TRATAMENTOS EMERGENTES PARA A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC): UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

EMERGING TREATMENTS FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE (COPD): A MULTIDISCIPLINARY APPROACH

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202501241512


Layra Nobrega Silva1, Maria Laís Sousa Alencar Pereira2, Patrick Dean Pereira de Sousa Santos3, Cleidyara de Jesus Brito Bacelar Viana Andrade4, Matheus Moises Veras5, Carlos Eduardo Domingues dos Santos6, Lucas Soares Guimarães7, Mirela Paiva Maciel8, João Victor Frota Rebouças9, João Victor Marinho Pereira10, Thales dos Santos Pires de Carvalho11, Ana Lucia Fatuch e Silva12, Hellen Samilly Sudre Mattos13, Isadora Filgueiras Santos Morato14, Gislayne Fontenele Albuquerque Lourenço15


RESUMO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição respiratória crônica e progressiva, caracterizada pela obstrução das vias aéreas e pela dificuldade em respirar. Tradicionalmente, o tratamento da DPOC tem se baseado principalmente no uso de medicamentos broncodilatadores e corticosteroides, que visam aliviar os sintomas e melhorar a função pulmonar. No entanto, muitos pacientes não alcançam um controle adequado da doença, com sintomas persistentes e exacerbações frequentes. O presente artigo tem como objetivo geral revisar os tratamentos emergentes para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, a pesquisa foi conduzida com os termos “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica”, “Tratamento Multidisciplinar”, “Terapias Emergentes”, aplicando o operador booleano “AND”. A revisão bibliográfica realizada evidencia que os tratamentos emergentes para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), especialmente quando aplicados dentro de uma abordagem multidisciplinar, têm mostrado avanços significativos no manejo da doença. Embora os tratamentos tradicionais continuem sendo essenciais, novas terapias, como os medicamentos biológicos, a fisioterapia respiratória e a intervenção psicológica, têm demonstrado benefícios adicionais na melhoria da qualidade de vida dos pacientes e na redução das hospitalizações. A personalização do tratamento, por meio da colaboração entre diferentes profissionais de saúde, é crucial para otimizar os resultados clínicos e proporcionar uma abordagem mais holística e eficaz. No entanto, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a adesão ao tratamento e a necessidade de mais estudos para avaliar a eficácia de terapias emergentes, como a utilização de células-tronco. É fundamental que os profissionais de saúde continuem a trabalhar em conjunto para implementar estratégias que melhorem a gestão da DPOC, promovendo não apenas o controle dos sintomas, mas também o bem-estar geral dos pacientes. Com o avanço das pesquisas e a continuidade de uma abordagem integrada, espera-se que os tratamentos para a DPOC se tornem ainda mais eficazes e acessíveis, oferecendo um futuro mais promissor para os pacientes.

Palavras-chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Tratamento Multidisciplinar. Terapias Emergentes.

1 INTRODUÇÃO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição respiratória crônica e progressiva, caracterizada pela obstrução das vias aéreas e pela dificuldade em respirar. Comumente associada ao tabagismo, a DPOC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, afetando milhões de pessoas, principalmente em países com altas taxas de tabagismo e poluição. A doença é marcada por uma combinação de sintomas como tosse persistente, produção excessiva de muco e falta de ar, os quais impactam de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes. (COELHO et al, 2021).

Tradicionalmente, o tratamento da DPOC tem se baseado principalmente no uso de medicamentos broncodilatadores e corticosteroides, que visam aliviar os sintomas e melhorar a função pulmonar. No entanto, muitos pacientes não alcançam um controle adequado da doença, com sintomas persistentes e exacerbações frequentes. Isso tem levado à busca por tratamentos emergentes e inovadores, que vão além das abordagens farmacológicas tradicionais, buscando formas de otimizar o manejo da DPOC e melhorar o prognóstico dos pacientes. (CEZARE et al, 2015).

Nos últimos anos, uma abordagem multidisciplinar tem ganhado destaque no tratamento da DPOC. Este modelo de cuidado envolve a colaboração de diversos profissionais de saúde, como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, trabalhando de forma integrada para oferecer um cuidado holístico ao paciente. A intervenção de diferentes especialidades tem se mostrado eficaz na abordagem de aspectos físicos, emocionais e sociais da doença, proporcionando uma recuperação mais completa e melhorando a adesão ao tratamento. (REIS et al, 2024).

