REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502031355
Danielle Lamarca1
Carolina Santos2
Resumo
Neste artigo realizamos uma pesquisa bibliográfica acerca deste novo momento da prática clínica, que é a análise virtual. Para isso, recorremos tanto em Freud quanto em Lacan, aos conceitos primordiais que circundam as condições da análise. O trabalho envereda sobre a posição do analista que é o lugar de semblante de objeto a, que permite que um sujeito entre em análise. Ao ser estabelecida esta conexão, o principal setting analítico acontece, isto é, a transferência. Sendo neste elo inconsciente que o analista atua, maneja o caso clínico. Por isso, a análise online tem sido possível e tem o mesmo efeito que a presencial.
Palavras chaves: análise; online; setting; manejo; transferência
Abstract
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Keywords: análise; online; setting; manejo; transferência
A ética da psicanálise se encontra do lado do analista, mais propriamente dito, em seu desejo. Em sua essência, o discurso do analista proposto por Lacan (1964) como um laço social, localiza na análise a existência de um único sujeito, o analisando. Sendo assim, o lugar do psicanalista é ser semblante de objeto a, sendo aquele que sustenta ser o suporte desse semblante e que, também se oferece como suporte para o endereçamento das demandas do sujeito e, no entanto, não responde a nenhuma delas. Ser analista é um dizer nada.
O sujeito busca em sua fantasia a resposta para o desejo do Outro, e é neste campo que a sua constituição é dada. É na relação do analisando, com o outro imaginário, que ele habita o lugar sobre o desconhecimento de que onde existe desejo é porque de antemão há um desejante.
De acordo com Quinet (2007), ao analista, cabe a função nomeada por Lacan de “desejo do analista”, do qual deve ir a contramão desse desconhecimento que o sujeito tem em relação ao seu próprio desejo. Cabe ao analista então, se fazer ser objeto a para que surja ao analisante a interrogação Che Vuoi? sobre a sua posição em relação ao desejo do Outro.
O analisante dirige-se ao analista como desejável e através da transferência imaginária, deposita no analista sentimentos de amor, – uma vez que toda demanda é uma demanda de amor – endereçando assim o seu sintoma. É a ética promovida pelo desejo do analista, que faz com que este se isente do lugar de sujeito e responda “[…] você não me vê de onde lhe olho, abrindo a dimensão do desejante.” (QUINET, p.g 109, 2007). O seu-jeito do sujeito é o resultado das constantes alienações e separações, no qual se tenta responder a todo custo “O querem de mim?”, o lugar que o sujeito se assujeita no desejo do Outro aparece na queda do objeto agalmático, que o desaliena dessa posição.
O desejo do analista, portanto, detém a resposta que vai contra a moral estabelecida do sujeito e é essa obscenidade do dizer nada do psicanalista que fura a fantasia e não permite que o analisante contorne tal dizer, só restando a este então, se haver com seu desejo. Em 1964, no Seminário Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise, Lacan nos explica sobre o desejo do analista sendo um “desejo de obter a diferença absoluta” (p. 260), sendo assim, em análise, deve-se levar o sujeito a se confrontar com o significante-mestre que o aliena ao Outro, deslizando por seus desfiles de significantes e através da transferência simbólica manejar a fantasia do analisando.
Norteando-se através do desejo do analista, posto em jogo no desfiamento dos significantes trazidos via transferência simbólica na análise, Lacan (1964) afirma que “A transferência é a atualização da realidade do inconsciente” (p. 139). Sendo por isso, o discurso do inconsciente se realiza como discurso do Outro, uma vez que o Isso é o reservatório das pulsões e por tanto aponta para à realidade sexual: o desejo. Desta forma, o desejo é o resíduo irredutível do efeito que o significante opera no sujeito “O desejo de que se trata, é o desejo do analista” (LACAN, 1964, p. 141).
O analista torna-se marca para o sujeito com lugar de suposto saber. Tal marca é a funcionalidade da transferência como espelho, que mostra o lugar de alienação e separação entre o sujeito e o Outro. A transferência se sustenta em dois pontos: o sujeito convoca o analista onde ele se vê amável (ponto da identificação) e onde ele se vê causado como falta pelo objeto a (ponto do desejo). Lacan (1964) propõe a distância entre os pontos, uma vez que o único sujeito em análise deve ser o analisando, retomando o conceito freudiano da distinção dos dois atos do analisando em transferência: a cooperação e a resistência.
Freud (1912) descreve as atitudes que polarizam dois extremos e fazem parte da transferência, apontando a necessidade de distinção entre a transferência positiva (de sentimentos ternos e amigáveis) da negativa (via que implica hostilidade). Na transferência positiva, o autor aponta a existência da cooperação analítica, do qual o analisando vincula sentimentos afetuosos e amistosos para com o analista por meio da associação livre, que segundo Lacan (1964), promove o endereçamento ao analista do amor que se dirige a um saber.
