POPULATION’S KNOWLEDGE ABOUT THE UNIFIED HEALTH SYSTEM
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202501301341
Giovanna Pires Serra Campos1; Nayara Godinho de Medeiros2; Sarah Pereira Santos3; Suellen Oliveira de Araújo4; Prof.ª. Ms. Stael Nobile Diniz5; Prof.ª. Ms. Vânia Lúcia de Melo Oliveira6
Resumo
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sistema Único de Saúde (SUS) atende cerca de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem única e exclusivamente do SUS para tratar da saúde, porém, para garantir o direito à saúde, se faz necessária a informação, tanto para manter a população informada sobre seu direito aos serviços, como para fornecer dados sobre a população para que o Estado estabeleça políticas que visem à promoção da saúde. Objetivo: verificar o conhecimento dos estudantes do 1° e 2° semestres do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, sobre os serviços que são ofertados pelo SUS. Método: trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativa e exploratória, usando um questionário contendo duas partes, a primeira com 5 questões fechadas relacionadas à caracterização da população, a segunda, sobre o conhecimento dos participantes relacionado ao SUS, com 7 questões dicotômicas. Os dados coletados neste questionário foram agrupados, analisados por medidas estatísticas e apresentados por meio de gráficos de acordo com os resultados obtidos. Resultados: analisando as respostas, a maior parcela dos participantes relatou ter conhecimento dos serviços que o SUS oferece. Porém, ao decorrer da análise, pode-se observar uma certa contradição, uma vez que nas outras questões, os participantes mostraram um certo desconhecimento desses serviços. Conclusão: Observou-se que a maioria dos participantes desconhece sobre os serviços do SUS, seja por uma falta de interesse deles, ou uma deficiência de comunicação por parte dos profissionais e do próprio Sistema Único de Saúde.
Palavras-chave: Sistema Único de Saúde, Saúde da População, Acesso à Informação.
1 INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) é considerado um dos maiores, melhores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, e é fundamentado em três princípios, o de universalização, que garante o acesso aos serviços de saúde para toda população; o de equidade, que garante que cada pessoa tenha acesso aos serviços de acordo com a sua necessidade pessoal; e o de integralidade, que garante assistência à saúde em todo o momento da vida, incluindo ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação para toda a população do país. (BARDANACHVILI, 2017) (BRASIL, 2022)
O SUS foi criado a partir da Constituição Federal de 1988, na qual a saúde foi incluída como direito da população, a partir do Artigo 196: (BRASÍLIA, 1990)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASÍLIA, 1990)
O SUS atende aproximadamente 180 milhões de brasileiros e realiza por ano cerca de 2,8 bilhões de atendimentos, que incluem todos os tipos de procedimentos, desde consultas de rotina simples, até atendimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos. Desde a sua criação, o SUS garantiu o acesso universal a saúde para toda a população, sem discriminação, a atenção integral à saúde, e se tornou um direito de todos os brasileiros, desde a gestação até os cuidados paliativos. (IBGE, 2022)
Apesar de ter o direito integral e universal à saúde garantido pelo Artigo 196 da Constituição Federal, nem toda população tem acesso a todos os serviços, algumas vezes por falta de vagas ou falta de profissionais qualificados para realizar o procedimento necessário, e também por falta de informação sobre alguns serviços oferecidos pelo SUS, já que uma grande parcela da população não tem conhecimento sobre todos os serviços que são oferecidos pelo SUS, o que os leva a não usufruir dos serviços. (BRASIL, 2022)
Neste contexto, o tema desta pesquisa consiste no conhecimento da população acerca dos serviços de saúde oferecidos pelo Sistema Único de Saúde.
1.1 JUSTIFICATIVA
O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma grande conquista da população brasileira, porque por meio dele oferece serviços para o cidadão brasileiro, garantindo atendimento a todos os indivíduos, mesmo assim, em pesquisa feita pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Saúde – IEPS (2024), constatou-se que cerca de 72,69 milhões de brasileiros não estão cobertos pela Atenção Básica de Saúde do SUS. Isso pode estar associado ao desamparo da população brasileira sobre as informações relacionadas aos programas de prevenção, promoção à saúde, tratamento e reabilitação do SUS.
