AN ANALYSIS OF THE PUBLIC LIGHTING THAT MAKES UP THE SURROUNDINGS OF UEMG – UNIT FROM ITUIUTABA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501171208
Alexia Milena Domingos Araujo¹; Nathan Peres Soares Santos²; Deives Ferreira Castilho³; Aurea Messias de Jesus⁴; Alan Kardec Candido dos Reis⁵; Emerson Carlos Guimaraes⁶; Daniela Freitas Borges⁷.
Resumo
Este artigo possui como principal função fazer um estudo sobre a iluminação pública das ruas em volta da UEMG – Unidade Ituiutaba. Buscando entender mais sobre as normas que gerem a iluminação nesses ambientes, pesquisando a opinião da vizinhança e medindo a quantidade de lux emitida pelos postes, o que nos leva a fazermos uma comparação entre as lâmpadas de LED e as de vapor de sódio, mostrando assim uma conclusão sobre qual é a favorita dos moradores e a mais efetiva no dia a dia e na vida das pessoas que circulam por essas áreas, comprovando assim que as normas mesmo quando seguidas não suprem as verdadeiras necessidades.
Palavras-chave: Iluminação pública. LED. Lâmpadas de vapor de sódio. História da iluminação pública no Brasil. Ituiutaba.
1 INTRODUÇÃO
A introdução deste deste tem por base as histórias contadas nos livros A Loja do Osório, de Petrônio Rodrigues Chaves, Caiapônia de Rodrigo Chaves, e Forçação de Cidades no Brasil colonial de Paulo Ferreira santos. Outras fontes de inspiração foi a matéria intitulada como “A História da eletricidade” publicada no blog TecMundo.
1.1 A HISTÓRIA DA NECESSIDADE DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E DA FORMAÇÃO DAS CIDADES
O mundo como conhecemos não é uma estrutura antiga, a evolução nos atropela com cada vez mais velocidade e força. Para tratarmos de assuntos onde o social e o técnico estão caminhando lado a lado, precisamos olhar para a história e o surgimento de ambos, construindo assim um olhar técnico e mais aguçado sobre o assunto.
No começo, os homens eram nômades, mudavam-se de lugares para lugares em busca apenas do que lhes garantia a sobrevivência, seja qual fosse o fator, alimentação, disponibilidade de água, ou até mesmo segurança. Não existiam práticas como a comunicação por um idioma propriamente dito, ou até mesmo o comércio, isso estava longe de ser parte da realidade deles. Foi só em 3500A.C. que isso mudou.
Quando um conjunto de pessoas começaram a perceber que as plantas nasciam de sementes onde havia água, assim, tiveram o instinto de começar a plantar, e nasceu então a agricultura, prática essa que os forçava a se estabelecerem em lugares fixos por maiores períodos, já que as plantas necessitavam de tempo para crescer e assim produzir comida, que era a principal função delas, e o principal motivo que os mantinha no mesmo lugar. Com essa crescente, surgiu-se a mesopotâmia, onde hoje é o Iraque, e posteriormente, surgiram mais cidades no Nilo, na região mesopotâmica.
Com essas cidades nascendo, começaram a surgir problemas que não antes existiam, como por exemplo a segurança, já que agora as pessoas possuíam bens e poderiam ser roubadas, e a única maneira de enfrentar esse obstáculo era manter o que se tem, sempre à vista, mas como fazer isso se à noite não conseguimos enxergar? Fogo! Essa era a resposta.
Por muito tempo, as cidades, que foram crescendo cada vez mais, começaram a usar o fogo como principal fonte de luz nos tempos onde a luz do sol era pouca. Esse modelo de iluminação foi o que nos salvou por muito tempo, os fenícios e egípcios por exemplo, usavam o fogo em tochas de madeira com resinas e piches, tendo assim um meio móvel de iluminação.
Mas como manda a química, para haver fogo, precisamos de um comburente, e assim, sofríamos com o problema de que as madeiras queimavam, e, uma hora ou outra, se apagavam, e foi evoluindo a partir desse problema que conseguimos criar soluções mais inteligentes. A lamparina por exemplo, que queima na verdade um combustível, que pode ser recarregado, e não de fato um pavio em si, como era no caso da tocha.
Assim, com o número de cidades crescendo, e um melhor controle do manuseio do fogo, as cidades começaram serem iluminadas por tochas, lamparinas e alguns anos depois lampiões. As sociedades então começaram a ganhar uma vida noturna mais ativa, onde as atividades feitas após o pôr do sol começaram a ter uma cara nova, que podia ser vista andando pelas ruas.
