A IMPORTÂNCIA DA MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA FAMILIAR NA PREVENÇÃO DA DIABETES TIPO 2: REVISÃO DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202503061202


Victória Rillary Sena De Arruda1 / Márcia Regina Souza Batista2 / Alana Karoline de Lemos Lima3 / Rodrigo de Aguiar Santos Batista4 / Maria Cleilda Araujo Santos5 / Patrícia Dielly Coelho Teixeira6 / Naylanny Gonçalves Torres Cunha7 / Ana Claudia de Almeida Varão8 / Cairo de Almeida Varão9/ Rita de Cássia dos Santos10 / Antonny Isaac Pereira Lima11 / Lucas da Silva Vale12 / Iglesias Magalhães Santos13 / Orientadora: Prof.ª Drª Maria Beatriz Pereira da Silva14


RESUMO 

Introdução: A diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Dentre os principais fatores de risco relacionados a essa doença estão: o sedentarismo, obesidade e hábitos não saudáveis correlacionados ao ambiente familiar. Desse modo, é imprescindível que haja implementação de estratégias que promovam mudança do estilo de vida das pessoas, em especial dentro do ambiente familiar que é onde eles adquirem esses costumes. Objetivo: investigar, na literatura, evidências científicas que apresentem a relação da mudança do estilo de vida no contexto familiar com a diminuição dos fatores de risco e prevenção da Diabetes tipo 2, assim almejando ampliar o conhecimento sobre os fatores de risco da predisposição da doença, e promoção de hábitos saudáveis na vida das famílias. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, do tipo descritiva-exploratória, que se detém a analisar trabalhos científicos do ramo da ciência em saúde sobre o tema proposto, no período de setembro a novembro de 2024. Resultados e Discussão: A revisão da literatura mostrou que as intervenções sobre o estilo de vida no meio familiar e comunitário foram efetivas para a redução dos fatores de risco e prevenção da diabetes tipo 2. No entanto, há algumas limitações devido à aplicabilidade e constância dos indivíduos e famílias nos projetos de intervenção à saúde. Conclusão: A adesão conjunta de hábitos saudáveis no contexto familiar é importante e eficaz para prevenção da diabetes mellitus tipo 2. Ademais, revelou-se a escassez de estudos e aplicações práticas de intervenções com abordagem nas famílias para prevenção do desenvolvimento da diabetes. Portanto, sugere-se que os profissionais de saúde atuem de forma interdisciplinar e reapliquem estratégias de intervenção comunitárias com objetivo de promover um estilo de vida saudável dentro dos ambientes familiares. 

Palavras-chave:  Diabetes mellitus tipo 2. Fatores de risco. Família. Estilo de vida saudável.  

ABSTRACT 

Introduction: Type 2 diabetes mellitus is a chronic disease that affects millions of people in Brazil and worldwide. Among the main risk factors related to this disease are sedentary lifestyle, obesity and unhealthy habits correlated with the family environment. Thus, it is essential to implement strategies that promote changes in people’s lifestyles, especially within the family environment, which is where they acquire these habits. Objective: is to investigate, in the literature, scientific evidence that presents the relationship between lifestyle change in the family context and the reduction of risk factors and prevention of type 2 diabetes, thus aiming to expand knowledge about the risk factors for predisposition to the disease, and promotion of healthy habits in the lives of families. Methodology: This is an integrative literature review, of the descriptive-exploratory type, which focuses on analyzing scientific works in the field of health science on the proposed topic, from September to November 2024. Results and Discussion: The literature review showed that lifestyle interventions in the family and community environment were effective in reducing risk factors and preventing type 2 diabetes. However, there are some limitations due to the applicability and constancy of individuals and families in health intervention projects. Conclusion: Joint adherence to healthy habits in the family context is important and effective for the prevention of type 2 diabetes mellitus. In addition, the scarcity of studies and practical applications of interventions with a family approach to prevent the development of diabetes was revealed. Therefore, it is suggested that health professionals act in an interdisciplinary way and reapply community intervention strategies with the objective of promoting a healthy lifestyle within family environments.

Keywords: Type 2 diabetes mellitus. Risk factors. Family. Healthy lifestyle.

1 INTRODUÇÃO 

O estilo de vida saudável e a prática de exercícios físicos são estratégias para prevenção da Diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes é recomendado no mínimo de 150 minutos de atividade física aeróbica moderada para prevenção de pessoas com risco aumentado para doença (SBD, 2024a). Destarte, é notável a relação entre o estilo de vida das pessoas com o desenvolvimento da Diabetes tipo 2. 

Sendo assim, o presente estudo propõe-se a investigar, à luz da literatura, por meio de uma revisão bibliográfica, acerca da mudança do estilo de vida familiar associado à prevenção da DM2, suas implicações, benefícios e desafios. O objetivo principal desse trabalho é apresentar a relação da adesão de hábitos saudáveis no contexto familiar com a prevenção da Diabetes tipo 2. Para isso, é necessário entender as características e os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da Diabetes.    

A Diabetes mellitus tipo 2 é uma doença metabólica caracterizada pela hiperglicemia associada a resistência parcial à insulina. No Brasil, aproximadamente 90% das pessoas que possuem diabetes apresentam a DM2, sendo essa um tipo que pode ser controlada com planejamento familiar e atividades físicas (SBD, 2024b). A Diabetes é um problema de saúde pública que está em ascendência, já existem 537 milhões de adultos que vivem com Diabetes no mundo e a previsão é que esse número aumente para 643 milhões até 2030 (IDF, 2021). 

A DM2 é uma doença multifatorial, com forte legado familiar, da qual está fortemente relacionada a fatores ambientais. Sendo eles, a alimentação inadequada e inatividade física. O aumento da glicemia no sangue ocorre simultaneamente com o excesso de glucagon no sangue (Hiperglucagonemia), aumento da produção de glicose no fígado, resistência à insulina e disfunção incretínica. Porém, na maioria das vezes, é assintomática ou oligossintomática por longo período tornando-a mais difícil de ser prevenida e tratada precocemente (SBD, 2019).  

De acordo com Muzy et. al (2021) a Diabetes mellitus é uma condição que pode ser prevenida e controlada com medidas adequadas e efetivas realizadas por profissionais de saúde, com suporte da gestão, no contexto da atenção primária. Por isso, é essencial o implemento de serviços de saúde que abordem e amparem a população, para evitar os casos de hospitalizações, mortes e elevados gastos públicos com as complicações decorrentes da enfermidade.  

Outrossim, faz-se necessário a adesão de um estilo de vida saudável, pois atenua as principais causas do desenvolvimento da Diabetes tipo 2, que são os fatores ambientais e genéticos. Assim, a adesão de hábitos saudáveis, como a alimentação saudável, contribui para prevenção do desenvolvimento da Diabetes mellitus tipo 2 (Mendonça et al., 2022).  

Os fatores genéticos têm grande influência na alta incidência da Diabetes tipo 2 em pessoas da mesma família, contudo o estilo de vida e as características fisiológicas do processo do envelhecimento do ser humano também contribuem progressivamente no desenvolvimento da DM2 nos indivíduos (Mendonça et al., 2022; Cardozo; Martins, 2012). Dessa forma, os hábitos não saudáveis, como sedentarismo, má alimentação e a própria obesidade são sucedidos entre familiares gerando um ciclo infinito de adoecimento dentro da mesma família (Santos et al., 2024). 

Atualmente, a equipe multidisciplinar é necessária para uma abordagem ampla e detalhada no tratamento da Diabetes, pois atende as particularidades do tratamento de uma pessoa diabética proporcionando um cuidado integral a cada paciente, assim favorecendo mudanças do estilo de vida, além de desmitificar a doença (Santos et al., 2024). 

Desse modo, é preciso que a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), Atenção básica, atente-se ao crescente número de casos e promova ações preventivas voltadas ao público-alvo para intervir efetivamente na problemática. O rastreamento é uma ferramenta de controle e diagnóstico da DM2, que é importante na descoberta de casos novos de Diabetes tipo 2 e pré-diabetes em pessoas assintomáticas. Com isso, garantindo tratamento prévio da Diabetes e minorando os riscos de desenvolvimento de complicações (RIO GRANDE DO SUL, 2021). 

Dentre os principais assuntos referidos nesse trabalho, temos o papel influente da família no quesito de hábitos de vida, principalmente quando se trata de alimentação. Sabendo que DM é uma doença associada ao estilo de vida, é necessário que haja transformações nos hábitos familiares, à vista disso contribuindo para um local de acolhimento e confiança (Amaral et al., 2019). Além de que, a influência social e familiar é muito forte, já que é em casa que os filhos aprendem os comportamentos alimentares e os preparos da própria alimentação que tenderam a levar consigo pelo resto da vida (Dutra; Malagoli, 2019).  

Nesse contexto, faz-se necessário o papel do enfermeiro, que junto com a equipe multidisciplinar tem papel de orientar, promover saúde e educar o paciente a respeito da doença. Logo, por meio de ações de educação em saúde, promoção do autocuidado e conhecimento sobre a Diabetes mellitus tipo 2, contribuem juntamente para a inclusão de hábitos de vida saudáveis na vida das pessoas e prevenção da doença (Pereira; De Freitas; Motta, 2022). 

Além disso, na maioria dos casos, é o enfermeiro da atenção primária que tem mais acesso ao meio familiar. Considerando a constituição diferente da rede de saúde do mundo todo, ainda é o enfermeiro que na grande parte dos casos tem acesso a vida das pessoas de modo detalhado e integral, por isso é importante que junto com toda equipe multidisciplinar de saúde atue diretamente dentro das famílias e com foco na mudança dos fatores ambientais que somados à carga genética, correspondem à principal causa da Diabetes mellitus tipo 2.  