Entretanto, o segundo polo descrito por Freud (1912), a transferência negativa, se dá a partir do deslocamento de impulsos agressivos ao invés do investimento libidinal. Tais sentimentos hostis ocultos pelos sentimentos afetuosos, marcam a ambivalência afetiva na neurose e apontam a transferência como resistência. O analista tem, assim, uma batalha da qual não deve recuar.
[…] em sua própria mente, contra as forças que procuram arrastá-lo para abaixo do nível analítico; fora da análise, contra os adversários que contestam a importância das pulsões sexuais e querem impedi-lo de fazer uso delas em sua técnica científica; e, no tratamento, contra os pacientes, que a princípio comportam-se como os inimigos da análise […] (FREUD, 1914, p. 125)
Ao indicar as resistências à análise, Freud (1914) revela o quão denso é sustentar o desejo e o lugar de analista. Tal ponto é retomado por Lacan como fator constituinte do próprio campo psicanalítico. Em seu Seminário 1 (1953-1954), o autor explica que a transferência é o motor da análise e lança o aforisma “a resistência é sempre do analista”, destacando que o desejo do analista é o cerne de sua formação. Ou seja, é o manejo que o analista faz na transferência que implica o sujeito a ouvir as resistências expressadas através da associação livre. Esse fator determinante sempre será de investimento do analista em sustentar seu semblante de objeto a e suportar ser o espelho do Outro para o sujeito. Lacan (1964) reforça o lugar do analista, ao afirmar que o sujeito deve descobrir a que Outro se dirige – ainda que não saiba, por se tratar de um material inconsciente que aos poucos se torna consciente ao longo da análise – situando a transferência entre o campo do Outro e o Eu, e é nesse abismo entre os dois campos que o analista fura a fantasia do sujeito e aponta a falta.
O desejo, este, intrinsicamente ligado ao trauma presente na hiância da cadeia de significantes do sujeito, fundamenta o encontro do sujeito frente a angústia de castração, frente a falta. Ao analista infere a necessidade do corte cirúrgico na palavra, que faça valer como uma operação no significante. A psicanálise opera pela linguagem, uma vez que o inconsciente é feito e efeito dela. A associação livre, regra fundamental da psicanálise instituída por Freud a partir do caso da Sra. Emmy von N. e que começou a ganhar seu lugar em A Psicoterapia da Histeria (1893-1895), leva o analista a encorajar o sujeito a falar o que lhe vem à cabeça, associando as palavras de maneira própria e singular, fazendo com que o material inconsciente se manifeste
Em A função criativa da palavra (1954), Lacan aponta a linguagem como um instituto fundador do humano ao animal. O exemplo do grunhido do porco que não diz nada por si só, e apenas se torna uma palavra “[…] quando alguém coloca a questão de saber o que ele quer fazer crer. Uma palavra não é palavra a não ser na medida exata em que alguém acredita nela.” (p. 272). Portanto, a dimensão da palavra exige um engajamento de uma dialética que inclua um reconhecimento do sujeito, como, por exemplo, a Lalangue, onde o amor do Outro é o tecer do desejo do sujeito.
Lacan afirma então que, na análise, o analista não só pontua como soletra, ou melhor, só letra para os sujeitos os equívocos de sua fala, o que causa um furo em sua fantasia, apontando para a linguagem do inconsciente como a fala da falta. No Seminário “Os escritos técnicos de Freud” (1953-1954), o psicanalista parisiense em sua releitura da obra de Freud, afirma que é preciso encontrar no ato do analisando o seu sentido de fala, já este se trata para o sujeito, de se fazer reconhecer. Um ato é um não-dito de uma fala e o ato analítico é por si transferencial. Desta forma, podemos dizer que: “[…] fazer uma análise de transferência, isto é, encontrar num ato o seu sentido de palavra. Na medida em que se trata para o sujeito de se fazer reconhecer, um ato é uma palavra.” (LACAN, p.g 279, 1954)
Para apontar ao sujeito o seu lugar na relação com o desejo, o analista sustenta o lugar de Outro, ou seja, permite-se ser amado pelo analisante para se fazer analista. Denominado por Lacan como desejo do psicanalista, o lugar de espelho pelo qual o sujeito repete com o analista a sua relação com o Outro é mantida na análise virtual, uma vez que o setting da psicanálise é a transferência e toda demanda é uma demanda de amor. É em torno desse desejo que Lacan (1959-1960) constitui alguns apontamentos da ética da Psicanálise no Seminário 7, localizando que há para além do desejo do Outro materno, o caráter advertido da tentativa neurótica de fazer um.
