THE IMPORTANCE OF USING THE MINI MENTAL STATE EXAMINATION SCALE IN INSTITUTIONALIZED ELDERLY PEOPLE: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504101737
Djeine Caroline dos Reis Boschi1
Thayllane Krystine Macedo2
Luzia Sousa Ferreira3
Introdução: Envelhecimento traz complicações dentre elas algumas patologias e perdas significativas dentre elas frequentemente inter-relacionadas, exacerbadas pelo processo natural de envelhecimento como as doenças crônicas, problemas musculoesqueléticos, mobilidade reduzida, problemas com a nutrição, depressão, ansiedade, incontinência urinária, complicações infecciosas e o comprometimento cognitivo. Escalas de avaliação como MEEM, são fundamentais que auxiliam os profissionais de saúde na prevenção do envelhecimento patológico buscando atuar na garantia de um cuidado integral e personalizado para os idosos, permitindo que os profissionais de saúde façam avaliações precisas e intervenham de maneira eficaz para melhorar a QV dessa população Objetivo: avaliar a importância do uso da escala de Mini Exame do Estado Mental, em idosos institucionalizados, através de uma revisão de literatura. Metodologia: Trabalho de revisão, de caráter básico e descritivo-exploratório, investiga os fenômenos da educação real por meio de revisão bibliográfica e abordagem qualitativa. Utilizando termos como “Escala Mini Exame Mental, idoso, institucionalização e qualidade de vida”, a pesquisa realizou buscas em bases como Google Acadêmico, Scielo, BVS, ScienceDirect e PubMed. Foram incluídas publicações nacionais e internacionais (2020-2024), excluindo-se estudos anteriores a 2019 ou incompatíveis com o tema. Resultados e discussão: O consenso dos estudos indica que o uso do MEEM tem crescido significativamente por sua praticidade e eficiência na triagem cognitiva de idosos institucionalizados. A ferramenta permite a detecção precoce de declínios, sendo essencial para intervenções preventivas e melhoria da qualidade de vida, com fatores como qualificação dos profissionais e infraestrutura adequada influenciando sua eficácia. Conclusão: Estudo evidenciou a importância do uso da MEEM como ferramenta essencial para a avaliação cognitiva de idosos institucionalizados.
Palavras-chave: Escala Mini Exame Mental. Idoso. Institucionalização. Qualidade de vida.
Introduction: Aging brings complications, including some pathologies and significant losses, which are often interrelated and exacerbated by the natural aging process, such as chronic diseases, musculoskeletal problems, reduced mobility, nutritional problems, depression, anxiety, urinary incontinence, infectious complications, and cognitive impairment. Assessment scales such as the MMSE are essential to help health professionals prevent pathological aging, seeking to ensure comprehensive and personalized care for the elderly, allowing health professionals to make accurate assessments and intervene effectively to improve the QoL of this population. Objective: to evaluate the importance of using the Mini Mental State Examination scale in institutionalized elderly people, through a literature review. Methodology: A review study, of a basic and descriptive-exploratory nature, investigates the phenomena of real education through a bibliographic review and a qualitative approach. Using terms such as “Mini Mental Examination Scale, elderly, institutionalization and quality of life”, the research carried out searches in databases such as Google Scholar, Scielo, BVS, ScienceDirect and PubMed. National and international publications (2020-2024) were included, excluding studies prior to 2019 or incompatible with the theme. Results and discussion: The consensus of the studies indicates that the use of the MMSE has grown significantly due to its practicality and efficiency in the cognitive screening of institutionalized elderly people. The tool allows the early detection of declines, being essential for preventive interventions and improvement of quality of life, with factors such as professional qualifications and adequate infrastructure influencing its effectiveness. Conclusion: The study highlighted the importance of using the MMSE as an essential tool for the cognitive assessment of institutionalized elderly people.
Keywords: Mini Mental Examination Scale. Elderly. Institutionalization. Quality of life.
Introducción: El envejecimiento trae consigo complicaciones, incluidas algunas patologías y pérdidas importantes, que muchas veces están interrelacionadas y exacerbadas por el proceso natural de envejecimiento, como enfermedades crónicas, problemas musculoesqueléticos, movilidad reducida, problemas nutricionales, depresión, ansiedad, incontinencia urinaria, complicaciones infecciosas y deterioro cognitivo. Las escalas de evaluación como el Mini Mental State Examination son fundamentales para ayudar a los profesionales de la salud a prevenir el envejecimiento patológico, buscando garantizar una atención integral y personalizada al adulto mayor, permitiendo a los profesionales de la salud realizar evaluaciones precisas e intervenir de manera efectiva para mejorar la calidad de vida de esta población. Objetivo: evaluar la importancia del uso de la escala Mini Mental State Examination en adultos mayores institucionalizados, a través de una revisión de la literatura. Metodología: Trabajo de revisión, de carácter básico y descriptivo-exploratorio, indaga sobre los fenómenos de la educación real a través de la revisión bibliográfica y el enfoque cualitativo. Utilizando términos como “Mini Mental Examination Scale, elderly, institutionlation and quality of life”, la investigación realizó búsquedas en bases de datos como Google Scholar, Scielo, BVS, ScienceDirect y PubMed. Se incluyeron publicaciones nacionales e internacionales (2020-2024), excluyendo estudios anteriores a 2019 o incompatibles con la temática. Resultados y discusión: El consenso de los estudios indica que el uso del MMSE ha crecido significativamente debido a su practicidad y eficiencia en el cribado cognitivo de ancianos institucionalizados. La herramienta permite la detección temprana de deterioros, siendo esencial para intervenciones preventivas y mejora de la calidad de vida, influyendo en su eficacia factores como la cualificación profesional y la infraestructura adecuada. Conclusión: El estudio destacó la importancia de utilizar el MMSE como herramienta esencial para la evaluación cognitiva de ancianos institucionalizados.
