REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502241840
Maria Eduarda Vilela Faria
Ana Clara Pereira
Emanuella Estevam Alves De Ávila
Iara Augusta de Oliveira Figueiredo
Júlia Machado Xavier Das Graças
Kamilla Noleto Bastos
Luiz Filho Dos Reis
Pâmella Naves de Oliveira
Rayssa Helena Oliveira Campos
Thiago Gonçalves Oliveira
RESUMO
A forma do indivíduo enfrentar os eventos estressantes ou conflitantes da vida tem grande repercussão no bem-estar físico e psicológico, sabe-se que sintomas depressivos podem cursar com déficits comportamentais e cognitivos trazendo consequências que dificultam qualquer tratamento de doenças. A manifestação dessas condições e especialmente do luto em idosos difere da apresentada por outras faixas etárias, podendo ter características mais silenciosas e internas o que pode debilitar ainda mais o quadro clínico do idoso, aumentando a presença de doenças crônicas e vulnerabilidade. O médico de família e comunidade é crucial no acompanhamento, especialmente domiciliar, de idosos que apresentam quadros psiquiátricos que evoluem para incapacidade e dependência. Aconselhamentos e orientações quanto ao ambiente, cuidados com a higiene e alimentação, rotina do uso de medicações, transferências e cuidados gerais, são aspectos que devem ser orientados pelo médico ao cuidador e acompanhados em consultas domiciliares rotineiras, visando melhoria da qualidade de vida desses pacientes e prevenção de outros danos e patologias. Este trabalho foi realizado na Unidade Básica de Saúde Cruzeiro do Sul, utilizando a metodologia ativa arco de Maguerez, por meio de visitas domiciliares à paciente. Durante as visitas foi observada a realidade da paciente, identificados os pontos chave acerca das condições apresentadas, foi realizado o estudo da teoria bibliográfica a respeito desses pontos e levantadas hipóteses de solução para os problemas observados, como melhorias na alimentação; prescrição de exercícios físicos adequados; uso de instrumentos para exercício cognitivos como jogos e busca por apoio psicológico para a filha. Por fim, a aplicação à realidade não foi possível já que a paciente retornou à instituição de cuidados particular, devido à dificuldade da cuidadora com a rotina.
Palavras-chave: luto, depressão, esquizofrenia, desnutrição, cuidados com idosos dependentes, obstipação
ABSTRACT
The way an individual faces stressful or conflicting life events has a great impact on their physical and psychological well-being. It is known that depressive symptoms can lead to behavioral and cognitive deficits, bringing consequences that make any treatment of illnesses difficult. The manifestation of these conditions and especially of grief in the elderly differs from that presented by other age groups, and may have more silent and internal characteristics, which can further weaken the elderly’s clinical condition, increasing the presence of chronic diseases and vulnerability. Family and community doctors are crucial in monitoring, especially at home, elderly people who have psychiatric conditions that progress to disability and dependence. Advice and guidance regarding the environment, hygiene and food care, routine use of medications, transfers and general care are aspects that must be oriented by the doctor to the caregiver and monitored in routine home consultations, aiming to improve the quality of life of these patients. and prevention of other damages and pathologies. This work was carried out at the Cruzeiro do Sul Basic Health Unit, using the active Maguerez arc methodology, through home visits to the patient. During the visits, the patient’s reality was observed, the key points regarding the conditions presented were identified, the bibliographic theory was studied regarding these points and hypotheses for solutions to the problems observed were raised, such as improvements in nutrition; prescription of adequate physical exercises; use of cognitive exercise instruments such as games and search for psychological support for the daughter. Finally, application to reality was not possible as the patient returned to the private care institution, due to the caregiver’s difficulty with the routine.
Keywords: grief, depression, schizophrenia, malnutrition, care of dependent elderly, constipation
INTRODUÇÃO
A forma do indivíduo enfrentar os eventos estressantes ou conflitantes da vida tem grande repercussão no bem-estar físico e psicológico (HOLROYD e LAZARUS, 1982), pois os acontecimentos do cotidiano demandam respostas no sentido de promoção do ajuste psicológico do indivíduo ao meio. Todo esse conjunto, envolvendo estímulo, resposta e resultado, tem sido compreendido como processo de enfrentamento, nas mais diferentes áreas da vida, inclusive no processo de acompanhamento das doenças crônicas (CERQUEIRA, 2000).
