ACTIVE METHODOLOGIES IN PORTUGUESE LANGUAGE TEACHING: HOW TO ENGAGE STUDENTS IN LEARNING RECOMPOSITION PROCESSES
METODOLOGÍAS ACTIVAS EN LA ENSEÑANZA DE LA LENGUA PORTUGUESA: CÓMO INVOLUCRAR A LOS ESTUDIANTES EN PROCESOS DE RECOMPOSICIÓN DEL APRENDIZAJE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202502281924
Orientadora e autora: Érica Lamara Gomes Alves Grigorio1; Erivaldo dos Santos Araújo2; Isabelly dos Santos Queiroz Candeia3; Rozangela Diniz de Souza4; Joano Bezerra da Silva5; Maria Caroline Pereira Izidro6; Valéria Lemos de Sousa Almeida7; Mathielly Samara Ricarte do Amaral8; Jaliene Rufino de Sousa Ferreira9; Leyla Janaina da Silva Pinto10
RESUMO
O ensino de Língua Portuguesa enfrenta desafios significativos, sobretudo devido à defasagem educacional acentuada por metodologias tradicionais que privilegiam a exposição teórica em detrimento da participação ativa dos estudantes. Nesse cenário, as metodologias ativas emergem como alternativas inovadoras para tornar a aprendizagem mais dinâmica e significativa. Este estudo tem como objetivo analisar o impacto dessas abordagens na recomposição da aprendizagem, com ênfase no engajamento discente e no desenvolvimento de competências em leitura, escrita e interpretação textual. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, fundamentada em revisão bibliográfica de estudos recentes. Os achados indicam que estratégias como sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas (ABP), gamificação e ensino híbrido favorecem um ensino mais interativo e eficaz, contribuindo para a superação das dificuldades de aprendizagem. No entanto, desafios como resistência docente, falta de formação específica e limitações estruturais dificultam sua implementação em larga escala. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de investimentos contínuos na capacitação docente e no aprimoramento das práticas pedagógicas, de modo a garantir a efetividade dessas metodologias no processo de recomposição da aprendizagem.
Palavras-chave: Metodologias ativas, ensino de Língua Portuguesa, recomposição da aprendizagem, engajamento discente, inovação pedagógica.
ABSTRACT
The teaching of the Portuguese language faces significant challenges, especially due to educational gaps exacerbated by traditional methodologies that prioritize theoretical exposition over active student participation. In this context, active methodologies emerge as innovative alternatives to make learning more dynamic and meaningful. This study aims to analyze the impact of these approaches on learning recovery, emphasizing student engagement and the development of reading, writing, and text interpretation skills. This is a qualitative, exploratory, and descriptive research based on a bibliographic review of recent studies. Findings indicate that strategies such as flipped classrooms, problem-based learning (PBL), gamification, and hybrid teaching promote more interactive and effective instruction, contributing to overcoming learning difficulties. However, challenges such as teacher resistance, lack of specific training, and structural limitations hinder their large-scale implementation. Thus, continuous investment in teacher training and the improvement of pedagogical practices are essential to ensure the effectiveness of these methodologies in the learning recovery process.
Keywords: Active methodologies, Portuguese language teaching, learning recovery, student engagement, pedagogical innovation.
1 INTRODUÇÃO
A necessidade de aprimorar o ensino de Língua Portuguesa tem sido amplamente debatida, especialmente diante dos desafios impostos pela defasagem educacional e pelo desengajamento discente. Tradicionalmente, o ensino dessa disciplina esteve centrado na transmissão de conteúdos de forma expositiva, sem a participação ativa dos estudantes, o que resultou em dificuldades na aquisição das competências de leitura, escrita e interpretação de textos (MORAN, 2021). Diante desse cenário, as metodologias ativas emergem como alternativas inovadoras para transformar a sala de aula em um espaço colaborativo e interativo, promovendo maior engajamento e participação dos alunos no processo de aprendizagem.
A evolução do ensino de Língua Portuguesa exige a adoção de abordagens pedagógicas que favoreçam a autonomia e o pensamento crítico dos estudantes. Segundo Bacich; Tanzi Neto; Trevisani (2022), estratégias como a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada em problemas (ABP) e a gamificação permitem que os alunos assumam um papel mais ativo na construção do próprio conhecimento, tornando o ensino mais significativo. Além disso, essas metodologias favorecem o desenvolvimento de competências essenciais para a formação acadêmica e cidadã dos estudantes, proporcionando um ensino mais dinâmico e conectado às demandas contemporâneas.
