Yin, 2017)
A vulnerabilidade da população a esses efeitos está diretamente relacionada a fatores socioeconômicos e à capacidade de resposta dos sistemas de saúde, em áreas urbanas com déficit de saneamento e alta densidade populacional, o risco de contaminação por agentes infecciosos é ampliado, exigindo maior vigilância epidemiológica e estratégias eficazes de prevenção (Sema, 2024). Além disso, as mudanças climáticas podem intensificar casos de doenças respiratórias e cardiovasculares devido ao aumento da poluição atmosférica e das queimadas.
As secas são eventos climáticos extremos que impactam diretamente a vida financeira da população, especialmente em regiões que dependem da agricultura e da pecuária, a falta de chuvas reduz a produção de alimentos, levando ao aumento dos preços e dificultando o acesso a itens básicos para muitas famílias (Silva, 2024).
Diante disso, pequenos agricultores, que têm menos recursos para investir em irrigação, são os mais afetados, enfrentando perdas significativas em suas colheitas e, consequentemente, na renda familiar.
Além da agricultura, a pecuária também sofre grandes prejuízos durante períodos de seca, a escassez de pastagem e a falta de água reduzem a produção de leite e carne, impactando os criadores e os mercados locais, o aumento dos custos para manter os animais saudáveis faz com que muitos produtores tenham que vender seus rebanhos a preços baixos, agravando ainda mais a crise financeira (Veras, 2024).
A escassez de água também afeta diretamente o abastecimento das cidades, levando ao racionamento e ao aumento dos custos para obtenção de água potável, muitas famílias precisam comprar água de caminhões-pipa ou investir em soluções de armazenamento, o que representa um gasto extra significativo (Santiago, 2021). Em comunidades mais carentes, onde o acesso à água já é limitado, a seca pode levar a condições insalubres e ao aumento de doenças relacionadas à falta de higiene.
A crise econômica gerada pela seca impacta não apenas os produtores rurais, mas também o comércio e o setor de serviços, com menos dinheiro circulando, as vendas diminuem e muitos negócios precisam reduzir suas atividades ou até mesmo fechar (Silva, 2024). O desemprego cresce, aumentando a vulnerabilidade das famílias e dificultando a recuperação financeira da população afetada.
Outro efeito preocupante das secas prolongadas é a insegurança alimentar, a redução na produção agrícola e o encarecimento dos alimentos tornam a nutrição adequada um desafio para muitas famílias, crianças e idosos são os mais vulneráveis à desnutrição, pois suas necessidades nutricionais são mais exigentes (Cabral, 2024). A carência de alimentos ricos em vitaminas e minerais pode levar a problemas de saúde a longo prazo.
A desidratação também se torna uma ameaça séria durante períodos de seca, com a escassez de água potável, muitas pessoas acabam consumindo água de fontes não tratadas, aumentando o risco de infecções e doenças gastrointestinais, além disso, a falta de água pode afetar a produção de alimentos e a higiene pessoal, contribuindo para a propagação de enfermidades (Amazonas, 2024).
As secas prolongadas também levam a deslocamentos populacionais, pois muitas famílias, sem condições de sustento, migram para outras regiões em busca de melhores oportunidades, esse êxodo rural pode sobrecarregar as cidades, aumentando a demanda por empregos, moradia e serviços públicos, criando desafios sociais e econômicos adicionais (Andrade, 2024).
Para minimizar os impactos das secas, é fundamental investir em políticas públicas que garantam a segurança hídrica e alimentar da população, medidas como a construção de reservatórios, incentivos à agricultura sustentável e programas de auxílio a famílias em situação de vulnerabilidade são essenciais para mitigar os efeitos desse fenômeno climático (Santiago, 2021). A conscientização sobre o uso racional da água e o desenvolvimento de tecnologias de irrigação eficiente também são estratégias fundamentais para enfrentar os desafios impostos pelas secas.
A atuação dos profissionais de saúde, especialmente da enfermagem, torna-se fundamental para mitigar os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde pública, a implementação de medidas de educação em saúde, campanhas de vacinação e monitoramento ambiental são essenciais para reduzir a incidência e a gravidade das doenças associadas ao clima (Zogahib et al., 2024). Assim, compreender os impactos climáticos e desenvolver estratégias de enfrentamento são passos fundamentais para a promoção da saúde coletiva e a minimização de riscos epidemiológicos.
