A DIFICULDADE NO ABASTECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE EM MEIO A PANDEMIA DA COVID-19

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501131969


Lisandra Rodrigues Risi1
Carolina de Souza Araujo2
Ricardo de Oliveira Menese3
Carlos Eduardo Peres Sampaio4
Alexandre Barbosa de Oliveira5


RESUMO

Objetivo: Investigar o impacto causado pela dificuldade do abastecimento de materiais hospitalares durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa, que ocorreu seguindo as seguintes etapas: elaboração da pergunta norteadora; Busca na literatura; Seleção dos artigos; Extração dos dados; Avaliação da qualidade metodológica, Síntese dos dados; Avaliação da qualidade das evidências e redação e publicação dos resultados. O levantamento dos artigos ocorreu nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library Medicine (MEDLINE), CINAHL disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde. Resultados/Discussão:Foram selecionados quatorze (14) artigos para análise que abordaram o desabastecimento dos produtos para saúde durante a pandemia da COVID-19. Além dos 14 artigos, 4 artigos retrataram diretamente sobre a questão norteadora nas dificuldades encontradas durante a pandemia que acarretaram a ruptura do abastecimento da logística de materiais hospitalares. Conclusão: A necessidade mundial de formulação de um plano de ações para futuras situações emergenciais adveio de ações caosmóticas induzidas pelo pânico mundial. Poucos países adotaram estratégias e o impacto revela elementos falhos na comunicação, logística de aquisição de insumos essenciais para recursos a serem provisionados em um futuro momento pandêmico.

Descritores: Produtos para saúde; Logística; Escassez; COVID-19; Desabastecimento.

ABSTRACT

Objective: To investigate the impact caused by the difficulty in supplying hospital supplies during the COVID-19 pandemic. Methodology: This is an integrative literature review with a qualitative approach, which took place in the following steps: elaboration of the guiding question; Literature search; Selection of articles; Data extraction; Assessment of methodological quality, Synthesis of data; Assessing the quality of the evidence and writing and publishing the results. The survey of articles took place in the following databases: Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and National Library Medicine (MEDLINE), CINAHL available in the Virtual Health Library. Results/Discussion: Fourteen (14) articles were selected for analysis that addressed the shortage of health products during the COVID-19 pandemic. In addition to the 14 articles, 4 articles directly portrayed the guiding question in the difficulties encountered during the pandemic that led to the disruption of the logistics supply of hospital materials. Conclusion: The global need to formulate an action plan for future emergency situations came from chaotic actions induced by global panic. Few countries have adopted strategies and the impact reveals flawed elements in communication, logistics for the acquisition of essential inputs for resources to be provisioned in a future pandemic moment.

Keywords: Health products; Logistics; Scarcity; COVID-19; Shortages.

RESUMEN

Objetivo: Investigar el impacto causado por la dificultad en el abastecimiento de insumos hospitalarios durante la pandemia de COVID-19. Metodología: Se trata de una revisión integrativa de la literatura con abordaje cualitativo, que se desarrolló en las siguientes etapas: elaboración de la pregunta orientadora; Busqueda de literatura; Selección de artículos; Extracción de datos; Evaluación de la calidad metodológica, Síntesis de datos; Evaluar la calidad de la evidencia y redactar y publicar los resultados. El relevamiento de artículos se realizó en las siguientes bases de datos: Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS) y Biblioteca Nacional de Medicina (MEDLINE), CINAHL disponible en la Biblioteca Virtual en Salud. Resultados/Discusión: Se seleccionaron para análisis catorce (14) artículos que abordaban la escasez de productos de salud durante la pandemia de COVID-19. Además de los 14 artículos, 4 artículos retrataron directamente la pregunta guía en las dificultades encontradas durante la pandemia que llevaron a la interrupción del suministro logístico de materiales hospitalarios. Conclusión: La necesidad global de formular un plan de acción para futuras situaciones de emergencia provino de acciones caóticas inducidas por el pánico global. Pocos países han adoptado estrategias y el impacto revela fallas en la comunicación, logística para la adquisición de insumos esenciales para la provisión de recursos en un futuro momento de pandemia.

Palabras llave: Productos para la salud; Logística; Escasez; COVID-19; escassez.

