PHYSICAL EDUCATION, SOCIAL REPRESENTATIONS OF THE BODY IN ADOLESCENCE AND GORDOPHOBIC BULLIYNG
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501212145
Gisélia dos Santos Dutra 1
Dr. Cezar Luis Seibt 2
RESUMO: O presente artigo é um recorte de uma dissertação para o Mestrado em Educação e Cultura da Universidade Federal do Pará cujo objetivo é investigar a relação entre a representação social do corpo e o bullying gordofóbico nas aulas de Educação Física da Escola Rui Barbosa de Tucuruí-PA. As taxas de obesidade em crianças e adolescentes aumentaram significativamente e isso nos faz pensar que este público necessita de atenção e cuidados na escola, já que é nela que passam parte do tempo e acabam sofrendo com alguns preconceitos. Esta é uma pesquisa com abordagem qualitativa que visa compreender o lado subjetivo do objeto de estudo, analisado a partir das experiências individuais, mediante a entrevista semiestruturada, realizada com alunos da escola. De acordo com os autores citados na pesquisa, tais como Merleau-Ponty (1992) e Moscovici (2003), a sociedade impõe padrões de beleza trazendo como consequência o imperativo de conformação do ser humano a esses padrões, e isso afeta diretamente o desenvolvimento dos adolescentes que não se ajustam a eles. Entende-se que há necessidade de flexibilizar o currículo escolar às diferenças corporais, de modo que a educação precisa ser repensada, pois o preconceito e a discriminação na escola afetam negativamente o aprendizado e o desenvolvimento destes alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Bulliyng Gordofóbico; Educação Física; Representação Social.
ABSTRACT: This article is an excerpt from a dissertation for the Masters in Education and Culture at the Federal University of Pará whose objective is to investigate the relationship between the social representation of the body and fatphobic bullying in Physical Education classes at Escola Rui Barbosa de Tucuruí-PA. Obesity rates in children and adolescents have increased significantly and this makes us think that they need attention and care at school, since that is where they spend part of their time and end up suffering from some prejudices. This is research with a qualitative approach that aims to understand the subjective side of the object of study analyzed from individual experiences, through semi-structured interviews, carried out with school students. According to the authors cited in the research, Merleau-Ponty (1992), Moscovici (2003), society imposes beauty standards, resulting in the reduction of human beings to their image and this directly affects the development of adolescents who are not part of of this standard. It is understood that there is a need to make the school curriculum more flexible to body differences, education needs to be rethought, as prejudice and discrimination at school negatively affect the learning and development of these students.
KEYWORDS: Fatphobic Bullying; Physical education; Social Representation.
APRESENTAÇÃO
A presente pesquisa parte das primeiras experiências com o estágio no Curso de Educação Física, onde pudemos observar que a maioria dos professores se orienta por compreensões que valorizam o culto ao corpo e a seleção de alunos ágeis e talentosos para o esporte. Nem todos os alunos participam das aulas práticas, alguns por vergonha de se expor ou por falta de habilidades e outros por serem excluídos pelos colegas de turma ou até mesmo pelos próprios professores. A Educação Física competitivista ainda é muito presente nas aulas, ou seja, muitos professores focam na competição, no treinamento desportivo e na conquista de medalhas como promoção das escolas. Isso acaba excluindo os alunos menos habilidosos e o que era para ser uma aula para todos acaba se tornando uma espécie de escolinha preparatória para pequenos grupos de esporte.
A genética, a diversidade e o biotipo são fatores importantíssimos para a aula de Educação Física, mas acabam sendo desconsiderados até mesmo pelos próprios professores da disciplina que enxergam o aluno gordo como incapaz e improdutivo na prática de determinadas modalidades. Esse tipo de comportamento evidencia que a ideologia vigente está ligada aos padrões corporais, desconsiderando as diferenças.
Esta pesquisa apresenta algumas experiências vivenciadas por estudantes vítimas de bullying, mais especificamente de bullying gordofóbico e dos tipos de violências resultantes destas práticas nas aulas de Educação Física da Escola Rui Barbosa. Explanamos ainda, sobre a relação entre o bullying gordofóbico, que também pode ser chamado aqui de gordofobia, e a representação social do corpo. O objetivo deste estudo é investigar qual a influência do bullying gordofóbico na aprendizagem e no desenvolvimento escolar dos alunos que se consideram vítimas desta prática.