Destarte, para execução da pesquisa égide da presente monografia, formulou-se a seguinte pergunta norteadora: “Há evidências de que a mudança do estilo de vida no contexto familiar é relevante para diminuição dos fatores de risco e prevenção da Diabetes mellitus tipo 2?”. Ademais, é perceptível que a relação Diabetes tipo 2 com os fatores genéticos e ambientais a torna um desafio para saúde pública, por isso a importância de tratá-la dentro de casa, ou melhor no ambiente de origem, que é a família na maioria dos casos. Desse modo, nota-se que o predito estudo tem alta relevância para comunidade acadêmica somando-se a série de conhecimentos revisados com intuito de contribuir para o cuidado e prevenção de doenças que assolam as famílias do mundo inteiro.  

Portanto, considerando todo contexto a ser abordado acerca do tema em questão, efetuou-se uma ampla pesquisa, com objetivo de coletar uma base sólida de material que integrará o presente trabalho. Assim, diversos artigos e trabalhos científicos foram analisados para embasar essa dissertação, sendo que, encontrou-se ao total nas duas plataformas de pesquisa 1810 trabalhos. Ao final, foram descartados 1802 trabalhos científicos em virtudes dos critérios de inclusão e exclusão pré-selecionados, como por exemplo, fora do tempo estabelecido, e fuga do tema principal. 

O presente trabalho será constituído por tópicos e subtópicos, com intuito de gerar maior compreensão dos futuros leitores e acadêmicos, pois quiçá venham utilizar esse estudo como fonte de referência para pesquisas posteriores. Por conta disso, apresentar-se-á nas seguintes páginas, a justificativa, no qual será exposto o motivo da escolha da temática central desse projeto. Os objetivos, onde serão esclarecidas as metas a serem alcançadas ao fim do presente trabalho. Ademais, haverá também o Referencial teórico, seguido da Metodologia, Resultados, Discussões e por último as Considerações finais da temática. 

Certamente, ao longo dessa monografia, serão discutidos assuntos adjuntos nos tópicos e subtópicos, os quais são importantes para o entendimento completo do tema central, tendo em vista que todos os assuntos citados são de grande importância para composição do tema e para o entendimento eficaz do que será abordado nas páginas seguintes. Logo, teremos um estudo que seguramente auxiliará nas pesquisas de futuros leitores e estudantes sobre o tema. 

2 JUSTIFICATIVA 

Santos e colaboradores (2024, p. 10) afirmam que “A incidência de DM2 é grande entre indivíduos da mesma família, sendo a principal causa o fator genético seguido de fatores ambientais”. Por isso, é importante destacar que os hábitos não saudáveis, associados aos fatores de risco, corroboram para o desenvolvimento dessa doença. Sendo assim, faz-se necessário destacar os principais fatores de risco de desenvolvimento da doença e as formas de prevenção. 

Desse modo, é importante associar a prevenção do desenvolvimento da DM2 com a mudança do estilo de vida no âmbito familiar. Para isso, é essencial o conhecimento de estratégias de educação em saúde que consigam intervir efetivamente no meio familiar, através da modificação dos hábitos não saudáveis e consequentemente na prevenção da Diabetes tipo 2. 

O interesse pela temática surgiu pela existência de familiares diabéticos e pelo interesse na prevenção da doença. Pois percebe-se que cada vez mais a população vem adoecendo de doenças que podem ser evitadas com mudanças no estilo de vida, assim, é importante destacar o fator de predisposição genética associado aos hábitos de vida não saudáveis das pessoas no desenvolvimento de doenças metabólicas, como a Diabetes mellitus tipo 2.  

A ideia central da pesquisa é trazer evidências da eficácia da mudança do estilo de vida, em especial no ambiente familiar para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, com foco na Diabetes tipo 2. Além de conscientizar as pessoas sobre a importância do conhecimento sobre a doença, também alertar sobre os principais fatores de risco. Destarte o estudo terá relevância na área de educação em saúde e saúde da família trazendo análise dos resultados da mudança do estilo de vida e adesão de hábitos familiares saudáveis, outrossim a busca pela saúde e bem-estar das pessoas, concomitantemente trazendo visibilidade a temática e aumentando a expectativa de uma vida saudável para população. 

3 OBJETIVOS 

3.1 Objetivo Geral 

Investigar, por meio da literatura, evidências científicas que apresentem a relação da mudança do estilo de vida no contexto familiar com a diminuição dos fatores de risco e prevenção da Diabetes tipo 2.    

3.2 Objetivos Específicos 

  • definir as características da Diabetes mellitus tipo 2; 
  • descrever os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento da diabetes tipo 2; 
  • mostrar a influência do meio familiar sobre os hábitos não saudáveis de vida das pessoas; 
  • destacar o papel da equipe multiprofissional, com enfoque no enfermeiro, com relação a educação em saúde para prevenção da diabetes mellitus tipo 2. 

4 REFERENCIAL TEÓRICO 

4.1 Diabetes Mellitus tipo 2 

A Diabetes é um distúrbio endócrino com picos de hiperglicemia caracterizado por alterações no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas derivado da deficiência da ação e/ou excreção de insulina pelo pâncreas. A diabetes mellitus tipo 2, especificamente, caracteriza-se pela excreção insuficiente de insulina que é essencial para metabolização da glicose pelo organismo. Geralmente, esse tipo atinge adultos com histórico familiar de DM2, excesso de peso e apresentam sintomas mais leves do distúrbio. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2016). 

A história da diabetes é bem antiga com achados bem A.C, porém o nome “diabetes” só surgiu na Grécia Antiga D.C, no século II, criado por um discípulo de Hipócrates chamado Araeteus da Capadócia. Esse termo significa “passagem por um sifão”, isto é, a drenagem de água por meio de um sifão que é associada a um dos sintomas mais característicos da diabetes: a poliúria. No entanto, somente no ano de 1645, o médico Thomas Willis detectou o “dulçor” e referiu-se a como “doce como mel”, mais tarde Cullen em 1769 sugeriu o termo Mellitus caracterizada pela urina com odor e sabor de mel (Tschiedel, 2014). 

Comumente, os sintomas característicos da diabetes são a poliúria (micção excessiva), polidipsia (sede excessiva), polifagia (fome exagerada), perda de peso de modo inexplicável e a desidratação. Contudo, é frequente os casos de pessoas assintomáticas (SBD, 2024a). Além disso, também existem os casos em que as pessoas apresentam hiperglicemia intermediária classificada pela Associação Americana de Diabetes (ADA, 2024) e Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2024a), como os casos de pré-diabetes. 

Pereira, De Freitas e Motta (2022, p. 8984) explica que “A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença que possui como característica o aumento da glicemia, consequência de um defeito na secreção de insulina e/ou a ação e pode causar inúmeros danos a longo prazo”. Dessa forma, pode causar lesões permanentes em órgãos vitais como exemplo do fígado, rins, pulmão e coração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2017) a DM é dividida etiologicamente em classes que são: diabetes mellitus tipo (DM1: TIPO 1A E 1B), diabetes mellitus tipo 2, diabetes mellitus gestacional e outros tipos como neonatal; monogênicos (MODY), entre outras.   

Além disso, há uma ligação da Resistência à Insulina (RI) e a predisposição ao desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM) com a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares (DVC). Um estudo mostrou a associação da resistência à insulina em crianças e adolescentes com obesidade, a maioria das crianças e dos adolescentes que estavam obesos ou acima do peso foram avaliados com SM, com percentual de 59,7% de SM e RI 41,3% do público investigado (Medeiros et al., 2011). A resistência insulínica é caracterizada como a deficiência da insulina no plasma sanguíneo, logo reduzindo a absorção periférica de glicose pelas células, podendo acarretar o surgimento da pré-diabetes e DM2 (Madeira et al., 2008). 

De modo específico, A Diabetes Mellitus tipo 2 é uma doença que atinge uma grande parcela da população com a presença de fatores de risco não-modificáveis e modificáveis que contribuem ativamente para a progressão da enfermidade com associação de quadros graves da doença (Correia et al., 2024).  

No Brasil, a Diabetes Mellitus tipo 2 representa 90 a 95% dos casos de Diabetes Mellitus (SBD, 2019). Segundo IDF (2021), 541 milhões de adultos possuem Tolerância à Glicose Prejudicada, sendo assim, esses indivíduos fazem parte de uma parcela com alto risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Sendo uma problemática grave de saúde pública que atinge a população do Brasil e do mundo todo. 

4.1.1 Diagnóstico e Tratamento 

Recentemente a Sociedade Brasileira de diabetes (2024c) publicou uma atualização no diagnóstico da diabetes, ou seja, segundo a nova atualização da Diretriz Brasileira De Diabetes é recomendado os seguintes critérios para o diagnóstico: Glicemia em Jejum (GJ) ≥ 126 mg/dl, Hemoglobina Glicada (Hba1c) ≥ 6,5%, glicemia no Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) no tempo de 1h ≥ 209 mg/dl ou glicemia no TOTG-2h ≥200 mg/dl. Essa é uma atualização importante no rastreio e diagnóstico da diabetes mellitus. Ademais, a Sociedade Brasileira de Diabetes destaca situações da necessidade de pedidos de exames complementares para diferenciação, a figura abaixo tem informações adicionais para o diagnóstico diferencial entre a DM1 e a DM2: 

Figura 2- Diagnóstico diferencial da DM1 E DM2 com exames complementares

Fonte: SBD, 2024c

Todos os métodos de diagnóstico possuem suas barreiras, sendo o TOTG o mais enfadonho, porém todos eles são importantes na coleta de informações persistentes para o diagnóstico final e o início do tratamento. Todavia, sugere-se indicar diagnóstico positivo para DM quando na presença dos sintomas, paralelamente já houver alteração nos exames de glicemia em jejum e hemoglobina glicada, ou seja, quando o de glicemia em jejum for maior ou igual a 126 mg/dl e o HbA1c maior ou igual a 6,5% (SBD, 2024a).  

Em um mapeamento realizado em 138 países no ano de 2019 revelou-se que um em cada 11 adultos na faixa etária de 20 a 79 anos possuem diabetes, ou seja, são 463 milhões de pessoas com diabetes no mundo. No entanto, um em cada dois não são diagnosticados, segundo uma pesquisa divulgada pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, 2019). Desse modo, faz-se necessário o diagnóstico precoce, mas para isso é preciso de métodos de rastreamento, de preferência, nos lugares onde a população já tem hábito de ser tratada (SBD, 2019).  

