PREVALÊNCIA, EFETIVIDADE, MOTIVADORES E BARREIRAS: DADOS SOBRE A PRÁTICA DE FORTALECIMENTO MUSCULAR ENTRE CORREDORES DE RUA AMADORES BRASILEIROS

PREVALENCE, EFFECTIVENESS, MOTIVATORS, AND BARRIERS: DATA ON MUSCLE STRENGHTHENING PRACTICES AMONG AMATEUR STREET RUNNERS IN BRAZIL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501140908


Eduardo de Freitas Silva¹
Wesley Gomes do Patrocínio²
Johnny Neri Rezende³
Sergio Ribeiro Barbosa ⁴


RESUMO

São aproximadamente 10 milhões de entusiastas de corrida no Brasil. Importunamente, até 65% dos corredores sofreram lesões anualmente. Essas lesões estão relacionadas a fatores como impacto e técnica inadequada, sendo o fortalecimento muscular uma estratégia recomendada para preveni-las. Este estudo investigou a prevalência de lesões em corredores amadores que realizam ou não fortalecimento muscular, analisando interações com variáveis sociodemográficas, de saúde e com volume, intensidade e frequência, além de estudar as barreiras para a prática do fortalecimento. A pesquisa foi conduzida com 161 indivíduos. Observamos que solteiros tendem a realizar mais o treinamento de fortalecimento. O nível de escolaridade também parece influenciar nos resultados encontrados. O grupo que realiza treinamento de fortalecimento, utiliza-se com mais frequência de treinos intervalados e de técnicas de relaxamento. As mulheres realizam o fortalecimento mais regularmente do que os homens. Os praticantes regulares de exercícios de fortalecimento perceberam a saúde como ‘’muito boa’’ mais vezes do que os praticantes irregulares. Outro ponto interessante observado foi que os praticantes irregulares usam com mais frequência remédios para dor. Além disso, quando a prescrição do treino de fortalecimento é feita por profissionais de Educação Física aumentou-se as chances da regularidade. Tarefas domésticas, jornada de trabalho extensa e falta de interesse estão entre as principais barreiras. Espera-se que os resultados ajudem a entender as estratégias de prescrição e adesão ao treino de fortalecimento, auxiliando na prevenção de lesões, na melhoraria da performance e na saúde dos corredores.

Palavras-chave: Corrida de rua, lesão, fortalecimento muscular, atleta amador.

ABSTRACT

There are approximately 10 million running enthusiasts in Brazil. Unfortunately, up to 65% of runners suffer injuries annually. These injuries are related to factors such as impact and improper technique, with muscle strengthening being a recommended strategy for prevention. This study investigated the prevalence of injuries in amateur runners who do or do not engage in muscle-strengthening exercises, analyzing interactions with sociodemographic and health variables as well as volume, intensity, and frequency. It also explored barriers to practicing muscle strengthening. The research was conducted with 161 individuals. We observed that single individuals tend to perform strengthening training more frequently. Educational level also appears to influence the results found. The group that performs strengthening training more often uses interval training and relaxation techniques. Women practice strengthening exercises more regularly than men. Regular practitioners of strengthening exercises were more likely to perceive their health as “very good” compared to irregular practitioners. Another interesting finding was that irregular practitioners use pain medication more frequently. Additionally, when muscle-strengthening training is prescribed by Physical Education professionals, adherence increases. Domestic chores, long work hours, and lack of interest are among the main barriers. The findings are expected to help understand strategies for prescribing and adhering to strengthening exercises, aiding in injury prevention, performance improvement, and the health of runners.

Keywords: Road running, injury, muscular strengthening, amateur athlete.

INTRODUÇÃO

De acordo com o relatório do Vigitel Brasil (2022), a taxa de sedentarismo na população adulta brasileira é preocupante. Cerca de 40,8% dos adultos não atingem o nível recomendado de 150 minutos de atividade física moderada por semana, considerando atividades no lazer, trabalho, transporte e atividades domésticas, porém, o número de praticantes de corrida de rua vem crescendo de forma importante, ultrapassando os 10 milhões de entusiastas (GONÇALVES et al., 2016). Segundo o relatório Strava® Year in Sport (2023), principal comunidade digital para pessoas ativas no mundo com mais de 120 milhões de usuários, a corrida foi o esporte mais praticado do mundo no ano de 2023.

