VACINA CONTRA A COVID-19:  FATOR PROTETOR NA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA

COVID-19 VACCINE: A PROTECTIVE FACTOR IN REDUCING MATERNAL MORTALITY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th1025021613


Adriana Pereira Duarte¹
Mónica Cristina Padró²
Maria Cristina de Moura Ferreira³
Sebastião Marcos Tafuri⁴
Mario Angelo Cenedesi Júnior⁵
Aliny Serafim Borges Ferreira⁶
Vanessa Carla de Souza Pereira⁷
Gabriel de Morais Moura⁸
Efigenia Aparecida Maciel de Freitas⁹
Oldair Donizete Galeni¹⁰
José Geraldo de Faria¹¹
Alessandra Ferreira Mendes Jiticovski¹²


RESUMO

A pandemia da COVID-19 causou grande impacto global, principalmente para gestantes e puérperas. No Brasil, entre 2020 e 2021, as mortes maternas relacionadas à COVID-19 mais que dobraram, evidenciando a vulnerabilidade desse grupo. O objetivo desse estudo foi verificar o efeito protetor da vacina contra covid-19 em gestantes e puérperas. Foi utilizado a análise descritiva para distribuição simples de frequências e porcentagens para variáveis categóricas e medidas de tendência central e a razão de chances (OR). O estudo utilizou dados do SINAN e analisou 3.386 casos de gestantes/puérperas infectadas pelo SARS-CoV-2 no Sudeste do Brasil entre 2021 e 2022. Foram comparados dois grupos: mulheres que evoluíram para óbito (263) e aquelas que sobreviveram (3.123). Menos de 15% das mulheres que morreram haviam recebido a vacina contra a COVID-19, enquanto 50% das sobreviventes foram vacinadas. A vacinação reduziu em 85% a chance de morte por COVID-19 (OR 0,15; IC 95% 0,10-0,24; p=0,000). A pesquisa destaca a importância da vacinação como estratégia essencial para reduzir a mortalidade materna e proteger gestantes e puérperas contra formas graves de COVID-19, ressaltando a responsabilidade da equipe de saúde em educar e orientar esse público durante o pré-natal.

Palavras chaves: Vacina Covid-19. Gestantes. Mortalidade Materna.

Abstract

The COVID-19 pandemic has had a major impact globally, especially on pregnant and postpartum women. In Brazil, between 2020 and 2021, maternal deaths related to COVID-19 more than doubled, highlighting the vulnerability of this group. The aim of this study was to verify the protective effect of the COVID-19 vaccine in pregnant and postpartum women. Descriptive analysis was used for simple distribution of frequencies and percentages for categorical variables and measures of central tendency and the odds ratio (OR). The study used data from SINAN and analyzed 3,386 cases of pregnant women/puerperae infected with SARS-CoV-2 in Southeast Brazil between 2021 and 2022. Two groups were compared: women who died (263) and those who survived (3,123). Less than 15% of the women who died had received the COVID-19 vaccine, while 50% of the survivors were vaccinated. Vaccination reduced the chance of death from COVID-19 by 85% (OR 0.15; 95% CI 0.10-0.24; p=0.000). The research highlights the importance of vaccination as an essential strategy to reduce maternal mortality and protect pregnant and postpartum women against severe forms of COVID-19, emphasizing the responsibility of the health team to educate and guide this public during prenatal care.

Keywords: Covid-19 vaccine. Pregnant women. Maternal mortality.

INTRODUÇÃO

A pandemia da COVID-19 começou em 2020 e pouco se sabia sobre o vírus e os meios de transmissão, bem como evitar a transmissão da doença. Estudiosos de todo o mundo começaram uma corrida contra o tempo para descobrir o que fazer para combater a pandemia. Nesse meio tempo, milhares de pessoas morreram, incluindo profissionais de saúde, crianças, idosos, gestantes e outras pessoas que tinham fatores de risco que contribuíram para suas mortes após serem contaminadas pela doença.

A sociedade, foi afetada de forma geral por esta pandemia, mas é inegável que alguns grupos sofreram uma carga extra e as repercussões foram diferentes. As mulheres grávidas e no pós-parto se tornaram um grupo de grande preocupação e o impacto da COVID-19 se soma a uma situação já trágica em nosso país, aumentando drasticamente a taxa de mortalidade materna.