Introdução

O novo coronavírus, denominado SARS-Cov-2, causador da doença COVID-19 teve seu primeiro caso registrado em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan. O vírus que é da família Coronaviridae causa uma variedade de doenças no homem e nos animais, especialmente no trato respiratório1.

Em 11 de março de 2020 o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia do novo coronavírus2. No Brasil, o primeiro caso de coronavírus registrado foi em fevereiro de 2020 no Estado de São Paulo. Para evitar a contaminação, o Ministério da Saúde, recomendou a população as medidas básicas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal e evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas3.  A COVID-19 instaurou um impacto em nível global, pelo alcance que a doença teve e pela velocidade em que se disseminou4.

Ainda nos primeiros meses de pandemia, autoridades internacionais alertaram sobre o risco da escassez dos produtos para a saúde, pelo aumento excessivo no consumo de equipamentos de proteção individual (EPIs) e medicações aliadas ao tratamento da COVID-195. A falta desses insumos dificultou o combate ao novo coronavírus, pois, com a escassez de materiais, como medicações dificultaram a assistência prestada aos doentes e sem os EPIs os profissionais da saúde acabaram ficando expostos. Esse desabastecimento contribuiu para a morte de muitas pessoas, incluindo muitos profissionais da saúde. No contexto atual, tornam-se importantes as estratégias dinâmicas e inovadoras de gestão de estoques, para garantir a segurança e a qualidade da assistência para pacientes e trabalhadores da saúde5.

A RDC Nº 185, de 22 de outubro de 2001 traz o conceito de produtos para a saúde, como equipamento, aparelho, material, artigo ou sistema de uso ou aplicação médica, odontológica ou laboratorial, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou anticoncepção e que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico para realizar sua principal função em seres humanos, podendo, entretanto, ser auxiliado em suas funções por tais meios6.

O presente estudo se fez relevante para pesquisa, uma vez que, traz atualizações acerca da temática, o que além de contribuir nas medidas a serem tomadas, também, influencia na realização de mais estudos sobre o tema. Para os profissionais da saúde, pois, no papel de gerenciador deve estar inserido na logística dos produtos para saúde, a ciência das dificuldades que causaram a ruptura do abastecimento de materiais hospitalares pode influenciar nos processos dos setores. Para a assistência, com a identificação da problemática é possível estabelecer ações para o enfrentamento e melhorar as condições da assistência.

Durante a residência, que ocorreu em meio a pandemia da COVID-19, ficou nítido as dificuldades relacionadas a escassez dos produtos para saúde. Muitos processos foram adiados e até mesmo reinventados para tentar suprir a demanda da falta dos materiais médicos, trazendo prejuízo para os profissionais da saúde e para os usuários, o que remeteu a seguinte questão para formulação da estratégia de busca: Quais as dificuldades encontradas durante a pandemia que acarretaram a ruptura do abastecimento da logística de materiais hospitalares? Assim, essa pesquisa tem como objeto o desabastecimento dos produtos para saúde no cenário da pandemia da COVID-19. E, como objetivo investigar o impacto causado pela dificuldade do abastecimento de materiais hospitalares durante a pandemia da COVID-19.

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura que trouxe como propósito reunir achados de estudos desenvolvidos com diferentes metodologias, permitindo aos revisores fazer a análise e a síntese de estudos primários ou secundários de forma sistemática, cuja síntese pode contribuir para prática, análise teórica ou mesmo reconhecimento de um assunto. 9

Para a construção dessa revisão foram realizadas seis etapas que consistiram em: 1) elaboração da pergunta norteadora, 2) busca na literatura, 3) coleta de dados, 4) análise crítica dos estudos incluídos, 5) discussão dos resultados e 6) apresentação da revisão.9

A pesquisa partiu da elaboração da pergunta baseada no acrônimo. Na primeira etapa, a elaboração da pergunta norteadora foi realizada com o auxílio da estratégia PICo, onde P é população ou problema, I é intervenção, Co é o contexto.

Embora esta estratégia possua o mesmo conjunto de letras da estratégia PICO, sendo diferenciada somente pela letra O em minúsculo, ela considera outros blocos temáticos para a construção da estratégia de busca com objetivo de recuperação da informação em saúde. Diferentemente da estratégia PICO, voltada a recuperar evidências científicas, em grande parte do tipo quantitativo, esta estratégia possui sensibilidade para a recuperação de pesquisas do tipo qualitativas com foco nas experiências humanas e nos fenômenos sociais10,11.