Palabras-clave: Mini Escala de Examen Mental. Anciano. Institucionalización. Calidad de vida.
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional tem seu início desde a concepção, porém não de forma igualitária a toda população. Sobre a influência de vários fatores podem influenciar como a genética, classe social, escolaridade, ambiente de trabalho, convívio social e questões financeiras e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e enfim a própria idade (De Araújo Porto et al., 2023).
No Brasil, disposto pelo Estatuto do Idoso pela LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências em seu Artigo 1° cita que foi instituído através do Estatuto destinado a regular os direitos que assegurados aos indivíduos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (Pinto; Vieira, 2023).
No ano de 2023, o número de indivíduos no Brasil, tem na sua composição pessoas com idade de 60 anos ou mais, retratando em torno de 15,1% do número total do país, o que equivale em média a 31 milhões de pessoas. Demonstra que essa quantidade reflete ao número relevante ao longo das últimas décadas, motivado por melhorias na saúde, a crescente expectativa de vida e a diminuição da taxa de nascimento. E ainda há a projeção de indicadores que, até o ano de 2050, essa quantidade pode dobrar, atingindo em média de 60 milhões de idosos, que representa em torno de 30% da população total do Brasil (Ministério da Saúde, 2023).
As Políticas Públicas vigentes busca, em nosso país buscam por melhorias nas condições de uma busca na Qualidade de Vida (QV) da população em processo de envelhecimento, incentivando a busca pela autonomia e independência nos casos de ocorrências passíveis de melhoria, assim como também melhorando as condições psíquicas com isso a não dependência de seus familiares (Da Silva, 2023).
Nesse cenário, surgem os serviços especializados no cuidado da população idosa, como as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Conforme definido pela Resolução nº 502, de 27 de maio de 2021, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), essas instituições, sejam elas governamentais ou não, oferecem atendimento em regime de residência coletiva para pessoas idosas de ambos os sexos, independentemente de terem ou não vínculos familiares (Brasil, 2021).
O envelhecimento traz complicações dentre elas algumas patologias e perdas significativas dentre elas frequentemente inter-relacionadas, exacerbadas pelo processo natural de envelhecimento como as doenças crônicas, problemas musculoesqueléticos, mobilidade reduzida, problemas com a nutrição, depressão, ansiedade, incontinência urinária, complicações infecciosas e o comprometimento cognitivo (Da Silva; Da Silva; Santos, 2024).
O comprometimento cognitivo no idoso é um fenômeno comum e multifatorial, alinhado ao envelhecimento natural do cérebro, mas também influenciado por condições médicas subjacentes. Ele pode variar desde um declínio cognitivo leve, que afeta a memória e a capacidade de raciocínio, até formas mais graves, como a demência, que inclui doenças como o Alzheimer (Rodrigues et al., 2023).
As escalas de avaliação como MEEM, são ferramentas fundamentais que auxiliam os profissionais de saúde na prevenção do envelhecimento patológico buscando atuar na garantia de um cuidado integral e personalizado para os idosos, permitindo que os profissionais de saúde façam avaliações precisas e intervenham de maneira eficaz para melhorar a QV dessa população (Barbosa et al., 2023).
Com isso, o estudo justifica-se esta revisão de literatura que visa avaliar a importância do uso da escala de Mini Exame do Estado Mental, (MEEM), em idosos institucionalizados, através de uma revisão de literatura, explorando como essa prática pode influenciar positivamente a identificação de declínios cognitivos e contribuir para a qualidade do cuidado oferecido. Além disso, a revisão busca identificar barreiras e facilitadores para a implementação rotineira dessa escala, oferecendo subsídios para a prática baseada em evidências no contexto da gerontologia.
Neste contexto, surgiu-se a seguinte questão norteadora para o estudo: “Qual a importância do uso da MEEM em idosos institucionalizados realizada através de uma pesquisa de revisão de literatura? “
Diante do exposto, o estudo tem como objetivo geral avaliar a importância do uso da escala de MEEM,em idosos institucionalizados, através de uma revisão de literatura. Já os objetivos específicos são: analisar a frequência e a abrangência do uso da Escala de Mini exame em estudos envolvendo idosos institucionalizados ao longo dos últimos anos, identificar os principais fatores que influenciam a aplicação da Escala de Mini exame em populações idosas dentro de ILPI´s, e avaliar a eficácia da Escala de Mini exame como ferramenta de avaliação da qualidade de vida em idosos institucionalizados, conforme relatado na literatura.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O envelhecer está atrelado ao crescimento na prevalência de patologias neurodegenerativas dentre elas a demência, que atinge diretamente a QV dessas pessoas e nesse meio a destaca a relevância de investigar regularmente o estado cognitivo pois é essencial para detectar precocemente a perda e o declínio mental e com busca traçar um planejamento de intervenções ideais para atuar na prevenção das complicações do futuro (De Araújo Porto et al., 2023).
A memória é para toda pessoa a capacidade de armazenar informações e se beneficiar delas, a pessoa idosa normalmente manifesta ter esquecimentos diariamente que embora possa passar despercebido pelos entes queridos. Com isso, a interpretação de um esquecimento normal deve ser prioridade quando esse mesmo começa a atrapalhar as atividades diárias, podendo ser entendido como um quadro inicial de demência (Souza; Quirino, 2022).