1.2 O SURGIMENTO DA ELETRICIDADE E DA LÂMPADA
Em paralelo a esses desenvolvimentos das cidades, haviam assuntos que também eram estudados e iam evoluindo, como a eletricidade, que era estudada desde Talles de Mileto, quando ele estudava o fenômeno desde o século XI A.C. que, começou a descobrir a eletricidade estática através de um atrito entre pedaços de âmbar e peles de animais, mesmo que ele pensasse que esse fenômeno era voltado para o magnetismo, e não de fato a eletricidade estática.
Após isso, vieram vários estudiosos, como William Gilbert, que começou a estudar as resistências dos materiais. Depois disso, veio a primeira máquina estática, construída por Otto Von Guerricke. Mas, só viemos entender que a eletricidade não é algo de outro mundo no século XVIII, com Benjamin Franklin fazendo o experimento da pipa.
Após isso, a geração de eletricidade começou a ser estudada, e então, percebeu-se que se tratava de um processo químico e físico, o que possibilitou a criação da bateria por exemplo. E após isso, Faraday entra na história, e, além de contribuir com seus experimentos, como a gaiola de Faraday, consegue um feito inédito, que é o primeiro gerador de energia elétrica, que se constituía basicamente de um dínamo, que possuía ímãs e um disco de metal, gerando assim, um campo magnético, e, movendo uma manivela, a variação no campo magnético se traduzia em corrente elétrica.
Assim, a eletricidade começou a ser associada à iluminação, e, na Inglaterra, no ano de 1809, o químico Humphry Davy conseguiu reproduzir uma espécie de lâmpada, que consistia em um circuito elétrico composto por uma potente bateria, dois bastões de carbono com pontas e separados a uma distância x. Sendo assim, o contato feito entre os carbonos, quando separados, gerava um arco voltaico que emitia luz. Esse experimento foi reproduzido em escala e usado até mesmo em Iluminações interna de ambientes.
Esse experimento feito por Humphry ficou conhecido como “Lâmpada de Arco Voltaico”, e aumentou muito o controle do ser humano sobre a iluminação artificial. Com esse experimento e essa abertura, os estudos ficaram voltados para a eletrostática e termodinâmica, já que, os metais dentro de ambientes fechados produziam muito calor, e esse era então o maior problema com iluminação daquela época.
Em seguida, Tivemos a primeira lâmpada incandescente, criada por Thomas Edison, cientista norte americano. Em 1879, ele decidiu juntar um bulbo a vácuo e um filamento de algodão e liga-los a uma corrente elétrica, o que resultou no primeiro relato que se tem sobre lâmpadas de fato, essa famosa lâmpada ficou em média 40 horas acessa, mas foi o suficiente para fazer história e iluminar o futuro do mundo quanto à eletricidade. Surgia assim, a comercialização da lâmpada, e o início de uma indústria e um comércio enorme.
1.3 A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL
Trazendo um pouco para a nossa realidade, no Brasil, antes da chegada dos portugueses, os índios faziam o mesmo que já conhecido anteriormente, usavam a luz do fogo para se guiarem nas horas do dia onde o sol já não estava mais presente.
Alguns anos após a chegada dos primeiros portugueses, com a exploração dos territórios brasileiros, as pessoas começaram a avançar suas trilhas rumo ao oeste, se afastando cada vez mais das cidades da época, que ficavam no litoral. Com essa expansão, foi-se perdendo o ritmo do avanço das cidades, assim, os interioranos tiveram de continuar com suas fontes já conhecidas de iluminação.
Usávamos lamparinas e posteriormente os lampiões, ambas formas primitivas de iluminação, a lamparina como já foi explicado neste artigo, constituía-se de um pavio que conduzia um combustível que era incinerado e gerava fogo, que por sua vez, gerava luz. Já os lampiões, eram armações metálicas que mantinham a chama protegida dos ventos por extremidades de vidro, o que também deixava com que a luz passasse. Seu principal combustível era óleo ou gás.
Ao passo que os exploradores iam avançando rumo ao oeste, o Leste começava a se desenvolver, as pessoas, que usavam previamente suas lamparinas apensas em casa, começaram a carrega-las pelas ruas, e, em datas comemorativas, colocavam velas na frente de suas casas, o que deixava todo o caminho mais bonito e bem iluminado.