Os noticiários estão recorrentemente colocando que os atendimentos no SUS estão prejudicados, muitos cidadãos brasileiros reclamam sobre a falta de leitos, longas filas e problemas com má distribuição de médicos, o que faz com que eles desistam dos atendimentos prestados pelos diversos programas do SUS, mostrando a falta de conhecimento sobre seus direitos. Isso se evidencia em alguns estudos sobre o desconhecimento da população em relação aos programas/serviços oferecidos pelo SUS em algumas regiões brasileiras.
No levantamento bibliográfico dos últimos cinco anos (2019 a 2024), observou-se a inexistência de estudos sobre este tema na Grande São Paulo, SP, Brasil, fazendo-se, então, necessário este estudo, para a partir dos resultados encontrados, se propor metas para melhorar o nível de conhecimento sobre o SUS nesta região, de forma a atender às principais necessidades dos cidadãos, além de poder ser referência para outras regiões que possuam uma população com características semelhantes à deste estudo.
1.2 PROBLEMA
Compreende-se que a saúde é um direito da população e dever do estado, conforme descrito no Art. 196 da Constituição Federal Brasileira de 1988, e que a população deve ter acesso à informação sobre todos os serviços que são oferecidos pelo SUS.
Dentro desse contexto, instiga-se em saber: qual o conhecimento dos usuários do Sistema Único de Saúde sobre os programas/serviços que são ofertados pelo SUS?
1.3 HIPÓTESE
Se os usuários do Sistema Único de Saúde, participantes desta pesquisa, desconhecem sobre os programas/serviços que são ofertados pelo SUS, incluindo informações subestimadas, então, haverá necessidade de se propor uma campanha na Instituição, local desta pesquisa, para orientação para eles e outros que se interessarem.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo primário
Verificar o conhecimento dos estudantes do 1° e 2° semestres do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, sobre os programas e serviços que são ofertados pelo SUS.
1.4.2 Objetivos secundários
Identificar o conhecimento dos estudantes do 1° e 2° semestres do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, sobre os programas e serviços que são ofertados pelo SUS.
Relacionar o grau de conhecimento dos estudantes do 1° e 2° semestres do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, sobre os programas e serviços que são ofertados pelo SUS às formas de acesso às informações sobre o Sistema Único de Saúde.
Associar o conhecimento dos estudantes do 1° e 2° semestres do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, sobre os programas e serviços que são ofertados pelo SUS, com os fatores sociodemográficos do Município em que residem.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Criado para garantir o acesso integral, universal e com equidade a toda a população brasileira, o Sistema Único de Saúde é referência global em ações diversas, como vacinação, transplantes, doações de órgãos, de sangue e de leite materno. O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo, atendendo a cerca de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente do sistema para tratar da saúde. (MORAES et al. 2014)
No entanto, antes da criação do SUS, a Saúde Pública era um grande problema no Brasil, desde a época colonial, na qual a preocupação com o desenvolvimento da saúde no Brasil era praticamente inexistente e a população precisava recorrer a pajés, curandeiros ou boticários que viajavam de maneira informal e sem qualquer planejamento público. (CARVALHO, 2013)
Na época da colonização, as entidades religiosas foram importantes para a implementação de tratamentos de saúde no território brasileiro. Durante décadas, as Santas Casas de Misericórdia, fundadas por religiosos e mantidas por meio de caridade e filantropia, foram a única opção para pessoas que não tinham condições financeiras de pagar por médicos particulares. (NORONHA & LIMA & MACHADO, 2014)
Apesar desta precária existência, as medidas de tratamento de doenças não eram suficientes para o cenário da saúde no Brasil. Neste cenário, o Ministério da Saúde foi criado, em 1953, com o objetivo de definir políticas públicas de saúde e melhorar o atendimento em zonas rurais. Na época também aconteceram as primeiras conferências sobre saúde pública no Brasil, que tiveram um papel muito importante ao levantar a discussão sobre a criação de um sistema de saúde para toda a população, garantindo que o acesso à saúde fosse universal.(BARDANACHVILI, 2017; FERREIRA & SOUZA & ROCHA. 2022)
Em 1970, houve intensificação de doenças como dengue, meningite e malária, já que apenas 1% do orçamento na época era destinado à saúde. Para reverter a situação, o governo criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), unindo todos os órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930 e melhorando o atendimento médico. Além disso, foram definidos o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), que, mais tarde, ajudariam na criação do SUS.(BARDANACHVILI, 2017; FERREIRA & SOUZA & ROCHA. 2022)
Com a redemocratização do Brasil e a criação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito de todos e um dever do Estado, criando uma base para o sistema público que temos atualmente. A Lei Federal n. 8.080, de 1990, regulamenta o Sistema Único de Saúde com o objetivo de identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saúde, formular a política de saúde para promover os campos econômico e social e fazer ações de saúde de promoção, proteção e recuperação, integrando ações assistenciais e preventivas. (BRASÍLIA, 1990).