Durante esse processo, o indivíduo atravessa as fases de senescência e senilidade. A senescência se refere a uma série de mudanças fisiológicas naturais que ocorrem com o envelhecimento e que não são consideradas doenças. Por outro lado, na fase de senilidade, surgem manifestações patológicas que, de maneira gradual, comprometem o funcionamento dos sistemas do corpo, podendo eventualmente levar ao óbito (Azeredo; Guerra; Ferreira, 2023).
Em tempos existem várias ferramentas que os profissionais de saúde podem utilizar como apoio para triar a prevenção de complicações, várias escalas, sendo algumas mais utilizadas com a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) que auxilia na presença de sintomas depressivos, Escala de Katz para Atividades da Vida Diária (AVD) avalia a capacidade do idoso para realizar atividades diárias básicas, como tomar banho, vestir-se, usar o banheiro, mobilidade, continência e alimentação, Escala de Lawton e Brody para Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) avaliar a capacidade de realizar atividades mais complexas, como usar o telefone, fazer compras, preparar refeições, cuidar das finanças, entre outras, Escala de Braden objetivo observar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão, Escala de Fragilidade de Edmonton avalia o nível de fragilidade em idosos, abordando múltiplas dimensões, incluindo cognição, humor, nutrição, mobilidade, entre tantas uma das mais utilizadas é o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) que traz como objetivo avaliar a função cognitiva, auxiliando a identificar demências e outros comprometimentos cognitivos (Lamounier et al., 2023).
2.1 Senescência e Senilidade
A senescência e senilidade estão sendo os conteúdos cada vez mais comentados, visando o tamanho aumento da população idosa no mundo, de preferência no Brasil, observando o aumento da população idosa no mundo, se fala cada dia mais sobre esse tema (Monteiro; Barbosa, 2024).
O envelhecimento e a doença não se deve tratar como fator íntimo dependente ou interligado, mas, existem grande fragilidade a ficarem doentes, ou sendo assim, uma disposição a doença, dessa maneira a senescência refere a mudanças biológicas que vem ocorrendo com o envelhecimento, já a senilidade tem relação a presença do estudo das doenças referente à idade avançada. Porém é importante que os profissionais da área da saúde pesquisem abordagens que promovam o envelhecimento de forma saudável, diminuindo os riscos de quedas e oferecendo melhoria na vida dos idosos (Dantas, 2024).
A senescência refere-se ao processo natural de envelhecimento biológico que se desenvolve ao longo do tempo. Durante este processo, ocorrem diversas mudanças fisiológicas e funcionais no corpo humano, como a diminuição da capacidade regenerativa das células, a redução da eficiência dos sistemas corporais e o aumento da vulnerabilidade a doenças. A senescência é um fenômeno universal, presente em todos os seres vivos e inevitável (Macagi; Amorim; Cerqueira, 2022).
É considerada uma parte normal da vida, sem necessariamente implicar na perda de funções cognitivas ou em incapacidade. Entre os sinais de senescência, destacam-se a diminuição da elasticidade da pele, resultando em rugas e flacidez; a redução da densidade óssea, que aumenta o risco de fraturas; a diminuição da capacidade pulmonar, que pode levar a uma redução na resistência física; e as alterações no metabolismo, que incluem uma menor eficiência na absorção de nutrientes e uma maior predisposição ao ganho de peso (Barreira, ; De Nakamura Filho; Da Silva Júnior. 2022).
Por outro lado, a senilidade é um termo tradicionalmente associado à deterioração mental e física excessiva que pode ocorrer na idade avançada, mas que não é considerada uma parte inevitável do envelhecimento. A senilidade é frequentemente utilizada para descrever condições patológicas ou debilitantes, como a demência, que afetam severamente a qualidade de vida de uma pessoa idosa. Este termo implica na perda significativa de funções cognitivas, como memória, raciocínio e capacidade de tomar decisões, muitas vezes relacionada a condições neurodegenerativas como o Alzheimer (Macagi; Amorim; Cerqueira, 2022).
Algumas características da senilidade incluem o comprometimento cognitivo severo, como perda de memória, confusão e dificuldade em realizar tarefas diárias; alterações comportamentais, como irritabilidade, apatia ou mudanças de personalidade; e a perda de autonomia, onde muitos idosos com senilidade necessitam de assistência constante para realizar atividades básicas da vida diária (Moraes, 2021).
Diferenciar senescência de senilidade é fundamental para a abordagem do cuidado com idosos. Enquanto a senescência deve ser gerida com estratégias que promovam um envelhecimento saudável e ativo, a senilidade requer intervenções específicas, muitas vezes envolvendo uma equipe multidisciplinar de saúde para tratar as condições subjacentes e melhorar a qualidade de vida do idoso (Monteiro; Barbosa, 2024).
2.2 Escala Do Mini Exame do Estado Mental
MEEM, igualmente chamada de Mini-Mental State Examination (MMSE), é um instrumento muito utilizado no dia a dia e também em estudos para avaliar as funções cognitivas das pessoas. Seu objetivo é investigar possíveis alterações, como os problemas de demências, como por exemplo a patologia de Alzheimer, ou outras patologias que possam comprometer a perda cognitiva, embora ela seja uma escala muito utilizada não é um diagnóstico estabelecido, sim precisa de uma avaliação mais criteriosa, caso confirme no rastreamento a perda (Lamounier et al., 2023).
Sua frequência e abrangência do seu uso na avaliação do estado mental em estudos envolvendo a pessoa idosa institucionalizada ao longo dos últimos tempos o MEEM tem sido largamente praticado em várias pesquisas que envolve esse perfil de amostra e, tanto pela sua praticidade quanto pela sua abrangência (Moraes, 2021).
