PHYSICAL EDUCATION IN THE FIGHT AGAINST CHILDHOOD OBESITY
REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102502061024
Marcelo Bruno da Silva Maceno
Antonio Paulo Ferreira da Silva
Mirian Lima dos Santos
Jonathã Luiz Justino da Silva
Francisco Luís Santos do Nascimento
Naíza Monte Lages
Leandro Alonso do Espírito Santo
Yuri Tadeu de Oliveira
RESUMO
A obesidade infantil está tomando proporções alarmantes em muitos países e é um problema sério que deve ser abordado com urgência. Nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015, a prevenção e o controle de doenças não transmissíveis são considerados prioridades básicas. Entre os fatores de risco para doenças não transmissíveis, a obesidade é motivo de preocupação, pois pode anular muitos dos benefícios à saúde que contribuíram para a melhoria da expectativa de vida. O ambiente escolar tem importância fundamental na promoção a saúde das crianças. Desta forma, este projeto procura abordar como a educação física escolar pode auxiliar na prevenção e controle da obesidade infantil. O problema de pesquisa é: qual a influência da atividade física escolar no combate a obesidade infantil? O objetivo geral desta pesquisa é apresentar um estudo sobre a impotência da educação física escolar no combate a obesidade infantil. Os objetivos específicos são: descrever o problema atual de obesidade infantil; apresentar um estudo sobre como as aulas de educação física podem prevenir a obesidade infantil e descrever os cuidados necessários nas aulas de educação física para inclusão de crianças obesas nas atividades. As crianças com obesidade ou excesso de peso são uma ou mais dentro do grupo de classe e os professores de educação física devem fazê-los sentir-se parte desse grupo ao qual pertencem. Portanto, o grande desafio é saber como adaptar um currículo padrão às necessidades do grupo de classe, para que todos sejam capazes de alcançar os objetivos predeterminados sem prejudicar a integridade física e psicológica de todos os membros do grupo. Dentro deste contexto não se pode deixar de apontar a importância da existência de um trabalho de conscientização para o restante dos alunos como ferramenta de apoio aos alunos obesos e ao próprio professor.
Palavras-chave: Educação Física. Obesidade.Obesidade Infantil.
ABSTRACT
Childhood obesity is taking alarming proportions in many countries and is a serious problem that needs to be addressed urgently. In the Sustainable Development Objectives established by the United Nations in 2015, the prevention and control of noncommunicable diseases are considered basic priorities. Among the risk factors for noncommunicable diseases, obesity is cause for concern as it may negate many of the health benefits that have contributed to improved life expectancy. The school environment is of fundamental importance in promoting children’s health. Thus, this project seeks to address how school physical education can assist in the prevention and control of childhood obesity. The research problem is: what is the influence of school physical activity in the fight against childhood obesity? The general objective of this research is to present a study about the impotence of school physical education in the fight against childhood obesity. The specific objectives are: to describe the current problem of childhood obesity; present a study on how physical education classes can prevent childhood obesity and describe the care needed in physical education classes to include obese children in activities. Children who are overweight or obese are one or more within the class group and physical education teachers should make them feel part of that group to which they belong. So the great challenge is to know how to adapt a standard curriculum to the needs of the class group so that everyone is able to achieve the predetermined goals without harming the physical and psychological integrity of all members of the group. Within this context, it is important to point out the importance of the existence of a conscientious work for the rest of the students as a tool to support the obese students and the teacher himself.
Keywords: physical education. Obesity. Child obesity.
1 INTRODUÇÃO
A obesidade infantil está tomando proporções alarmantes em muitos países e é um problema sério que deve ser abordado com urgência. Nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015, a prevenção e o controle de doenças não transmissíveis são considerados prioridades básicas. Entre os fatores de risco para doenças não transmissíveis, a obesidade é motivo de preocupação, pois pode anular muitos dos benefícios à saúde que contribuíram para a melhoria da expectativa de vida (TESTA, POETA, DUARTE, 2017).
A prevenção e o tratamento da obesidade requerem uma abordagem que envolva todas as agências governamentais e em que as políticas de todos os setores sistematicamente levem em consideração a saúde, evitem efeitos prejudiciais à saúde e, portanto, melhorem a saúde da população e equidade no campo da saúde (FERNANDES, PENHA, 2012).
