THE EMERGENCE OF THE INTEGRATED ATTENTION TO PREVALENT CHILDHOOD DISEASES (AIDPI) POLICY AND ITS IMPACT ON CHILD DEVELOPMENT.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501311959
Ana Clara Silva Ribeiro¹; Erla Lino Ferreira de Carvalho²; Oxana Gaião dos Reis³; Daiane de Sena de Oliveira⁴; Ana Carolyna de Souza Walter⁴; Vinicius Rezende de Almeida Martins Lourenço⁴; Rodrigo Silva Rocha⁴; Nicolly Maior Moura⁴; Hevellen Felizado da Paz⁴; Ricardo Vinicius Foletto Rezzieri⁴.
Resumo
A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) é uma estratégia fundamental para a promoção da saúde infantil no Brasil, com foco na redução da mortalidade e morbidade entre crianças menores de cinco anos. O objetivo principal é analisar a implementação da AIDPI no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) e seu impacto no desenvolvimento infantil, enfatizando a abordagem integrada que propõe. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura com abordagem retrospectiva, selecionando estudos disponíveis nas bases de dados PubMed, Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde, com foco em artigos publicados entre 2015 e 2025. Os resultados indicam que a AIDPI não apenas trata doenças prevalentes, como infecções respiratórias e diarreias, mas também promove práticas de saúde que favorecem o crescimento saudável das crianças, incluindo a amamentação exclusiva e a educação em saúde para as famílias. Além disso, a capacitação dos profissionais de saúde e o envolvimento das comunidades são cruciais para o sucesso da estratégia. Conclui-se que apesar dos avanços significativos na saúde infantil, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a persistência de agravos em algumas regiões. Portanto, é essencial continuar investindo na implementação e adaptação da AIDPI às realidades locais, garantindo que todas as crianças tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e possam crescer em um ambiente saudável e seguro.
Palavras-chave: Criança. Desenvolvimento. Prevenção. Saúde Pública.
1 INTRODUÇÃO
Historicamente, sabe-se que o desenvolvimento nas intervenções em saúde se estabeleceu com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Programa de Saúde da Família (PSF), na década de 1990. Com isso, criaram algumas ações com enfoque em acompanhar o desenvolvimento e crescimento infantil, apoiando o aleitamento materno, além do controle de determinadas doenças e a imunização (PEREIRA et al., 2022).
Um marco para a promoção da saúde infantil, foi a criação da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) no país, sendo uma proposta feita pela OMS para melhorar o atendimento à criança, de forma sistematizada e integral, para ser desempenhada pela APS. Vale ressaltar que com o tempo, a AIDPI se adaptou às características epidemiológicas de cada região, o que a caracterizou como alternativa para colaboração em ações já existentes, que visavam diminuir essas doenças prevalentes na infância (MDS, 2024).
Logo, com a criação da AIDPI, observa-se uma grande influência de tal Política no desenvolvimento infantil, visto que, ao entender a avaliação da criança de forma ampla, fazendo um diagnóstico precoce e tratando de forma adequada, associados ao conhecimento epidemiológico que a AIDPI proporciona, é possível melhorar o atendimento a essa faixa etária, além de colaborar com a saúde de toda a população.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Quando se trata da Atenção Primária à Saúde (APS) da criança, observa-se que tal âmbito sofreu diversas evoluções com o decorrer do tempo. Nas últimas décadas, os números evidenciam a diminuição na mortalidade infantil, sendo justificada por alguns fatores, como a ampliação do acesso à Atenção Primária e as melhorias na qualidade dos serviços de saúde (MDS, 2024).
Em 1995, criou-se o Projeto de Redução da Mortalidade Infantil, uma iniciativa específica para a saúde da criança, a fim de reduzir os óbitos infantis e melhorar seu acesso à saúde. Desse modo, incrementou-se diversos programas governamentais, que promoveram certa intersetorialidade, unindo saúde, educação, trabalho, justiça, além de incluir ações não governamentais, Secretárias de Saúde e a própria sociedade (SCHAEFER; BARBIANI, 2018).
Atualmente, entende-se que a AIDPI tem a finalidade de promover a diminuição da mortalidade na infância, além de obter sinais clínicos que promovam a adequada avaliação e posterior triagem para determinar qual o tipo de atenção é requerida pela criança (MDS, 2024).
A participação das famílias na colaboração do fluxo da AIDPI é um aspecto crucial a ser considerado. Essa participação é facilitada pela eficaz comunicação dos profissionais de saúde, que devem fornecer recomendações claras e compreensíveis. Essas orientações visam garantir que a comunidade compreenda quando é necessário buscar atendimento urgente, a importância de realizar consultas de rotina e vacinações, além de valorizar o papel dos Agentes Comunitário de Saúde (ACS) (PEREIRA et al., 2022).
Portanto, é notório como as Políticas desenvolvidas no decorrer do tempo, influenciam no desempenho da Saúde Pública em relação ao desenvolvimento infantil. Entretanto, vale ressaltar que ainda existem muitos agravos infantis que atingem essa população de forma vasta (SCHAEFER; BARBIANI, 2018).
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura com abordagem retrospectiva. Para a seleção dos estudos foi utilizado as seguintes bases de dados: PubMed ((Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde.
Para selecionar os estudos utilizados, como critérios de elegibilidade na seleção dos 10 artigos foram os que abordavam a temática no período de 2015 a 2025, disponíveis da integra e de forma gratuita, com idiomas inglês e português. Como critérios de exclusão, foram retirados os artigos não estavam condizentes com a temática e fora do período proposto.