O Sistema Único de Saúde é uma grande conquista para a população brasileira; e garante o acesso às ações e serviços de saúde a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais, também tem objetivo em diminuir desigualdades, garantindo o serviço adequado para a necessidade de cada cidadão. E considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. (BRASIL, 2022; HAMADA et al. 2018)
O bom funcionamento do Sistema Único de Saúde depende diretamente da participação popular e, também para acessar os serviços oferecidos, é indispensável conhecer quais serviços e ações são oferecidos. (BRASIL, 2022; MATTOS. 2009)
Para garantir o direito à saúde, a informação se faz necessária em seu sentido pleno, tanto quanto para manter a população informada e consciente sobre seu direito aos serviços disponíveis, como também para fornecer dados e informações sobre a população e seu estilo de vida para que assim o Estado estabeleça os serviços e políticas que visem à promoção da saúde da população. Assim, os serviços de saúde precisam das informações para produzir melhor os serviços, num ciclo contínuo que precisa sempre ser nutrido. (MORAES et al. 2014)
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem quantitativa, de objetivo exploratório e procedimento de levantamento, pois busca saber qual a porcentagem da população participante da pesquisa que tem conhecimento sobre os serviços que são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde.
3.1 LOCAL DA PESQUISA
O local que se realizou esta pesquisa foi nas salas de aula dos estudantes do 1° e 2° semestres, dos períodos matutino e noturno, do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, situada no Município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, SP, Brasil.
3.2 POPULAÇÃO DA PESQUISA
A população desta pesquisa foi de estudantes dos 1° e 2° semestres, dos períodos matutino e noturno, do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, sendo aproximadamente de 169 (cento e sessenta e nove), sendo que estes estão relacionados a disseminação de informações, podendo, no futuro, como profissionais divulgarem os programas e serviços existentes no SUS para a população.
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Definiu-se como critério de inclusão os estudantes do 1° e 2° semestres, dos períodos matutino e noturno, do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, situado no Município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, SP, Brasil, fossem maiores de 18 anos, estivessem presentes em sala de aula no momento da coleta de dados e assinem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordando em participar.
Os critérios de exclusão são: estudantes do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF dos semestres acima do 1° e 2°, e dos demais cursos presenciais ou de ensino a distância do Centro Universitário UniFECAF, e os que não concordarem em participar desta pesquisa ou serem menores de 18 anos.
3.4 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário contendo duas partes, a primeira, caracteriza a população desta pesquisa, contendo 5 questões fechadas, a segunda parte, buscou-se saber o conhecimento dos estudantes, população desta pesquisa, sobre os serviços do SUS, com 7 questões dicotômicas; tendo um tempo previsto de 20 minutos para responder.
Sabe-se que para uma pesquisa de investigação cujo sujeito é um ser humano, os aspectos éticos e morais são de suma importância, pois se deve garantir que se preserve a privacidade e plenitude humana. Desta forma, a presente pesquisa buscou obedecer aos princípios éticos empregados para esse intuito, iniciando-se com a solicitação para a realização desta pesquisa para a Pró Reitoria Acadêmica da Instituição local da pesquisa, o que foi autorizado em documento denominado “Declaração de Anuência e Infraestrutura da Instituição”, anexado a Plataforma Brasil. Após a resposta afirmativa, solicitou-se, também, para a coordenadora do Curso de Marketing a realização desta pesquisa, a qual aceitou, conforme documento “Declaração de Ciência e Concordância”, após todos os documentos exigidos pela Plataforma Brasil estarem prontos, iniciou-se a inserção deste projeto na Plataforma Brasil, para ser apreciado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), e depois que este foi aprovado pelo CEP, coletou-se os dados conforme o questionário, de forma presencial em sala de aula, no horário de aula, após orientação sobre a pesquisa e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com os estudantes sujeitos desta pesquisa que estavam nos critérios de inclusão, que concordaram em participar assinando ao final e rubricando todas as folhas do TCLE nas duas vias originais e impressas, na presença da pesquisadora assistente, que também, assinou e rubricou todas as folhas do TCLE. Após as assinaturas e rubricas, um dos impressos originais do TCLE foi entregue ao estudante participante e o outro será arquivado por cinco anos pela pesquisadora responsável, sendo que após este período será incinerado.