É necessário facilitar orientações dirigidas a crianças e adolescentes e a pais, cuidadores, professores e profissionais de saúde, sobre tamanho corporal saudável, boa atividade física e hábitos de sono e o uso adequado de programas lúdicos que envolvam estar diante de uma tela e garantir que as escolas e os espaços públicos tenham instalações onde todas as crianças (incluindo crianças com deficiência) possam participar de atividades físicas regulares (FELDMANN et al., 2012).
O ambiente escolar tem importância fundamental na promoção a saúde das crianças. Desta forma, este projeto procura abordar como a educação física escolar pode auxiliar na prevenção e controle da obesidade infantil.
De acordo com parâmetros curriculares nacionais (PCNs), as aulas de educação física devem contribuir para o desenvolvimento integral dos estudantes, gerando mudanças nas condições sociais e educacionais, uma vez que os principais problemas de saúde podem ser prevenidos das escolas, promovendo uma nova cultura de educação. O autocuidado e a conformação de ambientes saudáveis, para que crianças e jovens se deparem com melhores ferramentas, próprias e coletivas, situações que afetam seu bem-estar (ARAÚJO, BRITO, DA SILVA, 2010).
Da mesma forma, a educação em saúde refere-se aos processos permanentes de ensino e aprendizagem que permitem, através da troca e análise de informações, desenvolver habilidades e mudar atitudes com a finalidade de induzir comportamentos para cuidar da saúde individual, familiar e coletiva (DA SILVA ARAGÃO, 2015).
Promoção e educação para a saúde na escola visam fortalecer aos alunos o desenvolvimento de competências identificadas nos planos e programas de estudo da educação básica, relacionados à aquisição de conhecimentos, hábitos e práticas, e a adoção de atitudes para controle e modifique os fatores que afetam sua saúde. Além disso, visa contribuir para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, proporcionando oportunidades de aprendizagem em saúde, seja curricular, escolar ou extracurricular (FERNANDES, PENHA, 2012).
De acordo com o relatório do Banco Mundial, em países de baixa e média renda, a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças pré-escolares é superior a 30%; se essa tendência continuar, o número de crianças menores de 5 anos com excesso de peso aumentará para 70 milhões em 2025. Dessa forma, destaca-se a importância de as aulas de educação física atuarem como preventoras da obesidade infantil juntamente com outros setores da sociedade (DA SILVA ARAGÃO, 2015).
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, foram selecionados artigos, teses, dissertações e monografias nas bases de dados google acadêmico, Scielo e portal de periódicos da CAPES com os descritores: Educação Física e Obesidade Infantil. Com o objetivo de apresentar a impotência da educação física escolar no combate a obesidade infantil.
DESENVOLVIMENTO
A obesidade é caracterizada por um aumento nos depósitos de gordura corporal, que se reflete em um ganho de peso causado por um balanço energético positivo, como resultado da alimentação com alta densidade calórica devido ao consumo excessivo de carboidratos e gorduras.
2.1 OBESIDADE INFANTIL
A obesidade infantil tornou-se uma pandemia, portanto, é um problema de saúde pública que deve ser abordado com urgência, reconhecendo tratar-se de uma doença de curso crônico, originando-se de uma complexa cadeia causal de etiologia multifatorial, em que interagir fatores individuais, genéticos, comportamentais e ambientais, incluindo estilos de vida, bem como determinantes sociais e econômicos (ARAÚJO, BRITO, DA SILVA, 2010).
A obesidade infantil tem importantes repercussões na idade adulta, uma vez que entre 77 e 92% das crianças e adolescentes obesos permanecem obesos na vida adulta. Atualmente, as crianças registram doenças que eram comuns em adultos, como diabetes, hipertensão, doença coronariana, doença vascular cerebral e dislipidemia, que os levam a sofrer da chamada síndrome metabólica; Além de vários tipos de câncer, como mama, esôfago, cólon, endométrio e rim, entre os mais frequentes (CASTRO et al., 2016).
As crianças obesas geralmente são afetadas no campo psicossocial, pois geralmente registram uma percepção negativa de sua silhueta, baixa autoestima, baixo nível de confiança em suas próprias habilidades físicas e baixo interesse em participar de atividades físicas; e eles podem sofrer discriminação, exclusão social e depressão (FELDMANN et al., 2012).
Da mesma forma, outra consequência que é atualmente o foco de atenção é o impacto direto da obesidade na economia mundial. Tem sido indicado que pessoas gravemente obesas morrem 8 a 10 anos mais cedo do que aquelas com um peso adequado; além disso, diz-se que a cada 15 quilos extras aumenta o risco de morte prematura em aproximadamente 30% (CASTRO et al., 2016).