A revisão integrativa tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado, ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática, conforme foi objetivado neste estudo 12.

Diante deste contexto foi considerado a população, ou o paciente ou o problema abordado (Population/Patient/Problem), o fenômeno de interesse (Interest) e o contexto (Context). Para sua construção sugere-se responder as seguintes questões. P – Quem compõe e quais as características da população a ser pesquisada? I – Qual a experiência de uso, ou a percepção ou a opinião da população? E Co – Quais detalhes específicos estão relacionados a fenômeno de interesse?

Tabela 1 — Estratégia PICo adaptada à pergunta de pesquisa.

PMateriais Hospitalares
ILogística de materiais
CoRuptura do Abastecimento

Fonte: Os autores (2022).

Realizou-se a busca na literatura das seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library Medicine (MEDLINE), e CINAHL, disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde.

As palavras-chave utilizadas foram baseadas nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo escolhidos cinco com seus sinônomos: “COVID-19”; “SARS-CoV-2”; “Administração de Materiais no Hospital”; “Ruptura”; “Distribuição de Produtos”, e sendo assim foram utilizados o operador booleano “AND” e “OR” para o cruzamento destes. A busca na literatura e a seleção dos artigos ocorreram entre os meses de março de 2020 a fevereiro de 2022, o que se justifica sua temporalidade em consonância com o período pandêmico decretado pela Organização Mundial da Saúde e no Brasil.

Os critérios de inclusão utilizados foram: relatos de experiencia, artigos de revisão, artigos originais completos que retrataram na integra o tema do trabalho; em idiomas inglês, português ou espanhol; publicados nos últimos 2 anos.

Os critérios de exclusão foram teses, dissertações, literatura cinzenta e demais manuais e referências legislatória sobre o tema. Sendo assim foram elegidos artigos publicados a partir de março de 2020 dentro das publicações nacionais e internacionais até fevereiro 2022 quando se encerrou a extração dos artigos através do uso de instrumento de coleta. Como variáveis do instrumento de extração de dados foram retirados para produção dos resultados: autor; ano; título; cidade; estado, país, resultado.

Para seleção dos artigos, o primeiro momento foi realizado a leitura dos títulos dos documentos encontrados, resumos e posteriormente a análise crítica geral de acordo com a pergunta. O processo de seleção foi demonstrado conforme as recomendações metodológicas das normas do checklist PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) adaptado.

Após a análise crítica dos artigos selecionados, os estudos foram classificados por autor, título, ano da publicação, idioma e resultados apresentados.

Resultados e Discussão

Foram identificados 2045 registros inicias tendo sido rastreados 883, sendo excluídos 848, restando 35 estudos que geraram seleção de 14 estudos  incluídos na revisão conforme demonstrado pela  declaração Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA) adaptado para revisão integrativa de 2020 conforme figura 1 abaixo.

Figura 1. Diagrama de fluxo do PRISMA 2020 adaptado para revisões sistemáticas que incluíam apenas pesquisas em bancos de dados e registros

Logo como resultados selecionaram-se quatorze (14) artigos para análise que abordassem o desabastecimento dos produtos para saúde durante a pandemia da COVID-19, sendo um (1) da base de dados LILACS e treze (13) da base de dados MEDLINE, na base CINAHL zero (0), nesta última base os artigos foram descartados devido duplicidade, convergindo a temática proposta do estudo.

Dos quatorze (14) artigos, treze (13) são no idioma inglês e um (1) no idioma português. Dois (2) artigos falam da escassez de máscara de proteção, sete (7) artigos falam sobre a escassez de medicações, um (1) artigo fala sobre cancelamento de cirurgias eletivas em longa escala, um (1) artigo sobre quantidade consumida de equipamento de proteção individual antes e durante a pandemia e o impacto orçamentário, três (3) artigos falam sobre a cadeia de suprimentos.

Os 14 artigos selecionados foram organizados no quadro 1 de acordo com os elementos contidos no instrumento, caracterizando: Autor, Ano, Título, Idioma, País, Resultados do estudo.