4 Doenças Tropicais no Amazonas e sua Relação com o Clima
O estado do Amazonas possui características climáticas e geográficas que favorecem a ocorrência de doenças tropicais, principalmente aquelas transmitidas por vetores e associadas a condições ambientais precárias, a combinação de altas temperaturas, elevada umidade e intensas precipitações cria um ambiente propício para a proliferação de mosquitos, caramujos e outros agentes transmissores (Silva, 2024). Dessa forma, enfermidades como dengue, chikungunya, malária e leishmaniose permanecem como importantes problemas de saúde pública na região.
As doenças tropicais representam um grave risco à saúde pública, especialmente em regiões de clima quente e úmido, onde mosquitos e outros vetores encontram condições ideais para proliferação, doenças como dengue, malária, chikungunya e febre amarela podem causar complicações graves, incluindo insuficiência orgânica e até a morte (Cabral, 2024).
A falta de saneamento básico e o acúmulo de água parada favorecem a disseminação desses agentes infecciosos, aumentando o número de casos, além do impacto na saúde, essas enfermidades sobrecarregam os sistemas de atendimento médico, dificultando o acesso a tratamentos adequados (Andrade, 2024).
Portanto, populações vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa, correm maior risco de complicações, a prevenção, por meio de campanhas de conscientização, vacinação e controle dos vetores, é essencial para reduzir a incidência dessas doenças (Santiago, 2021). O investimento em infraestrutura e pesquisas para novos tratamentos também desempenha um papel fundamental no combate às doenças tropicais.
As mudanças climáticas têm influenciado significativamente a incidência de doenças tropicais na região amazônica. Estudos indicam que, para cada aumento de 1% no desmatamento anual, os casos de malária crescem em 23%, enquanto os de leishmaniose aumentam entre 8% e 9% (Amazonas, 2024).
Além disso, a elevação das temperaturas e as alterações nos padrões de precipitação criam condições propícias para a proliferação de vetores de doenças como dengue, chikungunya e febre amarela. Por exemplo, modelos climáticos sugerem que, até 2050, as temperaturas na Amazônia podem aumentar entre 2°C e 3°C, intensificando os períodos de seca (Sena, 2024).
Essas mudanças ambientais favorecem a reprodução de mosquitos transmissores, ampliando a disseminação dessas enfermidades, portanto, a relação entre o clima e as doenças tropicais é evidente, ressaltando a necessidade de políticas públicas que integrem ações de saúde e preservação ambiental para mitigar esses impactos (Zogahib et al., 2024).
A dengue, por exemplo, tem apresentado surtos recorrentes devido ao aumento das chuvas e ao acúmulo de água parada, que favorecem a reprodução do Aedes aegypti, o mesmo vetor é responsável pela transmissão do vírus zika e da febre chikungunya, patologias que podem desencadear complicações neurológicas e musculoesqueléticas, exigindo assistência prolongada por parte dos profissionais de saúde (Veras, 2024). Já a malária, endêmica na região amazônica, está diretamente relacionada à expansão de áreas alagadas e à degradação ambiental causada pelo desmatamento.
Além das doenças transmitidas por vetores, enfermidades de veiculação hídrica também se tornam mais frequentes durante os períodos de cheia dos rios amazônicos, a leptospirose, causada pela Leptospira spp., apresenta maior incidência em períodos de alagamento, quando a população entra em contato com água contaminada por urina de roedores (Amazonas, 2024). Doenças gastrointestinais, como diarreias infecciosas e hepatite A, também estão associadas à precariedade no saneamento básico e ao consumo de água não tratada.
Diante desse cenário, torna-se imprescindível o fortalecimento das estratégias de vigilância epidemiológica e das medidas preventivas, como a intensificação de campanhas educativas e a melhoria das condições de infraestrutura sanitária. A atuação da enfermagem no reconhecimento precoce de casos e na educação da população sobre práticas de prevenção tem papel essencial para reduzir a morbidade e a mortalidade dessas enfermidades (Santiago, 2021)
5 O Papel da Enfermagem na Prevenção e Controle das Doenças Tropicais
Os profissionais de enfermagem desempenham um papel fundamental na linha de frente da prevenção e do controle das doenças tropicais, atuando desde a vigilância epidemiológica até o cuidado direto aos pacientes acometidos. Suas atividades incluem ações educativas, assistência clínica, monitoramento de surtos e implementação de medidas sanitárias para minimizar os impactos dessas enfermidades na saúde pública (Andrade, 2024).
No contexto preventivo, a enfermagem tem a responsabilidade de promover campanhas de conscientização sobre o combate aos vetores, incentivando a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e a adoção de medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e telas protetoras (Silva, 2023). Além disso, o aconselhamento sobre hábitos higiênicos e o incentivo à vacinação são estratégias essenciais para reduzir a incidência de infecções virais e bacterianas associadas ao clima (Cabral, 2023).