Estima-se que as despesas médicas causadas pelas consequências da obesidade rondem os 2 trilhões de dólares por ano, equivalentes a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) global; em termos relativos, a obesidade aumenta os custos dos cuidados de saúde em 36% e 77% em medicamentos (DA SILVA ARAGÃO, 2015).
Levando em conta a magnitude da obesidade, sua etiologia multifatorial, as consequências para a saúde e os altos custos gerados para a economia mundial, é necessário continuar avançando em seu estudo por meio de métodos que permitam estabelecer os fatores que determinam tal doença e relações existentes entre esses fatores. Desta forma, estratégias e mecanismos potencialmente apropriados podem ser propostos para combater a epidemia global da obesidade, dentre eles a inserção de atividades físicas desde a infância (NEVES et al., 2010).
A literatura científica mostrou alguns determinantes proximais da obesidade e sugeriu a necessidade de envolver vários fatores ambientais que fazem parte do sistema social em que as crianças vivem, que afetam seu comportamento e seus hábitos de vida e, portanto, eles encorajam a probabilidade de desenvolver obesidade (FERNANDES, PENHA, 2012).
Por ser uma patologia multifatorial, a obesidade envolve fatores genéticos, metabólicos, ambientais e psicossociais. Embora seja necessário um efeito combinado entre esses fatores, a literatura apoia a relação de causas ambientais que influenciam os padrões alimentares e uma clara redução na atividade física (FELDMANN et al., 2012).
Na revisão sistemática realizada em 2015 por Ariza et al. (2015) conclui-se que entre 64 e 92% das intervenções são voltadas principalmente para a atividade física; enquanto a dieta foi incluída entre 36 e 92% dos estudos. Apesar de todas as estratégias definidas e pesquisas realizadas, há uma história de baixos resultados, e entre 30 e 40% dos estudos mostram efetividade das intervenções sobre o Índice de Massa Corporal (IMC) (CASTRO et al., 2016).
O fato de a prevalência da obesidade infantil ter aumentado dramaticamente, apesar dos programas e intervenções que vêm sendo realizados nos últimos anos, revela uma deficiência nas abordagens para o estudo da obesidade, uma vez que é necessária uma modificação de hábitos alimentares contínuas e permanentes e atividades físicas para crianças. Este objetivo é particularmente difícil de alcançar, devido às pressões do ambiente físico e social (TESTA, POETA, DUARTE, 2017).
A prevenção é uma das opções mais viáveis para controlar a obesidade; é por isso que é tão importante reconhecer o ambiente em que a criança se desenvolve, desde o ambiente mais próximo, como o microssistema, até o mais distal, como o mesossistema e o macrossistema. Dentre estes ambientes, a escola deve promover aulas de educação física voltadas para atividade e conscientização desde a tenra idade para desenvolvimento integral e saudável da criança (FELDMANN et al., 2012).
A obesidade é um distúrbio multifatorial cujos fatores etiopatogênicos estão envolvidos com as condições genéticas, metabólicas, psicossociais e ambientais. A obesidade seja o efeito combinado da predisposição genética a esse distúrbio e exposição é necessário condições ambientais adversas (OLIVEIRA et al., 2003).
Fatores genéticos governam a capacidade ou facilidade de acumular energia na forma de gordura tecidual e menos facilidade para liberá-la forma de calor, que é chamada de alta eficiência energética dos obesos. Isso ocorre porque o gasto de energia a longo prazo apresentado pelo indivíduo é menor que o ingestão de energia, ou seja, há um equilíbrio energia positiva (JÚNIOR, 2007).
A influência genética será associada a condições externas, como hábitos alimentares e estilos de vida sedentários, isso com a disponibilidade de alimentos, a estrutura sociológica e cultural envolvida no mecanismo de regulação do consumo e armazenamento de energia, que é o que define a estrutura física (JÚNIOR, 2007).
Classicamente, é estabelecido que, se ambos os pais são obesos, o risco de filhos será de 69 a 80%; quando apenas um é obeso serão de 41 a 50% e, se nenhum deles obesos, o risco de descendência será apenas 9% (TRAVÉ; VISUS, 2005). A inatividade física faz com que as crianças passem muito tempo assistindo a televisão, jogando de vídeo-games e afastem-se da prática de esportes, caminhadas e jogos ao ar livre, isso condiciona o ganho excessivo de peso (BARUKI et al., 2006).
