REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202503311846
Francisca Teresa Da Silva Cecim
Lucifrancis Leal Lima
Luiz Gustavo Caetano Silva
Rosana De Oliveira Borges
Sandra Maria Pinheiro Da Rocha
Orientador: Me. Joelson da Silva Medeiros
RESUMO
Este estudo teve como objetivo identificar a atuação do fisioterapeuta no programa de reabilitação cardíaca, com ênfase nas intervenções realizadas na Fase I, logo após a cirurgia cardíaca. Especificamente, buscou-se traçar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos ao procedimento de cirurgia cardíaca, explorar as principais alterações que levam à necessidade dessa cirurgia e apresentar as técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas na reabilitação. A metodologia adotada envolveu uma revisão bibliográfica, com análise de estudos e pesquisas relevantes sobre a atuação da fisioterapia na reabilitação cardíaca, incluindo a descrição das intervenções, os benefícios e os resultados obtidos com o programa. Os resultados mostraram que a maioria dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca possui fatores de risco como hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, sedentarismo e tabagismo, os quais agravam as condições cardiovasculares e exigem intervenções cirúrgicas. A fisioterapia desempenha um papel crucial desde a Fase I, com intervenções como mobilização precoce, exercícios respiratórios, alongamentos e técnicas de prevenção de complicações, como trombose e infecções pulmonares. Essas intervenções contribuem para a recuperação física, a melhoria da ventilação pulmonar e a redução da dor, além de acelerar a transição para as fases subsequentes da reabilitação. Na Fase II, a fisioterapia se concentra no fortalecimento muscular e no condicionamento cardiorrespiratório, com a aplicação de exercícios aeróbicos e de resistência, preparando o paciente para o retorno às atividades cotidianas. A discussão abordou o impacto positivo da reabilitação cardíaca no prognóstico dos pacientes, com uma redução significativa nos índices de mortalidade e morbidade. A adesão ao programa de reabilitação cardíaca, especialmente com o apoio psicológico, foi essencial para melhorar a qualidade de vida, reduzindo sintomas como fadiga e falta de ar, e ajudando os pacientes a enfrentarem os desafios emocionais pós-cirúrgicos. A educação sobre hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios, alimentação balanceada e controle do estresse, foi identificada como um componente importante para garantir a adesão a longo prazo. Em suma, o estudo evidenciou a importância da fisioterapia no processo de reabilitação cardíaca, destacando a sua contribuição para a recuperação funcional, o controle dos fatores de risco e a promoção de um estilo de vida saudável. A atuação do fisioterapeuta, tanto nas fases iniciais quanto nas subsequentes da reabilitação, é essencial para reduzir complicações e melhorar o prognóstico dos pacientes, evidenciando a necessidade de programas de reabilitação bem estruturados e personalizados para cada indivíduo, com foco em aspectos físicos, emocionais e sociais. O objetivo do estudo foi alcançado, confirmando que a fisioterapia é um componente fundamental na reabilitação cardíaca e na promoção da saúde cardiovascular a longo prazo.
Palavras-chave: Cirurgia Cardíaca; Modalidades de Fisioterapia; Reabilitação.
ABSTRACT
This study aimed to identify the role of the physiotherapist in the cardiac rehabilitation program, with an emphasis on interventions carried out in Phase I, immediately after cardiac surgery. Specifically, we sought to outline the epidemiological profile of patients undergoing cardiac surgery, explore the main changes that lead to the need for this surgery and present the physiotherapeutic techniques most used in rehabilitation. The methodology adopted involved a bibliographical review, with analysis of relevant studies and research on the role of physiotherapy in cardiac rehabilitation, including a description of the interventions, benefits and results obtained with the program. The results showed that the majority of patients undergoing heart surgery have risk factors such as hypertension, diabetes mellitus, obesity, physical inactivity and smoking, which aggravate cardiovascular conditions and require surgical interventions. Physiotherapy plays a crucial role from Phase I, with interventions such as early mobilization, breathing exercises, stretching and techniques to prevent complications, such as thrombosis and lung infections. These interventions contribute to physical recovery, improved lung ventilation and pain reduction, in addition to accelerating the transition to subsequent phases of rehabilitation. In Phase II, physiotherapy focuses on muscle strengthening and cardiorespiratory conditioning, with the application of aerobic and resistance exercises, preparing the patient to return to daily activities. The discussion addressed the positive impact of cardiac rehabilitation on patients’ prognosis, with a significant reduction in mortality and morbidity rates. Adherence to the cardiac rehabilitation program, especially with psychological support, was essential for improving quality of life, reducing symptoms such as fatigue and shortness of breath, and helping patients face post-surgical emotional challenges. Education about healthy habits, such as regular exercise, balanced diet and stress management, was identified as an important component to ensure long-term adherence. In short, the study highlighted the importance of physiotherapy in the cardiac rehabilitation process, highlighting its contribution to functional recovery, the control of risk factors and the promotion of a healthy lifestyle. The role of the physiotherapist, both in the initial and subsequent phases of rehabilitation, is essential to reduce complications and improve the prognosis of patients, highlighting the need for well-structured and personalized rehabilitation programs for each individual, focusing on physical, emotional and social aspects. The objective of the study was achieved, confirming that physical therapy is a fundamental component in cardiac rehabilitation and promoting long-term cardiovascular health.