Quadro 1. Demonstrativo dos estudos incluídos por autor, ano, título, idioma, país e resultados, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022. (Continua):  

AutorAnoTítuloIdiomaPaísResultados
Melman, G J; Parlikad, A K; Cameron, E A B.2021Balancing scarce hospital resources during the COVID-19 pandemic using discrete-event simulation.InglêsInglaterraO modelo de simulação possibilitou uma análise das estratégias de alocação de recursos. A conclusão mais importante é que a capacidade de tratar pacientes é maior em um cenário de base; o pior cenário resulta em pelo menos 20 vezes mais rejeições cc. Além disso, a estratégia de esgrima resulta em 10% mais cirurgias, mas 50% mais rejeições. Esses resultados expõem o contexto de otimização multiprofissionais: maximizar o número de cirurgias realizadas, minimizando o número de rejeições.
White, Anne M; et al2021Get Me a Mask! The Challenge of Equipment Supply Chains.InglêsEstados UnidosIdentificamos 4 recomendações que podem ajudar a enfrentar essas iniquidades: implementar e apoiar o reprocessamento sustentável e eficaz, capacitar inovações de linha de frente, defender a doação de equipamentos éticos e transparentes e apoiar cadeias de suprimentos corporativas locais e equitativas.
Snowdon, Anne W; Saunders, Michael; Wright, Alexandra.2021Key Characteristics of a Fragile Healthcare Supply Chain: Learning from a Pandemic.InglêsCanadáOs resultados sugerem que a fragilidade da cadeia de suprimentos de saúde contribui para desafios substantivos em todos os sistemas de saúde, limitando ou impossibilitando respostas proativas e abrangentes ao gerenciamento de pandemias.

Quadro 1. Demonstrativo dos estudos incluídos por autor, ano, título, idioma, país e resultados, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022. (Continua):  

AutorAnoTítuloIdiomaPaísResultados
Silva, Karen A; et al2021Impacto orçamentário na compra de equipamentos de proteção individual para enfrentamento da COVID-19PortuguêsBrasilTodos os itens analisados apresentaram aumento importante na quantidade utilizada e, principalmente, no valor de compra, chegando custar 525% mais caro comparado aos meses sem pandemia. O aumento dos custos estava relacionado à escassez dos produtos tanto no mercado nacional, quanto internacional.
Kuo, Shihchen; Ou, Huang-Tz; Wang, C Jason2021Managing medication supply chains: Lessons learned from Taiwan during the COVID-19 pandemic and preparedness planning for the future.InglêsEstados UnidosEstratégias foram documentadas e recomendadas em Taiwan e nos Estados Unidos para mitigar a escassez de medicamentos e garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos a longo prazo. As barreiras ao acesso a medicamentos não são novidade, mas a pandemia de COVID-19 apresenta desafios urgentes e até novos à estabilidade e integridade do fornecimento de medicamentos, o que exige a necessidade de reconsiderar e reforçar estratégias eficazes de gerenciamento de produtos farmacêuticos.
Romano, Sónia; et al2021Time-trend analysis of medicine sales and shortages during COVID-19 outbreak: Data from community pharmacies.InglêsPortugalA pandemia resultou em um aumento na demanda de medicamentos e relatou escassez durante o estágio inicial do surto. A proporção máxima de vendas de medicamentos foi registrada em 13 de março de 2020, 4 dias após a OMS declarar o COVID-19 uma pandemia. Até o final de março, as vendas já caíram para proporções semelhantes às de 2019. A proporção máxima de desabastecimento de medicamentos foi atingida cerca de uma semana após o pico de vendas e ao final do período de estudo estavam abaixo dos registrados no período pré-COVID -19 período. Os medicamentos analisados foram paracetamol, ácido ascórbico, dapagliflozina mais metformina, rosuvastatina mais ezetimiba, formoterol e hidroxicloroquina, pois essas substâncias farmacêuticas registraram a maior taxa de crescimento de vendas e desabastecimento em relação ao mesmo período do ano anterior. A hidroxicloroquina apresentou as mais diferentes tendências de padrão nas vendas e desabastecimento desses medicamentos.
Sen-Crowe, Brendon; McKenney, Mark; Elkbuli, Adel.2021Medication shortages during the COVID-19 pandemic: Saving more than COVID lives.InglêsEstados UnidosUm relatório de 44.672 casos confirmados de COVID-19 sugere que 6.168 (14%) pacientes sofrem de insuficiência respiratória hipóxica grave e 2087 (5%) necessitaram de ventilação mecânica. No caso da ventilação, os pacientes muitas vezes requerem quantidades variadas de sedação e/ou analgesia, dependendo de seu estado. Por exemplo, fentanil é uma droga comumente usada para analgesia, enquanto propofol é usado para sedação. Além disso, midazolam pode ser infundido se for necessária sedação pesada. Esses medicamentos são essenciais não o conforto do paciente e para minimizar o risco de autoextubação. No entanto, todos os três medicamentos estão atualmente em escassez.

