OBESIDADE ETIOPATOGENIA E TRATAMENTO COM HCG: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202501311509


Francisco Xavier Martins Bessa1


RESUMO 

O presente estudo abrange as potencialidades da gonadotrofina coriônica humana  durante o tratamento da obesidade em dissemelhantes grupos ou condições  humanas. Objetivou-se, portanto, averiguar como a obesidade pode ser tratada por  via da gonadotrofina coriônica humana em congruência com as severidades que  esta condição pode gerar aos humanos de dissemelhantes faixas etárias. Para tanto,  justifica-se esta seleção temática a incidência de poucos estudos teóricos nacionais  que correlacionam essa categoria de tratamento, ainda mais por consistir em um tema  de importância incumbència às áreas médicas. De modo adjunto, este estudo formou se pelo norteamento correlato a duas principais questões-problema: Quais os  impactos negativos da obesidade ao organismo humano? Como a gonadotrofina  coriônica humana pode ser implementada no tratamento da obesidade? Além disso,  a delimitação pontuou-se através de estudos nacionais com ênfase nos modelos  recentes, compreendendo a necessidade de uma ampliação dos conceitos já  englobados dentro deste segmento médico e científico. Aplicou-se uma metodologia  de revisão bibliográfica com cunho documental embasada por uma pesquisa  qualitativa juntamente com a análise teórica comparativa direcionada para a área  médica. Com este enfoque, avaliou-se estudos, textos, cartilhas, legislações e artigos  científicos publicados em banco de dados do Google Acadêmico, Scielo e Pubmed,  cujos principais resultados relacionam-se com as seguintes autorias: Aguiar et al. (2017)  Altoé (2014), Carlucci et al. (2013), Carneiro e Dall’igna (2020), Ferreira et al. (2021),  Zaros (2018), Medeiros e Norman (2006), Santos (2020), Wannmacher (2016), Silva  et al. (2021), Takahashi (2019), Silva (2017), Gadde et al. (2018), Gualano e Tinucci  (2011), Lima (2021) e Martins (2012). Por conseguinte, a investigação teórica  corrobora para a determinação dos riscos presentes nestes tipos de aplicações e nas  utilizações já conhecidas do HCG, embora o referido hormônio demande por futuros  estudos práticos que sejam capazes de determinar sua real influência percentual na  redução da obesidade.  

Palavras-chave: Obesidade. Gonadotrofina Coriônica Humana. Tratamento com  HCG. 

1. INTRODUÇÃO

A obesidade apresenta uma grande prevalência entre os brasileiros em função  de uma cultura enraizada nos maus hábitos alimentares. Todavia, os malefícios  secundários vão além do bem-estar e da qualidade de vida, tendo impactos gerais na  saúde do indivíduo, visto que ao longo prazo a obesidade consiste em um agravo  severo, sendo tida até mesmo como uma intensificadora de riscos por vias de doenças  como diabetes, hipertensão, entre outras.  

Dessarte, o controle desta doença crônica precisa advir de medidas ágeis e  seguras ao paciente, partindo da premissa de que o mesmo deve prosseguir com o  tratamento apropriado ao seu quadro e limitações.  

Assim, estudos contemporâneos têm apontado para a oportunidade de tratar a  obesidade em diferentes estágios a partir da gonadotrofina coriônica humana,  embora tal amplitude prática ainda demande por maiores comprovações científicas.  

A justificativa deste estudo é formada em razão dos poucos estudos teóricos  nacionais que correlacionam essa categoria de tratamento, ainda mais por consistir  em um tema de importância incumbència às áreas médicas.  

O objetivo geral é averiguar como a obesidade pode ser tratada por via da  gonadotrofina coriônica humana em congruência com as severidades que esta  condição pode gerar aos humanos de dissemelhantes faixas etárias. 

Em complemento, a partir dos objetivos específicos espera-se: caracterizar a  etiopatogenia da obesidade em função de suas reverberações agudas, identificar os  aspectos gerais da gonadotrofina coriônica humana e descrever como o tratamento  com HCG pode favorecer os cuidados à pacientes com obesidade. 

Analogamente, a problemática enfrentada é determinada através de dois  questionamentos norteadores: Quais os impactos negativos da obesidade ao  organismo humano? Como a gonadotrofina coriônica humana pode ser implementada  no tratamento da obesidade?  

Ademais, delimitou-se este artigo em razão da importância destas  descobertas para todos os segmentos médicos, sobretudo por ser uma área que  exige uma maior aplicação científica em decorrência dos efeitos já demonstrados em  estudos publicados em revistas científicas estrangeiras. Esta revisão bibliográfica de  cunho documental conjectura-se mediante a uma pesquisa qualitativa em harmonia  com uma metodologia de análise teórica comparativa direcionada para o eixo da  nutrição contemporânea.

Com isso, as principais autorias aplicadas nesta revisão foram: Aguiar et al. (2017) Altoé (2014), Carlucci et al. (2013), Carneiro e Dall’igna (2020), Ferreira et al. (2021), Zaros (2018), Medeiros e Norman (2006), Santos (2020), Wannmacher (2016),  Silva et al. (2021), Takahashi (2019), Silva (2017), Gadde et al. (2018), Gualano e  Tinucci (2011), Lima (2021) e Martins (2012).  

As bases de dados consultadas se deram em três principais sites: Scielo,  Google Acadêmico. A análise e adequação decorreu de forma adjunta a uma revisão  sistemática com ênfase em estudos aplicados na práxis. Por conseguinte, estima-se  corroborar ativamente para com a área da nutrição, sobretudo pelo propósito  adicional de não exaurir o tema por completo, contudo formalizar um embasamento  sólido ao ponto de servir como pilar para estudos futuros. 

2. GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA: CARACTERIZAÇÃO CONCEITUAL 

A Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG), também denominada como  gonadotrofina coriónica humana, trata-se de glicoproteína hormonal advinda da  produção natural via células trofoblásticas sinciciais presentes nos líquidos maternos  (MARTINS, 2012).  

Na definição de Santos (2020), esse hormônio glicoproteico é específico da  gravidez, ou seja, o mesmo é produzido pela placenta durante a gestação. Esse  hormônio é exclusivo da gravidez e por isso é usado para a confirmação de tal  condição. Entretanto, em algumas doenças, tais como mola hidatiforme e  coriocarcinoma, o hCG também é produzido. Além disso, ele é um importante  indicador de tumores testiculares (SANTOS, 2020, p. 9).  

Acerca da covalência da gonadotrofina coriônica humana e as  substancial idades apresentadas por este composto, é cabível salientar:  

A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é estruturada pela combinação não covalente de duas subunidades, alfa (αhCG) e beta (βhCG), sintetizadas separadamente pelo tecido trofoblástico normal, mola hidatiforme, coriocarcinoma, células hipofisárias e tecidos tumorais de diversos tipos histológicos. A síntese da cadeia peptídica e sua glicosilação na célula secretora envolve complexa ação de várias enzimas. Esta complexidade resulta na secreção de moléculas heterogêneas. As diferentes formas moleculares secretadas podem ser encontradas no soro, urina e líquido amniótico de gestantes; soro, urina e vesículas em pacientes com mola hidatiforme ou coriocarcinoma e em fluidos biológicos de mulheres não grávidas e homens normais ou acometidos de tumores de diferente origem  embrionária. Tanto a molécula hCG nativa, intacta, como suas subunidades nas formas livres e as variantes hCG hiperglicosilada (H-hCG), hCG clivada (N-hCG) e fragmento-núcleo deβhCG (CF-βhCG) têm aplicabilidade clínicarelevante. Dependendo da forma molecular mais prevalente ou da proporção da molécula variante/molécula hCG intacta numa determinada condição clínica, há indicação para a dosagem específica de uma ou mais destas moléculas (MEDEIROS; NORMAN, 2006, p. 251).  

Ainda em conformidade com a literatura, o hCG apresenta “características  estruturais que o tornam semelhante ao FSH, LH e TSH, uma vez que é formado por  duas subunidades, a chamada cadeia α e cadeia β. A cadeia α é bastante semelhante  nesses quatro hormônios, diferentemente da cadeia β, que confere especificidade”  (SANTOS, 2020, p. 11).  

As funções elementares da HCG são pontuadas através da Figura 1 em razão  de sua estrutura geral: 

Figura 1 – Estrutura da Gonadotrofina Coriônica Humana 

Fonte: MEDEIROS; NORMAN, 2006, p. 253. 

Nesta representação, as variáveis moléculas presentes no soro, na placenta e  na urina são demonstrados pelas seguintes identificações: “B = big, grande; N =  nicked, clivada; F = free, livre; CF = core-fragment, fragmento-núcleo; N- = ramificação  de carboidratos ligada à serina; O- = ramificação de carboidratos ligada à asparagina”  (MEDEIROS; NORMAN, 2006, p. 253).  

Esta heterogeneidade fisiológica convém como notória estrutura comumente  estudada pela medicina. Para tanto, há ocasionalidades primárias que concatenam  com a presente composição da cadeia pepitídica e de suas respectivas derivações hormonais: 

[…] 1) modificações estruturais na cadeia proteica, determinadas geneticamente, 2) modificações induzidas pelo meio hormonal durante a síntese e liberação da molécula, 3) existência de pró-hormônios, 4)  polimerização de formas moleculares nativas nos fluidos orgânicos, 5) associação do hormônio com outras proteínas circulantes, 6) degradação metabólica. O significado metabólico e clínico das diversas formas moleculares de hCG permanecem em debate e investigação. Em paralelo à compreensão da estrutura química e do significado fisiológico das múltiplas formas moleculares, vários distúrbios associados com anormalidades  estruturais na molécula nativa de hCG têm sido identificados. Nesta revisão propõe-se examinar a composição proteico-glicídica da molécula de hCG padrão, analisar as vias metabólicas envolvidas na secreção e excreção deste hormônio, caracterizar as diferentes formas moleculares encontradas nos líquidos biológicos e correlacioná-las com condições clínicas normais ou anormais, com o objetivo de dimensionar a importância de seu uso clínico. Além disso, destaca-se a importância do uso de ensaios específicos e  sensíveis para dosar as diferentes moléculas, segundo as condições clínicas presentes (MEDEIROS; NORMAN, 2006, p. 252 a 253). 

Em suma, as modificações na estrutura que compõem este processo já são  alvo de estudos gerais na área médica, inclusive quanto ao tratamento da obesidade,  onde os resultados são abrangentes e demandam por maiores evidências e análises  na práxis (MARTINS, 2012).  

Para tanto, comumente são observadas modificações estruturais tanto na  cadeia peptídica quanto nos carboidratos quando o enfoque está na gonadotrofina  coriônica humana em razão dos líquidos biológicos femininos (MEDEIROS;  NORMAN, 2006).  

Nesta conjectura, nota-se que as complexidades estruturais decorrer da  formação multisegmentada de moléculas de HCG, o que é sugestionado por  resultados com inconsistências durante as averiguações em dissemelhantes ensaios  técnicos (MEDEIROS; NORMAN, 2006). Em relação a dosagem molecular, permite se uma marcação bioquímica concernente aos tumores e demais doenças  apresentadas em escalas majoritárias ou iniciais (MARTINS, 2012).  A obesidade consiste em um problema mundial em decorrência das  reverberações que tal condição pode promover ao médio e ao longo prazo, sendo  demonstrado como um aspecto contribuinte e agravante de dissemelhantes outras  patologias (MARTINS, 2012).  

