REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202503091336
Luciano Dornelles
Andreia Regina da Silva
Marta Baggio Messias
Peter Yago Silva do Rosário
Tatiane Aparecida Teixeira Ricardo
Viviane Dantas Lima
Orientador: Prof. Ms. Luciano Dornelles
1 Introdução
A hidroginástica é um exercício físico realizada parcialmente dentro da água, com ênfase na posição vertical, de baixo impacto, com ou sem o uso de equipamentos, visando melhorar o condicionamento físico relacionado à saúde e contribuir para o bem-estar físico e psicológico dos praticantes (LIMA et al., 2022).
Além dos benefícios físicos motivados pela hidroginástica, também ajuda na socialização, no fortalecimento do sistema imunológico e contribui para a manutenção da saúde mental, tratando a depressão e desestimulando o desenvolvimento de doenças degenerativas.
Nesse contexto, a prática regular da hidroginástica tem sido recomendada como uma opção não farmacológica para o tratamento da fibromialgia. Diversos estudos têm observado, resultados benéficos, como a redução da dor, melhora do sono, diminuição do cansaço, aumento da capacidade funcional e outros aspectos que contribuem para a qualidade de vida dos indivíduos afetados (BLOEDOW; SILVA; GUIMARÃES, 2021; e Kümpel, 2020).
Essa modalidade de exercício é comumente recomendada para idosos, visando aliviar as dores causadas pela fibromialgia. Segundo, (LEÃO et al. 2019), a hidroginástica é uma modalidade que traz benefícios significativos para a qualidade de vida dos idosos, sendo recomendada como uma opção terapêutica eficaz. É importante ressaltar que a hidroginástica deve ser realizada em piscina aquecida, uma vez que a água fria pode provocar contração muscular intensa, aumentando a dor experimentada pelos indivíduos com fibromialgia.
OLIVEIRA et al., (2019) conceituam que a fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa crônica de etiopatogenia complexa, multifatorial e ainda não completamente esclarecida. A característica mais marcante da FM é a dor musculoesquelética generalizada, associada a distúrbios do sono, fadiga, alterações cognitivas e desordens psíquicas. A prevalência da FM varia entre 0,2 e 6,6% na população geral, sendo as mulheres mais acometidas que os homens, em uma proporção de 9:1, sendo mais frequente na faixa etária entre 40 e 55 anos.
De acordo com OLIVEIRA JÚNIOR (2018) a fibromialgia afeta uma impressionante prevalência de 2% da população mundial. A fisiopatologia da 4 fibromialgia está associada ao sofrimento, sendo que as intervenções farmacológicas frequentemente envolvem o uso de antidepressivos. Vale ressaltar que o tratamento da fibromialgia é caracterizado por intervenções que visam aliviar.
A fibromialgia pode estar associada com a depressão e a hidroginástica pode ajudar aliviar as dores e combater o estresse. Com um estilo de vida saudável, uma alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos, é possível a melhora dos sintomas e até a prevenção da fibromialgia.
2 Justificativa
A hidroginástica é um exercício físico que fortalece os músculos, melhora o equilíbrio e tem sido reconhecida por sua eficácia no tratamento da fibromialgia. Essa condição é caracterizada por dores musculares intensas, fadiga e outros sintomas, como dores de cabeça e articulares. Além disso, a perda de força muscular pode levar à perda de equilíbrio em alguns casos. Embora medicamentos controlados sejam utilizados para aliviar os sintomas, eles podem causar efeitos colaterais indesejados, como náuseas, tonturas, palpitações e sonolência e outros.
A hidroginástica tem se mostrado uma opção terapêutica efetiva para os portadores de fibromialgia. Os exercícios realizados na água proporcionam uma eficácia de auto impacto na musculatura, reduzindo dores nas articulações e outros benefícios. Além disso, a resistência da água ajuda a fortalecer a musculatura, contribuindo para a redução das dores musculares.
Embora a hidroginástica não seja capaz de curar a fibromialgia, ela traz benefícios significativos. Os exercícios promovem o alongamento e relaxamento muscular, melhoram a postura e o condicionamento físico geral. Além disso, a prática regular da hidroginástica influencia positivamente o humor, dispondo mais prazer e bem-estar. Os portadores de fibromialgia podem encontrar na hidroginástica uma atividade física confortável e recomendada pelos profissionais de saúde.
Diante da prevalência da fibromialgia na população idosa, investigar os efeitos da hidroginástica no tratamento dessa condição em mulheres idosas se torna fundamental. Compreender melhor os benefícios dessa atividade física específica pode contribuir para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais seguras e eficazes, oferecendo alternativas para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados pela fibromialgia.
