ANÁLISE COMPARATIVA DAS INTERNAÇÕES DEVIDO À ATEROSCLEROSE ENTRE 2013 A 2023 EM FORTALEZA E SÃO PAULO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202501310611


Rafaela Viel Coutinho1
Tainá Soares Leite Santos1
Gabriel Bufano Kostakis1
Welleson Feitosa Gazel1
Gabriel Vargas Maia Chaves1
William Hyun Woong Sin Kim1
Ana Luiza Barbosa1
Ligia Luana Freire da Silva1


ABSTRACT / RESUMO: Introdução: A aterosclerose trata-se de uma doença crônica com caráter progressivo, que decorre da inflamação crônica da túnica íntima de artérias de calibre maior, gerando lesões multifocais e placas ateroscleróticas. Esse processo crônico gera um remodelamento vascular, que quando ocorre por longos períodos, gera diminuição do lúmen do vaso e o espessamento da parede. Com o aumento da expectativa de vida, ocorre elevação dos casos de aterosclerose. Além disso, fatores como tabagismo, hipertensão, diabetes mellitus, obesidade e dislipidemias podem predispor à formação das placas. Objetivo: Analisar e comparar o perfil de morbimortalidade de aterosclerose em Fortaleza e São Paulo no período de 2013 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, descritivo, transversal e retrospectivo. Os dados foram coletados no Sistema de Informações sobre Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis coletadas foram: ano de internação, raça e sexo. Resultados: Entre o período de 2013 a 2023, em Fortaleza e São Paulo houveram 26.524.381 internações devido à aterosclerose. Sendo 2.389 em Fortaleza (0,01%) e 26.521.992 em São Paulo (99,99%). O ano com maior ocorrência de internações em Fortaleza foi em 2023, com 343 casos, enquanto em São Paulo foi em 2019 com 2.528.074 casos. As internações foram distribuídas da seguinte forma de acordo com o sexo: I) São Paulo: com 11.438.185 homens e 15.084.893 mulheres, enquanto II) Fortaleza: com 1.303 homens e 1.086 mulheres. Ou seja, São Paulo teve maior acometimento de mulheres, enquanto em Fortaleza prevaleceu nos homens. As internações foram distribuídas de acordo com a raça, sendo a raça branca, preta, parda, amarela, indígena e sem informação. Em São Paulo, a distribuição se deu da seguinte forma: 1) Branca: 14.572.208, 2) Preta: 1.362.834, 3) Parda: 6.787.488, 4) Amarela: 204.370, 5) Indígena: 4248, 5) Sem informação: 3.589.844. Enquanto em Fortaleza: 1) Branca: 145, 2) Preta: 26, 3) Parda: 1.987, 4) Amarela: 160, 5) Indígena: 1, 6) Sem informação: 70. Conclusão: A aterosclerose é uma enfermidade muito prevalente, especialmente no Sudeste. Entre o ano de 2013 a 2023, em Fortaleza e São Paulo 26.524.381 internações devido à aterosclerose. Sendo 2.389 em Fortaleza (0,01%) e 26.521.992 em São Paulo (99,99%). O ano com maior ocorrência de internações em Fortaleza foi em 2023, enquanto em São Paulo foi em 2019. São Paulo teve maior acometimento de mulheres,  enquanto em Fortaleza prevaleceu nos homens. Em São Paulo a raça mais acometida foi a raça branca, enquanto em Fortaleza foi a parda. 

PALAVRAS-CHAVE: Aterosclerose; Hospitalização; Indicadores de morbimortalidade.

INTRODUÇÃO:

A aterosclerose trata-se de uma doença crônica com caráter progressivo, que decorre da inflamação crônica da túnica íntima de artérias de calibre maior, gerando lesões multifocais e placas ateroscleróticas. 

A disfunção endotelial pode ocorrer devido ao aumento de lipoproteína de baixa densidade (LDL), existência de microrganismos (como herpesvírus e Chlamydia pneumoniae) e da resposta compensatória da hemostasia endotelial. Esse processo crônico gera um remodelamento vascular, que quando ocorre por longos períodos, gera diminuição do lúmen do vaso e o espessamento da parede. 

Com o aumento da expectativa de vida, ocorre elevação dos casos de aterosclerose. Além disso, fatores como tabagismo, hipertensão, diabetes mellitus, obesidade e dislipidemias podem predispor à formação das placas.