Sabe-se que os sintomas depressivos cursam com déficits comportamentais, motivacionais, afetivos, cognitivos e somáticos, trazendo como consequências a diminuição da atividade, a falta de interesse, ansiedade, insônia entre outros, que dificultam qualquer tratamento crônico de doenças (CHAVES e CADE, 2002).
Gordon (2003), descreve a ansiedade como um sentimento vago de desconforto e a classifica em três níveis, baseado em quanta influência ela tem no bem-estar do paciente, podendo ser: leve, moderado e grave, devendo-se analisar a sua relação com o estado de saúde, problemas socioeconômicos e os padrões de interação do indivíduo com seu ambiente.
A manifestação do luto em idosos frequentemente difere daquela observada em grupos etários mais jovens. Em muitos casos, os idosos podem expressar seu luto de maneira mais silenciosa e interna, o que pode ser mal interpretado como apatia ou falta de emoção (KOVÁCS, 2005).
Vários fatores influenciam a forma como os idosos vivenciam o luto. O apoio social desempenha um papel fundamental, sendo que a presença de uma rede de suporte sólida pode mitigar o impacto do luto na saúde mental dos idosos. Além disso, a resiliência psicológica e a capacidade de adaptação parecem ser fatores de proteção importantes. No entanto, a presença de doenças crônicas e o isolamento social podem aumentar a vulnerabilidade ao luto complicado (MENEZES; LOPES, 2014).
O luto não resolvido pode ter implicações significativas para a saúde mental e física dos idosos. Estudos sugerem que o luto não resolvido está associado a um aumento no risco de depressão e ansiedade em idosos. Além disso, alguns pesquisadores relataram que o luto não resolvido pode contribuir para o declínio cognitivo em idosos (MICHEL; FREITAS, 2019).
O médico de saúde da família e comunidade é crucial no acompanhamento domiciliar, especialmente para idosos, não apenas tratando doenças, mas também promovendo saúde e prevenindo complicações, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Para os idosos, cuja mobilidade pode ser limitada, o acompanhamento domiciliar é essencial devido à dificuldade de acessar os serviços de saúde regularmente. Este médico serve como ligação entre o idoso e os cuidados de saúde, oferecendo cuidados personalizados e coordenados em um ambiente confortável para a terceira idade.
Discutiremos neste artigo dicas práticas, adaptações no ambiente, orientações para a administração de medicamentos, recomendações para a prevenção de complicações e a importância de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde, familiares e a comunidade, para proporcionar a esses indivíduos um caminho de reabilitação e adaptação que promova sua autonomia e bem-estar.
OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho é relatar a experiência de acadêmicos de medicina no acompanhamento domiciliar de uma paciente idosa com foco na saúde mental, considerando as dificuldades da família no cuidado domiciliar.
METODOLOGIA
Este trabalho baseia-se em um estudo descritivo exploratório, do tipo relato de experiência com uso da metodologia do arco de Maguerez, visando sua aplicação ao longo da disciplina de Programa Integrado de Estudos na Saúde da Família (PINESF), ministrada no quinto período do curso de Medicina do Centro Universitário Alfredo Nasser. O estudo foi desenvolvido durante o primeiro semestre de 2024, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cruzeiro do Sul, da cidade de Aparecida de Goiânia – Goiás.
Com o objetivo de realizar intervenções convenientes à família, o Arco de Maguerez (Figura 1) é o principal meio ativo utilizado para a construção de caráter sistemático que permite organizar ações e atender às necessidades mais sentidas pela população. É conhecido por elencar alguns passos para que se possa trabalhar com diversos assuntos no processo de ensino-aprendizagem. Ele é composto por cinco etapas, sendo elas: observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipótese de solução, e aplicação à realidade (DA SILVA et al, 2020).
Figura 1. Desenho esquemático da metodologia do Arco de Maguerez.
Fonte: BORDONAVE & PEREIRA (1989, apud Colombo; Berbel, 2007)
Para a construção da primeira etapa do arco de maguerez, foi necessário a realização da observação da realidade, etapa que ocorreu por meio de visitas domiciliares na residência da paciente por um período de 2 meses, especificamente de 15 em 15 dias, analisando e pontuando as principais problemáticas.