Keywords: Cardiac Surgery; Physiotherapy modalities; Rehabilitation.
1. INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares (DCV) são um dos maiores desafios de saúde pública global, sendo responsáveis por milhões de mortes anuais. Incluem condições como infarto, insuficiência cardíaca (IC), acidente vascular cerebral (AVC) e hipertensão, afetando diferentes grupos populacionais e exigindo atenção constante. Além dos impactos à saúde, essas enfermidades geram altos custos para os sistemas de saúde, exigindo medidas preventivas e terapêuticas eficazes. Nesse contexto, a fisioterapia cardiorrespiratória desempenha um papel essencial na reabilitação e no tratamento desses pacientes, auxiliando na melhora da qualidade de vida e na redução das complicações associadas. A adoção de estratégias adequadas pode minimizar os riscos e favorecer a recuperação, promovendo um impacto positivo na saúde pública (Gomes et al., 2021).
Os fatores de risco para o desenvolvimento das DCV são amplos e multifatoriais, incluindo hábitos de vida inadequados, predisposição genética e condições clínicas preexistentes. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, o sedentarismo, a alimentação desbalanceada, a obesidade, o consumo excessivo de álcool e o estresse crônico. Além disso, doenças como diabetes mellitus (DM) e dislipidemia contribuem significativamente para o agravamento dessas condições. A identificação precoce e a adoção de estratégias de controle desses fatores são essenciais para reduzir a incidência e a gravidade das DCV (Bezerra et al., 2024).
As DCV não impactam apenas a saúde dos indivíduos, mas também geram grandes desafios sociais e econômicos. O afastamento do trabalho, a redução da qualidade de vida e os custos elevados com internações e tratamentos representam um peso significativo para as famílias e para os sistemas de saúde pública e privada. A necessidade de reabilitação e acompanhamento contínuo reforça a importância de abordagens terapêuticas integradas, como a fisioterapia cardiorrespiratória, que desempenha um papel crucial na recuperação e na reinserção social e profissional dos pacientes (Arpini et al., 2021).
A fisioterapia cardiorrespiratória, uma especialidade da fisioterapia, foca na reabilitação e tratamento de pacientes com condições cardíacas e respiratórias. Esse campo fundamental busca melhorar a função pulmonar e cardiovascular, promover a recuperação de doenças e cirurgias, além de aprimorar a qualidade de vida dos pacientes (Brandão et al., 2023). Quando a remissão dos sintomas das DCV ocorre por meio de cirurgia cardíaca (CC), há uma melhora considerável na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, algumas complicações podem surgir, incluindo complicações respiratórias. Dentre as condições que podem ocorrer após a CC, destacam-se a necessidade de suporte ventilatório prolongado e cuidados intensivos (Gomes et al., 2021).
Para enfrentar essas complicações no pós-operatório, a fisioterapia respiratória (FiR) é amplamente utilizada, visando tratar e reverter as complicações pulmonares, contribuindo para a recuperação do estado de saúde do paciente. As intervenções fisioterapêuticas aplicadas durante a permanência do paciente em serviços de emergência incluem abordagens imediatas e após estabilização (Carioca; Livramento, 2023). As intervenções imediatas mais comuns incluem o manejo da ventilação mecânica invasiva, auxílio à intubação orotraqueal, manobras de reexpansão pulmonar e de higiene brônquica, entre outras. Após a estabilização, utilizam-se técnicas como a sedestação, exercícios calistênicos, cinesioterapia e o uso de cateter nasal de baixo fluxo, todas com o objetivo de melhorar o conforto respiratório e estabilizar a saturação (Bezerra et al., 2024).
Paralelamente à FiR, o programa multidisciplinar de reabilitação cardíaca (RC) tem como objetivo reverter os efeitos prejudiciais de eventos cardíacos, melhorar a qualidade de vida, condições físicas e psicológicas dos pacientes, além de restaurar sua autonomia. A RC é, especialmente, recomendada para pacientes que passaram por procedimentos como transplante cardíaco, revascularização do miocárdio e aqueles diagnosticados com insuficiência cardíaca crônica (ICC). Além disso, pode beneficiar indivíduos com histórico de infarto agudo do miocárdio (IAM), angina estável e outras condições que comprometem a função cardiovascular (Carvalho; Sousa, 2020).