3 Objetivos
- Objetivos Gerais: O presente trabalho tem por objetivo geral investigar os efeitos atenuantes da hidroginástica nos sintomas de fibromialgia em mulheres ativas da terceira idade. Para alcançar esse objetivo, serão realizadas revisões bibliográficas e pesquisas empíricas que visam avaliar a eficácia da hidroginástica como intervenção não-farmacológica no manejo dos sintomas de fibromialgia. Serão avaliados os resultados, mediante os estudos realizados que favorecem a prática da hidroginástica na redução dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida. Além disso, serão investigados os efeitos positivos da hidroginástica e sua viabilidade como uma atividade física segura. Com o objetivo de contribuir na criação de programas voltados à hidroginástica em mulheres ativas da terceira idade.
- Objetivos Específicos: Aspira estudar e analisar os diferentes benefícios da hidroginástica no tratamento da fibromialgia com enfoque principal em mulheres da terceira idade, investigando os resultados obtidos, tais como, a redução dos sintomas e o período que o corpo sinta para agir os efeitos positivos da realização regular do exercício, de que trata o presente estudo.
4 Metodologia
A condução deste trabalho fundamentou-se em uma abordagem metodológica cuidadosamente elaborada. Inicialmente, realizou-se um abrangente levantamento bibliográfico em respeitadas bases científicas, a saber, SCIELO, PUBMED, Google Acadêmicos e LILACS. Para a efetividade desta pesquisa, foram empregados descritores criteriosamente selecionados, abordando temas como hidroginástica, hidroterapia, fibromialgia em mulheres idosas, educação física na hidroginástica, melhora física em ambiente aquático, acompanhamento físico e reabilitação, e efeitos atenuantes da hidroginástica.
A seleção dos artigos compreendeu o período de 2003 a 2023, visando abranger contribuições significativas e contemporâneas para o escopo deste estudo. Critérios de inclusão e exclusão foram rigidamente aplicados para garantir a relevância e qualidade dos trabalhos incorporados. A pesquisa se limitou a estudos disponíveis em idiomas compreensíveis pela equipe de pesquisa, abrangendo ensaios clínicos, revisões sistemáticas, estudos de caso e pesquisas originais.
A avaliação dos artigos transcorreu em diversas etapas, iniciando-se com a análise dos títulos e resumos para identificação preliminar de estudos pertinentes. Posteriormente, procedeu-se à leitura integral dos artigos selecionados. A organização e síntese dos dados foram meticulosamente conduzidas, proporcionando uma visão abrangente e fundamentada sobre os efeitos atenuantes da hidroginástica em mulheres idosas com fibromialgia.
Este método de revisão bibliográfica foi adotado para compilar informações abrangentes e atualizadas sobre os efeitos da hidroginástica no tratamento da fibromialgia, fornecendo uma base sólida para a análise e discussão dos resultados neste trabalho, visando à compilação de informações sólidas e atualizadas. A análise resultante estabelece uma base robusta para as conclusões e discussões a serem desenvolvidas ao longo deste trabalho, conferindo-lhe rigor metodológico e respaldo acadêmico.
5 Desenvolvimento
5.1 Conceituando fibromialgia
A Fibromialgia é uma dor muscular sem causas definidas, são dores na maioria das vezes profundas. A população de idosos que apresentam os sintomas, geralmente não consegue um diagnóstico já no início. São dores que surgem sem esforço, elas aparecem no decorrer da vida da pessoa, geralmente por acontecimentos fortes na vida, traumas, depressão. Seguidamente os portadores sentem uma leve dor, mas por terem vivido traumas ou até mesmo por serem idosos supõem ser dor da idade e passam a conviver com dores que pioram muito com o tempo, afetando psicológico, físico, emocional e muitas vezes moral. A fibromialgia afeta mais mulheres, geralmente acima de 35 anos, raramente homens e mulheres mais jovens.
Acerca da fibromialgia, vejamos o entendimento do autor LINARES:
“A síndrome da fibromialgia (SFM) é uma doença crônica de origem desconhecida caracterizada por dores musculares difusas, distúrbios do sono, fadiga e presença de múltiplos pontos dolorosos, denominados tender points. Muitos portadores da SFM apresentam condições de ansiedade e depressão que afetam a qualidade de vida. LINARES CU, et al. (2014 v.54, n.2)’’
Fibromialgia tem como sintomas principais, dores em todo o corpo e músculos, inicialmente os portadores não conseguem identificar onde encontra-se a dor. Isso acontece porque a fibromialgia causa cansaço intenso, falta de sono (ele dorme, porém, acorda fadigado, ou até mesmo que não dormiu) causando desconforto e stress.