Após a etapa da observação, foram levantados os Pontos-chave, tendo como enfoque os pontos críticos enfrentados pelo paciente, os quais estariam diminuindo a sua qualidade de vida e bem-estar. Os fatores considerados de maior urgência direcionaram o grupo à etapa de teorização, na qual se buscou um aprofundamento no caso do paciente, a partir de artigos, livros, bases dados, diretrizes e teses, que contivessem assuntos relativos à temática. Em seguida, foram eleitos os problemas passíveis de solução, por meio da formulação de hipóteses e posteriormente, deu-se início à etapa de aplicação à realidade, com intervenções ao paciente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observação da realidade
Paciente A. L. F., sexo feminino, nascida aos 22 dias de dezembro de 1943, atualmente com 80 anos, viúva, ensino fundamental incompleto, aposentada, natural do Nerópolis – Goiás, residente em Aparecida de Goiânia – Goiás. Tem 3 filhos, sendo 2 do primeiro casamento e a filha mais nova do segundo casamento. Atualmente reside com sua filha casula, o esposo e o filho deles de 17 anos. Reside em casa própria, de alvenaria, com água encanada, fossa séptica, instalações em bom estado de conservação, sendo composto por, 3 quartos, 1 banheiro, 1 sala, 1 cozinha e quintal. Relatou ter um cachorro de estimação.
A paciente é cadeirante desde outubro do ano passado e segundo relatos da filha passou a essa condição no período em que ficou em um abrigo para idosos, que compreendeu do mês de janeiro de 2023 a janeiro deste ano. A residência não possui adaptações para cadeirante, mas possuem cadeira para banho. Nesse período também passou por um processo de emagrecimento bastante intenso, chegando a pesar 35Kg além de quadros de infecções repetidas do trato genito-urinário e presença de pediculose na cabeça. Ainda segundo relatos da filha a idosa era bastante ativa e independente até o ano de 2019, quando, após perder um dos filhos de maneira trágica, passou a ter alucinações, síndrome de pânico e depressão, dando início ao processo de debilitação da idosa. Após alguns episódios, foi diagnosticada pelo psiquiatra com esquizofrenia. Filha relata que ela dorme sozinha no quarto em cama adaptada com grades.
Durante as visitas domiciliares, observamos uma leve deficiência de mobilidade em membro superior esquerdo decorrente de um início de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A paciente também apresenta quadro de osteoporose com perda de 43% da massa óssea. Lapsos de perda de memória, que segundo a filha são recorrentes, além de não reconhecer sempre os netos. Quadro de bursite grave em ombro direito. Hipotireoidismo diagnosticado há 1 ano. Já passou por cirurgia oftalmológica de catarata e por cirurgia de colecistectomia por laparotomia exploratória.
A paciente faz consultas rotineiras na Unidade Básica de Saúde da região e quando necessário também vai ao ambulatório de especialidades. Segundo relato da filha que é a cuidadora, a idosa mantém rotina alimentar satisfatória e boa ingesta hídrica, porém apresenta quadro de obstipação intestinal frequente, chegando a ficar 7 (sete) dias sem evacuar. Apresenta feridas em tratamento no calcanhar esquerdo e ferida na região sacral que a filha faz curativos diário sob orientação da enfermeira responsável da Unidade Básica de Saúde da região.
ROTINA ALIMENTAR:
Café da manhã por volta de 9h – ovos mexidos, pão mandi, leite nutrem e fruta.
Almoço às 12h – arroz, feijão, carne e legumes. Mesma alimentação da família e apresenta autonomia nas refeições
Lanche por volta de 16h – pão mandi e fruta. Filha relata dificuldade em inserir lanche por recusa da paciente.
Jantar as 19h – mesma refeição do almoço.