O programa de RC pode ser dividido em quatro fases, cada uma com seu foco específico. A fase I ocorre durante a hospitalização, buscando minimizar os efeitos da imobilidade e restaurar a capacidade funcional, preparando o paciente para a fase II. Esta fase, realizada em ambiente ambulatorial, dura de três a seis meses, dependendo do caso, e inclui exercícios para fortalecer os músculos respiratórios e promover o restabelecimento hemodinâmico (Vasconcelos et al., 2021). A fase III, com duração de seis meses a um ano, envolve o desenvolvimento da capacidade física e aeróbica, flexibilidade e monitoração de dados vitais. Já a fase IV, de duração indeterminada, busca alinhar a recuperação com as necessidades individuais, incluindo sessões supervisionadas de exercícios após avaliações médicas (Moraes et al., 2022).
A fisioterapia cardiovascular é uma área complexa e abrangente, que engloba diversas medidas e protocolos voltados à recuperação e ao bem-estar do indivíduo. Com base nisso, a presente pesquisa qualitativa, fundamentada em uma revisão bibliográfica de fontes oficiais, busca destacar a importância dessa especialidade e reconhecer o papel fundamental dos profissionais que a exercem. Considerando que as DCV são, atualmente, a principal causa de mortes, é essencial reconhecer a atuação do fisioterapeuta, não apenas nos aspectos físicos, mas também nos emocionais e sociais envolvidos nesse processo.
Assim, a relevância desta pesquisa reside em demonstrar que o fisioterapeuta, não apenas, promove a recuperação dos pacientes, mas também, contribui para o retorno deles às suas atividades cotidianas. Com o objetivo de chamar a atenção para esse tema e esclarecer o papel indispensável do fisioterapeuta, o estudo abordará as principais técnicas utilizadas, além de apresentar dados que aprofundam o entendimento sobre o assunto.
Dessa forma, este estudo tem como objetivo geral identificar como o fisioterapeuta atua no programa de reabilitação cardíaca. Especificamente, busca traçar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos ao procedimento de cirurgia cardíaca, citar as principais alterações que levam o paciente à realização da cirurgia cardíaca e apresentar os principais recursos e técnicas da fisioterapia para o programa de reabilitação cardíaca na Fase I.
2. METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de revisão bibliográfica, cujo objetivo é analisar e sintetizar publicações relevantes sobre a relação entre cirurgia cardíaca, fisioterapia e reabilitação. A metodologia foi desenvolvida seguindo um processo sistemático para identificar, avaliar e sintetizar as evidências existentes na literatura.
O problema que orientou esta revisão foi a análise das intervenções fisioterapêuticas durante a reabilitação pós-cirurgia cardíaca, visando encontrar evidências sobre sua eficácia e o impacto na qualidade de vida dos pacientes. A questão de pesquisa que guiou o estudo foi: “Quais as principais evidências sobre o papel da fisioterapia na reabilitação de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca?”.
Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos estudos foram: publicações entre os anos de 2020 e 2025, artigos em português, inglês ou espanhol, de acesso gratuito e disponíveis para download, que abordassem intervenções de fisioterapia em pacientes que passaram por cirurgia cardíaca. Foram excluídos artigos com mais de cinco anos de publicação, estudos pagos, revisões sistemáticas com metanálise, além de artigos duplicados nas bases de dados.
A busca pelos artigos foi realizada em quatro bases de dados principais: United States National Library of Medicine (PubMed), National Library of Medicine (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Os descritores utilizados para a pesquisa foram “Cirurgia Cardíaca”, “Modalidades de Fisioterapia” e “Reabilitação”. No PubMed, foram aplicados filtros como Free full text, clinical trial, randomized controlled trial, e artigos publicados nos últimos cinco anos. Após a aplicação da estratégia de busca, foram encontrados 135 artigos no PubMed, 98 no MEDLINE, 76 no SciELO e 154 no Google Acadêmico.
Os dados obtidos nesta revisão bibliográfica foram organizados em tabela utilizando o software Word, versão 2020. Esse formato permitiu uma apresentação clara e estruturada das informações, facilitando a análise e comparação dos resultados. A tabela incluiu detalhes sobre os autores, ano de publicação, título, objetivos, metodologia e principais resultados de cada estudo. Posteriormente, essas informações foram discutidas de maneira aprofundada, visando destacar as principais evidências encontradas e suas implicações para a prática da fisioterapia na reabilitação de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
3. RESULTADOS
A pesquisa resultou na recuperação de 463 artigos por meio da estratégia de busca. Desses, 135 artigos no PubMed, 98 no MEDLINE, 76 no SciELO e 154 no Google Acadêmico. Cada uma dessas bases de dados contribuiu de maneira relevante para a análise, refletindo a diversidade das investigações sobre o tema. A utilização de múltiplas fontes permitiu uma visão ampla e inclusiva, favorecendo a incorporação de estudos significativos, que abordam diferentes contextos geográficos e metodológicos.
