DESCRIÇÃO HISTOPATOLÓGICA DO CÂNCER DE MAMA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202501142017


Filipe Laurente1
Maria Luisa Neves Alves Bartolomei1
Maria Antonia Noventa2


RESUMO 

O câncer de mama caracteriza importante problemática de saúde no mundo todo, sendo  causador de grande número de mortes e consequências na vida individual e coletiva. Em termos  de dados, a doença é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, ficando atrás  apenas do câncer de pele. Por isso o diagnóstico histopatológico tem suma importância para  avaliação de prognóstico e entendimento da patogenia da doença, sendo necessário o  conhecimento dos vários tipos do carcinoma de mama e suas peculiaridades. Com o estudo de  tais tipos neoplásicos torna-se mais íntegro o atendimento ao cuidado, tomada de decisão e  prognóstico direcionado, sendo importante para o profissional responsável pela análise clínica  e de pesquisa. De forma sintética existem três principais grupos de adenocarcinoma de mama:  in situ, infiltrativo e especiais. Sendo que dentro de cada grupo existem subgrupos para  classificação da patologia. Dessa forma, o objetivo desta revisão bibliográfica é traçar os tipos  histopatológicos do adenocarcinoma mamário e seus impactos no prognóstico da doença,  utilizando base de dados PubMed, LILACS e Scielo para obtenção dos mais relevantes artigos científicos que compõem a literatura da histopatologia do câncer de mama e suas implicações  prognósticas. 

Palavras-chave: Neoplasias, Neoplasias de Mama, Histologia, Patologia, Prognóstico.  

ABSTRACT 

Breast cancer is an important health problem worldwide, causing a large number of deaths and  consequences for individual and collective life. In terms of data, the disease is the second most  common type of cancer among women, behind only skin cancer. Therefore, histopathological  diagnosis is extremely important for evaluating the prognosis and understanding the  pathogenesis of the disease, requiring knowledge of the various types of breast carcinoma and  their peculiarities. With the study of such neoplastic types, care, decision-making and targeted  prognosis become more integral, being important for the professional responsible for clinical  and scientific research. In short, there are three main groups of breast neoplasia: In situ,  infiltrative and special. Within each group there are more subgroups for classifying the  pathology. Therefore, the objective of this bibliographic review is to outline the morphological  histopathological types of breast adenocarcinoma and their impacts on the prognosis of the  disease, using the PubMed, LILACS and Scielo databases to obtain the most relevant scientific  articles that make up the morphological histopathology of breast cancer and its prognostic  implications. 

Key words: Neoplasms, Breast Neoplasms, Histology, Pathology, Prognosis.

INTRODUÇÃO 

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, sendo o  segundo mais prevalente nas mulheres. É considerado uma patologia de bom prognóstico  quando diagnosticado e tratado cedo, entretanto com uma taxa de mortalidade ainda alta no  Brasil (TEIXEIRA, M., et al, 2013).  

Segundo dados do INCA (2022), a sobrevida em países desenvolvidos é de  aproximadamente 85% e dos países subdesenvolvidos, como o Brasil, permeia os 60%. Com  isso fica evidente a necessidade de entender melhor a patologia para que intervenções possam  ser feitas das melhores formas possíveis evitando mortes por essa patologia. 

A prevalência da doença dependente do sexo, 150 casos da doença estão presente em  mulheres enquanto 1 caso nos homens, relacionando-se, portanto, com os hormônios sexuais  femininos. Um gráfico relacionando idade e câncer de mama, teria um aumento com o passar  dos anos e um decréscimo após a menopausa, quando o hormônio sexual feminino, na ausência  de reposição, cai drasticamente (JAMESON, J., et al,2020). 

Ainda segundo o INCA (2022), a maior parte das detecções da patologia se dá por meio  casual, quando a mulher sente na palpação algum nódulo em sua rotina diária e tem essa  percepção confirmada e identificada pelo exame clínico da mama realizado por um profissional  médico. Ao indivíduo é importante conhecer os sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama  para saber quando procurar ajuda especializada. 

Outra forma de detecção se dá pelo exame de rastreio, utilizando ultrassom de mama ou  mamografia de acordo com riscos de idade e fatores genéticos, sendo que a mamografia é  indicada de 50 a 69 anos a cada dois anos e exame clínico das mamas anualmente  (BURANELLO, M., et al,2014). Caso detectadas alterações nos exames relatados, realiza-se  uma biópsia e se retira parte do tecido do nódulo para realizar a análise histopatológica. 

