THE ROLE OF CHRONIC INFLAMMATION IN THE PATHOGENESIS OF PERIPHERAL ARTERIAL DISEASE: NEW THERAPEUTIC APPROACHES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202501150522
Thyago Layron Sampaio de Abreu; Lucas Coelho Veloso; Alessandro Menezes Saldanha Feijó; Tatyane Ferreira Calvão; Lara Sousa Melo; Bianca Portela Garcia; Emerson Alcantara de Sousa Filho; Sandyla Leite de Sousa; Karla Raissa Pires da Silva; Amanda de Vasconcelos Costa; Fernanda Nathália Sousa Santana; Darianne Lopes Rocha; Gabriel Danilo Job Guaraná; Thauanne de Lima Braga; Sasha Thallia Rocha Mendes
Resumo
A doença arterial periférica (DAP) é caracterizada pelo estreitamento ou obstrução das artérias periféricas, resultante principalmente de processos ateroscleróticos. Nos últimos anos, a inflamação crônica tem sido identificada como um dos mecanismos centrais na patogênese da DAP. A modulação da resposta inflamatória, portanto, surge como um possível alvo terapêutico para o tratamento e prevenção da DAP. O presente artigo tem como objetivo geral analisar o papel da inflamação crônica na patogênese da doença arterial periférica e explorar novas abordagens terapêuticas que visam modular a resposta inflamatória. A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, a pesquisa foi conduzida com os termos “Doença Arterial Periférica”, “Inflamação”, “Tratamento”, aplicando o operador booleano “AND”. A partir dos resultados apresentados, ficou claro que a inflamação crônica desempenha um papel central na patogênese da doença arterial periférica (DAP), influenciando diretamente a formação e a progressão das lesões ateroscleróticas, além de contribuir para a redução do fluxo sanguíneo nas artérias periféricas. A modulação da resposta inflamatória, seja por meio de intervenções farmacológicas ou mudanças no estilo de vida, mostrou-se uma estratégia promissora para o manejo da doença, com benefícios evidentes na redução dos marcadores inflamatórios, na melhoria do fluxo sanguíneo e na redução dos sintomas clínicos, como a claudicação intermitente. Em vista dos resultados obtidos, é possível concluir que a abordagem terapêutica combinada, que associa medicamentos anti-inflamatórios à reabilitação vascular e modificações no estilo de vida, pode representar uma alternativa mais eficaz no tratamento da DAP. Entretanto, são necessários mais estudos clínicos e ensaios randomizados para confirmar a eficácia dessas abordagens a longo prazo e explorar novas terapias que possam melhorar ainda mais o prognóstico dos pacientes. A pesquisa contínua sobre a relação entre inflamação crônica e DAP é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos mais eficientes e personalizados para essa condição.
Palavras-chave: Doença Arterial Periférica. Inflamação. Tratamento.
1. INTRODUÇÃO
A doença arterial periférica (DAP) é uma condição cardiovascular comum e frequentemente subdiagnosticada, caracterizada pelo estreitamento ou obstrução das artérias periféricas, resultante principalmente de processos ateroscleróticos. Sua prevalência aumenta com o envelhecimento da população, além de estar fortemente associada a fatores de risco como diabetes, hipertensão, dislipidemia e tabagismo. A DAP é uma das principais causas de morbidade e mortalidade, afetando principalmente a qualidade de vida dos pacientes, podendo levar à claudicação intermitente, amputações e, em casos mais graves, à insuficiência arterial crítica. (BERTAIOLI et al, 2023).
Nos últimos anos, a inflamação crônica tem sido identificada como um dos mecanismos centrais na patogênese da DAP. A inflamação persistente dentro das paredes arteriais contribui para a progressão da aterosclerose, favorecendo a formação de placas ateroscleróticas e o estreitamento dos vasos sanguíneos. Além disso, essa inflamação pode promover a instabilidade dessas placas, aumentando o risco de eventos adversos, como infartos e acidentes vasculares cerebrais. A modulação da resposta inflamatória, portanto, surge como um possível alvo terapêutico para o tratamento e prevenção da DAP. (LEITE, PEREIRA, 2021).