Seu uso constante em diferentes contextos tem permitido aos pesquisadores avaliar com precisão o desempenho cognitivo dessa população. A literatura evidencia um crescimento no uso da ferramenta, destacando sua importância como método de triagem para detecção precoce de declínios cognitivos, essencial para o planejamento de intervenções adequadas e para a melhoria da qualidade de vida dos idosos em ILPIs (Lamounier et al., 2023).
Os principais fatores que influenciam a aplicação do MEEM em idosos em ILPIs incluem a capacitação dos profissionais de saúde, o estado cognitivo dos idosos, a disponibilidade de tempo e recursos, as condições físicas e emocionais dos residentes, além das políticas institucionais. Esses aspectos impactam a frequência, qualidade e eficácia da aplicação do exame, determinando sua viabilidade como ferramenta de avaliação cognitiva nesse contexto (Monteiro; Barbosa, 2024).
2.3 Adaptações e variações na utilização da MEEM para atender às necessidades específicas de idosos institucionalizados
As adaptações e variações na aplicação do MEEM em idosos institucionalizados são essenciais para assegurar que a avaliação seja precisa e adequada às condições individuais. Entre as modificações mais frequentes, destaca-se a criação de um ambiente propício para a aplicação do teste, que envolve a redução de distrações e a promoção de um espaço tranquilo e confortável. Isso é especialmente relevante para idosos que apresentam déficits cognitivos ou sensoriais, como dificuldades auditivas ou visuais, garantindo que eles possam participar do exame de forma mais eficaz e precisa (Vasconcelos, Caroline Luiza Bailona et al., 2022).
É essencial realizar modificações e mudanças no uso do MEEM para suprir as demandas específicas de idosos que vivem em instituições, a fim de assegurar uma avaliação mais acurada e apropriada. Algumas das alterações mais frequentes incluem a adequação do local de aplicação, reduzindo possíveis distrações e proporcionando um ambiente tranquilo e aconchegante, o que é crucial para idosos com dificuldades cognitivas ou sensoriais (Dantas, 2024).
Adicionalmente, a duração do teste pode ser ajustada conforme a necessidade, possibilitando interrupções quando preciso, levando em consideração as restrições físicas e mentais dos idosos. Uma outra questão importante é a utilização de variantes adaptadas do MEEM, as quais contemplam modificações culturais ou linguísticas, assegurando que a avaliação seja entendível e significativa para várias características de idosos (Monteiro; Barbosa, 2024).
Em determinadas situações, é possível adicionar recursos extras ao MEEM, principalmente para idosos que possuem pouca escolaridade, problemas de audição ou visão, ou quadros cognitivos específicos, como a demência avançada. Essas modificações têm como objetivo oferecer uma avaliação mais individualizada, levando em consideração as características de cada idoso que vive em instituições, garantindo que o instrumento continue a ser eficaz na identificação de declínios cognitivos e no desenvolvimento de cuidados adequados (Barreira; De Nakamura Filho; Da Silva Júnior, 2022).
2.4 A Eficácia MEEM Como Ferramenta De Avaliação Da Qualidade De Vida Em Idosos Institucionalizados, Conforme Relatado Na Literatura
A importância do MEEM como uma ferramenta útil na avaliação da qualidade de vida de idosos que vivem em instituições, especialmente no que diz respeito ao acompanhamento das funções cognitivas. O mesmo auxilia na detecção precoce de problemas cognitivos que podem afetar negativamente diferentes áreas da vida dos idosos, como a independência, as interações sociais e a capacidade de realizar tarefas do dia a dia (Monteiro; Barbosa, , 2024).
Ao possibilitar essa identificação precoce, o exame ajuda a planejar intervenções mais focadas, com o objetivo de manter ou melhorar a qualidade de vida dos residentes. Além disso, o MEEM é muito utilizado em pesquisas devido à sua simplicidade e praticidade, fornecendo informações abrangentes sobre o estado cognitivo dos idosos, que está diretamente ligado ao seu bem-estar geral em lares de idosos(Vasconcelos, Caroline Luiza Bailona et al., 2022).
A efetividade do MEEM como um instrumento de avaliação do bem-estar em idosos residentes em instituições é amplamente aceita na literatura. Ele tem se mostrado uma ferramenta eficiente para a triagem e acompanhamento das habilidades cognitivas dessa população, desempenhando um papel fundamental na detecção precoce de declínios cognitivos. Essas mudanças podem ter um impacto direto na qualidade de vida, já que influenciam a independência, as relações sociais e a capacidade de realizar tarefas do idoso (Nozes, 2023).
A utilização frequente do MEEM em casas de repouso possibilita uma análise constante do nível cognitivo dos idosos, viabilizando a aplicação de medidas preventivas ou corretivas adequadas. Assim, o teste auxilia no desenvolvimento de planos de cuidados individualizados com o objetivo de manter ou até mesmo aprimorar a qualidade de vida dos moradores. A facilidade e a disponibilidade do teste são características que contribuem para sua ampla disseminação em pesquisas e em avaliações clínicas, auxiliando na identificação de demandas cognitivas e, por conseguinte, promovendo o bem-estar geral dos idosos que residem em ILPis (Oliveira et al., 2023).
A QV da pessoa idosa, não está somente relacionada a patologia que contém, porém depende também de assuntos que estão muito além de alguns fatores biológicos. Encontra-se uma adição de fatores que que necessitam ser observados de maneira completa, a pessoa idosa exibem demandas exclusiva, em que as síndromes geriátricas exigem uma visão completa, criando maneiras de tratamento que não desagrega a pessoa, no qual se relaciona à superioridade da vida do idoso institucionalizado, uma pesquisa comprovou que os idosos institucionalizados relatam grande debilitação na saúde (De Vasconcelos, Caroline Luiza Bailona et al., 2022).