A caracterização da obesidade advém do acúmulo excessivo de gordura  corporal em um nível que compromete a saúde dos indivíduos, acarretando prejuízos  tais como alterações metabólicas, dificuldades respiratórias e do aparelho locomotor. 

Além de se constituir enquanto fator de risco para enfermidades tais como  dislipidemias, doenças cardiovasculares, diabetes melito tipo II e alguns tipos de  câncer (WANDERLEY; FERREIRA, 2010).  

A etiopatogenia da obesidade possui substancialidades de nível multifatorial,  isto é, abordando quesitos sociais, culturais, históricos, econômicos, psicossociais,  biológicos, políticos e ecológicos à medida que o processo de envelhecimento  também corrobora para o avanço dos casos (MEDEIROS; NORMAN, 2006). 

As averiguações quanto às causas da obesidade decorrem do estilo de vida  e das prevalências de cada organismo, porém o tratamento precisa considerar os  aportes energéticos das dietas e a aplicação de atividades físicas cujas implicações  são o combate ao sedentarismo que vem demonstrando cada vez mais impactos ao  estilo de vida moderno no cenário ocidental (WANDERLEY; FERREIRA, 2010).  

A escolaridade é outro grau determinante para os índices de obesidade e  sobrepeso, sobretudo em países em desenvolvimento. O sedentarismo é outro  agravante demonstrado em parte majoritária dos casos de obesidade no Brasil e no  mundo (SANTOS, 2018).  

De acordo com Wanderley e Ferreira (2010), o “diagnóstico da obesidade é  realizado a partir do parâmetro estipulado pela Organização Mundial de Saúde1 – o  body mass index (BMI) ou índice de massa corporal (IMC), obtido a partir da relação  entre peso corpóreo (kg) e estatura (m)² dos indivíduos. Através deste parâmetro, são  considerados obesos os indivíduos cujo IMC encontra-se num valor igual ou superior  a 30 kg/m²” (WANDERLEY; FERREIRA, 2010, p. 186). 

Os fatores de risco podem ser notados em diferentes ocorrências relacionadas  à obesidade e ao sobrepeso, tendo em vista que há dissemelhanças entre o que é  apresentado por adultos e na fase infanto-juvenil. Com isso, em adultos as  reverberações se dão com impactos diretos às doenças cardiovasculares, dificuldades  respiratórias, diabetes, cânceres, infertilidade, apneia do sono, hipertensão arterial  sistêmica, transtornos psicossociais, e demais síndromes análogas (WANNMACHER,  2016). 

Essa classificação precisa ser incorporada quanto aos impactos aos casos  graves que podem alcançar níveis expressivos pelas comorbidades,sobretudo em  cânceres e tumores, bem como indica a Figura 2:

Figura 2 – Constante entre Obesidade e Evento Genético 

Fonte: SILVA, 2017, p. 31. 

Em relação às crianças, os impactos podem ser nocisivos em fases específicas,  trazendo até mesmo a morte prematura e incapacidade funcional durante a vida  adulta. Nos casos-base, observa-se uma maior resistência à insulina, indicativos de  doenças cardiovasculares, maior incidência de fraturas e problemas respiratórios  (WANNMACHER, 2016). 

O excesso de peso condiciona uma série de malefícios aos humanos,  especialmente pelas proporções escaladas e preocupantes, bem como é verificado  em países como o Brasil, Chile e México. Além disso, os números tendem a apresentar  variáveis entre homens e mulheres (SANTOS, 2018).  

3. DIETAS CONTEMPORÂNEAS E A OBESIDADE 

Os riscos das doenças são significativos, sobretudo quando a obesidade é um  dos pilares dos agravos registrados em um paciente, independentemente se o quadro  é moderado ou grave. Em síntese, o dinamismo da transição nutricional evoca a necessidade da redução da predominância de patologias comuns às regiões menos  desenvolvidas, onde os extremos da desnutrição e do sobrepeso são obstáculos da  saúde pública (MARTINS, 2012).  

Para tanto, é fundamental que as mudanças sejam estipuladas a partir de  melhorias nos padrões alimentares populacionais, juntamente com o estímulo à  prática de esportes e demais atividades físicas (WANDERLEY; FERREIRA, 2010).  A classificação da obesidade por ser melhor compreendida em função do que é estabelecido dentro da escala do IMC. A Tabela 1 estampa como são agrupadas as  classes adiposas para cada modalidade corpórea:  

Tabela 1 – Classificação Internacional quanto ao Índice de Massa Corporal 

Fonte: SILVA, 2017, p. 13.  

Os cuidados profissionais são de grande valia para o acompanhamento geral  do processo de emagrecimento. Para Wannmacher (2016), o “estímulo a que  profissionais da saúde se aprimorem nos cuidados de pessoas com sobrepeso e  obesidade parece constituir-se em fator positivo no controle dessas manifestações.  Observa-se que aqueles são escassamente preparados para manejar a obesidade.  Há ausência de treinamento em estratégias de mudança de comportamento e escassa  experiência em trabalhar em equipe multiprofissional com pacientes obesos”  (WANNMACHER, 2016, p. 15). 

Os tratamentos referidos a obesidade traduzem-se pela conjunturas práticas,  embora uma série de aplicações tenha sido desenvolvida nas últimas décadas. Com  isso, é de suma relevância que o indivíduo tenha o acompanhamento médico e  nutricional desde as primeiras etapas (WANNMACHER, 2016). 