As doenças tropicais representam um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em regiões de clima quente e úmido, onde vetores como mosquitos encontram condições favoráveis para se proliferar, a enfermagem desempenha um papel essencial na prevenção e no controle dessas enfermidades, atuando desde a educação em saúde até a assistência direta aos pacientes (Santiago, 2024). A implementação de medidas preventivas e a conscientização da população são fundamentais para reduzir a incidência dessas doenças.
Um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem na prevenção das doenças tropicais é a falta de infraestrutura adequada em muitas regiões afetadas, a ausência de saneamento básico, dificuldades no acesso à água potável e falhas no controle de vetores dificultam a aplicação de estratégias eficazes de prevenção (Veras, 2024). Além disso, a alta demanda nos serviços de saúde sobrecarrega os profissionais, limitando o tempo disponível para ações educativas e visitas domiciliares.
A importância da enfermagem nesse cenário vai além da assistência direta ao paciente, os profissionais da área são responsáveis por orientar a população sobre práticas preventivas, como o uso de repelentes, o descarte adequado de resíduos e a eliminação de criadouros de mosquitos (Silva, 2023). Além disso, campanhas de vacinação e programas de vigilância epidemiológica são fortalecidos pela atuação dos enfermeiros, contribuindo para o controle de doenças como febre amarela e dengue.
Na assistência direta ao paciente, os enfermeiros atuam no manejo clínico de casos suspeitos e confirmados, garantindo a correta aplicação de protocolos assistenciais. Isso inclui a administração de medicamentos antimaláricos, hidratação em quadros de dengue grave e suporte a pacientes com complicações neurológicas associadas à infecção pelo vírus zika (Sena, 2024). O monitoramento dos sinais de agravamento da doença é essencial para encaminhar pacientes a unidades de maior complexidade quando necessário.
Além disso, os enfermeiros participam ativamente da vigilância epidemiológica, coletando dados sobre a incidência de doenças e contribuindo para a elaboração de estratégias de contenção de surtos, a capacitação contínua desses profissionais é imprescindível para garantir uma resposta eficiente às emergências sanitárias, permitindo a adoção de medidas rápidas e eficazes diante do avanço das doenças tropicais (Veras, 2024).
Dentre as dificuldades enfrentadas na atuação preventiva, a resistência da população à adoção de hábitos saudáveis e preventivos é um obstáculo recorrente, muitas vezes, a desinformação e a crença em mitos dificultam a aceitação de medidas simples, como a aplicação de larvicidas ou o uso de mosquiteiros (Chamy et al., 2025). Nesses casos, a enfermagem precisa atuar com estratégias de comunicação eficazes, utilizando linguagem acessível para garantir que as informações sejam compreendidas e aplicadas no dia a dia da comunidade.
Os objetivos da prevenção das doenças tropicais incluem a redução da incidência de casos, a diminuição das complicações decorrentes dessas enfermidades e a promoção de hábitos saudáveis na população, além disso, busca-se evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde, garantindo atendimento adequado aos pacientes que necessitam de cuidados médicos (Zogahib et al., 2024). A enfermagem, por meio do monitoramento epidemiológico, desempenha um papel crucial na identificação precoce de surtos e na adoção de medidas de contenção.
Apesar dos desafios, a atuação da enfermagem na prevenção e no controle das doenças tropicais traz diversos pontos positivos. A educação em saúde promovida pelos enfermeiros gera impactos duradouros na qualidade de vida da população, reduzindo a exposição a riscos e fortalecendo a conscientização coletiva (Santiago, 2021). Além disso, o acompanhamento contínuo de grupos vulneráveis, como gestantes, crianças e idosos, permite um cuidado mais direcionado e eficiente.
Outro ponto positivo da atuação da enfermagem é a capacidade de articulação com outras áreas da saúde, como vigilância sanitária e agentes comunitários, essa integração possibilita um trabalho mais abrangente e eficaz, potencializando os efeitos das ações preventivas (Silva, 2023). Além disso, o engajamento da enfermagem em pesquisas e estudos científicos contribui para o desenvolvimento de novas estratégias de combate às doenças tropicais.
A valorização dos profissionais de enfermagem e o investimento em capacitação são fatores essenciais para otimizar a atuação na prevenção dessas doenças, treinamentos contínuos sobre manejo de casos, protocolos de atendimento e novas tecnologias são fundamentais para garantir que os enfermeiros estejam preparados para enfrentar os desafios impostos por surtos e epidemias (Andrade, 2024).