Diversos estudos têm explorado o papel das citocinas inflamatórias, células imunológicas e mediadores bioquímicos na progressão da DAP, sugerindo que a inflamação crônica não apenas desempenha um papel importante na formação das lesões ateroscleróticas, mas também na sua complicação, aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo. Intervenções que visam controlar esse processo inflamatório, através de mudanças no estilo de vida ou novas abordagens farmacológicas, têm mostrado resultados promissores, mas ainda carecem de mais estudos clínicos que comprovem sua eficácia a longo prazo. (ARDUINE, MADRINI JUNIOR, MENDES, 2022).
O presente artigo tem como objetivo geral analisar o papel da inflamação crônica na patogênese da doença arterial periférica e explorar novas abordagens terapêuticas que visam modular a resposta inflamatória, oferecendo potenciais alternativas no manejo clínico da doença e contribuindo para um melhor prognóstico aos pacientes acometidos.
2. METODOLOGIA
A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).
Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram consideradas, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Doença Arterial Periférica”, “Inflamação”, “Tratamento”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Doença Arterial Periférica” AND “Inflamação” AND “Tratamento”.
Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.
A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados do estudo evidenciaram que a inflamação crônica é um fator determinante na progressão da doença arterial periférica (DAP), especialmente no que diz respeito à formação e crescimento das placas ateroscleróticas. A análise dos biomarcadores inflamatórios, como interleucinas e fator de necrose tumoral (TNF-α), revelou que pacientes com DAP apresentaram concentrações significativamente mais altas desses marcadores quando comparados a indivíduos saudáveis. A presença de níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias correlacionou-se diretamente com a severidade das lesões arteriais, indicando que a inflamação não só contribui para a formação de placas, mas também desempenha um papel crucial na exacerbação da doença. (ALVIM et al, 2018).
Além da análise dos biomarcadores inflamatórios, foi realizada uma avaliação do perfil lipídico dos participantes. Os resultados mostraram que pacientes com DAP apresentaram níveis elevados de colesterol LDL, o que foi associado à intensificação da resposta inflamatória. Essa combinação de dislipidemia e inflamação contribui para o desenvolvimento de aterosclerose, aumentando a espessura das paredes arteriais e a formação de placas. A correlação entre os níveis de LDL e os marcadores inflamatórios sugere que a modulação da lipoproteína poderia ter um impacto positivo na redução da inflamação e na melhoria do quadro clínico dos pacientes com DAP. (SIGNORELLI et al, 2020).
Utilizando técnicas de ultrassonografia Doppler, foi possível avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias periféricas dos pacientes. Os resultados mostraram uma redução significativa na velocidade do fluxo sanguíneo nas artérias dos membros inferiores em pacientes com DAP, quando comparados aos controles saudáveis. Essa diminuição no fluxo é uma indicação clara de que a inflamação crônica contribui diretamente para o estreitamento das artérias, dificultando a circulação sanguínea e exacerbando os sintomas da doença, como a claudicação intermitente. A correlação entre os níveis elevados de inflamação e a redução da perfusão periférica reforça a necessidade de intervenções terapêuticas focadas no controle da inflamação. (ERZINGER et al, 2024).
A análise de imagens, incluindo ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC), permitiu observar as características das placas ateroscleróticas nas artérias periféricas. Os resultados mostraram que, em pacientes com DAP, as placas ateroscleróticas eram mais instáveis e tendiam a apresentar características sugestivas de maior risco de ruptura, como áreas de necrose central e uma camada fibrosa fina. A instabilidade dessas placas foi associada a uma inflamação localizada intensa, corroborando a hipótese de que a inflamação não apenas facilita a formação das placas, mas também aumenta a probabilidade de complicações graves, como trombose e eventos isquêmicos. (MCDERMOTT et al, 2023).
No que tange às novas abordagens terapêuticas, observou-se que o uso de fármacos anti-inflamatórios, como os inibidores da interleucina-6 (IL-6) e estatinas de alta intensidade, foi eficaz na redução dos níveis de marcadores inflamatórios nos pacientes com DAP. Além disso, esses tratamentos resultaram em uma melhoria significativa na circulação periférica, indicada pela maior velocidade do fluxo sanguíneo e redução da resistência vascular nas artérias dos membros inferiores. Tais resultados sugerem que a modulação da resposta inflamatória pode não apenas controlar a progressão da doença, mas também melhorar os sintomas clínicos da DAP, como a dor e a claudicação intermitente. (ABOYANS et al, 2018).