No contexto da recomposição da aprendizagem – conceito que visa mitigar lacunas educacionais acumuladas ao longo da trajetória escolar –, o uso dessas metodologias se torna ainda mais relevante. Estudos recentes mostram que o impacto da pandemia de COVID-19 aprofundou desigualdades no ensino, tornando necessária a implementação de estratégias que incentivem a recuperação e o desenvolvimento das competências dos estudantes (VALENTE et al., 2023). Nesse sentido, a pesquisa se justifica pela necessidade de investigar o impacto das metodologias ativas na recomposição da aprendizagem e fornecer subsídios teóricos e práticos para professores que desejam inovar suas práticas pedagógicas. Segundo Libâneo (2021), a implementação de metodologias ativas é essencial para superar os desafios do ensino tradicional, pois possibilita um aprendizado mais autônomo e participativo. Além disso, Moran (2021) destaca que um dos principais desafios da educação atual é encontrar métodos que estimulem a curiosidade e a participação ativa dos estudantes, garantindo um aprendizado contínuo e significativo.
Diante desse panorama, este trabalho tem como objetivos investigar o papel das metodologias ativas no ensino de Língua Portuguesa e sua influência no engajamento dos alunos, identificar as principais estratégias utilizadas para recomposição da aprendizagem, analisar o impacto dessas metodologias no desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e interpretação textual dos estudantes e fornecer subsídios teóricos e práticos para professores interessados em implementar metodologias ativas em suas aulas.
Para alcançar esses objetivos, o estudo está estruturado em cinco seções principais. A primeira apresenta a contextualização do tema, a justificativa da pesquisa, os objetivos e a estrutura do artigo. A segunda discute conceitos relacionados às metodologias ativas e à recomposição da aprendizagem, embasando-se em referências acadêmicas recentes. A terceira descreve o percurso metodológico adotado para a realização do estudo. A quarta analisa os dados obtidos e sua relação com os objetivos da pesquisa. Por fim, a quinta sintetiza as principais conclusões do estudo e sugere recomendações para a prática pedagógica.
Dessa forma, este estudo busca responder à seguinte questão norteadora: como as metodologias ativas podem ser utilizadas de forma eficaz para promover o engajamento dos alunos no processo de recomposição da aprendizagem em Língua Portuguesa? A partir dessa problemática, pretende-se contribuir para a formulação de estratégias pedagógicas que auxiliem docentes na superação dos desafios enfrentados em sala de aula, promovendo uma educação mais equitativa e alinhada às demandas do século XXI.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A fundamentação teórica deste trabalho tem como objetivo principal apresentar de maneira detalhada e discutir amplamente os conceitos e teorias que embasam o uso das metodologias ativas no ensino de Língua Portuguesa, com foco específico na recomposição da aprendizagem e no engajamento efetivo dos alunos no processo educativo. O ensino dessa disciplina, que historicamente tem sido marcado por abordagens tradicionais que se concentram na transmissão de conteúdos gramaticais de maneira expositiva, tem sido desafiado por novas e dinâmicas perspectivas pedagógicas que enfatizam de forma significativa a participação ativa do estudante no processo de construção do conhecimento. Dessa maneira, esta seção apresenta três eixos fundamentais e cruciais para o entendimento da temática: o conceito de aprendizagem significativa, as principais teorias que embasam o ensino de Língua Portuguesa e a aplicação prática e sistemática das metodologias ativas no ensino dessa importante disciplina. Essa discussão busca contribuir para a valorização de estratégias que promovam um ensino mais interativo, colaborativo e centrado no aluno.
2.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
O conceito de aprendizagem significativa, proposto pelo renomado educador David Ausubel, possui uma grande relevância para o ensino de Língua Portuguesa, especialmente quando aplicada ao processo de recomposição da aprendizagem. Ausubel (2000) argumenta de forma convincente que a aprendizagem se torna muito mais eficaz quando novos conhecimentos conseguem ser integrados à estrutura cognitiva do aluno de maneira lógica e coerente, estabelecendo relações enriquecedoras com saberes que já foram adquiridos anteriormente. Esse processo de aprendizagem significativa difere significativamente da aprendizagem mecânica, na qual a memorização dos conteúdos ocorre de uma forma descontextualizada e sem qualquer tipo de conexão com conhecimentos prévios que o estudante possua. É crucial, portanto, que os educadores busquem criar ambientes de ensino que favoreçam essa integração dos saberes, facilitando assim uma compreensão mais profunda e duradoura do conteúdo ensinado.