MEDICAÇÕES ME USO:
Pregabalina 150mg por dia
Diazepam 10 mg
Zargus 2mg
Torval CR 300mg
Rivotril 2 mg
Flavonid – 450mg de diosmina e 50mg de hesperidina
Neshferro 40mg
Complexo B
Viverdal 2mg
Centrix
EXAME FÍSICO:
Geral:
Bom Estado Geral (BEG)
Lucida e orientada em tempo e espaço
Pressão arterial: 110x50mmHg
Temperatura axilar: 35,7oC
Saturação: 95%
Peso: 37,2 Kg
Altura: 1,48m
Frequência cardíaca: 101 bpm
Cabeça:
Couro cabeludo sem alterações
Reatividade pupilar bilateral
Globo ocular sem alterações
Conjuntiva e esclera sem alterações
Presença de lentes corretivas
Seios paranasais normais e sem secreção
Orelhas normais e sem alterações auditivas – teste do sussurro positivo bilateral
Cavidade oral sem alterações – presença de próteses dentárias
Pescoço sem alterações
Pele e anexos:
Ausência de ceratose actínica
Ausência de ceratose seborreica
Ausência de xerodermia
Faz uso regular de hidratante corporal
Lesões em aspecto de verruga – parte anterior no meio da canela
Tórax:
Inspiração dinâmica – costo torácica
Boa expansibilidade
Presença de murmúrio vesicular sem ruídos adventícios
Ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas em 2 tempos, sem sopros
Ausência de dispneia, dor ou palpitação
Aparelho digestivo:
Ausência de disfagia e dispepsia
Não apresenta náuseas ou vômitos
Refere constipação intestinal
Sem diarreia
Sem incontinência fecal
Ausência de hemorroida
Aparelho genito-urinário:
Presença de incontinência urinária crônica
Menopausa aos 40 anos com uso de reposição hormonal por 10 anos
G4P3A1
Sistema nervoso:
Ausência de cefaleia
Ausência de tremores ou tonturas
Ausência de zumbidos no ouvido
Ausência de marcha – paciente cadeirante
Sem histórico de convulsões
Ausência de distúrbios da fala
Sistema musculo-esquelético
Osteoporose
Hipotrofia em membros inferiores
Artralgia generalizada
Lesões ulceradas em região do calcâneo esquerdo e lombo sacral
Pontos chave
Luto
Depressão
Esquizofrenia
Emagrecimento não intencional
Desnutrição
Obstipação intestinal
Diminuição da mobilidade
Feridas por pressão e posição
Cuidado familiar
Polifarmácia
Teorização
Luto no idoso
O luto é um fenômeno psicológico que ocorre como resultado da perda de uma pessoa ou de algo significativo. No contexto dos indivíduos idosos, o processo de luto pode ser especialmente impactante, visto que ele está associado a perdas pessoais e sociais decorrentes da percepção da velhice como uma fase de invalidez ou condescendência. Diversos autores dividem a vivência do luto em diferentes fases, sendo as mais conhecidas as cinco fases propostas por Elisabeth Kübler-Ross: negação, raiva, negociação/barganha, depressão e aceitação. (SILVA, SANTOS e LÉO, 2023)
Ao sofrer a perda de um indivíduo, a ampla maioria das pessoas também enfrenta dificuldades na elaboração do processo de luto, experimentando sentimentos e sensações negativas que podem desencadear uma série de complicações tanto direta quanto indiretamente na vida do enlutado. Essas complicações incluem, por exemplo, a manifestação de emoções como tristeza e angústia, que têm o potencial de afetar adversamente os aspectos da saúde mental do indivíduo quando confrontado com a realidade de que a pessoa amada já não está mais presente. (BARROS, SOUZA e FITARONI, 2018)
A negação é identificada como o estágio inicial do processo de luto. Durante essa fase, indivíduos apresentam recusa em aceitar a realidade de uma perda significativa. A segunda fase do luto é denominada raiva, caracterizada pelo surgimento de sentimentos de raiva e ressentimento direcionados tanto à pessoa falecida quanto àquelas que não foram capazes de evitar o óbito. Na terceira fase, conhecida como negociação ou barganha, o enlutado tenta estabelecer acordos com uma entidade superior, como Deus ou o destino, na esperança de que a pessoa que faleceu retorne à vida. A depressão é considerada a quarta fase do processo de luto, na qual o indivíduo experimenta tristeza e desespero em relação à perda. Por fim, a aceitação é o estágio final do luto, no qual o indivíduo começa a reconhecer e se adaptar à realidade da perda, buscando encontrar um novo equilíbrio na vida sem a presença da pessoa falecida. (SILVA, SANTOS e LÉO, 2023)