A manutenção do peso reduzido é outra adversidade presente nos diferentes  meios das dietas tradicionais ou até mesmo em casos operatórios. Sabendo das  gravidades presentes no sobrepeso obtido na fase adulta, é fidedigno que o paciente  busque por uma melhor condição antes de apresentar os impactos negativos desta  condição nociva (SILVA, 2017).  

Para Francischi et al. (2000), não só o total energético deve ser controlado para  pacientes que apresentam a síndrome metabólica, visto que a “dieta deve conter alta  porcentagem de energia derivada de carboidratos e baixa de lipídeos, além de controle na quantidade de colesterol na dieta, a fim de reduzir as chances de  ocorrência de problemas cardiovasculares” (FRANCISCHI et al., 2000, p. 24).  A tendência nutricional derivada da cultura moderna engloba açúcares,  gorduras animais e vegetais, e alimentos ultra processados, cujos reflexos são  negativos ao longo prazo, sobretudo quando não há uma associação a exercícios  físicos (FRANCISCHI et al., 2000). Especificamente quanto ao Brasil, entende-se que  o processo de transição entre a nutrição e a obesidade tem decorrido de forma  acelerada com essa cultura relacionada aos alimentos industrializados juntamente  com os aspectos basilares das alterações epidemiológicas, socioeconômicas e  demográficas (CARNEIRO; DALL’IGNA, 2020).  

Neste cenário que se estende para diferentes faixas etárias e classes sociais,  os cuidados majoritários são pertinentes para gerar mudanças nos hábitos  alimentares, em especial quanto ao gasto energético populacional:  

Os dados relacionados ao gasto energético da população fornecem informações importantes para órgãos de saúde pública, no qual auxilia a formulação de recomendações e políticas de alimentação e nutrição. Há diversos critérios que classificam os fatores de requerimento energético em um indivíduo. O gasto energético total pode ser entendido como a energia gasta por um organismo em 24h, tal gasto é a somatória do gasto energético basal e/ou gasto energético de repouso, a termogênese e o gasto calórico em atividades físicas. O gasto energético basal é a quantidade de energia utilizada por um indivíduo em 24 horas em completo repouso físico e mental. O gasto em repouso é a quantidade de energia gasta por um indivíduo em 24 horas de repouso, em qualquer período do dia, de 3-4 horas após uma refeição. A quantificação do gasto energético pode ser feita a partir de medidas de produção de gás carbônico e excreta nitrogenada, sendo que o indivíduo deve estar acordado, em repouso, em uma atmosfera neutra e jejum noturno. A atividade física aumenta o consumo energético e ativa vias metabólicas, consequentemente aumentando a demanda de nutrientes e consumo de gás oxigênio. Além disso, a energia gasta em atividades físicas depende de outros fatores como idade, sexo e peso (SILVA, 2017, p. 17 a 18). 

Entre as dietas tradicionais e comumente empregadas em grande parte do  mundo são aquelas com base em fibras que, do mesmo modo, corrobora para a  redução dos “problemas de doenças cardiovasculares, devido à redução do colesterol  plasmáticos e da LDL. As fibras provavelmente interferem no metabolismo dos  esteróides, que começa no trato gastrintestinal. Essa interferência ocorre por serem  as fibras pouco digeridas e absorvidas pelo organismo humano, aumentando a  excreção fecal de colesterol presente nos ácidos biliares” (FRANCISCHI et al., 2000,  p. 26). 

A inatividade física, por sua vez, tem sido um dos principais aspectos negativos  no combate contra a obesidade no período contemporâneo, sobretudo em razão das  praticidades e comodidades que o mundo contemporâneo tem trazido, especial no  que condiz com um cenário cada vez mais globalizado e tecnológico, com mudanças  nos padrões do trabalho e, inclusive, das modalidades de entretenimento  (CARNEIRO; DALL’IGNA, 2020). 

Segundo os prismas expostos por Gualano e Tinucci (2011), “as evidências que  fundamentam a prática de atividade física em períodos remotos eram mormente  empíricas. Atualmente, há um denso e crescente corpo de conhecimento que  consolida o exercício físico como ferramenta crucial na promoção da saúde. Não  obstante – e paradoxalmente -, assistimos praticamente inertes a uma redução  gradativa nos níveis de atividade física das populações modernas” (GUALANO;  TINUCCI, 2011, p. 37). 

De modo similar, é preciso demonstrar sobre os impactos em escalas  majoritárias da falta da prática de atividades físicas que constituem uma conjectura de  proporções alarmantes, especialmente do ponto de vista socioeconômico onde as  condições possivelmente evitadas pela atividade física de forma regular impõe custos  exorbitantes aos cofres públicos mundiais (GUALANO; TINUCCI, 2011).  

No Brasil, as influências trazem reflexos ainda mais abrangentes, considerando  que a obesidade tem sido um amplo problema de saúde pública, cujas implicações  vem registrando uma progressão constante nas últimas décadas (CARNEIRO;  DALL’IGNA, 2020).  

4. TRATAMENTO DA OBESIDADE COM HCG 

O tratamento da obesidade com base na Gonadotrofina Coriônica Humana  consiste na administração de HCG juntamente com uma dieta restritiva quanto a  calorias (MARTINS, 2012). Para Santos (2020, p. 9), o “hCG pode ser vendido como  fármaco para ser usado no tratamento de algumas doenças, como em casos de  infertilidade feminina, criptorquidismo, hipogonadismo hipogonadotrófico e puberdade  tardia”.  

Ainda em conformidade com o autor, a dieta do HCG pode ser definida como  complexa e, apesar de bastante difundida, não há evidências científicas de que o hCG  tenha alguma ação no metabolismo de lipídios ou que seja um controlador de apetite” (SANTOS, 2020, p. 9 a 10). Desta forma, exige-se uma investigação ampla com o  intuito de medir os resultados práticos deste tratamento em dissemelhantes condições  primárias (ZAROS, 2018).  

