HONEY FROM EUROPEAN BEE (APIS MELLIFERA) AND URUÇU BOCA-DE RENDA (MELIPONA) FROM MARABÁ-PARÁ: A PHYSICOCHEMICAL COMPARISON
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202502221953
Glenda Layse Vieira Moreira1; Andressa Miranda Gomes2; Gustavo Valente Costa3; Maira Caroline Soares Lasmar4; Raphaele Franco Silva5; Adriana do Socorro Lobato Vieira6; Ewerton Carvalho de Souza7; Antonio dos Santos Silva8
Resumo
O mel é um produto natural altamente valorizado, não apenas por seu sabor doce, mas também por suas diversas propriedades benéficas à saúde, sendo elaborado pelas abelhas a partir do néctar das flores, o mel é uma fonte rica em nutrientes essenciais, incluindo vitaminas do complexo B e minerais como ferro, potássio e cálcio. O presente trabalho investigou propriedades físico-químicas de méis de abelha europeia (Apis mellífera) e méis de abelha uruçu boca-de-renda (Melípona seminigra) provenientes de Marabá, no Estado do Pará, norte do Brasil. Foram empregadas metodologias oficiais. Os resultados demonstram que os parâmetros dos méis investigados estavam de acordo com a legislação e outros trabalhos similares, indicando boa qualidade dos méis da região, além de que foi possível descriminar as amostras conforme a espécie produtora, empregando análises multivariadas aos dados obtidos.
Palavras-chave: Amazônia. Propriedades Químicas. Produto de Origem Animal.
Summary
Honey is a highly valued natural product, not only for its sweet taste, but also for its various beneficial health properties, being prepared by bees from the nectar of flowers, honey is a rich source of essential nutrients, including B vitamins and minerals such as iron, potassium, and calcium. The present work investigated the physicochemical properties of honey from the European honey bee (Apis mellífera) and honey from the uruçu boca-de-renda bee (Melípona seminigra) from Marabá, in the State of Pará, northern Brazil. Official methodologies were used. The results demonstrate that the parameters of the honeys investigated were in accordance with legislation and other similar works, indicating good quality of the region’s honeys, in addition to the fact that it was possible to discriminate the samples according to the producing species, using multivariate analyzes on the data obtained.
Keywords: Amazon. Chemical Properties. Product of Animal Origin.
1. INTRODUÇÃO
O mel é um produto natural altamente valorizado, não apenas por seu sabor doce, mas também por suas diversas propriedades benéficas à saúde, e que tem sua produção devida as abelhas, que o elaboram a partir do néctar das flores, sendo uma fonte rica em nutrientes essenciais, incluindo vitaminas do complexo B e minerais como Fe, K e Ca. Além disso, contém antioxidantes que combatem os radicais livres, ajudando a proteger as células e a retardar o envelhecimento precoce e suas propriedades antibacterianas são incríveis, tornando-o eficaz no tratamento de feridas e na prevenção de infecções (Albuquerque et al., 2021).
No Brasil, a apicultura é uma atividade importante, especialmente no Estado do Pará, onde se destaca a produção de mel de abelhas nativas, como a Uruçu-boca-de-renda (Melipona seminigra merrillae). Essas abelhas são adaptadas ao clima e à vegetação local, contribuindo para a biodiversidade e a polinização de diversas plantas. O mel produzido por elas é conhecido por suas características únicas, que variam conforme a flora disponível e as condições climáticas. Estudos têm mostrado que o mel de abelhas nativas pode apresentar parâmetros de qualidade superior em relação ao mel de abelha europeia (Apis mellífera), especialmente em termos de umidade e acidez (Yakubu et al., 2021).
A ocorrência de diversas espécies de abelhas no Estado do Pará propicia uma diversidade de méis com sabores e propriedades distintas, como, por exemplo, o mel da espécie uruçu boca-de-renda que tem um perfil sensorial que pode ser influenciado pela flora local e as épocas de florada (Albuquerque et al., 2021).
Albuquerque et al. (2021) destacam ainda que a coleta do mel no Estado do Pará se dá durante todo o ano, porém tem seu ápice em meses específicos, como outubro, quando as floradas são mais abundantes, demonstrando a sazonalidade é um fator importante para produção do mel, bem como com as práticas agrícolas locais.
Além dos benefícios nutricionais e medicinais, o mel também desempenha um papel importante na economia paraense, sendo que a apicultura, quando praticada de modo sustentável, pode gerar renda para pequenos produtores, além de contribuir para a conservação das diversas espécies de abelhas nativas sem ferrão, as quais são essenciais para o equilíbrio ecológico (Menezes et al., 2018).
A regulamentação dos parâmetros de qualidade do mel brasileiro tem sido um desafio, pois as normas vigentes são baseadas principalmente nas características do mel da espécie europeia (Apis mellífera), o que não contempla de forma adequada os méis das diversas espécies de abelhas nativas existentes no país (Menezes et al., 2018).
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A Abelha Europeia
A abelha da espécie Apis mellífera, conhecida como abelha europeia ou abelha doméstica ou italiana, é uma das espécies de abelhas mais importantes para a apicultura mundial (Penha et al., 2013).
Figura 1. Fotografia de uma abelha europeia
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Fonte: Os autores (2024).
A origem da abelha Apis mellífera é a Europa e a Ásia, sendo que tal espécie de abelha foi introduzida no Brasil em 1839, para aumentar a produção de mel e cera (Penha et al., 2013).