A diferenciação entre luto normal e luto patológico envolve a análise do tempo em que determinados sintomas são apresentados pelo indivíduo, como reações de raiva, tristeza, culpa, choro, nervosismo, fraqueza muscular, 15 insônia/hipersonia, desesperança e isolamento. O luto patológico pode ser caracterizado por uma dificuldade persistente ao longo de vários anos em aceitar a perda, acompanhada de uma desesperança crônica, o que impede o enlutado de se envolver emocionalmente com outras pessoas ou estabelecer novos objetivos, resultando em uma paralisia em sua vida ocupacional e relacional. (BOTH; ALVES; PEREIRA; TEIXEIRA, 2013)
O diagnóstico do luto é uma tarefa complexa, uma vez que compartilha semelhanças sintomáticas com a depressão. É essencial evitar confundir essas duas condições, a fim de evitar tratamentos desnecessários ao indivíduo enlutado. Nesse contexto, é fundamental dedicar cuidado e atenção à análise dos aspectos da vida do paciente, a fim de desenvolver uma investigação adequada que possibilite identificar corretamente a patologia subjacente. (BARROS, SOUZA e FITARONI, 2018)
Em relação a esse assunto, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, 2014) identifica diferenças substanciais entre o luto e a depressão. No contexto do luto, observa-se predominância de afetos relacionados ao vazio e à perda, ao passo que, na depressão, há persistência de humor deprimido e incapacidade de antecipar sentimentos de felicidade ou prazer. (BARROS, SOUZA e FITARONI, 2018)
O processo de luto em idosos pode apresentar desafios significativos, no entanto, intervenções adequadas podem auxiliar nessa trajetória. É imperativo demonstrar paciência frente ao indivíduo enlutado, permitindo que ele seja capaz de expressar seus sentimentos negativos de maneira aberta e acolhedora. Ademais, é fundamental reconhecer e apoiar o idoso em relação ao processo de envelhecimento e adoecimento que lhe é inerente. (SILVA, SANTOS e LÉO, 2023)
Esquizofrenia e depressão no idoso
A esquizofrenia pode ser definida como uma síndrome clínica crônica com uma variedade de etiologias, incluindo predisposição genética, fatores neurobiológicos e psicossociais. Atualmente, aceita-se que para que o paciente desenvolva a esquizofrenia é necessário um conjunto de fatores, como uma vulnerabilidade específica que é desencadeada por fatores estressantes do ambiente. Esses fatores podem ser tanto ambientais, quanto psicológicos (COSTA et al, 2023).
Os sintomas apresentados no paciente com esquizofrenia estão associados à falta de insights e abrangem uma ampla gama de evolução e prognósticos. Devido à diversidade da esquizofrenia, uma variedade de sinais e sintomas está envolvida, podendo ser categorizados em: sintomas negativos, sintomas positivos, sintomas de desorganização, sintomas psicomotores/catatonia, sintomas cognitivos e sintomas de humor (DALGALARRONDO, 2019)
No início, esses sintomas incluem delírios, alucinações, distúrbios do pensamento e de fala, redução do afeto e déficits cognitivos. Podem apresentar distúrbios motores, como catatonia, movimentos estereotipados, agitação, entre outros. Sendo assim, o paciente apresenta distorções funcionais em diversos níveis e que se manifestam simultaneamente, levando a uma perda do senso de identidade pessoal, além da dificuldade de estabelecer contato social. Além disso, esse transtorno inclui períodos de crise e remissão (COSTA et al, 2023).
Há a associação de sintomas depressivos em pacientes diagnosticados com esquizofrenia, mas a avaliação desses sintomas por muito tempo esteve limitada ao período pós-psicótico. No entanto, pesquisas mais recentes indicam que estes sintomas podem surgir em qualquer fase da doença. Esta associação esteve por muito tempo limitada, devido aos sintomas que mimetizam a depressão que são característicos da esquizofrenia (CARDOSO et al, 2007).