De acordo com a Federação Paulista de Atletismo (2024), o número de eventos de corrida de rua aumentou em 218% e o montante de corredores em 275% ao longo dos últimos dez anos. Esse fenômeno se deve pelo fato da modalidade ser de fácil acesso e de baixo custo. Além disso, o conhecimento sobre os benefícios para a saúde adquiridos pela modalidade contribui para o aumento de sua procura. De acordo com estudos recentes, os benefícios mais notados são a melhora no condicionamento físico, a melhora na autoestima e a perda de peso. Indivíduos engajados tendem a minimizar as chances de adquirir diabetes e hipertensão, por exemplo (THOMPSON, 2009).

Todavia, contrapondo seus presumíveis benefícios, a frequência anual de lesões é elevada, afetando entre 24% e 65% dos praticantes, com 5,1% tendo algum tipo de lesão recentemente (ABIKO et al., 2017). As pesquisas informam que os principais locais de acometimento são os membros inferiores, com ênfase no joelho, mas também afetando panturrilhas, glúteos, coxas e tornozelo (APARECIDA et al., 2023). As lesões osteomioarticulares estão associadas com causas diversas, como o impacto gerado pela corrida, associação com a amplitude da passada, as alterações de força de músculos do glúteo e quadril, o local da prática, os equipamentos utilizados, o volume e a intensidade inadequados, as características físicas e anatômicas, e por fim, a falta de acompanhamento profissional especializado (RAPOSO et al., 2021).

As estratégias comuns a todos os treinadores para reduzir os riscos de lesões em corredores são os ajustes de objetivos e cargas dos treinos, correção de falhas técnicas no movimento, equipamentos próprios e ajustados para a prática segura e a prevenção efetiva com acompanhamento profissional (SANTOS; NASCIMENTO, 2022).

Notadamente, visualiza-se o fortalecimento muscular como capaz de reduzir a incidência de lesões, uma vez que proporciona equilíbrio, resistência e força para todas as musculaturas envolvidas no movimento, além de preparar o corpo para manter o ritmo e distribuir os impactos de maneira eficiente para tendões, articulações e músculos (RAPOSO et al., 2021). O fortalecimento muscular é plausível, inclusive, para corredores amadores, já que os mesmos, muitas vezes ainda não possuem a devida preparação musculoesquelética para a prática da modalidade.

Contraditoriamente, enquanto estudos e pesquisadores já posicionam o fortalecimento muscular em destaque para esportes de equipe ou individuais em alto rendimento (LAUERSEN et al., 2018), a literatura mostra-se rasa quanto aos reais benefícios dessa associação para corredores recreativos. Além disso, nenhum estudo descreve os hábitos de treinamento de fortalecimento dos corredores recreativos ou esclarece as preferências e barreiras à participação nesta população, conforme nossas pesquisas.

OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo investigar a prática de fortalecimento muscular entre corredores amadores e analisar diferentes aspectos relacionados a essa prática. Inicialmente, buscou-se estratificar a forma como corredores amadores realizam o fortalecimento muscular e avaliar sua possível associação com lesões, performance e saúde dos praticantes.

Assume-se também como objetivo entender as associações entre a prática de fortalecimento muscular e variáveis explicativas, como a distância alvo do atleta amador, o volume de treino semanal, o sexo, a idade e o tempo de treinamento. Finalmente, foram exploradas as possíveis barreiras enfrentadas pelos corredores amadores ao incorporar o fortalecimento muscular em suas rotinas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional e explicativo, realizado com atletas amadores nacionais da modalidade de corrida de rua de diferentes distâncias. Os dados foram coletados utilizando-se de um questionário online. Os participantes foram acessados através de profissionais vinculados com a prescrição de treinamentos para esse público, de organizadores de eventos afins, através das redes sociais dos pesquisadores e, presencialmente, durante eventos esportivos da modalidade.

Este estudo seguiu respeitando integralmente os princípios éticos nacionais e internacionais estabelecidos na Declaração de Helsinque e com as prerrogativas do CEP/CONEP quanto a pesquisas que objetivam o aprofundamento teórico de situações que emergem espontânea e contingencialmente na prática profissional, sem a revelação de dados que possam identificar o sujeito (VAN DELDEN; VAN DER GRAAF, 2017; INSTITUTO FEDERAL GOIANA, 2022). Em reforço, todos os participantes deste estudo concederam sua concordância no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) apresentado ao início do questionário online.

Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram considerados como critérios de inclusão para o estudo estar praticando corrida de rua há pelo menos seis meses de maneira ininterrupta e ter participado de pelo menos uma prova da modalidade no último ano. A distância mínima selecionada para o estudo foi de 5 quilômetros, não havendo limite superior da prova.

Apenas atletas amadores foram considerados para o presente estudo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é considerado um atleta amador, o indivíduo que pratica alguma atividade física pelo menos três vezes por semana, com duração mínima de 30 minutos. O atleta amador geralmente possui seu próprio emprego e não tem sua vida totalmente ligada à corrida e/ou depende financeiramente dela.

Indivíduos que não aceitaram participar de forma voluntária da pesquisa ou não responderem de forma integral ao questionário foram excluídos das análises.

Coleta de Dados

Nos últimos anos, a prática de realizar pesquisas de maneira online tem se tornado cada vez mais comum e confiável, principalmente devido ao avanço das tecnologias e à ampla adoção de ferramentas digitais. A popularização da internet e a facilidade de acesso a plataformas digitais permitiram a realização de estudos com uma amostra diversificada e em larga escala, oferecendo uma coleta de dados eficiente e econômica. Além disso, os métodos de pesquisa online são frequentemente acompaNa tabela 01 encontramos a caracterização da amostra de corredores e uma análise dicotômica entre os praticantes e não praticantes de treinamento de fortalecimento muscular. Observamos que um maior número de solteiros realiza treinamento de fortalecimento do que não realiza, assim como um maior número de casados como não adeptos ao trabalho de fortalecimento. O nível de escolaridade também parece influenciar a favor da prática.nhados por técnicas robustas de validação e análise de dados, o que contribui para a confiabilidade dos resultados (SILVA et al., 2016).

O questionário para esta pesquisa foi construído e aplicado pelo Google Forms, uma ferramenta online amplamente utilizada para a criação e distribuição de formulários e questionários. O Google Forms permite a criação de questionários personalizados com uma variedade de tipos de perguntas, como múltipla escolha, respostas abertas e escalas de avaliação. A ferramenta é intuitiva e oferece recursos para coleta e organização de dados em tempo real, facilitando a análise das respostas.

Os dados coletados por meio deste questionário são de responsabilidade dos pesquisadores responsáveis e foram armazenados de forma segura na conta Google dos pesquisadores. O Google oferece uma infraestrutura robusta de segurança para proteger os dados armazenados, incluindo criptografia de dados e controles de acesso rigorosos. A plataforma assegura que as informações pessoais dos participantes sejam mantidas em sigilo e acessíveis apenas para aqueles com permissão apropriada. Esse nível de segurança garante a integridade e a confidencialidade dos dados, proporcionando confiança tanto para os pesquisadores quanto para os participantes da pesquisa.

Questionário

O questionário online foi dividido em cinco sessões sequencialmente organizadas onde foram coletadas informações sócio demográficas, características da prática amadora de corrida de rua, histórico de lesões, características do fortalecimento muscular e possíveis barreiras para a sua realização (o questionário completo encontra-se no apêndice A).

O questionário sócio demográfico foi importante para a compreensão de certos fatores que afetam o comportamento e as necessidades dos participantes desta pesquisa. Foram coletadas informações como gênero, data de nascimento, faixa etária e histórico de doenças.

Posteriormente, foi realizada a coleta de dados sobre a prática amadora da corrida de rua. Essa coleta foi importante para a compreensão do perfil dos praticantes, seus objetivos, frequência de treinos e desafios. Essas informações ajudaram a identificar padrões de comportamento, motivações e necessidades. Além disso, elas forneceram uma visão mais precisa das condições em que a corrida é praticada, contribuindo para a criação de estudos iniciativas que atendam melhor esse público.

A terceira sessão coletou dados sobre o histórico de lesões dos participantes. Essas questões foram importantes para se entender como as lesões poderiam influenciar o desempenho, a recuperação e a segurança dos participantes, assim como a efetividade do treinamento de fortalecimento muscular em reduzir sua incidência e complicações. Elas permitem analisar fatores de risco, personalizar intervenções e contribuir com dados relevantes para a prevenção de lesões em atividades futuras, além de enriquecer o embasamento científico do estudo.