Os potenciais terapêuticos da HCG no tratamento da obesidade convém de um  meio ainda pouco estudado na práxis, porém é de grande valia que os pacientes  estejam aptos a desempenhar atividades físicas conjuntas ao tratamento, de modo  que o máximo de gorduras sejam perdidas ao passo que a massa magra é mantida  (BRASIL, 2014).  

O tratamento da obesidade precisa advir de medidas ágeis para que o indivíduo  mantenha uma qualidade de vida segura, porém o trabalho do profissional da saúde  pode ser abrangente durante o tratamento escolhido. Isso acontece porque a  aplicação terapêutica da HCG ainda é pouco abordada no Brasil e consiste em uma  notabilização relativamente moderna (SILVA, 2017).  

Desde a década de 50 a chamada dieta do HCG vem sendo colocada em  evidência, com a primeira datação através do médico britânico Albert Simeons cuja  experiência inicial de seus atendimentos demonstrou um resultado expressivo na  perda de peso juntamente a administração do hormônio HCG (MEDEIROS;  NORMAN, 2006).  

Entretanto, alguns estudos internacionais correlacionaram a presente temática  ao ponto que até o presente momento sua aplicação ainda não ofertou nenhuma  reverberação prática, demandando assim por maiores averiguações nacionais,  sobretudo quanto ao impacto na redução de massa corpórea (SANTOS, 2020). 

Todavia, o atual cenário tem sido demarcado pela presença de novas pesquisas  em diferentes campos médicos, sobretudo da nutrologia, onde a Gonadotrofina  Coriônica Humana vem sendo aplicada em experiências práticas (WANNMACHER,  2016).  

À primeira vista, há uma série de riscos inerentes ao tratamento com HCG à  obesidade e nas demais aplicações elucidadas por estudos similares (SANTOS,  2020): 

– Tromboembolismo arterial e venoso (coágulos de sangue que podem obstruir artérias ou veias, provocando infarto, derrame cerebral ou embolia pulmonar);
– Sintomas do sistema nervoso central (dor de cabeça, irritabilidade, agitação, depressão, fadiga, comportamento agressivo, insônia);
– Reações de hipersensibilidade e nos locais de injeção (dor, coceira, edema, infecção);
– Possibilidade de aumentar a incidência de cistos ovarianos;
– Ginecomastia (aumento de mamas) em homens;
– Possibilidade de promover desenvolvimento tumoral se administrado em pessoas que tenham câncer hormônio-relacionados, tais como o câncer de próstata, endométrio, mama, ovário. 

No período atual, a gonadotrofina coriônica humana (hCG) ou gonadotrofina  menopausal humana (hMG) são indicadas no tratamento de homens “azoospérmicos  com hipogonadismo hipogonadotrófico (hipo-hipo) para restaurar a produção  espermática. Recentemente, disponibilizou-se no mercado uma nova formulação de  hCG (hCG recombinante), obtido por tecnologia de engenharia genética, porém os  dados ainda são limitados quanto a sua eficácia no tratamento de homens com hipohipo” (VERZA; ESTEVES, 2022, p. 8). A Tabela 2 ilustra os principais resultados  obtidos pelo estudo empírico de Verza e Esteves no ano de 2022:  

Tabela 2 – Investigação sobre o uso de hCG-rec na recuperação da produção de andrógenos e  espermatogênese

Autor, Ano Objetivo do  Estudo Intervenção e Comparação AmostraResultadosConclusões
Verza e
Esteves,
2022.
Apresentar
a eficácia
clínica,
segurança e
praticidade
do uso de
hCG-rec na
recuperação
da produção
de
andrógenos
e espermatogênese em
um grupo de
homens
com hipo-hipo.
Onze homens
com sinais
clínicos de
hipo-hipo e
apresentando
azoospermia
foram tratados
com uma
injeção
subcutânea
semanal de
hCG-rec (250
mcg) por um
período
mínimo de 12
semanas.
Biópsias
testiculares
realizadas
apresentaram
padrão
histológico
predominante
de parada de
maturação
germinativa.
Média basal
dos
hormônios
FSH, LH e
testosterona
foram
0,46±0,28
mUI/mL,
0,39±0,32
mUI/mL e
41,3±26,9
ng/dL.
Uma injeção
única
semanal de
hCG-rec foi
eficiente
para
recuperar a
espermatog
ênese e
produção de
andrógenos
em homens
apresentand
o hipo-hipo,
mostrando-
se como
uma terapia
alternativa à
utilização do
hMG
derivado de
fonte
urinária.
HCG-rec na
posologia
estudada
mostrou-se
eficiente
para
restabelecer
a produção
de
andrógenos
e
espermatozoides em
homens
azoospérmicos com
hipogonadismo
hipogonadotrófico.

Fonte: O autor (2025). 

Para uma compreensão geral acerca do tratamento do sobrepeso e da  obesidade em diferentes níveis com a administração do HCG, é necessário  estabelecer como ocorre o controle calórico da sensação de fome em dissemelhantes  funções metabólicas. Isto é, o processo de redução do peso precisa partir de medidas  que vão além do campo estético, sobretudo em razão da necessidade de estabelecer  melhorias à saúde do próprio indivíduo, sendo comprovado que os diversos aspectos  negativos apresentados de forma adjunta ao sobrepeso (ZAROS, 2018). 