Vários pesquisadores apontam para a existência de outros fatores ambientais que predispõem à obesidade, como o desmame precoce lactente, uso insuficiente de aleitamento materno, o consumo de mais de um litro de leite durante o dia. A formação de maus hábitos alimentares também é mencionada como ausência de café da manhã, ingestão de grandes quantidades de alimentos nas últimas horas do dia, comer muito rápido, ingestão de alimentos com excesso de gordura ou açúcar simples (FIELD; COOK; GILLMAN, 2005; EBBELING; PAWLAK, 2002; CASTILLO; ROMO, 2006). É por isso que nos últimos 20 anos, o aumento da prevalência de obesidade só pode ser explicado pelos fatores devido a uma epidemia de inatividade (BARUKI et al., 2006).
A falta de percepção materna do excesso de peso em crianças do jardim de infância está associada a aumento do risco de sobrepeso nessa faixa etária. Um estudo mostrou que muitas poucas mães de crianças com sobrepeso se preocupam com a imagem e também estas mães não acreditavam que a velocidade com que ocorre o aumento de sua prevalência parece estar relacionada aos fatores ambientais. Para que o desenvolvimento das crianças apresentasse sobrepeso e, portanto, eram indiferentes a eles. A incapacidade de estabelecer limites para os hábitos alimentares das crianças pode ser relacionada ao uso de alimentos como ferramenta para recompensar ou punir crianças (HIRSCHLER et al.,2006).
A transição nutricional é a razão pela qual a desnutrição tem dado lugar à obesidade e associando a esse fato tem-se a alimentação inadequada da população, com o aumento da consumação de alimentos industrializados conforme a inserção da mulher no mercado de trabalho, incondicionalmente à faixa etária ou condição socioeconômica da população. Essa transição contribui para a expansão de doenças crônicas que consequentemente são atualmente as maiores causas de mortalidade (CAMPOS, 2012). O Brasil encontra-se entre os países com maiores índices de carências nutricionais, entretanto o predomínio do excesso de peso tanto no Brasil como em outros países em desenvolvimento, tem crescido de forma avassaladora originando uma apreensão mundial (SILVA, 2014).
Devido à transição epidemiológica, demográfica e nutricional que vem ocorrendo no decorrer dos tempos, a população vem adotando estilo de vida e consumo alimentar inadequado contribuindo para o diagnóstico de obesidade, que cresce alarmantemente não só em adultos, mas também em crianças, sendo um fator preocupante para a saúde pública (ACCIOLY, 2012).
De acordo com Vicari et al. (2016), o tratamento constitui de intervenções clínicas, psicológicas, nutricionais e estímulo a atividade física. Na intervenção clínica deve-se avaliar o estado clínico de saúde geral, investigar o histórico familiar e da obesidade; nas intervenções psicológicas deve-se realizar orientação psicoterápica individual ou em grupo; nas nutricionais realizar inquéritos de estimativa alimentar e consultas individuais para investigar aspectos quanti e qualitativos das alimentações; e com relação à atividade física deve-se estimular e promover o aumento dos níveis de atividade física dentro e fora do contexto de intervenção.
De acordo com Penido (2017), o consumo de alimentos entre os adolescentes brasileiros acontece com a interação do tradicional (arroz, feijão), acompanhados da ingestão de alimentos que são tidos como precursores da obesidade, como por exemplo bebidas açucaradas e sólidos com alto teor calórico.
Ainda, em relação a quantidade de alguns alimentos, o consumo de frutas na faixa etária entre 12 à 13 anos foi baixo, mesmo estando entre os vinte mais consumidos entre os meninos. Enquanto o café está entre os cinco mais consumidos no Norte, no Centro-oeste, Sudeste e Nordeste o feijão é o segundo, o Sul foi a região que mais se consumiu refrigerantes entre os adolescentes e no Centro-oeste o consumo de hortaliças estava entre os cinco mais consumidos. O autor conclui que os adolescentes não têm informação sobre quais alimentos são saudáveis ou não consumindo ambos de forma desmedida (PENIDO, 2017).
O profissional de educação física deve também desenvolver suas propostas baseadas na sugestão de diferentes formas de se aproveitar os nutrientes disponíveis e orientar seus pacientes com relação à seleção e preparo dos alimentos. E por fim, o trabalho do nutricionista consiste em apresentar informações suficientes para que o paciente possa construir um referencial que possibilite auxiliar o mesmo em suas escolhas alimentares (BENTOS,2013).