A população então começou a gostar da ideia de expor velas, e começou a implantar lamparinas em mastros nas ruas, surgindo assim o conceito de iluminação pública, mesmo que elas não fossem automáticas e necessitassem de que pessoas as ascendessem, mas, tínhamos aí um modelo do que viria a se tornar comum em alguns anos.
As grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, instalaram os primeiros sistemas de iluminação com lamparinas respectivamente nos anos de 1794 e 1830, e, evoluindo a partir disso, São Paulo implantou esse mesmo tipo de iluminação, só que com gás como seu principal combustível, em 1854.
Em tempos de colônia ainda, com a chegada da família imperial às terras daqui, veio também o avanço, e o imperador Dom Pedro I, que inaugurou os dois primeiros sistemas de iluminação pública, que levavam como matéria prima outros componentes ao invés de óleo e gás, a faixada da entrada da estação da estrada de ferro Dom Pedro II, em 1879 no Rio de Janeiro sendo a primeira, e a segunda sendo as ruas de campos dos Goitacazes em 1883, o que só foi possível graças à usina termoelétrica instalada na cidade.
As cidades foram então se iluminando, sendo primeiramente cidades menores e mais interioranas, para que só depois, cidades maiores experimentassem dessa tecnologia, como São Paulo e Rio de janeiro, que só foram sentir o gosto da iluminação pública por lâmpadas no século XX, em 1905. Esse avanço, permitiu que as pessoas andassem mais tranquilamente pelas ruas à noite, sendo assim, as fábricas poderiam aumentar seus turnos de trabalho e produzir mais. O que era pra ser uma melhoria na qualidade de vida, se tornou também uma fonte de dinheiro no bolso dos donos de fábricas.
Essas lâmpadas então incandescentes e fluorescentes foram usadas até os anos 60. Já que as evoluções continuavam, e após essa década, elas foram substituídas pelas lâmpadas a base de vapor de mercúrio, e depois, a base de vapor de sódio, porém, essas mesmas eram danosas para a saúde dos seres humanos, já que seus componentes eram tóxicos para a atmosfera e para o solo. Na virada do século XXI, essas lâmpadas começaram a ser substituídas pelas lâmpadas de LED, o que fez com que o cenário da vida noturna mudasse, já que a lâmpada de LED emite uma luz branca, diferente da lâmpada de vapor de sódio, que emite uma luz amarelada.
1.4 HISTÓRIA ENERGÉTICA DE ITUIUTABA
Simultaneamente a essas evoluções, a cidade base do estudo surgia. Ituiutaba começou a ser formada nas redondezas do rio Tijuco, no ano de 1820. Assim como as cidades formadas no mesmo período, Ituiutaba passou pelo tempo dos lampiões e lamparinas, e, segundo o livro “A Loja do Osório”, em 16 de julho de 1922, foi inaugurada pelo Agrimensor Prático Hilarião Chaves a ELFISA (Empresa Luz e Força de Ituiutaba S/A), com a usina do Salto de Moraes, que possuía 80H.P. de potência e foi responsável pelo primeiro sistema de iluminação da cidade.
Figura 1: Hilarião Rodrigues Chaves
Figura 2: Usina Pioneira de 80 H.P. do “salto do Morais”
Com o crescimento da cidade, a usina que primeiramente suportava toda a demanda, foi se tornando insuficiente, e em julho de 1942, foi feita uma ampliação que adicionava à usina, uma potência de 200H.P., que foi a salvação dos moradores locais, mas novamente por pouco tempo, já que a cidade só crescia e a demanda consequentemente só aumentava, assim, como medida de emergência, foram instalados geradores à diesel, que geravam em média 230H.P., retardando a falência da capacidade energética até a construção de uma nova usina, que possuía a capacidade de mais de 3000 cavalos.
Figura 3: Usina de 3.000 H.P.
A cidade então continuou crescendo, e essa ideia de se manter a base de somente uma usina de pequeno porte foi ficando defasada, então, a rede da CEMIG chegou para munir a cidade de energia elétrica.
Anos depois, a cidade recebeu a FEIT (Fundação Educacional de Ituiutaba), que mudou o cenário da região, concentrando um polo estudantil. A região onde a faculdade se encontrava foi se desenvolvendo e nos dias atuais é cede da UEMG – Unidade Ituiutaba e da Facmais, agrupando cada vez mais um público jovem às suas redondezas.