De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (2021), um repositório de dados com análise específica dos casos de COVID-19 em gestantes e puérperas, mostra que as mortes maternas por COVID-19 dobraram de 2020 para 2021, com taxas de 7,24% e 14,04%, respectivamente, de óbitos de mulheres desse perfil infectadas pelo coronavírus.

Em 2020, com a descoberta do vírus da COVID-19, gerou-se insegurança e incerteza em todo o mundo, principalmente entre as gestantes, devido à falta de estudos que demonstrassem o real risco para esse grupo. Hoje, estudos já apontam a situação alarmante do Brasil em termos de mortes maternas por COVID-19: o país detém a marca de oito mortes a cada dez registradas no mundo (Souza & Amorim, 2021).

As autoridades competentes implementaram várias medidas de controle, como isolamento social, uso de precauções padrão em instalações de saúde, uso de álcool em gel, lavagem das mãos, distanciamento social e, posteriormente, a vacina contra a COVID-19 foi introduzida.

E, por fim, veio a vacina contra a COVID-19 como forma de prevenir as formas graves da doença. No entanto, a vacina contra a COVID-19 no Brasil foi introduzida em 20 de janeiro de 2021, mas as gestantes não foram incluídas nos grupos prioritários porque os efeitos da vacina nesse grupo ainda não eram conhecidos. No entanto, houve progresso nas pesquisas para esse grupo e, a partir de maio de 2021, iniciou-se a vacinação de gestantes maiores de 18 anos e com comorbidades.

Somente em julho de 2021, após nova discussão na câmara técnica consultiva de imunizações, realizada em 20 de junho de 2021, o PNI atualizou as indicações de vacinação de gestantes e puérperas, recomendando a vacinação de gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), maiores de 18 anos, como grupo prioritário, independentemente da presença de fatores de risco adicionais (Ministério da Saúde, 2021a).

METODOLOGIA

Este é um estudo ecológico, descritivo e epidemiológico com uma abordagem quantitativa e comparativa. Esta pesquisa é um recorte da tese de doutorado intitulada “Constructo epidemiológico relacionado con los factores de riesgo de mortalidad materna asociados al covid-19: Estudio comparativo”. A pesquisa se desenvolveu na região sudeste do Brasil. A população do estudo foram todas as mulheres grávidas/puérperas infectadas com SARS/COVID-19, notificadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) DATASUS, ocorridas no período de 1º de janeiro de 2021 a 30 de novembro de 2022. Um total de 3.386 formulários de notificação de síndrome respiratória aguda grave (SARS)-COVID-19 hospitalizados em mulheres grávidas/pós-parto foram pesquisados e analisados no período mencionado acima. Por se tratar de um estudo comparativo os casos selecionados foram divididos em dois grupos distintos de acordo com a evolução dos casos:

GRUPO 1 – composto por mulheres que estavam no ciclo gravídico-puerperal e foram infectadas pela SARS/COVID -19 e evoluíram para óbito.

GRUPO 2 – composto por mulheres que estavam no ciclo gravídico-puerperal e foram infectadas pela SARS/COVID-19 e não evoluíram para óbito.

Para a análise descritiva, foi utilizada a distribuição simples de frequências e porcentagens para variáveis categóricas e medidas de tendência central (média, mediana, moda), com desvio padrão para variáveis quantitativas, considerando um nível de significância de p<0,05 para detectar a relação das mortes maternas com a COVID -19. A razão de chances (OR) e o intervalo de confiança de 95% (IC 95%) com um nível de significância de 5% foram considerados como medida de associação.

RESULTADOS

Foram estudados 3.386 casos de gestantes/puérperas diagnosticadas com SRAG/COVID -19 na região Sudeste do Brasil e atendidas em unidades de saúde com preenchimento da ficha de notificação de registro individual – casos hospitalizados com síndrome respiratória aguda grave (SIVEP-GRIPE) no período de 1º de janeiro de 2021 a 30 de novembro de 2022.  Deste total 3123 gestantes/puérperas diagnosticadas com SRAS/COVID-19 não morreram e 263 gestantes/puérperas diagnosticadas com SRAS/COVID-19 evoluíram para a morte.