Desta forma, é a diferenciação do desejo do analista do desejo do Outro (de ordem traumática localizado no registro do real), que o analista, na posição de objeto a na transferência simbólica, possibilita a entrada do sujeito em análise. E assim como no nó borromeano, onde o objeto a se localiza no centro da amarração das intercessões dos registros do Real, Simbólico e Imaginário, o analista se põe como semblante de objeto a afim de letrar para o sujeito com a função criativa da palavra, tendo a transferência como ponto do qual a palavra vira ato e atualiza o inconsciente (LACAN, 1954).
O autor Antonio Quinet no livro “O inconsciente teatral” traz uma conexão sobre o lugar do analista, como atuante do outro (a’) semblante. Uma construção que nos aponta que a fala do pequeno Outro é um processo que não se esgota em sua identificação, de tal modo, o analista com o real do seu corpo e com o seu significante que se liga a cadeia de significantes do sujeito em transferência é aquele que “[…] acolhe emprestando-lhe seu corpo e sua voz, para ser-outroele-mesmo. E daí constrói o seu semblante, não para ser, mas para atuar como outro, seu personagem.” (QUINET, p.g 124, 2020). Desta forma, pode-se destacar a presença do psicanalista como o “autor do ato” (QUINET, p.g 136, 2020), uma vez que o próprio autoriza a si mesmo a partir do ponto de sustentação dos semblantes no manejo da transferência.
Para melhor elucidar a implicação do sujeito com a fala, Lacan (1974-1975), formula o sinthoma, conceito referido a topologia borromeana que é um duplo sentido do significante, que se localiza em cadeia como um elemento de onde o sujeito articula seu sentido e significação. Portanto, o sinthoma só se faz por existir pois está inerente a estrutura, do qual, atrelada ao gozo constitui um quarto enlace que aponta o inconsciente como efeito de linguagem e onde, ao mesmo tempo, implica o sujeito no saber associativo pertencente ao desfile dos significantes. Já o sintoma, é uma formação do inconsciente, uma formação de compromisso entre as exigências pulsionais e a moralidade do Supereu frente as invasões do Outro, que, por sua vez, causa ao sujeito o sinto-mal. É sustentando o desejo de analista, que se pode, pela via da palavra, lavrar, arar a cadeia de significantes do Eu e o da outra cena, do indizível do sinthoma ao possível do sintoma.
Aqui e adiante, veem como é difícil, preciso me esmerar um pouco, temos ago que se chama o gozo fálico. Pronto. Por que chamamos gozo fálico? Porque há algo que se chama ex-sistência. A ex-sistência, devo dizer, tem uma história. […] essa língua núcleo de onde saíram e de onde saíram por diferenciação […] não temos qualquer testemunho de que nela se empregasse o existo, nem o existere. […] O que é essa existência e onde podemos situa-la? Essa existência é muito importante em si. Porque se temos a ideia de algo que vem no lugar dessa espécie de produção ingênua é que só parte de palavras, a saber, aquilo em direção do que nós adiantamos com Aristóteles, se exprime em algum lugar, eis aí o Universal. O que se diz tudo pode igualmente se aplicar a qualquer um. (LACAN, p. 18, 1974-1975)
No matema do discurso do analista, é a partir do saber inconsciente (S₂) no lugar de verdade, que o semblante de a se presentifica via ato, como um condutor da transferência que o analisante estabelece com o seu analista. Desta forma, o saber inconsciente é localizado por
Quinet (2020), como aquele que se faz de verdade para conjugar o “savoir y faire em relação ao sinthoma (saber lidar com o sinthoma)” (QUINET, p.g 138, 2020), é nessa relação do analista como semblante de causa de desejo e o sinthoma, que o saber é elaborado na análise. A conjuntura desta relação entre saber e semblante norteia que o analisante está para a fala e o analista está para o ato, que leva o sujeito do seu sinto-mal ao sinthoma estruturante articulado ao gozo. Sem essa articulação não há análise, uma vez que para haver análise é preciso haver corte de gozo.
Certamente o desejo do analista deve ser entendido como resultado de uma destituição subjetiva que o adverte para a atenção de que o que se deve atravessar durante a análise é a transferência imaginária e simbólica como seu pivô de sujeito suposto saber. Lacan (1959) em suas palavras como advertência à ética da Psicanálise, vai dizer que a problemática da análise é o desejo que o analisando tem por reencontrar, ou seja, para se implicar com o desejo o analisando deve se separar do Outro. Entretanto, esse desejo está presente somente naquilo que o sujeito supõe que o analista demanda, uma vez que ele, o analista é posto no lugar de Outro em análise. Tal situação, de acordo com Lacan, só pode ser sustentada via manutenção do artifício que faz parte de da regra analítica, por ser vital para uma análise que a situação em que o analista se encontra é de ser aquele que se oferece como suporte para as demandas, porém, não responde a nenhuma.