As colônias de das abelhas Apis mellífera são compostas por três castas: rainhas, operárias e zangões, sendo que as abelhas operárias, que são as fêmeas estéreis, desempenham diversas funções dentro da colmeia, como a coleta de néctar e pólen, a construção dos favos e o cuidado com as larvas (Penha et al., 2013).
As operárias da espécie Apis mellífera têm de 12 mm a 13 mm de comprimento e possuem um corpo coberto por pelos escuros (Figura 1). Já a rainha é bem maior, chegando atá a 20 mm, enquanto os zangões têm cerca de 17 mm (Khan et al., 2018).
Khan et al. (2018) informam que uma abelha da espécie europeia pode visitar até 10 flores por minuto, coletando pólen e néctar das flores, durante a coleta de alimento para a colmeia. E este mel não é só um alimento apreciado pelo ser humano pela sua doçura e sabor, mas também por suas propriedades nutricionais e medicinais já reconhecidas.
A conservação das abelhas Apis mellífera é vital não apenas para a produção de mel, mas também para a manutenção da biodiversidade, sendo que a perda de seu habitat, além do uso excessivo de pesticidas e as doenças têm ameaçado as populações dessas abelhas. Desta forma, o desenvolvimento de práticas apícolas que sejam sustentáveis são muito importante para que haja uma garantia de que tais agentes polinizadores continuem a desempenhar seu papel fundamental na natureza e na agricultura (Penha et al., 2013).
2.1.1 O Mel de Apis mellífera
O mel elaborado pela abelha europeia é um dos méis mais conhecidos e consumidos em todo o mundo, apresentando uma composição química e propriedades sensoriais que variam de acordo com a flora disponível na região onde as abelhas coletam néctar. Como exemplo, a cor do mel pode variar de quase incolor a âmbar escuro, dependendo da origem botânica e da presença de pigmentos, como carotenos e flavonoides. Além disso, o sabor e o aroma do mel são influenciados pela variedade de flores visitadas pelas abelhas, resultando em perfis sensoriais distintos que podem ser doces, frutados ou florais (Campos et al., 2000).
As propriedades físico-químicas do mel de abelha europeia incluem um teor de umidade que geralmente varia entre 17 % e 20 %, o que influencia na sua estabilidade e resistência à fermentação (Damto et al., 2019).
Damto et al., (2019) lembram que a acidez do mel é “um parâmetro importante, pois não apenas afeta o sabor, mas também desempenha um papel na preservação do produto, inibindo o crescimento de microrganismos indesejados”.
Em termos de pH do mel Damto et al., (2019) informa que o pH “costuma variar entre 3,5 e 4,5, refletindo a influência da flora apícola e das condições ambientais durante a colheita”.
Penha et al. (2013) advertem que a viscosidade do mel pode variar, sendo afetada pela umidade da origem floral e pelo processamento ao qual o mel é submetido.
O mel de Apis mellífera apresenta compostos bioativos que conferem benefícios à saúde, sendo que há indicação que ele contém antioxidantes, vitaminas e minerais que podem contribuir para a saúde humana. A presença de substâncias como flavonoides e ácidos fenólicos também está associada a propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas.
O mel de Apis mellífera é um produto complexo com uma rica diversidade de características que dependem da flora local e das práticas apícolas. Sua importância vai além do consumo alimentar, abrangendo aspectos econômicos e nutricionais significativos para as comunidades envolvidas na apicultura. A compreensão das propriedades desse mel é fundamental para garantir sua qualidade e valor no mercado.
2.2 A Abelha Uruçu Boca-de-Renda
A abelha uruçu boca-de-renda (Figura 2), conhecida cientificamente como Melipona seminigra merrillae, é uma das espécies de abelhas sem ferrão mais apreciadas na apicultura brasileira, especialmente na região amazônica, sendo um inseto notável por sua docilidade, o que a torna uma excelente opção para meliponicultores, pois não oferece riscos de ferroadas, permitindo um manejo mais tranquilo e seguro. As operárias dessa espécie têm um tamanho que varia entre 10 mm e 12 mm, apresentando um corpo robusto e uma coloração que pode incluir tons avermelhados e pretos (Böhlke et al., 2006).
Figura 2. Fotografia de uma abelha uruçu boca-de-renda
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Fonte: Os autores (2024).
A uruçu boca-de-renda é uma excelente produtora de mel, apresentando uma capacidade média de produção que oscila entre 2,5 L e 4,0 L por colmeia por ano, sendo eu seu mel é muito valorizado no mercado graças ao seu sabor agradável e às suas propriedades medicinais, que incluem atividades antimicrobianas, antivirais e antioxidantes. Além disso, a espécie tem um papel muito importante para a polinização de várias plantas nativas, contribuindo para a biodiversidade local (Brasil et al., 2000).
Brasil et al. (2000) destacam que os ninhos das abelhas uruçu boca-de-renda têm características próprias, sendo que as entradas de tais ninhos são feitas com barro, formando sulcos radiais que protegem a colônia, e o interior dos ninhos são compostos por discos de cria empilhados, onde as larvas das abelhas se desenvolvem em células cuidadosamente construídas pelas abelhas operárias.
A abelha uruçu boca-de-renda é considerada como sendo uma espécie fundamental para a apicultura brasileira, apresentado como destaque a sua produção de mel e contribuição à polinização. Já seu manejo sustentável é muito importante na garantia da continuidade da atividade apícola e para a preservação da biodiversidade nas regiões onde ela habita (Mohamat et al., 2023).