Os dados coletados foram agrupados, tabulados em tabela Excel e disponibilizados em gráficos de acordo com os resultados obtidos nas respostas às questões do questionário. Após ter sido preenchido as tabelas no Excel com os devidos dados obtidos no resultado, as tabelas foram convertidas em gráficos, e posteriormente analisados por medidas estatística por meio de: média, mediana e desvio padrão, sendo os mesmos confrontados com as evidências de outras pesquisas publicados até o momento.
A partir do que foi analisado em relação ao conhecimento dos alunos sobre seu grau de conhecimento sobre os serviços oferecidos pelo SUS, far-se-á propostas para a realização de uma campanha na Instituição local desta pesquisa para orientação sobre esses serviços.
Salienta-se que no questionário utilizado para coleta de dados, não foi possível a identificação do estudante, sujeito desta pesquisa, garantindo assim o anonimato dos participantes.
3.5 PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES
A pesquisadora principal, a assistente e as demais pesquisadoras comprometeram-se a manter o anonimato, sigilo absoluto, durante o desenvolvimento e após o término desta pesquisa.
Os pesquisadores ressaltam que todos os dados coletados com a resposta ao questionário do estudo não identificam o sujeito da pesquisa, sendo estes dados utilizados apenas para análise dos resultados e divulgação para a comunidade científica.
Os pesquisadores asseguram o compromisso com a privacidade e a confidencialidade dos dados utilizados, preservando integralmente o anonimato e a imagem do participante, como, também, a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou da comunidade.
3.6 AS GARANTIAS ÉTICAS AOS PARTICIPANTES DE PESQUISA
O instrumento que foi utilizados para obter o consentimento e as garantias éticas aos participantes da pesquisa, foi o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), distribuído de forma original e impressa, presencialmente, após uma apresentação oral do tema, justificativa e objetivos da pesquisa, além do esclarecimento de dúvidas sobre a realização da pesquisa, assim, o participante foi esclarecido sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejou, explicou-se que a sua participação deve ser voluntária e que é livre para se recusar a participar, e/ou retirar seu consentimento e/ou interromper a participação a qualquer momento sem qualquer prejuízo.
Foi garantido ao(a) participante a manutenção do sigilo e da privacidade de sua participação a de seus dados durante todas as fases das pesquisas e posteriormente na divulgação científica. Seu nome, ou qualquer material que indique a sua participação não será liberado sem a sua devida permissão.
3.7 RISCOS E BENEFÍCIOS
Os riscos que podem ocorrer na participação desta pesquisa, estão relacionados ao psicoemocional, como desconforto e constrangimento ao responder o questionário; alterações na autoestima pela evocação de memória, riscos esses classificados como mínimos. Esses riscos mínimos foram amenizados pela liberdade de responder às questões abertas e fechadas do questionário conforme desejaram e se sentiram seguros. Caso ocorra danos para os sujeitos da pesquisa, conforme os riscos mínimos citados anteriormente, se eles desejarem, encaminharemos ao atendimento na Clínica de Psicologia do Centro Universitário UniFECAF.
Esta pesquisa tem como benefícios refletir a importância do conhecimento da população desta pesquisa sobre os serviços de saúde oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, melhorando a percepção e conhecimentos sobre tais serviços. Além de associar o conhecimento da população da pesquisa a fatores sociodemográficos e formas de acesso à informação.
3.8 INDENIZAÇÃO E RESSARCIMENTO DE GASTOS AOS PARTICIPANTES
No caso de algum gasto resultante da participação na pesquisa e dela decorrentes, o participante será ressarcido, ou seja, o pesquisador responsável cobrirá todas as despesas do participante e de seus acompanhantes, quando for o caso, conforme garante a Resolução CNS N° 466 de 2012 (item IV.3) e o Código Civil (Lei 10.406 de 2002), sobretudo nos artigos 927 a 954, dos Capítulos I (Da Obrigação de Indenizar) e II (Da I (Da Obrigação de Indenizar), Título IX (Da Responsabilidade Civil).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A população desta pesquisa é de cento e sessenta e nove (169) estudantes do 1° e 2° semestres, dos períodos matutino e noturno, do Curso presencial de Marketing do Centro Universitário UniFECAF, situado no Município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, SP, Brasil, mas segundo critérios de inclusão, no dia agendado pela coordenadora do Curso, estavam presentes em sala de aula e desejaram participar, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), trinta e oito (38), portanto participam 22,49%, sendo todos matriculados no curso de Marketing. Passando a ser os 38 participantes, 100% da população estudada.