Dentre os carcinomas mamários existentes, o foco dessa revisão será os adenocarcinomas que podem ser divididos em três principais grandes grupos: In Situ, Invasivo  e tipos especiais do tipo Invasivo. 

No grupo in Situ existem dois principais subgrupos, o ductal e o lobular. Ambos são  limitados aos ductos e lóbulos mamários pela membrana basal. O ductal tem esse nome pois  envolve os lóbulos e o ácino mamário expandido lembra pequenos ductos. Já o lobular possui  expansão clonal celular intraductal e possui lóbulos que crescem de forma não coesa. O termo  lobular foi empregado pois as células se disseminam progressivamente, mas não alteram a  arquitetura lobular mamária. O grupo de carcinomas invasivos pode ser dividido em grupos de  acordo com características morfológicas e moleculares: RE-positivo, HER2-negativo; HER2-positivo; RE e HER-2 negativos. Sendo que RE indica um fator de transcrição dependente de  estrogênio e HER-2 significa receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano. O  grupo dos invasivos do tipo especial também apresentam diferenças morfológicas em cada  subgrupo: invasivo lobular, invasivo tubular, invasivo medular, invasivo mucinoso, invasivo  papilífero, invasivo micropapilífero, invasivo apócrino e invasivo secretor. O tipo invasor  lobular tem uma arquitetura pouco coesa por falta do codificante de E-caderina. Já no tipo  invasivo tubular o tumor se apresenta como túbulos bem formados. O tipo invasivo medular  apresenta um infiltrado linfocitário e aparenta um nódulo bem circunscrito. O tipo invasivo  mucinoso, apresenta no interior tumoral áreas de mucina. No tipo invasivo papilífero tem-se  presença de papilas reais. Diferentemente, o tipo invasivo micropapilífero apresenta células  flutuantes em meio a fluido intercelular. O tipo invasivo apócrino possui células semelhantes às glândulas sudoríparas e o tipo invasivo secretor tem sua estrutura semelhante à da mama em  lactação (KUMAR, et al, 2021). 

Diante disso se faz necessária a diferenciação dos subtipos no momento do diagnóstico,  já que o prognóstico tende a ser melhor ou pior dependendo da morfologia presente.  Dependendo se o subtipo for in situ, invasivo ou do tipo especial, se há presença de proliferação  e qual o grau histológico, tudo isso está fortemente ligado ao bom ou mau prognóstico. 

Os objetivos deste estudo é descrever a morfologia dos grupos de carcinomas mamários,  bem como relacionar as peculiaridades dos grupos e subgrupos de carcinomas mamários;  caracterizar os subgrupos quanto à morfologia e bases histopatológicas e correlacionar os tipos  neoplásicos com os prognósticos da doença. 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

A principal característica histológica mamária é a presença das glândulas mamárias,  compostas por 15 a 25 lóbulos de glândulas túbulo-alveolares com função secretora. Cada  lóbulo é separado por tecido conjuntivo e tecido adiposo e a glândula possui seu próprio  ducto excretor ou ducto galactóforo, medindo 2 a 4,5 centímetros. Porém a estrutura  histológica das glândulas mamárias femininas varia de acordo com a idade e estado  fisiológico (JUNQUEIRA, L., et al, 2005). 

Antes da puberdade as glândulas são compostas por porções dilatadas, os seios  galactóforos, e ramificações que são os ductos. O desenvolvimento das glândulas mamárias  se dá durante a puberdade e consequentemente as mamas aumentam de tamanho, devido acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de crescimento e ramificação dos ductos.  Tudo isso decorre do aumento de estrógeno circulante (JUNQUEIRA, L., et al, 2005). Na mulher adulta, a glândula consiste de vários ductos intralobulares que se unem  em um ducto interlobular terminal. Cada lóbulo é imerso em tecido conjuntivo frouxo e  separados por tecido conjuntivo interlobular denso. Próximo ao mamilo, os ductos  galactóforos se dilatam e formam os seios. Nas aberturas externas são formados por epitélio  estratificado pavimentoso, quando entra nos ductos o tecido se altera para estratificado  colunar ou cuboide. Durante o ciclo menstrual, as glândulas sofrem alterações por meio dos  hormônios. Proliferação celular dos ductos na época ovulatória e hidratação do tecido  conjuntivo na fase pré-menstrual com consequente aumento das mamas (JUNQUEIRA, L.,  et al, 2005). 

