REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202502061107
Jessica Campos de Sousa
Orientador(a): Laís Furzer Rosso
RESUMO
A assistência do enfermeiro durante o processo de eletroconvulsoterapia (ECT) é para garantir a segurança e o bem-estar do paciente psiquiátrico submetido a esse tratamento. Este estudo tem como objetivo analisar a assistência do enfermeiro ao paciente em tratamento de ECT, visando identificar práticas eficazes e contribuir para o aprimoramento da prática clínica nesse contexto específico. Para alcançar esse objetivo, adotou-se uma metodologia de revisão de literatura, envolvendo busca sistemática de artigos em bases de dados eletrônicas, critérios claros de inclusão e exclusão, seleção e extração de dados por revisores independentes, análise qualitativa dos achados e síntese reflexiva das informações obtidas. A análise dos estudos selecionados revelou importantes informações sobre o papel do enfermeiro na assistência durante a ECT, destacando aspectos-chave como preparação do paciente, monitoramento durante o procedimento, gestão de complicações e cuidados pós-tratamento. Esta revisão ressalta a relevância da atuação do enfermeiro no contexto da ECT, fornecendo subsídios para aprimorar a prática clínica e promover o bem-estar dos pacientes submetidos a esse tratamento psiquiátrico.
Palavras-chave: Eletroconvulsoterapia. Assistência. Paciente. Tratamento.
1 INTRODUÇÃO
A eletroconvulsoterapia (ECT) é um método de tratamento utilizado na psiquiatria há décadas, suscitando debates e controvérsias ao longo do tempo. Este artigo de revisão de literatura tem como objetivo analisar a assistência do enfermeiro ao paciente durante o processo de tratamento com ECT, destacando sua relevância no contexto clínico contemporâneo.
A assistência do enfermeiro tem um papel fundamental no manejo e cuidado do paciente submetido à ECT, sendo responsável por diversos aspectos do processo terapêutico. A contextualização do tema destaca a importância de compreender não apenas os aspectos técnicos do procedimento, mas também as dimensões humanas e éticas envolvidas no cuidado ao paciente psiquiátrico.
A justificativa para a realização deste estudo reside na necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a assistência de enfermagem na ECT, considerando sua relevância para a segurança e eficácia do tratamento. A falta de literatura específica sobre o tema ressalta a importância de consolidar evidências e práticas que possam orientar a atuação dos enfermeiros nesse contexto.
O objetivo geral deste artigo é analisar a assistência do enfermeiro ao paciente em tratamento de ECT, explorando suas diferentes dimensões e desafios. Como objetivo específico, pretende-se identificar as práticas de enfermagem mais eficazes para garantir a segurança e o bem-estar do paciente durante o processo de ECT.
Diante disso, esta introdução estabelece a base para a análise detalhada da assistência de enfermagem na ECT, enfatizando sua importância clínica e a necessidade de investigação e desenvolvimento contínuo nessa área. A revisão sistemática da literatura a seguir busca fornecer uma visão atualizada sobre o tema, contribuindo para a melhoria da prática clínica e o avanço do conhecimento científico nesta área específica da enfermagem psiquiátrica.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Metodologia
A metodologia adotada para conduzir esta revisão de literatura foi conduzida buscando assegurar a qualidade e a integridade dos resultados obtidos. Inicialmente, uma busca extensiva e criteriosa foi realizada em várias bases de dados eletrônicas relevantes, incluindo PubMed, Scopus, CINAHL e Web of Science. Os termos de busca foram selecionados com base em descritores controlados (MeSH terms) pertinentes e em palavras-chave relacionadas ao tema, garantindo a abrangência da pesquisa.
Para garantir a inclusão dos estudos mais relevantes, foram estabelecidos critérios claros de inclusão e exclusão. Foram considerados elegíveis para análise artigos originais, revisões sistemáticas e meta-análises que abordassem especificamente a assistência do enfermeiro ao paciente durante o processo de tratamento com ECT. Por outro lado, estudos em idiomas diferentes do inglês, português e espanhol foram excluídos, assim como aqueles que não estavam disponíveis na íntegra.
O processo de seleção e extração de dados foi realizado de forma independente por dois revisores, que avaliaram os títulos e resumos dos artigos conforme os critérios de inclusão pré-estabelecidos. Após essa triagem inicial, os artigos selecionados foram lidos na íntegra, e os dados pertinentes foram extraídos utilizando um formulário padronizado, que incluía informações sobre autores, ano de publicação, métodos empregados, resultados encontrados e conclusões alcançadas.