Apesar dos exercícios físicos serem comumente indicados por profissionais da  saúde, deve-se atentar-se para os riscos que as diferentes mobilidades tendem a  impor sobre os praticantes, em especial aqueles que já demonstram algum nível de  sobrepeso inicial. Logo, os cuidados e o acompanhamento profissional são  necessários para que lesões sejam evitadas. Neste sentido, é importante ressaltar a  respeito de do tratamento medicamentoso: 

O tratamento farmacológico tem como objetivo auxiliar outros tratamentos, por exemplo, novos hábitos saudáveis. Devido à dificuldade de adaptação à novos hábitos é recorrente o uso de medicamentos para auxílio da perda de peso. Salientando que o tratamento farmacológico é um auxílio aos outros tratamentos e não a base do tratamento. O tratamento farmacológico é indicado quando pacientes possuem as seguintes condições clínicas: 1) IMC maior ou igual a 30 kg/m2; 34 2) IMC maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² na presença de doenças associadas; 3) Dificuldade/falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. Indivíduos com a circunferência abdominal  aumentada, mesmo que com IMC normal podem recorrer ao tratamento farmacológico quando há o surgimento de doenças associadas ao sobrepeso.  Populações asiáticas são geneticamente predispostas à obesidade, sendo assim, devem receber tratamento farmacológico com IMC maior ou igual a 27,5 kg/m² ou com IMC maior ou igual a 23-27,5 kg/m² na presença de  doenças associadas (ABESO, 2016). Existem, atualmente, três medicamentos aprovados para tratamento da obesidade no Brasil: sibutramina, orlistate e liraglutida 3,0 mg (ABESO, 2016) (SILVA, 2017, p. 34).  

Antecipadamente, o controle da ingestão de alimentos precisa ser melhor  averiguado quando os indivíduos são colocados em âmbitos com a disposição deste  acesso, visto que as ações e as pulsões podem agir de maneira dispersa (ZAROS,  2018).

No que relata Gadde et al. (2018), “a dicotomia clássica entre controles  homeostáticos e hedônicos deu origem a um sistema de controle mais integrativo e  unificado ou alostático e a uma estratégia efetiva para prevenir ou tratar a obesidade  com base em múltiplas vias de sinalização” (GADDE et al., 2018, p. 68). 

Em consonância com Silva (2017), a “concentração de grelina no organismo é  maior durante o jejum prolongado e casos de hipoglicemia, tal concentração diminui  após algum tipo de refeição. Tal fato indica que a grelina está diretamente envolvida  na homeostase energética à curto prazo” (SILVA, 2017, p. 22 a 23). 

Da mesma forma, a leptina apresenta uma ação direta na interação entre o que  é consumido no dia a dia de maneira direta entre as ações neurológicas em função  dos demais órgãos humanos (SANTOS, 2020).  

Sob o mesmo ponto de vista, pode-se evidenciar que a leptina consiste em um  hormônio presente, em grande parte no tecido adiposo brando, apresentando  estrutura análoga às moléculas do sistema imunológico. Segundo Silva (2017), sua  secreção obedece ao ciclo circadiano, ocorrendo majoritariamente durante à noite e  início da manhã. A leptina tem ação no hipotálamo, promovendo a redução da  ingestão alimentar e o aumento do gasto energético. A leptina interfere também em  regulações neuroendócrinas e metabolismo de carboidratos e ácidos graxos (SILVA,  2017, p. 19). A Figura 3 estipula como ocorre a atuação da leptina no organismo  humano:  

Figura 3 – Ação da Leptina 

Fonte: SILVA, 2017, p. 20. 

Wannmacher (2016) salienta que a “recomendação de condutas obesidade e  sobrepeso devem ser preferencialmente manejados com medidas não  medicamentosas, com ênfase em dieta e atividade física. Medidas comportamentais  e aconselhamento sobre mudanças de estilo de vida, com acompanhamento e  monitoração, reforçam os benefícios” (WANNMACHER, 2016, p. 7 a 8). 

Esse padrão torna-se ainda mais evidente com as alterações fornecidas ao  estilo de vida tanto dos jovens quanto dos adultos no pós-período pandêmico,  demonstrando indicativos de um crescente nos casos de obesidade e sobrepeso,  podendo gerar impactos ainda mais expressivos nos últimos aos sistemas públicos de  saúde (WANNMACHER, 2016). 

Para medir tais reverberações, o estudo prático desenvolvido por Wannmacher  (2016) demonstrou os seguintes resultados:  

Tabela 3 – Benefícios Adicionais da Prática de Atividades Físicas durante os Tratamentos Não  Farmacológicos contra a Obesidade  

Autor, AnoObjetivo do EstudoIntervenção e ComparaçãoAmostraResultadosConclusões
Wannma
cher
2016.
Demonstrar
os impactos
positivos das
atividades
físicas em
contribuição à perda de peso.
Efeitos de
modalidades
de exercício
moderado
(aeróbico, de
resistência e
uma
combinação
de ambos)
por 12 semanas
versus não
exercício sobre
sobrepeso,
obesidade e
melhora do
perfil de risco
cardiovascular.
Funcionários de
escritório,
obesos e com
sobrepeso.
A fadiga total dos
participantes foi
maior na posição sentada
comparativamente à posição
sentada em pé
(P< 0,001). Meta-
análise não
evidenciou que
sessões
supervisionadas
de atividade física.
Apresentação
Obesidade como fator de risco para
morbidade e
mortalidade:
evidências sobre
o manejo com
medidas não
medicamentosas.
As
estratégias
associadas
ao sucesso
foram
contagem de
calorias (-3,3
kg; IC95%: –
4,6 a -2,0;
P=0,027),
contato com
nutricionista (-
1,5 kg;
IC95%: -2,9 a
-0,2; P <
0,001) e uso
de técnicas
de trocas que
comparavam
comportamen
tos de
participantes
com os de
outros (-1,5
kg; IC95%: –
2,9 a -0,1;
P=0,032).