O estudo utiliza como base teórica a Teoria das Representações Sociais, desenvolvida por Serge Moscovici, além das concepções de corpo de Merleau-Ponty (1992), Ramos (2019), e outros autores que discutem temas relacionados à Educação Física, bullying, gordofobia e violências na sala de aula. A abordagem utilizada é qualitativa, buscando compreender o lado subjetivo do objeto de estudo por meio de entrevistas semiestruturadas com alunos da Escola Rui Barbosa, em Tucuruí-PA, por meio da observação direta intensiva, o que permite examinar os fatos e fenômenos relacionados ao tema estudado.
O corpo, a gordofobia e o bullying gordofóbico
A trajetória da vivência e da compreensão do corpo humano acompanha as concepções culturais que se alteram ao longo da história das civilizações, com cada sociedade e cultura moldando o corpo, valorizando distintas características e enfatizando certos atributos em detrimento de outros, estabelecendo seus próprios ideais. Desse modo, surgem os padrões de beleza, sensualidade, saúde e postura, que fornecem diretrizes para a construção das identidades corporais e sexuais. Ao longo do tempo, esses modelos moldaram a narrativa corporal, servindo como instrumentos de codificação de significado e impulsionadores da história do corpo, como notam Barbosa, Matos e Costa (2011).
O corpo é idealizado, moldado e aprimorado através de treinamento, indicando que não é simplesmente um produto da natureza, mas sim, criado em uma sociedade. Segundo Merleau-Ponty (1992), vivemos numa época que pode ser considerada a “civilização da vergonha”, em contraposição à visão judaico-cristã, caracterizada como a “civilização da culpa”. Assim, a imagem ideal corresponde ao conceito de cidadania, incentivando os indivíduos a tentarem alcançá-la através do modelamento e aprimoramento do corpo por meio de exercícios e dietas. O corpo é, segundo o mesmo autor, considerado um elemento de glorificação e interesse do Estado.
Quando a sociedade enxerga o corpo magro como o corpo ideal, surge o preconceito com os corpos que não se encaixam neste padrão e isso acaba criando espaço para o surgimento do bullying e da gordofobia. Segundo Ramos (2019), ao reconhecer que a construção das identidades é moldada por inter-relações, torna-se evidente que comportamentos gordofóbicos contribuem para processos de seletividade e rejeição de indivíduos gordos que não se enquadram nos padrões estabelecidos pelo grupo dominante.
Afinal, como poderíamos definir este termo gordofobia? É importante destacar que, apesar de estar em constante discussão entre os pesquisadores e estudiosos da área, este termo não está incluso no dicionário oficial. Desta forma, abordaremos as definições de alguns autores para compreender melhor este tema. De acordo com Araújo (2017), a gordofobia é um sistema que oprime os corpos gordos, que os estigmatiza, desvaloriza e hostiliza através de agentes sociais, midiáticos, culturais e médicos, estabelecendo padrões corporais aceitáveis e valorizados.
Para Noronha e Deufel (2014) a gordofobia é uma manifestação de desconforto ou indignação quando alguém se depara com pessoas gordas que não se encaixam nos padrões estéticos predominantes, muitas vezes, resultando em formas de violência verbal, moral, psicológica ou física. Pode-se considerar que dentre estas violências, a mais comum é a violência verbal, afinal, muitas pessoas não sabem o que é gordofobia e acabam utilizando expressões que depreciam o corpo gordo sem entender as consequências disto. Temos como exemplo a expressão “fazendo gordice”, frase que nos remete à ideia de que a pessoa gorda só faz coisas erradas ou coisas ruins, que suas atitudes estão ligadas a forma do seu corpo.
Nas escolas são muitos os apelidos atrelados aos alunos gordos, tais como “baleia”, “bola”, “rolha de poço”, entre outros. Estes termos não devem ser ignorados e vistos como brincadeiras de criança, não deveriam ser utilizados para fazer piadas com o tipo físico de ninguém. Alguns estudiosos até criaram o termo “bullying gordofóbico” para se referir às frequentes agressões sofridas por estudantes gordos em ambientes escolares.