Após esta, foram investigadas questões sobre o fortalecimento muscular dos participantes. Dados como volume e intensidade de treino, tipos de exercícios e local do treinamento são essenciais para avaliar a relação entre a força muscular e o desempenho físico, a prevenção de lesões e a qualidade de vida. Elas ajudaram a identificar como diferentes métodos de fortalecimento impactam a prática da corrida, contribuindo para análises mais precisas e fundamentadas, além de orientar recomendações personalizadas em programas de treinamento ou reabilitação.

Por fim, caso o participante não realizasse o fortalecimento muscular, foi aplicado um questionário de barreiras. Questões sobre as barreiras para a prática do fortalecimento são pertinentes para identificar os fatores que dificultam a adesão a programas de treinamento, como falta de tempo, motivação ou recursos. Entender essas barreiras ajuda a propor soluções práticas e estratégias que possam melhorar a sua participação e os resultados, contribuindo para a efetividade dos programas de fortalecimento muscular e para o desenvolvimento de recomendações mais acessíveis e realistas.

Análise Estatística

O programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0 foi utilizado na interpretação dos dados. Para a análise exploratória das informações da amostra em geral e suas comparações, empregou-se estatística descritiva analisando-se a frequência. As diferenças entre grupos foram testadas nos casos de proporção pelo teste do qui-quadrado. Considerou-se para o nível de significância entre as variáveis o valor de p < 0,05.

RESULTADOS

A pesquisa foi respondida por 193 indivíduos. Todavia, 28 foram excluídos por não terem atendido aos critérios de inclusão da pesquisa. Com isso, 161 indivíduos fizeram parte da amostragem final. 95% dos respondentes são moradores da região sul mineira. Os demais, moradores do estado de São Paulo.

Na tabela 01 encontramos a caracterização da amostra de corredores e uma análise dicotômica entre os praticantes e não praticantes de treinamento de fortalecimento muscular. Observamos que um maior número de solteiros realiza treinamento de fortalecimento do que não realiza, assim como um maior número de casados como não adeptos ao trabalho de fortalecimento. O nível de escolaridade também parece influenciar a favor da prática.

            Ainda considerando a tabela 01, observamos que, descritivamente, os corredores que praticam fortalecimento muscular pontuam mais vezes a saúde como ‘’muito boa’’, além disso, realizavam com mais frequência checkups em saúde. Um último ponto interessante de ser citado é o fato de apenas 12,5% da amostra usar medicamentos regularmente.

Tabela 01: Caracterização da amostra.

Apresentamos na tabela 02 os resultados referentes à caracterização do treinamento de corrida e possíveis relações com o treino de fortalecimento. De forma significativa, constatou-se que o grupo que realizava treinamento de fortalecimento, realizava com mais frequência treinos intervalados. Não foram observadas diferenças importantes em outras variáveis nesse quesito.

Tabela 02: Caracterização do treino de corrida.

Na tabela 03 apresentamos as variáveis associadas com o histórico de lesões. Podemos observar que o uso de técnicas de relaxamento por praticantes de fortalecimento foi mais comum, o que pode indicar uma relação entre o fortalecimento muscular e a recuperação mais eficiente de lesões. Descritivamente, observamos que os não praticantes de fortalecimento sentem mais dor em locais de lesão prévia, possivelmente por uma não recuperação completa da área lesada.

Tabela 03: Associação do treino de fortalecimento com lesões relacionadas à corrida e dor muscular.

Na análise apresentada na tabela 04, optamos por uma fragmentação, considerando apenas os praticantes de fortalecimento muscular. Na situação, eles foram divididos entre praticantes regulares e não regulares.

            Nessa nova análise, constatamos que mulheres realizavam o fortalecimento mais regularmente do que homens. Além disso, os praticantes regulares de exercício de fortalecimento perceberam a saúde como ‘’muito boa’’ mais vezes do que os praticantes irregulares. Outro ponto interessante observado foi que os praticantes irregulares de treinamento de fortalecimento usam com mais frequência remédios para dor.

            Além disso, quando a prescrição do treino de fortalecimento é feita por profissionais de Educação Física, aumentam-se as chances da regularidade e treinos em academia, de 1 a 2 vezes por semana, com duração de até 60 minutos parecem ser uma boa estratégia.

