PHYSICAL-CHEMICAL EVALUATION OF INDUSTRIALIZED MURUCI PULP (BYRSONIMA CRASSIFÓLIA)
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202502181240
Matheus Ramon Blanco Camarão¹; Marcos Vinicios Pompeu Amaro²; Gilberto Nascimento do Vale³; Suyane de Sousa Ribeiro Guajajara⁴; Rosely Ramos de Carvalho⁵; Ernani de Sousa Lobato Junior⁶; Ricardo Barbosa Bezerra Filho⁷; Jesus de Nazaré Melo Coutinho⁸; Ewerton Carvalho de Souza⁹; Antonio dos Santos Silva¹⁰.
Resumo
A indústria de frutas tem crescido significativamente, impulsionada principalmente pela produção de polpas de frutas congeladas, uma alternativa acessível que possibilita a disponibilidade de frutos tanto na safra quanto na entressafra. Para atender às exigências dos consumidores e da legislação brasileira, as polpas de frutas comercializadas devem apresentar características físicas, químicas e sensoriais similares às da fruta in natura, além de garantir segurança microbiológica. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade físico-química de polpas congeladas de Muruci comercializadas no Pará, além de aplicar técnicas estatísticas para descriminar as polpas. Os resultados obtidos nessa pesquisa demonstraram que as polpas de muruci comercializadas pelas três fábricas paraenses apresentam boa qualidade físico-química, destacando-se pelo pH ácido, que dificulta a proliferação microbiana e contribui para uma maior estabilidade do produto. As técnicas multivariadas aplicadas às variáveis físico-químicas apresentaram alta eficiência na discriminação das amostras de acordo com a fábrica produtora, atingindo 100% de acurácia com a ACP e 93,33% com a AHA. Assim, essas técnicas, especialmente a ACP, podem ser utilizadas para prever a origem das polpas analisadas.
Palavras-chave: Controle de qualidade;Composição Físico-Química; Produto de origem vegetal.
Abstract
The fruit industry has grown significantly, driven mainly by the production of frozen fruit pulps, an affordable alternative that allows the availability of fruits both in season and off-season. To meet consumer demands and Brazilian legislation, commercialized fruit pulps must present physical, chemical and sensory characteristics similar to those of fresh fruit, in addition to ensuring microbiological safety. In this context, the present study aimed to evaluate the physicochemical quality of frozen muruci pulps commercialized in Pará, in addition to applying statistical techniques to discriminate the pulps. The results obtained in this research demonstrated that the muruci pulps commercialized by the three factories in Pará have good physicochemical quality, standing out for their acidic pH, which hinders microbial proliferation and contributes to greater product stability. The multivariate techniques applied to the physicochemical variables showed high efficiency in discriminating the samples according to the producing factory, reaching 100% accuracy with PCA and 93.33% with AHA. Thus, these techniques, especially PCA, can be used to predict the origin of the pulps analyzed.
Keywords: Quality control; Physico-Chemical composition; Product of plant origin.
1. INTRODUÇÃO
O murici (Byrsonima ssp., Malpighiaceae) é um fruto do Cerrado consumido principalmente in natura, sendo encontrado de dezembro a março, nas regiões serranas do Sudeste, nos cerrados de Mato Grosso e Goiás e no litoral do Norte e Nordeste do Brasil. Quando maduro, apresenta-se amarelado, com diâmetro de 1,5 cm a 2 cm e um forte odor semelhante a queijo rançoso (Rezende; Fraga, 2003; Alves; Franco, 2003).
As frutas são utilizadas como matéria-prima para a elaboração de diferentes produtos alimentícios, dentre os quais sucos, refrescos, geleias, sorvetes e doces (Santos et al., 2004). Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a polpa de fruta pode ser definida como “produto” não fermentado, não concentrado, não diluído, obtido pelo esmagamento de frutas polposas mediante processo tecnológico adequado, com teor mínimo de sólidos totais provenientes da parte comestível do fruto (Brasil, 2000).