Discorrendo especificamente sobre o “bullying gordofóbico”, Ramos (2019) o conceitua a partir da combinação de bullying + gordofobia, empregando-o para descrever as agressões sistemáticas frequentemente direcionadas a pessoas com corpos gordos nos ambientes escolares, já que o fenômeno do bullying é especialmente prevalente nestes espaços de aprendizado. Esta visão negativa do corpo gordo é algo banalizado em nossa sociedade, e a escola é um espaço onde é perceptível este tipo de preconceito. Pode-se comprovar este fato através de comportamentos ofensivos, dirigidos àqueles alunos considerados gordos ou “acima do peso ideal” no cotidiano escolar.
Silva et al. (2018) enfatizam que isso ocorre quando os indivíduos adotam imagens de corpos que lhes são vendidos como o ideal de perfeição, magros e brancos, ressaltando que as visões sociais são construídas a partir de classes, raças e gêneros, onde o padrão de beleza é, normalmente, eurocêntrico e exclusivo. Essa dinâmica implica danos significativos nos processos educativos deste público, acarretando sérios problemas em seu desenvolvimento e permanência nos ambientes escolares e, desta forma, abre espaço para a desistência escolar.
É importante frisar as diferenças entre o bullying gordofóbico e a gordofobia, distinguindo-se pelo fato de que o bullying gordofóbico ocorre no âmbito escolar de maneira sistemática e frequente, apresentando variações constantes nas formas de violência praticadas. Essas variações acabam por causar desgaste emocional e psicológico nas vítimas, mantendo-as em um estado constante de dor e sofrimento, sendo que esse cenário contribui para o baixo rendimento escolar e até mesmo para a evasão escolar, podendo resultar em traumas irreversíveis e, em casos mais graves, levar a comportamentos auto lesivos ou tentativas de suicídio, advertem Silvestre, Soares e Sabota (2020). De acordo com Ramos (2019), o bullying gordofóbico agrava ainda mais a vulnerabilidade dos estudantes que são vítimas desse tipo de violência.
Já a gordofobia manifesta-se de maneira mais isolada e em contextos diversos. Além disso, a gordofobia é caracterizada, em grande parte, por afetar predominantemente mulheres, refletindo as dinâmicas de uma sociedade patriarcal e machista, na qual o corpo feminino é frequentemente prejulgado e objetificado.
Acredita-se que a escola, como um espaço destinado à formação abrangente dos indivíduos para uma participação plena na sociedade, tem a responsabilidade de criar oportunidades de aprendizado tanto no currículo quanto na interação social. Portanto, é importante integrar atividades relacionadas ao cuidado e respeito pela diversidade de corpos. É um desafio importante para as escolas que elas ofereçam formação adequada para lidar com as questões relacionadas ao fenômeno do bullying e do bullying gordofóbico. A negligência nesse aspecto abrange desde a falta de oportunidades de formação até a ausência de reconhecimento profissional nesse domínio (Oliveira; Mamedio, 2016).
O bullying gordofóbico nas aulas de Educação Física
A Educação Física se diferencia dos demais componentes curriculares devido à sua natureza que demanda a exposição do corpo através do movimento para a execução das atividades nas aulas práticas. Nesse contexto, torna-se evidente a disparidade nas habilidades motoras dos estudantes, pois há diferentes níveis e habilidades entre os alunos e alunas, maior ou menor adaptação aos ideais das atividades (Castro; Nicoletti; Cardoso, 2020).
O bullying gordofóbico manifesta-se, por isso, facilmente no contexto das aulas de Educação Física, uma vez que essa disciplina, historicamente, tem sido permeada por padrões estéticos excludentes. Nesse espaço, a discriminação pode ocorrer de diversas formas, desde atitudes mais sutis até comportamentos abertamente preconceituosos. O culto ao corpo magro, frequentemente reforçado em ambientes esportivos, segundo Santuchi et al. (2023), contribui para marginalizar estudantes que não se adequam a esse padrão, resultando em exclusão e constrangimento.