O adenocarcinoma é um tumor maligno decorrente do revestimento epitelial de  glândulas ou ductos. Os tumores malignos podem invadir as estruturas adjacentes e  metastatizar, se disseminando para áreas distantes (KUMAR, et al., 2021). 

Adenocarcinoma in situ 

No grupo dos adenocarcinomas in situ pode ser descrito o tipo ductal, que consiste em  proliferação celular neoplásica de células epiteliais mamárias sem invasão à membrana basal.  Na maioria das vezes não apresenta alterações macroscópicas, entretanto quando estiver em  alto grau de desenvolvimento garante aspecto de massa firme e arenosa. As características  microscópicas apresentam aspecto cribriforme com proliferação fenestrada e luz extracelulares  circulares de aparência perfurada. Podem apresentar aspecto papilar ou micropapilar, variam  quanto ao grau celular desde pleomorfismo nuclear discreto a proeminente com ascendente  condensação de cromatina nuclear. Necrose, reação inflamatória e tecidual são comuns ao redor  da neoplasia, principalmente as de maior grau (TOZBIKIAN, G., 2023). Em consoante com a  morfologia pode-se dividir o tipo em dois grupos quanto a arquitetura: os comedocarcinomas e  não comedocarcinomas. O primeiro é caracterizado por pleomorfismo nuclear de alto grau e  presença de áreas de necrose central. Os não comedocarcinomas não exibem as alterações  anteriormente citadas e podem apresentar espaços arredondados do tipo cribriforme ou  protusões bulbares sem eixos fibrovasculares micropapilífero ou padrão papilífero verdadeiro  (KUMAR, et al., 2021). 

O prognóstico do adenocarcinoma ductal demonstra que os tipos de baixo grau possuem  desenvolvimento mais lento em comparação com os tipos de maior grau. Mulheres com esse tipo de tumor possuem uma chance dez vezes maior de desenvolver neoplasia invasiva  ipsilateral caso não tenha tratamento (TOZBIKIAN, G., 2023). 

Outro tipo do mesmo grupo in situ é o lobular que se caracteriza pela expansão clonal  de células neoplásicas pequenas e uniformes que se originam dos lóbulos do ducto terminal  preenchendo os lóbulos mamários adjacentes. Sua característica de espessamento e pouca  coesão se dá pela perda de E-caderina em cerca de 95% dos casos da neoplasia, tendo como  característica a falta de adesão celular. Em termo de classificação, para ser considerado do tipo  lobular IN SITU, mais de 50% dos lóbulos do ducto terminal devem conter expansão celular.  Caso seja menor que isso, será considerado neoplasia lobular atípica. Pode ocorrer de maneira  similar ao melanoma com disseminação pagetóide onde as células se desenvolvem ao redor da  membrana basal. Na patologia, a neoplasia permanece entre as células luminais dos ductos e as  células mioepiteliais sem danificar o epitélio ductal. Com a disseminação em pagetóide o  achado é chamado padrão em trevo. Possuem dois tipos de células: A e B. As células do tipo A  possuem núcleos pequenos discretamente aumentados de tamanho com núcleos arredondados  e nucléolo imperceptível. As células de tipo B possuem aumento moderado de tamanho com  citoplasma aumentado e nucléolo mais evidente. Ambos tipos celulares podem estar presentes  no tipo lobular IN SITU. Classicamente é raro a presença de pleomorfismo nuclear e mitoses,  podendo ocorrer em casos mais graves e específicos (VICKERY, J., et al, 2022). Podem  apresentar células com produção de muco garantindo um aspecto “em anel de sinete” na qual o  muco está presente no citoplasma celular e o núcleo se apresenta de forma excêntrica (KUMAR,  et al, 2021).  

Em termos prognósticos possuem grande período de disseminação da camada basal,  tendo sido descritos de quinze a trinta anos. Está presente em muitos casos de biópsias e indica  um fator de risco considerável para neoplasia final (VICKERY, J., et al, 2022). 