Com base nos dados extraídos, uma análise qualitativa foi conduzida, visando identificar padrões, tendências e lacunas na literatura existente. A síntese dos achados foi realizada de maneira crítica e reflexiva, destacando os principais aspectos da assistência do enfermeiro ao paciente em tratamento de ECT. Foram delineadas recomendações práticas e sugestões para pesquisas futuras, visando contribuir para o avanço do conhecimento e o aprimoramento da prática de enfermagem nesse contexto específico. Mediante essa abordagem metodológica, almejou-se proporcionar uma revisão sobre o tema proposto.
2.2 Resultados e Discussão
2.2.1 História e Evolução da Eletroconvulsoterapia (ECT)
A eletroconvulsoterapia (ECT) é uma intervenção psiquiátrica com uma história rica e complexa, que remonta ao início do século XX. Autores como Barros et al. (2018) e Guimarães et al. (2018) ressaltam que os primeiros experimentos com convulsões induzidas eletricamente foram conduzidos nesse período, lançando as bases para o desenvolvimento posterior da ECT como um tratamento terapêutico.
De acordo com Rocha et al. (2021) e José e da Cruz (2019), a utilização terapêutica da ECT foi introduzida em 1938 por Cerletti e Bini na Itália, marco que representou o início de uma era de avanços e controvérsias na história da psiquiatria. Inicialmente, a ECT era aplicada de maneira rudimentar e muitas vezes indiscriminada, conforme destacado por Silva et al. (2017) e Biondo (2020), sem os protocolos e cuidados específicos observados atualmente.
Ao longo das décadas seguintes, como mencionado por Luz (2022) e Barbosa et al. (2018), a ECT passou por uma evolução considerável, com o desenvolvimento de técnicas mais refinadas e uma compreensão aprimorada de seus mecanismos de ação e indicações clínicas. Autores como Manzan et al. (2020) e Cassola (2021) ressaltam que, apesar das críticas e estigmas iniciais em relação à ECT, evidências científicas robustas continuaram a sustentar sua eficácia e segurança.
Atualmente, como apontado por Oliveira et al. (2023) e Cairo et al. (2020), a ECT é reconhecida como uma opção terapêutica válida e importante para certos pacientes psiquiátricos que não respondem a outras formas de tratamento. O estigma em torno da ECT tem diminuído ao longo dos anos, conforme destacado por Silva et al. (2023) e FACENF (2023), à medida que a compreensão pública e profissional sobre o procedimento continua a evoluir.
2.2.2 Indicações e Contraindicações da ECT
A eletroconvulsoterapia (ECT) é uma intervenção terapêutica utilizada no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos graves. Suas indicações incluem principalmente casos de depressão grave, especialmente quando há risco iminente de suicídio, ou quando o paciente não responde a outros tratamentos, como psicoterapia ou medicamentos antidepressivos. Além da depressão resistente ao tratamento, a ECT também pode ser indicada para outros transtornos, como esquizofrenia catatônica, mania grave e alguns casos de transtorno bipolar (GUIMARÃES et al., 2023).
Segundo Junior (2018), apesar de sua eficácia em certas condições, a ECT também apresenta algumas contraindicações importantes que devem ser consideradas antes de sua aplicação. Entre as contraindicações relativas estão condições médicas graves, como doenças cardíacas instáveis, acidente vascular cerebral recente, aneurismas cerebrais não tratados, hipertensão não controlada e outras condições que podem aumentar o risco de complicações cardiovasculares durante o procedimento. A presença de lesões cerebrais estruturais, como tumores intracranianos ou hemorragias recentes, também contraindica a realização da ECT, devido ao risco aumentado de convulsões generalizadas e outras complicações neurológicas.
Contraindicações absolutas incluem condições médicas que aumentam significativamente o risco de complicações graves durante a administração da ECT, como coagulopatias graves, anestesia intracraniana e doença pulmonar grave. A presença de contraindicações psiquiátricas relativas, como transtornos psicóticos não tratados ou transtornos de personalidade graves, também deve ser cuidadosamente avaliada antes de decidir pela realização da ECT (BIONDO, 2020).
Embora a ECT seja uma intervenção terapêutica eficaz em certos casos de transtornos psiquiátricos graves, é fundamental que as indicações e contraindicações sejam cuidadosamente consideradas por uma equipe multidisciplinar, composta por psiquiatras, enfermeiros e outros profissionais de saúde, para garantir a segurança e o bem-estar do paciente (CAIRO et al., 2020).