2.5 As Possíveis Correlações Entre Os Resultados Obtidos Pela Escala MEEM
A capacidade cognitiva dos idosos, avaliada por meio MEEM, pode ser impactada por uma variedade de elementos. A formação educacional surge como um desses fatores, onde pesquisas indicam que indivíduos com maior grau de instrução costumam apresentar desempenho superior devido à reserva cognitiva mais ampla (Souza; Quirino, 2022).
A idade, por sua vez, também se apresenta como um aspecto relevante, já que o processo de envelhecimento geralmente está relacionado à redução das habilidades cognitivas. Adicionalmente, questões de saúde, como doenças crônicas e neurodegenerativas como por exemplo Alzheimer, estão fortemente associadas ao declínio cognitivo, refletido em pontuações mais baixas no referido exame (Nozes, 2023).
Maneiras de viver de forma saudável, como a rotina de atividades físicas, desafios mentais e convívios sociais, são consideradas como elementos protetores que auxiliam na melhoria dos resultados no MEEM. Por outro lado, problemas emocionais, como tristeza e preocupação, podem afetar de forma negativa a capacidade de raciocínio, prejudicando a retenção de informações e o foco (Cesario et al., 2021). Esses componentes ressaltam a importância de uma avaliação abrangente para os idosos, onde o MEEM, apesar de ser útil, deve ser utilizado juntamente com outros parâmetros para uma análise completa da saúde cognitiva e do bem-estar global (Da Silva, 2023).
Os indicadores de saúde e também o bem-estar para com o idodo que vive em situação de moradia ILPis têm a sua importância fundamental para analisar sua saúde física, mental e social, visando oferecer um cuidado mais completo. Um dos aspectos mais importantes a ser considerado é o estado cognitivo, que geralmente é verificado através de instrumentos como o MEEM. Essa análise é de extrema importância para detectar possíveis deficiências cognitivas, tais como demência e outros distúrbios que impactam na memória e no pensamento (De Oliveira et al., 2023).
A condição de saúde do idoso é crucial, e pode ser avaliada com base em sua autonomia para realizar tarefas cotidianas, como cuidados pessoais, alimentação e locomoção. A deterioração dessa capacidade é um sinal significativo de comprometimento físico e mental(De Vasconcelos et al., 2022).
A saúde dos idosos é um fator importante a ser considerado, com exames frequentes de doenças crônicas como pressão alta, diabetes e problemas do coração, sendo imprescindíveis para acompanhar seu bem-estar. O tratamento adequado dessas doenças é crucial para prevenir consequências sérias (De Souza et al., 2024). A saúde dos idosos é influenciada significativamente pelo seu estado nutricional, pois tanto a falta de nutrientes quanto o excesso de peso têm impacto direto na qualidade de vida, podendo prejudicar a recuperação de doenças e a manutenção da saúde (Cesário et al., 2021).
É crucial manter um acompanhamento próximo da saúde emocional e mental dos idosos institucionalizados, pois problemas como depressão, ansiedade e isolamento são frequentes e prejudicam significativamente a qualidade de vida. É fundamental oferecer apoio psicológico e social para reduzir tais consequências (Moraes, 2021).
A convivência social tem sua relevância, já que participar de atividades sociais e de lazer auxilia a criar um sentimento de pertencimento, evitando o isolamento e colaborando para a saúde mental. Por fim, a qualidade do descanso noturno é um fator determinante na saúde de forma abrangente, impactando tanto o aspecto físico quanto o emocional e mental. Problemas de sono, como a insônia, precisam ser acompanhados de perto e tratados para prevenir danos mais graves à saúde (Ribeiro et al., 2024).
3. METODOLOGIA
Esse trabalho é uma revisão de literatura de natureza básica de caráter descritivo, com objetivo exploratório que vem se tornando útil cada dia mais na investigação dos fenômenos completos da real educação. Essa investigação procura respostas para a solução e dedicação para a identificação e compreensão entre fatos e acontecimentos (Lösh; Ferreira, 2023). Sendo assim, é realizada a investigação de literaturas que abordam o tema proposto.
Assim como também caracteriza em revisão bibliográfica, visto que se descreve por meio da interpretação de dados baseados em pesquisas de outras autores, aos quais encontra – se em registros como livros, artigos, repositórios, publicações, dissertações e teses (Taquette; Borges, 2021).
Com abordagem qualitativa, onde se trabalha a construção não estruturada dos dados, sem hipóteses previamente definidas, e busca o significado da ação segundo a ótica dos sujeitos pesquisados (Osório, 2023).
Para análise foram examinadas as inferências orientadoras a partir do estudo bibliográfico, reunindo as informações e avaliando como os achados contribuirão para a análise. As informações estarão disponibilizadas e estruturadas com base na literatura relevante
Foi definida estratégias de busca avançada que consistiu em: Escala Mini Exame Mental AND idoso AND institucionalização AND qualidade de vida. Com pesquisa nas seguintes bases de dados: Google Acadêmico (Google Scholar), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), ScienceDirect e PubMed sobre o assunto.
Inicialmente, foram identificados 579 registros potenciais, sendo 476 provenientes do Google Acadêmico, 5 da PubMed e 98 ScienceDirect. Após a remoção de duplicatas, restaram 386 registros para análise. Desses, 310 foram excluídos após a triagem inicial de títulos e resumos, deixando 76 artigos para uma avaliação mais detalhada.