Ademais, através do diagnóstico é possível proporcionar um cuidado direcionado e específico para o paciente, incluindo modificações no estilo de vida e a estabilização dos níveis de glicemia no sangue, sendo essencial para o paciente com DM2 (SBD, 2018). Já que a hiperglicemia é perigosa e ocasiona danos, nomeados de complicações, que em muitos casos são irreversíveis aos pacientes diabéticos, quando esses não são diagnosticados precocemente ou não controlam os níveis de açúcar no sangue. Por isso, é importante o controle e atenção criteriosa aos exames de diagnóstico, que de modo prioritário, são os exames de glicemia em jejum, TOTG, HbA1c (Cordeiro, 2019).  

Hodiernamente, o tratamento ao paciente portador da DM2 possui uma perspectiva mais ampla, com enfoque em proteção tanto cardíaca quanto renal, além do controle da glicemia, também tem o controle da obesidade, em busca de mitigar as complicações decorrentes da doença à longo prazo (SBD, 2024). 

Muzy et al. (2021) mostra por meio de sua pesquisa que as complicações mais constantes associadas a diabetes mellitus tipo 2 no Brasil são as retinopatias e nefropatias, além de que a prevalência na população Brasileira de adoecimento é de 9,2%, sendo maior na região sudeste com 12,8%, comparado a região norte com 6,3% de prevalência. Em relação às demais complicações, a pesquisa referente mostrou que os casos de infarto ou AVC foram citados em 7,6% das pessoas, 6% possuíram úlceras ou feridas nos pés, e 1,6% dos casos tiveram que realizar amputações do membro. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2024a), a redução do peso e controle da obesidade é um ponto essencial para o tratamento da diabetes, pois a obesidade está relacionada aos piores índices glicêmicos e de mortalidade da patologia. Por isso, a redução do peso corporal tem que ser um objetivo constante em todas as etapas do tratamento, assim elevando a chance de remissão da DM2 (Lean et al., 2019).  

A escolha das medicações antidiabéticas deve ser individualizada e focada nas características e demandas de cada indivíduo, de modo geral, são disponibilizadas pelo SUS no Brasil.  Como por exemplo, a metformina que é da classe das Biguanidas, responsável por elevar a sensibilidade de insulina e diminuir a síntese de glicose pelo fígado, e a classe ISGLT2 que impede a glicose e o sódio de serem absorvidos pelo túbulo proximal através da inibição do SGLT2, resultando à glicosúria (presença de glicose na urina) e natriúria, ou seja, presença de sódio na urina (SBD, 2024a). 

Não obstante, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2024a), os métodos não farmacológicos, sendo eles, ajustes na alimentação com foco no gerenciamento do peso, atividade física, redução do tempo em posição sentada, aumento da qualidade do sono, interrupção do tabagismo e controle do estresse são aconselhados durante todas as etapas do tratamento da diabetes tipo 2 para favorecer o controle dos níveis de glicose no sangue.  

4.1.2 Prevenção e Rastreamento 

A DM enquadra-se em umas das doenças classificadas como Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), além das doenças cardiovasculares, neoplasias malignas, e as doenças cardiorrespiratórias. As DCNT são patologias que na maioria dos casos são preveníveis com mudanças do estilo de vida em conjunto com atuações dos serviços de saúde, para isso é importante o fortalecimento dessas ações com apoio do Ministério da Saúde (BRASÍLIA, 2008).    

A diabetes constituiu-se em uma problemática grave de saúde pública, por seus agravos e alta na incidência de casos, além dos elevados custos financeiros e progressão grave da doença ao longo do tempo afetando a qualidade de vida das pessoas acometidas. Desse modo, é necessário o rastreio de pessoas acima > ou = 35 anos de idade, adultos com sobrepeso e que apresentem pelo menos um dos fatores de risco para doença (SBD, 2017). 

O rastreamento envolve um grupo de métodos alinhados cujo intuito é identificar casos de DM2, ou estágios pré-diabéticos em pessoas oligossintomáticas. É recomendado a utilização de instrumentos de rastreio como, o Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC) ou o da Associação Americana de Diabetes (ADA) que são bem avaliados mundialmente. Porém, caso o monitoramento seja feito sem a utilização antecipada de questionários, devem ser buscados indivíduos acima de 45 anos ou, independentemente da idade, indivíduos com sobrepeso ou obesidade, hipertensos, ou pessoas com histórico familiar de diabetes (SBD, 2019). 

Em estudos observacionais divulgados pela SBD (2019), as modificações de hábitos de vida diminuíram a taxa de diabetes tipo 2 em 58% em 3 anos, e em 34% no período de 10 anos. Dessa forma, subtende-se que a prevenção primária de diabetes tipo 2 está associada à alimentação. Esse é um pressuposto para pessoas com pré-diabetes adotarem um estilo de vida saudável, com dieta balanceada, para evitar a evolução do caso para um DM2 (Gusmão, 2022). 

Desse modo, é proposto que a alimentação equilibrada seja uma das principais formas possíveis de intervenção para prevenção da diabetes tipo 2. De acordo com (Gusmão, 2022, p. 54) “A inclusão da alimentação saudável por pessoas pré-diabéticas pode desacelerar e até mesmo reverter o aparecimento do DM2”. 

Destarte, é indicado pela American Diabetes Association (2020), os programas voltados à mudança de estilo de vida para adultos com alto risco para diabetes tipo 2, principalmente devido ao custo-benefício. Mas para isso, faz-se necessário que os gastos referentes aos programas de prevenção sejam terceirizados, e que as desigualdades de acesso sejam assistidas e sanadas. 

4.2 Fatores de risco da Diabetes tipo 2 

A DM2 é uma condição complexa e multifatorial, além de ser o tipo mais comum de diabetes, é regularmente associada ao envelhecimento e a obesidade (SBD, 2024a). Contudo, em adolescentes com obesidade, histórico familiar para DM2, que são afrodescendentes, apresentem glicosúria e hiperglicemia em exames cotidianos deve-se acender o sinal de alerta para possível caso de diabetes tipo 2 (SBD, 2024d; Copeland et al., 2011).  Por esse motivo é fundamental compreender os fatores de risco da DM2, para assim permitir a prevenção eficaz da doença e a conscientização sobre os fatores de riscos modificáveis e não-modificáveis em todas as faixas etárias.  

Ademais, é importante destacar o tabagismo como fator de risco, pois há consequências nocivas do tabagismo nas complicações diabéticas, especificamente quando relacionadas com a morbidade e mortalidade devido às doenças macrovasculares, além da nefropatia, no entanto, infelizmente raras pesquisas interrelacionam o tabagismo como uma das razões de desenvolvimento do diabetes (U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 2001 apud BRASIL, 2013). 

Em um levantamento epidemiológico com universitários identificou-se que há presença da obesidade e sedentarismo em 25,4% e 58,73%, respectivamente, dos estudantes. Além de que, 75% apresentaram histórico familiar para diabetes tipo 2. Esses são dados alarmantes visto que a maioria são jovens, entre 20 e 25 anos, e já apresentam os principais fatores de risco para diabetes tipo 2 (Correia et al.,2024).  

A agregação desses fatores eleva a chance das doenças cardiovasculares, além de terem chance de surgir ainda durante a fase da infância e adolescência, principalmente quando se refere à jovens com obesidade. A melhor forma para impedir a crescente das taxas de morbidade e mortalidade é saber reconhecer e buscar prevenção (Kuhl et al., 2018). 

Os fatores modificáveis são aqueles que é possível por meio de modificações do estilo de vida prevenir a diabetes, já os fatores não-modificáveis são aqueles que surgem independentes de ações preventivas de autocuidado, como a idade e a genética. Assim, todos os demais fatores que apontam o desenvolvimento da diabetes tipo 2 podem ser modificados com alterações de hábitos de vida (Felipe; Alves, 2023).  

A Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes expõe dados essenciais para o rastreamento da DM2 cujo são os fatores de risco para doença, dentre eles, estão a idade acima de 35 anos, e abaixo de 35 anos quando apresentam sobrepeso e obesidade, história familiar de DM2 em parente de primeiro grau, HDL abaixo de 35 mg/dl, triglicerídeos acima de 250 mg/dl e Sedentarismo (SBD, 2024a).  

Todavia, as crianças e adolescentes também estão sofrendo com os riscos de desenvolvimento da diabetes tipo 2, onde os fatores de risco mais prevalentes para essa faixa etária, de acordo com pesquisas são a alimentação desregulada, histórico familiar e excesso de peso (Mota; Morais, 2022).   

A faixa etária avançada e genealogia, associada aos fatores modificáveis tiveram ligação com os diagnósticos para DM2. Ademais, a pesquisa também ressaltou que indivíduos que possuíam histórico familiar de diabetes em casa, principalmente, em pais, filhos, e irmãos tinham 3,27 maiores possibilidades de serem diagnosticadas com DM2, em comparação indivíduos sem histórico familiar de diabetes (Lucio et al. 2019). 

O histórico familiar para diabetes deve ser olhado de uma forma mais cautelosa, pois além de ser um fator de risco não-modificável também é uma ferramenta importante para detectar a doença em indivíduos previamente não diagnosticados (He et al., 2024). 

4.2.1 Impacto do sedentarismo e Alimentação inadequada   

Nos últimos anos, as modificações decorridas de padrões alimentares e de exercícios físicos podem contribuir para a explicação do aumento na prevalência de Diabetes mellitus tipo 2 no mundo. Ademais, o consumo de alimentos com alto valor calórico, devido ao processo de urbanização expandiu-se amplificando o acesso, além de que o urbanismo diminuiu as possibilidades de praticar exercícios nos centros urbanos. Tendo em vista disso, os níveis de obesidade e sedentarismo estão cada vez mais elevados, e por consequência o aumento dos casos de DM2 (THE GBD 2015 OBESITY COLLABORATORS, 2017). 