A fibromialgia no ponto de vista epidemiológico, o que chama a atenção no cenário da FM é sua alta prevalência em mulheres. HEYMANN RE, et al (2004; v.31, n. 3).
Sobre essa questão entendo o autor SOUZA que:
“Trata-se de uma enfermidade frequente na população entre os 35 e 44 anos, numa proporção de até nove mulheres para cada homem acometido. No Brasil está presente em até 2,5% da população geral e estima-se que acometa de 2% a 4% da população mundial. Estudos mostram, ainda, um aumento para 5% das mulheres nos Estados Unidos e 4,7% da população de alguns países da Europa’’. SOUZA JB, et al. (2018).’’
Geralmente os portadores de fibromialgia se sentem deprimidos, magoados, estressados, sendo que, esses sintomas estimulam as dores, isso refere-se a coisas negativas que o cérebro capta. Se os portadores de fibromialgia não estiverem bem dentro de si, ou acontecer por infelicidade que os desequilibre emocionalmente, certamente aumentará seu sofrimento causados pelas dores. Os principais pontos sensoriais que podem ser diagnosticados um portador de fibromialgia são os seguintes: dores nos joelhos, cotovelos, frente e atrás do pescoço, superior do peito, superior das nádegas, atrás dos ombros e no quadril.
Como aponta WIELENSKA RC (2001), o humor é considerado um modelo complexo de comportamentos, sentimentos, pensamentos, estados corporais e emocionais. Ainda sobre estes sintomas BRANDT R (2010), entende que os tipos de humor incluem fatores psicológicos, como depressão, raiva, confusão mental, bem como as variáveis, psicossomáticas, fadiga, vigor e tensão.
O diagnóstico da Fibromialgia é essencialmente eficaz para o seu tratamento, ponto que deve ser analisada por médicos especialistas em terapia da dor, onde observam os sintomas mais comuns, a ansiedade, dores e todas as sensibilidades causadas nos músculos, entre outros sintomas que vão se agravando com passar dos tempos.
Segundo JONES:
“O exercício físico é um fator importante para melhoria da qualidade de vida do paciente, mas deve ser planejado para não se tornar extenuante. Levando em consideração que ainda não existem exames que podem diagnosticar a fibromialgia, nem tampouco existe cura, porém existem formas de controlar, que são através da vida saudável. JONES JR; CLARK SR. (28. 419-36,2002).’’
Podemos considerar também que:
“A atividade física apresenta um efeito analgésico; por estimular a liberação de endorfinas, funciona como antidepressivo; e proporciona uma sensação de bem-estar global e de autocontrole. Esta deve ser bem dosada para que não seja muito extenuante, seu início deve ser leve e a sua “intensidade” aumentada gradativamente. Deve ser bem planejada para ser tolerada desde o início e para manter a adesão do paciente por um período prolongado. JONES KD. (13:277-93,2002).’’
Para BUSCH AJ (2011) e NEUMANN J (2014), podemos considerar que o exercício aeróbico melhora a função física e o bem-estar. O exercício terrestre ou aquático foi considerado igualmente eficaz, no entanto, em pacientes descondicionados, o exercício em ambiente aquático pode ser particularmente valioso.
5.2 Hidroginástica
A hidroginástica, modalidade de exercícios realizados em meio aquático, emerge como uma prática altamente recomendada para promover o condicionamento físico e fortalecimento muscular. Sua universalidade é inequivocamente evidente, conquistando adeptos de diferentes faixas etárias, dada a sua natureza de baixo impacto, tornando-a acessível e benéfica para uma gama diversificada de indivíduos (BONACHELA, 1994). Originada na Alemanha, essa forma de atividade física surgiu inicialmente para atender a um público idoso, oferecendo uma prática segura e benéfica tanto para o corpo quanto para a mente.
O notável crescimento da popularidade da hidroginástica no Brasil, especialmente entre a população idosa, a consagra como uma das atividades físicas mais praticadas, marcando a paisagem do exercício nacional (Carvalho et al., 2008). Entre seus inúmeros benefícios, destacam-se a perda de peso, aprimoramento da circulação sanguínea, otimização da capacidade respiratória, fortalecimento muscular abrangente, incremento da flexibilidade, aprimoramento da coordenação motora e, não menos importante, indução ao relaxamento físico e mental (BONACHELA, 1994). Além disso, a hidroginástica firmou-se como uma opção terapêutica para condições específicas, como a Fibromialgia, proporcionando alívio eficaz das dores musculares e contribuindo para uma melhoria geral na qualidade de vida (ASSIS et al., 2007).