4 DISCUSSÃO
A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) é uma estratégia que fundamenta otimizar a assistência à saúde infantil, especialmente no contexto relacionado ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Essa política visa diminuir a mortalidade e morbilidade entre crianças menores de cinco anos, com uma abordagem mais holística e eficaz, quando em relação a tal atendimento, entendendo as principais doenças que afetam essa faixa etária, incluindo as Infecções Respiratórias Agudas, diarreias, desnutrição, entre outras condições (Barros, 2018).
Em relação a AIDPI, é importante mencionar que tal estratégia se baseia em três pilares: capacitação de recursos humanos na APS, reorganização dos serviços de saúde e a educação em saúde, incluindo os profissionais, familiares e na comunidade. Quando se trata da capacitação, ressalta-se o papel essencial que o profissional de saúde exerce nessa política. Isso inclui o seu conhecimento sobre o manejo das doenças comuns na infância, além de compreender como as doenças relacionam entre si. Por exemplo: quando a criança sofre com diarreia crônica e como essa condição pode ocasionar ou agravar a desnutrição, que quando em forma grave, podem aparecer manifestações de xeroftalmia (MDS, 2024).
Vale ressaltar que as diretrizes da AIDPI incluem a avaliação global da criança, com profissionais capacitados a realizar uma avaliação abrangente, além do manejo integrado, sendo as condutas baseadas em protocolos que permitem tratamento simultâneo das condições mais prevalentes, evitando assim complicações, somado a participação comunitária, sendo essa uma estratégia que enfatiza a importância de envolver a comunidade e famílias na identificação e resolução de problemas de saúde na fase infantil (Barros, 2018).
Ao mencionar o desenvolvimento infantil, conceitua-se tal expressão como um processo de maturação desde a vida intrauterina, que inclui questões neurológicas, físicas e comportamentais, além de ser uma fase totalmente influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos. Com isso, considera-se que o infanto pode ter seu desempenho afetado por diversos fatores, impactando em sua saúde de forma geral e tendo forte relação com as causas de óbitos infantis (CARDOSO; LIMA, 2019).
Ademais, a AIDPI tem mostrado um impacto positivo significativo no desenvolvimento infantil, incluindo situações de vulnerabilidade. Com a abordagem integrada que a AIDPI propõe, observa-se a possiblidade não apenas de tratar doenças prevalentes, mas também promover práticas de saúde que favorecem o crescimento das crianças. Por exemplo, a estratégia tem incentivado a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, o que contribui para a nutrição adequada e a prevenção de doenças infecciosas. Além disso, a AIDPI promove a educação em saúde, capacitando os pais sobre cuidados adequados e sinais de alerta para doenças, resultando em um melhor reconhecimento das condições de saúde da criança e intervenções mais precoces. Em países que implementaram essa estratégia, como Gana e Uganda, observou-se uma redução significativa nas taxas de mortalidade infantil e uma melhoria nos indicadores de saúde geral da população pediátrica. No Brasil, a integração da AIDPI ao Programa Saúde da Família tem sido crucial para fortalecer a atenção primária e garantir que as crianças recebam cuidados contínuos e abrangentes, refletindo em um desenvolvimento mais saudável e equilibrado (SANTOS; GAÍVA; SALGE, 2018).
5 CONCLUSÃO
A análise sobre a Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) evidencia a importância dessa estratégia para a promoção da saúde infantil no Brasil, destacando seu papel crucial na redução da mortalidade e morbidade entre crianças menores de cinco anos. A AIDPI, ao integrar cuidados de saúde, educação e participação comunitária, proporciona um atendimento mais abrangente e eficaz, que não apenas trata doenças prevalentes, mas também promove práticas de saúde que favorecem o desenvolvimento saudável das crianças. A capacitação dos profissionais de saúde e o envolvimento das famílias são fundamentais para o sucesso dessa abordagem, permitindo diagnósticos precoces e intervenções adequadas. Apesar dos avanços significativos, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a persistência de agravos infantis em algumas regiões. Portanto, é essencial continuar investindo na implementação e adaptação da AIDPI às realidades locais, garantindo que todas as crianças tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e possam crescer em um ambiente saudável e seguro.
6 REFERÊNCIAS
BARROS, M. Vigilância de crianças com risco para o desenvolvimento neuropsicomotor: um estudo de intervenção com mães. Ufpb.br, 2018.
CARDOSO, K. V. V.; LIMA, S. A. Intervenção psicomotora no desenvolvimento infantil: uma revisão integrativa. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 32, p. 1–10, out. 2019.
SANTOS, I. L. F. DOS; GAÍVA, M. A. M.; SALGE, A. K. M. Utilização da Estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 20, p. v20a26–v20a26, 28 nov. 2018.
PEREIRA, M. et al. EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS RELACIONADAS À SAÚDE DA CRIANÇA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA BRASILEIRA. SciELO (SciELO Preprints), 8 ago. 2022.
MDS. Ministério da Saúde. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância: . a aidpi e a situação de saúde da criança no Brasil. A AIDPI e a situação de saúde da criança no Brasil. 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/AIDPI_modulo_1.pdf. Acesso em: 10 mar. 2024.
PINA, J.; PRETO, R. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO Acolhimento às crianças menores de cinco anos de idade em uma unidade de saúde da família: contribuições da estratégia atenção integrada às doenças prevalentes na infância. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-23042007 141133/publico/JulianaCPina.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2025.
¹Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Mineiros – Campus Mineiros. E-mail: anaclara06022003@hotmail.com;
²Docente do Curso de Medicina do Centro Universitário de Mineiros – Unifimes;
³Médica Residente de Pediatria pelo Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (HECAD);
⁴Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Mineiros – Unifimes.