O sedentarismo, seguido da alimentação inadequada surgem como os mais importantes fatores de predisposição a DM2 nos próximos 10 anos, agravados no período pandêmico devido ao isolamento social e demais variáveis como desânimo e sobrepeso (Correia et al., 2024, p. 10). 

A inatividade física está aumentada, e é caracterizada pela não prática de exercícios físicos, ou seja, indivíduos que não realizam nada além do que o básico para as atividades diárias humanas. Apesar de que dos benefícios da prática regular de exercícios físicos serem populares, 44% dos adultos Brasileiros são estimados como insuficientemente escassos nas práticas de atividades físicas (De Mello; Ribeiro; Okuyama, 2020). 

De acordo com D. De Oliveira e E. De Oliveira (2020) a escassez da prática regular de atividades físicas, no mundo atual, acarreta inúmeros problemas de saúde para as pessoas. Assim, torna-se perceptível que o sedentarismo cada vez mais tem ascendido dentro das sociedades, tornando-se um grave problema de saúde pública. Além da associação do sedentarismo infantil com advento tecnológico, visto que estão cada vez consumistas de telas e reduzindo as atividades motoras, assim podendo acarretar inúmeros problemas de saúde. 

Malta et al. (2020) afirma que a pandemia do coronavírus acarretou mudanças no estilo de vida das pessoas. Essas modificações poderão ecoar na condição de saúde e na qualidade de vida da população, logrando uma grande taxa de mortalidade prevenível.  

Consoante ao estudo desenvolvido por Correia et al. (2024) é notável o alto consumo de alimentos industrializados, pelos participantes da pesquisa. Revelando que 30% passaram a comer mais ultraprocessados durante a pandemia. Além disso, uma crescente na elevação de peso corporal durante esta época, mostrando que os hábitos alimentares de muitas pessoas foram alterados com o surgimento da pandemia do Novo Coronavírus. 

Outro estudo realizado por Mota e Morais (2022) com crianças e adolescentes expõe que 82,7% da alimentação mais ingerida, pelos entrevistados, na escola foram as comidas industrializadas. Um dado importante para verificar e direcionar as ações de prevenção também para o público jovem, já que nessa faixa etária é importante um direcionamento para adesão de hábitos saudáveis. Dessa forma, é imprescindível destacar que a relação do sedentarismo com o consumo de alimentos não saudáveis são fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento da obesidade (Damascena et al., 2024). 

De acordo com estudo com objetivo de analisar os fatores de risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2 notou-se que a ausência de uma alimentação equilibrada diariamente com consumo de legumes, verduras e frutas tornou-se o segundo fator de risco mais prevalente (Felipe; Alves, 2023). 

4.2.2 Obesidade 

A obesidade é caracterizada como um desarranjo nos valores nutricionais, uma condição crônica que é atribuída ao acúmulo de gordura com gênese complexa (Wanderley; Ferreira, 2010). Dentre os fatores de risco da diabetes tipo 2, a obesidade destaca-se como o mais preocupante, pois contribui para a origem da doença. Sendo que a existência dessa comorbidade, de modo isolado, já implica no aumento da probabilidade de desenvolvimento da DM2 em 8 vezes quando comparado com pessoas com peso corporal normal (Schnurr et al., 2020). 

O déficit de qualidade nutricional das pessoas é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de enfermidades evitáveis como as doenças crônicas e a obesidade (Ghazaryan et al., 2021). Ademais, a obesidade é destacada como um grave problema de saúde pública, pois representa um fator em comum de risco de inúmeras doenças crônicas, inclusive a diabetes tipo 2 (Pereira; Freitas; Motta, 2022). 

Há estudos que afirmam que o conjunto comportamentos inadequados, ou melhor, pessoas que possuem um estilo de vida alimentar, com consumo alta ingestão calórica associado a ausência da prática de exercícios físicos são acometidas por maiores chances de desenvolver obesidade (Meng; Kautz, 2022; Cureau et al., 2018). 

A adoção de estilos de inadequados para saúde corresponde a um aumento significativo nos fatores de risco para Doenças Cardiovasculares (DCV), além de uma probabilidade elevada de desenvolvimento da obesidade, associada a uma ingestão de má qualidade do alimento e o sedentarismo (Gonçalves et al., 2024). 

A obesidade é uma doença crônica que pode emergir de vários outros problemas de saúde. Segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, em 2025, projeta-se que 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e 700 milhões de pessoas apresentarão obesidade (ABESO, 2019).  

No Brasil, a obesidade aumentou de modo assustador, segundo Malveira et al. (2021) a região norte lidera os níveis de prevalência da obesidade no país. Outro estudo mostrou que a prevalência da Obesidade cresceu em todas as capitais do país tornando-se imprescindível a intervenção no consumo desregrado de alimentos ultraprocessados e bebidas com alto teor de açúcar (Malta et. al, 2019). 

Malta et al. (2019) acrescenta que o crescimento dessa prevalência acomete o mundo inteiro e não somente o Brasil, justamente devido ao consumo de alimentos com nutrição imprópria e ausência da realização regular de atividade física. 

4.3 A influência do Ambiente familiar  

O ambiente familiar é essencial para construção do ser humano, como indivíduo de características próprias. A família é uma instituição que está relacionada diretamente a um conjunto de pessoas com papéis essenciais no desenvolvimento dos indivíduos. Além de ter grande responsabilidade, também deve ser um espaço de apoio e referência (Melchiori; Rodrigues; Bortolozzi; Maia, 2014). 

O espaço familiar possui um grande ônus, em relação a construção pessoal de cada sujeito, ademais quando associada a padrões e hábitos de vida, como o caso da alimentação, pois tudo começa quando a criança começa a introdução alimentar e passa a comer igual o restante da casa (Teixeira; Araújo; Garcia, 2023). 

Em relação ao controle alimentar, observa-se que os pais exercem uma grande responsabilidade, exemplo disso é na introdução alimentar dos seus bebês. Esse período é crucial, pois ocorre o início da introdução de alimentos sólidos e nutritivos, e é também o momento que acontece muita resistência por parte dos bebês, já que não estão acostumados com esses novos alimentos. De frente a esse desafio, os pais muitas vezes desistem de oferecer os alimentos adequados aos filhos pois interpretam a recusa como falta de interesse, assim deixam de ofertar novamente e passam a oferecer os alimentos mais aceitos, porém na maioria das vezes são alimentos com menos valor nutricional (Silva, et al., 2016). 

Os hábitos parentais impactam também a maneira como os filhos veem a prática de atividades físicas regulares, a forma como os pais enxergam a importância de exercícios físicos na vida das crianças e adolescentes podem contribuir para um estilo de vida mais ativo, especialmente quando há apoio e incentivo familiar (Felisbino, 2023).  

Em contrapondo, o ambiente familiar também pode ser danoso e influenciar para ações maléficas à saúde. O uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas são fatores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares e podem ser associados ao ambiente familiar. Em estudo, De Oliveira e colaboradores comprovaram que adolescentes têm predisposição genética para o consumo de cigarro, álcool e drogas ilícitas quando associados aos casos de que os pais são fumantes, além de possuírem altas chances de começarem a fumar (De oliveira et al., 2019). 

Os costumes familiares devem influenciar ações que fortaleçam os desejos futuros para as crianças e os jovens, pois estes costumam reprisar os hábitos do ambiente familiar e social. Sendo assim, é importante estimular ações que melhoram a saúde e bem-estar como a prática de exercícios físicos regularmente e o consumo de alimentos saudáveis, para que assim possam opor-se aos costumes maléficos, conduzindo os filhos a modificações contínuas do estilo de vida (Barreto, et al., 2019). 

Ademais, Silva, Almeida e Costa (2021) ratificam que a disponibilidade dos alimentos acontece através dos pais das crianças, isto é, são eles que moldam os gostos e padrões alimentares dos seus filhos. Pois, quando as crianças têm maior acessibilidade a alimentação nutritiva em suas casas começam a escolher e comer alimentos de maior qualidade. 

O convívio familiar tem enorme influência no desenvolvimento da obesidade dos filhos, em especial quando refere-se ao papel da mãe, pois ela tem uma forte predominância na educação e no exemplo em relação aos hábitos dentro do seio familiar, mostrando que os pais estão cada vez mais minimizando os fatores de risco referente ao excesso de peso das crianças (Jiménez Candel et al. 2021). 

As crianças, em específico, possuem seus hábitos fortemente moldados pela influência externa, até porque não possuem controle sobre a forma de preparação, compras dos alimentos e nem tampouco escolhem os alimentos que ingerem. Destarte, nota-se que os hábitos alimentares vêm de crenças e costumes familiares que tendem a passar para os filhos e repercutir por toda a vida (Silvia et al., 2021). 

Sendo assim, fica evidente quando o meio familiar tem responsabilidade e criam crianças com hábitos saudáveis cujo é extremamente decisório no âmbito da promoção e proteção em saúde, principalmente nos primeiros anos de vida, pois é nesse período que a criança começa a se desenvolver e adquirir gostos e costumes relacionados ao estilo de vida (Melo et al., 2017). 

Por outro lado, o Guia Alimentar para população Brasileira diz que :

Finalmente, alimentos específicos, preparações culinárias que resultam da combinação e preparo desses alimentos e modos de comer particulares constituem parte importante da cultura de uma sociedade e, como tal, estão fortemente relacionados com a identidade e o sentimento de pertencimento social das pessoas, com a sensação de autonomia, com o prazer propiciado pela alimentação e, consequentemente, com o seu estado de bem-estar (BRASIL, 2014, p. 16). 

Santos et al. (2024) mostra por meio das entrevistas do seu estudo, que a maioria das pessoas têm conhecimento sobre diabetes, mas é por conta de suas próprias crenças devido a complicações da doença e perda dos entes queridos. Além disso, concluiu-se que o meio social, parental, as vivências e costumes interferem diretamente na adesão e seguimento de hábitos saudáveis após diagnóstico de diabetes. 