O papel do educador físico é de extrema importância para reverter o avanço desta epidemia. Políticas públicas precisam ser pensadas e a sociedade civil deve cobrar providencias nesse sentido, tanto para promover educação nutricional obrigatória nas escolas, como para promover a atuação de nutricionistas em centros de saúde e núcleos de atenção à saúde da família (NASF) – em número suficiente para trabalhar de forma personalizada e efetiva. (OMS, 2016).
2.2 EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
O aumento do consumo de energia associado ao desequilíbrio na quantidade e qualidade dos nutrientes está intimamente relacionado ao aumento da prevalência de obesidade infantil. Ocorre aumento da ingestão de gordura e carboidratos de rápida absorção. Isso geralmente incorpora gorduras saturadas e ácidos graxos trans, altos índices glicêmicos e alta densidade de energia, e geralmente são pobres em fibras, micronutrientes e antioxidantes. Além disso, eles geralmente são apresentados em grandes porções, em recipientes fáceis de consumir, o que facilita sua ingestão. Doces, bebidas açucaradas ou lanches entre as refeições e alimentos gordurosos são abusados nas refeições principais. Isso leva a um aumento na ingestão de energia e um aumento na glicemia pós-prandial, que pode modificar a regulação do apetite.
Os fatores responsáveis por essa mudança na sociedade são falta de tempo e conforto. Isso restringiu a prática culinária tradicional nas famílias e causou um efeito prejudicial nas relações familiares. Todos esses fatores negativos terão que ser modificados para evitar e tratar a obesidade: paralelamente, o modo de vida tende a ser cada vez mais sedentário, e a atividade física e o esporte são substituídos por um aumento extraordinário no tempo gasto no entretenimento passivo.
A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) compõe uma estratégia recomendada pelas políticas públicas em alimentação e nutrição, sendo essa tida como uma fundamental ferramenta para promoção de hábitos de alimentação saudáveis. A questão da promoção de hábitos alimentares saudáveis adveio a fazer parte dos programas oficiais nacionais, a exemplo da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), implementada no fim da década de 1990, na qual teve-se a promoção de ações em alimentação e nutrição, compreendendo o aspecto de acesso global aos alimentos (FREITAS et al., 2014).
O tema mostra que a Educação Alimentar e nutricional abrange mudanças e melhora o hábito alimentar a médio e longo prazo, e se encontra conexa com representações sobre o alimento, conhecimentos, atitudes e valores. A educação alimentar e nutricional possui uma função essencial no que se alude à promoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância. Tendo em vista que a crescente prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes nos últimos anos e vem sendo considerada uma epidemia mundial é importante que sejam desenvolvidas atitudes para mudar esses dados epidemiológicos. Sendo assim é importante averiguar a mudança de comportamento alimentar em crianças e adolescentes com maus hábitos alimentares. Trata-se de ações de grande importância para eles, sendo assim verificar se as ferramentas de educação nutricional são efetivas nestas mudanças. Desta forma, torna-se importante à abordagem deste assunto a fim de estudar suas prováveis causas, complicações e tratamento. Acredita-se que a educação nutricional trata de um instrumento primordial para a promoção de hábitos alimentares saudáveis, de certa maneira o autor relata a importância que a educação nutricional pode trazer como benefícios a saúde dos indivíduos, justificando este estudo (WILHELM, 2017; ONIS, 2015).
A obesidade é caracterizada por um aumento nos depósitos de gordura corporal, que se reflete em um ganho de peso causado por um balanço energético positivo, como resultado da alimentação com alta densidade calórica devido ao consumo excessivo de carboidratos e gorduras. A obesidade infantil tornou-se uma pandemia, portanto, é um problema de saúde pública que deve ser abordado com urgência, reconhecendo tratar-se de uma doença de curso crônico, originando-se de uma complexa cadeia causal de etiologia multifatorial, em que interagir fatores individuais, genéticos, comportamentais e ambientais, incluindo estilos de vida, bem como determinantes sociais e econômicos (ARAÚJO, BRITO, DA SILVA, 2010).
A obesidade infantil tem importantes repercussões na idade adulta, uma vez que entre 77 e 92% das crianças e adolescentes obesos permanecem obesos na vida adulta. Atualmente, as crianças registram doenças que eram comuns em adultos, como diabetes, hipertensão, doença coronariana, doença vascular cerebral e dislipidemia, que os levam a sofrer da chamada síndrome metabólica; Além de vários tipos de câncer, como mama, esôfago, cólon, endométrio e rim, entre os mais frequentes (CASTRO et al., 2016).