2.2.3 Processo de Administração da ECT
O processo de administração da eletroconvulsoterapia (ECT) é composto por uma série de etapas que visam garantir a segurança e eficácia do tratamento. Antes de iniciar a ECT, é realizada uma avaliação detalhada do paciente, incluindo uma avaliação psiquiátrica para determinar a indicação do procedimento e uma avaliação médica para identificar possíveis contraindicações. Essa avaliação pré-tratamento é essencial para garantir que o paciente seja um candidato adequado para a ECT e para minimizar os riscos associados ao procedimento (FACENF, 2023).
De acordo com Barros et al. (2018), após a avaliação pré-tratamento, o paciente é preparado para a ECT no dia do procedimento. Isso envolve a restrição da ingestão de alimentos e líquidos algumas horas antes do procedimento, a retirada de medicamentos que possam interferir na resposta à anestesia e a administração de uma medicação pré-anestésica para reduzir a ansiedade e promover a sedação. Essa preparação pré-tratamento é importante para garantir o conforto e a segurança do paciente durante o procedimento.
Durante a administração da ECT, o paciente é monitorado de perto por uma equipe médica e de enfermagem. Eletrodos são colocados no couro cabeludo para fornecer estimulação elétrica controlada ao cérebro, enquanto o paciente recebe anestesia geral para garantir seu conforto e prevenir a dor durante o procedimento. Uma vez que o paciente esteja anestesiado, uma corrente elétrica é aplicada através dos eletrodos, induzindo uma convulsão terapêutica que dura apenas alguns segundos (LUZ, 2022).
Depois da conclusão da ECT, o paciente é transferido para a sala de recuperação, onde é monitorado até que recupere a consciência. Durante esse período, são realizadas avaliações para garantir a estabilidade hemodinâmica e neurológica do paciente, e qualquer sintoma ou complicação pós-tratamento é gerenciado adequadamente pela equipe de saúde (JOSÉ; DA CRUZ, 2019).
Após receber alta da unidade de tratamento, o paciente é acompanhado de perto pela equipe de saúde durante o período pós-tratamento. São agendadas consultas de acompanhamento para monitorar a resposta ao tratamento, avaliar os efeitos colaterais e ajustar a terapia conforme necessário. São fornecidos suporte psicossocial e educacional ao paciente e à família para ajudar na adaptação ao tratamento e promover o bem-estar geral. Essas etapas do processo de administração da ECT são essenciais para garantir resultados seguros e eficazes para os pacientes (CASSOLA, 2021).
2.2.4 Cuidados de Enfermagem Durante a ECT
Durante a administração da eletroconvulsoterapia (ECT), os cuidados de enfermagem atuam na garantia do bem-estar e segurança do paciente. Desde a preparação pré-tratamento até o acompanhamento pós-tratamento, os enfermeiros são responsáveis por várias atividades essenciais para assegurar o sucesso do procedimento (BARBOSA et al., 2018).
Antes do procedimento, os enfermeiros atuam na preparação do paciente. Isso inclui explicar o procedimento ao paciente e à família, responder a quaisquer dúvidas ou preocupações, e obter o consentimento informado do paciente. Os enfermeiros avaliam o estado geral de saúde do paciente, garantindo que ele esteja em condições adequadas para receber a ECT (MORAES et al., 2022).
Segundo Barbosa et al. (2018), durante a administração da ECT, os enfermeiros monitoram de perto o paciente, observando sinais vitais, resposta à anestesia e qualquer sinal de complicações. Eles também garantem que o paciente esteja adequadamente posicionado e seguro durante o procedimento, colaborando com a equipe médica para garantir uma administração eficaz da ECT.
Após a conclusão da ECT, os enfermeiros continuam a monitorar o paciente na sala de recuperação, avaliando sua recuperação da anestesia e monitorando sinais de complicações pós-tratamento. Eles também fornecem apoio emocional ao paciente e à família, explicando qualquer desconforto ou sintoma que possa surgir e garantindo que todas as preocupações sejam abordadas de forma adequada (JUNIOR, 2018).
Rocha et al. (2023) relata que no período pós-tratamento, os enfermeiros têm um papel importante no acompanhamento do paciente, agendando consultas de acompanhamento e fornecendo suporte contínuo durante a fase de recuperação. Eles também educam o paciente e a família sobre os cuidados necessários após a ECT e fornecem informações sobre sinais de alerta que requerem atenção médica imediata.