Após a leitura completa dos textos, 44 artigos foram elegíveis, e 11 artigos foram eliminados por não atenderem aos critérios de elegibilidade, na síntese final foram incluídos 33 estudos.
Posterior, fechado os critérios de inclusão que foram publicações nacionais, internacionais, com leitura feita nos resumos, íntegra, na língua portuguesa, espanhola, inglesa com versão em português e de livre acesso feitas entre os anos de 2020 a 2024, e que estiveram relacionadas com o tema proposto, os critérios de exclusão foram pesquisas que não compatíveis com a temática e publicações que se igualaram ou que antecederam ao ano de 2019.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No quadro adiante, encontram-se referências que norteiam a análise dos resultados, permitindo estabelecer um diálogo entre as evidências deste estudo e os achados já consolidados na literatura.
Quadro-1 Registros utilizados na síntese dos resultados
Autor | Título | Objetivos | Periódicos/ano | Delineamento |
Azeredo, Guerra e Ferreira, | Solidão vivenciada pelo idoso institucionalizado | Estudar a frequência da solidão em idosos institucionalizados. | Revista Ibero-America na de Gerontologia, 2023. | Abordagem quantitativa |
Barreira; De Nakamura Filho; Da Silva Júnior. | Envelhecimento e suicídio: uma revisão de literatura | Compreender o processo de senilidade e sua correlação com as questões do suicídio | Congresso de Iniciação Científica da Universidade de Rio Verde, 2022. | Revisão de literatura |
Barbosa et al, | Instrumentos para avaliação de sintomas de depressão em idosos trabalhadores. | Identificar, através da revisão integrativa, os instrumentos para avaliação de sintomas depressivos em idosos trabalhadores. | Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2023. | Revisão integrativa |
Cesário et al., | Tendências de acesso e utilização dos serviços de saúde na APS entre idosos no Brasil nos anos 2008, 2013 e 2019. | Contribuir na identificação das condições e tendências de acesso e utilização dos serviços de saúde da APS no Brasil pelos idosos nos anos de 2008, 2013 e 2019, | Ciência & Saúde Coletiva, 2021. | Estudo transversal em painéis |
Da Silva. | Pessoa Idosa, Envelhecimento Humano e | Buscar na literatura nacional e internacional estudos | Editora publicar, 2023. | Revisão narrativa da literatura |
Qualidade De Vida. | abrangendo o envelhecimento humano e a qualidade de vida das pessoas idosas. | |||
Dantas | A atuação do enfermeiro na atenção primária em saúde: prevenção de quedas em idosos a domicilio. | Desenvolver medidas de prevenções de riscos de quedas em idosos a domicilio. | Repositório Fasipe, 2024. | Revisão integrativa |
De Araújo Porto | Saúde do idoso: exercício físico, cuidado e manutenção da saúde multiprofissional. | Discutir a saúde da população idosa, enfatizando a importância do exercício físico, do cuidado multiprofissional e da manutenção da saúde, destacando a necessidade de políticas públicas para promover um envelhecimento saudável e a autonomia dos idosos | Estudos Avançados Sobre Saúde e Natureza, 2023. | Revisão de literatura |
De Vasconcelos et al. | Qualidade de vida de idosos institucionalizados no Brasil: uma revisão integrativa | Analisar a qualidade de vida da pessoa idosa em contextos de institucionalização, não hospitalar. | Revista Brasileira Militar de Ciências, 2022. | Revisão integrativa da literatura |
Fermentão; Thomazin; Baldassi. | A institucionalização do idoso em decorrência do abandono familiar: o envelhecimento populacional e a precariedade do acolhimento estatal | Estudar o fenômeno da institucionalização do idoso, analisando-se o crescente aumento da colação de idosos em lares substitutos ao familiar. | Revista unifafibe, 2022. | Estudo hipotético-dedutivo |
Lamounier et al | Avaliação Funcional e Cognitiva em idosos | Demonstrar a correlação da funcionalidade e da cognição entre idosos do sexo masculino. | Seven publicações acadêmicas, 2023. | Estudo observacional com delineamento transversal |
Macagi, Amorim e Cerqueira. | Análise da senescência dos pacientes atendidos no casu–Centro de assistência à saúde do UNEC. | Analisar o perfil de idosos atendidos no CASU (Centro de Atendimento à Saúde do UNEC) quanto a sua capacidade de realizar as AVD’s, equilíbrio e qualidade da saúde mental. | Recima 21, 2022 | Pesquisa descritiva exploratória de cunho quantitativo. |
Monteiro, Barbosa. | Senescência repensada a partir da animação Up: Altas Aventuras. | Analisar o personagem principal do filme “Up: Altas Aventuras”, Carl Fredricksen, e as mudanças comportamentais nele identificadas ao longo da animação, enquanto um idoso que vivenciava um processo de luto complicado. | Repositório Institucional – Faculdade Pernambucana de Saúde. 2024. | Análise qualitativa baseada na interpretação da animação |
Moraes | O Papel do Enfermeiro em uma ILPI. In: Terceira Idade no Brasil: Representações e Perspectivas | Discutir e destacar o papel do enfermeiro nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), enfatizando a necessidade de cuidados especializados e integrados para a população idosa | Blucher, 2021. | Revisão de literatura |
Mrejen; Nunes; Giacomin. | Envelhecimento populacional e saúde dos idosos: O Brasil está preparado? | Analisar o processo de envelhecimento da população brasileira, considerando os desafios que isso traz para o sistema de saúde e para a sociedade. | IEPS, 2023. | Estudo de campo |