Quadro 1. Demonstrativo dos estudos incluídos por autor, ano, título, idioma, país e resultados, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022. (Continua):  

AutorAnoTítuloIdiomaPaísResultados
Badreldin, Hisham A; Atallah, Bassam2021Global drug shortages due to COVID-19: Impact on patient care and mitigation strategies.InglêsArabia SauditaAlém da escassez causada pelo aumento da demanda por medicamentos reaproveitados, o fato de que muitos medicamentos e matérias-primas são provenientes de países como Índia e China também tem causado escassez direta. O farmacêutico é capaz de navegar ao lado de outros membros da equipe de saúde de opções terapêuticas alternativas até que a escassez seja resolvida.
Kirubarajan, Abirami; et al2020Mask shortage during epidemics and pandemics: a scoping review of interventions to overcome limited supply.InglêsCanadáDas 11.220 citações da base de dados, um total de 47 artigos foram incluídos. Esses estudos abrangeram seis grandes categorias de estratégias de conservação descontaminação, reutilização de máscaras descartáveis e/ou uso prolongado, camadas, respiradores reutilizáveis, substituições ou modificações não tradicionais e máscaras armazenadas. Estratégias promissoras para a conservação de máscaras no contexto de pandemias e epidemias incluem o uso de máscaras estocadas, uso prolongado de máscaras descartáveis e descontaminação.
Ayati, Nayyereh; Saiyarsarai, Parisa; Nikfar, Shekoufeh.2020Short and long term impacts of COVID-19 on the pharmaceutical sector.InglêsIrãOs impactos de curto prazo da pandemia do COVID-19 incluem mudanças na demanda, revisões de regulamentos, mudanças no processo de pesquisa e desenvolvimento e a mudança para telecomunicações e telemedicina. Além disso, a desaceleração do crescimento da indústria, atrasos na aprovação, mudança para a autossuficiência na cadeia de suprimentos da produção farmacêutica e mudanças de tendência no consumo de produtos do mercado de saúde, juntamente com o dilema ético, podem ser antecipados como impactos de longo prazo da pandemia de COVID-19 no setor farmacêutico em nível global e local.
Shuman, Andrew G; Fox, Erin R; Unguru, Yoram2020COVID-19 and Drug Shortages: A Call to Action.InglêsEstados Unidos Apesar do aumento incremental da demanda por produtos escassos, incluindo medicamentos, a pandemia atual alterará invariavelmente a estrutura e a composição da força de trabalho, uma vez que a escassez de pessoal também pode estar presente. Os farmacêuticos devem trabalhar não apenas para acompanhar o aumento das necessidades de medicamentos, mas também devem se envolver com os médicos para identificar e fornecer alternativas razoáveis. Recursos on-line para monitorar e responder à escassez de medicamentos podem ajudar nessas tarefas.
Piatek, Olga Iwona; Ning, James Chien-Min; Touchette, Daniel R.2020National drug shortages worsen during COVID-19 crisis: Proposal for a comprehensive model to monitor and address critical drug shortages.InglêsEstado UnidosA Força-Tarefa de Escassez de Medicamentos da FDA identificou medicamentos com preços mais baixos e injetáveis estéreis como alvos potenciais de escassez de medicamentos.7 As recomendações para enfrentar a escassez incluíram tomar medidas para aumentar a compreensão das razões de escassez e práticas de contratação; desenvolvimento de um sistema de medição e gestão da qualidade da qualidade dos fármacos; e considerando novas abordagens de contratação para ajudar a garantir suprimentos confiáveis.