Para a vacinação contra a COVID-19, houve significância estatística (p=0,001).  No entanto, dos 263 registros avaliados no estudo de pacientes que morreram, apenas 168 formulários de notificação de síndrome respiratória aguda grave-COVID-19 hospitalizados continham dados completos sobre a vacinação contra a COVID-19. Desses 168 formulários, apenas 23 pacientes haviam sido vacinados contra a COVID-19, demonstrando que menos de 15% das gestantes/puérperas que morreram haviam recebido a vacina contra a COVID-19. Quanto ao grupo de gestantes/puérperas que não morreram, nos 3.123 casos estudados, só encontramos dados completos sobre a vacinação contra a COVID-19 em 2.317 registros. Desse total, uma média de 50% dos casos foram vacinados e 50% não foram.

De acordo com os resultados sobre a vacina contra a COVID-19, essa variável apresentou significância estatística (p=0,000) em relação à evolução dos casos.  As gestantes/puérperas que receberam a vacina contra a COVID-19 tiveram uma chance muito baixa de morrer (0,15) vezes em comparação com aquelas que não foram vacinadas (OR 0,15; IC 95% 0,10 – 0,24), o que significa que a vacina contra a COVID-19 é um fator de proteção contra a evolução para o óbito. Portanto, receber a vacina contra a COVID-19 reduz em 85% as chances de morrer de SARS/COVID-19 conforme podemos verificar na tabela a seguir.

Tabela 1

Estimativas de OR (IC 95%) para a vacinação contra a COVID-19 de gestantes/gestantes com SARS/COVID-19 em relação ao desfecho, no Sudeste do Brasil no período de 2021-2022

Variável explicativaORIC 95% para  ORValor p
InferiorSuperior
Vacuna COVID -190,150,100,240,000

Observação: OR = Odds Ratio (razão de chances); IC = Intervalo de confiança. Fonte:Elaboração própria.

DISCUSSÃO

Um estudo realizado por Piekos et al. (2022) constatou que nascimentos prematuros e natimortos eram mais frequentes em mulheres que foram infectadas no primeiro ou no segundo trimestre da gravidez. No caso da pesquisa citada acima, os pesquisadores observam que as vacinas contra a COVID-19 ainda não estavam amplamente disponíveis no momento da coleta de dados.

De acordo com esse estudo, concluiu-se que a probabilidade de uma mulher gestante/puérpera vacinada morrer é muito pequena em comparação com as mulheres não vacinadas. Os dados também mostraram que a vacina é um fator de proteção contra a morte e que tomar a vacina contra a COVID-19 reduz a chance de morrer em 85%. É importante ressaltar que a prevenção imunológica ativa protege não só a mãe, mas também o recém-nascido, por meio da passagem de anticorpos, tanto pela via transplacentária quanto pela amamentação (Louzeiro et al., 2014; Rocha et al., 2016).

Com base nos resultados desta pesquisa, a vacinação de gestantes e puérperas se destaca como uma das principais estratégias para reduzir o impacto da COVID-19 na mortalidade materna. Diante da elevada circulação do SARS-CoV-2 e do aumento expressivo no número de óbitos maternos relacionados à COVID-19, conclui-se que os benefícios da vacinação para esse grupo superam os possíveis riscos, especialmente no contexto da atual situação pandêmica no Brasil. Portanto, o Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda a vacinação contra a COVID-19 para todas as gestantes e puérperas com ou sem comorbidades (Ministério da Saúde, 2022).

É extremamente importante que as intervenções que salvam vidas, como as vacinas, não sejam negadas às mulheres grávidas, especialmente no contexto da ameaça de uma doença infecciosa grave, a menos que haja um motivo cientificamente convincente para excluí-las. Como acontece com todas as decisões de tratamento no período da gravidez, os benefícios, riscos e possíveis efeitos adversos das intervenções para a mãe e o feto precisam ser cuidadosamente avaliados por meio de estudos e pesquisas (Rasmussen et al., 2020).

As gestantes e puérperas com comorbidades já eram prioritárias para a vacinação a partir de 15 de março de 2021, mas em 26 de abril do mesmo ano o documento incluiu também aquelas sem doenças preexistentes, com base na preocupação gerada devido à duplicação das mortes semanais nesse grupo em 2021, acima da média da população geral. Em 2020, a taxa média semanal de mortalidade de gestantes e puérperas foi de 10,16, enquanto em 2021 foi de 33,82, representando um aumento significativo de 233,8% entre esses períodos (Observatório Obstétrico Brasileiro, 2021).

Em relação as gestantes/puérperas que morreram neste estudo menos de 15% receberam a vacina contra a COVID-19, e das mulheres gestantes/puérperas que não morreram, 50% foram vacinadas, concluindo que a vacinação realmente reduz a incidência de morte nesse grupo de estudo.