As caixas de criação para a abelha uruçu boca-de-renda, vistas na Figura 3, em Marabá-PA são projetadas especificamente para atender às necessidades desse tipo de abelha, que é conhecida por sua docilidade e eficiência na produção de mel (Braghini et al., 2017).
Figura 3. Caixas de criação da abelha uruçu boca-de-renda em Marabá-PA
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Fonte: Os autores (2024).
O manejo das abelhas uruçu boca-de-renda em Marabá-PA envolve práticas como a divisão dos enxames e a alimentação das colônias. Para dividir um enxame, recomenda-se transferir discos de cria maduros para uma nova caixa e garantir que haja um número suficiente de abelhas operárias (campeiras) para cuidar da nova colônia. A alimentação pode ser iniciada após alguns dias da divisão (Santienes et al., 2013). Essas práticas visam otimizar a produção de mel e garantir a saúde das colônias, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da meliponicultura na região.
2.2.1 O Mel de Abelhas Melíponas
Gün et al. (2022) alertam que as abelhas do gênero Melipona produzem mel que possui características diversas ao mel das abelhas europeias. Já Albuquerque et al. (2021) relatam que o mel de Melipona tem um teor de açúcares que oscila em torno de 70 % a 76 %, com predominância de frutose e glicose. Essa composição resulta em um sabor mais doce e maior higroscopicidade, o que pode fazer com que esse mel permaneça líquido por longos períodos e não cristalize facilmente.
Brasil et al. (2000) lembram que o mel de Melipona apresenta um teor de umidade que tende a ser mais elevado em comparação ao mel das abelhas europeias, o que pode influenciar na viscosidade, na conservação e na maturidade do produto. Sendo assim, é de extrema importância que se tenha cuidado com a manipulação e armazenamento do mel de Melipona para evitar a contaminação e degradação do produto.
O mel de Melipona também é caracterizado por um pH relativamente baixo, devido à presença de ácidos orgânicos resultantes da atividade enzimática e essa acidez influencia diretamente no sabor do mel, sendo um fator importante para a preferência dos consumidores (Brasil et al., 2000).
Böhlke et al. (2006) dizem que a cor do mel de Melipona pode variar entre quase transparente até âmbar escuro, dependendo das fontes florais utilizadas pelas abelhas e seu sabor é influenciado pela florada, época e região, resultando em perfis sensoriais únicos.
O mel das abelhas uruçu é tradicionalmente consumido no Brasil, tanto para fins alimentares quanto medicinais, sendo empregado em tratamentos de feridas e infecções devido às suas propriedades antibacterianas (Yakubu et al., 2021).
Menezes et al. (2018) afirma que o mel de abelhas uruçu pode ser considerado como um produto muito importância em termos culturais e econômicos, apresentando características físico-químicas que o tornam único, sendo que sua composição rica em açúcares simples, elevada umidade e propriedades benéficas à saúde fazem dele uma opção apreciada tanto na alimentação quanto na medicina tradicional.
3. METODOLOGIA
3.1 Aquisição das Amostras
Foram obtidas dez amostras de mel de abelha europeia (Apis mellífera), aqui denominadas de amostras E1 a E10, e dez amostras de mel de abelhas uruçu boca-de-renda (Melipona seminigra), aqui denominadas de U1 a U10, sendo todas essas amostras provenientes de uma comunidade no interior (zona rural) do município de Marabá, mais precisamente do apiário Mamá-Ayá, que se localiza na região sudoeste do Estado do Pará (Figura 4). O apiário tem como localização geográfica iguais a 5° 22’ 8” de latitude Sul e 49° 7’ 4” de longitude Oeste. Essa localização é crucial para a diversidade floral que influencia a qualidade e as características do mel produzido, especialmente para as abelhas nativas.
Figura 4. Localização do município de Marabá-PA
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Fonte: Cordeiro et al. (2022).
O município de Marabá pertence a mesorregião do Sudeste do Estado do Pará, e encontra-se entre dois grandes rios: Itacaiúnas e Tocantins. O município faz limites com as cidades Itupiranga, Jacundá e Rondon do Pará ao Norte, São Geraldo do Araguaia, Curionópolis, Parauapebas e São Félix do Xingu ao Sul, Bom Jesus do Tocantins e São João do Araguaia ao Leste e Senador José Porfírio ao Oeste do estado, estando a uma distância de 485 km da capital, Belém (Marabá, s/d).
Após coletadas, todas as amostras seguiram para o Laboratório de Física Aplicada à Farmácia (LAFFA), da UFPA, sendo mantidas em temperatura ambiente e no seu próprio recipiente, sob o abrigo da luz direta até a realização das análises físico-químicas.
3.2 Análises Físico-Químicas das Amostras de Mel
As dez análises físico-químicas realizadas em todas as vinte amostras de mel, em triplicata, seguiram metodologias oficiais já estabelecidas na literatura da área (AOAC, 2000; Brasil, 2000; Cecchi, 2003; Adolfo Lutz, 2008).