1.5 A IDEIA DO TRABALHO
A ideia principal da execução deste artigo com o determinado tema veio da observação dos comportamentos de muitos alunos e moradores da região, que frequentemente reclamam da iluminação das ruas em volta da universidade. Isso se destacou após as aulas voltarem a serem presenciais depois da pandemia, já que no ano de 2020, a iluminação da avenida Geraldo Alves Tavares saiu de lâmpadas de vapor de sódio para lâmpadas de LED, e sempre víamos comentários desejando esse mesmo tipo de iluminação nas demais ruas que não a principal.
O objetivo geral dessa pesquisa é então verificar se a iluminação pública instalada é suficiente, ou se essas reclamações possuem sim fundamentos, e também evidenciar problemas causados pela falta de iluminação.
A segurança é um ponto que devemos destacar, pois, nesses anos de graduação, pudemos perceber que a falta de iluminação favorece a execução de crimes, como assédio, furtos e assaltos, e, além dessa facilitação, também dificulta os trabalhos de policiais, que, por falta de iluminação pública, ficam impedidos de realizarem seu trabalho seguindo os protocolos adequados. Há por exemplo inúmeros processos arquivados que não podem ser julgados por conta da falta de iluminação pública.
Mais um ponto que devemos destacar é a arborização, já que nos quarteirões em volta da universidade possuímos muitas árvores, e elas dificultam a passagem de luz, por isso, necessita-se de lâmpadas de melhor qualidade nos postes.
Assim, para buscarmos resultados, foram utilizados métodos de pesquisa por meio do Google Forms, e métodos de medição, já que medimos a iluminação das ruas com um luxímetro.
2 METODOLOGIA
A metodologia usada foi exploratória e descritiva, pois, primeiro usamos a pesquisa em livros para nos relacionarmos com o tema e entendermos mais sobre o surgimento do conceito de iluminação pública e a sua história, e podemos também encaixar a pesquisa também no âmbito descritivo pois possuímos situações relatas a respeito da iluminação pública, e a partir desses relatos, pudemos relacionar as variáveis encontradas.
As fontes foram primárias, quando entramos no âmbito da pesquisa no google forms e realizamos a medição da quantidade de lux, e secundárias quando pesquisamos em livros sobre a história da eletricidade e da iluminação pública.
O formulário foi baseado na experiência dos moradores e das pessoas que transitam em volta da universidade no período noturno. As Perguntas foram então divididas em avaliações sobre a iluminação pública, sensação de segurança e problemas relacionados à iluminação pública no local. Essa pesquisa busca então, ter um parecer amplo da a opinião popular sobre o sistema de iluminação em volta da UEMG – Unidade Ituiutaba.
Além disso, a Avenida Geraldo Alves Tavares teve seções de perguntas separadas, já que a iluminação geral é feita por lâmpadas de Vapor de sódio, e nessa rua em específico, é feita por led.
Após os dados coletados, fizemos uma entrevista com uma garota que nos contactou querendo relatar uma ocorrência nas redondezas da UEMG, e que tinha total relação com a Iluminação pública da área. Marcamos então de nos encontrarmos, e ela nos contou um pouco mais sobre o caso.
Com a pesquisa e a entrevista feita, o proximo passo foi medir o nível de luz das ruas e avenidas que cercam a universidade, então, usamos um Luxímetro digital para fazer as medições, que foram feitas segundo a NBR5101, onde diz que se deve traçar uma linha imaginária no meio da calçada onde os pedestres transitam, e deve-se medir o fluxo luminoso em uma secção de ¼ do espaçamento entre os postes.
Também utilizamos esses dados obtidos com o luxímetro para compará-los com a NBR5101, norma esta que estabelece os requisitos para a iluminação de vias públicas no Brasil, proporcionando segurança ao tráfego de pedestres e veículos.
As medições foram feitas nas ruas onde os estudantes mais transitam, que são as ruas de baixo e de cima da uemg, já que os flats e conjuntos habitacionais se concentram em suas maiorias nessa região.
No processo de medição, encontramos algumas dificuldades, como por exemplo algumas lâmpadas queimadas e interferências de iluminações muito fortes em portas de casas.
Com os dados em mãos, fomos então montar os quadros e cruzar as respostas da pesquisa e a medição da quantidade de lux, para que possamos entender mais sobre os fatores que influenciaram tais respostas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa nos trouxe um parâmetro de como a população que vive e transita nos entornos da universidade analisa a iluminação pública, mostrando que, onde há lâmpadas de vapor de sódio, a insatisfação é maior, e onde há lâmpadas de LED, o mesmo parâmetro é menor. Sendo assim, os resultados ficaram como apresentados nas Figuras 4 e 5.