Conforme os mesmos autores (2023), a ênfase na aptidão física e na estética corporal, sem considerar a diversidade de corpos e habilidades, mina o propósito inclusivo da Educação Física. Dessa forma, é importante que os educadores repensem as práticas pedagógicas, adotando abordagens que promovam a aceitação da diversidade corporal e desafiem os estigmas associados aos corpos gordos.
Em relação às abordagens pedagógicas atualmente empregadas nas aulas de Educação Física, ainda observamos a presença arraigada do modelo competitivista em muitas escolas. Essa metodologia foi difundida no Brasil após a Segunda Guerra Mundial e ganhou força durante a ditadura militar. Sob essa perspectiva, a Educação Física restringe-se ao desporto, intensificando a prática esportiva como forma de preparar jovens brasileiros para as Olimpíadas, com o objetivo de conquistar medalhas e enaltecer o país. Assim, consolidou-se uma cultura que prioriza o gosto pelo esporte, sem contemplar o ensino da disciplina em sua amplitude.
É importante destacar que, a partir do momento em que ocorre a seleção de alunos mais habilidosos e ágeis para a prática de atividades físicas — sobretudo no esporte —, abre-se espaço para diversas formas de bullying, incluindo o bullying gordofóbico. Essa situação evidencia a falta de inclusão nessas aulas, uma vez que não são realizadas adaptações que considerem a diversidade corporal presente no ambiente escolar.
Corroborando com este pensamento, Silva et al. (2018) ressaltam que a falta da inclusão reflete uma abordagem excludente e que os professores de Educação Física têm o desafio de corrigir essas disparidades, implementando estratégias que garantam a participação equitativa dos alunos, independentemente de sua composição corporal.
Apesar de existirem outras abordagens pedagógicas que exploram o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade através do exercício físico, infelizmente o que se pode observar é que a Educação Física ainda é sinônimo de desporto, e este busca, muitas vezes, o aprimoramento físico e técnico do indivíduo. Desse modo a competitividade deixa a Educação Física atrelada ao esporte que, nas análises de Bracht (1992), é visto como elemento hegemônico da cultura do movimento.
Ainda está enraizada em nós a cultura de que a aula de Educação Física pode ser utilizada como escolinha de futebol, onde se prioriza o treinamento desportivo. Neste caso, o professor se torna um treinador desta modalidade esportiva e aqueles alunos escolhidos e mais habilidosos são os atletas. Seguindo esta lógica, a prática esportiva que seria apenas um meio de educação pelo movimento, acaba transformando-se num fim em si mesmo, e a exclusão dos alunos menos habilidosos e dos alunos considerados gordos começa a existir trazendo vários impactos negativos para eles.
Oliveira e Mamedio (2016), sugerem intervenções educativas focadas na multifatorialidade da condição, para evitar que surjam os estereótipos prejudiciais. Salientam também a necessidade de uma abordagem inclusiva nas atividades físicas, com a adaptação dos exercícios de modo a atender às diferentes capacidades físicas, criando ambiente mais acolhedor.
A implementação de atividades que incentivem a participação de todos, independentemente do porte físico, é um meio eficaz de desconstruir estereótipos. Competições baseadas em habilidades individuais e coletivas, ao invés de critérios estéticos, podem contribuir para uma mudança de paradigma. Em linhas gerais, o professor de Educação Física é uma das peças principais em todo este processo de aprendizagem justa e igualitária. Segundo Santuchi et al. (2023), a conscientização sobre a influência da linguagem, da representação visual e da avaliação dos corpos nas aulas de Educação Física também é essencial para cultivar um ambiente educacional equitativo e saudável.
A atividade física no âmbito escolar pode, então, contribuir para que o indivíduo desenvolva relações satisfatórias e uma autoimagem saudável de si. A prática física pode auxiliar os alunos a atingirem o equilíbrio entre a saúde do corpo e a saúde mental, e isto só é possível se o educador proporcionar a integração entre a teoria e prática dos conteúdos da Educação Física, ou seja, valorizar aptidões físicas diversas, além de fomentar a vivência de valores como o respeito e a dignidade de cada ser humano.
