PREVENTION OF PNEUMONIA ASSOCIATED WITH MECHANICAL VENTILATION IN THE ICU: EFFECTIVE STRATEGIES AND PRACTICES TO IMPROVE CLINICAL OUTCOMES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202501191219
Maria Janilly Pedrosa de Oliveira1; Charles Gabriel Formiga de Miranda Marques2; Maria Gabrielly Pereira Pedrosa3; Maria Eduarda Sarmento4; Andreza de Sousa Lira5; Andréa dos Santos Menezes6; Viviane Victor Dos Santos7; Beatriz Pecíncula Bezerra de Sousa8; Silveste Coelho dos Santos Costa9; Maria Raquel Antunes Casimiro 10
Resumo
INTRODUÇÃO: As complicações presentes nas Unidades de Terapia Intensiva são bastante recorrentes, entre elas, a pneumonia associada à ventilação mecânica, caracterizada por uma infecção no sistema respiratório que se manifesta 48 horas após a intubação orotraqueal. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é apresentar as estratégias e práticas eficazes para a prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica na UTI. MÉTODO: Trata-se de revisão integrativa da literatura, que foi elaborada com base na seguinte questão norteadora: “Quais os meios de prevenção dos casos de pneumonia associada à ventilação mecânica na UTI?”. A pesquisa ocorreu entre os meses de setembro de 2024 e janeiro do ano de 2025. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pode-se destacar com os estudos analisados os principais fatores que propiciam o surgimento da PAVM em paciente em leitos de UTI, além das complicações que essa infecção relacionada à assistência poderá causar, e por fim, as medidas preventivas que podem ser adotadas para minimizar o aparecimento da pneumonia associada à ventilação mecânica e suas consequências. CONCLUSÃO: A PAVM comumente ocorre como uma complicação em pacientes internados na UTI. Essa infecção do trato respiratório inferior está associada à assistência à saúde, e é dever da equipe multidisciplinar gerenciar a prevenção e o controle dos casos de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica em pacientes da Unidade de Terapia Intensiva. Para melhorar a qualidade do atendimento prestado, a equipe deve implementar medidas preventivas.
Palavras-chave: Pneumonia associada à Ventilação Mecânica. Prevenção. UTI.
1 INTRODUÇÃO
A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é uma complicação frequente de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), caracterizada por uma infecção do trato respiratório inferior relacionada à assistência à saúde. A PAV é a segunda infecção nosocomial mais frequente é a mais diagnosticada em pacientes da UTI, com sua mortalidade variando de 20% a 60%. (OLIVEIRA, et al., 2022).
Segundo OLIVEIRA, et al (2022) a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é a infecção hospitalar mais comum em UTI, tendo uma prevalência variável, sendo de 6 a 50 casos por 100 internações em UTI. O desenvolvimento da PAVM apresenta morbidade significativa, sendo prejudicial e tendo a prolongação do tempo que o usuário ficará em ventilação mecânica, bem como o tempo de permanência na unidade e todos os custos associados ao tempo de internação.
Essa infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é desenvolvida após 48 horas de intubação orotraqueal, sendo possível observar alterações em exames de imagens de tórax com a presença de infiltrações, sinais de infecção, mudanças nas características de secreções e agravo dos parâmetros ventilatórios. Em decorrência da relevante contribuição e aos consideráveis impactos da PAVM na morbidade, mortalidade e custos aos serviços de saúde, torna-se prioritário cuidados preventivos para esta infecção (LOURENÇONE, et al 2019).
Essa inflamação no parênquima pulmonar de pacientes em uso de ventilação mecânica tem seu surgimento associado a fatores de risco que contribuem para seu desenvolvimento. Dentre estes, podemos classificá-los em fatores não modificáveis (idade, sexo, comorbidades, escore de gravidade) e fatores modificáveis (relacionados a microbiota da unidade de terapia intensiva e os cuidados prestados ao paciente), ressaltando a importância do conhecimento da microbiota local, da prescrição de antimicrobianos assim que suspeita de PAVM e da aplicação do bundle de prevenção pela equipe multi (SANTOS, et al., 2018).