Adenocarcinoma invasivo 

O carcinoma do tipo invasivo tem como característica principal a infiltração da  membrana basal e seu desenvolvimento no estroma, podendo invadir a vascularização e  linfonodos. São divididos pela morfologia e graduados pela classificação de Nottingham, grau  1 crescendo em padrão tubular em núcleos redondos e bem diferenciado, grau 2 com formações  tubulares, com agrupamentos sólidos ou células infiltrantes isoladas com maior grau de  pleomorfismo e mitoses, grau 3 apresentando invasão em formato de ninhos ou lâminas sólidas  com núcleo irregular e pouco diferenciado com necrose (KUMAR, et al, 2021).

O adenocarcinoma invasivo sem tipo especial é o tipo mais prevalente dos achados  invasivos de mama (75-80%), possuem achados histológicos muito variados dentro do mesmo  tecido. Ninhos, aglomerados e cordões de células neoplásicas são comuns. Existem dois  principais padrões de expansão celular: ninhos grandes de neoplasia de invasão do tipo sincicial  associado ao crescimento expansivo que comprimem o estroma adjacente e o outro padrão é  relacionado com pequenos ninhos e presença de fibrose acentuada chamada de reação  desmoplásica. Esse tipo se infiltra difusamente como uma espícula sem formato definido  (RAKHA, E., et al, 2022). 

A expressão do receptor de estrógeno (RE) e do receptor 2 do fator de crescimento  epidermal humano (HER-2) vistos na avaliação imuno-histoquímica é de suma importância  para enquadrar o tipo do câncer e seu prognóstico, além de portar características patológicas  distintas. Caso possua o fator de transcrição dependente de estrogênio RE-positivo e o receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano HER-2 negativo pode possuir diversos  tipos morfológicos, diferindo em graus de anaplasia, mas sendo principalmente formado  por células bem diferenciadas. Aspecto mucinoso, papilar, cribriforme e lobular podem ser  identificados. O prognóstico é favorável visto que a maioria são achados em estágio inicial  pelo incentivo ao rastreio, são de crescimento lento para metástase e apresentam elevado  tempo de sobrevida apesar de apresentarem resposta incompleta ao quimioterápico.  Tratando-se de RE-negativo e HER-2 positivo, espera-se grande anaplasia celular com  padrões sem especificidades. Possui característica metastatizante mesmo com pequeno  tamanho. Posteriormente à terapia direcionada, a sobrevida é muito baixa, melhorando cerca  de um terço após o tratamento. Em outra via, HER-2 e RE negativos possuem graus de  pouca diferenciação com margens abauladas e envoltas com um interior necrótico ou  fibrótico. Também é observado células fusiformes, escamosas, além de fabricação de  matriz. A presença de metástases são consideráveis mesmo com tamanho reduzido de  tumor. São encontradas principalmente em mulheres jovens e possuem 30% de  sensibilidade ao quimioterápico, indicando sobrevida longínqua baixa principalmente após  metástase a distância (KUMAR, et al, 2021). Os tipos relacionados com tais marcadores  HER-2 e RE podem diferenciar-se para os tipos infiltrativos especiais descritos  posteriormente. 

De forma sintética, na imunohistoquímica o tumor que portar RE positivo tem  melhor prognóstico pois favorece o tratamento endocrinológico. Em contrapartida, o HER-2 positivo não possui receptores hormonais, o que confere maior agressividade celular  (CORREGLIANO, et al, 2021). 

Em análise, o tipo ductal invasor sem outra especificação é o mais frequente e não  possui características para adentrar nos tipos posteriormente citados. Microscopicamente  apresenta formação de ninhos sólidos, trabéculas ou ilhotas. Podem variar desde núcleos  picnóticos regulares, cromatina homogênea e irrelevantes mitoses a grandes pleomorfismos  nucleares, nucléolos e mitoses evidentes. Possui característica mais agressiva que a maioria  dos tipos especiais com sobrevida de 60% em cinco anos. Suas características prognósticas,  bem como em todo tumor, variam quanto ao grau de mitoses e pleomorfismo, sendo nesse  tipo valor necessário no estudo histopatológico (BRASILEIRO FILHO, G., 2021). 

Adenocarcinoma tipo especial 

O tipo lobular invasivo possui perda do gene que codifica a E-caderina, CDH1, sendo  não coeso e com pouca reação desmoplásica. Apresenta massa irregular, com padrão infiltrativo  difuso e células em anel de sinete, por não serem coesas e conterem mucina dentro do  citoplasma. Pessoas com mutações heterozigotas de CDH1 apresentam risco aumentado para  esses tumores (KUMAR, et al, 2021). Possui um padrão infiltrativo no estroma de “fila  indiana”, com células pequenas e homogêneas (BRASILEIRO FILHO, G., 2021). Em relação  ao prognóstico, possui melhor resultado inicial, mas pior sobrevida a longo prazo e quanto  maior o grau histológico pior será o prognóstico (JX LI J., 2021). Além disso, tem maior  tendência à bilateralidade e altas taxas de recidiva tardia (BRASILEIRO FILHO, G., 2021). 