Após a triagem inicial e a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, que consideraram a relevância para o tema e a qualidade metodológica, foram selecionados 10 artigos para compor esta revisão. Esses artigos foram escolhidos por sua capacidade de oferecer esclarecimentos relevantes sobre a atuação do fisioterapeuta no programa de RC e organizados em uma tabela para uma posterior discussão (Tabela 1).
Ademais, a análise dos artigos selecionados proporcionou uma discussão mais aprofundada e embasada sobre as implicações da atuação do fisioterapeuta no programa de RC, destacando os desafios enfrentados na prática profissional. A revisão, não apenas, contribuiu para uma compreensão mais clara das barreiras e dificuldades na implementação das estratégias de reabilitação, mas também revelou lacunas no conhecimento que podem orientar futuras pesquisas. Dessa forma, este trabalho se propõe a ser um ponto de partida para novas investigações e intervenções que visem aprimorar as práticas de RC, promovendo uma abordagem mais integrada e eficaz no atendimento aos pacientes, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e recuperação da saúde cardiovascular.
A análise criteriosa dos artigos selecionados permitiu uma compreensão aprofundada sobre a atuação do fisioterapeuta no programa de reabilitação cardíaca. Para uma discussão mais detalhada dos resultados, foram elaboradas três categorias de análise: Perfil dos Pacientes Submetidos à Reabilitação Cardíaca, Intervenções Fisioterapêuticas na Reabilitação Cardíaca, e Impacto da Reabilitação Cardíaca na Recuperação dos Pacientes. Essas categorias permitiram explorar diferentes aspectos da RC, desde o perfil clínico dos pacientes até as intervenções específicas realizadas pelos fisioterapeutas e os resultados obtidos na recuperação física e na qualidade de vida dos indivíduos.
Tabela 01 – Síntese dos artigos utilizados na revisão.
Autores | Ano | Título | Objetivos | Metodologia | Principais Resultados |
CARVALHO, A. R.; SOUSA, I. M. | 2020 | Physiotherapeutic intervention in the postoperative period of myocardial revascularization: systematic review | Revisar os conhecimentos sobre a atuação da fisioterapia no pós-operatório de revascularização miocárdica. | Revisão Sistemática | Foram incluídos 12 estudos, totalizando 435 pacientes submetidos a exercícios aeróbios, anaeróbios e respiratórios, eletroterapia, fototerapia e ventilação mecânica não invasiva. O exercício aeróbio foi a intervenção com maior evidência de benefícios. |
COSTA, S. A. S.; EPAMINONDAS, L. C. S.; PENA, J. C. V.; LIMA, P. T. S.; NEGRÃO, L. N.; SASSIM, P. V. S.; FERREIRA, T. C. R. | 2020 | A atuação da fisioterapia no pós-operatório de transplante de coração: uma revisão da literatura | Investigar a eficácia da RC na melhoria do quadro clínico e da qualidade de vida de pacientes submetidos a transplante cardíaco, com a atuação de uma equipe multidisciplinar, especialmente, o fisioterapeuta. | Revisão de Literatura | A pesquisa identificou 69 artigos, dos quais 8 atenderam aos critérios de inclusão, todos apontando melhorias no quadro clínico e na qualidade de vida dos pacientes submetidos à RC. |
ARPINI, M.; TORRES, F. A. L.; SCHLEDER, J. C.; ROSA, T. A.; MAZZO, D. M. | 2021 | Avaliação do efeito do treinamento muscular inspiratório na força muscular inspiratória e função pulmonar de pacientes com insuficiência cardíaca submetidos a um programa de reabilitação cardíaca | Comparar os efeitos do resistor linear pressórico (RLP) e do incentivador respiratório à volume (IRV) como treinamento muscular inspiratório (TMI) em pacientes com IC inseridos em um programa de RC. | Ensaio Clínico Randomizado | Ambos os grupos (RLP+RC e IRV+RC) melhoraram a força muscular respiratória, função pulmonar, fadiga e classe funcional após 8 semanas. O grupo Meta, após 8 semanas, aumentou apenas a PImáx. |
GOMES, C. S.; GONÇALVES, R. P. F.; SILVA, A. G.; SÁ, A. C. M. G. N.; ALVES, F. T. A.; RIBEIRO, A. L. P.; MALTA, D. C. | 2021 | Factors associated with cardiovascular disease in the Brazilian adult population: National Health Survey | Estimar a prevalência e investigar os fatores associados ao diagnóstico autorreferido de DCV na população adulta brasileira. | Regressão de Poisson com variância robusta | 5,3% dos adultos brasileiros referiram DCV, com fatores associados como idade avançada, sexo masculino, escolaridade e condições de saúde como hipertensão e diabetes. A adoção de políticas públicas e programas direcionados aos grupos vulneráveis é essencial para reduzir a prevalência das DCV no Brasil. |