Para que a aprendizagem significativa ocorra, três condições essenciais devem ser atendidas: a existência de conhecimentos prévios relevantes no estudante, a apresentação de um material potencialmente significativo e a predisposição do aluno para aprender (AUSUBEL, 2003). No ensino de Língua Portuguesa, essas condições são fundamentais, pois a apropriação da leitura, da escrita e da oralidade exige a ativação de conhecimentos anteriores para que novos conceitos sejam compreendidos e aplicados. No contexto da recomposição da aprendizagem, onde lacunas educacionais precisam ser superadas, é imprescindível que os docentes considerem a bagagem cultural e linguística dos alunos, adaptando os conteúdos e as estratégias didáticas para favorecer a assimilação significativa das informações.
Além disso, a aprendizagem significativa no ensino de Língua Portuguesa possibilita que os alunos desenvolvam diversas competências interpretativas e produtivas que vão muito além da mera decodificação textual, abarcando um espectro mais amplo de habilidades. De acordo com Moretto (2021, p.45), “quando os estudantes são adequadamente estimulados a estabelecer relações relevantes entre o que já sabem e novos conceitos que estão sendo apresentados, eles ampliam sua capacidade de análise crítica e argumentação”. Isso resulta em um processo que os transforma em leitores e escritores mais proficientes e aptos. Essa abordagem metodológica contribui diretamente e de forma eficaz para a recomposição da aprendizagem, uma vez que resgata e fortalece conhecimentos prévios que os alunos já possuem, permitindo que eles avancem com muito mais segurança e confiança no processo educativo que estão vivenciando.
2.2 TEORIAS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
O ensino de Língua Portuguesa, ao longo dos anos, tem evoluído significativamente, refletindo diversas e distintas concepções sobre a linguagem e os processos de aprendizagem associados a ela. No início dessa trajetória, predominava a abordagem estruturalista, que enfatizava de maneira incisiva o ensino da gramática normativa e a memorização de regras linguísticas que eram consideradas essenciais para a formação dos alunos. Essa abordagem, apesar de sua relevância e importância, começou a ser questionada por desconsiderar a dimensão social e interativa que a linguagem possui (ANTUNES, 2014). À medida que as teorias linguísticas e pedagógicas foram se desenvolvendo, novas concepções passaram a influenciar de forma significativa o ensino dessa disciplina, trazendo à tona a valorização de aspectos discursivos, interativos e contextuais, que se mostram fundamentais para a compreensão mais ampla da língua e sua utilização no cotidiano.
A teoria sociocultural proposta por Vygotsky (2001) trouxe uma perspectiva inovadora e bastante rica ao abordar a importância fundamental da interação social no processo de aprendizagem. De acordo com esse autor, o conhecimento humano é mediado de forma significativa pelas interações que ocorrem entre o aluno e o seu ambiente, sendo o professor um facilitador de todo esse processo. No contexto do ensino da Língua Portuguesa, isso implica que a leitura, a escrita e a oralidade devem ser trabalhadas em cenários que sejam reais e autênticos de uso da linguagem, permitindo que os alunos desenvolvam suas habilidades comunicativas de maneira mais abrangente e eficaz por meio de situações genuínas de interação. Desta forma, enfatiza-se a necessidade de criar ambientes de aprendizagem que estimulem a colaboração e a troca de ideias, enriquecendo ainda mais a experiência educacional e promovendo o crescimento pessoal e social dos estudantes.
Outra teoria relevante para o ensino de Língua Portuguesa é a perspectiva do letramento, discutida por Soares (2020). O conceito de letramento vai além da simples alfabetização, englobando o uso efetivo da linguagem em diferentes contextos sociais e culturais. Essa abordagem tem impacto direto na recomposição da aprendizagem, pois permite que os alunos se apropriem das funções da linguagem no cotidiano, desenvolvendo competências que extrapolam o ambiente escolar. Quando os estudantes são expostos a práticas reais de leitura e escrita, como análise de textos jornalísticos, produção de resenhas e interpretação de discursos midiáticos, tornam-se mais preparados para lidar com os desafios comunicacionais da sociedade contemporânea.