Quadro 1. Demonstrativo dos estudos incluídos por autor, ano, título, idioma, país e resultados, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022. (Conclusão):  

AutorAnoTítuloIdiomaPaísResultados
Mirchandani, Prakash2020Health Care Supply Chains: COVID-19 Challenges and Pressing Actions.InglêsEstados UnidosA assistência à saúde requer 5 categorias de produtos: farmacêuticos, equipamentos de proteção individual, dispositivos médicos, suprimentos médicos e sangue. Cada uma dessas categorias possui uma cadeia de suprimentos distinta, e a falha de qualquer uma dessas cadeias pode causar estragos no sistema de saúde.
Zeidel, Mark L; Kirk, Carolyn; Linville-Engler, Ben2020Opening Up New Supply Chains.InglêsEstados UnidosPara verificar os níveis de demanda por diversos produtos, o M-ERT consultou funcionários de compras da BIDMC e de outras instituições. A equipe está avaliando agora a quantidade de EPI e outros materiais que serão necessários em Massachusetts no próximo ano. A Comunidade ajudou a preparar a bomba, colocando pedidos estratégicos de mercadorias, incluindo 3 milhões de vestidos, para permitir que essas cadeias de suprimentos baseadas em Massachusetts se tornem permanentes. Os fabricantes também vendem produtos diretamente para prestadores de cuidados de saúde, socorristas e outros compradores.

Fonte: Os autores (2022)

Após extração dos 14 artigos foram encontrados 4 artigos que referente as dificuldades encontradas durante a pandemia que acarretaram a ruptura do abastecimento da logística de materiais hospitalares, além dos multifatores que contribuíram para esse desabastecimento retratando sobre a dificuldade enfrentada pelos profissionais de saúde e usuários dos sistemas de saúde. Ainda sim, 6 artigos apresentaram  recomendações que podem auxiliar em futuras crises.

Um desses estudos aborda o impacto da pandemia no setor farmacêutico pelo aumento da internação, a incidência de pneumonia relacionada ao COVID-19 e o aumento da demanda por atribuir pacientes aos ventiladores, contribui para a escassez de medicamentos prescritos relacionados.13

Ocorreram crises na cadeia de suprimento do sistema de saúde em outros momentos, como no Ebola, onde a cadeia foi incapaz de suportar uma resposta efetiva durante o grande surto em 2014-2016. Outro momento foi durante a pandemia de influenza H1N1, no EUA, houve uma escassez significativa de máscaras respiratórias N95 e máscaras faciais.

O que nos trouxe a seis características da fragilidade da cadeia de suprimentos, como: gestão descentralizada e distribuída da cadeia de suprimentos; capacidade limitada ou sem capacidade de oferta para gerenciar um aumento na demanda; dependência de uma jurisdição única ou de fornecimento de fornecedores; falta de transparência de fornecimento; falta de padronização de produtos e dados de produtos; e uma estratégia de resposta pandêmica reativa14.

Um estudo demonstrou que os medicamentos ambulatoriais foram esgotados durante a pandemia, em Portugal, demonstrou que o maior crescimento nas vendas das medicações foi registrado logo após a OMS declarar COVID-19 como uma pandemia global. Esse crescimento pode ser resultado do desconhecimento da população com as consequências da pandemia e do medo de entrar no modo de confinamento.

As pessoas começaram a estocar em antecipação a possíveis escassezes de droga dificultando o acesso. Algumas medidas foram tomadas para evitar a estocagem das drogas, como, recomendar que os usuários comprem apenas um pacote da medicação e a entrega nas casas para evitar que os pacientes acumulassem medicamentos ou que fossem na farmácia com tanta frequência se expondo ao coronavírus15.

Outro estudo abordou os desafios que os profissionais da saúde enfrentaram para se adaptar as mudanças e manter os padrões de segurança com os suprimentos limitados de máscara N95 e outros EPIs e como a falta desses materiais custaram a vida de profissionais em todo mundo16.Uma das causas da escassez de EPI foi devido ao grande produtor mundial ser o epicentro da doença. O desabastecimento também foi gerado pela desinformação e pânico que levou a população a compra descontrolada dos produtos17.

O risco da escassez dos medicamentos afetou os pacientes, pois, pela falta da medicação normalmente usada, as drogas alternativas podem ser prescritas com menos eficácia ou colocar o paciente em maior risco de desenvolver efeitos adversos injustificados e aumentar o risco de overdose de drogas pela mudança das concentrações.