Tabela 04: Prática regular de fortalecimento e variáveis de interesse.

Por fim, na tabela 05 observamos as principais barreiras relatadas para a prática de treinamento de fortalecimento por corredores amadores. Tarefas domésticas, jornada de trabalho extensa e falta de interesse estão entre as principais barreiras.

Tabela 05: Barreiras para a prática do treinamento de fortalecimento por corredores amadores.

DISCUSSÃO

Inicialmente, precisamos reforçar a relevância desse trabalho. Assume-se como o primeiro com tais características, incentivando que novos trabalhos afins sejam produzidos, auxiliando na adequação da prescrição de treinos para corredores amadores brasileiros.

            Como resultado inicial, observamos que solteiros realizam de forma mais frequente o trabalho de fortalecimento. Alguns fatores poderiam explicar o fato de solteiros realizarem mais fortalecimento do que não solteiros; primeiramente, solteiros tendem a ter maior flexibilidade de tempo, o que lhes permite se dedicar mais à prática de exercícios físicos. Pesquisas sobre o impacto de relacionamentos sugerem que indivíduos sem dependentes ou parceiro fixo têm mais liberdade para organizar sua agenda de exercícios (BIDDLE et al., 2005). Além disso, a imagem corporal e autoestima desempenham um papel significativo na motivação para atividades físicas, especialmente o fortalecimento muscular. Estudos indicam que tanto homens quanto mulheres podem buscar a musculação para melhorar a aparência física e aumentar a confiança, e essa busca por autossatisfação pode ser mais proeminente em solteiros, que não têm um parceiro fixo (CASH; SMOLAK, 2011).

            Também encontramos que casados tendem a praticar menos fortalecimento muscular do que solteiros, o que pode ser explicado por uma combinação de fatores relacionados à dinâmica do relacionamento, à gestão de tempo e ao comportamento social. Geralmente, pessoas casadas têm mais responsabilidades compartilhadas, como cuidar dos filhos e administrar a casa, o que pode reduzir o tempo disponível para atividades físicas. Além disso, casais tendem a preferir atividades físicas em grupo ou que envolvam mais interação social, como caminhadas ou esportes coletivos, em vez de se dedicarem a exercícios solitários e mais desafiadores, como a musculação (BIDDLE et al., 2005).

            Outro ponto interessante observado é que pessoas de maior escolaridade foram mais adeptas ao trabalho de fortalecimento. Conhecidamente, pessoas com maior nível de escolaridade tendem a valorizar mais a prática de atividades físicas, o bem-estar e a saúde em geral, incluindo o fortalecimento muscular. Isso está relacionado a um maior conhecimento sobre os benefícios a longo prazo do exercício, como a preservação da massa muscular e a prevenção de lesões. Segundo um estudo de Biddle et al. (2005), indivíduos com mais educação são mais propensos a praticar atividades físicas regulares, uma vez que compreendem melhor o impacto positivo dessas atividades na saúde física e mental.

Valorizando a corrida como possibilidade real de cuidados em saúde, independente da prática ou não do trabalho de fortalecimento, verificou-se que apenas 12% da amostra estudada era usuária de medicamentos regulares. Segundo pesquisas do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo(2023), mais de 70% da população brasileira faz uso de medicamentos regularmente. O fato de corredores fazerem baixo uso de medicamentos pode ser explicado por uma combinação de fatores relacionados ao estilo de vida saudável, à percepção de saúde e ao comportamento em relação ao cuidado físico. Os benefícios trazidos pela prática da corrida podem levar os corredores a precisarem menos de medicamentos, uma vez que a prática regular de exercício físico pode prevenir ou controlar muitas condições de saúde (CRF-SP, 2023).

A observação de que corredores praticantes de treinamento de fortalecimento realizam checkups de saúde com mais frequência sugere uma forte conexão com a preocupação com o bem-estar físico e a prevenção de lesões e doenças, o que também pode influenciar diretamente a prática de treinamento de fortalecimento muscular. Essa frequência nos checkups pode indicar que os corredores estão mais atentos à sua saúde e ao seu corpo, o que se reflete na conscientização de que a prática de fortalecimento muscular é fundamental para melhorar o desempenho e prevenir problemas de saúde a longo prazo (HASKELL et al., 2007).