Diante da permanente construção de conhecimento sobre o tema, documentos nacionais, como a Nota Técnica nº 1 e o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19 (PNO), reforçaram pontos importantes. Entre eles, foi destacada a responsabilidade dos médicos, não apenas ginecologistas e obstetras, em esclarecer às pacientes a conduta a ser adotada na vacinação contra a COVID-19, orientando-as sobre o livre direito de escolha das decisões relacionadas ao seu estado de saúde, com base na análise de risco-benefício (Ministério da Saúde, 2021b).

Concomitantemente à elaboração desse texto, uma emenda sobre a questão da vacinação no país foi sugerida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse sentido, foi sugerida a suspensão da vacina da empresa farmacêutica AstraZeneca para uso em gestantes, após uma investigação sobre a morte de uma gestante que havia sido vacinada. Embora os imunizantes da Pfizer e da Coronavac estejam liberados para gestantes e lactantes, a falta de insumos importados da China para a produção da vacina do Instituto Butantan coloca em risco a continuidade da imunização desse grupo prioritário, que representa aproximadamente 77% dos imunizantes disponíveis no Brasil (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2021).

Os dados preliminares sobre a segurança da vacina em mulheres grávidas vêm de um estudo no qual mais de 30.000 participantes vacinadas foram posteriormente consideradas grávidas ou Peri concepcionais. Não foram observados efeitos colaterais importantes. Dessas, 275 tinham um registro de acompanhamento completo durante a gravidez e 154 relataram eventos adversos nessa população. Não foram observados eventos graves (Shimabukuro et al., 2021).

Em outro estudo com resultados preliminares de vacinação em mulheres grávidas, 35.691 mulheres grávidas foram vacinadas. Dessas, 827 foram acompanhadas durante a gravidez, com 13,9% de abortos e 86,1% de nascidos vivos. O parto prematuro foi observado em 9,4% e pequeno para a idade gestacional em 3,2%. Não foram registradas mortes neonatais. Esses resultados são semelhantes à incidência encontrada na população não vacinada, demonstrando que não há sinais de alerta com relação à segurança da vacina. A dor no local da injeção foi mais frequente na população de gestantes (Ficca et al., 2014).

Em um estudo de coorte pré-impressão de 84 mulheres grávidas, 31 lactantes e 16 não grávidas que receberam a vacina de RNA SARS-COV-2, a vacina demonstrou ser imunogênica. A resposta imune induzida pela vacina foi comparável à de pacientes não grávidas e superior à provocada pela infecção viral. Anticorpos contra a vacina foram encontrados no sangue do cordão umbilical e no leite materno. As reações adversas descritas foram semelhantes às da população em geral (Gray et al., 2021).

O American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) e a International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) recomendam não atrasar a administração da vacina devido ao ciclo puerperal da gravidez, mas os riscos individuais devem ser avaliados. Nenhuma vacina foi considerada preferível para essa população. Uma decisão conjunta com a paciente deve ser tomada na consulta obstétrica, pesando os riscos e os benefícios, com atenção especial ao nível de atividade viral local, à eficácia da vacina, à falta de dados de segurança consistentes e robustos, aos riscos de possíveis resultados adversos com a infecção pelo SARS-CoV-2 e ao momento adequado da administração da vacina.

Também na Nota Técnica 467/2021 do Ministério da Saúde, a gravidez e o puerpério foram considerados fatores de risco para resultados desfavoráveis da COVID-19, tanto em termos de risco de hospitalização e morte, quanto de resultados gestacionais desfavoráveis. Portanto, foi decidido recomendar a vacinação contra a COVID-19 a todas as mulheres grávidas e no pós-parto e incluí-las nos grupos prioritários para vacinação. As gestantes e puérperas são incluídas na fase 1 se tiverem comorbidades, e na fase 2 se estiverem em risco de rotina no plano nacional de vacinação, juntamente com pessoas com comorbidades ou deficiências permanentes. A vacinação pode ser feita em qualquer idade gestacional, e as mulheres no pós-parto devem ser incentivadas a continuar amamentando.