Os cuidados de enfermagem durante a ECT são essenciais para garantir a segurança, conforto e bem-estar do paciente ao longo de todo o processo. O papel dos enfermeiros vai além da execução técnica do procedimento, incluindo o fornecimento de apoio emocional, educação e acompanhamento contínuo para promover uma recuperação bem-sucedida (SILVA et al., 2017).
2.2.5 Avaliação e Planejamento de Cuidados Pós-ECT
Após a conclusão da eletroconvulsoterapia (ECT), a avaliação e o planejamento dos cuidados pós-tratamento são etapas fundamentais para garantir uma recuperação bem-sucedida e prevenir complicações. Os enfermeiros auxiliam nesse processo, fornecendo cuidados personalizados e apoio contínuo ao paciente (OLIVEIRA et al., 2023).
A avaliação pós-ECT envolve a monitorização cuidadosa do paciente para detectar quaisquer efeitos colaterais ou complicações decorrentes do procedimento. Os enfermeiros avaliam sinais vitais, estado neurológico, bem-estar emocional e qualquer sintoma incomum que possa surgir. Eles também avaliam a resposta do paciente ao tratamento, observando mudanças no humor, comportamento e sintomas relacionados ao transtorno psiquiátrico tratado (ROCHA et al., 2021).
Com base na avaliação pós-tratamento, os enfermeiros elaboram um plano de cuidados individualizado para cada paciente. Esse plano pode incluir medidas para gerenciar efeitos colaterais comuns da ECT, como dores de cabeça, náuseas, confusão ou perda de memória temporária. Os enfermeiros fornecem orientações sobre autocuidado, incluindo repouso adequado, dieta balanceada e atividade física leve, para promover uma recuperação eficaz (MANZAN et al., 2020).
Os enfermeiros também atuam na educação do paciente e da família sobre o que esperar durante a fase de recuperação pós-ECT. Eles explicam os possíveis efeitos colaterais do tratamento, orientam sobre sinais de alerta que requerem atenção médica e fornecem informações sobre recursos de apoio disponíveis, como grupos de apoio ou serviços de aconselhamento.
Segundo Wanzeler et al. (2018), os enfermeiros colaboram com outros membros da equipe de saúde, incluindo psiquiatras, terapeutas e assistentes sociais, para garantir uma abordagem holística e integrada aos cuidados pós-ECT. Eles comunicam informações importantes sobre o progresso do paciente e participam de reuniões de equipe para revisar e ajustar o plano de cuidados conforme necessário.
A avaliação e o planejamento de cuidados pós-ECT são essenciais para promover uma recuperação segura e eficaz do paciente. Os enfermeiros têm um papel central nesse processo, fornecendo cuidados individualizados, apoio emocional e educação contínua para garantir o bem-estar do paciente após o tratamento com ECT (GUIMARÃES et al., 2018).
Os resultados destacam a importância da eletroconvulsoterapia (ECT) como uma intervenção psiquiátrica eficaz e relevante, especialmente para pacientes que não respondem a outras formas de tratamento. Através de uma revisão da história e evolução da ECT, foi possível observar sua transformação ao longo do tempo, desde os primeiros experimentos até sua utilização contemporânea como uma opção terapêutica reconhecida (BARROS et al., 2018; ROCHA et al., 2021; WANZELER et al., 2018).
As indicações e contraindicações da ECT foram abordadas detalhadamente, ressaltando sua eficácia em diversos transtornos psiquiátricos graves, como a depressão resistente ao tratamento, mas também alertando para os cuidados necessários diante de condições médicas ou psiquiátricas específicas que podem contraindicar o procedimento (GUIMARÃES et al., 2023; JUNIOR, 2018; BIONDO, 2020).
O processo de administração da ECT foi descrito em etapas, desde a avaliação pré-tratamento até o acompanhamento pós-tratamento, evidenciando a importância dos cuidados de enfermagem em cada fase para garantir a segurança e o bem-estar do paciente (BARBOSA et al., 2018; CASSOLA, 2021; MANZAN et al., 2020).
Os cuidados de enfermagem durante a ECT foram enfatizados como essenciais para garantir a segurança e eficácia do procedimento, destacando o papel dos enfermeiros na preparação, monitoramento e cuidado contínuo do paciente ao longo de todo o processo (SILVA et al., 2017; MORAES et al., 2022; ROCHA et al., 2023).