A umidade, o teor de sólidos solúveis totais (SST) e a densidade das amostras de mel foram avaliados através do método refratométrico, onde se utilizou um refratômetro portátil da marca INSTRUTHERM, modelo ART-90, específico para méis, tendo sido depositadas 3 gotas de cada uma das amostras sobre o prisma do aparelho, e realizada a leitura em cada uma das três escalas internas ao aparelho. A umidade foi lida em escala que varia de 12 a 27%, com intervalo de 1%; já o SST foi medido na escala que oscila entre 58º a 90º Brix, em intervalos de 0,5º Brix; e a densidade na escala em graus Baumé, que através da equação (1) fornece a densidade do produto. Nesta equação se tem que d é a densidade e ºBe é o valor de graus Baumé lido diretamente no refratômetro.
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A condutividade elétrica (CE) e do pH foram lidos se utilizando uma solução elaborada com a pesagem de 5,0 g de mel em um Erlenmeyer de 125 mL, que foi diluídos com 75 mL de água destilada, homogeneizada com agitando por 30 minutos e, em seguida, realizada a leitura através da introdução do eletrodo de um condutivímetro portátil modelo AKSO, AK51, previamente calibrado com solução de 143 µS/cm, sendo o valor encontrado lido de forma direta no visor do aparelho, e de um pHmetro de bancada da marca GONDO, modelo PP-206K, previamente calibrando em dois pontos com soluções padrão de pH 4,00 e pH 7,00, e os valores de pH obtidos diretamente no display do aparelho.
A viscosidade foi obtida com a utilização de viscosímetros do tipo Copos Ford (número 5), da marca NALGON. O copo do aparelho foi preenchido totalmente com a amostra de mel, sendo o excesso retirado, e, então, o seu orifício foi desobstruído, acionando-se imediatamente um cronômetro digital, que foi interrompido assim que o fluxo do mel cessou no orifício do aparelho, sendo o tempo de escoamento anotado em segundos e levado para a equação (2 e 3) fornecida pelo fabricante, onde v é a viscosidade (em cSt) e t é o tempo de escoamento medido em segundos (s).
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Para a determinação da acidez das amostras de mel, foi empregado o método titulométrico, e, para isso, 5,00 g de amostra foram pesados em balança analítica e diluídos com 75 mL de água destilada, sendo a solução resultante titulada com uma solução padronizada 0,01 mol L-1 de NaOH, empregando como indicador a fenolftaleína a 1%. A acidez foi determinada pela equação (4), em que V é o valor em mL de solução de NaOH 0,01mol L-1 gasto na titulação; F é o fator de correção da solução de NaOH 0,01mol L-1; C é a concentração de NaOH e m é a massa da amostra.
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O Ratio foi determinado pela divisão entre o teor de SST e a acidez da amostra. A determinação de cor dos meles, por sua vez, empregou um espectrofotômetro UV-Vis, operando em comprimento de onda de 560 nm, com cubetas de volume igual a 4,5 mL e 1 cm de caminho óptico, além de se usar glicerina pura como referência. Através da leitura direta do visor do equipamento, a absorbância foi registrada e posteriormente transformada para cor do mel, de acordo com a Tabela 1.
Tabela 1. Escala Pfund de cor para mel
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Fonte: Vargas (2004), adaptado.
Os açúcares redutores (AR) foram determinados através do método de Lane-Eynon, tendo sido preparada, para cada uma das amostras, uma solução de mel a 20% (m/v) em um balão volumétrico de 100,0 mL e desta se retirou uma alíquota de 10,0 mL e transferido para outro balão volumétrico de 100,0 mL, completado o volume com água destilada e transferido a solução para uma bureta de 25,0 mL. Foram transferidos 5 mL de cada uma das soluções de Fehling (A e B) para Erlenmeyer de 250,0 mL e adicionado 20,0 mL de água destilada, sendo a solução obtida aquecida até a ebulição. Mantendo a ebulição, foi adicionado uma a duas gotas de solução de azul de metileno a 1% e titulada até a descoloração do indicador, obedecendo o tempo da titulação de até 3 minutos. Os resultados foram encontrados utilizando a equação (5), onde T é o título da solução de Fehling; V é o volume em mL de amostra gasta na titulação; e m é a massa da amostra, expresso em gramas.
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3.3 Análises Estatísticas
A análise descritiva básica para cada uma das dez variáveis analisadas foi executada no programa Excel 2010 e seus resultados expressos em termos de médias e seus respectivos desvios padrões. Testes de Mann-Whitney foram conduzidos em cada variável para investigar a diferença entre as amostras de acordo com a espécie produtora do mel, com um nível de significância de 95%. Uma análise de correlação de Spearman foi conduzida para averiguar a correlação entre as dez variáveis investigadas. As análises estatísticas multivariadas foram executadas para a discriminação das amostras conforme a espécie produtora, tendo sido realizadas as seguintes técnicas: análise de discriminante linear (ADL); a análise de componentes principais (ACP), conduzida com dados padronizados; e a análise hierárquica de agrupamentos (AHA), realizada se considerando distâncias euclidianas e ligações simples e resultados expressos em termos de similaridade entre as amostras, em um dendrograma. O nível de 95 % de significância foi considerado em todo o tratamento estatístico multivariado, sendo todas as técnicas realizadas com o emprego do programa MINITAB 18.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos para as dez variáveis físico-químicas investigadas nas amostras de méis do presente trabalho estão dados na Tabela 2.
Das dez variáveis analisadas no presente estudo, apenas a cor do mel não pode ser considerada como distinta conforme a espécie (abelha europeia e uruçu boca-de-renda), de acordo com o teste Mann-Whitney, considerando-se 95 % de significância.