A adaptação das estratégias de prevenção às realidades locais também é um aspecto crucial para o sucesso das ações, o envolvimento da comunidade no processo de combate às doenças tropicais fortalece as medidas adotadas e aumenta a adesão às práticas preventivas (Veras, 2025). Dessa forma, a enfermagem desempenha um papel fundamental na construção de uma cultura de prevenção e cuidado coletivo.
Diante da crescente ameaça das mudanças climáticas e da expansão de áreas endêmicas, o papel da enfermagem na prevenção e controle das doenças tropicais torna-se ainda mais relevante, o compromisso com a promoção da saúde, a atuação na linha de frente da prevenção e a busca por estratégias inovadoras são essenciais para enfrentar os desafios e garantir melhores condições de vida para a população (Silva, 2023).
6. Perspectivas e Estratégias para Enfrentar os Impactos das Mudanças Climáticas na Saúde
Os profissionais de enfermagem desempenham um papel fundamental na linha de frente da prevenção e do controle das doenças tropicais, atuando desde a vigilância epidemiológica até o cuidado direto aos pacientes acometidos, suas atividades incluem ações educativas, assistência clínica, monitoramento de surtos e implementação de medidas sanitárias para minimizar os impactos dessas enfermidades na saúde pública (Andrade, 2024).
No contexto preventivo, a enfermagem tem a responsabilidade de promover campanhas de conscientização sobre o combate aos vetores, incentivando a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e a adoção de medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e telas protetoras (Silva, 2023). Além disso, o aconselhamento sobre hábitos higiênicos e o incentivo à vacinação são estratégias essenciais para reduzir a incidência de infecções virais e bacterianas associadas ao clima
As doenças tropicais representam um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em regiões de clima quente e úmido, onde vetores como mosquitos encontram condições favoráveis para se proliferar, nesse contexto, a enfermagem desempenha um papel essencial na prevenção e no controle dessas enfermidades, atuando desde a educação em saúde até a assistência direta aos pacientes (Cabral, 2023). A implementação de medidas preventivas e a conscientização da população são fundamentais para reduzir a incidência dessas doenças.
Um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem na prevenção das doenças tropicais é a falta de infraestrutura adequada em muitas regiões afetadas, a ausência de saneamento básico, dificuldades no acesso à água potável e falhas no controle de vetores dificultam a aplicação de estratégias eficazes de prevenção (Santiago, 2024) Além disso, a alta demanda nos serviços de saúde sobrecarrega os profissionais, limitando o tempo disponível para ações educativas e visitas domiciliares.
A importância da enfermagem nesse cenário vai além da assistência direta ao paciente, os profissionais da área são responsáveis por orientar a população sobre práticas preventivas, como o uso de repelentes, o descarte adequado de resíduos e a eliminação de criadouros de mosquitos (Veras, 2024).
Além disso, campanhas de vacinação e programas de vigilância epidemiológica são fortalecidos pela atuação dos enfermeiros, contribuindo para o controle de doenças como febre amarela e dengue (Silva, 2023).
Na assistência direta ao paciente, os enfermeiros atuam no manejo clínico de casos suspeitos e confirmados, garantindo a correta aplicação de protocolos assistenciais, isso inclui a administração de medicamentos antimaláricos, hidratação em quadros de dengue grave e suporte a pacientes com complicações neurológicas associadas à infecção pelo vírus zika (Sena, 2024). O monitoramento dos sinais de agravamento da doença é essencial para encaminhar pacientes a unidades de maior complexidade quando necessário.
Além disso, os enfermeiros participam ativamente da vigilância epidemiológica, coletando dados sobre a incidência de doenças e contribuindo para a elaboração de estratégias de contenção de surtos, a capacitação contínua desses profissionais é imprescindível para garantir uma resposta eficiente às emergências sanitárias, permitindo a adoção de medidas rápidas e eficazes diante do avanço das doenças tropicais (Veras, 2024).
Dentre as dificuldades enfrentadas na atuação preventiva, a resistência da população à adoção de hábitos saudáveis e preventivos é um obstáculo recorrente, muitas vezes, a desinformação e a crença em mitos dificultam a aceitação de medidas simples, como a aplicação de larvicidas ou o uso de mosquiteiros (Santiago, 2021). Nesses casos, a enfermagem precisa atuar com estratégias de comunicação eficazes, utilizando linguagem acessível para garantir que as informações sejam compreendidas e aplicadas no dia a dia da comunidade.
Os objetivos da prevenção das doenças tropicais incluem a redução da incidência de casos, a diminuição das complicações decorrentes dessas enfermidades e a promoção de hábitos saudáveis na população, além disso, busca-se evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde, garantindo atendimento adequado aos pacientes que necessitam de cuidados médicos (Sena, 2024). A enfermagem, por meio do monitoramento epidemiológico, desempenha um papel crucial na identificação precoce de surtos e na adoção de medidas de contenção.