SANTOS, A. F.; FURTADO, N. C.; ANDRADE, L. D. M. | 2021 | Physiotherapeutic practices in phase II of cardiovascular rehabilitation – an integrative review | Investigar as práticas fisioterapêuticas na fase II de reabilitação cardiovascular. | Revisão Integrativa | A avaliação de força muscular respiratória e capacidade funcional foi o método mais utilizado, com destaque para o treino da musculatura inspiratória e exercícios aeróbicos e resistidos. |
VASCONCELOS, F. R. M.; FURTADO, J. H. L.; QUEIROZ, C. R.; ZARANZA, C. R. | 2021 | A atuação da fisioterapia no pós-operatório de cirurgia cardiovascular: uma revisão integrativa | Discutir a atuação do fisioterapeuta no pós-operatório de cirurgia cardíaca, enfatizando os efeitos da Ventilação Não Invasiva (VNI) e da Mobilização Precoce na recuperação dos pacientes. | Revisão Integrativa | A fisioterapia no pós-operatório de CC está associada à redução de complicações respiratórias, perda de força muscular, morbidade e mortalidade, além de contribuir para o restabelecimento das condições cognitivas e emocionais. Os protocolos de tratamento com VNI e Mobilização Precoce demonstraram ser eficazes e seguros, promovendo diversos benefícios aos pacientes. |
MORAES, L. A.; PINHEIRO, K. R. G.; AMORIM, D. N. P.; FARIAS, R. R. S.; SILVA NETO, J. E.; SOUSA, E. M.; SILVA, L. G. B.; LEAL, I. W. P.; CARRIAS, F. M. S.; SILVA, H. G. N.; SILVA, I. L. C.; MACEDO, L. L. B. S.; PEREIRA, T. C. C. R. | 2022 | The importance of physiotherapy in pre and post-operative myocardial arterial surgery patients | Descrever os efeitos da fisioterapia na reabilitação de pacientes no pré e pós-cirúrgico de Revascularização do Miocárdio. | Pesquisa Sistemática | As técnicas de fisioterapia, especialmente a atividade física aeróbica, são fundamentais para evitar complicações na recuperação, reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida. A fisioterapia pré-operatória mostrou ser uma ferramenta eficaz para auxiliar na reabilitação, facilitando a recuperação dos pacientes e devendo ser adaptada às características da população atendida. |
BRANDÃO, Y. S.; SILVA, H. L.; ANDRADE, P. V. F.; PASSOS, X. S.; MATSUNAGA, N. Y.; SPICACCI, F. B. | 2023 | Cardiorespiratory physiotherapy in the postoperative period of cardiac surgeries in adults and elderly: systematic review | Analisar os principais protocolos de fisioterapia cardiorrespiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca em adultos e idosos. | Revisão Sistemática | As intervenções fisioterapêuticas aplicadas demonstraram declínios importantes na capacidade pulmonar e funcional dos pacientes, sendo utilizadas estratégias como exercícios motores resistidos e respiratórios, espirometria de incentivo, CPAP, Threshold, cicloergômetro e caminhada. Os resultados foram significativos, promovendo recuperação acelerada, redução do tempo de permanência na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e minimização dos efeitos adversos da imobilidade, apesar da ausência de um protocolo padronizado no pós-operatório de cirurgias cardíacas. |
CARIOCA, L. H. P.; LIVRAMENTO, R. A. | 2023 | A utilização da fisioterapia cardiorrespiratória no pós operatório de cirurgia cardíaca das artérias coronárias em pacientes adultos | Identificar a contribuição e os benefícios da atuação da fisioterapia cardiorrespiratória no período pós-operatório de CC das artérias coronárias em pacientes adultos. | Revisão Bibliográfica | O estudo mostrou que a fisioterapia é essencial na reabilitação pós-operatória de pacientes submetidos à CC, ajudando a melhorar a saúde cardiovascular, reduzir eventos tromboembólicos, e proporcionar maior independência física. No entanto, ainda é pouco conhecido como os pacientes percebem o processo de fisioterapia, suas dúvidas e expectativas, além da necessidade de uma reorganização na prática e no papel do fisioterapeuta. |
BEZERRA, R. S.; BEZERRA, D. M.; SEABRA, C. A. M.; BEZERRA, R. S.; BELTRÃO, I. T.; SILVA, A. C. B.; BELTRÃO, R. P. L. | 2024 | Epidemiological survey of two patients undergoing cardiovascular surgery in the city of Parnaíba | Analisar a incidência, distribuição demográfica e fatores de risco associados às cirurgias cardiovasculares em Parnaíba, visando contribuir para a melhoria das práticas clínicas e políticas de saúde locais. | Revisão de Literatura | O estudo revelou a incidência de cirurgias cardiovasculares na região, destacando a relação entre fatores demográficos e de risco. Os achados fornecem subsídios para políticas de saúde voltadas à prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares. |
Fonte: Autoria Própria, 2025.