Quando maduro, o muruci possui a casca e a polpa suculenta, com coloração amarelo intenso, sabor adocicado e cheiro característico. A polpa é carnosa e macia, podendo ser consumida in natura ou sob a forma de sucos, geleias, sorvetes e licores (Alves; Franco, 2003).
Segundo a legislação nacional, que estabelece os parâmetros de qualidade de polpas de frutas, a polpa de murici “é o produto definido no Art. 19 do Decreto nº 6.871/2009, obtido da parte comestível do murici (Byrsonims crassifólia L.), por meio de processo tecnológico adequado”, e que deve obedecer as seguintes características e composição (valores mínimos): Sólidos solúveis, em ° Brix, a 20° C, valor de 4,40; Sólidos Totais (g/100 g) de 4,90; pH de 2,80; Acidez Total expressa em ácido cítrico (g/100 g) de 2,45; e Ácido ascórbico (mg/100g) de 7,30 (Brasil, 2016).
Além disso, o muruci representa uma boa fonte de energia, lipídios, fibras alimentares, cálcio (Silva et al., 2008) e vitamina C (84 mg/100 g) (Vieira et al., 2010). Estudos mostram que o muruci também possui componentes antioxidantes, como os compostos fenólicos e os carotenoides (Barreto; Bernassi; Mercadante, 2009). Pode ser considerada uma boa fonte de energia por conter elevado teor de gordura, fornecendo ainda, ferro, fibras e vitamina C (Garritano et al., 2010).
Dessa maneira, devido às qualidades nutricionais do murici, Monteiro e Pires (2016) recomendam que a polpa seja processada e adicionada a outros produtos alimentícios, contribuindo para o enriquecimento de alimentos deficientes em fibras e minerais.
Nesse sentido, essa pesquisa teve como objetivo avaliar parâmetros físico-químicos de polpas industrializadas de muruci (Byrsonima crassifólia) oriundas de 3 fábricas paraenses e descriminalizá-las através do emprego de técnicas multivariadas.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A Amazônia e sua Biodiversidade
O Bioma Amazônico abrange uma área de 4.196.943 km2, o que vem a ser mais de 40 % do território brasileiro (Figura 1 (a)), sendo constituído majoritariamente por floresta tropica (IBF, 2024). Além do Brasil, esse imenso bioma se estende por outros países da América do Sul: Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa (França), Bolívia, Peru e Equador (Figura 1 (b)) (Garcia, 2023). Em território brasileiro, ela se estende pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e parte do território do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins (IBF, 2024).
Figura 1. Biomas do Brasil, com destaque para o amazônico
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Vale ressaltar ainda que a Amazônia é composta por diferentes ecossistemas: florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras (IBF, 2024).
Werlang (2019) destaca que o Brasil apresenta a maior biodiversidade amazônica, onde são encontradas mais de 40.000 espécies de plantas, sendo que 75% dessas espécies são endêmicas. Além disso, as espécies de frutíferas nativas de tal região fazem com que o Brasil seja considerado o segundo lugar em ocorrência de espécies frutíferas tropicais, ficando atrás apenas do sudeste asiático.
Observa-se que informações sobre propriedades químicas e físico-químicas de frutas da Amazônia ainda são escassas na literatura, apesar da importância social e econômicas dessas espécies vegetais.
2.2 O Murici
O murici (Byrsonima crassifolia L.) é uma árvore frutífera (Figura 2) que faz parte da família Malpighiaceae, sendo amplamente consumido pela população tanto como alimento ou como agente terapêutico (Gusmão et al., 2006), sendo uma espécie considerada como nativa mas não endêmica do Brasil, que se desenvolve do México até a Bolívia e Paraguai, e, no Brasil, é encontrada nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2024). O muricizeiro apresenta uma altura entre 2 m e 6 m, um tronco tortuoso com diâmetro entre 15 cm e 25 cm, casca espessa, rica em taninos, muito empregada como cicatrizante e anti-inflamatório, folhas simples que se concentram em direção à extremidade dos ramos, flores com cinco pétalas amarelas, reunidas em racimos alongados, com cerca de 12 cm de comprimento (Carvalho; Do Nascimento 2016; Araújo et al., 2018).