REPRESENTAÇÃO SOCIAL
Serge Moscovici (1925 – 2014), psicólogo e sociólogo romeno que se radicou na França, propôs a teoria das representações sociais na década de 1960 como uma abordagem inovadora para entender como as pessoas constroem significados compartilhados sobre objetos, eventos e fenômenos em seu ambiente social. Sua teoria desafia as concepções tradicionais de cognição social ao enfatizar a natureza dinâmica e coletiva do pensamento humano.
Para Oliveira (2004), as representações sociais desempenham um papel fundamental na compreensão dos processos cognitivos e sociais que moldam a percepção e interpretação do indivíduo em relação ao mundo que o cerca. Esta afirmação nos leva a compreender que as representações sociais não são apenas reflexos da realidade dos indivíduos, mas sim, construções sociais que surgem da interação e convivência entre os mesmos e suas culturas. O autor destaca em seu estudo os processos de ancoragem e objetivação, nos quais os conceitos estão atrelados com as experiências individuais e, só depois, objetivados em um contexto social mais amplo.
Apesar de Moscovici ser uma grande referência quando se trata de representações sociais, ele próprio mostra em sua obra que o pioneiro a introduzir tais reflexões foi Émile Durkheim, porém, sob a denominação de “representação coletiva”, indicando a distinção entre o pensamento social e o pensamento individual. Moscovici (2003) mostra que em Durkheim o pensamento individual seria essencialmente um fenômeno psíquico, indo além da mera atividade cerebral. Além disso, o pensamento social não seria simplesmente a agregação dos pensamentos individuais.
Moscovici (2003) analisa a Representação Social quanto ao produto, focalizando no conhecimento de senso comum que guia interpretações e comunicações. Na visão do autor, o conhecimento de senso comum não é como uma falha em relação à ciência, mas sim, um conhecimento prático e verdadeiro que explica as práticas específicas, enquanto a teoria enfatiza a interpretação deste conhecimento, diferenciando-o da abordagem científica.
O estudo das representações sociais nos traz uma preocupação relevante para este estudo ao pautarmos as discussões em torno do senso comum no meio acadêmico e científico. Geralmente, o senso comum é visto com desconfiança ou descrença, o que é muito controverso, visto que, o senso comum está no centro de muitas descobertas importantes da humanidade.
Assumir a perspectiva da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici nesta pesquisa implica em reconhecer o papel fundamental dessas representações nas relações sociais e práticas, além de reconhecer o senso comum como legítimo e influenciador na produção do conhecimento científico. A proposta do autor, uma perspectiva meticulosa e aprofundada baseada no pensamento sociológico, permite enriquecer a compreensão dos fenômenos sociais.
- Representação social do corpo e gordofobia
A relação entre a representação social do corpo e a gordofobia é um tema amplo e complexo, que abrange dimensões sociais, culturais e psicológicas. A gordofobia, definida como o preconceito e a discriminação contra pessoas gordas, é frequentemente sustentada por representações sociais que reforçam estigmas e estereótipos negativos. Essas representações são influenciadas por diversos fatores, como a mídia, a cultura popular e as dinâmicas das interações sociais cotidianas.
A mídia desempenha um papel central na perpetuação da gordofobia, especialmente por meio da representação do corpo gordo. Arruda e Heidemann (2022), em sua análise da série Orange Is The New Black, destacam como a representação de mulheres lésbicas e gordas frequentemente apresenta distorções que contribuem para a marginalização dessas identidades. Apesar de abordar questões de diversidade, a série frequentemente recorre a estereótipos que reforçam a exclusão de corpos gordos dos padrões de feminilidade e aceitação social.
Essa representação negativa é destacada também pelo estudo de Araújo et al. (2018), que analisaram comentários de internautas sobre gordofobia. Os autores identificaram que as percepções sociais sobre corpos gordos são frequentemente marcadas por preconceito, desdém e desumanização. Esses comentários, muitas vezes, refletem estereótipos que associam corpos gordos à falta de disciplina, saúde ou valor pessoal, perpetuando uma visão discriminatória e excludente. Tal dinâmica evidencia como o discurso online pode servir como um espaço de reprodução de gordofobia, contribuindo para a manutenção de estigmas sociais e reforçando barreiras na aceitação e inclusão de corpos diversos.