Dessa forma, é primordial o uso de meios de prevenção da incidência da doença, adotando protocolos aplicados de forma multidisciplinar, sendo o mais comum o bundle de prevenção da PAV, que constitui medidas preventivas baseadas em evidências científicas. O uso do bundle de PAV reduz os dias de internação do paciente de 36 dias para 27 dias de permanência. (CHICAYBAN, et al., 2017).
Além disso, é importante destacar que a oferta de ações sobre educação permanente dos profissionais também reflete na qualidade do atendimento prestado e na precaução do surgimento da PAV nos pacientes internados. Essas ações preventivas são de fácil aplicação pela equipe e requer um baixo custo, sendo elas: a avaliação do tubo e posição do filtro do ventilador mecânico (VM), elevação da cabeceira de 30º a 45º, higiene oral com antissépticos, higienização adequada das mãos antes de manipular o paciente, realização da troca e datar o circuito do VM e evitar a reintubação do paciente. (BRANCO, et al., 2020).
Portanto, essas ações quando implementadas em conjunto melhoram a assistência prestada e reduz os índices de casos da PAV. A UTI agrupa recursos humanos e tecnológicos, ofertando ao paciente crítico cuidados especializados e complexos, dessa forma a adoção de protocolos preventivos diminui as chances de complicações em decorrência de infecções hospitalares. (CAVALCANTE, et al., 2020).
Tendo em vista a alta incidência e gravidade da pneumonia associada à ventilação mecânica, representando um desafio significativo para a saúde pública, torna-se essencial a identificação de estratégias eficazes de prevenção para melhorar desfechos clínicos e reduzir a mortalidade. Assim, propõe-se a realização deste estudo, com o objetivo de destacar as melhores práticas e protocolos, visando capacitar os profissionais de saúde e promover medidas baseadas em evidências, contribuindo para a qualidade do atendimento nas UTIs e beneficiando os pacientes.
Diante desse contexto, esse estudo teve como objetivo apresentar as estratégias e práticas eficazes para a prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica na UTI.
2 METODOLOGIA
O trabalho em questão trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada entre os meses de setembro de 2024 e janeiro do ano de 2025. Após a descrição do objetivo anteriormente mencionado, foi elaborada a seguinte questão norteadora: “ Quais os meios de prevenção dos casos de pneumonia associada à ventilação mecânica na UTI?”. A seleção foi feita por meio da escolha de trabalhos científicos das bases de dados SCIELO (The Scientific Electronic Library Online), BVS e LILACS utilizando os Descritores de Ciência da Saúde (DeCS): “Pneumonia associada à Ventilação Mecânica”, “Prevenção”, “UTI”.
Foram definidos como critérios de inclusão: artigos de acesso livre em português publicados nos últimos dez anos. Foram excluídas dissertações, teses, resenhas e artigos duplicados.
Sendo obtido um número de 23 trabalhos por meio das estratégias de busca. Na sua fase inicial da etapa de seleção, foram eliminados 10 artigos que não atendiam aos critérios de inclusão e 2 artigos duplicados. Passando para a segunda etapa, onde foram examinados os textos completos dos 11 artigos elegíveis, levando à exclusão de 4 artigos por tratarem do tratamento da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica. Ao final, restaram 7 artigos para a construção deste trabalho.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
A Tabela 01 apresenta uma visão detalhada dos cinco trabalhos utilizados para compor o presente estudo, destacando os objetivos específicos de cada pesquisa e os resultados alcançados.