Diante do exposto, o objetivo deste artigo é revisar os tratamentos emergentes para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), com ênfase na importância da abordagem multidisciplinar. A partir dessa revisão, busca-se avaliar a eficácia dessas novas estratégias terapêuticas, com foco na melhoria da qualidade de vida dos pacientes e na redução das hospitalizações e complicações associadas à doença.

2 METODOLOGIA

A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).

Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram considerados, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica”, “Tratamento Multidisciplinar”, “Terapias Emergentes”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica” AND “Tratamento Multidisciplinar” AND “Terapias Emergentes”.

Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.

A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A revisão bibliográfica revelou uma ampla variedade de tratamentos emergentes para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), com um foco crescente em abordagens que vão além da farmacoterapia convencional. Embora os medicamentos broncodilatadores e corticosteroides ainda sejam a base do tratamento, novos agentes terapêuticos estão sendo explorados para melhorar a função pulmonar e reduzir as exacerbações. Alguns estudos recentes destacaram a eficácia de medicamentos biológicos, como os anticorpos monoclonais, que têm mostrado promissores resultados no controle das inflamações respiratórias e na redução das hospitalizações em pacientes com DPOC grave. (CRUZ, PEREIRA, 2020).

Além dos tratamentos farmacológicos, a fisioterapia respiratória tem sido amplamente estudada e recomendada como parte do tratamento multidisciplinar da DPOC. Vários estudos demonstraram que a reabilitação pulmonar, que inclui exercícios físicos específicos e técnicas respiratórias, pode melhorar a capacidade pulmonar, aumentar a resistência física e reduzir a sensação de falta de ar. Os pacientes que participam de programas de reabilitação respiratória têm mostrado uma melhora significativa na qualidade de vida e uma redução nas hospitalizações, particularmente em estágios avançados da doença. (MACLEOD et al, 2021).

A integração de abordagens psicológicas também se mostrou eficaz no tratamento da DPOC. Estudos revelaram que a depressão e a ansiedade são comuns entre pacientes com DPOC, e que o tratamento dessas condições psicossociais pode melhorar a adesão ao tratamento e os resultados clínicos. A psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) tem sido particularmente eficaz, ajudando os pacientes a lidarem melhor com o estresse, a melhorar sua percepção da doença e a aumentar sua motivação para seguir com as terapias respiratórias e farmacológicas. (KAHNERT et al, 2023).

Outro aspecto relevante identificado na revisão foi a importância da nutrição no manejo da DPOC. Pacientes com DPOC frequentemente enfrentam perda de peso involuntária, o que pode agravar os sintomas da doença e reduzir a resistência física. A intervenção de nutricionistas, com foco em dietas enriquecidas e em estratégias para combater a perda de massa muscular, tem demonstrado benefícios significativos. O controle nutricional adequado não só melhora a condição clínica do paciente, mas também contribui para uma melhor resposta ao tratamento geral. (VOGELMEIER et al, 2020).

Além disso, a revisão indicou que a monitorização da função pulmonar por meio de novas tecnologias tem facilitado o manejo da DPOC. Dispositivos de monitoramento remoto e aplicativos móveis estão sendo utilizados para monitorar sinais vitais, como a função pulmonar e os níveis de oxigenação, permitindo que os profissionais de saúde ajustem os tratamentos em tempo real e promovam uma abordagem mais personalizada e ágil no cuidado dos pacientes. (GENTRY, GENTRY, 2017).

A terapia com células-tronco também apareceu como uma área promissora nos estudos emergentes sobre DPOC. Embora ainda esteja em fase experimental, a utilização de células-tronco para regenerar tecidos pulmonares danificados e melhorar a função respiratória tem mostrado resultados promissores em modelos animais e em alguns ensaios clínicos iniciais. A aplicação clínica dessa terapia pode, no futuro, representar uma revolução no tratamento da DPOC, oferecendo uma solução potencial para reparar os danos pulmonares irreversíveis causados pela doença. (CELLI, WEDZICHA, 2019).