No contexto educacional contemporâneo, o ensino de Língua Portuguesa não pode se restringir apenas à mera transmissão rígida de regras gramaticais, mas deve ser pautado de modo mais amplo na formação de sujeitos críticos e reflexivos, que consigam interpretar e interagir com a realidade à sua volta. Dessa forma, é absolutamente essencial que os professores adotem estratégias pedagógicas inovadoras que valorizem o protagonismo discente e estimulem a interação significativa com diferentes gêneros textuais e práticas discursivas, promovendo assim um aprendizado mais dinâmico e engajado. Além disso, é fundamental que essas estratégias incentivem o debate e a construção coletiva de conhecimento dentro da sala de aula, enriquecendo o processo educativo e preparando os alunos para os desafios da comunicação na sociedade atual.
2.3 METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
As metodologias ativas surgem como alternativas inovadoras e eficazes para transformar o ensino de Língua Portuguesa em um processo mais dinâmico, interativo e centrado no aluno. Diferentemente das abordagens tradicionais, que estabelecem o professor como o único detentor do conhecimento, as metodologias ativas incentivam a participação efetiva dos estudantes no processo de aprendizagem. Isso é feito através da promoção da colaboração, do trabalho em grupo, da pesquisa e da resolução de problemas reais e práticos. Segundo (Moran, 2021; Bacich; Tanzi Neto; Trevisani, 2022; Valente et al., 2023), essas metodologias não apenas alteram a dinâmica da sala de aula, mas também favorecem um aprendizado mais autônomo e significativo, que prepara os alunos para os desafios do mundo contemporâneo e desenvolve habilidades essenciais para sua formação. A incorporação dessas práticas pedagógicas no ambiente escolar representa uma mudança importante que busca tornar o aprendizado mais relevante e atrativo para os estudantes, colocando-os como protagonistas na busca pelo conhecimento.
No ensino de Língua Portuguesa, diversas metodologias ativas podem ser aplicadas para estimular de maneira eficaz o engajamento e a participação dos alunos durante as aulas. Uma das abordagens mais utilizadas é a sala de aula invertida, que inverte a lógica tradicional do ensino ao disponibilizar conteúdos teóricos para estudo prévio, permitindo que o tempo em sala seja dedicado à aplicação prática e à discussão do conhecimento adquirido. Essa metodologia promove um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e interativo. Estudos indicam que essa abordagem inovadora não apenas aumenta a autonomia dos alunos, mas também favorece o desenvolvimento de habilidades interpretativas, críticas e argumentativas, habilidades essenciais no mundo contemporâneo (BERGMANN; SAMS, 2018).
Uma abordagem eficaz e de grande relevância é a aprendizagem baseada em problemas (ABP), que coloca os alunos diante de desafios reais e práticos que exigem pesquisa, reflexão cuidadosa e colaboração entre os participantes. No campo do ensino de Língua Portuguesa, essa metodologia inovadora pode ser aplicada de diversas formas, como por meio da análise crítica de notícias, debates aprofundados sobre temas atuais e relevantes, além da produção de textos argumentativos. Essas atividades não apenas estimulam o pensamento crítico, mas também promovem a competência comunicativa dos alunos, preparando-os para os desafios do mundo contemporâneo (SAVERY; DUFFY, 2001). A ABP, ao envolver os estudantes em situações concretas, os motiva a buscar soluções e a desenvolver habilidades essenciais para a vida em sociedade.
A gamificação também tem se mostrado uma estratégia extremamente eficiente e inovadora para aumentar significativamente a motivação dos alunos em ambientes educacionais. O uso de diversos elementos lúdicos no processo de ensino, como quizzes interativos, desafios de escrita criativa e jogos educativos, não apenas cria um ambiente mais envolvente, mas também estimula a participação ativa dos estudantes de maneira entusiástica e dinâmica (KAPP, 2012). Dessa forma, a aprendizagem colaborativa, que é baseada na interação rica e produtiva entre pares, permite que os alunos tenham a oportunidade de trocar experiências relevantes, fomentar discussões e construir conhecimento de forma conjunta, promovendo uma troca significativa que fortalece suas habilidades de argumentação e interpretação textual. Essa abordagem metodológica torna o aprendizado mais significativo e prazeroso.