O tipo medular invasivo possui desmoplasia mínima, se parecendo com um nódulo  circunscrito, com células de núcleo pleomórfico e nucléolo bem evidente, mitoses frequentes,  e ao redor, há infiltrado linfoplasmocitário moderado. Apresenta alta taxa de sobrevida e  responde melhor à quimioterapia quando associado à presença do infiltrado de linfócitos  intratumorais (KUMAR, et al, 2021). Compõe 7% dos carcinomas de mama e é frequente em  mulheres jovens e hereditariedade por ser associado com o gene BRCA1 (BRASILEIRO  FILHO, G., 2021). 

O carcinoma mucinoso tem aspecto gelatinoso, com bordas abauladas, são dispostos em  ninhos e pequenas ilhas celulares envoltos de mucina (KUMAR, et al, 2021). O prognóstico  está relacionado a extensão do adenocarcinoma e quando associado ao adenocarcinoma do tipo  micropapilar tem pior prognóstico, com aumento na chance de metástase (LABOY, C., 2024). 

Representa 3% dos carcinomas mamários e manifesta-se principalmente em mulheres  menopausadas, com presença de baixo grau de malignidade (BRASILEIRO FILHO, G., 2021). No tipo tubular invasivo ocorre a formação de túbulos, tendo um padrão cribriforme  com focos apócrinos e calcificações luminais (KUMAR, et al., 2021). Os túbulos têm  revestimento por única camada de células pequenas com presença de secreção citoplasmática (BRASILEIRO FILHO, G., 2021). Apresenta prognóstico favorável com baixa recorrência e  metástase, tem maior sobrevida em comparação ao ductal. Em associação com o ductal invasivo  há pior prognóstico (JAIN, P., 2023). Presente em 10% dos principais tipos de adenocarcinoma  de mama. Quando “puro” tem melhor prognóstico, possuindo a variante cribriforme invasor,  com massas de células perfuradas por ácinos, com boa taxa de sobrevida. Mas quando associado  ao lobular, gerando o tubulolobular é frequente em casos familiares por estar envolvido com o  gene BRCA 2 (BRASILEIRO FILHO, G., 2021). 

O tipo papilífero produz papilas reais, de tecido fibrovascular recoberto de células  tumorais (KUMAR, et al, 2021). Mostra-se com melhor prognóstico se comparado com o  ductal. Pior prognóstico quando associado à idade avançada (JAMEEL, Z., 2023). 

O tipo micropapilífero possui um crescimento independente de ancoragem, não  apresenta adesão ao estroma, mesmo expressando E-caderina. Há formação de bolas ocas de  células em meio de fluido intercelular, semelhante a uma papila real (KUMAR, et al, 2021). A  presença do componente micropapilífero é considerado mau prognóstico, com menor taxa de  sobrevida (SARDANA, R., 2022). O adenocarcinoma apócrino se assemelha às glândulas  sudoríparas, com núcleo arredondado, proeminência de nucléolo e eosinofilia abundante e  granulação (KUMAR, et al, 2021). Seu prognóstico é determinado principalmente pelo grau  histológico do adenocarcinoma (MAROTTI, J., 2023). 

O tipo secretor se assemelha a mama durante a lactação, forma espaços dilatados com  material eosinofílico (KUMAR, et al, 2021). Presença de células tumorais com citoplasma  vacuolizado e espumoso, com arquitetura papilar periférica. O prognóstico desse tipo especial,  se determina pelo grau histológico presente (TOZBIKIAN, G., 2023).  

CONCLUSÃO 

As características morfológicas microscópicas no adenocarcinoma mamário são  determinantes para avaliar o arranjo celular e suas características malignas patológicas fazendo com que tenha o desenvolvimento, por conseguinte, do prognóstico geral e suas  medidas terapêuticas com maiores ou menores respostas. 

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1Graduandos do curso de Medicina do Centro Universitário Municipal de Franca – UniFACEF
2Docente do curso de Medicina do Centro Universitário Municipal de Franca – UniFACEF