Além disso, a gordofobia está profundamente enraizada em uma cultura que associa a magreza a padrões ideais de saúde e beleza. Paim (2019) destaca que essa percepção distorcida contribui para a exclusão social e para a internalização de sentimento de culpa por pessoas gordas que, frequentemente, passam a acreditar que seus corpos são inadequados e que não merecem reconhecimento.
A pressão para se adequar a padrões estéticos irrealistas cria um ciclo de discriminação que permeia diversas esferas da vida, incluindo o ambiente escolar. Souza e Gonçalves (2021) enfatizam que a gordofobia vivenciada nesse contexto impacta negativamente o desenvolvimento psíquico e social de alunos gordos. Esses estudantes frequentemente enfrentam bullying, exclusão social e a falta de representatividade, o que pode gerar baixa autoestima, insegurança e dificuldades na formação de vínculos interpessoais. Além disso, o ambiente escolar, em vez de ser um espaço de acolhimento e aprendizado, muitas vezes reforça estereótipos, contribuindo para a perpetuação da gordofobia e das desigualdades estruturais.
Os impactos psicológicos da gordofobia são profundos e de longo prazo. Junior et al. (2023) e Paim (2019) apontam que a discriminação baseada no peso pode gerar problemas significativos de autoestima e saúde mental, estabelecendo um ciclo vicioso no qual a percepção negativa do corpo é internalizada e se transforma em uma realidade vivida. Essa internalização de estigmas pode levar a comportamentos de evitação, incluindo o receio de buscar atendimento médico ou de participar de atividades sociais. Tais comportamentos não apenas isolam ainda mais as pessoas gordas, mas também ampliam os prejuízos psicológicos e sociais, dificultando a quebra desse ciclo opressor.
Essa coerção à aceitação dos padrões de beleza muitas vezes leva os alunos gordos a se sentirem inadequados e excluídos, o que pode resultar em um ciclo vicioso de sofrimento psíquico e social. Além disso, a cultura escolar, que muitas vezes perpetua estereótipos negativos sobre corpos gordos, contribui para um ambiente hostil que pode agravar esses problemas (Souza; Gonçalves, 2021).
A gordofobia é intensificada por normas sociais e culturais que exaltam corpos magros como símbolos de saúde e beleza, promovendo a ideia de que alunos gordos são menos dignos de respeito e consideração. Essa dinâmica é agravada por representações midiáticas que consolidam ideais de beleza inatingíveis, aumentando a pressão sobre os jovens para que se ajustem a esses padrões. Arruda (2021) afirma que essa combinação de fatores contribui para a exclusão social, o reforço de estereótipos e o desenvolvimento de inseguranças, criando barreiras para o bem-estar emocional e para a aceitação de diferentes formas corporais.
A representação social do corpo tem um papel crucial na formação de atitudes e comportamentos em relação ao bullying gordofóbico, um fenômeno que se intensifica na adolescência, período marcado por transformações físicas e psicológicas significativas. A insatisfação com a imagem corporal é frequentemente alimentada por padrões de beleza promovidos pela mídia e pela sociedade. Essas transformações corporais, especialmente durante a adolescência, podem gerar sofrimento e preocupações com a aceitação social, levando a uma busca incessante por um corpo idealizado que muitas vezes é inatingível, mostram Oliveira e Machado (2021).
Esta insatisfação com a imagem corporal afeta uma parcela significativa de adolescentes, inclusive em áreas rurais onde, embora as normas de beleza possam diferir, são influenciadas pela mídia. A pressão para se adequar a esses padrões contribui para o surgimento de comportamentos prejudiciais, como dietas restritivas e exercícios físicos em excesso. Essa situação é frequentemente agravada por experiências de bullying, que reforçam a insatisfação corporal e amplificam os impactos negativos na saúde física e mental dos jovens (Batista et al., 2024).