4.1 RESULTADO QUANTO AO PERFIL DOS PARTICIPANTES
O presente estudo considera os 38 estudantes participantes da pesquisa tendo como base, a exigência de que o participantes estivesse matriculado no 1º ou 2º semestre do curso de Marketing do Centro Universitário UniFECAF. O resultado que se obteve se inicia pela caracterização dos respondentes do questionário da pesquisa, composto por seis questões, como o curso e o semestre em que estavam matriculados, gênero, a idade, e se moram em um local urbano ou rural.
Primeiramente, tratando-se do Curso e semestre dos entrevistados, do total de 38 pesquisas aplicadas, 38 estão matriculados no Curso de Marketing, 9 estudantes estão no 1º semestre, que equivalem a 26,7% do total da amostra, e 29 estudantes estão no 2º semestre, equivalente a 73,3% do total da amostra. (Figura 1)
Figura 1. Semestres que os estudantes estão matriculados. Taboão da Serra, 2025.
Tratando-se do gênero dos entrevistados, 18 estudantes representam o sexo masculino, que equivalem a 44,3% do total, e 20 participantes representam o sexo feminino, que consiste em 55,7% do total de participantes. (Figura 2)
Figura 2. Gênero dos entrevistados. Taboão da Serra, 2025.
Em relação a idade dos entrevistados, 27 estudantes estão na faixa etária de 18 a 25 anos de idade, que caracteriza 71,1% do total da amostra. A faixa etária de 25 a 40 anos alcançou 9 respostas, equivalente a 23,7% da amostra, e 2 participantes, estão entre 40 a 60 anos, constituindo 5,3% do total. (Figura 3)
Figura 3. Faixa etária dos entrevistados. Taboão da Serra, 2025.
Tratando-se do local de moradia dos estudantes participantes, 37 participantes responderam que vivem em um ambiente urbano, o equivalente a 97,4% do total da amostra.
Apenas 1 participante refere morar em um local rural, o equivalente a 2,6% do total. (Figura 4)
Figura 4. Local de residência dos entrevistados. Taboão da Serra, 2025.
4.2 RESULTADO SOBRE O CONHECIMENTO DOS PARTICIPANTES SOBRE O SUS
Em relação ao conhecimento dos estudantes participantes sobre o SUS: 30 estudantes, equivalentes a 79,0% já utilizaram os serviços públicos de saúde, 8 estudantes, equivalentes a 21,0% não fizeram uso. Os estudantes citaram os seguintes serviços que utilizaram: Otorrino (1 aluno), Dentista (1 aluno), Vacina (1 aluno), Consulta médica (2 alunos), UBS (3 alunos), UPA (5 alunos). (Figura 5)
Figura 5: Estudantes que já utilizaram o SUS. Taboão da Serra, 2025.
Quanto à necessidade de um serviço que não é oferecido pelo SUS, 18 estudantes, que caracteriza 47,4% da amostra, responderam que já precisaram, 20 estudantes, que caracterizam 52,6% da amostra, responderam que não precisaram. Os estudantes citaram os seguintes serviços que não são oferecidos pelo SUS: Canal Dentário, Ultrassom transvaginal e Vacinas específicas. (Figura 6)
Figura 6: Precisão de serviços não oferecidos pelo SUS. Taboão da Serra, 2025.
Em relação a ter realizado alguma pesquisa com intuito de buscar informações sobre algum serviço do SUS, 9 estudantes, correspondentes a 23,7% da amostra, disseram já ter realizado alguma pesquisa, e 29 estudantes, correspondentes a 76,3% do total, disseram nunca ter realizado nenhuma pesquisa. (Figura 7)
Figura 7: Realização de pesquisa sobre serviços do SUS, Taboão da Serra, 2025.