Figura 4: Resultado da Avaliação Popular sobre a Iluminação Pública dos Quarteirões em Volta da UEMG
Figura 5: Resultado da Avaliação Popular sobre a Iluminação Pública da Avenida Geraldo Alves Tavares
Perguntamos também sobre a sensação de segurança das pessoas ao transitar pelas ruas do bairro, diferenciando-as pelo tipo de iluminação, e o resultado ficou como nas figuras 6 e 7.
Figura 6: Resultado da Pergunta Sobre Sentimento de Segurança nas Redondezas da UEMG à Noite
Figura 7: Resultado da Pergunta Sobre Sentimento de Segurança nas Avenida Geraldo Alves Tavares
Assim, podemos observar que a insegurança e o medo são presentes em quase todas as pessoas, e quando temos iluminação de LED, que é o caso da Avenida Geraldo Alves Tavares, essa sensação diminui consideravelmente.
Perguntamos também sobre sugestões de melhorias para a iluminação, e houve uma grande parcela que pediu a troca de lâmpadas de vapor de sódio para lâmpadas de LED, o que evidencia mais ainda a preferência pelas lâmpadas à base desse diodo.
Perguntamos também sobre problemas ocorridos na região relacionados à falta de iluminação, onde os resultados são demonstrados pelas figuras 8 e 9.
Figura 8: Resultado da Pergunta Sobre Problemas Próprios Relacionados à Iluminação Pública nas Redondezas da UEMG
Figura 9: Resultado da Pergunta Sobre Problemas de Terceiros Relacionados à Iluminação Pública nas Redondezas da UEMG
Pudemos perceber então que 9 das 59 pessoas que responderam o formulário, já passaram por algum problema relacionado à iluminação pública, e, dos 59, 22 conhecem alguém que teve problemas ligados à iluminação pública.
Havia também, dentro da seção de perguntas sobre os problemas, uma seção para comentários abertos sobre os tais ocorridos, e foram citadas situações que facilmente poderiam ser evitadas com uma melhor iluminação. Esses problemas envolvem assédio, assalto, furto, e crimes de stalking, o que justifica toda essa insegurança ao andar pela região delimitada pelo trabalho.
Apesar da pesquisa ser anônima, uma voluntária deixou seu contato e a entrevistamos melhor. Na entrevista, ela se abriu sobre os casos que ela sofria, que eram constantes e predominantemente às quartas-feiras, já que ela fazia matérias no período da noite até às 22h30 no campus, ela conta que sofreu perseguições de um homem em um carro, e o carro e o motorista não puderam ser identificados por conta da iluminação precária. Em um outro caso, ela conta que já foi seguida por um homem de moto também, porém, esse foi pego, mas graças a um boletim de ocorrência registrado.
Ela relata também que não está sozinha nessas situações, e diz que há várias amigas que já passaram por coisas idênticas, e que há até mesmo um grupo no What’sApp, que é formado pelas alunas da unidade, onde elas se ajudam, compartilhando informações sobre o que sofreram, e trocando ideias para saberem como agir e quando ficar em maior estado de alerta, já que as pessoas que ameaçam suas liberdades ainda estão por aí impunes, e muitas vezes por falta de identificação por conta da falta de iluminação pública.
Com dados da enquete em mãos, partimos para a parte técnica da pesquisa, e fomos medir os lumens das regiões delimitadas pelo trabalho.
Através de tais medições, e apesar das dificuldades encontradas, pudemos perceber a diferença de eficiência entre as lâmpadas de LED e as lâmpadas de vapor de sódio.
A variação de eficiência dentro do próprio setor de lâmpadas de vapor de sódio era muito grande, como por exemplo na Avenida Salada Jorge, que encontramos medindo em baixo dos postes, variações de 3,3 a 87.8 lux.
Já as de led, ficavam raramente em uma média menor que 90 luxes, que foi o menor dado encontrado nos trechos analisados, enquanto o maior valor foi de 133,4 lux.
Em baixo das lâmpadas encontramos valores maiores, e ao nos afastarmos delas, pudemos perceber que os valores eram bem menores, já que não havia incidência direta de luz. Podemos citar como exemplo pra isso os casos da rua Sergipe, que, em baixo dos postes, encontrávamos valores superiores a 23 lux e no segundo ponto de medição esse valor caía para entre 0 e 3,8 luxes.
Enquanto isso, nos postes de LED, ao nos afastarmos das lâmpadas, ainda obtivemos normalmente valores acima dos 20 luxes, eram raros os casos em que esse valor era menor.