As redes sociais desempenham um papel crucial na construção da imagem corporal contemporânea, predominantemente ignorando a diversidade nas representações corporais, o que alimenta a exclusão de indivíduos que não se enquadram nos padrões de beleza predominantes, reforçando um culto à magreza que marginaliza corpos fora desse ideal. Essa exclusão é intensificada pelo ambiente digital, que promove comparações sociais incessantes, fazendo com que os jovens se sintam pressionados a se comparar com padrões irrealistas apresentados online. Lira et al. (2017) asseveram que essa dinâmica não apenas afeta a autoestima, mas também contribui para comportamentos prejudiciais relacionados à imagem corporal.
Para combater a gordofobia de forma eficaz, é essencial continuar explorando e questionando as representações sociais que marginalizam corpos gordos. Isso exige a promoção de discursos que valorizem a diversidade corporal, a implementação de políticas públicas que previnam a discriminação e a conscientização coletiva sobre os danos causados pelos padrões estéticos excludentes. Além disso, é crucial incentivar a mídia, as instituições educacionais e os espaços de convivência a adotar práticas inclusivas que respeitem e celebrem todas as formas corporais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e acolhedora para todos.
O AMBIENTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
As informações obtidas pela pesquisa de campo destacam as experiências vividas pelos pré-adolescentes no ambiente escolar, relacionadas a vivências e representações sociais sobre o bullying gordofóbico, conforme emergiram nas respostas e relatos dos participantes.
A análise explora como alunos da Escola Rui Barbosa se posicionam sobre o tema gordofobia dentro do ambiente escolar, especialmente no contexto das aulas de Educação Física, onde os corpos são constantemente colocados em evidência. A partir das respostas fornecidas, foi possível observar padrões que nos permitem compreender como esse preconceito se manifesta, afeta a autoestima e limita a participação nas atividades desta disciplina.
Os participantes da pesquisa demonstraram uma compreensão clara sobre o conceito de gordofobia, associando o termo à exclusão e ao preconceito com base no peso. O “Aluno A” por exemplo, define gordofobia como “preconceito e discriminação contra pessoas gordas, uma realidade para muitas pessoas”. Essa visão também é compartilhada pelo “Aluno B”, que descreve a gordofobia como o “preconceito e a discriminação com pessoas acima do peso”. O reconhecimento desse preconceito é uma constante nas respostas, sugerindo que a questão da gordofobia já é conhecida e vivenciada por muitos, ainda que o enfrentamento e superação dessa discriminação sejam desafios contínuos.
A questão da gordofobia, ou o preconceito contra pessoas com sobrepeso e obesidade, é uma realidade amplamente presente nas sociedades atuais. Esse estigma se manifesta em diversos contextos, como na saúde, na educação e nas interações sociais, gerando consequências prejudiciais para aqueles que sofrem com esse preconceito. Pesquisas indicam que essa discriminação não só marginaliza indivíduos com obesidade, mas também afeta de forma negativa sua saúde mental, física e social (Westbury et al., 2023).
A pesquisa de Świder (2023) destaca que a falta de entendimento sobre a obesidade e os preconceitos que a acompanham contribuem para a inércia em políticas sociais e de saúde. Reforça a estigmatização da obesidade como uma questão de justiça social e aponta a necessidade de priorizar o tema na saúde pública. A internalização desse estigma leva a complexas consequências biopsicossociais, como depressão e ansiedade, frequentemente intensificadas pela discriminação vivida em contextos sociais e de trabalho (Świder et al., 2023).
A análise das respostas revela que as aulas de Educação Física são um espaço em que o corpo dos alunos é constantemente julgado, especialmente para aqueles acima do peso. Esse julgamento tem um impacto emocional significativo, fazendo com que muitos alunos se sintam excluídos e envergonhados. O “Aluno A” revelou: “Não gosto muito de participar das aulas porque sinto que os outros alunos têm preconceito comigo”. Essa percepção de exclusão também foi mencionada pelo “Aluno C”, que relatou: “Eu sempre era excluída dos jogos porque ninguém me colocava nos times por eu ser gorda e não conseguir correr direito”.