Figura 2. Árvores e flores de muricizeiro
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O fruto maduro de murici apresenta casca e polpa suculenta (geralmente consumidas juntas, ou seja, sem descascar o fruto), de cor amarelo intenso (Figura 3), sabor adocicado e cheiro típico. Além disso, sua polpa, que é carnosa e macia, costuma ser consumida in natura ou sob a forma de sucos, geleias, sorvetes e licores (Alves; Franco, 2003), sendo, também, uma fonte rica em energia, lipídios, fibras alimentares, cálcio e vitamina C, compostos antioxidantes (compostos fenólicos e carotenoides) (Silva et al., 2008; Barreto; Bernassi; Mercadante, 2009; Vieira et al., 2010).
Figura 3. Frutos de muruci ou murici
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Yahia (2010) destaca que realizar a caracterização físico-química de frutos murici é necessário para que se tenha um melhor conhecimento do seu potencial valor nutritivo e funcional, o que pode agregar valor e qualidade ao produto final, ou seja, as polpas de murici.
3. METODOLOGIA
3.1 Aquisição das Amostras de Polpas de Muruci
Foram adquiridas 15 amostras de polpa de muruci (200 g cada) oriundas de três indústrias diferentes, identificadas como A, B e C. De cada indústria, foram coletadas cinco amostras independentes, totalizando cinco unidades por indústria. Sendo obtidas no município de Belém do Pará, em redes de supermercados, pertencentes a lotes de fabricação distintos. Em seguida, foram levadas ao Laboratório de Física Aplicada à Farmácia (LAFFA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde foram colocadas em potes plásticos previamente higienizados, e, então foram armazenados em geladeira, sob refrigeração, até o momento da caracterização físico-química.
3.2 Análises Físico-Químicas das Polpas de Muruci
As análises físico-químicas nas polpas de muruci foram realizadas no Laboratório de Física Aplicada à Farmácia (LAFFA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e seguiram metodologias oficiais de análises (Adolfo Lutz, 2008).
A densidade pode ser conferida através da razão entre massa e o volume onde esta função está vinculada a compreensão e o empacotamento, de forma que, quanto maior for o empacotamento dos átomos, maior será a densidade da substância (Cecchi, 2003). Para a determinação da densidade da polpa, pesou-se a quantidade de polpa de muruci inserida em uma proveta de 10 mL, previamente tarada, e a densidade foi determinada pela divisão da massa lida na balança analítica e o volume por ela ocupado na proveta.
Para a medição do pH e da CE, foram diluídos 2 g de cada amostra com 30 mL de água destilada, agitando-se bem por 30 minutos para se obter uma solução homogênea. Após ter-se uma solução homogênea, foi colocado o eletrodo de um pHmetro portátil, previamente calibrado com tampões de pH 4,0 e 7,0, diretamente na solução preparada e foi feito a determinação do pH diretamente no visor do aparelho. Depois, inseriu-se o eletrodo de um condutivímetro, previamente calibrado com solução de 14,3 μS/cm, diretamente na solução de polpa de muruci e a leitura de CE se deu através do visor do aparelho.
Para ser feito a determinação de SST foi utilizado um refratômetro portátil (ATAGO 090) sendo adicionado de uma a duas gotas da polpa no prisma deste aparelho e o resultado sendo mostrado em graus Brix, diretamente da escala interna do instrumento.
Para a determinação de acidez, pesou-se 2 g da amostra em um Erlenmeyer de 125 mL, com a ajuda de uma balança analítica, e, em seguida diluiu-se com 30 mL de água destilada e adicionou-se 5 gotas do indicador fenolftaleína à 1%. Titulou-se com solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol/L, o que se realizou em agitação constante, até presença da coloração levemente rósea persistente por 30 segundos. A acidez foi determinada pela equação (1), onde m é a massa da polpa pesada, V é o volume de hidróxido consumido na titulação, f é o fator de correção da solução de hidróxido de sódio, C é a concentração da solução de hidróxido de sódio empregada.
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O Ratio foi determinado pela divisão do SST pela acidez de cada amostra.
As análises de umidades das amostras foram executadas através do método gravimétrico, onde 2 g de polpa foram pesados em caçarolas previamente taradas e conjunto foi levado para aquecimento em estufa a 105º C até massa constante, sendo feita nova pesagem após o resfriamento em dessecador das amostras. A determinação da umidade foi obtida através da equação (2), onde mcac. é a massa da caçarola vazia, mini. é a massa de polpa inicialmente pesada e mfin. é a massa pesada no final do processo de secagem.
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As análises de açúcares redutores (AR) das amostras foram realizadas através do emprego do método de Fehling, onde 5 mL de solução de Fehling A foram misturados com 5 mL de solução de Fehling B e mais 10 mL de água destilada, sendo a mistura titulada a quente com uma solução previamente preparada da polpa de muruci, a partir da dissolução de 10 g de polpa em 100 mL de água destilada e subsequente diluição de 5 mL dessa solução para 100 mL. Então, o teor de AR foi obtido através da equação (3), onde T é o título da solução de Fehling; V é o volume em mL de amostra gasta na titulação; e m é a massa da amostra de polpa de muruci, expresso em gramas.
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Para a determinação de turbidez da polpa de muruci, uma solução homogênea foi preparada com a diluição de 2 g de muruci em 100 mL, sendo uma alíquota de 10 mL dessa solução levada para a cubeta de um turbidímetro da marca Policontrol, modelo T1000, e o resultado lido diretamente no visor do aparelho.
3.3 Análises Estatísticas Realizadas
As análises estatísticas descritivas básicas para cada variável, assim como a análise estatística comparativa entre os três grupamentos de polpas (ANOVA seguida de teste t de Tukey) foram executadas, respectivamente, através do programa Excel 2020 e MINITAB 18. As análises multivariadas foram aplicadas com o emprego do programa MINITB 18 buscando discriminação das amostras de acordo com sua origem (fábrica produtora), tendo sido realizadas as análises de componentes principais (ACP) e hierárquica de agrupamentos (AHA).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Análises Físico-Químicas das Polpas
Segundo Carvalho e do Nascimento (2016) “a caracterização físico-química dos frutos e a quantificação de componentes bioativos são importantes para o conhecimento do valor nutricional e funcional do murici e do ponto de vista comercial, para agregar valor e qualidade ao produto”. A Tabela 1 traz os resultados para os testes físico-químicos das amostras de polpa de muruci, sendo apresentados valores médios e seus desvios padrões.
Tabela 1. Resultados das variáveis físico-químicas encontrados para a Polpa A
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Fonte: Autores (2025).
No presente estudo, a CE média da polpa A foi de 3,34 mS/cm, da polpa B foi de 0,50 mS/cm e da polpa C foi de 0,56 mS/cm, não havendo diferença significativa entre as polpas das marcas B e C. Não foram encontrados resultados para esse parâmetro na literatura, em polpas de muruci e este parâmetro não é abordado na legislação nacional. De acordo com Silva et al. (2014), no estudo de avaliação de polpa de bacuri, foi encontrado um CE médio de 0,34 mS/cm, resultado inferior ao da polpa da fabricante A. Este parâmetro analisa a condutividade elétrica de uma solução averiguando sua capacidade em conduzir corrente elétrica, uma vez que esta condução é proporcionada pela quantidade de sais presente na amostra, por tanto, quanto maior for a quantidade de sais presentes, maior será o valor de condutividade elétrica desta amostra (Brandão; Lima, 2002).
Em relação ao pH, os valores médios encontrados foram de 3,19 (A); 2,95 (B); 3,03 (C). Os resultados das três fabricantes estão abaixo do estudo reportado por Canuto (2010) em que o pH foi de 3,70 (obtidas no estado de Roraima). Assim como do estudo realizado por Arruda et al. (2013) para testagem da polpa de muruci na produção de cerveja artesanal, com o pH de 3,25. Já Monteiro et al. (2015) obtiveram um pH de 3,20 nas polpas de muruci. Os resultados obtidos no presente trabalho estão dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na portaria N° 94, de 30 de agosto de 2016, que estabelece um pH mínimo de 2,80 e nenhum valor máximo. Destaca-se ainda que um valor baixo de pH se constitui em um fator de proteção do produto frente a ação de microrganismos que apresentam dificuldades de sobreviver em meios muito ácidos (abaixo de pH 4) (Brasil et al., 2016).
Os resultados obtidos para a acidez das polpas foram: 6,14 % (A); 8,31 % (B); 8,23 % (C), sendo os valores da polpa A e da B significativamente próximos entre si. No estudo realizado por Silva e Costa (2012), na extração feita do óleo de muruci proveniente do município de Imperatriz no Maranhão, foi mostrado a acidez de 3,26 % da polpa de murici, sendo assim, resultado inferior ao obtido nas polpas analisadas. No estudo realizado por Mouchreck et al. (2016), para avaliar a qualidade microbiológica e capacidade antioxidante de polpas, foi obtido 11,50 % de acidez da polpa de murici, assim valor superior as polpas analisadas.
O valor médio obtido para os SST foi de 4º Brix em todas as amostras (A, B e C). Cardoso (2021) encontrou resultados para SST 14,45º Brix, mostrando-se superiores aos valores encontrados nas polpas investigadas no presente estudo, assim como de outros autores, como de Alves et al. (2020), Da Conceição Souza et al. (2019) e De Souza et al. (2020) nos seus estudos encontraram 5,56º Brix, 10,57º Brix e 4,20º Brix, respectivamente. Em relação a Instrução Normativa nº 37, de 1º de outubro de 2018 e Portaria nº 58, de 30 de agosto de 2016 o valor mínimo de sólidos solúveis totais é de 4,4º Brix, sendo assim o valor obtido na polpa A não atende o mínimo preconizado na legislação.
O ratio médio para as polpas foram de 0,65 (A); 0,48 (B); e 0,49 (C), não havendo diferença significativa entre as polpas B e C, valores esses inferiores a faixa entre 6,76 e 18,02 encontrada por Carvalho e do Nascimento (2016), para frutos in natura de muruci. O Ratio é determinado através da razão entre o teor de SST e acidez total titulável do produto, sendo que as polpas de industrializadas muruci apresentaram um valor muito pequeno de Ratio, indicando um baixo grau de doçura. Morgado et al. (2019) e Barros et al. (2020), dizem que tal variável é capaz de indicar o grau de maturação do fruto, pois no decorrer do tempo de armazenamento é observado um acréscimo no grau de doçura do produto. Além disso, Chitarra e Chitarra (2005) destacam que o Ratio “proporciona uma boa avaliação do sabor dos frutos, sendo mais representativa do que a medição isolada de açúcares e acidez”.
Os resultados médios para densidade foram de: 1,27 g/mL (A); 1,16 g/mL (B); 1,18 g/mL (C). Bizinoto (2017), em desenvolvimento do fermentado alcóolico de murici, relatou densidade de 1,07 g/mL, resultado inferior ao estudo realizado nesta pesquisa. E segundo Crowe et al. (2004) a diversificação da densidade, é explicada pelo conteúdo de água, gorduras, açúcares e fibras presentes nesses alimentos.
Os valores médios encontrados para turbidez das polpas foram de 111,20 UNT (A); 491,73 UNT (B) e 204,26 UNT(C). No estudo realizado por Silva (2020), cervejas adicionadas de polpa apresentaram grandes turbidezes, entre 274,66 UNT e 789,00 UNT. Não há valores legais, no Brasil, para turbidez e nem relatos na literatura da área para polpa de muruci.
Os valores médios para os teores de AR foram de 18,21 % (A); 16,14 % (B) e 17,36 % (C). Valores muito superiores aos 0,60 % encontrado por Arruda, Júnior Pereira e Goulart (2013). Ferreira et al. (2009) afirma que o teor de AR em uma fruta é um fator intrinsicamente relacionado com o genótipo, ambiente e manejo de cultivo, sendo, além disso, um parâmetro importante na produção de frutos destinados à indústria de sucos, pois permite melhor rendimento no processamento. Já conforme Benevides et al. (2008), maiores teores de AR (glicose e frutose) nos frutos, levam ao fato destes serem mais preferidos para o consumo in natura e para a industrialização, uma vez que maiores teores de AR levam a uma maior doçura da fruta.
Os teores médios de umidade nas polpas de muruci foram de 89,99 % (A); 91,04% (B) e 90,00 % (C), que são superiores à média de 84,90 % encontrado por Arruda, Júnior Pereira e Goulart (2013) e a faixa entre 75,46 % e 79,91 % encontrada por Carvalho e do Nascimento (2016) em frutos de cinco diferentes genótipos de muruci.
4.2 Resultados da Estatística Multivariada
A aplicação da técnica multivariada de análise de componentes principais (ACP) aos dados das sete variáveis que apresentaram diferenças significativas conforme a fábrica da polpa gerou o gráfico presente na Figura 4, bem como os dados da Tabela 2 que traz as contribuições de cada variável empregada na ACP para a formação das sete componentes principais.
Figura 4. Gráfico dos dois primeiros componentes principais
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Fonte: Os autores (2024).
Formaram-se três agrupamentos de amostras, cada um com amostras de somente uma marca, sendo assim, a técnica de ACP foi capaz de discriminar as amostras de acordo com a fábrica. Os dois primeiros componentes principais juntos foram capazes de explicar 79,50 % da variação dos dados. Na formação do primeiro componente principal, as variáveis de maior peso foram a densidade (0,457), a CE (0,442) e a turbidez (-0,417), todavia as demais variáveis apresentaram pesos consideráveis, não sendo indicado a remoção delas do modelo preditivo obtido. Desta forma, as variáveis densidade, CE e turbidez foram as três principais variáveis separadoras das amostras em três agrupamentos. Em termos de segundo componente principal, a umidade foi a variável de maior peso (-0,681), logo esta variável foi a que mais contribuiu para a dispersão dentro dos três grupos formados.
Tabela 2. Autovetores formadores das componentes principais
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A aplicação da técnica multivariada de análise hierárquica de agrupamentos (AHA), considerando dados padronizados, distâncias euclidianas ligações simples, gerou o dendrograma da Figura 5.
Figura 5. Dendrograma para as amostras de polpas de muruci
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Houve a formação de três agrupamentos, sendo o primeiro, à esquerda, formado pelas quinze amostras da fábrica A, apresentando total não semelhança com os outros dois grupos (similaridade 0%). Um agrupamento formado por doze das quinze amostras da fábrica B, que apresentou apenas 7,29 % de similaridade com o terceiro agrupamento formado à direita do dendrograma, o qual contém as quinze amostras de polpas da fábrica A e um subgrupo de três amostras de polpas da marca B, com 47,27 % de similaridade com as demais amostras desse grupo. Assim sendo, a técnica de AHA conseguiu uma separação de 42 das 45 amostras (93,33 %), sendo uma boa porcentagem de separação.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As polpas de muruci comercializadas pelas três fábricas paraenses mostram boa qualidade físico-química, principalmente em termos de pH que indicou ser polpas ácidas que dificultam a proliferação microbiana no produto, garantindo uma maior estabilidade dessas polpas.
As técnicas multivariadas aplicadas às variáveis físico-químicas conseguiram discriminar em 100 % (ACP) e 93,33 % (AHA) as amostras conforme a fábrica produtora, logo se pode utilizar destas técnicas, especialmente a ACP, para previsão de origem de tais polpas.
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¹Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: matheusramon93@gmail.com
²Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: marcos.amaro@ics.ufpa.br
³Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: gilberto.vale@ics.ufpa.br
⁴Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: suyanedesousaa@gmail.com
⁵Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: roseamanaye@gmail.com
⁶Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: ernani.junior@ics.ufpa.br
⁷Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: ricardobbf10@gmail.com
⁸Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. E-mail: jesus.coutinho@ifch.ufpa.br
⁹Docente do Curso Superior de Agronomia do Instituto de Ciências Agrárias da UFRA, Campus Belém. Doutor em Química (PPGQ/UFPA). E-mail: ewerton.carvalho@ufra.edu.br
¹⁰Docente do Curso Superior de Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA, Campus Belém. Doutor em Química (PPGQ/UFPA). E-mail: ansansil@ufpa.br