Apesar de ser uma das estratégias de saúde pública, é somente durante o atendimento pré-natal que muitas mulheres entendem a importância da vacinação. A vacinação das mulheres nessa fase deve sempre levar em conta o risco de doenças e a proteção contra circunstâncias específicas. Portanto, para superar os possíveis riscos da vacinação e garantir os benefícios da imunização, as vacinas de agentes inativados e toxoides são recomendadas durante a gravidez, pois apresentam menos riscos e reações. Entretanto, para preservar a saúde do feto, as vacinas bacterianas ou de vírus vivos/atenuados são contraindicadas durante a gravidez (Tavares et al., 2011).

CONCLUSÃO

A vacinação contra a COVID-19 emerge como uma intervenção fundamental para reduzir a mortalidade materna no contexto da pandemia. Evidências científicas destacam que gestantes e puérperas vacinadas apresentam um risco significativamente menor de morte em comparação com as não vacinadas, com uma redução estimada de 85% na probabilidade de óbito. Além disso, a imunização oferece proteção adicional ao recém-nascido, tanto pela transferência transplacentária de anticorpos quanto pela amamentação.

Embora os dados preliminares de estudos sobre a segurança da vacina em mulheres grávidas sejam encorajadores, indicando ausência de eventos adversos graves e eficácia imunológica robusta, ressalta-se a importância de decisões compartilhadas entre profissionais de saúde e pacientes. Essas decisões devem considerar o risco-benefício individual, o contexto epidemiológico local e as orientações das principais entidades de saúde, como o Ministério da Saúde, o American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) e a International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO).

A inclusão de gestantes e puérperas nos grupos prioritários de vacinação reflete a gravidade dos desfechos adversos associados à COVID-19 nesse grupo e reforça a necessidade de ampliar o acesso e a adesão à imunização. Esforços contínuos para informar e conscientizar mulheres grávidas durante o pré-natal são essenciais para superar barreiras de hesitação vacinal e garantir a proteção tanto da mãe quanto do bebê. A vacinação, em conjunto com outras estratégias de saúde pública, constitui um elemento indispensável para mitigar os impactos da COVID-19 na saúde materna e neonatal.

REFERÊNCIA

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¹ Doutora em Saúde Pública com menção em Epidemiologia
Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales – UCES
Paraguay 1401, C1061 CABA, Argentina
E-mail: adrianaenf121@gmail.com

² Doutora em Ciência Política
Université de Cergy-Pontoise
Paraguay 1401, C1061 CABA, Argentina
E-mail: monicapadro@yahoo.com.ar

³ Pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação
em Atenção à Saúde pela UFTM
Doutorado pela EERP-USP
Av. Pará, 1720 – Umuarama – Uberlândia – MG, Brasil
E-mail: maria.ferreira@ufu.br

Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Saúde FAMED/UFU
Docente na Escola Técnica de Saúde da UFU-MG
Av. Amazonas, S/N Bloco 4k sala 322 Umuarama Uberlândia-MG, Brasil
E-mail: stafuri@ufu.br

Médico Sanitarista
Doutor em Saúde Pública com menção em Epidemiologia
Professor associado do Doutorado em Saúde
Pública da Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES)
E-mail: mariocenedesi@outlook.com

Graduação e Licenciatura em Enfermagem
Universidade Federal de Uberlândia/FAMED
Av. Pará, 1720 – Umuarama – Uberlândia – MG, Brasil
E-mail: alinysbf@gmail.com

Mestre em Biologia Celular e Estrutural Aplicadas
Universidade Federal de Uberlândia/UGPESQ
Av. Pará, 1720 – Umuarama – Uberlândia – MG, Brasil
E-mail: vanessacarla.sp@hotmail.com

Graduação em Medicina, Faculdade Morgana Potrich
UBS Arlindo Augusto, Guarda dos Ferreiros, Rio Paraníba – MG – Brasil
E-mail: gabrieldemorais.med@gmail.com

Pós-doutoranda na Universidade do Porto, Portugal
Coordenadora da Residência em Enfermagem Obstétrica UFU
Av. Pará, 1720 – Umuarama – Uberlândia – MG, Brasil
E-mail: efigenia@ufu.br

¹⁰ Doutorando em Saúde Pública
Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales /UCES
Paraguay 1401, C1061 CABA, Argentina
E-mail: oldairgaleni@yahoo.com.br

¹¹ Doutorando em Saúde Pública
Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales /UCES
Paraguay 1401, C1061 CABA, Argentina
E-mail: josegeraldofaria@yahoo.com.br

¹² Doutora em Ciências da Saúde pela
Universidade Federal de Uberlândia/UFU
Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia-MG/Brasil
E-mail: smssupervisao@gmail.com