Não obstante, a combinação de exercícios aeróbicos (corrida) e anaeróbicos (fortalecimento muscular) é reconhecidamente uma abordagem eficaz para melhorar a saúde física geral. Vários estudos mostram que tanto a corrida quanto o fortalecimento muscular são benéficos para a saúde cardiovascular e ajudam na prevenção de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão), além de promoverem a saúde óssea e muscular (BIDDLE; FOX; BOUTCHER, 2005). Esses benefícios físicos podem contribuir para uma maior percepção de saúde “muito boa”.

Considerando variáveis do treinamento de corrida, observamos que o grupo fortalecimento realizava com mais frequência o treino intervalado. O treino intervalado de corrida é uma técnica de treinamento que combina períodos de alta intensidade e baixa intensidade durante a prática, com variações de velocidade.  Alguns benefícios do treinamento intervalado são: aumento da queima calórica, melhora da capacidade cardiovascular, aumento da velocidade de força e quebra da rotina. O fortalecimento muscular neste caso pode colaborar na melhora de performance do corredor e na prevenção de lesões, além de dar suporte para treinos de maior intensidade (LAVIE SPORTS, 2024).

Também observamos o uso mais regular de técnicas de relaxamento pelo grupo fortalecimento. Estudos sobre o uso de técnicas de relaxamento em conjunto com o treinamento de força mostram que elas podem ajudar a diminuir a inflamação muscular e a melhorar a circulação sanguínea, o que acelera a recuperação e reduz o risco de lesões (KIECOLT-GLASER et al., 2010). Além disso, a redução do estresse muscular pode contribuir para uma maior adesão aos treinos, pois o praticante se sente menos sobrecarregado fisicamente e psicologicamente.

Descritivamente, os não praticantes de fortalecimento apresentavam mais dor em locais de lesão prévia. Alerta-se para isso pois o corpo pode adotar compensações posturais inadequadas para evitar dor ou desconforto nas áreas lesionadas, o que pode gerar sobrecarga em outras regiões, uma vez que as estruturas responsáveis pelo movimento correto já foram comprometidas e não receberam o tratamento e fortalecimento adequados (PADUA et al., 2012).

Em um segundo momento, optamos por verificar se a regularidade do treinamento de fortalecimento poderia comprometer os resultados esperados. Aqui, novos pontos se destacaram, reforçando a pertinência do trabalho contínuo e organizado.

Sobre isso, incialmente verificamos que as mulheres eram mais regulares na prática do que os homens. Além dos conhecidos benefícios do fortalecimento muscular aliado à prática da corrida, mulheres, geralmente, também buscam o fortalecimento muscular para controle de peso e manutenção da composição corporal. O aspecto psicológico também é relevante, já que o fortalecimento pode reduzir a ansiedade e melhorar o bem-estar emocional, fatores esses que estão mais presentes no público feminino (HERRING et al., 2014).

Indivíduos que fazem o fortalecimento muscular regularmente, geralmente, demonstram uma maior disciplina e compromisso com a saúde. Uma prática contínua está associada a um estilo de vida mais saudável e com hábitos de autocuidado mais consistentes, o que pode se traduzir na percepção de uma saúde ‘’muito boa’’ (SCHUCH et al., 2018).

O uso mais frequente de medicamentos para dor entre praticantes irregulares de fortalecimento muscular encontrado no estudo pode ser justificado por uma adaptação muscular inadequada (volume e intensidade inadequados), maior risco de lesões devido a desequilíbrios musculares, recuperação insuficiente e menor resistência muscular, resultando em dores frequentes e procuras de alívios rápidos, como anti-inflamatórios e relaxantes musculares, por exemplo (VIEIRA et al., 2020).

Um ponto interessante observado é que quando a prescrição é feita por profissionais de Educação Física, a regularidade tende a ser maior. Além de prescrever os treinos adequados e ajustados aos objetivos individuais, os profissionais de Educação Física desempenham um papel educacional, esclarecendo aos corredores sobre os benefícios do fortalecimento muscular para a corrida. O conhecimento de que o fortalecimento melhora a prática da corrida pode incentivar os corredores a manterem uma prática regular (LOPES; SILVA, 2019).