 O desabastecimento prolongado evoca amplitude dos riscos de deterioração do paciente, piorar a acuidade da doença, adiar ou cancelar procedimentos cirúrgicos essenciais, prolongar a internação hospitalar e aumentar a taxa de mortalidade18.

Em um estudo também demonstrou que a escassez de equipamentos de ressuscitação neonatal contribui para disparidades na mortalidade neonatal e infantil19.

Durante a pandemia da COVID-19 os sistemas de saúde estavam sob imensa pressão e os governos introduziram medidas de saúde pública para diminuir a onda de infecção, porém, essas medidas eram voltadas para pacientes acometidos pela COVID-19, e os pacientes não COVID-19 continuaram necessitando de atendimento urgentemente19.

Como consequência a escassez ou desabastecimento de insumos e medicamentos afetou não só os pacientes com COVID-19, mas também, pacientes com doenças comuns e que precisam das medicações, como, pacientes com doenças cardíaca, autoimunes e pacientes com câncer e como essa falta pode resultar em mortes evitáveis20.

Há quatro categorias ou classes de produtos imprescindíveis para o bom funcionamento no sistema de saúde que em consonância a RDC 185/2001 estão alinhadas às particularidades específicas para o seu uso e planos de ação para lidar com a crise. Dentre elas: classe I – risco baixo, itens não invasivos; classe II – médio risco, itens invasivos; classe III – alto risco, produtos ativos e classe IV – máximo risco, com regras especiais.

Dentro dos produtos farmacêuticos, o plano de ação imediato foi de monitorizar o fornecimento de medicamentos e ter o acesso transparente que dará um aviso prévio quando ocorrer interrupções da distribuição.

Uma solução de longo prazo é desenvolver uma cadeia de fornecimento dupla na qual três quartos da demanda doméstica é atendida pela produção nacional. Isso melhorará a rastreabilidade, a resiliência e a capacidade de resposta da nossa cadeia de suprimentos farmacêuticas.

Para os dispositivos médicos, deve-se estabelecer e criar uma cadeia de suprimentos mais ágil, melhorando o design do produto e modulando criteriosamente as regulamentações subjacentes. Tornando-se fundamental desenvolver planos de contingência para suprimentos médicos que permite melhor preparo para o próximo vírus letal, considerando o impacto que temos destacado neste estudo.

Para oferta de hemoderivados recomenda-se um sistema de coleta descentralizada com armazenamento centralizado e distribuição para lidar com a variabilidade da demanda em diferentes hospitais parece ser a opção mais viável.

Nos EPIs um plano de ação construído a longo prazo seria um estoque de emergência criteriosamente mantido, girado para manter o estoque fresco, isso evitará que essa situação se repita21.Houve alguns ajustes nas recomendações do uso de EPIs, como por exemplo, as máscaras N95 que passaram a permitir o uso prolongado e/ou reutilização limitada, quando aceitável, priorizando o uso as pessoas com maior risco de contrair o vírus e permitindo a troca a cada 30 dias ou quando estivessem úmida/danificada17.

Em resposta a escassez crítica, a Massachusetts Technology Collaborative (MassTech) formou uma equipe para ajudar os fabricantes com sede em Massachusetts a abrir novas cadeias de suprimentos e produzir materiais necessário para o combate a pandemia. A equipe denominada Equipe de Resposta a Emergências de Manufatura (M-ERT), ajudou a desenvolver suprimentos produzidos internamente de cotonetes NP, escudos faciais, vestidos de isolamento, máscaras faciais e desinfetantes. Também acelerou a produção de novos ventiladores, está ajudando a estabelecer uma fonte doméstica para filtros de ventilador, e criou um plano para o rápido atendimento de ventiladores22.

Um artigo traouxe estratégias promissoras para conservação de máscaras durante a pandemia, como, o uso de máscaras armazenadas, o uso prolongado de máscaras descartáveis e métodos que se mostrou mais eficaz, descontaminação com radiação UV (lâmpadas de 15 W 254 nm por 15 min). As estratégias consideradas menos eficazes foram o uso da máscara de pano, a camada de múltiplas máscaras cirúrgicas ou a doar máscaras usadas anteriormente que não foram esterilizadas23.