Fonte: O autor (2025). 

Nesse ínterim, a farmacoterapia tem sido cada vez mais requisitada durante o  tratamento antiobesidade, em conformidade com os preceitos da nutrição. Em harmonia com a literatura vigente, a “gravidez é uma contraindicação para  todos. A lorcaserina e a fentermina/topiramato são substâncias controladas de nível  IV. Para o jornalista, a perda ponderal baseia-se em várias meta análises. Para todos os  outros, a perda ponderal é de ensaios de fase 3” (GADDE et al., 2018, p. 77). Outra modalidade relevante sob o prisma moderno são os chamados  biofármacos que são definidos como medicamentos produzidos “utilizando-se biotecnologia, sendo que o produto é obtido por extração direta ou semisintetizado  de uma fonte biológica (humana, animal, vegetal, fúngica ou microbiana) e podem ser  compostos de açúcares, proteínas, ácidos nucleicos ou combinações complexas  destas substâncias ou, ainda, células ou tecidos vivos” (TAKAHASHI, 2019, p. 15).  Adiciona-se, ainda, a inclusão de células somáticas, proteínas terapêuticas, células  vivas, componentes sanguíneos, vacinas, etc. (CARLUCCI et al., 2013).  

Em meio a tantos riscos, optar por tratamentos de forma arbitrária é negativo  para qualquer indivíduo, ainda mais quando não há uma definição prévia precisa sobre  o procedimento a ser seguido. A dieta do hCG surge em função dos indícios pontuais  derivados do norteamento das reservas de gordura que a figura materna emprega  organicamente para alimentar o bebê. Contudo, as investigações contemporâneas  salientam que tal componente apenas é comercializado com a devida prescrição  médica Nas etapas hodiernas, este hormônio é apresentado para usos via injeção ou  oral cujas aplicações de maiores impactos são diretamente para o “tratamento de  infertilidade feminina, criptorquidismo, hipogonadismo hipogonadotrófico em homens  e puberdade tardia em meninos” (SANTOS, 2020, p. 9).  

Embora as primeiras aplicações tenham decorrido de um longo período, os  defensores desta dieta comumente indicam que seu uso é fidedigno para os casos  onde o paciente demonstra uma perda conjunta de calorias e massas magras, sendo  uma opção eficaz para que a massa magra possa ser mantida durante os processos  de diferentes dietas adicionais ou, ainda por vias de uma reeducação alimentar  sequencial (AGUIAR et al., 2017).  

Apesar dos indicativos preliminares indicarem a não eficiência este hormônio é  apresentado como um campo a ser estudado e evidenciado à longo prazo, sobretudo  no consumo solo, uma vez que a aplicação junto a uma dieta restritiva condiciona os  resultado apenas ao que é fornecido pela perda de peso calórico (SANTOS, 2020).  

À vista desta abordagem, no momento hodierno órgãos internacionais como o  FDA (Food and Drug Administration) e nacionais assim como o SBEM (Sociedade  Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a ABESO (Associação Brasileira para o  Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) não recomendam o uso desta  medicação (SANTOS, 2020).  

Nesta lógica, os estudos que defendem a presente tese, bem como aqueles  realizados por vias do Programa de Iniciação Científica (PICT) da Devry Facid e o  Comitê de Ética no Uso em Animais (CEUA), além de diferentes investigações internacionais, apontam para os resultados benéficos partindo de uma ação direta  pela inibição do apetite Contudo, a aplicação cabível para uma investigação robusta  exige verificações alinhadas a diferentes dietas, porém é necessário que os pacientes  e os grupos investigados recebem em parte uma dieta hipercalórica e em outra via  uma dieta normocalórica, ao passo que o referido hormônio precisa estar  compreendido em ambos os grupos (AGUIAR et al., 2017).  

Nesta investigação, aborda-se como a gonadotrofina coriônica humana possui  efeitos diretos na indução de testículos crípticos e na testículos impalpáveis, contudo  é importante salientar sobre os agravos posteriores sendo considerada por alguns  cientistas modernos como gonadotóxica podendo ocasionar na formação de células  gigantes multinucleadas e na degeneração testicular. Logo, esse padrão evidencia  que até mesmo as aplicações conhecidas da HCG dependem de maiores estudos  práticos ao longo prazo para que a indicação de consumo ou aplicação seja segura  ao paciente (ALTOÉ, 2014).  

A opoterapia possui uma grande incumbência dentro deste nicho, sobretudo  em função dos avanços demonstrados por essa área nos últimos anos em escala  internacional (AGUIAR et al., 2017).  

Para Lima (2021), o processo de emergência da ciência endocrinológica foi  coetâneo ao incremento de interesses da comunidade médica pelo surgimento das  doenças crônicas, entre as décadas de 1920 e 1930. O trato das doenças crônicas  levou à produção de uma noção diferenciada de abordagem terapêutica (LIMA, 2021,  p. 20).  

Sobre a comercialização de opoterápicos, é preciso ressaltar:  

[…] A prolífica venda de opoterápicos e o acesso dos consumidores a tais medicamentos – como atestam as propagandas em periódicos leigos e especializados e os relatos clínicos presentes em manuais médicos fomentaram discussões acerca da fundação do campo da andrologia e  trouxeram discussões fundamentais para as delimitações de estilos de  pensamentos inseridos no campo da endocrinologia ante o cuidado do corpo masculino. Longe de situar o caso masculino como exceção, procurou elencar os conhecimentos endocrinológicos envolvidos na concepção de saúde  masculina e analisar a repercussão das terapias de promoção das funções sexuais dos homens como práticas médicas vinculadas à eugenia. Um  exemplo desse argumento reside nas tentativas de correção da homossexualidade masculina, encaradas como projetos viáveis pelos médicos envolvidos, dado o contingente de extratos hormonais disponíveis no mercado farmacêutico brasileiro (LIMA, 2021, p. 10 a 11).  