Foi observado que treinos em academia, de uma a duas vezes por semana, com duração de até 60 minutos parecem aumentar as chances de prática regular de fortalecimento. A prescrição de treinos curtos e objetivos pode ser facilmente integrada à rotina de corredores, sem comprometer o desempenho na corrida, ajudando na prevenção de lesões e melhora do desempenho. Além disso, essa prática regular pode aumentar a adesão a longo prazo ao fortalecimento muscular, já que sessões mais curtas são mais acessíveis e menos desgastantes. A informação também pode ser usada para educar corredores, enfatizando a importância do fortalecimento muscular, mesmo que curto, para a performance e saúde a longo prazo (MIKKOLA et al., 2007).

Segundo Passos (2022), o treinamento de força é essencial para a prevenção de lesões em corredores amadores, pois contribui para o fortalecimento das estruturas musculares e articulares, reduzindo o impacto nas articulações e melhorando a eficiência biomecânica durante a corrida.

Por fim, na análise de barreiras para a prática de fortalecimento destacamos aspectos importantes, como o fato de que tarefas domésticas, jornada de trabalho extensa e falta de interesse estão entre as principais barreiras para que corredores não queiram realizar fortalecimento. Treinos curtos e eficientes na academia, treinos combinados com mesclas de exercícios, treinos com horários flexíveis e ajustáveis e feedbacks a motivações constantes ao aluno podem ser estratégias pertinentes para contornar essa situação e treinadores devem estar atentos a isso (GOMES; FARIAS; SOUZA, 2021). Segundo Christofoletti e colaboradores (2022), ressalta que a prática de atividade física no Brasil é influenciada por barreiras culturais e socioeconômicas, que variam de acordo com fatores demográficos e contextuais, exigindo estratégias específicas para aumentar a adesão em diferentes grupos populacionais.

Apesar dos esforços para garantir a qualidade e a precisão dos dados, este estudo apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. A amostra foi relativamente pequena e homogênea, composta por indivíduos, sobretudo, da mesma região, o que pode ter restringido a generalização dos resultados para um público mais amplo.

Além disso, a pesquisa não controlou completamente variáveis externas, como fatores individuais de nutrição e genética, que podem influenciar o risco de lesões. Para futuros estudos, recomenda-se uma amostra maior e mais heterogênea, além de um controle mais rigoroso das variáveis externas, o que permitiria uma análise mais robusta e conclusões mais precisas sobre os efeitos da combinação de fortalecimento, corrida e prevenção de lesões.

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo destacam a importância do fortalecimento muscular adequado e regular como uma estratégia eficaz para a prevenção de lesões e melhora do desempenho e saúde física geral entre corredores. A análise dos dados sugere que indivíduos que incorporam exercícios de fortalecimento muscular em sua rotina de treinamento apresentam melhores dados em saúde.

Este estudo contribui ainda para a compreensão de como o fortalecimento muscular, quando realizado de forma adequada e integrada ao treinamento de corrida, pode trazer inúmeros benefícios ao praticante. As conclusões fornecem informações valiosas para treinadores, fisioterapeutas e profissionais da área de saúde, que podem orientar os atletas a incorporarem programas de fortalecimento de maneira eficiente. Além disso, abre possibilidades para novas pesquisas que explorem como aperfeiçoar o fortalecimento muscular para diferentes perfis de corredores e suas necessidades específicas de prevenção de lesões.

REFERÊNCIAS

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CASH, T. F.; SMOLAK, L. Body image: A handbook of science, practice, and prevention. 2. ed. Guilford Press, 2011.

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APÊNDICE – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA

Este apêndice apresenta o questionário utilizado para a coleta de dados na pesquisa realizada para a elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A pesquisa teve como objetivo analisar a relação entre o fortalecimento muscular e a prevenção de lesões em corredores, buscando entender como os atletas utilizam o fortalecimento muscular como uma estratégia para evitar lesões durante a prática da corrida.

O questionário foi desenvolvido para abordar as percepções e práticas dos corredores em relação aos exercícios de fortalecimento muscular e da corrida, com foco nas suas características. As questões foram estruturadas de maneira a coletar informações sobre a frequência de treinamento, tipos de exercícios realizados, áreas do corpo mais focadas no fortalecimento, entre outros; a percepção dos participantes sobre a eficácia dessas práticas na prevenção de lesões e possíveis barreiras para a prática do fortalecimento. A seguir, são apresentadas as perguntas aplicadas aos participantes, que responderam ao questionário online por meio da plataforma Google Forms, facilitando a coleta de dados de maneira eficiente e organizada