Encontramos então os seguintes resultados em lux nas ruas que possuem Iluminação de Vapor de sódio.
Quadro1: Quantidade de Lux Emitidos Pelos Postes com Lâmpadas de Vapor de Sódio
Quadro 2: Quantidade de Lux Emitidos Pelos Postes com Lâmpadas de Vapor de Sódio na Avenida Salada Jorge
Podemos perceber então que, segundo a norma, e após realizarmos os cálculos, os números estão dentro do esperado, com iluminação média mínima de 3 lux, porém, os resultados das lâmpadas de vapor de sódio nem se comparam aos resultados das lâmpadas de LED analisadas na Avenida Geraldo Alves Tavares, que foram os seguintes.
Quadro 3: Quantidade de Lux Emitidos Pelos Postes com Lâmpadas de LED na Avenida Geraldo Alves Tavares
Os resultados por sua vez nos mostram o que já prevíamos pela percepção visual, que as luzes de LED são melhores e possuem uma qualidade de iluminação melhor. Podemos então destacar dentro desses resultados, algumas diferenças entre as lâmpadas de LED e as de vapor de sódio quando ligadas à iluminação pública.
Dentre elas, podemos destacar a temperatura de cor, que no LED, pode ser ajustada, fazendo assim com que sejam brancas, o que é favorável, já que a luz branca reflete as cores dos objetos, enquanto a lâmpada de vapor de sódio é monocromática de temperatura quente, o que faz com que os objetos iluminados reflitam mais as cores em tons amarelados, deixando os pontos escuros mais escuros.
A direção que a lâmpada emite a luz também é muito importante, uma vez que a lâmpada de vapor de sódio emite sua luz ao seu redor, é necessária uma capa metálica para que a luz seja refletida, assim, perdendo um pouco de eficiência, enquanto a de LED pode ser direcionada, já que sua luz é emitida em um ângulo muito menor..
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, o estudo nos serviu para um esclarecimento sobre dúvidas que antes possuíamos, e também para desenvolvermos e aprimorarmos um pensamento crítico quanto às normas que regulamentam a Iluminação pública, já que, mesmo que as ruas estejam iluminadas dentro da norma, as pessoas não estão satisfeitas.
A pesquisa nos comprovou que perante a opinião pública, as lâmpadas de LED são melhores, o que de fato foi constatado com a medição da quantidade de lux, já que elas se mostraram superiores, tanto diretamente, quanto com distâncias mais afastadas da fonte de luz.
É relevante toda reclamação popular, ainda mais quando temos uma mesma feita frequentemente, que é o caso das queixas que tem como alvo a iluminação dos arredores da uemg. Como visto, as ruas mal iluminadas possuem maior risco de ocorrência de atos inoportunos e até mesmo crimes.
Sendo assim, concluímos que a NBR 5101 está incompatível com a realidade e vontade popular, já que, mesmo com os critérios sendo seguidos, ainda há falhas na iluminação.
Outro ponto a ser citado foi a quantidade de lâmpadas queimadas, que fazem com que a medição não seja exata, e assim atrapalha o estudo como um todo. Além das lâmpadas queimadas que nos deparamos ao longo do trajeto estudado, mesmo que elas não estivessem de fato no trajeto, atrapalham como um todo a iluminação e a segurança da população.
REFERÊNCIAS
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VOCÊ ELETRICISTA. Lâmpada de led VS lâmpada a vapor de sódio,deixe ai nos comentários a sua opinião. YouTube, 31 de agosto de 2022. Disponível em: (6) Lâmpada de led VS lâmpada a vapor de sódio,deixe ai nos comentários a sua opinião. – YouTube. Acesso em 19 dez. 2022.
¹Bacharela em Engenharia Elétrica. Universidade do Estado de Minas Gerais. E-mail: alexiamilena999@gmail.com;
²Bacharel em Engenharia Elétrica. Universidade do Estado de Minas Gerais. E-mail: nathanpssantos@hotmail.com;
³Graduando em Engenharia Elétrica. Universidade do Estado de Minas Gerais. E-mail: deivescastilho@gmail.com;
⁴Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade do Estado de Minas Gerais. E-mail: aurea.jesus2021@gmail.com;
⁵Mestre em Engenharia Elétrica. Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: alan.reis@uemg.br;
⁶Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade Candido Mendes. E-mail: emerson.guimaraes@uemg.br;
⁷Mestra em Engenharia Elétrica. Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: daniela.eng@hotmail.com.