Apesar dos desafios, a atuação da enfermagem na prevenção e no controle das doenças tropicais traz diversos pontos positivos, a educação em saúde promovida pelos enfermeiros gera impactos duradouros na qualidade de vida da população, reduzindo a exposição a riscos e fortalecendo a conscientização coletiva (Silva, 2023). Além disso, o acompanhamento contínuo de grupos vulneráveis, como gestantes, crianças e idosos, permite um cuidado mais direcionado e eficiente.
Outro ponto positivo da atuação da enfermagem é a capacidade de articulação com outras áreas da saúde, como vigilância sanitária e agentes comunitários, essa integração possibilita um trabalho mais abrangente e eficaz, potencializando os efeitos das ações preventivas, além disso, o engajamento da enfermagem em pesquisas e estudos científicos contribui para o desenvolvimento de novas estratégias de combate às doenças tropicais (Chamy et al., 2025).
A mitigação dos impactos das mudanças climáticas na saúde requer a adoção de estratégias intersetoriais e o fortalecimento das políticas públicas voltadas à adaptação do sistema de saúde às novas demandas epidemiológicas, investimentos em infraestrutura, aprimoramento da vigilância em saúde e ações de educação ambiental são fundamentais para reduzir a vulnerabilidade das populações expostas a doenças tropicais (Cabral, 2024).
Uma das principais abordagens para minimizar os impactos das mudanças climáticas é a implementação de programas de monitoramento climático e epidemiológico, que permitam prever surtos e direcionar recursos de forma mais eficiente, a integração entre os setores de saúde, meio ambiente e urbanismo pode contribuir para a formulação de políticas públicas que reduzam os fatores ambientais propícios à proliferação de vetores (Chamy et al., 2025).
No campo da enfermagem, a capacitação contínua dos profissionais é essencial para garantir um atendimento de qualidade frente às novas demandas geradas pelas mudanças climáticas. O desenvolvimento de protocolos assistenciais atualizados e a incorporação de tecnologias para o acompanhamento remoto de pacientes podem otimizar a assistência, especialmente em regiões de difícil acesso (Zogahib et al., 2024).
Além disso, é fundamental que sejam fortalecidas as ações de promoção à saúde e prevenção de doenças, com foco na educação da população e no estímulo à participação comunitária no controle de vetores e na adoção de hábitos saudáveis. O enfrentamento dos desafios impostos pelas mudanças climáticas à saúde requer um esforço conjunto, no qual a enfermagem desempenha um papel central na implementação de estratégias eficazes para minimizar os riscos e proteger a população (Santiago, 2021).
7 Resultados e Discussões
A relação entre as mudanças climáticas e as doenças tropicais em Manaus tem se tornado cada vez mais evidente, à medida que os padrões climáticos na região apresentam mudanças drásticas, o impacto direto dessas mudanças afeta as condições ambientais e de saúde pública, tornando as populações vulneráveis a doenças como dengue, malária, e febre amarela (Amazonas 2024).
O aumento da temperatura média e a alteração nos regimes de precipitação influenciam significativamente a proliferação de vetores como o Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e o zika vírus, nesse contexto, a adaptação das políticas públicas de saúde e a implementação de medidas de prevenção se tornam fundamentais para reduzir os riscos dessas enfermidades (Cabral, 2023).
A seca que afetou a Amazônia em 2023 é um exemplo claro de como as mudanças climáticas podem agravar a situação das doenças tropicais. Estudos indicam que o fenômeno da seca, combinado com o aquecimento das águas do Pacífico e do Atlântico, exacerbam os efeitos da estiagem e das altas temperaturas, contribuindo para a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos (Cabral, 2024). O governo do Amazonas, ciente desses impactos, tem adotado ações para mitigar os efeitos da seca, mas os desafios persistem, especialmente em relação à saúde pública e ao controle de surtos epidêmicos (Amazonas, 2024).
No campo da enfermagem, os profissionais desempenham um papel crucial na resposta a essas mudanças, com foco na prevenção e no controle das doenças tropicais, a capacitação contínua dos enfermeiros é essencial, pois garante que os protocolos assistenciais estejam atualizados para lidar com o aumento das doenças transmitidas por vetores e as complicações relacionadas à seca (Zogahib et al., 2024).
Além disso, a educação em saúde, realizada pelos enfermeiros, visa orientar a população sobre medidas preventivas, como o uso de repelentes e a eliminação de criadouros de mosquitos, para minimizar os riscos de contágio (Santiago et al., 2021).