Um estudo com americanos mostra que a qualidade de compras de famílias está abaixo da indicação recomendada, principalmente em casos que existem pessoas da família que apresentam alguma doença crônica preexistente, por esse motivo a uma recomendação na melhora da qualidade de compras no meio familiar, trazendo mais bem-estar a saúde (Ghazaryan et al., 2021)

Em pesquisa feita por Malta et. al (2015) notou-se uma prevalência no consumo de hortaliças e frutas de aproximadamente de 40%, e de feijão, cerca de dois terços das pessoas. No entanto, a ingestão de alimentos não saudáveis também foi alta, por exemplo a ingestão de refrigerantes foi dita por cerca de um quarto das pessoas estudadas, e a de carnes gordurosas, por dois quintos. A prática de exercícios físicos aconselhada foi vista em somente um quinto das pessoas, com distinções crucias referentes ao sexo e idade. 

De acordo com Linhares et al. (2016) crianças criadas por pais com obesidade possuem maiores chances de serem obesas, devido aos fatores hereditários e a relação com comportamentos advindos dos pais com relação ao consumo dos alimentos. 

A teoria ecológica esclarece a influência do ambiente no desenvolvimento dos seres humanos considerando quatro elementos do modelo PPCT interconectados: pessoa, processo, contexto e o tempo. O autor sugere que as pessoas são afetadas tanto pelos aspectos estáveis, quanto por características biológicas e psicológicas dos contextos sociais e ambientais que estão inseridos ao decorrer da vida (Bronfenbrenner; Morris, 1998 apud Martins; Szymanski, 2004). 

A influência dos pais sobre os filhos em relação aos hábitos alimentares firma se nos métodos da teoria citada acima, a teoria ecológica. O processo de edificação desses hábitos começa no decorrer dos primeiros meses de vida, deslocando-se por desenvolvimento como produto das relações entre a genética e o ambiente.  O âmbito parental contribui para o estilo de vida próprio, através do aleitamento materno, introdução alimentar, as praxes alimentares da família e a circunstância socioeconômica, definindo as ações cruciais de controle alimentar (Silva; Barbosa; Santana, 2021). 

Nero (2019) diz que há uma forte contribuição do meio familiar sobre os níveis nutricionais, no mundo atual, pois cada vez mais as crianças e adolescentes ficam sem praticar algum tipo de atividade física, principalmente relacionado ao uso de telas. Além de estarem com alimentação desregulada e pouco nutriente, corroborando para o aparecimento de sobrepeso e obesidade com mais prevalência. 

4.4 A educação em saúde na atenção básica com foco em prevenção  

A atenção básica surgiu para ser a principal porta de entrada dos usuários da rede pública no Brasil, essa tem ações conjuntas com a Rede de Atenção à Saúde (RAS). Logo, esse sistema de atenção à saúde é essencial para garantir todos os princípios regulamentados pelo SUS e o atendimento integral direcionado para cada cidadão (BRASIL, 2012). 

Ademais, de acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 

A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2012, p. 19).  

Desse modo, fica evidente o papel da atenção básica sobre os serviços de saúde e a sua importância para promoção em saúde e prevenção das doenças. Para isso, é necessário a realização de intervenções nos espaços de Saúde, onde atuam sobre o modo como os determinantes sociais geram as desigualdades que atingem no âmbito da saúde coletiva, minimizando-as e procurando aprimorar metodicamente os frutos sobre a conjuntura da vida das pessoas (BRASIL, 2012). 

Sendo assim, as intervenções sugeridas aos serviços de Saúde para os diferentes graus de determinação irão ter como função alcançar resultados positivos para mitigar as mazelas das desigualdades. Essas atitudes serão diversas considerando as pessoas de modo singular baseando-se em todas suas demandas individuais (BRASIL, 2012). 

No Brasil, a promoção de saúde é realizada pelo SUS, que tem como responsabilidade procurar formas de aprimoramento das condições de saúde das pessoas. Logo, os serviços de saúde e as intervenções que fazem parte do Sistema Único de Saúde são elaboradas consoante com as diretrizes da lei de regulamentação do SUS nº 8080 de 1990, respeitando os respectivos princípios: universalidade de acesso; integralidade do cuidado; garantia da igualdade entre os indivíduos com ações de promoção, proteção e recuperação da saúde das pessoas (BRASIL, 1990). 

Atualmente, o papel da Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica (AB) à saúde é transformador, pois o modo organizacional e programado da atenção primária à saúde constitui a RAS. De maneira mais específica a atenção básica é o meio mais próximo da vida das pessoas, dentro dos diferentes territórios, ratificando o princípio de descentralização. Ademais, a Rede de atenção à saúde possui estruturas ordenadoras, responsáveis por intervenções e serviços em saúde com distintas formas e papéis auxiliares, que são arquitetados para agir de modo integrativo (BRASIL, 2013). 

Segundo a linha de cuidados da diabetes mellitus da Secretaria De Estado De São Paulo, as ações das unidades básicas que têm como objetivo a prevenção devem ser desenvolvidas pela equipe multidisciplinar. Sendo elas, ações de educação em saúde que consigam abordar os fatores de risco da diabetes, orientações sobre adesão de hábitos saudáveis, incentivos a práticas do autocuidado, gerenciamento do estresse, controle da pressão arterial, e realização de exames laboratoriais contínuos (SÃO PAULO, 2018). 

Destarte, de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, a Educação em Saúde é considerada como a chave para o manejo adequado frente às doenças. No entanto, promover educação em saúde não é fácil, tendo em vista que depende da colaboração, envolvimento e desejo do paciente em realizar o autocuidado (Duarte, 2020). 

Hodiernamente, realiza-se programas, ações e políticas públicas promovendo a Educação em saúde (ES) para agir diretamente sobre as comunidades em prol da saúde individual e coletiva. Sendo assim, a educação em saúde tem como propósito conscientizar pessoas sobre a própria saúde, além de promover o autocuidado, para assim prevenir doenças, promover saúde e garantir qualidade de vida e bem-estar para a população (Gitirana et al., 2021). 

De acordo com BRASIL (2014), o autocuidado não pode ser visto somente como uma responsabilidade do indivíduo e da família, embora esses precisem entender o seu papel sobre as ações preventivas para benefício da sua própria saúde. No entanto, é fundamental que os profissionais de saúde e os serviços de saúde também assumam essa responsabilidade, pois são eles que lidam, cuidam e educam pessoas portadores de doenças crônicas.  

Além disso, as ações em saúde para população com fatores de risco para doenças necessitam de estratégia e condução para dar apoio e assistência sobre a necessidade das modificações do estilo de vida. Essas precisam ser organizadas de modo individual ou coletivo, por meio da estratificação de risco, ou melhor classificação de grupos de riscos, para assim o sistema de saúde e dos demais departamentos possam destinar atenção qualificada às demandas da população, com qualidade, e eficiência (Rose, 2010).  

Contudo, toda essa implementação é desafiadora, visto que há grupos diferentes, etnias com características particulares, e mudanças tecnológicas e estruturais constantemente. Exemplo disso é o estudo realizado que mostrou que o processo de inserção de uma comunidade indígena nos ambientes urbanos trouxe algumas demandas problemáticas, uma delas é o aumento de peso das crianças no primeiro ano de vida, revelando um desafio de saúde pública relacionado ao dinamismo da urbanização (Bresan et al. 2024) 

Dessa forma, é fundamental o implemento de estratégias atualizadas, especialmente utilizando as inovações tecnológicas a favor da educação em saúde para população de modo eficaz, com uso das redes sociais, aplicativos, e vídeos em formato de conversas, para assim alcançar todos os públicos, visto que os modos antigos conhecidos de educação em saúde, como as palestras e folhetos estão obsoletos (Cardoso et al., 2022). 

4.4.1 A missão do enfermeiro e da equipe multidisciplinar   

De acordo, com a PNAB são funções gerais dos profissionais de saúde da atenção básica realizar o cuidado com as famílias e conduzi-lo para todo coletivo abordando os diferentes ambientes sociais como forma de promover intervenções que operem sobre o processo saúde-doença da população, das famílias, e de toda coletividade (BRASIL, 2012). 

Em relação as atribuições especificas do enfermeiro a PNAB propõe que o profissional tem como função contribuir e atender as demandas de saúde dos indivíduos e famílias cadastradas nas unidades, ademais quando for preciso e indicado devem realizar visitas domiciliares e nos outros ambientes coletivos, em todos os estágios de desenvolvimento pessoal dos indivíduos, como durante a infância, a juventude, fase adulta e na velhice (BRASIL, 2012). 

Dentro desse contexto no Brasil, tem as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que atuam em equipe e são fundamentais para prestação de assistências de qualidade na vida dos indivíduos e das famílias. Então, através da união da equipe multidisciplinar, que são profissionais de saúde com distintos conhecimento e visão sobre o cuidado, é possível a realização de intervenções e ações não somente para tratamento de doenças, como também voltadas a prevenção e promoção em saúde (Bezerra; Alves, 2019). 

A Educação em saúde é de responsabilidade de toda equipe multidisciplinar, de maneira que por meio da interdisciplinaridade sejam realizadas ações em conjunto, quebrando a fragmentação da assistência profissional. Portanto, a equipe deve incluir o paciente portadores de diabetes na implementação da estratégia de cuidado, tornando-o consciente e protagonista do autocuidado sobre o que diz respeito à sua própria saúde (SÃO PAULO, 2018). 

Segundo a nova atualização descrita pela Portaria Gm/Ms Nº 635, de 22 de maio de 2023, a equipe multidisciplinar (eMulti) são os grupos de profissionais de saúde integrados de distintas áreas de atuação como forma de atribuir e integrar às outras equipes que também fazem parte da Atenção Primária à Saúde, tudo isso acontece de modo inter-relacionado e articulado com a RAS. Sendo assim, a eMulti deve atuar em todos os aspectos que envolvem a APS, sobretudo é importante, pois, também deve atuar será importante na promoção e prevenção de saúde das famílias de modo integral como um todo (BRASIL, 2023). 