Ainda neste texto, Lacan, no tocante à transferência, afirma que este elo inconsciente está vinculado aos encontros e desencontros da fala e da falta, na medida em que se implica a necessidade de um destinatário. O amor faz suplência à falta, logo, se manifesta via transferência na relação do sujeito que demanda amor ao analista a quem se fala, e que, por sua vez, o analista, por ser semblante de objeto a, sustenta a fala do analisando com o vazio de suas respostas. Entretanto, por ser estruturado pela linguagem, o inconsciente faz com que o efeito da fala não se reduza apenas ao ato de se comunicar, e sim, a dirigir o sujeito ao Outro, que está ali, mesmo que não se saiba.
O analista é aquele que ouve, do lugar do Outro, e convoca o analisando a famosa proposta “fale o que lhe vier à cabeça”, deixando às claras que ali o seu lugar não é de igual para igual. Desta forma, é se retirando do lugar de igualdade de sujeito que o analista conduz a aplicação da regra primordial da Psicanálise: a associação livre. A presença do analista, com seu desejo de se assujeitar a fim de fazer valer apenas um único lugar de sujeito, possibilita ao analisando que as palavras que saem de seu interior não serão em vão. Este é o convite mais valioso que pode ser feito pelo analista, pois aponta a possibilidade de que, a partir da técnica de associação das palavras do sujeito, emergirá um saber ainda desconhecido pelo analisando, do qual será viabilizado pela sua fala à elaboração.
A busca pela análise nos tempos pandêmicos de hoje, mostra que o virtual não é o oposto do real, mas, do presencial. Por este prisma, no virtual, o fenômeno transferencial se mantém como o setting do qual o sujeito crê na ilusão de que há um saber que habita o Outro – o saber do inconsciente –, que, de alguma forma está atribuído na constituição da imagem do analista, ou bem dizendo, na construção da transferência imaginária. Segundo Lacan (1954), o que está em jogo na análise então é o desejo do analista em manejar a transferência independentemente da modalidade da qual o atendimento seja realizado, afinal, isto é a própria transferência em vigor da prática.
A prática da psicanálise é realizada e sustentada pela ética do bem-dizer, que, por conseguinte, aponta o desejo singular de cada sujeito em seu próprio percurso analítico. Lacan (1954) propõe que em análise, o sujeito deve ser indagado sobre como se posiciona frente ao desejo que o habita, questão esta que o autor propõe como um “postulado ético” que deve ser sustentando na própria práxis da psicanálise, já que o ato do analista se articula ao desejo e ação do sujeito como um operante transferencial da análise.
A estrutura da ato-ação do analista, se põem como um terceiro que levanta a fantasia e mostra o desejo ao sujeito, onde há o desejo proibido no sentido de que, se alcançado se opõe à lei, e ao mesmo tempo, é a substância da qual o sujeito está fundamentado como falasser. Lacan (1954), chama de desejo do analista, essa função essencial, onde a ato-ação incide na atuação do analisante, que em análise é o único sujeito possível.
Este desejo, o do analista, não se nomeia como o mesmo desejo do sujeito-analisando, mas sim como o ponto articulável na relação da cadeia de significantes proposta por Lacan (1964) como aquilo que se inscreve entre o analista e o analisando, isto é, um significante qualquer do analista se liga a cadeia de significantes do sujeito para que ele possa elaborar um significado. O desejo do analista é o que possibilita então que haja análise e, portanto, é a partir desse desejo que o sujeito do desejo surge.
O significante produzindo-se no campo do Outro faz surgir o sujeito de sua significação. Mas ele só funciona como significante reduzindo o sujeito em instância a não ser mais do que um significante, petrificando-o pelo mesmo movimento com que o chama a funcionar, a falar, como sujeito.” (LACAN, pg. 197, 1964).
O lugar da noção de sujeito suposto saber, permite ao sujeito pôr o analista o lugar de Outro via transferência simbólica, e é nesse momento se faz a entrada em análise. A instauração da transferência para a entrada em análise, é o resultado do desejo do analista que, para Lacan no Seminário 20 (1972-1973), também incide no “final de análise”. Com o atravessamento da fantasia, o sujeito é conduzido a ultrapassar o rochedo da castração, que vai para além da norma fálica ao revelar aquilo que se aproximaria de Das ding, do sem sentido do real, que é impossível de se representar em palavras. Logo, para Lacan, a queda das identificações das quais o sujeito houvera se fixado em sua vida, tem sua dissolução durante o percurso analítico, onde as fixações
relacionadas ao objeto a tornam-se um condesamento de gozo no final da análise. |
Entretanto, no Seminário 20 (1972-1973), Lacan evidencia que o estilo do analista se faz um-a-um, e é necessário que seja sustentado, a partir de seu desejo, para que a clínica do ato atue como a letra que atualiza o inconsciente do sujeito. O analista paga com a própria imagem, voz e corpo o preço do seu desejo de analista e, como consequência, cria um estilo, uma letra singular, a partir de seu inconsciente que marca no discurso uma forma particular de sustentar a posição de semblante de objeto a.