A implementação de programas de monitoramento climático e epidemiológico é outra estratégia eficaz para lidar com os impactos das mudanças climáticas na saúde pública, a integração entre as áreas de saúde, meio ambiente e urbanismo é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas que possam enfrentar os desafios impostos pelo clima e reduzir a vulnerabilidade da população à proliferação de doenças tropicais (Chamy et al., 2025).
A coleta de dados e o uso de tecnologias para prever surtos são ferramentas importantes para direcionar recursos de maneira mais eficiente e prevenir crises sanitárias, é importante destacar que a ação do governo do Amazonas em 2024, com o levantamento de necessidades para atender às unidades de conservação, representa um passo importante para minimizar os impactos da seca e das doenças tropicais (Filho et al., 2021).
No entanto, a implementação de ações emergenciais e preventivas exige uma colaboração entre diferentes setores da sociedade, incluindo as organizações não governamentais, as comunidades locais e os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, que estão na linha de frente do cuidado e da educação da população (SEMA, 2024).
O fortalecimento das políticas públicas de saúde e a criação de estratégias adaptativas são essenciais para enfrentar os desafios climáticos que se avizinham.
A seca histórica de 2023, considerada 30 vezes mais provável devido às mudanças climáticas, traz consequências severas para a saúde da população ribeirinha, que depende dos rios para o abastecimento de água potável, a escassez de água potável, associada à redução da qualidade da água em algumas regiões, é um dos fatores que agravam a incidência de doenças transmitidas pela água, como a diarreia, especialmente nas populações vulneráveis (Cabral, 2024).
O monitoramento constante das fontes de água e o incentivo ao uso de tecnologias de purificação são estratégias que podem ser adotadas pelos profissionais de saúde, especialmente pela enfermagem, para evitar surtos de doenças (Martinho, 2021).
A literatura revisada sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde pública no Amazonas indica que os efeitos das alterações climáticas são múltiplos e complexos, além do aumento das doenças tropicais, a seca também afeta a segurança alimentar e nutricional das populações locais, uma vez que a diminuição dos níveis dos rios prejudica a pesca e a agricultura, atividades que são essenciais para o sustento das famílias (Silva et al., 2024). Esses impactos exigem respostas rápidas e eficazes por parte do governo, da sociedade civil e dos profissionais de saúde, que precisam trabalhar em conjunto para garantir o bem-estar da população (Elidio et al., 2024).
Em relação ao papel da enfermagem, é necessário destacar a importância do acompanhamento contínuo dos pacientes, especialmente em áreas de difícil acesso, onde a assistência médica é limitada, o uso de tecnologias para o acompanhamento remoto de pacientes é uma estratégia que pode melhorar a resposta aos surtos de doenças tropicais, permitindo que os profissionais de saúde monitorem a evolução dos casos e tomem decisões rápidas para encaminhamento a unidades de maior complexidade quando necessário (Zogahib et al., 2024).
Essa abordagem também ajuda a reduzir a sobrecarga nos serviços de saúde, que frequentemente enfrentam dificuldades em épocas de surtos e crises sanitárias, além da prevenção de doenças transmitidas por vetores, outro aspecto importante é o fortalecimento das ações de educação ambiental, que podem contribuir significativamente para a mudança de hábitos da população Chamy et al., 2025).
A conscientização sobre os riscos das mudanças climáticas e a promoção de hábitos saudáveis, como a coleta e o armazenamento adequado de água, são essenciais para reduzir a vulnerabilidade das populações ribeirinhas e urbanas os enfermeiros desempenham um papel fundamental, não apenas no cuidado à saúde, mas também na educação da comunidade sobre práticas preventivas (Santiago et al., 2021).
Em termos de políticas públicas, a ação coordenada entre os diversos setores do governo, incluindo saúde, meio ambiente e urbanismo, é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, a implementação de medidas de controle de vetores, a melhoria das condições de saneamento básico e o fortalecimento da rede de saúde pública são ações essenciais para reduzir a incidência de doenças tropicais e garantir a saúde da população em Manaus e em outras regiões da Amazônia (Amazonas, 2024). As estratégias de adaptação devem ser centradas no fortalecimento das capacidades locais e no desenvolvimento de infraestrutura resiliente às mudanças climáticas.
Por fim, a resposta aos impactos das mudanças climáticas nas doenças tropicais em Manaus exige uma abordagem integrada e intersetorial, a enfermagem, enquanto um dos pilares da atenção à saúde, deve estar preparada para lidar com as novas demandas que surgem a partir das alterações climáticas (Reis et al., 2024).