Nozes. | Relatório de Estágio. Risco de quedas em idosos institucionalizados. | Avaliar o risco de quedas em idosos institucionalizados, e pesquisar possíveis associações entre o risco de cair e variáveis sociodemográficas e clínicas. | Biblioteca digital IPB, 2023. | Estudo correlacional e transversal, inserido numa abordagem quantitativa |
Oliveira et al. | Influência da prática de atividade física sobre a qualidade de vida de idosos: uma revisão integrativa. | Analisar a influência da prática de atividade física sobre a qualidade de vida de idosos através de publicações na literatura nacional e internacional. | Arquivos Ciências do Esporte, 2023. | Revisão integrativa da literatura |
Pinto, Vieira. | 20 Anos Do Estatuto da Pessoa Idosa: Lutas e Conquistas | Discutir o Estatuto da Pessoa Idosa, contemplando 20 anos de lutas, desafios e conquistas. | Cadernos UNINTER, 2023. | Pesquisa bibliográfica |
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Souza, Quirino. | A influência comportamental do idoso frente ao processo de senescência e senilidade: revisão da literatura. | Descrever as alterações na realização das AVD ́s e AIVD ́s durante as fases de senescência e senilidade | Uniceplac, 2022. | Revisão da literatura |
Para Moraes (2021) e Lamounier et al. (2023), o uso da Escala MEEM tem aumentado consideravelmente nos últimos anos devido à sua praticidade e eficiência na triagem cognitiva, especialmente em estudos com idosos institucionalizados. A ferramenta permite identificar precocemente declínios cognitivos, o que é essencial para intervenções preventivas. Monteiro e Barbosa (2024) complementam destacando que essa escalada na utilização reflete sua importância como recurso prático e acessível para avaliar o estado mental de idosos em ILPIs.
Já para Vasconcelos et al. (2022) e Nozes (2023), o aumento do uso do MEEM está diretamente relacionado à necessidade de acompanhar a evolução do envelhecimento populacional e suas implicações cognitivas. Esses autores reforçam que o MEEM, além de ser uma ferramenta de triagem, é amplamente aceito pela comunidade científica como um método confiável de avaliação do estado mental em estudos longitudinais com idosos.
Segundo Monteiro e Barbosa (2024), os principais fatores que influenciam a aplicação do MEEM incluem a capacitação dos profissionais que aplicam o teste, as condições emocionais e físicas dos idosos e a disponibilidade de recursos e tempo nas instituições. Para Dantas (2024) e Lamounier et al. (2023), a infraestrutura da ILPI também é determinante, pois um ambiente tranquilo e adequado é fundamental para garantir a validade dos resultados do exame.
De acordo com Souza e Quirino (2022), a escolaridade dos idosos é outro fator que interfere diretamente no desempenho do MEEM, já que pessoas com baixa escolaridade tendem a apresentar escores mais baixos, independentemente de seu real estado cognitivo. Vasconcelos et al. (2022) reforçam que a aplicação do MEEM requer adaptações culturais e linguísticas para populações específicas, garantindo maior precisão na avaliação.
Para Monteiro e Barbosa (2024), o MEEM é amplamente utilizado como ferramenta auxiliar para avaliar a qualidade de vida em idosos institucionalizados, uma vez que o estado cognitivo está intimamente ligado à capacidade de realizar tarefas diárias, interagir socialmente e manter a independência. Já Vasconcelos et al. (2022) e Nozes (2023) argumentam que a simplicidade do MEEM facilita sua aplicação em pesquisas e no ambiente clínico, permitindo intervenções precoces que visam melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Oliveira et al., (2023) destacam que o uso frequente do MEEM em ILPIs promove o acompanhamento contínuo das funções cognitivas dos residentes, contribuindo para o desenvolvimento de planos de cuidados individualizados. Além disso, Cesário et al., (2021) ressalta que o MEEM, ao detectar alterações cognitivas precoces, possibilita intervenções focadas no bem-estar global dos idosos, promovendo melhorias em sua qualidade de vida.
De forma geral, os autores supracitados corroboram sobre a relevância do MEEM como ferramenta prática, acessível e eficaz na avaliação cognitiva e da qualidade de vida dos idosos institucionalizados. Embora alguns ressaltam a necessidade de adaptações para populações específicas, o consenso é que o MEEM desempenha um papel crucial na triagem de declínios cognitivos e no planejamento de intervenções. A integração das evidências reforça a importância do uso dessa escala em pesquisas e na prática clínica, sendo indispensável para a promoção do envelhecimento saudável e ativo em ILPIs.
Os achados de Mrejen; Nunes; Giacomin (2023) indicam que o crescimento da população idosa segue em ascensão, trazendo desafios pontuais na avaliação das condições cognitivas desse grupo etário, principalmente em contextos de institucionalização. Nesse cenário, observa-se que o idoso institucionalizado enfrenta a privação do convívio familiar, de amigos e do próprio lar, o que pode agravar a perda de autonomia e limitar possibilidades de participação em novas atividades (Pinto; Vieira, 2023).
Diante disso, as ILPIs buscam construir um ambiente acolhedor, funcionando como uma nova família para o idoso. Nesse processo, a equipe multiprofissional desempenha papel fundamental, destacando-se o enfermeiro, profissional capacitado para aplicar diferentes escalas de avaliação, dentre elas o Miniexame do Estado Mental (MEEM), ferramenta essencial na triagem de déficits cognitivos (Barbosa et al., 2023).