Os fundamentos da hidroginástica estão intrinsecamente ligados às propriedades físicas da água, onde a resistência e a flutuabilidade desempenham papéis cruciais. Princípios físicos como a Lei de Pascal e o Princípio de Arquimedes são os pilares que sustentam essa prática, influenciando diretamente na flutuabilidade do corpo e na resistência proporcionada pelo meio aquático (Bonachela, 1994). A necessidade de uma supervisão profissional durante as sessões de hidroginástica é imperativa, assegurando a execução correta dos exercícios e, por conseguinte, a segurança dos praticantes.
Do ponto de vista social, a hidroginástica emerge como uma atividade capaz de promover um robusto bem-estar psicológico. Através da elevação da autoestima, fortalecimento da autoconfiança e fomento da socialização, essa prática transcende os limites físicos, tornando-se um instrumento de integração e estímulo mental (BONACHELA, 1994). As observações realizadas ao longo do tempo indicam que a adesão regular à hidroginástica resulta em benefícios multifacetados, desde a melhoria da aptidão física até impactos positivos na qualidade de vida, incluindo a redução de dores e otimização do sono (Dias et al., 2007).
A heterogeneidade de exercícios e a abordagem coletiva, enfocando aspectos como coordenação motora, aptidão cardiorrespiratória, flexibilidade e fortalecimento muscular, atestam a relevância da hidroginástica no contexto das atividades diárias (BONACHELA, 1994). Recomendações emanadas de órgãos de saúde globais, como a American College of Sports Medicine (ACSM, 1998) e Simão (2009), robustecem o apelo da prática regular de exercícios físicos, sendo a hidroginástica uma opção que se destaca por sua versatilidade e inclusividade. Nesse cenário, a contribuição positiva da hidroginástica para uma vida saudável transcende as dimensões físicas, evidenciando-a como uma escolha que amalgama eficácia, segurança e prazer na promoção do bem-estar integral.
5.3 Mulheres na atividade física
Exercícios físicos têm sido amplamente indicados como parte do tratamento na Síndrome da Fibromialgia (SFM). O interesse pelos exercícios físicos vem crescendo desde o final da década de 80 (McCain et al., 1988). Desde então, os experimentos vêm propondo várias formas de intervenção através de diferentes tipos de exercícios físicos para a adequação e complemento ao tratamento. De forma geral, as investigações revelam que os exercícios físicos devem fazer parte dos recursos para promover a melhora da função física de pessoas com fibromialgia.
A serotonina, neurotransmissor regulador da percepção da dor, apresenta níveis mais baixos nos indivíduos com fibromialgia (Russel et al., 1994). Se os níveis de serotonina são normais, a dor será moderada, porém, se estiverem mais baixos, a transmissão da dor será ampliada. Sabe-se que a prática do exercício físico apresenta um efeito analgésico e funciona como um antidepressivo, além de proporcionar uma sensação de bem-estar global e de autocontrole (Sabbag et al., 2000).
Exercícios físicos aeróbicos são os mais utilizados nos experimentos que pretendem verificar os efeitos sobre os sintomas da SFM. A caminhada tem aparecido com destaque dentre os exercícios aeróbicos recomendados para pessoas com SFM, devido à praticidade de implementação, custos reduzidos e baixa complexidade de execução. É quase consenso entre os pesquisadores que este tipo de exercício é o que traz mais benefícios aos portadores de fibromialgia. Resultados favoráveis também foram encontrados em programas de exercícios físicos realizados em água aquecida (hidroginástica). Gowans et al., (1999) encontraram melhoras na capacidade aeróbica, na fadiga e na percepção da dor.
Bennett et al. (1996), avalia o impacto de um programa de terapia em grupo de pacientes com fibromialgia. As sessões consistiam de modificações comportamentais, técnicas de redução do estresse, programa de exercícios físicos enfatizando a melhora da flexibilidade, além de sessões de assistência aos familiares. Foram obtidos resultados promissores a curto e longo prazo. Os programas propostos geralmente empregam o uso de técnicas de alongamento ou relaxamento como forma de potencializar os efeitos desejados e minimizar os indesejados. Esta associação mostra-se positiva e complementar, pois reduz o número de lesões e aumenta a sensação de bem-estar assim como os outros componentes indicadores de qualidade de vida. Todavia, o uso isolado de exercícios de flexibilidade, de relaxamento ou técnicas alternativas de alívio de dor (banhos quentes, compressas) mostra-se insuficiente para promover impacto suficiente a ponto de serem recomendados como única forma de combate aos sintomas da síndrome.