Outras ações para amenizar a crise da pandemia da COVID-19 e enfrentar desafios futuros seriam, participar da força-tarefa de escassez de medicamentos da sua organização ou do escasso comitê de racionamento para fornecer insights e recomendações de linha de frente para alternativas e estratégias de gestão e manter-se atualizado sobre as informações mais atuais de escassez de medicamentos24.

Algumas recomendações podem ajudar no enfrentamento, como: implementar e apoiar reprocessamento sustentável e eficaz; capacitar inovações de linha de frente, defender doações de equipamentos éticos e transparentes; suporte cadeias de suprimento corporativo locais e equitativos16.

Taiwan antes da crise do COVID-19 montou planos de preparação e contingência precoces para enfrentar possíveis escassez de medicamentos, criando uma rede de informações, com uma plataforma online onde a população reporta casos de escassez de medicamentos, assim, ativando imediatamente um protocolo de avaliação e gerenciamento para identificar medicamentos e abordagens terapêuticas alternativas. O governo desta região forneceu informações atualizadas através de vários canais, realizando conferências e rastreando opiniões públicas, para aumentar a conscientização pública sobre questões relacionadas ao fornecimento de drogas e combater a desinformação. Foi emitida 2 diretrizes para evitar a má alocação e o excesso de estoques de medicamentos24.

Outro artigo apresentou nos impacto a necessidade avaliar periodicamente a capacidade de estoques de medicamentos e a fabricação para atender necessidades durante períodos de escassez e crises, assim identificando falhas críticas que possam ocorrer durante a escassez. Dentro dessa análise deve-se incluir comparações de abordagens terapêuticas alternativas, monitoramento de escassez de medicamento e uso de novas tecnologias de fabricação25.

Conclusão

Os estudos selecionados demonstraram como o mundo estava despreparados para lidar com a pandemia da COVID-19 e as falhas cometidas que influenciaram no desabastecimento dos insumos, medicamentos e logísticas essenciais para o bom funcionamento dos sistemas de saúde.

O medo de uma doença desconhecida acabou influenciando em ações caosmóticas que dificultaram o enfrentamento da pandemia e romperam paradigmas do eixo da biossegurança sendo demonstrada alta mortalidade em alguns estudos. Alguns lugares como Taiwan conseguiram enfrentar a crise com um plano formado antes da pandemia e outros lugares como Massachusetts se reinventaram durante a pandemia e criaram plano estratégico, o que não foi visto nos estudos nacionais conforme os dados de artigos internacionais que subsidiaram este estudo.

Necessitamos aprender com o que vivemos durante esses anos de pandemia e formular um plano de ações para futuras situações emergenciais, como ter uma comunicação transparente com a população diminuindo o pânico causado, limitar a compra de insumos essenciais a fim de garantir que todos tenham acesso e elaborar outras estratégias para que estejamos preparados no futuro.

Este estudo trouxe como limitações o tempo de extração dos artigos e o viés das bases utilizadas, tendo em vista que a dificuldade no abastecimento de produtos para saúde em meio a pandemia da COVID-19 pode ter sido dimensionada em demais bases, áreas de conhecimento e nos acervos dos portais das grandes universidades nacionais e internacionais, merecendo amplitude ainda sobre o tema.

Referências

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1 Professor Assistente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)}
https://orcid.org/0000-0001-8436-5100
E-mail: lisandrarisi@gmail.com

2 Enfermeira e Residente Especialista em Enfermagem no Centro Cirúrgico e Centro de Material de Esterilização da UERJ. Enfermeira do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ).
https://orcid.org/0000-0003-2745-2341
E-mail: carolinaaraujo1810@gmail.com

3 Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor Titular do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Coordenador do programa de Residência em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutor em ciências pelo PPGENBIO da UNIRIO.
https://orcid.org/0000-0001-9962-2827
E-mail: ricardo.meneses@ifrj.edu.br

4 Professor Titular do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgica da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
https://orcid.org/0000-0002-6770-7364
E-mail: carlosedusampa@yahoo.com.br

5 Professor Associado e do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu da Escola de Enfermagem Anna Nery pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Líder do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Saúde em Emergências e Desastres (GEPESED-UFRJ).
https://orcid.org/0000-0003-4611-120
E-mail: alexbaroli@gmail.com