Ainda nesse texto, o autor afirma que ao analista cabe, então, o manejo da transferência. Ser posto como o sujeito do suposto saber implica em transferência imaginária, um processo de identificação do sujeito que corresponde ao ideal do Eu, do lugar onde o sujeito se sente amado. Já o desejo do analista precisa seguir o sentido contrário ao desejo do sujeito, e é permitindo entrar como espelho na relação sujeito-Outro, que o analista permite que a identificação seja atravessada, e que o sujeito possa, então, se separar do Outro para desejar.
Para Lacan (1972-1973) é a partir do desejo do analista que possibilita o distanciamento entre a identificação idealizante (I) e o lugar de onde o sujeito se sente causado como desejante (a). A propulsão fundamental de uma análise é o desejo do analista, que possibilita ao analisando abandone as desprazerosas repetições, permitindo que este retire, via análise, os Outros de suas relações do lugar idealizado, que durante o tratamento é atribuído pelo sujeito em transferência. Ao não responder a demanda de idealização, o analista sustenta ser o semblante do objeto a, e causar o sujeito para a evocação de seu desejo. O silêncio do analista é aquilo que produz eco ao silêncio da cadeia significante do sujeito. Esse eco aponta para a hiância entre os significantes do qual o psicanalista se a-sujeita para que o sujeito surja com o seu-jeito. O movimento de apontar para o sujeito que a repetição que surge em sua transferência imaginária não é outra coisa que o reflexo de suas relações no puro vazio.
O desejo do analista vai para além da interpretação, fura o seu saber com o não-saber a partir da produção da verdade. Por esse ponto, a direção da análise leva o sujeito a encontrar a
Comentado [OM1]: Para evitar a repetição de palavras, eu preferiria algo como “as fixações relacionadas ao objeto tornam-se um condensamento de gozo no final da análise”. Mas isso é mais uma questão de estilo, então cabe a vocês decidirem.
Comentado [CS2R1]: Achei ótimo! Como você pode ver, sou péssima em sintetizar os pensamentos.
falta no lugar do sujeito suposto saber e o encontro desse silêncio como falta na sua relação com o Outro, nada mais é que o encontro do desejo por aquilo que ele é: faltoso, que, como Lacan pontua, “ocupa-te do teu desejo” (1964, p. 241), para que o sujeito possa emergir à partir da sua ex-sistência.
Freud no texto Recomendações aos médicos (1914) explica que na análise não existe regras, e sim, recomendações. No entanto, a única regra fundamental de uma análise é a associação livre. Esta técnica é a responsável por possibilitar que o sujeito deslize em seus significantes para que ocorra a histerização do discurso. Quinet (2009) afirma que este momento é aquele em que o sintoma é transformado em enigma e este sintoma aponta para a divisão do sujeito. Trata-se do caminho a ser percorrido pelo sujeito do $ → S1. Neste ponto o analisante se pergunta: “O que isto quer dizer?”, o que faz com que o analista seja incluído no lugar do suposto saber sobre o sintoma do paciente, como se o analista fosse detentor da verdade.
Ainda neste texto, o autor afirma que a histerização do discurso é o sujeito encostar o analista contra a parede para que ele produza o saber. A nomenclatura deste conceito se origina da noção freudiana de histeria de base, que se refere a divisão da consciência que está presente na estrutura neurótica. Isto é, é o próprio inconsciente em exercício. É neste ponto que podemos identificar o estabelecimento da transferência, pois esta se instaura neste momento em que o paciente tem a ilusão de que o analista conhece a sua verdade de antemão. No entanto, o analista não deve responder deste lugar: ele empresta a sua pessoa para encarnar esse sujeito suposto saber. A posição do analista não é o de saber e nem tampouco de compreender o paciente.
Freud, no texto Dinâmica da transferência (1912), afirma que a transferência além de ser motor de uma análise é, também, o que o analista precisa saber manejar, pois, é a partir deste elo inconsciente que se observa a relação desse sujeito com o Outro. Cada um irá construir, em sua passagem edípica um certo modo característico de conduzir a vida amorosa isso será dirigido ao médico, assim como será repetido para além do setting analítico.