A diabetes mellitus tipo 2 é uma doença complexa que necessita de atenção e cuidados integrais na vida dos indivíduos acometidos e da família. O enfermeiro tem papel essencial no cuidado da saúde das pessoas, desde o acompanhamento sobre os fatores de risco, como também com gerenciamento e precaução com relação às complicações provenientes da enfermidade (Cardoso et al., 2022). 

As assistências realizadas por enfermeiros nos programas comunitários de manejo da diabetes foram realizadas por estudos experimentais em formato de ensaios clínicos, em uma grande quantidade de espaços acadêmicos, e têm se mostrado efetivos no controle da glicemia. O intuito desses programas é verificar a sintomatologia das pessoas com pré-diabetes e diabetes e as elevadas taxas de Hemoglobina glicada, além de supervisionar assistência dos cuidados, e oferecer educação em saúde para recuperação da enfermidade (Lin; Lee; Wang, 2019; Edelman et al., 2015). 

Na atualidade, consoante a pesquisa de Diniz et al. notou-se um declínio de grupos assistenciais dentro da atenção primária, comparado ao período pré-pandemia do coronavírus, em vista disso ocorreu um déficit de educação em saúde e cuidado com os pacientes diabéticos em torno do tratamento. Pois, já é perceptível que o diagnóstico é de difícil aceitação para os pacientes com diabetes, pelo receio as mudanças do estilo de vida, e o próprio convívio com a doença, assim atingindo o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas adoecidas pela diabetes. Sendo assim, é de suma importância o acompanhamento da equipe multidisciplinar em todas as fases de atendimento para garantir o cuidado eficaz a cada paciente (Diniz et al., 2024) 

O enfermeiro tem um importante papel nas ações educativas em saúde da família, na promoção do autocuidado, na realização de exames físicos, na garantia de oferta de orientações seguras e de acordo com as necessidades de cada pessoa, além de incentivar nas mudanças do estilo de vida, em especial dentro do ambiente familiar. Além disso, é fundamental que o profissional aborde sobre as vantagens da alimentação regulada e nutritiva para a vida das pessoas, como por exemplo por meio de estratégias comunitárias de educação em saúde de modo eficiente (Torres et al., 2018). 

Apesar dos desafios para os profissionais de saúde promoverem a educação em saúde, por meio de estratégias e implementação de mudanças do estilo de vida. Sobretudo dentro do ambiente familiar, nota-se que essas ações são imprescindíveis para a redução dos fatores de risco e consequentemente prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas, como a Diabetes Mellitus tipo 2.  

5 METODOLOGIA 

5.1 tipo de estudo 

Para realização do estudo e alcance dos objetivos propostos empregou-se como método a Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Trata-se de uma revisão, por meio da pesquisa bibliográfica e coleta de dados secundários. Segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008) esse método tem por finalidade sintetizar e reunir dados, de modo sistemático e organizado, contribuindo para o aprofundamento científico de um campo de pesquisa.  

Além de contribuir para constituição de uma prática científica clínica conhecida no mundo acadêmico como Prática Baseada em Evidências (PBE) que é uma ferramenta importante na fundamentação de trabalhos científicos (Souza et al., 2017; Mendes; Silveira; Galvão, 2008).  

É uma pesquisa com abordagem qualitativa, de natureza descritivo-exploratório, que possibilita o levantamento de dados bibliográficos que descrevam os impactos da mudança do estilo de vida familiar e a influência de hábitos saudáveis na diminuição dos fatores de risco e prevenção da Diabetes mellitus tipo 2. Essa revisão bibliográfica foi antecedida por etapas, como: questão norteadora, determinação dos critérios de inclusão e exclusão, levantamento e análise de dados. 

De acordo com os passos de Souza et al. (2017), foram realizadas seis etapas metodológicas pré-estabelecidas para realização de uma revisão integrativa, sendo elas: 1) Escolha do tema e questão norteadora da pesquisa; 2) Escolha Critérios de inclusão e exclusão; 3) seleção de dados com critérios; 4) Avaliação dos estudos escolhidos 5) Interpretação dos resultados encontrados; 6) apresentação da revisão.  

5.2 Questão de pesquisa 

Essa revisão utilizou-se da ferramenta estratégica PICO, corroborando a ideia de Santos, Pimenta e Nobre (2007) que para alcançar a PBE propõe a seguinte organização da questão norteadora: P- Paciente(s) (Famílias com risco de desenvolver Diabetes tipo 2); I- Intervenção (Mudança de estilo de vida familiar); C- Comparação (Famílias que não adotam mudanças no estilo de vida); O- Outcomes (Conscientização sobre os fatores de risco e prevenção da Diabetes tipo 2). 

Por conseguinte, a referente pesquisa teve como questão norteadora a seguinte pergunta: “Há evidências de que a mudança do estilo de vida no contexto familiar é relevante para diminuição dos fatores de risco e prevenção da Diabetes tipo 2 ?” 

5.2 Critérios de inclusão e exclusão 

Os critérios de inclusão foram produções científicas que abordem a temática estabelecida, que estejam dentro do período de 2019 a 2024, com disponibilidade dos conteúdos completos em suporte eletrônico, disponíveis em inglês e português, sendo eles gratuitos.  

Os critérios de exclusão foram baseados em publicações que estejam fora do período delimitado, que sejam inconclusas, pagas, duplicadas, que fujam da temática principal proposta. 

5.3 Extração de dados 

Para suceder a extração de dados foram desfrutados os estudos indexados nas plataformas e editores científicos, que consistiram em: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (sciELO) e Google Scholar.  

Na etapa da coleta de dados da pesquisa foi utilizados os seguintes Descritores em Saúde (DeCS): “Fatores de risco”, “Família”, “Apoio familiar”, “Estilo de vida Saudável”, “Estilo de vida”, e “Diabetes Mellitus tipo 2”. A análise e extração dos dados decorreu no período de setembro a novembro de 2024. A partir disso, foram desenvolvidas estratégias de busca com a organização dos descritores utilizando o recurso dos operadores booleanos, sendo eles, “AND” e “OR”, que foram combinados de duas formas distintas, conforme mostra o quadro 1:   

Tabela 1- Estratégia de busca PICO

Acrônimo Definição Descrição 
Paciente Famílias com risco de desenvolver Diabetes tipo 2 
Intervenção Mudança de estilo de vida familiar  
Comparação Famílias que não adotam mudanças no estilo de vida 
Outcomes ou desfecho Conscientização sobre os fatores de risco e prevenção da Diabetes tipo 2 
Estratégias de Busca  “Diabetes mellitus tipo 2″ AND família OR “apoio familiar” AND “Fatores de risco” AND “Estilo de vida saudável” “fatores de risco” AND família OR “apoio familiar” AND “estilo de vida” AND “Diabetes mellitus tipo 2”   

Fonte: autoria própria (2025)

Assim, foram identificados no total 1810 documentos científicos nas bases de dados BVS, LILACS, e Google Scholar, depois de aplicar os critérios de inclusão e exclusão restaram 784 trabalhos científicos. Após a leitura dos títulos e resumos foram excluídos 766 trabalhos, que não respondiam aos critérios de elegibilidade: por estarem incompletos (n=66), temática divergente do objetivo do trabalho (n=400), fora do período delimitado (n= 300). Desse modo, restaram os selecionados para leitura na íntegra (n=18), que por não apresentarem a temática principal da revisão foram excluídos (n=10). Por fim restando, 8 trabalhos científicos para composição dessa revisão integrativa. 

5.4 Análise dos dados 

Nessa etapa, é construído um instrumento de coleta e análise de dados cujo teve como proposta sintetizar e reunir as informações importantes para composição do trabalho (Souza et al., 2017). Dessa forma, após a realização da pesquisa nas bases de dados foram aplicados estrategicamente, os critérios de inclusão e exclusão precitados. 

Todos os estudos selecionados foram salvos e exportados no formato Research Information Systems (RIS). Esses dados contendo os trabalhos científicos, posteriormente foram movidos para o Rayyan, um aplicativo web disponibilizado de modo gratuito, que tem como função auxiliar na seleção e triagem de trabalhos científicos (Yu; Liu; Sharmin,2022). Assim, foram analisadas de forma metodológica, minuciosa a temática crítica contida no título e o resumo de cada trabalho e excluídos os trabalhos duplicados. 

Ademais, foi utilizado o programa Microsoft Word oferecido pelo pacote office, e adquirido de forma pessoal. Assim, foi possível separar e fichar os trabalhos que constituíam os objetivos propostos, coletando as informações dos autores principais, título, ano de publicação, objetivo, descritores, tipo de pesquisa, estruturas relevantes e conclusões alcançadas. Os dados foram colhidos após leitura exaustiva de cada trabalho selecionado, dispondo-se identificar suas características e conteúdos pertinentes sobre a temática que serão apresentados posteriormente, no tópico de discussão.  

5.5 Aspectos éticos e legais 

É importante ressaltar que por se tratar de um tipo de pesquisa através de dados secundários, ou seja a partir de dados da literatura já publicados. Desse modo, não envolve os aspectos éticos de pesquisa diretamente com seres humanos, logo não houve a necessidade da utilização do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido como orienta a Resolução de nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, dispensando também a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). 

6 RESULTADOS 

Após todo processo metodológico de seleção dos artigos e análise minuciosa dos trabalhos científicos encontrados, a amostra final será apresentada abaixo na figura 2. 

Figura 2 – Fluxograma ilustrativo do processo de coleta de dados e triagem dos estudos, segundo a recomendação Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses (PRISMA 2020). Maranhão, Brasil, 2025.

Fonte: Autoria própria, 2025.

Os trabalhos científicos selecionados para a pesquisa, deu-se aplicando os critérios descritos na metodologia do trabalho. Além disso, os artigos foram extraídos das bases de dados BVS, LILACS, e Google Scholar. Ao fim foram eleitos 8 estudos que abordam o propósito central dessa revisão. Apresentados na forma de tabela a seguir: 

Tabela 2 – Caracterização dos trabalhos incluídos na revisão integrativa.