Tabela 01- Exposição dos trabalhos utilizados para compor o estudo, bem como os objetivos e resultados alcançados.
| AUTOR/ANO | TÍTULO DO TRABALHO | OBJETIVOS | RESULTADOS ALCANÇADOS |
| Oliveira, et al, (2022). | Pneumonia associada à ventilação mecânica nas Unidades de Terapia Intensiva: fatores que influenciam em seu desenvolvimento e os meios de prevenção. | Avaliar os fatores que influenciam no desenvolvimento da pneumonia associada à ventilação mecânica nas Unidades de Terapia Intensiva e suas formas de prevenção. | Neste trabalho de revisão integrativa foram identificados 22 artigos que atendiam ao tema, destacando os principais fatores de risco para adquirir a PAV, suas complicações e as medidas preventivas. |
| Branco, et al (2020). | Educação para prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva. | Avaliar a adesão da enfermagem ao bundle de prevenção à Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica e a taxa de incidência, antes e após Educação Permanente. | Este estudo avaliou 662 pacientes internados em uma UTI adulta que faziam uso da Ventilação Mecânica, 302 destes foram submetidos à aplicação do bundle de PAV, podendo avaliar que houve a diminuição de pelo menos um dia de permanência em VM. |
| Nascimento, et al (2019). | Boas práticas na assistência à saúde: bundle para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. 8 | Construir um bundle para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). | Neste artigo foi apresentado o bundle sobre a PAVM com as suas principais medidas de prevenção: higiene das mãos dos profissionais, elevação do decúbito do paciente de 30 a 45 graus, aspiração endotraqueal, higienização oral, monitoração da pressão de cuff e evitar reintubação. |
| Chicayban, et al, (2017). | Bundles de prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica: a importância da multidisciplinaridade. | Descrever as medidas de prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica. | Neste artigo foi relatado que os bundles de PAV têm sido indicados para substituir as chamadas medidas isoladas de prevenção, visto que, a utilização eficaz do protocolo terá melhora na segurança e qualidade do atendimento na UTI, porém, precisa que toda a equipe multidisciplinar tenha empenho para que possa ser considerado indicador de qualidade. |
| Dutra, et al, (2021). | Contribuição da pesquisa convergente assistencial para prevenção de pneumonia 13 associada à ventilação mecânica 14 | Elaborar um protocolo para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica com a participação dos profissionais que o utilizaram, por meio do referencial da pesquisa convergente assistencial | Este estudo contou com a participação de 17 profissionais, sendo cinco médicos, dois fisioterapeutas, três enfermeiros e sete técnicos de enfermagem. Onde foi destacado as principais ações realizadas que podem prevenir a pneumonia 15 associada à ventilação mecânica. |
| Santos, et al, (2018). | Fatores de risco que favorecem a pneumonia associada à ventilação mecânica. | Analisar os principais fatores de risco que favorecem a pneumonia associada à ventilação mecânica. | A pesquisa compõe 20 artigos científicos, possuindo como assunto principal os fatores de risco da pneumonia associada a VM. Observam-se, no que concerne às intervenções estudadas, pesquisas com ênfase na importância de medidas preventivas nas UTI’s para o combate da PAVM, tomada de decisão para o controle e prevenção da doença, diminuindo o surgimento de agravos. |
| Lourençone, et al, (2019). | Adesão às medidas preventivas versus incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica. | O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de adesão das ações preventivas da equipe de enfermagem para PAV após a reestruturação e aplicação do protocolo de prevenção e verificar as taxas de densidade de incidência de pacientes com PAV. | Este estudo obteve 1.297 avaliações das medidas preventivas da PAV, número maior de avaliações quando comparado com outros estudos com objetivos semelhantes, realizados em diferentes cidades do Brasil. Pesquisa realizada em uma UTI do interior do Rio Grande do Sul (RS), em 2012, obteve 235 avaliações. |
Dentre as medidas de prevenção da PAV, a higienização das mãos dos profissionais destaca-se como primordial para o controle das infecções. Visto que, a UTI trata-se de uma unidade hospitalar onde serão ofertados procedimentos invasivos para pacientes críticos, dessa forma, a higienização adequada antes e após o manuseio dos pacientes é fundamental. (NASCIMENTO, et al., 2019).
O estudo de DUTRA, et al. (2021) destaca as principais ações preventivas citadas por profissionais, sendo a aspiração endotraqueal realizada com técnica asséptica a mais destacada devido a sua necessidade e por ser um procedimento invasivo, que realizado corretamente reduz os riscos de complicações.