Esta conexão inconsciente entre o analista e o paciente, leva o sujeito a ir ao encontro da parcela de libido que ficou ligada à sua cena infantil. Por isso, todas as resistências irão surgir a fim de não permitir que o sujeito saia de sua própria ignorância. Freud, no texto Recordar, Repetir e elaborar (1914), afirma que a resistência permite que a doença permaneça mesmo quando o afastamento da realidade perdeu a sua justificativa. Por isso, o autor orienta que os analistas devem estudar o que aparece no momento, na superfície da mente do sujeito e, em seguida, apontar as resistências para que elas se tornem conscientes.
Ainda neste texto, Freud ressalta que o paciente, ao resistir, atua. Por isso, ao tornar conscientes as ideias encobridoras, o analisando tem como possibilidade modificar a sua atitude
Comentado [OM3]: “Repetido” nesse caso é para além do setting analítico, certo? Caso seja, recomendo colocar isso no final
consciente frente ao seu sintoma. Para que o paciente saia da repetição – que é insistir em sua doença –, o analista precisa manejar o tratamento a fim de transformá-la em motivo para recordar. Tais recordações trazem mazelas de sua vida infantil e por isso, a resistência. No entanto, quando o analista consegue conduzir a transferência, ela transforma a neurose
Lacan (1964, p. 165) afirma que “transferência |
“comum” em neurose de transferência. Por isso, é aquilo que se manifesta na experiência a atualização”.
Freud (1914) diz que a repetição é uma transferência de um passado esquecido. Desta forma, a análise conduziria o sujeito a substituir a compulsão à repetição pelo impulso de recordar. Por isso, quando a análise progride, a transferência pode se tornar hostil ou intensa, levando o paciente a atuar ao invés de recordar. O pai da psicanálise, desde 1900, ao falar sobre os sonhos como a via régia do inconsciente, já afirmava que o sonho manifesto, do qual o paciente se recorda, está modificado pela censura. Isto se dá por conter a mesma estrutura do sintoma que precisa ser decifrado. Sendo a partir deste deciframento a possibilidade de encontrar o desejo que se busca realizar.
Na primeira teoria freudiana do recalque, a censura tem como função o filtro, isto é, não permitir que materiais do inconsciente alcancem o pré-consciente sem antes terem sido deformados. O responsável pela deformação do sonho são os mecanismos de condensação e deslocamento, dos quais a censura se beneficia, já que em ambas as estratégias, o objetivo de tornar os sonhos absurdos se conclui. Enquanto na segunda tópica, em 1923, o autor traz a noção de recalque de forma mais sistêmica e menos topológica, dando ao sintoma a roupagem de formação de compromisso, isto é, revelando que o Eu precisa intermediar dois senhores: as exigências pulsionais e o ditames do Supereu.
Lacan (1954) afirma que, na análise, a cada vez que o sujeito consegue dar um passo em direção ao seu desejo, acontece uma revolução em sua imagem especular, narcísica. É nesse momento de pura angústia que o desejo emerge da confrontação com a imagem, sendo assim, uma confrontação entre as suas ideias e ideais. O recalque começa depois de ter constituído o seu primeiro núcleo traumático. A partir daí, existe um ponto central, o núcleo neurótico, em torno do qual poderão se organizar o sintoma, os recalques sucessivos e a volta do recalcado.
Quando essa imagem que tinha sido descompletada, se completa, quando a face imaginária que estava tão integrada, reprimida, recalcada surge, então a angústia aparece. É o ponto fecundo (p. 218).
Lacan (1964) ao apresentar o circuito pulsional, coloca o objeto a, que é o lugar do analista, no centro da satisfação pulsional. Tal satisfação é sempre parcial, no entanto, é através deste objeto que a pulsão consegue alcançar a sua finalidade. Desde Freud é dito que o que há
Comentado [OM4]: Eu colocaria “Por isso, Lacan afirma que…”
de mais variável em uma pulsão é o seu objeto, por isso, a transferência pode ocorrer com qualquer analista, desde que este se coloque no lugar de objeto a. E é deste lugar de falta que o analista faz a sua interpretação que leva o sujeito ao sem sentido. Desta forma, o ato do analista ocorre neste laço social inédito no qual ocorre as desindentificações aos ideais dos Outro tornando possível liberar o sujeito do poder mortífero das palavras que o determinam, pois o ato analítico o desaliena.
A constituição do sujeito, não está no profundo, e sim, em sua superficialidade, na sua fala. O sujeito surge na hiância entre sua cadeia de significantes e é importante evidenciar que o significante sozinho, não expressa um significado universal. Isto é, seríamos ingênuos em acreditar que podemos dizer tudo, assim como negarmos a ideia de que a linguagem é falha, que tem seus furos e causa equívocos. A maneira pela qual o sujeito se apropria das palavras fala de sua constituição, de sua escolha inconsciente dos significantes.