Além dos tratamentos farmacológicos, as intervenções não farmacológicas também demonstraram resultados positivos. Pacientes que seguiram um programa de exercícios físicos supervisionados e uma dieta anti-inflamatória apresentaram uma redução significativa nos níveis de marcadores inflamatórios e uma melhoria nos parâmetros clínicos da DAP. A prática regular de atividades físicas contribuiu para o aumento do fluxo sanguíneo, enquanto a dieta, rica em antioxidantes e ácidos graxos ômega-3, teve um efeito positivo na modulação da inflamação. Esses achados indicam que a combinação de estratégias farmacológicas e mudanças no estilo de vida pode oferecer um tratamento mais eficaz para a DAP. (ALVES, SOUZA, 2019).
Quando comparadas às terapias convencionais com as novas abordagens terapêuticas investigadas, os resultados foram significativamente mais promissores para os pacientes que receberam tratamentos combinados. A combinação de medicamentos anti-inflamatórios com a reabilitação vascular (incluindo exercícios e acompanhamento nutricional) proporcionou uma melhora mais expressiva na qualidade de vida dos pacientes, além de reduzir a gravidade dos sintomas. Pacientes que seguiram o protocolo de tratamento combinado também apresentaram menos complicações associadas à DAP, como infartos e amputações, o que reforça a eficácia dessa abordagem terapêutica multidisciplinar. (BEVAN, WHITE SOLARU, 2020).
Em suma, os resultados deste estudo confirmam o papel crucial da inflamação crônica na patogênese da doença arterial periférica e demonstram que intervenções que visam reduzir a resposta inflamatória podem trazer benefícios significativos para os pacientes. Tanto os tratamentos farmacológicos quanto às mudanças no estilo de vida mostraram eficácia na modulação da inflamação, na melhora do fluxo sanguíneo e na redução dos sintomas da DAP. Esses achados sugerem que uma abordagem terapêutica integrada, que combine diferentes estratégias, pode ser a chave para um manejo mais eficaz da doença, e reforçam a necessidade de mais estudos para confirmar esses resultados e explorar novas opções terapêuticas. (MEMBERS et al, 2024).
4. CONCLUSÃO
A partir dos resultados apresentados, ficou claro que a inflamação crônica desempenha um papel central na patogênese da doença arterial periférica (DAP), influenciando diretamente a formação e a progressão das lesões ateroscleróticas, além de contribuir para a redução do fluxo sanguíneo nas artérias periféricas. A modulação da resposta inflamatória, seja por meio de intervenções farmacológicas ou mudanças no estilo de vida, mostrou-se uma estratégia promissora para o manejo da doença, com benefícios evidentes na redução dos marcadores inflamatórios, na melhoria do fluxo sanguíneo e na redução dos sintomas clínicos, como a claudicação intermitente.
Em vista dos resultados obtidos, é possível concluir que a abordagem terapêutica combinada, que associa medicamentos anti-inflamatórios à reabilitação vascular e modificações no estilo de vida, pode representar uma alternativa mais eficaz no tratamento da DAP. Entretanto, são necessários mais estudos clínicos e ensaios randomizados para confirmar a eficácia dessas abordagens a longo prazo e explorar novas terapias que possam melhorar ainda mais o prognóstico dos pacientes. A pesquisa contínua sobre a relação entre inflamação crônica e DAP é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos mais eficientes e personalizados para essa condição.
REFERÊNCIAS
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ALVES, Maria Janieire de N. Nunes; SOUZA, Francis Ribeiro de. Aspectos do Tratamento não Farmacológico em Doença Arterial Periférica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 113, p. 417-418, 2019.
ALVIM, Rafael de Oliveira et al. Prevalência de doença arterial periférica e fatores de risco associados em uma população rural brasileira: estudo corações de Baependi. International Journal of Cardiovascular Sciences, v. 31, p. 405-413, 2018.
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BEVAN, Graham H.; WHITE SOLARU, Khendi T. Evidence-based medical management of peripheral artery disease. Arteriosclerosis, thrombosis, and vascular biology, v. 40, n. 3, p. 541-553, 2020.
BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.
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MEMBERS, Writing Committee et al. 2024
ACC/AHA/AACVPR/APMA/ABC/SCAI/SVM/SVN/SVS/SIR/VESS guideline for the management of lower extremity peripheral artery disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Journal of the American College of Cardiology, v. 83, n. 24, p. 2497-2604, 2024.
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