Em pesquisas internacionais, a prevalência de depressão na esquizofrenia varia de 7% a 70%, com média de 25%. No contexto brasileiro, as taxas encontradas giram em torno de 27% e 29,8%. Outros dados na literatura indicam que cerca de 60% dos pacientes diagnosticados com esquizofrenia desenvolvem pelo menos um episódio depressivo maior ao longo da doença (CARDOSO et al, 2007).
Em uma pesquisa brasileira com cerca de 329 pacientes diagnosticados com esquizofrenia, dos quais 150 foram entrevistados, utilizou-se uma escala nomeada Escala Calgary de Depressão na Esquizofrenia (ECDE) que é usada para verificar a presença de depressão maior em pacientes com esquizofrenia. Os resultados indicaram que cerca de 56% dos pacientes apresentavam depressão maior. Além disso, constatou-se que os pacientes com depressão maior tinham maior probabilidade de relatar sintomas, sendo que aproximadamente 70% deles mencionaram ter apresentado alguma sintomatologia nas últimas três semanas. Estes pacientes também obtiveram maiores chances de utilizar três ou mais medicamentos e possuem uma qualidade de vida mais baixa quando comparados com indivíduos esquizofrênicos sem depressão (CARDOSO et al, 2007).
Desnutrição no idoso
A perda modesta de peso pode se dever a oscilações habituais no peso corporal ou ao processo fisiológico natural de envelhecimento. Considera-se involuntária e significativa a perda de 5% ou mais do peso corporal em seis a 12 meses (BOURAS, EP et al., 2001).
A perda de peso inexplicável, recente e progressiva, em pessoa previamente hígida, embora potencialmente grave em qualquer idade, é mais preocupante quando ocorre acima de 40 anos de idade, em vista da maior prevalência de neoplasias e de fatores psicossociais e funcionais mais frequentes nessa faixa etária, especialmente em idosos (GILMORE, SA et al., 1995).
Além disso, representa como fator de risco independente para aumento na morbidade e mortalidade, particularmente em idosos, nos quais está correlacionada com morte prematura, risco mais alto de incapacidade, aumento nas admissões hospitalares e no tempo de internação, deficiências nutricionais específicas, úlceras de decúbito, fraturas do quadril e menos capacidade de recuperação de ferimentos (REIFE, CM et al., 2005).
A perda de peso significativa também predispõe a infecções e aumento na mortalidade em pacientes submetidos a cirurgias eletivas, além de prejudicar a resposta à terapia medicamentosa (FISCHER, J, JOHNSON, MA, 1990).
As causas de perda de peso podem ser divididas em: sociais, psiquiátricas, clínicas e relacionadas à idade (WISE, GR, CRAIG, D, 1994).
Pode ser dividida de forma similar em orgânicas, psicossociais ou idiopáticas. As diversas condições clínicas relacionadas com a perda de peso podem ser agrupadas em três categorias básicas: oferta reduzida de nutrientes/calorias, aumento da demanda metabólica e perda excessiva de nutrientes/calorias (BOURAS, EP et al., 2001).
A desnutrição é uma condição nutricional em que o indivíduo não recebe uma quantidade suficiente de energia e nutrientes, resultando de uma interação complexa entre alimentação, condições socioeconômicas e estado de saúde (AMARO, JS et al., 2016).
O estado nutricional tem um impacto significativo na funcionalidade do organismo e no bem-estar geral do indivíduo. Esse problema é um processo contínuo que pode resultar de uma ingestão alimentar inadequada devido à anorexia, escassez de alimentos, diminuição na capacidade de absorção de nutrientes ou aumento das perdas e do gasto energético. Isso leva a uma diminuição nos valores antropométricos e bioquímicos (AMARO, JS et al., 2016).
Durante o envelhecimento ocorrem alterações psicológicas, fisiológicas, bem como o aumento da suscetibilidade a patologias crônicas e da polimedicação, fatores que levam a um aumento do risco da desnutrição nos idosos (AGARWAL, E et al., 2013).
A anorexia no idoso é definida como perda de apetite e diminuição da ingestão alimentar. A anorexia é um componente importante para a caquexia (LANDI, F et al., 2016).
Existem alguns fatores de risco inorgânicos associados à anorexia no idoso, como fatores psicológicos, medicação, fatores sociais e económicos, falta de prática/conhecimentos culinários e patologias associadas (BERNARDO, S, AMARAL, T., 2016).