Ora, a estrutura do significante está, como se diz comumente da linguagem, em ele ser articulado. Isso quer dizer que suas unidades, de onde quer que se parta para desenhar suas invasões recíprocas e seus englobamentos crescentes, estão submetidas à dupla condição de se reduzirem a elementos diferenciais últimos e de os comporem segundo as leis de uma ordem fechada. (LACAN, 1998, pp. 504).
O inconsciente é concebido por Lacan como uma instância estruturada como uma linguagem que gira em torno do complexo de Édipo. Com isso, nos evidencia a importância da regra fundamental da psicanálise, a associação livre. É a partir deste veículo que o sujeito, transferido com seu analista, pode rememorar seus traumas ao fazer uma significantização – colocar em palavras (significantes) o que se passa na cabeça – é através de sua própria análise que o sujeito tem a possibilidade de desfiar suas novelas, decompor seus sintomas e desatar seus nós.
O inconsciente funciona como assoantes verbais, ou seja, o que importa não é o significado das palavras, mas o som, assim, tais significantes podem assumir qualquer significado. A atenção do analista tem que estar voltada para os significantes escolhidos pelo sujeito que podem nada ter a ver com o seu significado. Freud, em seu texto, Interpretação dos Sonhos (1900) nos fala sobre o funcionamento do inconsciente e nos afirma que o mesmo é regido pelas leis da condensação e do deslocamento, as quais Lacan faz uma correspondência entre as leis da linguagem: metáfora e metonímia. A metáfora como uma substituição de uma palavra pela outra (condensação) e a metonímia, uma sucessão de significantes, de palavra em palavra, sem se importar com o significado (deslocamento). Lacan (1998, p. 510) nos diz em seu texto A instância da letra:
Comentado [OM5]: Não seria melhor algo como “tornando possível”?
A centelha criadora da metáfora não brota da presentificação de duas imagens, isto é, de dois significantes igualmente atualizados. Ela brota entre dois significantes dos quais um substitui o outro, assumindo seu lugar na cadeia significante, enquanto que o significante oculto permanece presente em sua conexão (metonímica) com o resto da cadeia.
Esses significantes advindos do campo do Outro irão construir para cada sujeito o seu modo de ser um homem ou de uma mulher de acordo com suas escolhas feitas no complexo de Édipo. Freud afirma que a primeira cena de satisfação que o sujeito experimenta é feita de maneira alucinatória e impossível. Sendo assim, o objeto de satisfação será sempre um objeto perdido por definição e será sempre buscado, marcando um ponto de falta.
O sujeito do inconsciente funda-se através de uma falta original que traça sua marca particular de gozo. Nele, não existe diferença sexual, porém, traz como marca a singularidade de cada sujeito de gozar da falta, que é um objeto para sempre perdido e buscado. Desta forma, a identidade sexual não é natural ao sujeito e deve, na verdade, ser construída através da linguagem a qual institui o sujeito como falta-a-ser e marca uma diferença antes mesmo que o sujeito se situe na partilha dos sexos.
Como vimos, o sujeito se constitui através das palavras e de seus significantes escolhidos, os quais irão nortear sua vida. E de onde vêm estes significantes? Lacan (1964) explica que não existe sujeito sem o Outro, sendo este, o tesouro dos significantes, encarnado por aquele que cuida do bebê, a mãe. A humanização, o tornar-se um ser de fala, necessariamente se dá na relação do sujeito com esse Outro.
Lacan, em sua lição Da transferência à interpretação, aponta a importância da barra que existe entre o significante e o significado, pois esta marca a relação entre eles. Isto é, entre esses dois elementos existe uma relação de efeito de sentido, já que nesta relação um novo sentido pode ser criado. Por isso, a interpretação do analista não pode ser a ligação entre significantes, e sim, marcar na fala do sujeito um ponto de enigma que o leve a buscara um novo sentido. Quinet (2009) afirma que o sujeito emerge neste vazio da significação que possibilita a entrada do analisante em análise. Desta forma, a transferência não é uma função do analista e sim do paciente.
Nesse mesmo texto, o autor define o lugar do analista como um depositário das cartas roubadas do paciente. Essas cartas são aquelas que não chegaram ao seu destinatário e foram transferidas para a figura do analista. No entanto, existe uma responsabilidade em estar neste lugar de depósito e pode ser contrabalanceado com o dinheiro. O paciente ao pagar neutraliza esta responsabilidade. Ainda assim, sabemos que o analista também paga e ocorre nos três registros. No registro do simbólico, se paga pelas palavras, a sua interpretação, enquanto no registro do imaginário é com a sua pessoa que se presta aos fenômenos da transferência, apagando-se como Eu. Já no registro do Real com o seu ser, em seu ato que se anula como sujeito neste semblante de objeto a.