O pH médio obtido para as amostras de mel de abelhas europeias (Apis mellífera) foi de 3,79. O pH do mel está relacionado à presença de ácidos orgânicos, como o ácido glucônico, que em solução aquosa libera H+. O pH do mel pode indicar as condições de armazenamento e a ocorrência de processos fermentativos, e valores muito baixos podem indicar adulteração por xarope de sacarose. Já segundo Yakubu (2021), os valores de pH para mel de Apis mellífera podem sofrer variações, sendo que o estudo deste autor mostra valores de pH entre 3,84 e 4,23, com uma média de 3,97, média essa próxima a obtida no presente estudo.
Os valores de pH podem se relacionar com a composição floral da área de coleta, influenciado pelo pH do néctar, diferenças na composição do solo e associações de espécies vegetais, sendo que em méis da espécie Apis mellífera, o pH geralmente oscila entre 3,45 e 4,05, mantendo-se abaixo do limite máximo de 4,6 e acima do valor mínimo de 3,30 previstos pela legislação brasileira (Brasil, 2000).
A CE das amostras de mel de abelhas europeias (Apis mellífera) foi de 0,25 mS/cm. A CE do mel está intimamente relacionada com a concentração de sais minerais, orgânicos ácidos e proteínas, sendo que ela apresenta grande variabilidade de acordo com a origem floral, e é tida como um dos melhores parâmetros para diferenciar méis com diferentes origens florais, sendo que o mel puro se caracteriza por uma CE próxima de zero (Yakubu et al., 2021). Estes autores também relatam valores de 0,28 mS/cm para méis puros estudados por eles, o que está perto da média encontrada no presente estudo. A legislação brasileira não estipula limites para a CE de méis, mas a internacional apresenta um máximo de 0,800 mS/cm (CAC, 2001), logo os méis investigados concordam com tal legislação.
Tabela 2. Resultados para as análises físico-químicas dos méis analisados
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Legenda: E = méis de Apis mellífera (abelha europeia) e U = méis de Melipona scutelaris (abelha boca-de-renda). CE = condutividade elétrica; SST = sólidos solúveis totais; AR = açúcares redutores. Valores de p-valor inferiores ao nível de significância (α = 0,050), significa haver diferença significativa (95 %) de acordo com o teste não-paramétrico de Mann Whitney.
Fonte: Os autores (2025).
O SST obtido para as amostras de mel de abelha europeia (Apis mellífera) foi de 78,07º Brix. Este valor está dentro da faixa entre 77,00º Brix e 798,00º Brix, previamente reportada por Pinheiro Almeida dos Santos et al. (2023) em méis paraenses puros de Apis mellífera. É importante salientar que a presente pesquisa foi conduzida com amostras de mel de abelhas Apis mellífera, no estado do Pará, uma região com características climáticas e de flora específicas que podem influenciar na composição do mel. Não há previsão de valores de SST na legislação nacional e nem na internacional.
A umidade média das amostras de mel de Apis mellífera foi de 20,20%, valor que se encontra acima do limite máximo de 20% estabelecido pela legislação brasileira para méis de Apis mellífera (Brasil, 2000). Esse resultado também está de acordo com a faixa de valores encontrada por Gomes et al. (2017) para méis de Apis mellífera, que variou de 12,45 % a 229,25%. No entanto, é importante ressaltar que a umidade do mel pode variar dependendo de diversos fatores, como a região de produção, as condições climáticas e o manejo das colmeias (Albuquerque; Sobrinho; Lins, 2021).
A densidade média obtida para as amostras de mel de Apis mellífera foi de 1,41 g/mL. A densidade pode variar dependendo de diversos fatores, como a origem floral, o teor de umidade e a temperatura. No entanto, o valor de 1,41 g/mL mencionado para o mel de Apis mellífera é um pouco elevado se comparado com a literatura científica (Albuquerque; Sobrinho; Lins, 2021, 2021). Destaca-se que Pinheiro Almeida dos Santos et al. (2023) encontraram uma média de 1,398 g/mL para densidades de méis puros de abelhas europeias criadas no Pará, o que é inferior ao presente resultado.
Todas as amostras de mel de Apis mellífera apresentaram uma cor do tipo âmbar. Evangelista et al. (2005) destacam que a coloração âmbar no mel de Apis mellífera é um atributo complexo, influenciado por múltiplos fatores que abrangem desde a origem floral específica do néctar coletado pelas abelhas, até as práticas de processamento e o tempo de armazenamento a que o mel é submetido. A presença de compostos como pigmentos carotenoides e flavonoides, juntamente com minerais, contribui para a tonalidade âmbar, que pode variar em intensidade e nuances.
A acidez obtida para a amostra de mel de Apis mellífera foi de 35,69 mEg/kg, o que indica que, em média, as amostras de mel estão dentro do limite permitido pela legislação brasileira que estabelece um valor máximo de 40 mEq/kg. Todavia o resultado obtido é maior que o valor de 15,98 mEg/kg obtido por Pinheiro Almeida dos Santos et al. (2023) em méis paraenses puros de abelhas europeias.