O MEEM foi validado no Brasil com o propósito de subsidiar a avaliação cognitiva em idosos, e sua aplicação no contexto das ILPIs permite uma observação mais detalhada das necessidades do residente. Além disso, fornece subsídios para que o enfermeiro desenvolva a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), metodologia de trabalho baseada em conhecimento científico, que visa planejar e executar os cuidados de maneira fundamentada, evitando práticas pautadas apenas na experiência empírica (Fermentão; Thomazin; Baldasi, 2022).
Resultados ainda destacam a pertinência da assistência conjunta de uma equipe multiprofissional, em que o profissional enfermeiro exerce seu papel centrado no suporte ao idoso que apresenta perdas cognitivas e comportamentais. Esse profissional pode contribuir decisivamente na identificação de necessidades, no monitoramento constante das alterações funcionais e no desenvolvimento de intervenções que promovam um envelhecimento mais ativo (Barbosa et al., 2023).
Vale ressaltar que, ao investigar o acesso e a utilização de serviços de saúde entre idosos no Brasil, Cesário et al. (2021) enfatizam, em sua discussão final, a presença de lacunas significativas na literatura, principalmente quando se utilizam dados secundários para análise de tendências. Os autores alertam que a falta de padronização nas fontes de informação e as discrepâncias entre diferentes bases de dados podem afetar a consistência dos resultados e, consequentemente, dificultar conclusões robustas.
No mesmo sentido, ao realizar uma revisão sobre a assistência à saúde do idoso na Atenção Primária, Da Silva e De Medeiros Taveira (2022) identificam desafios e barreiras relacionados à integração das equipes multiprofissionais e à oferta de serviços contínuos. Os autores apontam, ainda, gaps de pesquisa que envolvem desde a escassez de estudos de maior duração (com foco longitudinal) até a falta de investigações que abordem as especificidades das populações mais vulneráveis dentro do grupo idoso.
Já De Vasconcelos et al. (2022), ao analisarem a qualidade de vida de idosos institucionalizados, evidenciam limitações dos estudos selecionados, como pequenos tamanhos de amostra, restrição geográfica (muitos trabalhos concentrados em determinadas regiões do país) e diversidade limitada de metodologias empregadas. Tais fatores dificultam a comparação entre pesquisas e ressaltam a necessidade de estudos multicêntricos, com amostras mais amplas, que permitam generalizações mais consistentes.
Por fim, ressalta-se que o uso de estratégias específicas, como a consulta de enfermagem em gerontologia, pode incentivar a funcionalidade cognitiva do idoso institucionalizado. Tal abordagem permite ao enfermeiro atuar diretamente nas demandas individuais, viabilizando ações mais direcionadas e embasadas em evidências, e, consequentemente, favorecendo a manutenção da autonomia e da qualidade de vida do idoso (Da Silva, 2023).
CONCLUSÃO
A revisão de literatura realizada neste estudo evidenciou a importância do uso da MEEM como ferramenta essencial para a avaliação cognitiva de idosos institucionalizados. O envelhecimento populacional, caracterizado pelo aumento significativo da população idosa no Brasil traz consigo desafios relacionados ao declínio cognitivo e à necessidade de intervenções precoces que promovam a QV dessa população. Nesse contexto, o MEEM destaca-se como um instrumento prático e eficaz para a identificação precoce de déficits cognitivos, permitindo o planejamento de cuidados personalizados e a implementação de estratégias preventivas.
A aplicação do MEEM em ILPIs mostrou-se relevante não apenas para a triagem de condições como demência e Alzheimer, mas também para o monitoramento contínuo das funções cognitivas, contribuindo para a manutenção da autonomia e independência dos idosos. No entanto, a eficácia da escala depende de fatores como a capacitação dos profissionais de saúde, a adaptação do ambiente de aplicação e a consideração de variáveis sociodemográficas, como a escolaridade e as condições emocionais dos idosos.
Além disso, o estudo destacou a necessidade de adaptações culturais e linguísticas na aplicação do MEEM, garantindo que a avaliação seja precisa e adequada às características individuais dos idosos. A integração do teste com outras ferramentas de avaliação e a atuação de uma equipe multiprofissional, especialmente o enfermeiro, são fundamentais para o desenvolvimento de planos de cuidados que visem à promoção do envelhecimento saudável e ativo.
Em síntese, o MEEM configura-se como uma ferramenta indispensável para a prática clínica e a pesquisa em gerontologia, oferecendo subsídios para a identificação precoce de declínios cognitivos e a implementação de intervenções que visem à melhoria da qualidade de vida dos idosos institucionalizados. A continuidade de estudos que explorem a eficácia e as adaptações necessárias para diferentes contextos é essencial para o aprimoramento do cuidado oferecido a essa população, reforçando a importância de políticas públicas e práticas baseadas em evidências no âmbito da saúde do idoso.
Em linhas gerais, o MEEM consolida-se como um recurso essencial tanto na prática clínica quanto em pesquisas relacionadas à gerontologia, pois permite reconhecer precocemente possíveis perdas cognitivas e implementar estratégias que promovam melhores condições de vida em idosos que vivem em instituições de longa permanência. A realização de novos estudos, abordando sua eficácia e eventuais adaptações para diferentes contextos, é indispensável para aprimorar o cuidado prestado. Nesse sentido, também se destaca a relevância de políticas públicas e de intervenções embasadas em evidências científicas voltadas à saúde do idoso.
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1Djeine Caroline dos Reis Boschi. Acadêmica do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Unidesc Campus I.
2Thayllane Kristene Macedo. Acadêmica do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Unidesc Campus I.
3Luzia Sousa Ferreira do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Unidesc Campus I. Mestra em Engenharia Biomédica (UNB/DF). e-mail: Luzia.Ferreira@unidesc.edu.br