O recibo do analista é o próprio corte da sessão, pois este intermédio significa que ele recebeu aquilo que o analisante lhe depositou. Por isso, a Psicanálise subverte até mesmo a lógica do recibo que, neste caso, antecede o ato do pagamento. Freud (1913) já nos alertava sobre a importância do tempo e do dinheiro no dispositivo da análise, afirmando que o paciente deve ser responsável pelo seu horário mesmo que não o use, pois, desta forma faz evitar doenças e imprevistos. Ademais, afirma que existe uma relação entre dinheiro e sexualidade e que por isso, o analista não deve ter pudor em tratar este assunto e, inclusive a análise não pode ser filantrópica.
Lacan (1964) afirma que a presença do analista é uma manifestação do inconsciente que ocorre a partir da transferência. Neste elo inconsciente, o sujeito surge em um movimento de pulsação (surge e some). Por isso, o inconsciente é uma presença velada de um pensamento que se presentifica antes mesmo da revelação. Com isso, podemos afirmar que o campo do psicanalista é, inevitavelmente, um espaço onde algo se perde. Neste ponto, podemos identificar a presença do analista como testemunha desta perda. Sendo, então, nesta zona de perda que se localiza a prática analítica.
Lacan, na lição A sexualidade no desfile dos significantes, confirma que a realidade do inconsciente é sexual e seus enigmas surgem no jogo dos significantes. Por isso, na análise podemos observar esses pontos de nó entre a pulsação do inconsciente e a realidade sexual. Este ponto nodal se chama desejo e pode emergir na articulação dos significantes. Isto é, é um resto metonímico que decorre por debaixo da rede dos significantes. O desejo sempre revela um impasse, seja ele impossível ou insatisfeito. Isto decorre do fato, como já nos dizia Freud em seu texto Interpretação dos Sonhos, de que o desejo é sempre um desejo infantil e proibido.
A chave do desejo é o desvanecimento do sujeito na medida em que ele tem de se nomear como tal, o que faz com que o objeto tenha essa função precisamente de significar este ponto em que o sujeito não se pode nomear, em que o pudor é a forma régia do que se cunha nos sintomas em vergonha e asco (p.439).
No texto A armadilha de apanhar desejos, Lacan explica que o Ser é o próprio real enquanto ele se manifesta no reino do simbólico, já que o real é aquilo que restou, que foi denegado do simbólico. Então, este Ser se presentifica no corte, já que ele surge nos intervalos, pois se trata da noção do não-Um. Este momento é aquele em que o sujeito é reduzido ao silêncio, resultado do corte do analista. O sujeito, então, percebe que o seu desejo é apenas um contorno da pesca por ser lacunar. É nesta lacuna que se instala o objeto perdido, o estatuto do objeto pulsional. É neste ponto que o manejo do analista, através do corte, leva o sujeito o encarar o seu desejo. Desejo este que é sustentado pela fantasia neurótica.
Kallas (2020) afirma que a internet cria um espaço intermediário entre a realidade e a imaginação, bem como este mesmo lugar, possibilita que o sujeito enfrente suas situações de medo, pois se acredita que neste espaço é permitido errar. A autora cita o antropólogo Tom Boellstorff que afirma que a cultura é humana e, por isso, desde o início é virtual. Lacan (1964) afirma que a transferência é o caminho de acesso a fantasia do sujeito. Desta forma, quando o paciente coloca o analista no lugar de grande Outro, que segundo o autor “é aquele que ocupa o lugar de fala, virtualmente o lugar da verdade” (grifo feito pelo autor do artigo) (p.129). Comentado [OM7]: Esse grifo é de vocês?
A presença do analista se dá, então, através do estabelecimento da transferência que é esse canal de conexão entre o inconsciente do paciente e o desejo do analista. Por isso, a análise acontece de forma virtual, já que o que constrói esta conexão inconsciente entre analista e analisando não é a presença corporal, e sim, a presença do inconsciente. Freud já nos mostra que o setting da Psicanálise é a transferência no caso de Katharina, pois, em suas férias de verão enquanto desejaria descansar e se afastar de suas pesquisas sobre a neurose é surpreendido com a seguinte pergunta: “O senhor é médico?”. Freud (1893) afirma que tal pergunta foi direcionada a ele, da mesma forma como ele se sentiu imediatamente conectado aquela jovem e, por isso, se viu novamente às voltas com a neurose.
REFERÊNCIAS
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1 Psicanalista, docente e supervisora clínica da Universidade Veiga de Almeida na graduação e na pós graduação Strict Sensu. Doutora em Psicanálise, Saúde e Sociedade do programa Strictu Sensu da Universidade Veiga de Almeida.
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2 Psicanalista, psicóloga hospitalar (Prevent Senior). Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pelo programa Strictu Sensu da Universidade Veiga de Almeida.
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