No que diz respeito à participação em alguma ação e/ou palestra ministrada pelo SUS, 7 estudantes, equivalentes a 18,4%, relataram ter participado, e 31 estudantes, equivalentes a 81,6% relataram não ter participado. Apenas 2 alunos, (5,3%) descreveram as palestras que assistiram,1 aluno (2,6%) citou palestra sobre saúde da mulher, e 1 (2,6%) citou palestra sobre DST. 36 alunos (94,7%) não citaram nenhuma palestra. (Figura 8)
Figura 8: Participação em ação e/ou palestra do SUS. Taboão da Serra, 2025.
Com relação à se receberam alguma informação sobre algum serviço de saúde ofertado pelo SUS, por meio do seu agente de saúde e/ou outro profissional de saúde, 19 (50,0%) estudantes disseram que já receberam, e 19 (50,0%) estudantes disseram que nunca receberam. (Figura 9)
Figura 9: Recebeu informações sobre algum serviço do SUS pelo agente de saúde e/ou outro profissional de saúde. Taboão da Serra, 2025.
No que concerne ao conhecimento dos serviços oferecidos para a população pelo SUS, 23 estudantes, equivalentes a 60,5%, referiram que conhecem os serviços, e 15 estudantes, equivalentes a 39,5%, referiram que não conhecem os serviços.Os estudantes citaram que conhecem os seguintes serviços: Palestras (1 aluno), Exames (2 alunos), Consultas (4 alunos), Vacinas (4 alunos), Cirurgias (1 aluno), Pré-Natal (1 aluno), Dentista (1 aluno); UBS (1 aluno), UPA (1 aluno), Farmácia (1 aluno). (Figura 10)
Figura 10: Conhecimento sobre serviços do SUS. Taboão da Serra, 2025.
Com relação à se deixou de realizar algum procedimento no SUS por falta de informação, 23 estudantes, correspondente a 60,5% da amostra, relataram que já deixaram de realizar, e 15 estudantes, correspondentes a 39,5%, não deixaram de realizar nenhum procedimento por falta de informação. (Figura 11)
Figura 11: Não realizou procedimento no SUS por falta de informação. Taboão da Serra, 2025.
4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Analisando as respostas dos participantes da pesquisa, se os mesmos possuíam conhecimento suficiente sobre os serviços oferecidos pelo SUS, a maior parcela (60,5%) dos participantes relataram ter conhecimento dos serviços que o Sistema Único de Saúde oferece. Embora a maior parcela dos participantes afirme que conhece sobre os serviços do SUS, ao analisar os dados coletados nas demais questões, pode se observar uma certa contradição nas informações, uma vez que nas outras questões, os participantes mostraram um certo desconhecimento desses serviços. Hamada et al. (2018) refere que a maioria dos participantes em sua pesquisa desconhecem sobre o SUS, afirmando os resultados aqui obtidos.
Apesar de 71,1% da população ter entre 18 e 25 anos e se enquadrar como um público jovem e adaptado a tecnologia e internet, 76,52% dos participantes relataram nunca ter realizado nenhuma busca ou pesquisa sobre os serviços do SUS. Além disso, apenas 18,4% dos participantes relataram ter participado de alguma palestra ou ação oferecida pelo SUS. Esses dados evidenciam a nítida falta de interesse da maioria dos participantes desta pesquisa em buscar informações sobre os serviços do SUS, mesmo tendo todas as ferramentas para que seja feito.
Quanto à propagação das informações sobre o SUS, é notável uma falha quanto às estratégias de comunicação sobre os seus serviços, pois 50,0%, ou seja a metade dos participantes, relataram nunca ter recebido informações de agentes de saúde ou outros profissionais da saúde. Isso foi demonstrado no artigo escrito por Morsch (2024), que colocou a importância de efetivar a comunicação entre a população e os profissionais de saúde que trabalham no SUS quanto aos serviços prestados.
A maioria dos participantes da pesquisa, 79,0%, relatam que já utilizaram os serviços dos SUS, mas é preocupante que 21,0% dos participantes referem que nunca usaram os serviços do SUS, Além de que 60,5% dos entrevistados relataram já ter deixado de realizar algum procedimento no SUS por falta de informação, o que reforça a falta de conhecimento desta população sobre os serviços que são realizados pelo SUS, pois independente de utilizarem outros serviços de saúde, todos os brasileiros fazem uso do SUS, direta ou indiretamente, uma vez que o SUS é o responsável por serviços como: Vigilância Sanitária, Saneamento Básico, Vigiagua (A vigilância da água para consumo humano) entre outros serviços que a população brasileira faz uso diariamente. Isso foi evidenciado em outras pesquisas publicadas em periódicos nacionais, como visto em Moraes (2014).