Um estudo de Campana (2014) aponta que a forma física do professor de Educação Física influencia significativamente a disposição dos alunos em participar das aulas. Estudantes de Educação Física, que deveriam atuar como agentes de transformação, também acabam reforçando a pressão por um corpo ‘ideal’. Isso indica que a cultura da avaliação corporal abrange todos os envolvidos no ambiente escolar, não se restringindo apenas aos alunos.
Silva et al. (2020) reforçam essa observação, destacando que alunos de Educação Física, especialmente homens, demonstram uma preocupação intensa com a aparência física, associando-a à sua competência profissional. Essa busca por um corpo padronizado e musculoso é uma expressão clara da pressão social que envolve as aulas de Educação Física.
Além do desenvolvimento físico, a Educação Física envolve aspectos sociais e culturais que moldam a percepção e a avaliação dos corpos. A Educação Física, de acordo com Bargas et al. (2020), ao adotar discursos médicos e higienistas, contribui para a normalização de certos comportamentos e padrões corporais, reforçando a ideia de que alguns corpos têm mais valor do que outros. Esse processo de normalização transcende as aulas de Educação Física, impactando a cultura escolar como um todo, onde o controle sobre o corpo e o comportamento é prática comum.
Ficou evidente durante as entrevistas na Escola Rui Barbosa que a vergonha e a exposição pública são temas recorrentes entre os alunos que foram entrevistados, o “Aluno D” por exemplo, descreveu uma situação em que sua professora de Educação Física levou uma balança para a sala de aula e verificou seu pesou na frente de todos os alunos da turma, afirmando que ele era “uma criança gordinha”. Esse tipo de experiência cria barreiras emocionais e acaba afastando estes alunos das atividades físicas gerando sentimentos de constrangimento e desvalorização.
CONCLUSÃO
Diante das evidências encontradas nos referenciais teóricos utilizados nesta pesquisa podemos notar a importância de a Educação Física Escolar focar não só nos aspectos físicos, mas também no respeito à diversidade corporal, para que se minimizem os comportamentos gordofóbicos nas aulas práticas, pois é perceptível que estas atitudes podem influenciar negativamente no aprendizado e no desenvolvimento dos alunos que se consideram vítimas.
É importante que sejam disseminados dentro das escolas programas preventivos e ações que possam combater os casos já existentes de bullying gordofóbico e outras formas de violência e discriminação que acontecem no ambiente escolar. Por fim, é essencial que toda a comunidade escolar se conscientize da necessidade de respeitar os biotipos e a diversidade corporal e não fomentar o preconceito e a discriminação em todas as esferas escolares, inclusive, nas aulas práticas de Educação Física.
O papel dos professores nesse contexto é crucial pois, como figuras de autoridade e referência, eles têm a responsabilidade de criar um ambiente inclusivo e seguro para todos os alunos, independentemente do tipo físico. Quando os professores assumem uma postura de neutralidade ou aceitação destes comportamentos preconceituosos, podem acabar reforçando a normalização do bullying gordofóbico. Por outro lado, quando adotam posturas ativas contra a discriminação e promovem a valorização da diversidade corporal, contribuem para desenvolver a empatia e o respeito entre os estudantes, promovendo uma cultura escolar inclusiva.
Nesse sentido, a formação dos professores merece uma atenção especial, de modo a capacitá-los para lidar com questões de preconceito e diversidade, com a inclusão de temas como gordofobia e aceitação corporal nos currículos de formação continuada. Há também o desafio de prepará-los para reconhecer e intervir em situações de discriminação de forma assertiva e informada. Além disso, a implementação de práticas pedagógicas que considerem a individualidade dos alunos, como a adaptação de atividades físicas para promover a participação plena, pode minimizar os efeitos da gordofobia e estimular um ambiente de acolhimento e respeito.
A criação de políticas escolares de combate à gordofobia também se faz necessária, incluindo campanhas de conscientização que envolvam toda a comunidade escolar. Através de ações como rodas de conversa e palestras sobre aceitação corporal, é possível sensibilizar os estudantes para os impactos negativos do preconceito e promover a valorização da diversidade. Esses esforços contribuem para o desenvolvimento de um ambiente escolar onde todos, independentemente de sua aparência, se sintam seguros e valorizados.
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Universidade Federal do Pará