4. DISCUSSÃO
4.1 PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS À REABILITAÇÃO CARDÍACA
A RC desempenha um papel fundamental na recuperação dos pacientes que passaram por intervenções cirúrgicas ou sofreram eventos cardiovasculares graves. Esses programas são estruturados para promover a recuperação física, bem como para reduzir o risco de complicações futuras. O processo envolve atividades que visam melhorar a capacidade aeróbica, a força muscular e o condicionamento geral dos pacientes, com um foco especial na educação sobre hábitos saudáveis. Ademais, a mesma oferece apoio psicológico, fundamental para ajudar os pacientes a lidarem com as emoções decorrentes de suas condições de saúde e do impacto da cirurgia cardíaca em suas vidas cotidianas (Moraes et al., 2022).
A caracterização epidemiológica dos pacientes submetidos à RC revela uma predominância de indivíduos de meia-idade a idosos, com a maioria apresentando doenças cardiovasculares crônicas. A hipertensão arterial, diabetes mellitus e o colesterol elevado são comuns entre os pacientes dessa população. Estes fatores de risco, muitas vezes associados a um histórico familiar de doenças cardíacas, contribuem diretamente para a necessidade de intervenções cirúrgicas e, consequentemente, para a adoção de programas de reabilitação. O controle adequado desses fatores de risco, especialmente quando monitorado durante a reabilitação, é essencial para garantir uma recuperação bem-sucedida e prevenir novos episódios cardíacos (Arpini et al., 2021).
Os fatores de risco mais prevalentes entre os pacientes cardíacos incluem o tabagismo, que é um dos maiores responsáveis pela deterioração das artérias e pelo aumento do risco de eventos como infarto do miocárdio. A obesidade e o sedentarismo também têm grande impacto na saúde cardiovascular, pois agravam as condições como a hipertensão e a diabetes. Essas condições, quando não tratadas adequadamente, podem levar a complicações graves e à necessidade de procedimentos mais invasivos, como a CC. A reabilitação, nesse contexto, é essencial para fornecer as ferramentas necessárias para a modificação desses comportamentos e a adoção de hábitos de vida mais saudáveis (Bezerra et al., 2024).
Após a realização de uma CC, muitos pacientes enfrentam desafios emocionais e psicológicos, além das dificuldades físicas típicas da recuperação. A perda de autonomia e o medo de novos eventos cardíacos são fatores que afetam diretamente a qualidade de vida. Nesse cenário, a RC não se limita apenas ao aspecto físico, mas se estende ao apoio psicológico. As sessões de terapia, a prática de atividades em grupo e o acompanhamento de perto contribuem para que os pacientes adquiram confiança na sua recuperação e desenvolvam estratégias para lidar com o estresse e a ansiedade decorrentes da condição de saúde (Vasconcelos et al., 2021).
O impacto da CC no prognóstico clínico de um paciente varia, significativamente, de acordo com a gravidade da doença e a adesão ao tratamento de reabilitação. Para alguns, a intervenção cirúrgica pode resultar em uma melhora considerável na função cardíaca, permitindo-lhes retomar atividades diárias com maior conforto e segurança. No entanto, para outros, as sequelas da mesma podem ser mais prolongadas, e a recuperação mais lenta. A RC se torna um pilar essencial, pois não só contribui para a recuperação física, mas também ajuda a identificar precocemente complicações ou sinais de sobrecarga cardiovascular, melhorando, assim, o prognóstico a longo prazo (Santos; Furtado; Andrade, 2021).
Pacientes que participam ativamente dos programas de RC apresentam uma redução significativa nos índices de mortalidade e morbidade relacionados a DCV. Além disso, a reabilitação melhora a qualidade de vida ao reduzir sintomas como fadiga e falta de ar, aumentando a disposição para realizar atividades diárias. Programas bem estruturados também oferecem educação contínua sobre a importância de aderir ao tratamento médico, controlar os fatores de risco e manter um estilo de vida saudável. Esses elementos são essenciais para garantir que os benefícios da mesma se estendam a longo prazo, minimizando os riscos de recorrências de problemas cardíacos (Costa et al., 2020).
Com a crescente prevalência de DCV em todo o mundo, a importância de estratégias de prevenção e reabilitação se torna ainda mais evidente. A RC é um componente essencial na luta contra o avanço das doenças do coração, ajudando a reduzir o risco de complicações futuras e promovendo uma vida mais saudável e ativa. A personalização do tratamento, levando em conta as necessidades e limitações individuais de cada paciente, é crucial para o sucesso desses programas. Ademais, a educação contínua e o suporte emocional são fundamentais para que os pacientes possam lidar com as mudanças em suas rotinas e garantir que seus corações se mantenham saudáveis no futuro (Carvalho; Sousa, 2020).