O Ratio médio obtido para as amostras de mel de abelha Apis mellífera foi de 2,21, indicando uma proporção de glicose significativamente superior à de frutose, o que, consequentemente, sugere uma predominância da doçura sobre a acidez, em consonância com os dados de Böhlke (2006). Este resultado sugere que o mel em questão possui uma tendência à cristalização mais rápida, visto que a glicose tende a se solidificar mais facilmente do que a frutose. Contudo, é crucial frisar que o ratio isoladamente não define a qualidade do mel, sendo apenas um dos parâmetros analisados.
O teor médio de AR obtido para as amostras de mel de Apis mellífera foi de 48,13%. Este valor encontra-se abaixo da faixa entre 62,62 % e 70,90 % segundo Brasil (2000), como parâmetros para o mel de abelha de Apis mellífera. Todavia, Gomes et al. (2017) obtiveram valores entre 29,70 % e 79,69 % em méis paraenses da mesma espécie, sendo que esses autores afirmam que uma variação de AR pode ser devida a diversos fatores, entre tais fatores se tem “origens florais do néctar, colheita prematura do mel (uma vez que a sacarose não foi totalmente convertida em glicose e frutose) ou mesmo pela adulteração dos méis pela adição de açúcares não redutores entre outros compostos”.
A viscosidade média do mel da espécie Apis mellífera (5.480,94 cSt) é comparável com a média de 5.357,08 cSt encontrada por Pinheiro Almeida dos Santos et al. (2023) em méis paraenses puros de abelhas europeias.
O pH médio obtida para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 3,95, que está dentro da faixa de valores entre 3,05 e 4,02 obtida por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021) em seus estudos com méis de abelha uruçu boca-de-renda oriundos do Estado do Acre e a faixa entre 3,68 e 4,16, obtida por Silva (2018) para méis de uruçu boca-de-renda do Estado do Amazonas.
Segundo Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021) o valor de pH do mel “é influenciado pela origem botânica, sendo geralmente inferior a 4,0 para o mel de origem floral e superior a 4,5 para o mel de melato”. Desta forma, as amostras de mel analisadas, de ambas as espécies, podem ser consideradas de mel floral.
A CE média obtida para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 0,07 mS/cm, valor esse muito inferior a faixa de valores entre 0,288 mS/cm e 0,725 mS/cm, obtida por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021), e valores entre 0,207 mS/cm e 0,550 mS/cm encontrados por Silva (2018). Além disso, essa média corresponde apenas 28 % do valor obtido para os méis de Apis mellífera.
Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021) alertam que a CE “é influenciada pelos açúcares e pelo conteúdo de cinzas, sendo também um bom critério para a identificação da origem floral do mel, os méis com diferentes origens florais apresentam resultados diferentes” Além disso, os mesmos autores dizem que quando o mel é de melato ele apresenta um valor de CE elevada, mas quando são méis monoflorais eles têm valores inferiores. Desta forma os valores de CE reforçam o que se deduziu pelo valor de pH, ou seja, a origem floral das amostras dos méis investigados.
O teor médio de SST obtido para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 71,95º Brix, valor esse inferior ao intervalo entre 91,5º Brix e 99,3º Brix obtido por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021), mas dentro do intervalo entre 67,50 % e 77,50 % obtido por Oliveira et al. (2019), que estudaram méis de abelhas sem ferrão de Óbidos, no Pará. Já em comparação com os valores obtidos para a espécie europeia, o SST médio das abelhas uruçu apresentam 92,16 % do valor médio da espécie europeia, ou seja, apresentam menos AR.
A umidade média das amostras de mel da abelha uruçu boca-de-renda foi de 26,33 %, sendo próxima a média de 27,0 % encontrado por Souza et al. (2004) para méis dessa espécie provenientes de Itacoatiara, no Amazonas, e superior a faixa de valores entre 14,10 % e 21,42 % obtida por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021), mas dentro da faixa entre 24,27 % a 44,73 % obtida por Silva (2028). Destaca-se ainda que a umidade média obtida é inferior a 25 %, valor estabelecido como sendo o máximo aceitável para méis de Melíponas (Villas-Bôas; Malaspina, 2005).
A densidade média obtida para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 1,359 g/mL, sendo inferior à densidade média correspondente das amostras de abelha europeia (1,401 g/mL).
Todas as amostras de mel de uruçu boca-de-renda apresentaram uma cor do tipo âmbar. Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021) obtiveram cores para suas amostras de mel que foram: branco (50 % das amostras), âmbar extra claro (37 % das amostras) e âmbar (13 % das amostras).
A acidez média obtida para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 35,69 %, superior ao intervalo entre 0,35 % e 1,02 % encontrado por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021). Parpinelli (2016) destaca que valores mais elevados de acidez em mel podem ser resultantes de processos fermentativos causadas por microrganismos que são capazes de transformar os açúcares em álcoois, pela oxidação dos ácidos carboxílicos, sendo que elevados teores de umidade e temperaturas altas, podem ser favoráveis a este tipo de reações químicas.
O Ratio médio obtido para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 3,44, indicando que se sobressai a doçura do mel, medida em termos de seus sólidos solúveis totais, à acidez das amostras, uma vez que o Ratio encontrado é superior a 1,00.
O teor médio de AR obtido para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 58,17 % que se encontra abaixo da faixa entre 62,62 % e 70,90 % encontrada por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021), mas dentro da faixa entre 44,18 % e 69,93 % encontrada por Silva (2018), e é superior ao valor mínimo de 50 % proposto por Villas-Bôas e Malaspina (2005) como parâmetros para o mel de abelha do gênero Melípona. Já em comparação com o teor médio de AR encontrado para a espécie europeia (48,13 %), o mel de uruçu tem 120,86 vezes o teor de AR médio da espécie europeia.