A avaliação e o planejamento de cuidados pós-ECT foram discutidos como etapas fundamentais para promover uma recuperação bem-sucedida do paciente, ressaltando a importância dos enfermeiros na monitorização dos efeitos colaterais, elaboração de planos de cuidados individualizados e educação do paciente e família sobre o período de recuperação (OLIVEIRA et al., 2023; Wanzeler et al., 2018; GUIMARÃES et al., 2018). Esses resultados destacam a relevância da assistência do enfermeiro ao processo da ECT, enfatizando a importância do cuidado multidisciplinar e centrado no paciente para alcançar resultados positivos.
A discussão sobre a assistência do enfermeiro ao processo da eletroconvulsoterapia (ECT) revela uma série de aspectos para a compreensão e aprimoramento desse método terapêutico. Autores como Barros et al. (2018), Guimarães et al. (2018) e Manzan et al. (2020) ressaltam a complexidade histórica e evolutiva da ECT, destacando sua transformação ao longo do tempo em termos técnicos e conceituais. Essa evolução reflete não apenas avanços científicos, mas também mudanças nas práticas clínicas e na percepção social em relação à ECT.
A abordagem das indicações e contraindicações da ECT destaca a complexidade na seleção de pacientes e na avaliação de riscos e benefícios. Os enfermeiros, como membros essenciais da equipe de saúde, devem estar plenamente envolvidos nesse processo, contribuindo com sua expertise clínica para uma tomada de decisão informada e ética. A discussão sobre as indicações e contraindicações da ECT se baseia em trabalhos de autores como Junior (2018) e Biondo (2020), que enfatizam a importância da seleção criteriosa de pacientes e da avaliação de riscos e benefícios antes da realização do procedimento. Os enfermeiros, como membros fundamentais da equipe de saúde, devem estar plenamente envolvidos nesse processo, contribuindo com sua experiência clínica para uma tomada de decisão informada e ética.
No que diz respeito ao processo de administração da ECT, os resultados discutidos são embasados em trabalhos como o de Rocha et al. (2023), que destacam a coordenação entre diferentes profissionais de saúde para garantir a segurança e eficácia do procedimento. Os enfermeiros auxiliam na preparação do paciente, monitoramento durante a ECT e cuidados imediatos após o procedimento. Sua capacidade de resposta rápida a quaisquer complicações potenciais é para o manejo adequado dos pacientes durante esse processo.
Os cuidados de enfermagem durante a ECT também são analisados de estudos como o de Silva et al. (2017), que enfatizam a importância da comunicação empática, orientação educacional e resposta rápida a complicações potenciais. A comunicação empática e a orientação educacional fornecida pelos enfermeiros têm um papel significativo na redução da ansiedade e na promoção da adesão ao tratamento. Os enfermeiros são importantes na identificação precoce e manejo de quaisquer efeitos colaterais ou complicações que possam surgir durante ou após o procedimento.
A discussão sobre a avaliação e o planejamento de cuidados pós-ECT é embasada em pesquisas como a de Oliveira et al. (2023), que ressaltam a importância da continuidade dos cuidados e do acompanhamento do paciente após o tratamento. Os enfermeiros auxiliam nesse processo, monitorando a recuperação do paciente, identificando preocupações adicionais e garantindo que o paciente receba o suporte necessário para uma transição bem-sucedida de volta à sua rotina normal.
3 CONCLUSÃO
Os objetivos propostos foram alcançados, proporcionando uma análise da assistência do enfermeiro ao paciente em tratamento de eletroconvulsoterapia (ECT). Ao longo deste estudo, foram examinados os diferentes aspectos desse processo terapêutico, desde a história e evolução da ECT até os cuidados de enfermagem durante e após o procedimento.
A resposta para o problema de pesquisa foi delineada ao destacar a importância da atuação do enfermeiro em todas as etapas da ECT, desde a avaliação pré-tratamento até o acompanhamento pós-tratamento. Ficou evidente que os enfermeiros têm um papel importante na segurança, conforto e bem-estar dos pacientes submetidos a esse tratamento psiquiátrico. Embora os objetivos propostos tenham sido alcançados, este estudo também identificou algumas lacunas e desafios na prática da enfermagem em ECT. Por exemplo, a necessidade de mais pesquisas sobre a eficácia de diferentes intervenções de enfermagem durante a ECT e a importância do desenvolvimento de diretrizes e protocolos padronizados para orientar a prática clínica nesse contexto.
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