Os opoterápicos, por sua vez, são advindos de uma terapia cujos diversos investimentos têm sido registrados na última década. 

[…] o investimento industrial nos medicamentos opoterápicos e produção de  =estudos em endocrinologia contou com apoio de diversos atores, como animais não humanos, farmacêuticos, médicos, técnicos, administradores de  instituições diversas, imprensa leiga e especializada. Com os subsídios teóricos delineados, a hipótese norteadora deste trabalho credita a  consolidação da especialidade da endocrinologia brasileira como efeito da interação entre a terapêutica organoterápica com grupos distintos, fossem estes pertencentes à prática clínica, indústria farmacêutica ou institutos  biomédicos promotores de pesquisas científicas sobre as opoterapias e as endocrinopatias. Via de regra, a organoterapia constou, nas primeiras  décadas do século XX, no horizonte de possibilidades terapêuticas médicas  capazes de intervir no quadro de inúmeras doenças. Tratava-se de uma  terapia promissora em produzir uma eugenia hormonal (LIMA, 2021, p. 24).  

Em linhas gerais, organoterapia nacional pode ser compreendida através de  uma ampla jornada:  

A análise da história da organoterapia e suas inserções sociais, econômicas  e culturais, desde finais do século XIX até as primeiras décadas do século XX  no Brasil, permitiu a identificação de um variado conjunto de doenças, cujos sintomas clínicos foram demarcados com base em seu aspecto crônico. Este  foi o caso da diabetes, cretinismo e “mongolismo”. Assim, ampliar as  interpretações sobre as doenças crônicas emergentes, nas primeiras décadas do século XX, através do estudo detido das doenças  endocrinológicas submetidas ao tratamento da organoterapia […] as ciências  naturais e físicas foram exímias fornecedoras dos modelos de especialização dos trabalhos científicos, a partir dos quais foi possível perceber a formação  dos sentimentos de pertencimento às comunidades científicas. As distinções  entre especialização como forma de conhecimento e especialização como forma de prática foram dissolvidas. As habilidades técnicas de um  determinado campo, reivindicadas como estatuto de um âmbito profissional,  ensejaram a recepção destes “especialistas” em hospitais generalistas, bem  como favoreceram a fundação de hospitais especializados em conter o  avanço de doenças específicas. Urgia salvar vidas com base em habilidades  diferentes daquelas performadas por médicos generalistas e cirurgiões  (LIMA, 2021, p. 22 a 23). 

As potencialidades do uso da HCG no tratamento da obesidade no período  moderno é parte da evolução desta área abrangente ao passo que a relação entre os  efeitos são abrangentes e há riscos a serem melhor averiguados pelas ordens  médicas e científicas. A utilização do referido hormônio é parte da busca por um  processo de emagrecimento ágil e saudável que engloba diferentes condições e  características humanas, sobretudo por manter-se como uma questão de saúde  pública no Brasil (MALTA et al., 2019). 

4. CONCLUSÃO 

A base deste segmento de pesquisa evidenciou através de uma revisão  bibliográfica que HCG foi aplicado em diferentes estudos recentes com ênfase no  emagrecimento saudável e no controle da obesidade. 

Os ensaios clínicos analisados demonstraram que a gonadotrofina coriônica  humana é pertinente à cuidados da organoterapia e da nutrologia, onde as aplicações  são fidedignas durante o combate da infertilidade tanto em homens quanto em  mulheres e nos casos de puberdade masculina tardia. Entretanto, as comorbidades  desencadeadas pela obesidade é o que vem amplificando os cuidados necessários  aos pacientes, sobretudo em indivíduos adultos com crescimento do peso calórico  após os 18 anos de idade, demandando processos ágeis de retomada do peso atual. 

Por mais que a HCG não seja indicada oficialmente, há defensores da  aplicação dentro dos ramos da medicina, da nutrição e da nutrologia. Todavia, as  defesas quanto a esta hipótese antevém à importância do controle da perda de peso conservando a massa magra.  

Aliás, o processo de tratamento da obesidade é cíclico e diferentes  medicamentos aplicados anteriormente já não se encontram sob uma ótica positiva  na contemporaneidade. Dito isso, os hormônios e os biofármacos são porvindouros  dentro do nicho médico e científico, principalmente nas áreas que envolvem as  técnicas da nutrologia e da nutrição. 

Por conseguinte, buscou-se neste trabalho correlacionar as possibilidades de  uso da gonadotrofina coriônica humana com enfoque apenas nos cuidados referentes  à obesidade em diferentes níveis, evidenciando a necessidade de constituir um meio  pertinente para novas aplicações potenciais.  

Cada um dos objetivos definidos precedentemente foram alcançados com o  devido êxito, contudo a administração do HCG em humanos precisa partir de uma  investigação futura cujas indicações sejam prescritas de modo seguro ao paciente,  tendo em vista os riscos desta ingestão, ao passo que os órgãos regulamentadores  da farmacologia nacional precisam estar denotadas, tais como a Anvisa e o Sistema  Único de Saúde (SUS).  

Ao final, conclui-se que as essa temática possui uma larga escala de aplicação  e exige maiores investigações de ordem prática, sobretudo em humanos adultos com diferentes condições de sobrepeso.  

REFERÊNCIAS 

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1Formação acadêmica mais alta com a área: Mestrado em Nutrição – Instituição de formação: Uniasselvi. E-mail: bessa@expressalimentacao.com.br