Por fim, o ensino híbrido surge como uma metodologia extremamente promissora e inovadora, combinando de forma eficaz atividades presenciais e digitais para proporcionar um aprendizado mais flexível, dinâmico e extremamente personalizado. Moran (2021) destaca que essa abordagem pedagógica permite que os alunos explorem de maneira ampla diferentes recursos e mídias disponíveis, ampliando significativamente suas possibilidades de interação com os diversos conteúdos de Língua Portuguesa, além de favorecer a autonomia e o engajamento dos estudantes nesse processo de aprendizagem.
Diante desses aspectos, a integração das metodologias ativas no ensino de Língua Portuguesa se mostra essencial para a recomposição da aprendizagem. Ao promover estratégias que estimulam a autonomia, a interação e a participação ativa dos alunos, essas metodologias não apenas favorecem a recuperação de conteúdos defasados, mas também incentivam o desenvolvimento de competências comunicativas fundamentais para a formação cidadã. Assim, os docentes que adotam práticas inovadoras contribuem significativamente para um ensino mais significativo e alinhado às demandas educacionais contemporâneas.
3 METODOLOGIA
Este estudo adota a pesquisa bibliográfica como o principal procedimento metodológico, tendo como objetivo analisar a aplicação das metodologias ativas no ensino de Língua Portuguesa, além de sua relevante contribuição para a recomposição da aprendizagem dos alunos. A pesquisa se baseia na cuidadosa revisão de publicações acadêmicas, que incluem artigos científicos, livros, dissertações e outros materiais relevantes, que discutem o uso dessas metodologias inovadoras no contexto educacional contemporâneo. A investigação busca entender como essas abordagens podem efetivamente transformar o processo de aprendizagem e engajamento dos estudantes.
A pesquisa é de natureza qualitativa e possui caráter exploratório e descritivo. A abordagem qualitativa se justifica pelo interesse em compreender as diferentes concepções e estratégias relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa por meio das metodologias ativas. O caráter exploratório permite identificar os principais conceitos, práticas e desafios apontados pela literatura, enquanto a descrição dos estudos analisados possibilita uma visão ampla das contribuições acadêmicas sobre o tema.
A seleção criteriosa do material bibliográfico foi cuidadosamente realizada através de extensas buscas em diversas bases de dados acadêmicas renomadas, como SciELO, Google Acadêmico e Periódicos CAPES, utilizando descritores relevantes, como:
- Metodologias ativas no ensino de Língua Portuguesa
- Aprendizagem significativa e ensino de línguas
- Gamificação no ensino de Língua Portuguesa
- Aprendizagem baseada em problemas (ABP) na recomposição da aprendizagem
Os critérios de inclusão que foram adotados para este estudo foram:
- Publicações entre 2018 e 2024;
- Estudos que abordam metodologias ativas aplicadas ao ensino de Língua Portuguesa;
- Trabalhos que tratam da recomposição da aprendizagem.
A análise dos dados foi realizada com base na interpretação minuciosa dos conceitos apresentados nos textos cuidadosamente selecionados, comparando de forma aprofundada as diferentes abordagens teóricas e os resultados obtidos em estudos relevantes sobre a aplicação das metodologias ativas na recomposição da aprendizagem dos alunos. A categorização detalhada das informações coletadas permitiu identificar de maneira precisa os métodos mais amplamente utilizados e seus impactos significativos no ensino da disciplina, destacando a importância dessas metodologias para o desenvolvimento educacional e a efetividade no aprendizado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir da revisão bibliográfica realizada, foi possível identificar que as metodologias ativas desempenham um papel fundamental na recomposição da aprendizagem em Língua Portuguesa, promovendo o engajamento dos alunos e aprimorando suas competências de leitura, escrita e interpretação textual. A literatura analisada destaca que abordagens como sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas (ABP), gamificação e ensino híbrido oferecem maior interação e autonomia ao estudante, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e significativo.