Para BRANCO, et al. (2020) as medidas estratégicas destacadas e sua aplicação dependerá de uma equipe qualificada, sendo assim, estabelecer programas de educação permanente é crucial para elucidar e capacitar os profissionais sobre conceitos de segurança do paciente e orientar para a implementação dos meios preventivos da PAV. A educação continuada mostra-se eficaz como elemento da prevenção, necessitando sempre de treinamentos para garantir a execução sistemática das intervenções.
Por fim, CHICAYBAN, et al. (2017) afirma que a elevação da cabeceira do paciente entre 30º a 45º reduz a broncoaspiração, o esforço muscular e os índices de atelectasia e aumenta o volume corrente inspirado. E que outra medida preventiva que poderá ser adotada pela equipe é a interrupção diária da sedação, sendo associada a diminuição do tempo de uso do Ventilador Mecânico (VM), e por consequência diminui as chances de surgimento da PAV.
4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, a realização deste estudo permite concluir que a prevenção e controle do surgimento de casos da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva é de responsabilidade da equipe multiprofissional, que deve adotar ações preventivas a fim de aprimorar a assistência prestada.
De modo geral, ações como higiene das mãos dos profissionais, elevação do decúbito do paciente de 30° a 45° graus, aspiração endotraqueal, higienização oral, monitoração da pressão de cuff, evitar reintubação e a indicação do bundles de PAV, são atitudes válidas para reduzir o percentual de PAVM na UTI.
Para que tais ações sejam realizadas de forma eficaz, é necessário uma equipe multiprofissional qualificada . Por isso, faz-se necessário a constante capacitação desses profissionais e atualizações dos protocolos pré estabelecidos, com ênfase na segurança do paciente e nos meios de prevenção da PAV.
Por fim, as medidas adotadas para prevenir a PAV refletem positivamente não apenas na vida dos pacientes, com a redução da doença e das mortes relacionadas a mesma, mas também os profissionais se beneficiam com a redução do estresse e das complicações do paciente, tornando o ambiente de trabalho harmonioso.
REFERÊNCIAS
BRANCO, A. et al. Education to prevent ventilator-associated pneumonia in intensive care unit. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, n. 6, 2020.
CHICAYBAN, L. M. et al. BUNDLES DE PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: A IMPORTÂNCIA DA MULTIDISCIPLINARIDADE. Biológicas & Saúde, v. 7, n. 25, 30 nov. 2017.
NASCIMENTO, C. C. L. DO; FARIAS, R. C.; SOUZA, M. W. O. DE. Boas práticas na assistência à saúde: bundle para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 23, p. e431, 18 maio de 2019.
OLIVEIRA, A. P. M. et al. Pneumonia associada à ventilação mecânica nas Unidades de Terapia Intensiva: fatores que influenciam em seu desenvolvimento e os meios de prevenção. Revista de Casos e Consultoria, v. 13, n. 1, p. e30514–e30514, 29 dez. 2022.
Vista do Contribuição da pesquisa convergente assistencial para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/59821/40492>. Acesso em: 23 out. 2024.
SANTOS, C, R. et al. FATORES DE RISCO QUE FAVORECEM A PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA. Revista de Enfermagem UFPE On Line., Recife, 12(12):3401-15, dez., 2018.
LOURENÇONE, E, M. et al. Adesão às medidas preventivas versus incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, vol. 9, núm. 2, 2019.
1 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: janillypedrosa22@gmail.com
2 Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: charlesformiga2@gmail.com
3 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: gabriellyppedrosa1@gmail.com
4 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: 20221002081@fsmead.com.br
5 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: andreza2014.cz@gmail.com
6 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: enf.andream@gmail.com
7 Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: vivianevictor310@gmail.com
8 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras e-mail: beatriz-pbs@hotmail.com
9 Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal do Ceará Campus Fortaleza e-mail: silveste@alu.ufc.br
10 Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Santa Maria Campus Cajazeiras. Mestre em Sistemas Agroindustriais (PPGSA/UFCG). e-mail: raquelcasimiro2018@gmail.com