REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202502281944
Orientador: Fábio Costa De Vasconcelos1 / Maria Luisa Lima Pereira2 / Thifany Mendes Pinto3 / Raissa Ribeiro da Silva4 / Roberta Monteiro de Oliveira Cruz5 / Erika Kariny Nascimento Reis6 / Ana Marla Duarte de Souza7 / William Robert De Souza8 / Larissa Thalita Lais Cardoso9 / Pamela de Souza Martins10 / Francieli Chaves dos Santos11 / Anaele de Carvalho Souza12 / Taise Cunha de Lucena13 / Simone do Socorro Fernandes Marques14 / Jamilie Suelen dos Prazeres Campos15
RESUMO
O objetivo deste estudo foi subsidiar a importância do profissional de nutrição no tratamento nutricional associado às causas dos transtornos alimentares nos grupos LGBTQIAP+. O estudo tratou-se de uma pesquisa descritiva do tipo revisão integrativa da literatura, com a obtenção de dados em formato de artigos científicos publicados em revistas científicas da área da saúde. A análise bibliográfica foi realizada a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos e páginas de web sites. Com isso, é importante ressaltar que as pesquisas bibliográficas a respeito da saúde mental da população LGBTQIAP+, verificou uma elevada incidência de agravos a mesma, onde estes apresentaram inúmeras sintomatologias, dentre elas, a diminuição da autoestima e transtornos alimentares. Observou-se que os estudos analisados, apresentaram significativa relevância que a equipe multiprofissional, em especial, o profissional nutricionista exerce no cuidado à população LGBTQIAP+ que apresenta algum tipo de transtorno alimentar. Estando envolvido a consideração das particularidades desse público, um melhor acompanhamento e assistência, assim como a utilização de protocolos para o cuidado a esse distúrbio, entre outros.
Palavras-chave: Identidade de Gênero; Minorias Sexuais e de Gênero; Nutrição Comportamental; Transtorno da Compulsão Alimentar.
ABSTRACT
The objective of this study was to support the importance of the nutrition professional in the nutritional treatment associated with the causes of eating disorders in LGBTQIAP+ groups. The study was a descriptive research of the integrative literature review type, obtaining data in the form of scientific articles published in scientific journals in the health area. The bibliographical analysis was carried out from the survey of theoretical references already analyzed, and published by written and electronic means, such as books, scientific articles and web pages. With this, it is important to emphasize that the bibliographical researches regarding the mental health of the LGBTQIAP+ population, and verified a high incidence of injuries the same, where they presented numerous symptoms, among them, the decrease of self-esteem and eating disorders. It was observed that the studies presented showed significant relevance that the multidisciplinary team, in particular, the professional nutritionist exercises in the care of the LGBTQIAP+ population that has some type of eating disorder. Considering the particularities of this public, better monitoring and assistance, as well as the use of protocols for the care of this disorder, among others, are involved.
Keywords: Gender Identity; Sexual and Gender Minorities; Behavioral Nutrition; Binge Eating Disorder.
1. INTRODUÇÃO
A população LGBTQIA+ e o espaço que ela caracteriza apresenta-se em constante transformação e evolução, no qual a sigla LGBT representa as lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, e se tornaria o conceito oficial, conforme aprovado pela I Conferência Nacional GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). Apesar da decisão recente, a sigla continua em transmutação. Nos meios de militância, ainda apresenta novas letras para caracterizar novas homossexualidades, como o “i” de intersex, o “q” de queer e o “a” de agêneros e assexuados (BORTOLETTO, 2019).
É sabido que a sexualidade não segue o padrão binário de homem e mulher, nunca foi completamente admitido e naturalmente não percebido. A comunidade LGBTQIA+ nasceu como uma forma de se tornar uma base para as pessoas citadas pela segunda vez, edificando assim uma identidade que, embora busque incluir a todos sob sua bandeira, também o faz individualmente, por meio das representações específicas que cada uma das siglas traz consigo (BORTOLETTO, 2019).
Transtornos alimentares são definidos como quadros psiquiátricos caracterizados por alterações graves no comportamento quanto à alimentação e/ou na absorção de alimentos, podendo afetar à saúde física ou atividades psicossociais (MONOCHIO et al., 2018).
Os riscos de transtornos alimentares na população LGBTQIAP+ são maiores, pois verifica-se que as Determinantes Sociais de Saúde (DSS) que consistem nas condições socioculturais, psicoemocionais, ambientais, étnico/raciais e comportamentais podem acometer à saúde física dentro do contexto de vivência LGBTQIAP+, são elas: expulsão de casa, discriminação, violência física e simbólicas, evasão escolar e abuso de drogas (LIMA et al., 2021).
Os transtornos alimentares, mais prevalentes nesse grupo são Anorexia Nervosa (AN), Bulimia Nervosa (BN) e Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA), visto que se trata de uma população que sofre muito preconceito e discriminação por não se encaixarem ao “padrão” da sociedade devido a identidade de gênero e/ou a orientação sexual (LIMA et al., 2021).
O nutricionista é o único profissional com qualificação para que a terapia nutricional seja realizada nos transtornos alimentares, entretanto, é necessário a formação especial e experiência na área (ALBINO, MACÊDO, 2014).
As características mais importantes para um nutricionista que trabalha com transtornos alimentares consistem em conhecimento abrangente da ciência da nutrição, maestria no aconselhamento, no comportamento educacional, atitude compreensiva e não de julgamento (ALBINO, MACÊDO, 2014).
Em virtude do exposto, esta pesquisa busca a partir de evidências científicas enfatizar as causas dos transtornos alimentares e a relevância do profissional nutricionista no tratamento de transtornos alimentares na população LGBTQIAP+.
2. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Subsidiar a importância do profissional de nutrição no tratamento nutricional associado às causas dos transtornos alimentares nos grupos LGBTQIAP+.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Selecionar os artigos por nível de evidência;
- Identificar as principais causas dos transtornos alimentares na população LGBTQIAP+, relacionados a condições de vida, psicossocial e saúde.;
- Destacar as principais ações nutricionais nos transtornos alimentares nos grupos LGBTQIAP+.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
POPULAÇÃO LGBTQIAP+
A sigla LGBTQIAP+ refere-se respectivamente a Lésbicas, Gays, Bissexual. Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais e Pansexual, o símbolo “+” representando a inclusão de diferentes identidades de gênero e orientações sexuais que não se prendem ao padrão heterocisnormativo, mas que não se encontram em destaque na sigla (OLIVEIRA, 2021).
A comunidade LGBTQIAP+ foi primitivamente simbolizada pela sigla GLS onde era incluso exclusivamente os gays, lésbicas e simpatizantes. Diante das descobertas de outras homossexualidades que se consideravam dissemelhantes do que eram representadas, outras siglas foram surgindo junto de novos termos e conceitos (BORTOLETTO, 2019).
A orientação sexual como a forma que a pessoa se sente atraída emocionalmente e/ou sexualmente pelo outro gênero, do mesmo gênero ou por mais de um gênero (SEJUDH, 2017).
A identidade de gênero não depende necessariamente da orientação sexual, não existe uma regra onde a orientação sexual está em função do gênero das pessoas, dessa forma, nem toda mulher e homem é “naturalmente” heterossexual (JESUS, 2012).
Dessa maneira, homossexualidade (pelo mesmo gênero), heterossexualidade (pelo oposto) e bissexualidade (pelos dois gêneros) (JATENE; SILVA; PAES, 2017).
Existem outras orientações sexuais, por exemplo, os que se consideram assexuados, ou seja, os que não sentem atração emocional e/ou sexual por outros e, por isso, não caracterizam pessoas com transtornos mentais ou outras psicopatologias (JATENE; SILVA; PAES, 2017).
A orientação sexual varia de exclusivamente heterossexual a homo, perpassando pela bissexualidade, de modo que a orientação sexual de cada pessoa, é única, e pode ser encontrada em todas as colocações da escala. Também é possível que a pessoa não permaneça em um ponto da escala durante toda a sua vida, mas se move ao longo dela, em maior ou menor grau. Assim, a homossexualidade é apenas um aspecto das muitas manifestações da sexualidade humana (LIMA et al. 2021).
Dentro do acrônimo LGBT, lésbicas, gays e bissexuais são abrangidos pelo conceito de orientação sexual. Pessoas transexuais são abrangidas pelo conceito de identidade de gênero, ignorando o fato de que transgêneros também têm orientação sexual (LIMA et al. 2021).
A identidade de gênero não depende necessariamente da orientação sexual, não existe uma regra onde a orientação sexual está em função do gênero das pessoas, dessa forma, nem toda mulher e homem é “naturalmente” heterossexual (JESUS, 2012).
Biologicamente, determina-se como sexo de uma pessoa pelo seu sistema reprodutor: feminino e masculino. Entretanto, o gênero é social, ou seja, que vai além do sexo. Não importa a definição do que é ser homem ou mulher, mas sim o autoconhecimento e a forma que a pessoa se expressa socialmente (JESUS, 2012).
Em vista disso, a identidade de gênero diz respeito ao gênero de identificação que cada pessoa se reconhece. Ou seja, gênero se refere a formas de se identificar e ser identificada como homem ou como mulher, no qual o sujeito é considerado sendo capaz de se construir através da multiplicidade e da mudança, de acordo com os posicionamentos como que assume ser autor e ator do seu processo de identidade (MIRANDA, 2020).
Com isso, biologicamente, os corpos podem ser modificados, se tornando relevante o entendimento quanto a não delimitação de sexo, somente entre masculino e feminino, sendo fundamental englobar todas as categorias de indivíduos. Dessa forma, existem três tipos principais de identidade de gênero, inclusas o transgênero, não-binário e cisgênero (PISCITELLI, 2009; GONÇALVES; GONÇALVES, 2021).
No que diz respeito a identidade transgênero, os mesmos podem ser compreendidos como indivíduos do que nasceram em estabelecido sexo biológico, porém, se reconhecem em todos os aspectos, como pessoa do sexo oposto (PISCITELLI, 2009; GONÇALVES; GONÇALVES, 2021).
Se caracterizando como representação ‘’guarda-chuva’’, em que perpassam através de outros gêneros, como transexuais, travestis, crossdressers, entre outros (JATENE; SILVA; PAES, 2017).
A identidade de gênero não-binário é entendida como sendo as pessoas que não se caracterizam especificamente como sendo homem ou mulher, podendo se reconhecer de ambos os sexos, ou plenamente externo a qualquer grupo (LIMA et al., 2021).
O cisgênero são os indivíduos que nascem com um determinado sexo biológico e se reconhecem em relação ao mesmo, considerando todos os aspectos relacionados (PISCITELLI, 2009; GONÇALVES; GONÇALVES, 2021).
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Atualmente, a alimentação passou por mudanças diante da vida cotidiana, uma vez que é mais ponderada pelo ritmo das refeições diárias (SILVA et al, 2021).
Alimentar-se passou a ser uma atividade insociável, feita de forma acelerada e em qualquer momento do dia. Condicionando o que há pouco tempo atrás era marcado por: costumes sociais e tradições (APA, 2021).
Os transtornos alimentares são patologias que podem gerar diversos prejuízos biológicos, psicológicos e também ao aumento de morbidade e mortalidade, que são caracterizados preliminarmente pelo receio mórbido de engordar. Dentre os fatores presentes tanto na etiologia quanto na manutenção e no avanço dessas doenças estão sobretudo os fatores individuais, familiares e culturais (SILVA et al, 2021).
Entende-se como comportamento alimentar ações que envolvem o ato de comer, desde o alimento que é escolhido até o comer em si e no momento atual é possível notar um crescimento no número de transtornos deste comportamento, que podem contribuir com graves distúrbios físicos e psiquiátricos (MACHADO; ARAÚJO; SANTOS, 2020; BOSI et al, 2014).
Os distúrbios comportamentais relacionados aos hábitos alimentares são as principais características de um transtorno alimentar. Desenvolve-se por uma preocupação excessiva com a imagem corporal o que acomete a baixa ingestão de alimentos, uso abusivo de laxantes ou diuréticos ou a indução de vômito logo após o consumo alimentar (HAINE et al, 2019).
São incluídos nos tipos de transtornos alimentares: anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar. Afirma-se também que outros transtornos ainda não são reconhecidos pela comunidade científica, considerados ainda como dismorfia corporal ou problemas de saúde pública (SILVA et al, 2021).
PRINCIPAIS TRANSTORNOS ALIMENTARES NA POPULAÇÃO LGBTQIAP+
Anorexia Nervosa
Define-se AN como uma rejeição de manter o estado nutricional, mais especificamente o peso de acordo com o padrão mínimo e adequado à idade e altura, seguido de uma desordem na forma em que o indivíduo vivencia seu peso (CAMPOS; HAAK, 2012).
O indivíduo que possui AN tem uma distorção de imagem do seu corpo, onde o mesmo se enxerga acima do peso mesmo que não esteja. Assim, há uma busca exagerada pela extrema redução de peso (MARQUES; SANCHES; FERREIRA, 2021). A anorexia nervosa representa risco físico agudo significativo, com a rápida diminuição de peso e baixo peso significativo o mais imediatamente preocupante (NEALE; HUDSON, 2020).
De acordo com Kaye, 2012 a neurocognição, indivíduos portadores de AN possuem um estilo de personalidade obsessivo, perseverativo e rígido e possuem também dificuldade em mudar de conjunto. Esses indivíduos sentem que na maioria das vezes são capazes de fazer as coisas de forma perfeita sem cometer erros, e não têm apreço pelo fato de que esses erros fazem parte de uma experiência comum de aprendizado.
Questões como autoestima deficiente, como também a distorção de imagem corporal nesses indivíduos são componentes primordiais que ampliam uma busca incessante pelo “corpo perfeito”, gerando assim práticas de atividades físicas, jejuns longos e uso exacerbado de laxantes e/ou diuréticos (CAMPOS; HAAK, 2012).
Dentre as complicações que a AN pode agravar no indivíduo estão: Pele seca, fina camada de pelos (laguno), cabelos finos e quebradiços, bradicardia, declínio da pressão arterial, edemas, cálculos renais, anemia, diminuição de glóbulos brancos, trombocitopenia, intolerância ao frio, convulsões e no caso das mulheres pode haver um comprometimento por conta das alterações hormonais (BATISTA, 2022).
Bulimia Nervosa
A Bulimia Nervosa (BN) é uma doença mental e umas de suas principais características são: compulsão alimentar seguida de comportamentos de compensação de purga. O peso e a forma corporal são supervalorizados junto com a compulsão alimentar recorrente onde ocorre o consumo alimentar exagerado em um curto período de tempo (período de 2 horas, onde o paciente encontra-se em estado de descontrole) (NITSCHE, 2022).
A ingestão desequilibrada de quantidades grandes de alimentos e descontrole ao se alimentar são as principais características da BN. Nesse contexto, o uso de medicamentos, dietas restritivas e exercícios físicos excessivos são métodos inadequados para o controle do peso dentro da BN (ALBINO; MACÊDO, 2014).
Indução de vômitos e uso exagerado de laxantes e/ou diuréticos são responsáveis por mais de 90% dos comportamentos de purga na BN. O agravamento da BN é determinado pela frequência do modo dos comportamentos de purga ou o grau de comprometimento funcional (NITSCHE, 2022).
Quando se trata do tratamento nutricional para a BN, sugere-se ser através de uma equipe multidisciplinar, pois é preciso buscar uma mudança no seu comportamento alimentar, de forma que o nutricionista possa auxiliar na interrupção dos processos purgativos. A estratégia do diário alimentar e uma boa orientação nutricional podem ser um importante auxílio no manejo inicial dos sintomas para a diminuição dos comportamentos compensatórios (GOULART, 2012).
Destaca-se como consequências da BN a alcalose metabólica hipoclorêmica, dada pela perda de potássio, sódio e íons de hidrogênio podendo causar arritmias cardíacas, podendo ocorrer casos de lesão renal, convulsões, fraqueza muscular e até mesmo problemas na cavidade bucal devido o suco gástrico (LANCHA, 2012; LIMA, 2012).
Transtorno De Compulsão Alimentar Periódica (Tcap)
Entende-se como TCAP o distúrbio alimentar compulsivo uma vez por semana sendo, porém que este critério pode sofrer alterações dependendo da gravidade do caso, podendo haver de 14 ou mais episódios por semana. Dessa forma, está dentre as principais características do transtorno de compulsão alimentar estão: a ingestão aumentada e descontrolada dos alimentos, episódios frequentes onde o indivíduo como com uma certa rapidez em determinados momentos, sendo combinados com sentimentos muitas vezes de perda do controle relacionado a alimentação, ou por um sofrer psíquico em períodos por exemplo de (duas horas) sem estar necessariamente com fome fisiológica (BLOC et al, 2019; APA, 2021).
É possível fazer o diagnóstico do transtorno de compulsão alimentar periódica quando episódios de compulsão acontecem em ao menos dois dias por semana, no período de seis meses, associando características tais quais: descontrole e sem o acompanhamento de comportamentos compensatórios (PIVETTA; SILVA, 2012).
O TCAP é mais comum que a AN e BN, por conta da sua manifestação clínica específica e a associação com a obesidade. O indivíduo com TCAP normalmente não possuem comportamentos compensatórios regulares para combater o consumo exacerbado de alimentos e, na maioria das vezes, apresentam peso em excesso ou obesidade (COSTA; MELNIK, 2016).
PRINCIPAIS CAUSAS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES NA POPULAÇÃO LGBTQIAP+
Em virtude da não adequação de gênero como sexo biológico ou à orientação sexual não heteronormativa, os seus direitos humanos básicos são lesados, e frequentemente encontram-se em situações de vulnerabilidade. Diante disso, o Ministério da Saúde identifica que a orientação sexual e identidade de gênero são elementos de um processo gradativo de distinção e exclusão do qual resultam os fatores de vulnerabilidade (CARDOSO; FERRO, 2012).
Considera-se que as taxas de distúrbios psiquiátricos, tais como: depressão, ansiedade, uso abusivo de substâncias e risco de suicídio aumentam nesse grupo, como resultado da incorporação de fatores estressantes como bullying, assédio e rejeição dos familiares (SILVA; DEVOTTE, 2019).
O Ministério da Saúde em 2011, sancionou a Política Nacional de Saúde Integral LGBTQIA+, com o objetivo de promover a saúde integral, equidade e minimização do preconceito e atender outras demandas e consertar a desassistência no contexto da saúde desta população (MIRANDA et al, 2020; CARDOSO; FERRO, 2012).
Desta forma, a Política Nacional de Saúde Integral LGBTQIA+, afirma que esse eixo envolve o aprimoramento dos métodos de monitoramento em saúde, inclusive nas áreas de orientação sexual e identidade de gênero; o desenvolvimento de estratégias para qualificar todo o processo de desenvolvimento de ações de promoção e monitoramento para esse público. O potencial de acesso a tais dados tem o poder de indicadores de saúde qualificados e melhor ação programática de prevenção e promoção da saúde (SILVA et al., 2020).
Dentre as demandas da população LGBTQIA+ no quesito saúde é possível observar que é enfatizado somente a saúde sexual, ignorando outras questões essenciais para esse grupo, que não deixa de ser afetado por diferentes problemas de saúde (MIRANDA et al, 2020; SILVEIRA et al., 2020).
Dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS) nota-se que boa parte da equipe médica não possui experiência adequada para atender às demandas em saúde da população LGBTQIA+, contribuindo para buscas de métodos não convencionais, que podem acometer com diversos problemas à saúde (NEGREIROS et al, 2019).
AÇÕES NUTRICIONAIS NOS TRANSTORNOS ALIMENTARES NA POPULAÇÃO LGBTQIAP+
A dita presunção da heterossexualidade como regra ou heteronormatividade institucional possui efeitos prejudiciais no acolhimento e cuidado da população LGBTQIA+. Desta forma, a qualificação e humanização dos profissionais acerca das demandas específicas deste grupo são passos de extrema importância para assegurar o efetivo cumprimento do direito à saúde, sendo importante inserir o tema nas ementas de graduação e cursos de capacitação e de educação continuada/permanente em saúde (LORIA et al., 2019).
As ações nutricionais devem ser postas de forma minuciosa e cautelosa com pacientes que têm transtornos alimentares. Dentre essas ações, estão: calcular e acompanhar a ingestão energética e dos macronutrientes, garantir uma qualidade boa na alimentação junto ao padrão alimentar onde há a possibilidade de associar a dieta com determinada doença e/ou deficiência, neste caso, o transtorno alimentar; adequar as percepções de fome e saciedade, elaborar um plano alimentar estruturado levando em consideração as características individuais do paciente, recursos socioeconômicos, aversões e preferências alimentares (MORAES; MARAVALHAS; MOURILHE, 2019).
Uma equipe multidisciplinar com experiência no manejo de transtornos alimentares e ajuda dietética é de extrema importância, proporcionando planos alimentares adequados e orientações a respeito das necessidades energéticas, aconselhando também quanto à suplementação de vitaminas e minerais e apoio na realimentação (NEALE; HUDSON, 2020).
Quando se trata do cuidado nutricional, o nutricionista tem papel fundamental no auxílio de diminuir os sentimentos negativos desse indivíduo em relação aos alimentos, sobre o peso corporal, pois há um cenário atual no qual se busca por ideais estéticos, e isto tem atraído um público bem mais exigente para um cuidado nutricional, então esse profissional precisa estar bem capacitado para identificar e realizar um manejo adequado nas situações disfuncionais. Importante o profissional saliente e direcione o cuidado com a saúde, e não com os modismos voltados exclusivos para a estética (BARBOZA; FERNEDE; SASS, 2021).
É preciso estimular em todos os públicos, a avaliação crítica principalmente temas vinculados na mídia sobre alimentação, atividade física e os padrões de beleza, e se atentar aos sintomas e sinais que caracterizam transtornos, buscando assim assistências de outros profissionais, devido à complexidade desses casos. Tais ações devem promover: a melhora da autoestima através da satisfação corporal, o respeito a diversas formas corporais, incentivar a redução de métodos e dietas inadequadas para um controle de peso e consequentemente diminuindo esse ideal de magreza e de certas práticas do comer transtornado desse indivíduo (BARBOZA; FERNEDE; SASS, 2021).
4. METODOLOGIA
Tipo De Estudo
Tratou-se de uma pesquisa descritiva do tipo revisão integrativa da literatura, com a obtenção de dados em formato de artigos científicos publicados em revistas científicas da área da saúde. A análise bibliográfica foi realizada a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos e páginas de web sites (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Os pontos mais característicos desse tipo de pesquisa estão associados às investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema (MARCONI; LAKATOS, 2019).
Procedimentos de Coleta de Dados
A pesquisa sucedeu-se a partir da análise de artigos publicados em revistas científicas disponibilizados pelas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) com acessados nas plataformas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE); e Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde (IBECS). A coleta dos dados decorreu no período de agosto a setembro de 2022.
A amostra deste estudo contemplou artigos disponibilizados na íntegra, gratuitos, publicados do ano de 2012 ao ano de 2022, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, e que ocorreu de acordo com o escopo estabelecido para esta pesquisa; bem como, critérios de inclusão.
Os Descritores de Saúde (DECS) utilizados foram: Minorias sexuais e de gênero, sexual and gender minorities, minorías sexuales y de género, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais e outras identidades, lesbian, gay, bisexual, transgender, queer, intersex, asexual and other identities, lesbianas, gays, bisexuales, transgénero, queer, intersexuales, asexuales y otras identidades, transtorno da compulsão alimentar, binge-eating disorder, trastorno por atracón, bulimia nervosa, síndrome de descontrole alimentar.
Os artigos foram analisados e posteriormente classificados de acordo com seis níveis de evidências provenientes das pesquisas. Essa classificação considerou abordagem metodológica do estudo, o delineamento de pesquisa empregado e o seu rigor (Quadro 1).
Quadro 1 – Níveis de evidências dos artigos científicos.
Nível das Evidências Natureza do Estudo
Nível IEvidências oriundas de revisão sistemática ou meta-análise de todos relevantes ensaios clínicos randomizados controlados ou provenientes de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados. Nível II Evidências derivadas de pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado.
Nível IIIEvidências obtidas de estudos quase-experimentais, como ensaio clínico não randomizado, grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle.
Nível IVEvidências originárias de estudos não experimentais, como pesquisa descritiva, correlacional e comparativa, pesquisas com abordagem metodológica qualitativa e estudos de caso. Nível V Evidências oriundas de dados de avaliação de programas, dados obtidos de forma sistemática. Nível VI Evidências a partir de opiniões de especialistas, relatos de experiência, consensos, regulamentos e legislações.
Fonte: (PUGLISI; FRANCO, 2005).
Critérios de Inclusão
Foram inseridos na amostra desta pesquisa artigos disponibilizados na íntegra, gratuitos, publicados do ano de 2012 ao ano de 2022. Realizaram-se pesquisas nos idiomas na língua portuguesa, inglesa e espanhola. A população estudada foi de adultos e idosos LGBTQIAP+ com transtornos alimentares, conforme estabelecido no escopo do trabalho.
Critérios de Exclusão
Descartou-se da pesquisa, artigos que estavam incompletos, publicados antes do ano de 2012, que se encontravam em qualquer outro idioma que não os supracitados, os estudos duplicados encontrados mais de uma vez em bases de dados diferentes e aqueles que apresentaram conceitos antagônicos ao título estabelecido para este estudo. Também foram excluídos artigos com população de adultos e idosos LGBTQIAP+ sem transtornos alimentares.
DESENHO DO ESTUDO
Figura 1 – Diagrama do fluxo para seleção de artigos nas diferentes fases da revisão.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os estudos incluídos no presente estudo são descritos no Quadro 2, sendo destacados título, autores, ano, idioma, revista, objetivo, nível de evidência e principais resultados.
A maioria dos artigos selecionados foram em nível de evidência I (5 artigos) e IV (5 artigos), em seguida III (2 artigos), totalizando 12 artigos. Realizados entre os anos de 2016 e 2022 e estudos nacionais (10 artigos) e internacionais (2 artigos).
Quadro 2: Características gerais dos estudos nacionais e internacionais incluindo título, autores, ano, idioma, revista, objetivo, nível de evidência e principais resultados.
Fonte: Autoria própria, 2022.
A partir desse levantamento, o estudo apresenta dados referentes a incidência de transtornos alimentares na população LGBTQIAP+ e a importância que os profissionais de saúde, especialmente o nutricionista, exerce na assistência aos mesmos.
Portanto, a partir dos artigos analisados, houve maior discussão em relação aos entraves enfrentados por essa população no acesso à saúde (LIMA; SOUZA; DANTAS, 2016; LIMA et al., 2019; MIRANDA et al., 2020; PARENTE et al., 2021); 3 artigos expuseram a respeito do transtorno alimentar dos mesmos (BARROS; LEMOS; AMBIEL, 2019; MACHADO; ARAÚJO; SANTOS, 2020; NAGATA; GARSON; AUSTIN, 2021).
Por conseguinte, 3 artigos tiveram como temática principal, a abordagem da saúde mental dos mesmos (ALVARES et al., 2021; MEDEIROS; FACUNDES, 2022; FRANCISCO et al., 2022); 1 artigo mencionou sobre a o papel da nutrição no cuidado à população LGBTQIAP+ (COSTA, 2021); e 1 artigo tratou a respeito do preconceito sofrido por esse grupo (SILVA et al., 2021).
De acordo com Medeiros; Faguntes, (2022), em que analisou a implicação da sexualidade e as intervenções na saúde mental, no qual o mesmo observou que o círculo social pode influenciar este indivíduo a desenvolver alguma sintomatologia de ordem mental, como alguns transtornos, em especial o alimentar.
Uma análise elaborada por Machado; Araújo; Santos, (2020) com 15 participantes, demonstrou que 26,6% apresentavam elevada suscetibilidade no desenvolvimento de disfunções alimentares; 20% afirmaram demonstrar um complicado vínculo com a alimentação e obtenção de peso; e 20% tinham atividade de restrição e compensação.
Com isso, Barros; Lemos; Ambiel, (2019) desenvolveram um estudo com 88 indivíduos transexuais, no qual avaliaram o entendimento que tinham a respeito da qualidade de vida e contentamento com a sua imagem corporal. Dessa forma, puderam observar que esta primeira, encontra-se diretamente relacionada a última, sendo assim, essa população necessita de maior auxílio, quanto às preocupações relacionadas à modificação corporal perpassada, e com a demanda de uma rede de apoio adequada.
Um estudo de Francisco et al., (2022), com 23 indivíduos da população LGBTQIAP+, no qual desenvolveram meditação como alternativa para o alívio de diversas intercorrências de origem mental, e uma das considerações que os autores obtiveram foi que, uma das causas pode estar relacionada as imposições familiares e da sociedade, como forma para se adaptarem a categorias de gênero.
Em contrapartida, uma análise realizada com 15 pessoas transexuais e travestis, residentes da cidade de Recife-PE, observaram a condição nutricional e conduta alimentar. Com isso, atentou-se que, dentre a amostra analisada, foram escassos os resultados de indivíduos que apresentaram algum tipo de transtorno alimentar ou distorção de imagem (MACHADO; ARAÚJO; SANTOS, 2020).
Porém, os autores ressalvam os altos índices dessa população desenvolver esses distúrbios alimentares, necessitando de maiores pesquisas relacionadas a essa questão, especialmente, no que tange as alterações metabólicas desenvolvidas pelo procedimento transexualizador (MACHADO; ARAÚJO; SANTOS, 2020).
Nagata; Garson; Austin, (2021), realizaram uma pesquisa bibliográfica a respeito da incidência de comportamentos e transtornos alimentares na população LGBTQIAP+, e perceberam que grande parcela desses indivíduos apresentam inquietação, no que diz respeito a sua alimentação desalinhada e imagem corpórea.
Um estudo realizou um mapeamento de outras análises para investigar temáticas relacionadas à saúde mental da população transgênero, e verificou uma elevada incidência de agravos a mesma, onde estes apresentaram inúmeras sintomatologias, dentre elas, a diminuição da autoestima e transtornos alimentares. Consequentemente, gera uma insegurança de todos os aspectos, em especial relacionada a sua alimentação, pois estes passam a utilizar de estratégias em busca dos padrões corpóreos, ocasionando o acometimento de distúrbios alimentares, alinhado a isso, estar também a restrição alimentar provocada por dificuldades financeiras, devido a sua condição de vida (ALVARES et al., 2021).
Em relação às causas dos transtornos alimentares nesse grupo, Medeiros; Facundes, (2022) mencionaram à situação em que este indivíduo está inserido, pois devido ao preconceito, as condições e oportunidades de trabalho são escassas, limitando-o, além disso, muitos deles não foram aceitos por seus familiares, tendo que sobreviver por conta própria. Francisco et al., (2022) realizaram uma pesquisa com 30 indivíduos da população LGBTQIAP+ e dessa amostra, 70% afirmam terem iniciado o seu comportamento alimentar restritivo, por conta da sua situação de vida, e 30% devido às pressões impostas pela sociedade.
Consequentemente, gera uma insegurança de todos os aspectos, em especial relacionada a sua alimentação, pois estes passam a utilizar de estratégias em busca dos padrões corpóreos, ocasionando o acometimento de distúrbios alimentares, alinhado a isso, estar também a restrição alimentar provocada por dificuldades financeiras, devido a sua condição de vida (ALVARES et al., 2021).
Alinhado a isso, Medeiros; Facundes, (2022) relatam em seu estudo aplicado com 20 pessoas LGBTQUIAP+, em busca de observar as causas dos transtornos alimentares, 70% dessa amostra mencionaram ter iniciado esse comportamento por conta da baixa autoestima, e 30% mencionaram outros fatores.
Os autores ainda abordam os aspectos relacionados a adversidade em encarar as exigências da sociedade, além da rejeição por parte da família, gerando uma sensação de abandono e tristeza, isso afeta diretamente a sua saúde mental, promovendo, dentre outras intercorrências, o transtorno de origem alimentar (MEDEIROS; FACUNDES, 2022).
Lima; Souza; Dantas, (2016), ressaltaram em seu estudo, no qual foram expostas as dificuldades enfrentadas pela população LGBTQIAP+, diante da assistência em saúde. Dessa forma, perceberam que deve haver maior humanização, perante as individualidades dos mesmos, assegurando-os a integridade e respeito garantidos.
Dessa forma, essa população ainda encontra inúmeros entraves, como no estudo elaborado por Silva et al., (2021), com 95 participantes LGBTQIAP+ com o objetivo de descrever alguns preconceitos investidos a essa população, e puderam perceber, que isso afeta o modo de observar o seu corpo. E os autores ainda ressaltam, que uma grande proporção experimentou o preconceito dentro de unidades de atendimento em saúde, em razão da sua orientação sexual.
Em outra pesquisa realizada com 26 indivíduos da população LGBTQIAP+, residentes do município de Iguatu-CE, puderam perceber que os mesmos já haviam sofrido preconceito e discriminação dentro de unidades de saúde, além de não considerar o seu nome social, escassez de receptividade, entre outros inúmeros episódios de violência psicológica (PARENTE et al., 2021).
Portanto, Miranda et al., (2020), observou que este grupo ainda recebe assistência à saúde de forma estereotipada, levando em consideração somente o seu aspecto biológico, concedendo um acompanhamento preconceituoso, desconsiderando os princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O mesmo autor observou que isso gera a escassez de assistência a esse indivíduo, acarretando a prática do autocuidado, refletindo, na sua qualidade de vida, e em relação à alimentação, o mesmo busca por estratégias de restrição alimentar e, consequentemente, promove o distúrbio alimentar.
Se faz importante uma assistência multiprofissional adequada, em que considere as suas particularidades, assim como propõe que os protocolos de assistência sejam incrementados e inclusivos (NAGATA; GARSON; AUSTIN, 2021).
É indispensável o acompanhamento de uma equipe multiprofissional, em especial o nutricionista, com vista no restabelecimento alimentar e nutricional desse público com transtorno alimentar, oferecendo um atendimento humanizado e com foco no acolhimento e assistência integral (COSTA, 2021).
O autor também menciona, que essa orientação deve estar presente em todo o procedimento de transição, levando em consideração as particularidades dos mesmos (COSTA, 2021).
No estudo de Costa (2021), observou a relevância na busca de maiores aprendizados dos nutricionistas, quanto ao cuidado a essa população, visto que, as mesmas apresentam as suas especificidades.
Os autores complementam que, essas ações direcionadas à população LGBTQIAP+ com transtornos alimentares, deverão ser pautadas no trabalho em conjunto com outros profissionais, além da promoção de programas nutricionais específicos; utilização de estratégias de acompanhamento alimentar, como o diário; identificação de ameaça nutricional, procura de aperfeiçoamento de planejamento contínuo, com vista na eficaz assistência, análise, terapia e supervisão, observando a possibilidade de agravamento do distúrbio alimentar; além de também oferecer um atendimento empático e humanizado (COSTA, 2021).
6. CONCLUSÃO
Perante os estudos apresentados, observou-se a significativa relevância que a equipe multiprofissional, em especial, o profissional nutricionista exerce no cuidado à população LGBTQIAP+ que apresenta algum tipo de transtorno alimentar. Estando envolvido a consideração das particularidades desse público, um melhor acompanhamento e assistência, assim como a utilização de protocolos para o cuidado a esse distúrbio, entre outros.
Além disso, as pesquisas demonstraram que o transtorno alimentar neste grupo é multifatorial, estando envolvidos diversos aspectos, assim como a baixa autoestima, a falta de uma rede de apoio familiar, a escassez na assistência à saúde com as suas especificidades, fazendo com que realizem o autocuidado, restrição alimentar, entre outros.
Portanto, essa população sofre preconceito, no qual afetam diretamente a sua saúde mental, ocasionando inúmeros efeitos negativos na sua autoestima. Por isso, é fundamental maiores direcionamentos na assistência à saúde para atender as suas particularidades.
Diante do exposto, é notório a necessidade de mais estudos sobre essa temática para melhor evidências, sendo um assunto bastante pertinente e relevante, com vista no aprofundamento do entendimento à saúde desse público.
Além de estruturar melhores estratégias nutricionais voltadas à assistência a essa população, assim como, maiores conhecimentos para os profissionais da saúde.
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1Graduação em Nutrição, vinculado à Universidade da Amazônia. ORCID: 0000-0001-9777-9468. Orientador.
2Graduação em Nutrição, vinculada ao Centro Universitário da Amazônia.
3Graduação em Nutrição, vinculado à Universidade da Amazônia. ORCID: 0000-0002-4585-7716.
4Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia. ORCID: 0000-0001-5088-7517.
5Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia.
6Graduação em Nutrição, vinculada ao Centro Universitário da Amazônia.
7Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia.
8Graduação em Nutrição, vinculado à Universidade da Amazônia.
9Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia
10Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia.
11Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia.
12Graduação em Nutrição, vinculada à Universidade da Amazônia.
13Graduação em Nutrição, vinculada ao Centro Universitário da Amazônia.
14Graduação em Nutrição, vinculada ao Centro Universitário do Estado do Pará.
15Graduação em Nutrição, vinculada ao Centro Universitário do Estado do Pará.