Dos participantes, 52,6% relataram que nunca precisaram de um serviço de saúde que não seja oferecido pelo SUS, apesar desse número corresponder a maior parte, uma grande parcela, equivalente a 47,4% dos participantes, relataram ter precisado de serviços que o SUS não oferece, o que aponta uma certa falha do sistema, uma vez que de acordo com o Artigo 196 da Constituição Federal de 1988, “A Saúde é direito do povo, e dever do estado”, portanto, é dever dos órgãos governamentais cobrir todos os serviços de saúde necessários para o paciente, desde a prevenção até a reabilitação. (Brasília, 1990; Bardanachvili, 2017)
Percebeu-se também, que quanto ao conhecimento sobre os programas e serviços que são ofertados pelo SUS, não houve diferenças significativas relacionadas aos fatores sociodemográficos do Município em que residem os participantes. Ao comparar-se este resultado com outras pesquisas nacionais, não encontrou-se, a maioria das pesquisas publicadas estão relacionadas ao acesso e não ao conhecimento dos serviços prestados pelo SUS.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se nesta pesquisa que a maioria dos participantes, sejam eles de área urbana ou rural, desconhece sobre os serviços do SUS, seja por uma falta de interesse deles, ou uma deficiência de comunicação por parte dos profissionais e do próprio Sistema Único de Saúde.
Quanto à deficiência de comunicação por parte dos profissionais em relação a comunicação efetiva à população sobre os serviços existentes no SUS, percebe-se uma necessidade de Educação Permanente eficaz nos serviços de saúde quanto a este processo.
Ao que diz respeito a população e o SUS, faz-se necessário que sejam estabelecidas estratégias de marketing e comunicação que consigam captar a atenção do público mais jovem, como a maioria da população desta pesquisa, fazendo uso das redes sociais e de uma linguagem acessível para esse público. Para que haja melhoria na comunicação para os demais, poderia ser efetivado estratégias de distribuição de folders e panfletos informativos, não só em instituições de saúde como também em empresas, escolas, universidades, e meios audiovisuais, entre outros.
Além disso, durante a pesquisa sobre interesse da população em relação ao SUS, há uma deficiência na quantidade de pesquisas publicadas para consulta. Evidenciando a necessidade de realização de mais pesquisas sobre esse assunto.
REFERÊNCIAS
BARDANACHVILI, Eliane. Os brasileiros e o artigo 196 da Constituição – reflexão para a 15ª Conferência Nacional de Saúde. Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz Antônio Ivo de Carvalho. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2017. Disponível em: https://cee.fiocruz.br/?q=node/90 Acesso em: 23 de Junho de 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde – Estrutura, princípios e como funciona. [Brasília]: Ministério da Saúde, 14 jul. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus Acesso em: 18 de Julho de 2024.
BRASÍLIA, DF: Senado, 1988. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm Acesso em: 06 de Maio de 2024.
CARVALHO, Gilson. A Saúde pública no Brasil. Scielo Brasil, Saúde Pública. Estudos Avançados 27 (78). Abril, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-40142013000200002 Acesso em: 27 de Setembro de 2024.
FERREIRA, Joel Saraiva. SOUZA, Júlio César. ROCHA, Geize. O Percurso da Saúde Pública no Brasil: do empirismo à promoção da saúde. Campo Grande, MS : Ed. UFMS. 76 p.: il. Set. 2022. Disponível em: https://editora.ufms.br/produto/o-percurso-da-saude-publica-no-brasil-do-empirismo-a-promo cao-da-saude/ Acesso em: 24 de Fevereiro de 2024.
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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFECAF Campus Taboão da Serra e-mail: giovanna.serra@a.fecaf.com.br
2Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFECAF Campus Taboão da Serra e-mail: nayara.godinho@a.fecaf.com.br
3Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFECAF Campus Taboão da Serra e-mail: sarah.pereirasantos@a.fecaf.com.br
4Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFECAF Campus Taboão da Serra e-mail: seullen.araujo@a.fecaf.com.br
5Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFECAF Campus Taboão da Serra.
Mestre em Enfermagem (PPGMENF/UNG). e-mail: stael.diniz@pro.fecaf.com.br
6Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFECAF Campus Taboão da Serra. Mestre em Enfermagem (PPGMENF/UNG). e-mail: vania.oliveira@pro.fecaf.com.br