Dentre as estratégias identificadas, a sala de aula invertida tem sido amplamente citada como um recurso eficaz para estimular o protagonismo discente. De acordo com Bergmann e Sams (2018), essa abordagem permite que os alunos tenham acesso prévio aos conteúdos teóricos, utilizando o tempo em sala para atividades práticas e colaborativas. No ensino de Língua Portuguesa, essa metodologia favorece a análise e interpretação de textos antes das discussões coletivas, contribuindo para o desenvolvimento do pensamento crítico e da argumentação.
A aprendizagem baseada em problemas (ABP) também se mostrou uma metodologia relevante para a recomposição da aprendizagem. Segundo Savery e Duffy (2001), essa estratégia incentiva a resolução de desafios reais, estimulando a pesquisa e o trabalho em equipe. No contexto do ensino de Língua Portuguesa, a ABP pode ser aplicada por meio da análise de notícias, debates sobre temas atuais e produção de textos argumentativos, favorecendo a contextualização do aprendizado e a ampliação do repertório linguístico dos estudantes.
A gamificação, por sua vez, tem sido utilizada para aumentar a motivação e o envolvimento dos alunos nas atividades pedagógicas. Conforme Kapp (2012), o uso de elementos lúdicos, como desafios, recompensas e jogos interativos, cria um ambiente mais estimulante para o aprendizado. No ensino de Língua Portuguesa, essa estratégia pode ser aplicada por meio de quizzes de interpretação de textos, desafios de escrita criativa e plataformas digitais que promovem a interação dos alunos com diferentes gêneros discursivos.
Outra metodologia destacada nos estudos analisados é o ensino híbrido, que combina atividades presenciais e online, permitindo maior flexibilidade no processo de aprendizagem. Moran (2021) ressalta que essa abordagem favorece a personalização do ensino, possibilitando que os alunos avancem em seu próprio ritmo e utilizem diferentes recursos digitais para aprimorar suas competências linguísticas. A implementação do ensino híbrido no ensino de Língua Portuguesa tem mostrado resultados positivos, especialmente em turmas com diferentes níveis de aprendizagem, pois permite a diversificação das estratégias didáticas.
Embora os benefícios das metodologias ativas sejam amplamente reconhecidos, a revisão da literatura também aponta desafios para sua implementação. Um dos principais obstáculos identificados é a resistência de professores e alunos à mudança de paradigma. Muitos docentes ainda encontram dificuldades para adotar metodologias que exigem maior planejamento e mediação do conhecimento, enquanto alguns alunos demonstram resistência em assumir um papel mais ativo no aprendizado (Bacich; Tanzi Neto; Trevisani, 2022). Além disso, a falta de infraestrutura e formação docente tem sido um fator limitante, especialmente em escolas com poucos recursos tecnológicos ou com professores que não receberam capacitação adequada para utilizar essas abordagens de forma eficaz.
Outro ponto relevante identificado nos estudos analisados é a necessidade de adaptação das metodologias ativas ao contexto específico da recomposição da aprendizagem. A literatura destaca que o impacto da pandemia de COVID-19 agravou desigualdades educacionais e intensificou a defasagem no aprendizado de muitos estudantes (Valente et al., 2023). Nesse cenário, as metodologias ativas devem ser implementadas de forma planejada e gradual, respeitando o ritmo de cada aluno e garantindo suporte pedagógico adequado para minimizar as lacunas existentes.
Além dos desafios estruturais, os estudos também apontam a importância de um acompanhamento contínuo para avaliar a eficácia das metodologias ativas no ensino de Língua Portuguesa. Pesquisas recentes sugerem que a combinação de diferentes estratégias pode ser mais eficaz do que a adoção isolada de uma única abordagem. Por exemplo, a integração entre sala de aula invertida e gamificação tem se mostrado uma alternativa viável para incentivar a leitura autônoma e a interpretação crítica de textos, enquanto a aprendizagem baseada em problemas, quando associada ao ensino híbrido, permite uma maior flexibilidade no desenvolvimento das competências linguísticas dos alunos.
Os achados da revisão bibliográfica reforçam que as metodologias ativas representam um avanço significativo na forma como o ensino de Língua Portuguesa pode ser conduzido, proporcionando maior engajamento e autonomia aos estudantes. No entanto, sua implementação exige planejamento, capacitação docente e suporte institucional, de modo a garantir que essas estratégias sejam aplicadas de maneira eficaz e adaptadas às necessidades específicas dos alunos.