Um dos fatores é a falta de visão e audição que interferem diretamente na capacidade de compra, preparação e consumo dos alimentos, estando relacionados com a redução da ingestão alimentar e perda de apetite (BERNARDO, S, AMARAL, T., 2016).
Para além disso, os idosos podem apresentar fatores limitantes como má dentição e próteses mal colocadas, patologias associadas ao idoso, por exemplo, as doenças gastrointestinais, síndrome de má absorção e infeções crónicas ou agudas, insuficiência cardíaca cognitiva, a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doença de Parkinson e depressão (BERNARDO, S, AMARAL, T., 2016).
Deve-se levar em conta fatores sociais e econômicos como principais indicadores para a diminuição da qualidade a nível dos nutrientes, que por consequência leva a uma diminuição da ingestão e qualidade dos produtos. Destacam-se como fatores sociais o isolamento, viver independentemente e acolhimento do idoso numa instituição geriátrica (LANDI, F et al., 2016).
Com o processo fisiológico do envelhecimento, modificações como a perda da massa muscular, redução da resistência e da função muscular, rigidez articular e diminuição da amplitude de movimentação, além de alterações na marcha e no equilíbrio, já contribuem para uma diminuição da mobilidade em pessoas idosas. Contudo, outros aspectos podem levar a um comprometimento mais importante e precoce da mobilidade o que que pode acarretar várias consequências, como a predisposição a quedas, aparecimento de dores, incapacidade funcional e até perda todas da mobilidade e independência. Conhecer os diferentes fatores que alteram a mobilidade física nessa população possibilita identificar abordagens para o planejamento de ações para prevenção de incapacidades e dependência. (CLARES et. al. 2014)
Déficit no auto cuidado e desafios do cuidador / familiar de idosos
O cuidado desenvolvido pelo cuidador familiar ao idoso em condição de dependência possui algumas características marcantes e importantes, pois é uma atividade que leva a importantes mudanças no cotidiano desses cuidadores, e estas podem gerar sobrecarga física, emocional ou social (ARAÚJO, I et al., 2011).
Esse cuidado envolve diversas tarefas no dia-a-dia, e estas estão diretamente relacionadas às atividades de vida diária (AVD), tais como, a higienização oral e corporal do idoso: escovar os dentes e lavar o rosto, dar e/ou auxiliar no banho de aspersão e no leito, trocar fraldas, vestir, fazer a barba, cortar as unhas, passar desodorante e creme corporal, pentear os cabelos; preparo e oferecimento das refeições; levar e/ou acompanhar até o banheiro; auxiliar na locomoção; realizar mudança de decúbito; bem como, sentar, levantar e deitar o idoso (ARAÚJO, I et al., 2011).
Além das atividades de cuidado direto ao idoso, o cuidador precisa sair para fazer compras e pagar contas. Quando os cuidados são desenvolvidos por alguém da família o sustento familiar também é comprometido, haja vista a defasada disponibilidade de tempo para se dedicar a atividades laborais (MARTINS, JJ et al., 2009).
Para realização das tarefas, os cuidadores desenvolvem algumas habilidades de cuidado, com o objetivo de facilitar suas atividades no dia-a-dia, e que estão voltadas para a prevenção de acidentes e de complicações no estado de saúde do idoso, promoção de seu bem-estar físico e mental, organização do espaço físico, desenvolvimento e utilização de tecnologias de cuidado e cuidados com a alimentação para o controle do peso (MARTINS, JJ et al., 2009).