Fonte: autoria própria, 2025.

7 DISCUSSÕES 

A glicemia alta de modo permanente pode ser perigosa e causar danos irreversíveis na vida das pessoas, como nos casos das complicações diabéticas advindas da diabetes tipo 2 não controlada (Gusmão, 2021). Por essa razão, faz-se necessário estratégias de mudança do estilo de vida com intuito de reduzir a hiperglicemia, para prevenir a diabetes tipo 2 e as mazelas causadas por suas complicações. 

Ademais, há um período anterior a DM2 que é chamado de hiperglicemia intermediária ou pré-diabetes, onde o corpo revela os primeiros sinais dos níveis de glicemia alta. Todavia, nem sempre essa fase intermediária apresenta sinais e sintomas, por isso a importância da realização de consultas e exames frequentes para que possa ocorrer o diagnóstico mais precoce possível dessa condição, logo prevenindo o desenvolvimento da diabetes mellitus tipo 2 (Gusmão, 2021). 

Hodiernamente, ainda não possui uma cura total da doença, mas é possível realizar um tratamento de sucesso sobre os indivíduos com pré-diabetes para prevenir o desenvolvimento da DM2. Para isso, é necessário que haja implementação de estratégias sobre os comportamentos de vida das pessoas que apresentam fator de risco, em específico a pré-diabetes, assim surgindo a possibilidade esperançosa da prevenção eficaz da diabetes mellitus tipo 2 (Khan et al., 2019). 

Em continuidade, Gusmão (2021) apresenta uma revisão integrativa que tem como objetivo encontrar por meio de uma revisão bibliográfica, estudos que mostrem a adesão de uma alimentação saudável por pessoas com pré-diabetes e as taxas de diminuição do desenvolvimento da diabetes tipo 2. Assim, o autor concluiu que indivíduos pré-diabéticos têm como instrumento de prevenção principal a adoção de uma dieta nutricional de qualidade e que ao aderirem essas mudanças sobre o estilo de vida diário tendem a diminuir a possibilidade de desenvolver a diabetes tipo 2.  

Corroborando essa ideia, um estudo mostrou que para incentivar a adoção de mudanças do estilo de vida, sobretudo da alimentação, é fundamental que as estratégias de intervenção utilizem uma metodologia teórica, citada pelo autor como modelo transteórico. Esse modelo utiliza etapas de mudanças baseadas em teorias de intervenção. Assim, através de orientações e aconselhamentos sobre alimentação adequada, recomendações nutricionais, o resultado mostrou-se promissor e eficaz sobre os grupos da intervenção (Bentônico, 2021). 

O estilo de vida e os comportamentos dos indivíduos influenciam diretamente na qualidade de vida e bem-estar, sendo assim é necessário que a adesão de hábitos saudáveis se tornem frequentes na vida das pessoas. Pois é fundamental a promoção de comportamentos saudáveis, como dieta regular e a prática frequente de exercícios físicos. Para assim, mitigar a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, resultando em um aumento da qualidade de vida da população e na prevenção da diabetes (Das Dores, 2021). 

Das Dores (2021) desenvolveu um Projeto de Intervenção Comunitária com pessoas de uma região da Espanha, incluindo pessoas com risco alto e muito alto para diabetes tipo 2, com faixa etária inferior a 65 anos. Além disso, foi realizada uma capacitação da equipe multidisciplinar envolvida para padronização e cumprimento de metas e do objetivo principal que segundo Das Dores (2021, p. 5) era “Contribuir para a diminuição do risco de Diabetes Tipo 2, através da promoção da adoção de estilos de vida saudáveis nas pessoas com risco alto e muito de Diabetes Tipo 2 […].”.  

O estudo de Das Dores (2021) apresentou as etapas do projeto, desde a elaboração do material, a capacitação da equipe, reuniões, realização de sessões de educação em saúde para os usuários, aplicação do questionário, apresentação do projeto para gestão municipal e orçamento dos recursos utilizados. Os resultados mostraram boa participação dos profissionais de saúde da localidade, superando as expectativas do autor. Após aplicação do Questionário FINDRISC nos grupos usuários revelou-se a subsistência de comportamentos não-saudáveis, comprovando a necessidade de intervenção sobre o estilo de vida das pessoas e a promoção de saúde da população. Posto isso, através da alimentação saudável e prática de exercícios físicos reduzir o risco da DM2. Queiroz et al. (2024) confirma esse achado, e acrescenta sobre a necessidade políticas públicas que incentivem uma alimentação saudável e nutritiva. 

Ademais, o Questionário Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC) (ANEXO I) é proposto para estratificação de risco de desenvolvimento de diabetes. Sendo assim, uma ferramenta eficaz para identificar a classificação de risco da população, dentro do âmbito da saúde pública. O FINDRISC consiste em oito perguntas usadas para rastrear e identificar os riscos de desenvolver DM2 em 10 anos. Destarte, mesmo que não seja possível modificar os fatores genéticos e não-modificáveis, pode ser rastreado e cuidado dos fatores modificáveis para ao menos retardar a doença (Conceição et al. 2020; BRASIL, 2025). 

Um estudo realizado com objetivo de verificar a relação da atividade física com a prevalência de doenças crônicas em adultos em uma cidade do Rio Grande do Sul, no Brasil, foi apresentado nos seus resultados que pessoas que praticam atividades físicas regulares tendem a ter menos prevalência de desenvolver alguma doença crônica em comparação a indivíduos que não praticam algum exercício físico. Além disso, notou-se uma prevalência no sexo feminino, indivíduos com alteração de IMC, obesos, e com idade avançada (Tiggemann; Scheid; Cremonese,2023). 

Tiggemann, Scheid, Cremonese (2023) concluíram que comportamentos saudáveis são essenciais para o controle dos fatores de risco, tratamento e prevenção das variáveis doenças crônicas não transmissíveis. Dessa forma, os exercícios físicos devem ser incentivados, tendo em vista, os benefícios na saúde e bem-estar das pessoas. Pois, indivíduos que praticam atividades físicas têm tendência a reduzir os fatores de risco das DCNT, por consequência fazem uso de menos medicações e reduzem as despesas públicas.  Panatto et al. (2019) mostrou que a prática de exercícios físicos e acompanhamento nutricional melhorou as taxas antropométricas e a qualidade do consumo alimentar dos indivíduos pesquisados. 

Ferrão (2023) realizou um estudo com finalidade de verificar conhecimento dos alunos sobre a prevenção de DM2, além de averiguar os hábitos de vida dessas crianças e adolescentes em uma escola do Distrito Federal. Em relação aos hábitos alimentares verificou-se serem melhores em alunos do ensino básico, em comparação com o médio, a respeito da realização de exames periódicos a maioria relatou que não realiza com frequência. As práticas alimentares saudáveis dos estudantes no nível básico, segundo o autor, podem estar associadas à influência positiva dos pais, mostrando seu papel influente no estilo de vida dos filhos. Silva (2023) mostra que os hábitos de vida dos pais influenciam diretamente no dos filhos, tornando-os um padrão a ser seguido durante toda a vida dessas crianças. A influência familiar é tão forte que pode desenvolver a apatia dos filhos sobre a prática regular de atividades físicas. 

Segundo Ferrão (2023, p. 70) “O ambiente familiar mostrou-se como o local onde a maioria dos alunos adquiriu conhecimentos sobre a prevenção do DM2”. No entanto, Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes o número de crianças e adolescentes com DM2 têm aumentado, principalmente com mais 10 anos de idade, em específicas etnias, e que já possuem histórico familiar (SBD, 2024d). Telo et al. (2019) mostra que a prevalência da Diabetes Mellitus tipo 2 e pré-diabetes em jovens subiu entre os jovens Brasileiros, ou seja, supõe-se que cerca de 213.830 adolescentes estejam adoecidos pela diabetes tipo 2, e 1,26 milhão tenha pré-diabetes. Logo, apesar de Ferrão afirmar que as crianças adquiriram conhecimento no ambiente familiar sobre a prevenção da DM2 em seu estudo, os dados ainda são alarmantes e prevê um crescimento da prevalência de diabetes tipo 2 nas crianças e jovens.  

As evidências científicas mostram a importância de hábitos saudáveis, principalmente dentro do contexto familiar. No entanto, apenas dois estudos tiveram intervenções no meio familiar em específico, direcionadas à prevenção de DM2 (Manios et al.; Ortiz et al., 2020). Dessarte, tornando um desafio a comprovação mais ampla do impacto das estratégias de intervenção familiares de modo prático.  

Nos estudos de Manios et al. e Ortiz et al. (2020) ambas as estratégias presumiam os impactos assertivos causados pela mudança do estilo de vida familiar. O primeiro estudo tinha como finalidade revelar os resultados das mudanças do estilo de vida dos pais no primeiro ano da intervenção Feel 4 Diabetes. Essa intervenção era no ambiente escolar e comunitário com intuito de combater os fatores de risco da obesidade e em decorrência a prevenção da DM2 entre as famílias (Manios et al., 2020). 

Essa intervenção aconteceu em alguns países da Europa em um período de 2 anos, onde o primeiro contato com o público-alvo era nas escolas, pretendendo alcançar os públicos mais vulneráveis e com elevado risco de desenvolver diabetes tipo 2. Ademais, as famílias foram divididas entre famílias de elevado ou baixo risco, utilizando o FINDRISC como ferramenta. As famílias com baixo risco foram desenvolvidas estratégias para prevenção da obesidade em crianças, com adoção de hábitos alimentares saudáveis, diminuição do consumo de bebidas doces, incentivo ao consumo de água e promoção de atividades físicas. Essas estratégias foram aplicadas por professores treinados que já eram das instituições de intervenção, assim facilitando a aplicabilidade dessa proposta (Manios et al., 2020). 