As crianças obesas geralmente são afetadas no campo psicossocial, pois geralmente registram uma percepção negativa de sua silhueta, baixa autoestima, baixo nível de confiança em suas próprias habilidades físicas e baixo interesse em participar de atividades físicas; e eles podem sofrer discriminação, exclusão social e depressão (FELDMANN et al., 2012).
Da mesma forma, outra consequência que é atualmente o foco de atenção é o impacto direto da obesidade na economia mundial. Tem sido indicado que pessoas gravemente obesas morrem 8 a 10 anos mais cedo do que aquelas com um peso adequado; além disso, diz-se que a cada 15 quilos extras aumenta o risco de morte prematura em aproximadamente 30% (CASTRO et al., 2016).
Estima-se que as despesas médicas causadas pelas consequências da obesidade rondem os 2 trilhões de dólares por ano, equivalentes a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) global; em termos relativos, a obesidade aumenta os custos dos cuidados de saúde em 36% e 77% em medicamentos (DA SILVA ARAGÃO, 2015).
Levando em conta a magnitude da obesidade, sua etiologia multifatorial, as consequências para a saúde e os altos custos gerados para a economia mundial, é necessário continuar avançando em seu estudo por meio de métodos que permitam estabelecer os fatores que determinam tal doença e relações existentes entre esses fatores. Desta forma, estratégias e mecanismos potencialmente apropriados podem ser propostos para combater a epidemia global da obesidade, dentre eles a inserção de atividades físicas desde a infância (NEVES et al., 2010).
A literatura científica mostrou alguns determinantes proximais da obesidade e sugeriu a necessidade de envolver vários fatores ambientais que fazem parte do sistema social em que as crianças vivem, que afetam seu comportamento e seus hábitos de vida e, portanto, eles encorajam a probabilidade de desenvolver obesidade (FERNANDES, PENHA, 2012).
Por ser uma patologia multifatorial, a obesidade envolve fatores genéticos, metabólicos, ambientais e psicossociais. Embora seja necessário um efeito combinado entre esses fatores, a literatura apoia a relação de causas ambientais que influenciam os padrões alimentares e uma clara redução na atividade física (FELDMANN et al., 2012).
Na revisão sistemática realizada em 2015 por Ariza et al. (2015) conclui-se que entre 64 e 92% das intervenções são voltadas principalmente para a atividade física; enquanto a dieta foi incluída entre 36 e 92% dos estudos. Apesar de todas as estratégias definidas e pesquisas realizadas, há uma história de baixos resultados, e entre 30 e 40% dos estudos mostram efetividade das intervenções sobre o Índice de Massa Corporal (IMC) (CASTRO et al., 2016).
O fato de a prevalência da obesidade infantil ter aumentado dramaticamente, apesar dos programas e intervenções que vêm sendo realizados nos últimos anos, revela uma deficiência nas abordagens para o estudo da obesidade, uma vez que é necessária uma modificação de hábitos alimentares contínuas e permanentes e atividades físicas para crianças. Este objetivo é particularmente difícil de alcançar, devido às pressões do ambiente físico e social (TESTA, POETA, DUARTE, 2017).
A prevenção é uma das opções mais viáveis para controlar a obesidade; é por isso que é tão importante reconhecer o ambiente em que a criança se desenvolve, desde o ambiente mais próximo, como o microssistema, até o mais distal, como o mesossistema e o macrossistema. Dentre estes ambientes, a escola deve promover aulas de educação física voltadas para atividade e conscientização desde a tenra idade para desenvolvimento integral e saudável da criança (FELDMANN et al., 2012).
Muitas crianças crescem em um ambiente obesogênico que promove ganho de peso e obesidade. O desequilíbrio energético se deve às mudanças no tipo de alimento e sua disponibilidade, disponibilidade e comercialização, bem como à diminuição da atividade física, pois o tempo dedicado às atividades recreativas sedentárias aumentou e elas significam estar diante de uma tela. As respostas comportamentais e biológicas de uma criança a um ambiente obesogênico podem ser determinadas por processos anteriores, mesmo no nascimento, que empurram um número crescente de crianças para a obesidade se seguirem uma dieta pouco saudável e realizarem pouca atividade física (NEVES et al., 2010).