É importante ressaltar que pessoas com SFM experimentam aumento da dor, cerca de 24 horas, após uma sessão de exercícios físicos devido a uma combinação de tensão muscular e baixa condição física (Bennet, 1993). Embora, muitas pessoas se sentem desencorajadas para praticar atividades físicas, poupando os movimentos nos locais dolorosos por temerem agravamento dos sintomas, é importante esclarecer-lhes que os exercícios físicos podem promover o relaxamento nos locais de dor.
Os trabalhos científicos parecem ser favoráveis a exercícios leves a moderados, realizados de forma progressiva e em pequenas quantidades, evitando sobrecargas e esforços repetitivos, e, tomando cuidado com a postura. O limite do esforço pode e deve ser determinado pela própria pessoa.
De forma geral, pode-se notar que os exercícios aeróbios de baixa intensidade parecem ser os mais eficazes. A fibromialgia é uma síndrome crônica que causa sofrimento físico e emocional importante a seus portadores. Uma vez que as causas sociais, afetivas e profissionais possuem importante papel na incapacidade e morbidade destes pacientes, é fundamental reduzir o impacto na saúde. A prática regular de exercícios físicos pode ser adotada como uma abordagem de otimização do tratamento, promovendo a melhora da dor e redução do impacto dos outros sintomas, restabelecendo a capacidade física, mantendo a funcionalidade e promovendo a melhora da qualidade de vida dos portadores da SFM
6 Considerações Finais
A síndrome da fibromialgia (FM) apresenta-se como uma condição desafiadora, impactando não apenas o corpo, mas também a esfera emocional e social dos indivíduos afetados. No escopo deste trabalho, exploramos a hidroginástica como uma modalidade de exercício físico que demonstra eficácia no tratamento dos sintomas da FM, especialmente em mulheres idosas.
Ao longo desta revisão, ficou claro que a hidroginástica, realizada em ambiente aquático, proporciona benefícios significativos para as mulheres idosas com FM. Diversos estudos, como os de Bloedow, Silva e Guimarães (2021) e Kümpel (2020), corroboram a eficácia dessa prática, evidenciando resultados como a redução da dor, melhora do sono, diminuição do cansaço e aumento da capacidade funcional. Além disso, a recomendação de Leão et al. (2019) destaca a hidroginástica como uma opção terapêutica eficaz, especialmente em piscinas aquecidas para evitar desconfortos musculares.
A relação entre fibromialgia, depressão e a eficácia da hidroginástica como uma abordagem não farmacológica foi abordada. A fibromialgia, uma síndrome complexa, apresenta uma prevalência significativa, especialmente em mulheres. Seus sintomas vão além das dores musculares, afetando o sono, cognição e o estado psicológico.
A hidroginástica, por sua vez, emerge como uma alternativa terapêutica valiosa. Seus fundamentos físicos, aliados à resistência e flutuabilidade da água, contribuem para uma prática de baixo impacto, acessível a diferentes faixas etárias. A relevância da supervisão profissional durante as sessões é destacada para garantir a segurança e eficácia dos exercícios.
Observa-se que, na população idosa, compreender e incorporar a hidroginástica como parte do tratamento da FM é crucial. A perda de força muscular associada à fibromialgia pode ser abordada de maneira eficaz por meio dos exercícios na água, que proporcionam benefícios como o fortalecimento muscular, melhora na circulação sanguínea e redução das dores articulares.
Ademais, a prática regular de hidroginástica não apenas alivia os sintomas físicos, mas também contribui para o bem-estar psicológico. A socialização, o aumento da autoestima e a sensação de bem-estar global são aspectos impactantes relatados por praticantes dessa atividade.
Portanto, diante da complexidade da fibromialgia e da necessidade de abordagens multifacetadas, a hidroginástica destaca-se como uma estratégia terapêutica complementar. Seus efeitos positivos não se limitam à esfera física, mas transcendem para a melhoria da qualidade de vida, proporcionando uma abordagem holística para o manejo da fibromialgia em mulheres idosas. Considerando a prevalência crescente dessa síndrome, explorar e compreender a eficácia da hidroginástica é um passo significativo em direção à promoção de uma vida saudável e ativa para essa população específica.
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