A viscosidade média obtida para as amostras de mel de uruçu boca-de-renda foi de 541,06 cSt, valor este que se encontra contido no intervalo entre 45 cSt e 1283 cSt obtido por Dos Santos, Angulo e Dos Santos (2021), e é menos de apenas 10 % da viscosidade média dos méis da espécie europeia (5.480,94 cSt). Desta forma, os méis da espécie uruçu boca-de-renda são bem mais fluídos que os méis da espécie europeia.
4.2 Resultado da Correlação de Spearman
A execução da análise de correlação de Spearman com os dados das dez variáveis investigadas gerou a Tabela 3 dada a seguir.
Tabela 3. Matriz de correlação de Spearman para as dez variáveis dos méis analisados
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Legenda: Conteúdo da Célula: Rô de Spearman (p-valor). CE = condutividade elétrica; AR = açúcares redutores; SST = sólidos solúveis totais; Visco. = viscosidade; Dens. = densidade; Umi. = umidade. Valores de p-valor < 0,050 indicam haver correlação significativa entre as duas variáveis.
Fonte: Os autores (2025).
A matriz de correlação de Spearman apresentada demonstra a força e a direção da relação entre pares de variáveis. Um valor próximo de 1 indica uma correlação positiva forte (as variáveis tendem a aumentar juntas), um valor próximo de -1 indica uma correlação negativa forte (as variáveis tendem a variar em direções opostas), e um valor próximo de 0 indica uma correlação fraca ou inexistente. Os valores entre parênteses representam o nível de significância (p-valor), indicando a probabilidade de a correlação observada ocorrer por acaso.
Pode-se considerar uma correlação moderada aquela que apresente um rô de Spearman, em módulo, acima de 0,499 e abaixo de 0,700; forte entre 0,700 e 0,899 e muito forte a partir de 0,900.
O pH apresentou correlações significativas, fortes e diretas com as variáveis umidade e Ratio, e indireta com CE, SST, densidade, viscosidade e acidez. Já a CE apresentou correlação significativa, direta e forte com SST, densidade, viscosidade, acidez, e inversa com umidade e ratio, além de uma correlação significativa, moderada e inversa com AR.
Os teores de SST demonstraram relações significativas, fortes e inversas com ratio e AR; fortes e inversas com viscosidade e acidez; e muito forte e inversa com a umidade, e direta com densidade. O teor de SST influenciam na densidade, pois com o aumento de partículas sólidas em solução, uma solução tende a ser mais densa por passar a apresentar mais “matéria” contida no mesmo volume.
A umidade apresentou uma correlação significativa, muito forte e inversa com a densidade, o que era de esperar pois um aumento de água na composição de uma solução, abaixa o valor da densidade. A umidade apresentou uma correlação significativa, forte e direta com o ratio, forte e inversa com a acidez; moderada e direta com o teor de AR e moderada e inversa com a viscosidade. O aumento da umidade passa a diluir as espécies de caráter ácido contidas em solução, rebaixando a acidez do meio.
A densidade apresentou correlação significativa, forte e direta com a viscosidade e a acidez, e forte e inversa com o ratio, além de moderada e inversa com o teor de AR. Ao passo que a viscosidade apresentou correlação significativa, forte e inversa com o ratio, mas direta com a acidez, além de moderada e inversa com o teor de AR.
A acidez apresentou correlação significativa, muito forte e inversa com o ratio, e moderada e inversa com o teor de AR. Em termos de ratio, a acidez é o termo divisor da sua expressão, o que justifica o caráter inverso da correlação entre ratio e a acidez. Por fim, o teor de AR e o ratio apresentaram correlação moderada e direta entre si.
Destaca-se que a variável cor do mel (em termos de correlação, representada pelos valores de absorbância e não o rótulo qualitativo) não apresentou correlação significativa com nenhuma outra variável.
4.3 Resultados das Análises Estatísticas Multivariadas
A aplicação da técnica de análise de discriminante linear (ADL) aplicada aos dados das dez variáveis, considerando-se as duas espécies de abelhas, gerou os resultados expressos nas Tabelas 4 e 5.
Tabela 4. Sumário de classificação das amostras de mel de acordo com a espécie
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Legenda: E = amostras de mel de abelhas europeias; U = amostras de mel de uruçu boca-de-renda.
Fonte: Os autores (2025).
Tabela 5. Função de discriminante linear para os dois grupos
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Legenda: E = amostras de mel de abelhas europeias; U = amostras de mel de uruçu boca-de-renda. CE = condutividade elétrica; AR = açúcares redutores; SST = sólidos solúveis totais.
Fonte: Os autores (2025).
As Tabelas 4 e 5 apresentam os resultados da ADL, uma técnica estatística que busca encontrar a combinação linear de variáveis que melhor separa diferentes grupos. No caso, os grupos são grupos de méis elaborados por espécies de abelhas diferentes.
A Tabela 4 faz um resumo da classificação das amostras conforme a espécie produtora, sendo que a taxa de acerto indica a proporção de amostras que foram corretamente classificadas no grupo a que pertencem. Percebe-se que houve 100 % de classificação correta das amostras analisadas. Já a Tabela 5 apresenta os coeficientes da função discriminante para as amostras de mel das duas espécies. Esses coeficientes indicam a importância de cada variável na separação dos grupos. A variável que mais contribui para as equações de LDA é a densidade e a que menos contribuiu foi a viscosidade.