OBJETIVO:

Analisar e comparar o perfil de morbimortalidade de aterosclerose em Fortaleza e São Paulo no período de 2013 a 2023. 

MÉTODOS:

O presente estudo trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, descritivo, transversal e retrospectivo. Os dados foram coletados a respeito dos casos novos notificados no Sistema de Informações sobre Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), os quais encontram-se disponíveis no banco de dados online do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foi realizada coleta de dados de internações devido à aterosclerose (CID I70), entre 2013 a 2023 em São Paulo e Fortaleza. 

As variáveis coletadas e estudadas foram: ano de internação, cor/raça e sexo. A análise estatística dos dados foi realizada por meio do uso de frequências relativas com auxílio do programa Excel e o Tabwin 3.6. 

Em conformidade com a Resolução no 4661/2012, como o estudo trata-se de uma análise realizada por meio de banco de dados secundários de domínio público, este não foi encaminhado para apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS:

Entre o período de 2013 a 2023, em Fortaleza e São Paulo houveram 26.524.381 internações devido à aterosclerose. Sendo 2.389 em Fortaleza (0,01%) e 26.521.992 em São Paulo (99,99%). O ano com maior ocorrência de internações em Fortaleza foi em 2023, com 343 casos, enquanto em São Paulo foi em 2019 com 2.528.074 casos (Tabela 1).

Tabela 1. Internação no município de Fortaleza e São Paulo, devido à aterosclerose, nos anos de 2013 a 2023. Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN net, 2024.

Gráfico 1. Internação no município de Fortaleza e São Paulo, devido à aterosclerose, por sexo, nos anos de 2013 a 2023. Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN net, 2024.

Points scored

As internações foram distribuídas da seguinte forma de acordo com o sexo: I) São Paulo: com 11.438.185 homens e 15.084.893 mulheres, enquanto II) Fortaleza: com 1.303 homens e 1.086 mulheres. Ou seja, São Paulo teve maior acometimento de mulheres, enquanto em Fortaleza prevaleceu nos homens (Tabela 2).  

Tabela 2. Intenação por sexo devido à aterosclerose, entre 2013 a 2023. Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN net, 2024.

As internações foram distribuídas de acordo com a raça, sendo a raça branca, preta, parda, amarela, indígena e sem informação. Em São Paulo, a distribuição se deu da seguinte forma: 1) Branca: 14.572.208, 2) Preta: 1.362.834, 3) Parda: 6.787.488, 4) Amarela: 204.370, 5) Indígena: 4248, 5) Sem informação: 3.589.844. Enquanto em Fortaleza: 1) Branca: 145, 2) Preta: 26, 3) Parda: 1.987, 4) Amarela: 160, 5) Indígena: 1, 6) Sem informação: 70 (Gráfico 2). 

Gráfico 2. Internação no município de Fortaleza e São Paulo baseado na raça, devido à aterosclerose, nos anos de 2013 a 2023. Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN net, 2024. 

Points scored

CONCLUSÃO:

A aterosclerose é uma enfermidade muito prevalente, especialmente no Sudeste. Entre o ano de 2013 a 2023, em Fortaleza e São Paulo 26.524.381 internações devido à aterosclerose. Sendo 2.389 em Fortaleza (0,01%) e 26.521.992 em São Paulo (99,99%). O ano com maior ocorrência de internações em Fortaleza foi em 2023, com 343 casos, enquanto em São Paulo foi em 2019 com 2.528.074 casos. São Paulo teve maior acometimento de mulheres (15.083.807 casos), enquanto em Fortaleza prevaleceu nos homens (1.303 casos). Em São Paulo a raça mais acometida foi a raça branca (14.572.208 internações), enquanto em Fortaleza foi a parda (1.987 casos). 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BANDEIRA, Lívia Liberata Barbosa et al. Análise do perfil de morbimortalidade de aterosclerose no Estado de Minas Gerais comparado à Região Sudeste. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 16, n. 4, p. 222-226, 2018.

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POLANCZYK, Carisi Anne. Epidemiologia das doenças cardiovasculares no brasil: a verdade escondida nos números. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 115, p. 161-162, 2020.


1Discente do curso de Medicina da Universidade Nove de Julho, São Paulo – SP.
1 rafa.viel09@gmail.com