Já para famílias estratificadas com risco elevado, a estratégia foi sessões com intuito de auxiliá-las no processo de adoção dos estilos saudáveis de vida e aceitação dessas mudanças, com oferecimento de várias sessões de aconselhamento para apoio dessas famílias nesse processo. Desse modo, o estudo apresentou que a intervenção Feel 4 Diabetes contribuiu para algumas mudanças de hábitos dos pais das famílias de alto risco, majoritariamente em países de alto desenvolvimento. Logo, o autor concluiu e comprovou a eficácia dessa intervenção, com despesas mínimas, isto é, sendo possível a replicabilidade em outros lugares com propósito de prevenir a DM2 (Manios et al., 2020). 

Ortiz et al. (2020) em seu estudo tem como objetivo expor os resultados da intervenção familiar, em relação à intervenção pessoal sobre as taxas de resistência à insulina, outros indicadores da diabetes tipo 2, e do risco metabólico de familiares. As pessoas do estudo tinham que estar entre 18 e 60 anos e já possuírem um diagnóstico de pré-diabetes, a intervenção durou no total 12 meses. Além de realizarem um processo de triagem, foram coletados dados antropométricos, nutricionais e feita uma avaliação clínica de cada paciente. O grupo individual recebeu medicação, aconselhamento nutricional e dietético personalizado, o grupo da intervenção familiar também recebeu as mesmas intervenções. Além de aconselhamentos nutricionais com uma abordagem interdisciplinar para discutir sobre o estilo de vida familiar (Ortiz et al.,2020). 

Os resultados de Ortiz et al. (2020) concluíram que a intervenção interdisciplinar familiar teve mais eficácia no seguimento contínuo das melhorias em relação ao processamento da glicose e sobre as taxas de glicemia, entretanto os principais desafios do estudo foram as desistências ao decorrer do processo. Mesmo assim, Ortiz et al. incentiva a multiplicação do projeto de intervenção, pois apresenta baixas despesas quando comparado aos gastos com complicações diabéticas, assim como diz Manios et al. (2020). 

Ortiz et al. (2020) afirma que o apoio da família é essencial no controle metabólico da DM2, pois há a possibilidade de promover um espaço saudável, onde diminuiria o estresse, além de que esse ambiente de apoio e ajuda pode gerar ações em conjunto e benéficas a saúde de todos do meio familiar. Ademais, é importante lidar e cuidar do problema dentro do ambiente que mais tem influência no que diz respeito ao estilo de vida duradouro das pessoas. 

Em outro estudo sobre a eficácia a longo prazo de intervenções no estilo de vida, também teve como finalidade verificar as implicações a longo prazo de um programa comunitário na incidência da diabetes mellitus tipo 2. Entretanto, esse estudo não teve como foco o ambiente familiar, mas sim uma comunidade inteira e suas parcelas individuais e coletivas. Esse estudo foi realizado no oriente médio, onde foram avaliadas as dietas da comunidade, promovidos adesão de hábitos saudáveis, como boa alimentação, prática de exercícios físicos, reuniões comunitárias, e interrupção do tabagismo. Além disso, os participantes receberam educação em saúde por meio da distribuição de folhetos informativos sobre a prática de hábitos saudáveis, contudo, ao final, os resultados mostraram que a curto prazo a intervenção teve como resultado a redução de 30% dos casos de DM2. Infelizmente no período a longo prazo não apresentou índices animadores (Lotfaliany et al. 2020). 

Lotfaliany et al. (2020) em sua pesquisa fala que uma das principais finalidades desse projeto em comunidades, escolas e famílias é ampliação do conhecimento sobre a diabetes mellitus tipo 2, visto que pode alterar a visão das pessoas sobre os aspectos essenciais do estilo de vida, e o entendimento promissor de atitudes e costumes saudáveis e benéficos, assim gerando uma mudança expressiva de comportamento em uma parcela significativa da população  

Silva, Prates e Malta (2021) confirmam a eficácia de programas comunitários, pois por meio das múltiplas atividades e estratégias, esses contribuem positivamente nos indicadores de saúde. Desse modo, mostrando que programas como esses são importantes tanto para saúde da população, quanto para avaliação das estratégias propostas pelos profissionais, assim impactando sobre a sociedade. Sobretudo, colaborando para adesão e permanência nas unidades de saúde de programas como esses.  

Freitas et al. (2023), por sua vez deseja em sua pesquisa realizar de maneira organizada consultas de modificações de estilo de vida (MEV), como forma de intervenção sobre os comportamentos danosos à saúde dos utentes. Com principal propósito de diminuir a prevalência de pessoas acima do peso e obesas, de modo consequente atenuar a incidência de doenças crônicas relacionados com fatores modificáveis dos comportamentos de vida. Essa intervenção foi realizada por uma equipe de profissionais treinados que tiveram como finalidade elevar a taxa de progresso da mudança do estilo de vida, além proporcionarem cuidado e atenção nos atendimentos de modo a fidelizar os usuários na intervenção proposta. Assim, faz-se necessário que os profissionais de saúde estejam preparados de modo a executar e implementar estratégias que abordem de modo integral cada paciente, para que esse sinta-se acolhido. 

Esse cenário foi composto por uma equipe inicial de duas médicas, uma enfermeira e uma secretária clínica, onde foram realizadas consultas com foco na adoção de estilos de vida saudáveis, com duração inicialmente de 1 hora cada. Os profissionais da saúde têm papel essencial na anamnese do paciente, coleta de dados antropométricos, aspectos emocionais e na discussão de dificuldades e barreiras de cada pessoa envolvida na pesquisa. À vista disso, foi realizado educação em saúde para os utentes e acompanhamento, além de um plano terapêutico individualizado.  Outrossim, foi notado que as principais dificuldades eram no quesito espaço adequado para as consultas, e demanda, além das barreiras do período pandêmico (Freitas et al., 2023). 

Entretanto, mesmo enfrentando dificuldades é essencial a continuidade dessas estratégias de mudança de estilo de vida personalizada e aplicadas em ambientes estratégicos, como nas unidades de atenção primária. Assim, Freitas et al. (2023) confirma que esse estilo de consulta MEV tende a propiciar uma nova forma das equipes de saúde da família de participarem ativamente frente a problemas como a obesidade, tendo em vista a procura e adesão das pessoas. Além de acreditar nos frutos promissores que demonstraram a efetividade desse método de intervenção. Outro estudo também destaca o papel do profissional da saúde, particularmente o papel do profissional enfermeiro em torno da atuação na prevenção de doenças como a DM2, e a responsabilidade sobre a educação em saúde, promovendo hábitos saudáveis de vida, autocuidado e conhecimento sobre a enfermidade (Pereira; Freitas; Motta, 2022). 

8 CONCLUSÃO 

Durante a realização da pesquisa, houve uma adversidade ponderal e significativa, com relação a escassez de trabalhos que discutissem estratégias detalhadas de intervenção no contexto familiar e as implicações decorrentes da mudança do estilo de vida nesse contexto. Essa barreira expõe que as estratégias de intervenções e promoção do estilo de vida saudável em famílias são raras no cenário atual. Ademais, somados aos estigmas e dificuldades de acesso às famílias, após o período de isolamento social decorrente da pandemia do COVID-19.  

O déficit de estudos nesse ramo preconiza a necessidade de que haja mais pesquisas na área, e que os profissionais da saúde, de modo interdisciplinar, proponham-se em multiplicar as estratégias de intervenções no seio familiar e nas comunidades, já que a literatura apresenta a eficácia da aplicabilidade e eficiência dos custos.  

Esse estudo teve grande relevância na área da educação em saúde e saúde da família, pois por meio da literatura foi possível identificar a importância da mudança do estilo de vida na prevenção de doenças crônicas, como a diabetes mellitus tipo 2. Outrossim, quando comparada às mudanças de estilo de vida individuais e em família, as modificações de modo coletivo e familiar mostraram-se mais positivas, ratificando o papel influente do contexto familiar.  

Por esse motivo, é importante que haja a capacitação dos profissionais de saúde permanentemente, além do incentivo por meio do poder público para implementação de estratégias de intervenções familiares na prevenção da diabetes tipo 2. Além disso, é fundamental a atuação da equipe eMulti, em especial, do profissional enfermeiro, visto que ele tem acesso às famílias de modo mais contínuo.  

Assim, através do olhar cuidadoso da enfermagem, é possível que ocorra a promoção de saúde e intervenções que não fiquem restritas somente aos indivíduos com DM2, mas que abordem também as famílias, principalmente, as que já apresentam fatores de risco para diabetes mellitus tipo 2. Desse modo, garantindo a prevenção direcionada e holística da diabetes tipo 2 e suas complicações. 

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ANEXO 

ANEXO I – Questionário FINDRISC- Finnish Diabetes Risk Score

Fonte: São Paulo medical journal, 138(3), 244-252


1Graduanda de enfermagem da universidade estadual do Maranhão Victoria Rillary.100@gmail.com
2ENFERMEIRA pela UEMA; e-mail: marciareginasouzabatista@gmail.com
3Graduanda de enfermagem da universidade estadual do Maranhão e-mail: alanakaroline2003@gmail.com
4Graduando na Universidade Estadual do Maranhão e-mail: rodrigoenferbatista@gmail.com
5Enfermeira – e-mail: mariacleilda@hotmail.com
6Enfermeira pós graduada em Enfermagem do trabalho e Enfermagem em nefrologia – e-mail: patriciadielly@hotmail.com
7Enfermeira -Mestre – e-mail: Naylannygt@hotmail.com 
8Doutora-Uema
9Graduando em Medicina-Unifacid-Teresina-PI
10Graduanda em enfermagem Uema – e-mail: kassiaareei@gmail.com
11Enfermeiro UEMA – e-mail: antonnysaac@gmail.com
12Graduando em enfermagem – UEMA – e-mail: lucasvale2016@gmail.com
13Enfermeira Farmacêutica – e-mail: iglesiamagalhaes@hotmail.com
14Orientadora – Pós-doutorado em Educação Universidade Estadual do Maranhão