A capacitação contínua dos profissionais de saúde, a implementação de protocolos atualizados e a adoção de tecnologias inovadoras são medidas essenciais para garantir uma resposta eficaz e ágil diante das emergências sanitárias relacionadas às mudanças climáticas (Veras, 2024).
A enfermagem desempenha um papel essencial na prevenção das doenças tropicais, uma vez que está na linha de frente do atendimento à saúde e pode atuar de diversas maneiras para reduzir a incidência dessas doenças, o primeiro passo é a educação em saúde, que envolve informar a população sobre as principais formas de prevenção (Souza, 2022).
A atuação dos profissionais de enfermagem na conscientização sobre hábitos de higiene, o uso de repelentes e o cuidado com o ambiente doméstico pode reduzir significativamente os riscos de doenças transmitidas por vetores, como a dengue, zika e Chikungunya, a orientação sobre como eliminar criadouros de mosquitos e o uso adequado de telas e mosquiteiros são medidas simples, mas extremamente eficazes. (Cabral, 2023).
Além disso, a enfermagem desempenha um papel crucial na promoção de práticas de saneamento básico. Muitos dos surtos de doenças tropicais, como diarreia e leptospirose, são causados por condições inadequadas de higiene e saneamento, os enfermeiros, muitas vezes em contato direto com comunidades vulneráveis, podem orientar sobre o armazenamento correto da água, a importância de lavar as mãos com frequência e o uso adequado de instalações sanitárias (Silva ; Fearnside, 2023).
Essas orientações são especialmente importantes em regiões ribeirinhas ou periféricas, onde a falta de infraestrutura contribui para a propagação dessas doenças. (SEMA, 2024).
A vacinação é outra área onde a enfermagem desempenha um papel significativo na prevenção das doenças tropicais. Enfermeiros são responsáveis por aplicar vacinas e orientar a população sobre a importância de manter o calendário vacinal em dia, como no caso da febre amarela, doença endêmica no Brasil (Meurer; Coimbra, 2022).
Além disso, podem atuar na conscientização sobre a vacinação contra doenças como a febre tifoide e hepatites virais, que também estão relacionadas às condições climáticas e ao saneamento básico, o trabalho educativo dos enfermeiros ajuda a aumentar a adesão da comunidade a essas campanhas (Santos et al., 2022).
O monitoramento de surtos é uma das funções importantes dos profissionais de enfermagem no contexto da prevenção, enfermeiros frequentemente são chamados a coletar dados sobre a saúde da população, identificar sintomas e registrar casos suspeitos de doenças tropicais (Menezes, 2021).
A vigilância ativa permite detectar surtos precocemente e tomar medidas para evitar a disseminação dessas doenças, além disso, a enfermagem pode contribuir para a avaliação de risco, informando os gestores de saúde sobre áreas de maior vulnerabilidade, o que facilita o direcionamento de recursos e estratégias de prevenção (Silva, 2024)
Em áreas mais remotas e de difícil acesso, como nas comunidades ribeirinhas do Amazonas, a enfermagem tem um papel fundamental na prevenção das doenças tropicais, enfermeiros podem realizar visitas domiciliares para orientar as famílias sobre práticas de prevenção e fornecer cuidados básicos, como a distribuição de repelentes e a aplicação de larvicidas (Castro et al., 2024).
Além disso, podem monitorar a saúde das crianças e gestantes, que são populações mais vulneráveis a doenças como a dengue e a malária, as visitas domiciliárias também possibilitam o acompanhamento contínuo e a identificação precoce de possíveis focos de infecção (Nunes et al., 2021).
Outra área em que a enfermagem pode intervir na prevenção das doenças tropicais é o controle ambiental, os profissionais de enfermagem podem colaborar com outros setores, como vigilância sanitária e agentes de controle de vetores, para identificar e eliminar locais que possam servir como criadouros para os mosquitos transmissores de doenças (Andrade 2024).
A participação ativa em mutirões de limpeza, campanhas de conscientização sobre o descarte correto de lixo e a eliminação de focos de água parada são estratégias eficazes para a redução da proliferação de vetores. A educação em saúde também deve incluir informações sobre a alimentação e a hidratação adequadas, doenças tropicais como a cólera e a diarreia podem ser agravadas pela desidratação, que é comum em períodos de seca ou calor extremo (Cabral, 2024).
Enfermeiros podem ensinar as comunidades sobre a importância da ingestão de líquidos, o preparo adequado de alimentos e a higienização de utensílios, o que ajuda a evitar doenças de veiculação hídrica e alimentar, além disso, a orientação sobre a importância de uma dieta balanceada fortalece o sistema imunológico, o que é fundamental na prevenção de doenças tropicais (Ribeiro et al., 2022).