4.2 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NA REABILITAÇÃO CARDÍACA
A reabilitação cardíaca é um processo essencial para a recuperação de pacientes após eventos cardíacos, como infarto ou CC. A fisioterapia desempenha um papel fundamental em todas as fases desse processo, iniciando logo na fase hospitalar, conhecida como Fase I. Nessa etapa, o fisioterapeuta realiza intervenções específicas, como exercícios de mobilização precoce e treinamento respiratório, com o objetivo de reduzir complicações, melhorar a ventilação pulmonar e prevenir complicações como trombose. A eficácia dessas técnicas é comprovada por sua capacidade de acelerar a recuperação e reduzir o risco de complicações graves durante o período pós-operatório (Carioca; Livramento, 2023).
Na fase hospitalar, as técnicas fisioterapêuticas também incluem exercícios de alongamento e movimentos passivos que ajudam a manter a flexibilidade das articulações, além de técnicas para melhorar a circulação sanguínea. Tais intervenções são realizadas de forma progressiva, respeitando as limitações do paciente e o estado clínico, para promover a recuperação sem sobrecarregar o sistema cardiovascular. A efetividade dessas práticas pode ser observada na redução da dor, na prevenção de complicações pulmonares e na aceleração do retorno à funcionalidade, proporcionando ao paciente uma transição mais tranquila para as fases subsequentes da reabilitação (Gomes et al., 2021).
Além da Fase I, a fisioterapia cardíaca se estende para fases posteriores, com um foco maior no fortalecimento muscular e no condicionamento cardiorrespiratório. Na fase ambulatorial (Fase II), por exemplo, o fisioterapeuta aplica métodos específicos de fortalecimento muscular, com ênfase nos músculos das pernas e do tronco, além de exercícios aeróbicos que visam melhorar a capacidade cardiorrespiratória do paciente. Essa fase é crucial, pois prepara o paciente para o retorno às atividades cotidianas e contribui para a prevenção de novas complicações. O condicionamento cardiorrespiratório é, particularmente, importante para pacientes com histórico de IC, pois melhora a eficiência do coração e reduz a carga sobre o sistema cardiovascular (Carvalho; Sousa, 2020).
Os benefícios das intervenções fisioterapêuticas na RC vão além da melhora na força muscular e condicionamento cardiorrespiratório. Elas também têm um impacto significativo na recuperação funcional do paciente, ajudando a restaurar a mobilidade, a independência e a qualidade de vida. A fisioterapia atua na redução da ansiedade e da depressão, condições comuns em pacientes pós-cirúrgicos, promovendo bem-estar emocional. Ademais, as intervenções fisioterapêuticas ajudam na redução do risco de complicações pós-operatórias, como infecções pulmonares, trombose venosa profunda e problemas musculoesqueléticos, contribuindo, assim, para um processo de recuperação mais seguro e eficiente (Brandão et al., 2023).
A implementação dessas técnicas não se limita ao ambiente hospitalar, sendo continuada nas fases ambulatoriais e domiciliares da RC. Com o acompanhamento contínuo, o paciente ganha confiança e motivação, essenciais para o sucesso a longo prazo. O foco da fisioterapia na RC é, portanto, multifacetado, abrangendo aspectos físicos, psicológicos e sociais. Ao otimizar o funcionamento do sistema cardiovascular e melhorar a função muscular e respiratória, a fisioterapia contribui de maneira significativa para a recuperação global do paciente, promovendo uma vida mais saudável e ativa após o evento cardíaco (Bezerra et al., 2024).
Por fim, a fisioterapia aplicada na RC também auxilia na educação do paciente, fornecendo orientações sobre hábitos de vida saudáveis, como a importância da prática regular de exercícios, uma alimentação balanceada e o controle do estresse. Essas orientações são fundamentais para garantir que os benefícios da mesma perdurem a longo prazo e que o paciente consiga gerenciar sua condição de forma autônoma e eficaz. A adesão a um programa contínuo de reabilitação e a manutenção dos hábitos saudáveis são essenciais para reduzir o risco de novas complicações cardiovasculares e promover um envelhecimento saudável (Arpini et al., 2021).
4.3 IMPACTO DA REABILITAÇÃO CARDÍACA NA RECUPERAÇÃO DOS PACIENTES
A RC tem um papel fundamental na prevenção de complicações futuras para os pacientes que sofreram doenças cardíacas. Após um evento cardíaco, como um infarto ou uma cirurgia de revascularização, os pacientes enfrentam, não apenas, os desafios físicos, mas também, psicológicos, devido ao medo de novos episódios e à diminuição da qualidade de vida. A reabilitação proporciona um ambiente controlado e seguro, onde os pacientes podem aprender a gerenciar suas condições de saúde de forma gradual e sem riscos excessivos. Essa abordagem não só melhora o estado físico, mas também diminui a ansiedade e o estresse associados à condição cardíaca (Brandão et al., 2023).