A ACP é outra técnica estatística que busca reduzir a dimensionalidade dos dados, ou seja, transformar um conjunto de variáveis em um número menor de componentes que capturem a maior parte da variabilidade dos dados, sendo que o gráfico da ACP mostra a distribuição das amostras nos dois primeiros componentes principais (Machado; de Campos, 2023). A aplicação da técnica de ACP aos dados das variáveis dos dois grupos de amostras (Tabela 2) gerou o gráfico contido na Figura 5 que representa a relação entre os dois primeiros componentes principais geradas pela técnica empregada.
Figura 5. Gráfico dos dois primeiros componentes principais
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Legenda: Amostras de E1 a E10 são méis de abelha europeia (Apis mellífera) e as amostras U1 a U10 são méis de abelha uruçu boca-de-renda (Melipona seminigra).
Fonte: Os autores (2025).
Analisando a Figura 5, se percebe de modo claro a formação de dois grupos de amostras, sendo um formado exclusivamente pelas amostras de mel de abelha uruçu boca-de-renda (amostras U), localizado de modo disperso no lado esquerdo do gráfico, nos 2º e 3º quadrantes, e um segundo grupo menos disperso, formado somente pelas amostras de mel de abelha europeia (amostras E), localizado à direita do gráfico, ocupando o 1º e 4º quadrantes. Como os dois primeiros componentes principais (CPs) juntos explicam 93,8 % (Figura 5) do modelo de separação, estes dois CPs são suficientes para as análises, estando suas equações apresentadas no sistema de equações apresentadas na Tabela 6.
Tabela 6. Resultados das autoanálises (autovalores e autovetores
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Legenda: CE = condutividade elétrica; AR = açúcares redutores; SST = sólidos solúveis totais. Apresentados apenas os sete primeiros componentes, pois a porcentagem de explicação dos demais foi de 0 %.
Fonte: Os autores (2025).
Através dos valores expostos na Tabela 6 pode-se perceber que oito das dez variáveis estudadas contribuíram com pesos semelhantes (em módulo, entre 0,312 e 0,345) para a separação das amostras em dois grupos distintos, de acordo com a espécie produtora do mel, e as variáveis AR e cor foram as de menor contribuição, mas não são desprezíveis. Já a formação do 2º CP foi mais influenciado por apenas duas variáveis: cor (peso de 0,802) e AR (peso de -0,595), sendo, então, as variáveis que mais dispersaram as amostras dentro de seus respectivos grupos, o que foi mais acentuado no grupo formado pelas amostras de mel de uruçu boca-de-renda.
A aplicação da técnica de AHA aos dados das variáveis dos grupos de amostras, correspondentes aos méis duas espécies de abelhas (Tabela 2), considerando a padronização dos dados, distâncias euclidianas e ligações completas entre amostras, gerou o dendrograma contido na Figura 6 que representa a relação de similaridade entre todas dez amostras investigadas.
Figura 6. Dendrograma para as vinte amostras de mel estudadas
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Legenda: Amostras de E1 a E10 são méis da espécie europeia e as amostras U1 a U10 são méis da espécie uruçu boca-de-renda.
No dendrograma se observa que as amostras de mel de abelha europeia (amostras E) e as amostras de mel de abelha uruçu boca-de-renda (amostras U), apresentam uma similaridade de 0 % entre si, ou seja, são, do ponto de vistas das dez variáveis utilizadas na técnica, completamente diferentes. Esses resultados concordam cos os resultados obtidos pela técnica de ACP.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A apicultura e a meliponicultura destacam a relevância dessas atividades não apenas para a produção de mel, mas também para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais. Ambas as práticas têm se mostrado promissoras, contribuindo para a diversificação da produção agrícola e a geração de renda, especialmente em regiões como a Amazônia, onde a biodiversidade é rica e as abelhas desempenham um papel crucial na polinização.
Os méis investigados da espécie europeia (Apis mellífera) apresentaram propriedades físico-químicas concordantes com a legislação nacional e/ou internacional e com outros trabalhos similares existentes na literatura. Por sua vez, os méis de uruçu boca-de-renda (Melípona seminigra) também apresentou resultados concordantes com a literatura, mas, para esse tipo de mel, ainda não existe legislação específica. Sendo assim, pode-se que todas as amostras de mel analisadas apresentaram boa qualidade físico-química.
Destaca-se também que quase todos os parâmetros analisados para os méis das duas espécies de abelhas possuem notárias diferenças entre si.
As técnicas analíticas empregadas conseguiram descriminar as amostras de méis de acordo com a espécie produtora.
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1 Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, e-mail: glenda.moreira@ics.ufpa.br
2 Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, e-mail: andressamiranda1508@gmail.com
3 Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, e-mail: gustavovalente701@gmail.com
4 Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, e-mail: maira.lasmar@icsa.ufpa.br
5 Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, e-mail: raphaelifranco5@gmail.com
6 Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, e-mail: adrianafarmavieira@gmail.com.
7 Docente do Curso Superior de Agronomia do Instituto de Ciências Agrárias da UFRA, Campus Belém, Doutor em Química (PPGQ/UFPA). e-mail: ewerton.carvalho@ufra.edu.br
8 Docente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém, Doutor em Química (PPGQ/UFPA). e-mail: ansansil@ufpa.br