Nenhuma intervenção por si só pode parar a crescente epidemia de obesidade. Para combater a obesidade na infância e adolescência, é necessário examinar o contexto ambiental e os três períodos cruciais do curso da vida: pré-gravidez e gravidez; amamentação e primeira infância; e os últimos anos da infância e adolescência. Além disso, é importante tratar crianças que já são obesas, para seu próprio bem-estar e de seus descendentes (CELESTRINO, COSTA, 2010).
Na população escolar, constatou-se que as crianças na fase do ensino básico fazem pouco exercício, porque a maior parte do tempo é gasto assistindo televisão ou videogame; eles se afastam de esportes, caminhadas e jogos ao ar livre. A literatura revisada mostra que os resultados sobre a associação entre obesidade e atividade física nesta fase ainda não estão claros (ARAÚJO, BRITO, DA SILVA, 2010).
Muitas crianças crescem em um ambiente obesogênico que promove ganho de peso e obesidade. O desequilíbrio energético se deve às mudanças no tipo de alimento e sua disponibilidade, disponibilidade e comercialização, bem como à diminuição da atividade física, pois o tempo dedicado às atividades recreativas sedentárias aumentou e elas significam estar diante de uma tela. As respostas comportamentais e biológicas de uma criança a um ambiente obesogênico podem ser determinadas por processos anteriores, mesmo no nascimento, que empurram um número crescente de crianças para a obesidade se seguirem uma dieta pouco saudável e realizarem pouca atividade física (NEVES et al., 2010).
Nenhuma intervenção por si só pode parar a crescente epidemia de obesidade. Para combater a obesidade na infância e adolescência, é necessário examinar o contexto ambiental e os três períodos cruciais do curso da vida: pré-gravidez e gravidez; amamentação e primeira infância; e os últimos anos da infância e adolescência. Além disso, é importante tratar crianças que já são obesas, para seu próprio bem-estar e de seus descendentes (CELESTRINO, COSTA, 2010).
Na população escolar, constatou-se que as crianças na fase do ensino básico fazem pouco exercício, porque a maior parte do tempo é gasto assistindo televisão ou videogame; eles se afastam de esportes, caminhadas e jogos ao ar livre. A literatura revisada mostra que os resultados sobre a associação entre obesidade e atividade física nesta fase ainda não estão claros (ARAÚJO, BRITO, DA SILVA, 2010).
A promoção da atividade física regular busca, a partir de elementos de aprendizagem, incentivar a atividade física permanente, no cotidiano e ao longo da vida. Pretende-se enfatizar a necessidade de todos fazerem o gasto calórico necessário ao longo do dia. O exercício físico, combinado com uma dieta correta, são os dois eixos culturais para combater a obesidade; O trabalho da escola consiste em educar meninas, meninos e adolescentes a mudarem para uma cultura de exercício físico e cuidados com a saúde (FERNANDES, PENHA, 2012; SANTOS, CARVALHO, JÚNIOR, 2007).
Em correspondência com o atual enfoque da disciplina de Educação Física, que estabelece direcionar a prática pedagógica cujo propósito central é influenciar a educação do aluno, através do desenvolvimento de sua corporeidade, para que o conheçam, cultivem e, acima de tudo, aceitá-lo, é esperado para contribuir para o bem-estar geral dos alunos em escolas de educação básica, do desenvolvimento de habilidades para conhecer, sentir, cuidar e aceitar o corpo humano. Para isso, o revigoramento físico será enfatizado, eliminando esforços corporais extremos e repetitivos; além disso, a natureza lúdica e recreativa da atividade física será enfatizada de maneira apropriada às etapas do desenvolvimento do aluno (CASTRO et al., 2016).
A realização das aulas de educação física nas escolas de ensino fundamental proposta no âmbito dos PCNs busca fortalecer principalmente a promoção da saúde como um campo de intervenção pedagógica para criar e desenvolver habilidades para o bem-estar físico, mental, emocional e social. Para isso, serão promovidos hábitos de higiene, nutrição correta, cuidados com o corpo, melhoria da condição física e a importância de manter a saúde preventiva como um modo permanente de vida. Nesse sentido, a promoção da atividade física regular dentro da escola deve ser caracterizada por dois critérios centrais (CASTRO et al., 2016):
• responder às características e interesses dos estudantes de cada nível educacional.