Uma das consequências da diminuição da mobilidade em idosos é o desenvolvimento de feridas por pressão ou posição, muitas vezes, o aparecimento dessas lesões independem dos cuidados oferecidos a esse idoso, estando relacionadas estritamente ao fato de manterem uma posição constante. São definidas como “uma área de lesão localizada da pele e dos tecidos subjacentes, causados por pressão, tensão tangencial, fricção e \ ou uma combinação destes fatores.” Envolvem causas extrínsecas, como imobilização e umidade e causas intrínsecas como alterações cutâneas relacionadas a idade. (MOTTA, 2011)
Sabendo-se que este é um problema de difícil solução, já que o processo de cicatrização em idosos está lentificado e ainda mais importante tem-se a dificuldade de retirar o fator causal, ou seja, a impossibilidade de alterar a posição do idoso para que a pressão no local deixe de existir, dessa forma, a prevenção por meio de cuidados com a mobilidade, alimentação e higiene desse idoso é mais eficaz para evitar o aparecimento de feridas. Essa condição pode resultar em dor, deformidades, tratamentos prolongados e ainda favorece quadros infecciosos. (CÉLIA, et. al. 2008)
Polifarmácia em idoso
A polifarmácia é justamente o uso concomitante e contínuo de múltiplos medicamentos. Essa prática vem aumentando na vivência clínica, principalmente em indivíduos com mais de 65 anos de idade (NASCIMENTO et al, 2017). Ela está intimamente relacionada ao aumento das morbidades, visto que há a necessidade de ingerir diversos fármacos para tratar todas as condições de saúde. Além disso, a procura por consultas médicas devido aos sintomas das doenças, somado aos cuidados fragmentados dentro da prática médica, em que não se olha o indivíduo como um todo, explicam esse aumento crescente no número de indivíduos que consomem múltiplos medicamentos (CAVALCANTI et al., 2017).
Hipótese de solução
Considerando que A. L. F. apresenta questões psicológicas como luto, depressão e esquizofrenia, propomos a paciente buscar cuidados especializados com psiquiatra e psicólogo visando a melhora e a redução das consequências emocionais e física dessas doenças acima citadas.
Além disso, foi indicado para A. L. F. realizar melhorias na alimentação diária com objetivo de ganho de peso para solucionar os problemas de emagrecimento não intencional, desnutrição e tendo como benéfica consequência a melhoria da obstipação intestinal.
Ademais, foi prescrito para paciente exercícios para aumentar a mobilidade e força da paciente, fazendo a movimentação geral dela que surtiriam efeitos nas feridas por posição e pressão.
Para a preservação e melhora cognitiva da paciente, foi pensado a utilização de jogos de tabuleiro como dama ou memória, bem como quebra cabeças que sabidamente tem relevância no estimulo neuronal e cognitivo e poderiam ser usados como estratégia em lugar do ócio da paciente.
Outrossim, designamos a filha de A. L. F. buscar apoio psicológico para ter alívio emocional para diminuir a autocobrança para realizar o cuidado de sua mãe, além de continuar com atividades físicas para auxílio mental e físico.
Aplicação à realidade
Não foi possível aplicar as hipóteses de solução à realidade de A. L. F., haja vista que a filha da paciente optou pela institucionalização em abrigo novamente, mas algumas ações foram pensadas pelo grupo que seriam realizadas para melhoria geral da paciente.
Para melhorar a qualidade de vida de A. L. F., foi sabiamente pensado em realizar uma dieta personalizada para as necessidades da paciente, com o objetivo de ganho de peso, respeitando as preferências alimentares dela e suas limitações de movimento provenientes da idade, bem como a dinâmica familiar que A. L. F. se encontrava nas visitas domiciliares.
Para além disso, seria proposto a realização de movimentos domésticos com pesos, aparelho para fortalecimento de punho, antebraço e mãos e garrafa pet adaptada para atividades para pernas e pé, visando melhorar a capacidade de movimentação e prevenir agravos de mobilidade de A. L. F.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante desse estudo, conclui-se que, a alimentação tem grande influência no funcionamento sistêmico do corpo humano, sendo de suma importância garantir que a sociedade tenha uma nutrição adequada, sobretudo os idosos como A. L. F.
Concomitante a isso, evidenciou-se a importância de exercícios físicos a curto e longo prazo, pois a movimentação diária e periódica evita que durante a senilidade a mobilidade se torne reduzida e traga prejuízos à saúde do idoso.
Ademais, nota-se a necessidade do acompanhamento psicológico para os cuidadores familiares de pessoas que necessitam de cuidados especializados, a fim de evitar institucionalização secundária que pudemos observar no caso de A. L. F.
Por fim, lamentamos que não foi possível concluir o trabalho realizado com a paciente apesar dos esforços realizado pelos alunos e a disposição da família e da paciente em todas as visitas domiciliares.
BIBLIOGRAFIA
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