Em termos de prevenção da malária, a enfermagem também tem um papel importante, o uso de mosquiteiros tratados com inseticida, a recomendação de repouso durante as horas de maior atividade do mosquito e a importância do uso de medicamentos antimaláricos em regiões endêmicas são pontos centrais no trabalho preventivo realizado pelos enfermeiros (Zogahib et al., 2024).
Além disso, o monitoramento contínuo de casos suspeitos e o encaminhamento adequado dos pacientes para tratamento oportuno são essenciais para evitar a progressão da doença e a transmissão para outras pessoas, a capacitação contínua dos profissionais de enfermagem é essencial para garantir que eles estejam sempre atualizados sobre os protocolos de prevenção das doenças tropicais (Veras, 2024).
Isso envolve não apenas treinamentos sobre o controle de doenças transmissíveis, mas também sobre novas tecnologias e práticas inovadoras para lidar com os desafios impostos pelas mudanças climáticas, o treinamento específico sobre a vigilância e a resposta a surtos epidêmicos é particularmente importante em tempos de aumento das doenças tropicais, devido a variações no clima e no ambiente (Silva et al., 2022).
Portanto, a atuação dos profissionais de enfermagem deve ser coordenada com as ações de outros setores da saúde, como médicos, agentes comunitários de saúde e autoridades sanitárias, a criação de redes de colaboração entre profissionais de saúde permite que as medidas de prevenção sejam mais eficazes e que a resposta a surtos seja mais rápida (Cabral, 2024).
O trabalho conjunto contribui para uma abordagem holística e integrada, capaz de enfrentar as doenças tropicais de forma mais eficiente, especialmente em áreas de alta vulnerabilidade, essas ações de prevenção realizadas pela enfermagem, quando bem planejadas e implementadas, podem reduzir significativamente os impactos das doenças tropicais nas comunidades afetadas (Zogahib et al., 2024).
Por meio de educação em saúde, vigilância epidemiológica, controle ambiental e capacitação constante, a enfermagem tem o potencial de desempenhar um papel crucial na proteção da população e na promoção da saúde, mesmo diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas (Ribeiro et al., 2022).
8. Considerações Finais
As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios para a saúde pública mundial, e, no contexto de Manaus, essas mudanças têm ampliado significativamente os riscos de doenças tropicais, a crescente proliferação de vetores e o aumento das condições climáticas favoráveis à disseminação de doenças como a dengue, a malária e a febre chikungunya exigem uma resposta coordenada e eficaz das autoridades de saúde.
Nesse cenário, a enfermagem assume um papel fundamental, não apenas na assistência direta aos pacientes, mas também na implementação de estratégias preventivas e educativas que podem reduzir a vulnerabilidade da população. A vigilância epidemiológica, aliada ao monitoramento climático e à análise de dados, permite que os profissionais de enfermagem antecipem surtos e orientem as comunidades sobre práticas de prevenção.
As campanhas de conscientização sobre o uso de repelentes, a eliminação de focos de mosquitos e a adoção de hábitos de higiene adequados são essenciais para diminuir a propagação das doenças tropicais. Além disso, a assistência de enfermagem no manejo dos casos, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é crucial para evitar complicações graves e garantir melhores resultados no controle das enfermidades.
Entretanto, os desafios são inúmeros, especialmente em áreas com alta vulnerabilidade social e econômica, onde as condições de saneamento básico e infraestrutura de saúde são deficitárias, a articulação de políticas públicas que integrem a saúde, o meio ambiente e a educação é imprescindível para criar um sistema de saúde mais resiliente, capaz de enfrentar as adversidades impostas pelas mudanças climáticas. Investir em infraestrutura sanitária, melhorar o acesso à água potável e fortalecer a rede de saúde são ações essenciais para combater os impactos das alterações climáticas na saúde.
Diante disso, é necessário um esforço conjunto entre os profissionais de enfermagem, as autoridades sanitárias e a comunidade para enfrentar os desafios das doenças tropicais exacerbadas pelas mudanças climáticas. A capacitação contínua dos profissionais de saúde, a implementação de medidas de prevenção eficazes e a promoção de políticas públicas voltadas para a adaptação ao clima são fundamentais para proteger a saúde da população e reduzir os impactos das doenças tropicais.
A enfermagem, como setor essencial no sistema de saúde, deve ser protagonista na transformação das práticas de cuidado e na melhoria das condições de saúde pública, criando estratégias sustentáveis para os desafios climáticos que estão por vir.
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