• promover ações que fortaleçam a autoestima dos alunos e sua autorrealização física, com base no que fazem no plano físico-motor, através do brincar e da conexão com os aspectos lúdicos.
Deve-se notar que os hábitos de atividade física e estilos de vida saudáveis adquiridos durante a infância e adolescência tendem a ser mantidos ao longo da vida; portanto, a melhoria da atividade física nos jovens é essencial para a saúde futura de toda a população. Portanto, as escolas oferecerão oportunidades para fornecer aos jovens orientações, tempo e instalações para a realização de atividades físicas regularmente (DA SILVA ARAGÃO, 2015; SANTOS, CARVALHO, JÚNIOR, 2007).
Propõe-se promover e garantir as condições para a prática regular de atividade física entre a comunidade escolar, especialmente entre os estudantes, através de ações sistemáticas adequadas à sua idade e nível de desenvolvimento físico, considerando a intensidade, duração e frequência, além de evitar a inatividade e o estilo de vida sedentário, buscando que essa prática seja traduzida em um hábito permanente, fora da escola e ao longo da vida, dessa forma prevenindo a obesidade infantil e as doenças relacionadas a ela.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As crianças com obesidade ou excesso de peso são uma ou mais dentro do grupo de classe e os professores de educação física devem fazê-los sentir-se parte desse grupo ao qual pertencem. Portanto, o grande desafio é saber como adaptar um currículo padrão às necessidades do grupo de classe, para que todos sejam capazes de alcançar os objetivos predeterminados sem prejudicar a integridade física e psicológica de todos os membros do grupo. Dentro deste contexto não se pode deixar de apontar a importância da existência de um trabalho de conscientização para o restante dos alunos como ferramenta de apoio aos alunos obesos e ao próprio professor.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Rafael André; BRITO, Ahécio Kleber Araújo; DA SILVA, Francisco Martins. O papel da educação física escolar diante da epidemia da obesidade em crianças e adolescentes. Educação Física em Revista, v. 4, n. 2, 2010.
ARIZA, Carles et al. Childhood obesity prevention from a community view. Atencion primaria, v. 47, n. 4, p. 246-255, 2015.
CASTRO, Gisélia Gonçalves de et al. Qualidade de vida em crianças escolares com sobrepeso e obesidade. Cinergis, v. 17, n. 4, 2016.
CELESTRINO, Juliana Oliveira; COSTA, André dos Santos. A prática de atividade física entre escolares com sobrepeso e obesidade. Revista mackenzie de educação física e esporte, v. 5, n. 3, 2010.
DA SILVA ARAGÃO, Camila. A prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Rio Branco-AC e a importância da Educação Física escolar desta epidemia. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 9, n. 53, p. 170-175, 2015.
FELDMANN, Lidiane Requia Alli et al. Implicações psicossociais na obesidade infantil em escolares de 7 a 12 anos de uma cidade Serrana do Sul do Brasil. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 3, n. 15, 2012.
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Marcelo Bruno da Silva Maceno, Pedagogo e Profissional de Educação Física, Doutorando em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Programa de Pós-Graduação em Educação Física – PPGEF e Especialista em Educação Profissional PROEJA – Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba – MG, Brasil. https://orcid.org/0009-0007-4907-3867
Antonio Paulo Ferreira da Silva, Profissional de Educação Física, Mestre em Educação Física pela Universidade Federal da do Triângulo Mineiro, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Uberaba – MG, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7034-0516
Mirian Lima dos Santos, farmacêutica, mestre em ciências farmacêuticas pela Universidade Federal do Piauí, programa de pós-graduação em ciências farmacêuticas, Teresina – PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8817-1212
Jonathã Luiz Justino da Silva, Profissional de Educação Física, Mestre em Educação Física pela Universidade Federal da do Triângulo Mineiro, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Uberaba – MG, Brasil. https://orcid.org/0009-0006-0867-532X
Francisco Luís Santos do Nascimento, Professional de Educação Física, Esp. Fisiologia do Exercício https://orcid.org/0009-0000-7553-7011
Naíza Monte Lages, nutricionista, doutoranda em alimentos e nutrição pela Universidade Federal do Piauí, Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição, Teresina- PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4993-8847
Leandro Alonso do Espírito Santo, Profissional de Educação Física, Mestre em Educação Física pela Universidade Federal da do Triângulo Mineiro, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Uberaba – MG, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5665-7077
Yuri Tadeu de Oliveira, Profissional de Educação Física, Especialista em Fisiologia do Exercício – Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA