ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS NO CUIDADO COM PELE LESIONADA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th1025021459


Luciane Ciunek


RESUMO

A função primária da pele é construir uma camada córnea eficiente, protetora e semipermeável que possibilita nossa sobrevivência no ambiente em que vivemos. Esta barreira impede tanto a perda de fluidos corporais como a entrada de elementos nocivos no corpo. A Enfermagem Dermoestética nasceu com o propósito de identificar e englobar todas as atividades de enfermagem que visam cuidar da pele e seus anexos e assim delimitar seu conteúdo de competência. É essencial que a causa de uma lesão cutânea seja estabelecida para permitir um planejamento de cuidados eficaz que leve em consideração os fatores de risco envolvidos. O clínico deve avaliar minuciosamente a ferida para determinar a extensão e a profundidade do dano. O enfermeiro atua na prevenção, diagnóstico e tratamento das lesões de pele apresentadas pela população. Realiza abordagem clínica e farmacológica, com autonomia para prescrever medicamentos de uso sistêmico ou tópico e solicitar exames laboratoriais com base em protocolos de saúde. Ainda prescreve planos de cuidados, realiza educação em saúde e identifica diagnósticos de enfermagem individuais e comunitários.

Palavras-Chave: Pele; Cuidado; Lesão; Enfermagem.

1.     INTRODUÇÃO

Uma lesão é um dano ao corpo devido a causas externas ou processos patológicos. As lesões cutâneas são anormalidades que ocorrem na pele , de modo que a pele afetada difere da pele circundante. Pode ser uma pequena abrasão que cicatriza naturalmente em poucos dias ou uma ferida profunda que precisa de cuidados médicos. Na verdade, eles variam de lesões de pele cancerosas que podem ser fatais a pequenas lesões de pele causadas por alergias ou estresse. (MARANGHELLO, 2021)

A Enfermagem Dermoestética nasceu com o propósito de identificar e englobar todas as atividades de enfermagem que visam cuidar da pele e seus anexos e assim delimitar seu conteúdo de competência. Surge em resposta à crescente procura social de cuidados profissionais, tão importante para adaptar a imagem às características e capacidades das pessoas de hoje. (SANTOS; CORDEIRO e MEDEIROS, 2021)

As altas taxas de incidência e prevalência de lesões cutâneas associadas ao cuidado tornaram-se o centro de intervenção de muitas organizações, porém, apesar da insistência, essas taxas mudaram muito pouco. As lesões associadas ao cuidado representam falhas na segurança do paciente, que geram custos econômicos e emocionais como dor, sofrimento e perda da autoestima ou diminuição da qualidade de vida relacionada à saúde.

Vários fatores etiológicos podem produzir lesões cutâneas e é evidente que nos últimos anos tem-se dado mais peso ao estudo das úlceras por pressão (UP), portanto, a maior parte da literatura existente foca na sua prevenção, tratamento e reabilitação. As lesões de pele são definidas de acordo com sua etiologia e os danos que cada uma delas gera. As definições foram aperfeiçoadas ao longo dos anos, sendo as UPs e a Dermatite Associada à Incontinência (DAI) as mais estudadas.

Esse tipo de lesão é considerado um problema de saúde pública em todo o mundo que atinge uma grande proporção de pessoas. Geralmente decorrem de condições específicas de saúde que afetam a mobilidade e geram algum grau de dependência de cuidados, tornando-se objeto de prevenção, tratamento e controle nas instituições de saúde. Alguns estudos revelam que quando os

planos de prevenção são aplicados, a prevalência de lesões de pele como úlceras de pressão diminui. (SCHECK et al, 2019)

2.     DESENVOLVIMENTO

FUNÇÃO FISIOLOGICA DA PELE E LESÕES

O sistema tegumentar é o maior órgão do corpo e forma uma barreira física entre o meio externo e o meio interno, servindo para protegê-lo e mantê-lo em condições ideais. O sistema inclui: epiderme, derme, hipoderme, glândulas associadas, cabelos e unhas. (SANTOS; CORDEIRO e MEDEIROS, 2021)

Além de sua função de barreira, esse sistema desempenha muitas funções complexas, como: regulação da temperatura corporal, manutenção de fluidos celulares, síntese de vitamina D e detecção de estímulos. Os vários componentes deste sistema trabalham juntos para realizar essas funções; por exemplo, a regulação da temperatura corporal ocorre por meio de termorreceptores que levam ao ajuste do fluxo sanguíneo periférico, grau de transpiração e pelos corporais. (MELO et al, 2021)

A pele forma o revestimento externo do ser humano, sem quebras de continuidade, pois nos orifícios naturais, transforma-se progressivamente em mucosa. Representa um de seus órgãos mais importantes. Por um lado, pelo seu tamanho, sendo o maior, pois cobre uma área de cerca de 2 m 2 e pesa 4-5 kg (aproximadamente 6% do peso corporal total); e, por outro, por suas variadas funções que permitem, ao mesmo tempo, separar o organismo do meio externo e facilitar sua comunicação com ele. Embora a pele do recém-nascido possa parecer “madura” com base em sua aparência anatômica, muitas funções fisiológicas da pele sofrerão maturação pós-natal.

Essas competências se desenvolvem e amadurecem ao longo da gravidez e do período neonatal; de tal forma que a pele do recém-nascido pré- termo não é capaz de manter a homeostase ou regular a temperatura e fica muito mais suscetível a infecções. Estudos recentes mostraram como esse desenvolvimento se mantém durante todo o período neonatal, sendo nesta fase a pele muito diferente da do adulto: desenvolvimento deficiente do estrato córneo, junções intercelulares epidérmicas mais fracas, menor produção de sebo, diminuição da coesão entre derme e epiderme , maior perda de água transepidérmica, maior condutância, menor pH da pele, pele muito mais fina e atividade caseinolítica muito maior do que em adultos. (MELO et al, 2021)

A função primária da pele é construir uma camada córnea eficiente, protetora e semipermeável que possibilita nossa sobrevivência no ambiente em que vivemos. Esta barreira impede tanto a perda de fluidos corporais como a entrada de elementos nocivos no corpo (microrganismos, radiação UV, tóxicos…). Para desempenhar eficazmente essas funções protetoras e reguladoras, a pele sintetizará inúmeras proteínas e lipídios, incluídos na composição do estrato córneo, por meio de um complexo processo de diferenciação. (OLIVEIRA et al, 2020)

Imagem 1: Camadas da pele

Fonte: SUS (2021)

Inseparavelmente, devemos considerar os apêndices da pele ou partes ligadas à pele. Além dos cabelos e unhas (apêndices queratinizados), externos e evidentes, na pele, existem outros tipos de apêndices produzidos por invaginações da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas.

Com origem embriológica totalmente diferente: a epiderme é derivada do tecido ectodérmico, enquanto a derme e a hipoderme são derivadas do mesoderme, assim como as células de Langerhans. Por sua vez, a crista neural é responsável pelas terminações nervosas sensoriais e pelos melanócitos que migram em direção à epiderme. (SOARES et al, 2018)

Tem espessura de 0,03 (pálpebra) a 0,12 mm em pele fina e pode chegar a 1,4 mm em pele grossa (palma das palmas). A espessura de cada camada varia de acordo com a área anatômica da qual estamos falando. Desta forma, a epiderme palmar e plantar é a mais espessa, pois incorpora uma camada “extra” chamada de estrato lúcido. (SOUZA e CARVALHO, 2019)

As células-tronco estão presentes em todos os níveis da pele e são fundamentais para entender a fisiologia desse território (5). As características inerentes a essas células auto-renováveis e a capacidade de dar origem a diferentes tipos de células, juntamente com o incrível desenvolvimento da bioengenharia, apresentam um horizonte de possibilidades empolgante. Nesse sentido, as células-tronco da pele têm um atrativo especial, devido ao seu número relativamente alto, proporcional à superfície do corpo, e à sua acessibilidade. (SANTOS; BRANDÃO e CLOS, 2009)

Imagem 2: Classificação global das lesões

Fonte: PUBD (2021)

Podem localizar-se: na camada basal da epiderme interfolicular, onde se diferenciam em queratinócitos; na parte inferior da porção permanente do folículo piloso, são detectados os responsáveis pela sua regeneração; na papila dérmica encontramos células com diferenciação para a linhagem neuronal e mesodérmica; e outros estão localizados nas glândulas sebáceas, infundíbulo e glândulas sudoríparas. Uma lesão de pele é uma parte da pele que tem um crescimento ou aparência anormal em comparação com a pele circundante. (SOARES et al, 2018)

Existem duas categorias de lesões cutâneas: primárias e secundárias. As lesões cutâneas primárias são condições anormais da pele presentes ao nascimento ou adquiridas ao longo da vida. As lesões cutâneas secundárias são o resultado de lesões cutâneas primárias irritadas ou manipuladas. Por exemplo, se alguém coçar uma verruga até sangrar, a lesão resultante, uma crosta, agora é uma lesão cutânea secundária. (AGOSTINHO et al, 2013)

2.1.1      Tipos de lesões de pele

As lesões cutâneas são classificadas levando em consideração diferentes parâmetros, como cor, textura, distribuição ou tipo de lesão. No entanto, em um sentido geral, faz-se referência às lesões primárias e secundárias. (SOUZA e CARVALHO, 2019)

A gestão de feridas e lesões teciduais, objetiva resultados significativos para indivíduos com agravos dermatológicos ou que apresentem riscos para integridade da pele, de modo a selecionar intervenções que promovam a prevenção e a cicatrização de feridas, redução do seu tempo clínico, aumento da qualidade de vida da população, prevenção de novos casos, melhor custo-efetividade e riscos mínimos. Para tanto, é necessária a abordagem avaliativa inicial e contínua fundamentada em uma prática baseada em evidências científicas concisas e de recursos tecnológicos, que sustentem a tomada de decisão clínica adequada e o planejamento efetivo de cuidados. (CAVALCANTE e LIMA, 2012, p.21)

As lesões primárias são aquelas que se formam na pele saudável. Podem ainda ser divididas em lesões com conteúdo sólido ou líquido. As lesões primárias contendo sólidos incluem máculas, placas, pápulas, nódulos, pápulas e tumores. Por outro lado, vesículas, pústulas, cistos e bolhas são classificadas como lesões primárias com conteúdo líquido, podendo ser serosas ou hemáticas. (BASSOLI, 2005)

As lesões secundárias são formadas a partir de uma alteração prévia, de modo que aparecem em uma lesão primária. É o caso das crostas, que são produzidas pela dessecação de uma substância, seja soro, sangue, exsudato ou restos celulares. As úlceras também são classificadas como lesões secundárias, pois são um defeito da pele. (SCHECK et al, 2019)

As escamas, que são decorrentes de um distúrbio no processo de queratinização, e a escara, que é o tecido necrótico que o corpo tenta eliminar, também são consideradas lesões secundárias. A atrofia é outro tipo de lesão secundária em que a pele se torna mais lisa, fina e brilhante, revelando a vascularização subjacente. Se afeta as fibras elásticas, produz as conhecidas estrias. (BASSOLI, 2005)

ENFERMAGEM DERMATOLÓGICA

As lesões, úlceras ou feridas que ocorrem podem afetar não apenas a pele em uma ou mais camadas, mas também o tecido muscular, tendões, nervos e ossos. Uma lesão é representada pela interrupção da continuidade de um tecido corporal, em maior ou menor grau, causada por qualquer tipo de trauma físico, químico, mecânico ou desencadeado por uma condição clínica, que aciona as frentes de defesa orgânica para contra-ataque. (CAVALCANTE e LIMA, 2012)

Uma lesão por pressão é qualquer alteração na integridade da pele como resultado da compressão não aliviada do tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura. É classificado de acordo com o grau de dano observado ao nível do tecido (pele, tecido subcutâneo, músculos, articulações, ossos). A enfermagem com lesões de pele requer atenção especial dos profissionais de saúde, destacando o papel do enfermeiro, que busca novos conhecimentos para subsidiar sua prática. (BRANDÃO; URASAKI e TONOLE, 2020)

Algumas lesões podem se tornar crônicas, cuja incidência vem aumentando gradativamente em todo o mundo, gerando impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, pois causam dor em diferentes níveis, afetam a mobilidade e são repetitivas. A sistematização da assistência a esses pacientes se faz necessária, constituindo a avaliação da ferida, fator determinante para uma terapêutica adequada. O enfermeiro tem papel importante no tratamento das lesões de pele e deve estar sempre em busca de novos conhecimentos, questionando seus conhecimentos técnico-científicos. No entanto, muitas vezes eles têm dificuldade em identificar a fase correta da cicatrização e confundem as características normais e anormais associadas a esse processo. (AGOSTINHO et al, 2013)

Como o profissional de enfermagem está diretamente relacionado ao tratamento de feridas, seja nos serviços de atenção primária, secundária ou terciária, é importante manter a observação contínua dos fatores locais, sistêmicos e externos que condicionam o aparecimento da ferida ou interferem na sua cicatrização. Portanto, é necessária uma visão clínica que conecte alguns pontos importantes que influenciam esse processo, como o controle da patologia de base (hipertensão arterial, diabetes mellitus), os aspectos nutricionais, infecciosos, medicamentosos e, sobretudo, o rigor, qualificação e apoio educacional. É importante destacar uma combinação de curas que serão aplicadas mediante acordo como aspecto e evolução de uma ferida. (MELO et al, 2021)

Após conhecer e realizar os aspectos supracitados, o profissional de enfermagem deve realizar um plano de cuidados individualizado de acordo com as necessidades de cada um de seus pacientes e durante sua execução, realizar avaliações periódicas a fim de fazer as variações correspondentes ao plano de cuidados. Antes do aparecimento de qualquer lesão na pele do paciente, o profissional de enfermagem deve estabelecer um plano preventivo de acordo com os riscos individuais de cada paciente. (AGOSTINHO et al, 2013)

A dermatologia é uma especialidade médica que se ocupa do estudo da pele, mucosas, unhas e cabelos, bem como das doenças sexualmente transmissíveis. O enfermeiro dermatológico será responsável pela execução de todas as tarefas e cuidados centrados no cuidado do paciente que se dirige a uma consulta dermatológica, bem como pela organização e manutenção do seu próprio espaço de trabalho. Assim, a equipe de dermatologia será composta por profissionais médicos e enfermeiros disponíveis em cada centro de trabalho. (SOUZA e CARVALHO, 2019)

Grande parte dos casos atendidos por esses dois enfermeiros são crônicos, são “pacientes com os quais se tem intercomunicação contínua e grande afeto”, apontam. Quando o processo crônico passa por fases assintomáticas ou apresenta melhora da dor ou do prurido, a pessoa acometida “esquece ou se cansa e abandona as recomendações de autocuidado”, portanto, essas orientações devem ser sempre seguidas na aplicação de um procedimento , por exemplo, úlcera cura ou terapia UVB, e avaliar “reforçar os hábitos de vida saudáveis apropriados à sua doença”. (SANTOS; BRANDÃO e CLOS, 2009)

A melhor ferramenta disponível, no que diz respeito aos doentes crónicos, para adesão ao tratamento, insistem, é a boa intercomunicação, justificando que há evidências de que a abordagem está correta, “escutando-os e envolvendo-os nas medidas a seguir para a sua melhoria, que sem o seu apoio não conseguiremos controlar a doença. As patologias são crônicas, mas não é por isso que devemos jogar a toalha, mas sim convencer o paciente de que ele deve saber conviver com a doença”. (OLIVEIRA et al, 2020)

Para tanto, as principais atribuições dos enfermeiros que atuam nessa área são a promoção da saúde com boa informação aos pacientes sobre a prevenção do fotoenvelhecimento da pele como um mal menor, e isso leva diretamente à prevenção do câncer de mama. Por sua vez, para informação de acordo com patologias da pele, melhoria do estado nutricional e “claro, saber manter a hidratação da pele através de cremes, loções, pomadas, etc”. (CAVALCANTE e LIMA, 2012)

“É importante detectar no paciente problemas que possam influenciar negativamente no controle de sua doença e encaminhá-lo para outros profissionais de saúde ou seu dermatologista”, ressaltam. Existem certas ferramentas como questionários e escalas, que permitem avaliar a qualidade de vida do paciente, o estado emocional ou a gravidade do prurido, entre outros, no paciente dermatológico. Ferramentas amplamente utilizadas na psoríase e dermatite atópica. (BRANDÃO; URASAKI e TONOLE, 2020)

As técnicas aplicadas a esses pacientes “variam de um centro para outro, ou seja, há serviços de dermatologia em que alguns procedimentos prevalecem sobre outros”, como tratamentos para hiperidrose, terapias biológicas, principalmente para tratamento de psoríase, urticária crônica ou fotodinâmica Terapia em lesões pré-malignas. Predominam procedimentos de pequenas cirurgias, tratamento de úlceras, fotobiologia ou terapia UV e exames epicutâneos ou diagnósticos para dermatite alérgica de contato. (OLIVEIRA et al, 2020)

ATENÇÃO A PELE LESIONADA

A pele tem sido frequentemente descrita na literatura ficcional como a janela para a alma. É o maior órgão do corpo e integral para a saúde física e psicossocial. Uma avaliação completa da pele é essencial para o cuidado holístico e deve ser realizada regularmente por enfermeiros e outros profissionais de saúde. Fornecer aos pacientes e familiares informações sobre uma boa higiene da pele pode melhorar a integridade da pele e reduzir o risco de danos por pressão e rasgos na pele.

Tabela 1. Condições da pele que afetam a integridade da pele

Irritação na peleIsso pode ser uma simples irritação, reação ou condição médica
Dermatite/eczemaUma inflamação da pele que pode causar uma erupção cutânea com comichão
PsoríaseUma condição genética que causa placas escamosas na pele
pruridoFrequentemente associada a pele seca
CeluliteUma infecção dos tecidos subcutâneos e da derme
Melanoma maligno/carcinoma basocelular/carcinoma espinocelularCânceres de pele
LipodermatoescleroseTecido subcutâneo doloroso, tenso e endurecido

Fonte: SUS (2021)

A avaliação deve seguir uma abordagem abrangente e holística. Os fatores subjacentes que podem ter contribuído para a lesão devem ser determinados.6 Condições como diabetes, anemia ou hipotensão postural precisam ser tratadas para evitar a ocorrência de mais lágrimas. Uma abordagem de bom senso para o atendimento ao paciente deve se concentrar em abordar os fatores de risco associados ao desenvolvimento de uma laceração na pele e modificar os riscos, por exemplo, empregando técnicas de manuseio manual mais seguras, enquanto auxilia os idosos nas atividades de rotina, como banho, curativo e reposicionamento. (OLIVEIRA et al, 2020)

Em termos anatômicos temos como um órgão do corpo do ser humano mais extenso a pele a qual é cerca de 16% de todo o peso do corpo humano. É a área compartilhada entre os espaços interno e externo, onde atua de jeito que uma barreira oferecendo a proteção para o corpo de vários meios estressores do meio ambiente e conservar a homeostase, com o objetivo de prevenir a eliminação de água e eletrólitos não regularizados. Ainda sendo assim um órgão grande, vários fatores que possam a vim danificar a plenitude da pele, a qual provém em lesão dos tegumentos e progresso de lesões. Condições feito a pressão, lesões mecânicas, lesões químicos, físicos e de causa isquêmica bem como a de intenção nas circunstâncias de cirurgias, são capazes de tornar se em diversos gêneros de lesões de pele, a qual formam sério advento na saúde pública e com uma dimensão mundial em juízo do total de indivíduo com modificações na unidade da cútis. No Brasil, cerca de 3% dos indivíduos do país possuem determinado gênero de injúria de pele. (MARANGHELLO, 2021, p.12)

A criação de um ambiente seguro é essencial para evitar traumas desnecessários causados por pancadas ou batidas de móveis baixos. Os enfermeiros podem aconselhar sobre o preenchimento de cantos afiados nos móveis. Os pacientes podem ser encorajados a usar algum tipo de vestuário de proteção, como mangas compridas e calças, na tentativa de cobrir as áreas vulneráveis. (CAVALCANTE e LIMA, 2012)

Cuidados também devem ser tomados ao remover fitas e curativos adesivos. Segurar suavemente uma borda e retirar lentamente o curativo para trás, em vez de para cima, na direção do crescimento do cabelo, ajudará a reduzir o trauma da remoção de curativos adesivos e fitas difíceis de remover. O uso de um filme ou creme de barreira pode ajudar a hidratar e proteger a pele, e usar um removedor de adesivo à base de silicone para curativos minimizará o trauma na pele frágil. (SANTOS; CORDEIRO e MEDEIROS, 2021)

A importância de manter a pele hidratada tem sido reconhecida e o uso de emolientes tópicos recomendados, em conjunto com a garantia de uma ingestão adequada de líquidos por via oral. Essa pode ser a diferença entre uma protuberância resultando em um hematoma ou um rasgo na pele. Há muitos produtos de cuidados da pele disponíveis que proporcionam uma limpeza com pH equilibrado que reduz ainda mais os efeitos de secagem na pele. (SCHECK et al, 2019)

É essencial que a causa de uma lesão cutânea seja estabelecida para permitir um planejamento de cuidados eficaz que leve em consideração os fatores de risco envolvidos. O clínico deve avaliar minuciosamente a ferida para determinar a extensão e a profundidade do dano. (BRANDÃO; URASAKI e TONOLE, 2020)

3.     CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entende-se que o surgimento de novos recursos tecnológicos proporcionou inovação para o cuidado com a pele e para o contexto semiológico da enfermagem dermatológica. A profunda mudança no conhecimento sobre a pele e seus mecanismos de recuperação gera a cada dia novas abordagens que implicam em uma consequente inovação e capacitação por parte desses enfermeiros para avaliação, planejamento de cuidados e estabelecimento de protocolos para indicação e implementação adequada. destes .

A lesão de pele é clássica em pacientes com falta de mobilidade física e outros fatores como nutrição, hidratação, fatores externos como lençol desalinhado, deficiência ou ausência de mudança de decúbito, esses fatores desencadeiam a lesão por pressão, prevenção bem como o tratamento é de responsabilidade do enfermeiro na equipe de enfermagem, bem como a escolha da cobertura ideal para a lesão. De acordo com a literatura, é necessário ter conhecimento científico em algumas disciplinas básicas das ciências da saúde e enfermagem, porém, como apontam os entrevistados, há necessidade de especialização (pós-graduação) para melhor assistência às pessoas com lesões de pele.

O enfermeiro atua na prevenção, diagnóstico e tratamento das lesões de pele apresentadas pela população. Realiza abordagem clínica e farmacológica, com autonomia para prescrever medicamentos de uso sistêmico ou tópico e solicitar exames laboratoriais com base em protocolos de saúde. Ainda prescreve planos de cuidados, realiza educação em saúde e identifica diagnósticos de enfermagem individuais e comunitários. O impacto dos distúrbios dermatológicos na saúde pública destaca a importância de uma boa avaliação e registro da anamnese e exame físico na consulta de enfermagem na atenção primária, em termos de qualidade de tempo, acompanhamento e vínculo.

4.     REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, Kamilla Maestá et al. Doenças dermatológicas frequentes em unidade básica de saúde. Cogitare Enfermagem, v. 18, n. 4, 2013.

BASSOLI, Sidinéia Raquel Bazalia. Idenficação dos diagnósticos de enfermagem em uma clínica dermatológica. 2005.

CAVALCANTE, Bruna Luana; DE LIMA, Uirassú Tupinambá Silva. Relato de experiência de uma estudante de Enfermagem em um consultório especializado em tratamento de feridas. Journal of Nursing and Health, v. 2, n. 1, p. 94-103, 2012.

DA SILVA BRANDÃO, Euzeli; URASAKI, Maristela Belletti Mutt; TONOLE, Renato. Reflexões sobre competências do enfermeiro especialista em dermatologia. Research, Society and Development, v. 9, n. 11, p. e63591110439-e63591110439, 2020.

DE MELO, Gilvanise do Nascimento et al. Autoimagem de mulheres portadoras de colostomia e os cuidados dermatológicos periestoma: revisão integrativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 1, p. 991-1001, 2021.

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MARANGHELLO, Marcelo Scheffer. O enfermeiro nos cuidados com a integridade da pele: Uma revisão integrativa The nurse in skin integrity care: An integrative review. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 10, p. 99422- 99439, 2021.

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