Os tratamentos baseados em mudanças no estilo de vida também foram amplamente discutidos nos estudos revisados. Programas de cessação do tabagismo, aliados a intervenções educacionais e comportamentais, continuam sendo uma estratégia fundamental, pois o tabagismo é a principal causa da DPOC. A revisão apontou que, embora a cessação do tabagismo seja um desafio significativo para muitos pacientes, ela ainda é a intervenção mais eficaz para prevenir a progressão da doença e melhorar os resultados clínicos. (SINGH, 2021).

Por fim, a abordagem multidisciplinar, que integra tratamentos farmacológicos, terapias físicas, intervenções psicológicas e apoio nutricional, tem mostrado ser crucial para o sucesso do tratamento da DPOC. Pacientes que recebem cuidados de uma equipe de saúde diversificada têm apresentado melhores resultados em termos de controle dos sintomas, qualidade de vida e redução das exacerbações. A colaboração entre diferentes especialistas oferece uma abordagem mais abrangente e personalizada, o que é essencial para o manejo efetivo de uma condição tão complexa e progressiva como a DPOC. (HATTAB et al, 2016).

4 CONCLUSÃO

A revisão bibliográfica realizada evidencia que os tratamentos emergentes para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), especialmente quando aplicados dentro de uma abordagem multidisciplinar, têm mostrado avanços significativos no manejo da doença. Embora os tratamentos tradicionais continuem sendo essenciais, novas terapias, como os medicamentos biológicos, a fisioterapia respiratória e a intervenção psicológica, têm demonstrado benefícios adicionais na melhoria da qualidade de vida dos pacientes e na redução das hospitalizações. A personalização do tratamento, por meio da colaboração entre diferentes profissionais de saúde, é crucial para otimizar os resultados clínicos e proporcionar uma abordagem mais holística e eficaz.

No entanto, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a adesão ao tratamento e a necessidade de mais estudos para avaliar a eficácia de terapias emergentes, como a utilização de células-tronco. É fundamental que os profissionais de saúde continuem a trabalhar em conjunto para implementar estratégias que melhorem a gestão da DPOC, promovendo não apenas o controle dos sintomas, mas também o bem-estar geral dos pacientes. Com o avanço das pesquisas e a continuidade de uma abordagem integrada, espera-se que os tratamentos para a DPOC se tornem ainda mais eficazes e acessíveis, oferecendo um futuro mais promissor para os pacientes.

REFERÊNCIAS

BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.

CELLI, Bartolomé R.; WEDZICHA, Jadwiga A. Update on clinical aspects of chronic obstructive pulmonary disease. New England Journal of Medicine, v. 381, n. 13, p. 1257-1266, 2019.

CEZARE, Talita Jacon et al. Doença pulmonar obstrutiva crônica. RBM rev. bras. med, p. 181-188, 2015.

COELHO, Arthur Emanuel Campos et al. Abordagem geral da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Médico, v. 1, n. 1, p. e8657-e8657, 2021.

CRUZ, Marina Malheiro; PEREIRA, Marcos. Epidemiologia da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica no Brasil: uma revisão sistemática e metanálise. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 4547-4557, 2020.

GENTRY, Shari; GENTRY, Barry. Chronic obstructive pulmonary disease: diagnosis and management. American family physician, v. 95, n. 7, p. 433-441, 2017.

HATTAB, Yousef et al. Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Critical Care Nursing Quarterly, v. 39, n. 2, p. 124-130, 2016.

KAHNERT, Kathrin et al. The diagnosis and treatment of COPD and its comorbidities. Deutsches Ärzteblatt International, v. 120, n. 25, p. 434, 2023.

MACLEOD, Mairi et al. Chronic obstructive pulmonary disease exacerbation fundamentals: diagnosis, treatment, prevention and disease impact. Respirology, v. 26, n. 6, p. 532-551, 2021.

REIS, Luiza Alves Guerra Scarpelli et al. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health and Biological Science, v. 1, n. 1, p. e35-e35, 2024.

SINGH, Dave. Pharmacological treatment of stable chronic obstructive pulmonary disease. Respirology, v. 26, n. 7, p. 643-651, 2021.

VOGELMEIER, Claus F. et al. Goals of COPD treatment: Focus on symptoms and exacerbations. Respiratory medicine, v. 166, p. 105938, 2020.