5 CONCLUSÃO
A presente pesquisa teve como objetivo analisar o papel das metodologias ativas na recomposição da aprendizagem em Língua Portuguesa, considerando sua influência no engajamento dos alunos e no desenvolvimento de competências essenciais, como leitura, escrita e interpretação textual. A partir da revisão bibliográfica realizada, constatou-se que abordagens como sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas (ABP), gamificação e ensino híbrido promovem maior participação discente e favorecem um aprendizado mais significativo.
Os estudos analisados indicam que as metodologias ativas contribuem para a construção do conhecimento de forma mais interativa e colaborativa, tornando o estudante protagonista de sua aprendizagem. Além disso, essas estratégias possibilitam a adaptação do ensino às diferentes necessidades dos alunos, favorecendo a superação de dificuldades educacionais, especialmente no contexto da recomposição da aprendizagem. A literatura destaca que a integração entre diferentes metodologias pode potencializar ainda mais os resultados, combinando abordagens inovadoras para atender às demandas específicas de cada turma.
Entretanto, a implementação dessas metodologias ainda enfrenta desafios, como resistência de professores e alunos, falta de formação docente adequada e limitações estruturais e tecnológicas em algumas instituições de ensino. Dessa forma, os estudos ressaltam a importância do investimento na capacitação dos docentes e na melhoria das condições de ensino para que as metodologias ativas sejam aplicadas de forma eficaz e contínua.
A partir das análises realizadas, destaca-se a necessidade de pesquisas futuras que avaliem o impacto prático dessas metodologias em diferentes contextos escolares, considerando variáveis como desempenho acadêmico, engajamento dos alunos e percepção dos professores. Além disso, investigações sobre o uso de tecnologias educacionais associadas às metodologias ativas podem contribuir para ampliar as possibilidades de inovação no ensino de Língua Portuguesa.
Os achados deste estudo reforçam que a adoção de metodologias ativas representa um avanço significativo para o ensino da disciplina, tornando o processo de aprendizagem mais dinâmico, participativo e alinhado às demandas educacionais contemporâneas. Para que essas práticas sejam amplamente adotadas, é fundamental que as escolas e os gestores educacionais invistam na formação docente e na criação de um ambiente propício à inovação pedagógica.
REFERÊNCIAS
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KAPP, Karl M. The gamification of learning and instruction: game-based methods and strategies for training and education. San Francisco: Pfeiffer, 2012.
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VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
1Doutorado em Ciência da Educação na Área de Matemática
Centro Internacional de Pesquisas Integralize, CNPJ: 32.682.373/0001-86
Licenciatura em Matemática e Letras Português e Espanhol.
Itaporanga – PB, Brasil
E-mail: ericaedv@mail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-8137-7487
Lattes: https://lattes.cnpq.br/1441514719997556
2Especialização em Língua, Linguística e Literatura
Faculdades Integradas de Patos
Coremas – PB, Brasil
E-mail: erivaldodossaraujo@hotmail.com
3Especialização em Libras
Especialização em Metodologia do Ensino de Português, Literatura e Artes
Unifip – Patos – PB, Brasil
E-mail: isabellyqueiroz296@gmail.com
4Pós-Graduada em Regência de Coral com Capacitação para Docência
Pós-Graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Faculdades Integradas de Patos – Patos – PB, Brasil
E-mail: profarozangela@gmail.com
5Pós-graduação em Linguagens e suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho
Pós-graduação em Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Língua Inglesa
Pós-graduação em Linguística Aplicada ao Ensino de Português na Educação Básica
UNIFIP – Desterro – PB, Brasil
E-mail: joanopro91@gmail.com
6Pós-graduada em Gestão Integrada com Ênfase em Administração, Supervisão, Inspeção, Orientação e Coordenação Escolar
Faculdade IBRA –
Itaporanga – PB, Brasil
E-mail: carolineizidro04@gmail.com
7Licenciada em Letras – Português
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Itaporanga – PB, Brasil
E-mail: valerialemos2505@gmail.com
8Licenciatura em Pedagogia
Instituição de formação: Unip
Itaporanga PB- Brasil
E-mail: smathielly@gmail.com
9Licenciatura em Pedagogia – Faculdade três Marias
jalienerufino2016@gmail.com
Itaporanga PB- Brasil
10Licenciatura em Letras – UEPB
Campina Grande – PB.
leylajanaina@gmail.com