Outro benefício significativo da RC é a redução do risco de novos eventos cardiovasculares. Pacientes que participam de programas como esse têm uma probabilidade muito menor de sofrer outro infarto ou complicações graves relacionadas ao coração. A reabilitação visa melhorar a função cardiovascular através de exercícios supervisionados e adaptações no estilo de vida, como a adoção de uma dieta saudável e a eliminação de hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Ao melhorar o condicionamento físico, esses pacientes se tornam menos propensos a complicações futuras, prolongando sua vida e melhorando sua qualidade de vida (Moraes et al., 2022).
A participação ativa dos pacientes no processo de reabilitação é um fator decisivo para o sucesso do tratamento. Muitos pacientes enfrentam resistência inicial, devido à fadiga ou falta de motivação para seguir o regime proposto pelos profissionais de saúde. No entanto, a motivação é gradualmente construída ao longo do programa, com o aumento das capacidades físicas e a melhoria no estado geral de saúde. O apoio psicológico durante a reabilitação ajuda os pacientes a lidarem com esses desafios e a fortalecerem sua adesão ao programa, o que é crucial para os resultados a longo prazo. Além disso, o encorajamento contínuo dos profissionais de saúde contribui para o fortalecimento da confiança do paciente em sua recuperação (Vasconcelos et al., 2021).
A educação sobre o autocuidado também desempenha um papel central na RC. Os pacientes são instruídos sobre como monitorar sinais vitais, como a pressão arterial e a frequência cardíaca, além de aprenderem sobre os sinais de alerta de possíveis complicações. Essa educação é fundamental, pois permite que o paciente se torne mais autossuficiente e responsável pela sua saúde. Ao aprender a identificar precocemente problemas potenciais, os pacientes podem buscar ajuda médica de forma mais rápida e eficaz, evitando agravamentos e promovendo um controle melhor da doença (Santos; Furtado; Andrade, 2021).
A RC também oferece benefícios sociais importantes para os pacientes, especialmente, aqueles que sentem isolamento devido à sua condição de saúde. Ao participar de grupos de reabilitação, os pacientes têm a oportunidade de interagir com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes, o que pode ser muito reconfortante e motivador. A troca de experiências e o apoio mútuo entre os pacientes criam um ambiente de solidariedade, reduzindo o estigma associado à doença cardíaca. Esse aspecto social da reabilitação contribui para a melhoria do bem-estar emocional, promovendo um senso de pertencimento e de apoio coletivo, o que é essencial para o sucesso do tratamento (Carioca; Livramento, 2023).
A continuidade do cuidado após o término do programa de reabilitação também é uma parte essencial do processo de recuperação. A manutenção de um estilo de vida saudável, com exercícios regulares e dieta equilibrada, deve ser incorporada à rotina diária dos pacientes. Muitas vezes, os profissionais de saúde oferecem acompanhamento periódico para garantir que os pacientes mantenham os hábitos adquiridos durante a reabilitação. Ademais, é importante que os pacientes continuem a monitorar sua saúde de forma regular, o que ajuda a prevenir recaídas e garante que o progresso alcançado seja sustentado ao longo do tempo (Gomes et al., 2021).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise realizada permitiu alcançar os objetivos propostos, proporcionando uma visão clara sobre a atuação do fisioterapeuta no programa de reabilitação cardíaca. O perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca foi detalhadamente descrito, evidenciando a predominância de fatores de risco como hipertensão, diabetes e obesidade, que são, frequentemente, responsáveis pela necessidade de intervenções cirúrgicas. A pesquisa também apontou a importância da fisioterapia, desde a fase hospitalar até a ambulatorial, na promoção da recuperação funcional e na prevenção de complicações graves. As técnicas fisioterapêuticas, como exercícios de mobilização precoce e treinamento respiratório, foram identificadas como essenciais para acelerar a recuperação e reduzir o risco de problemas pós-operatórios.
Além disso, o impacto da reabilitação cardíaca na recuperação dos pacientes foi amplamente discutido, destacando-se a melhora no condicionamento cardiorrespiratório e na força muscular, bem como a significativa redução do risco de novos eventos cardiovasculares. A adesão ativa ao programa de reabilitação, com acompanhamento psicológico e educação sobre hábitos saudáveis, mostrou-se determinante para o sucesso do tratamento. Dessa forma, o objetivo de identificar a atuação do fisioterapeuta na reabilitação cardíaca foi plenamente alcançado, evidenciando a contribuição dessa profissão para a melhora da qualidade de vida e o prognóstico a longo prazo dos pacientes cardíacos.
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