RELAÇÃO ENTRE USO DE TELAS E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

RELATIONSHIP BETWEEN SCREEN TIME AND NUTRITIONAL STATUS OF CHILDREN IN A UNIVERSITY HOSPITAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501131435


Mirella Madeira Costa de Amorim¹; Ozienne Mayara Ferreira²; Khrizia Taynã da Silva Roque³; Pedro Henrique Teotônio Medeiros Peixoto⁴; Ana Beatriz de Oliveira Feitosa Franco⁵; Vitória Heloiza Cintra Alencar⁶; Jéssica Rafael dos Santos⁷; Tamiris Ramos da Silva⁸; Sheylane Pereira de Andrade⁹.


RESUMO

O uso excessivo de dispositivos eletrônicos por crianças tem se tornado uma preocupação crescente devido aos seus potenciais impactos negativos na saúde, especialmente no aumento do risco de obesidade infantil. Comportamento sedentário que, associado ao tempo prolongado em frente a telas, pode influenciar diretamente no estado nutricional das crianças, promovendo consequências como o ganho de peso e outros problemas de saúde. O presente estudo teve como objetivo investigar a associação entre o estado nutricional e o tempo médio de uso de telas em crianças de 6 a 10 anos, atendidas em um Hospital Universitário em Recife, Pernambuco, Brasil. A pesquisa foi conduzida por meio de um estudo transversal caso-controle, em que foram avaliados parâmetros antropométricos, tempo de uso de telas e dados socioeconômicos dos participantes. A coleta de dados ocorreu durante um ano, utilizando questionários aplicados nos Ambulatórios Geral e de Endocrinologia Pediátrica. Os resultados revelaram que 66,7% das crianças avaliadas foram classificadas como eutróficas, enquanto 33,3% foram diagnosticadas com obesidade. O tempo médio de uso de telas no grupo controle foi de 2,074 horas por dia, enquanto no grupo de casos (crianças obesas), a média foi de 2,92 horas por dia, chegando a quase 4 horas durante os finais de semana. Os resultados encontrados no atual estudo indicam uma forte associação entre o uso prolongado de telas e a obesidade infantil, sugerindo que o tempo em frente a dispositivos eletrônicos pode ser um fator de risco significativo para o desenvolvimento de excesso de peso em crianças. Portanto, é essencial aumentar a conscientização sobre os efeitos do tempo excessivo de tela na saúde infantil e incentivar a realização de mais estudos focados nessa relação, visando estratégias preventivas e de intervenção que possam mitigar os riscos associados ao uso excessivo de telas.

Palavra-chave: Avaliação Nutricional; Obesidade infantil; Tecnologia.

ABSTRACT

Excessive use of electronic devices by children has become a growing concern due to its potential negative health impacts, particularly the increased risk of childhood obesity. This sedentary behavior, combined with prolonged screen time, can directly influence children’s nutritional status, leading to weight gain and other health problems. This study aimed to investigate the association between nutritional status and average screen time in children aged 6 to 10 years attending a University Hospital in Recife, Pernambuco, Brazil. The research was conducted through a cross-sectional case-control study, where anthropometric parameters, screen time, and socioeconomic data of the participants were evaluated. Data collection took place over a year, using questionnaires administered in the General and Pediatric Endocrinology Clinics. The results revealed that 66.7% of the evaluated children were classified as eutrophic, while 33.3% were diagnosed with obesity. The average screen time in the control group was 2.074 hours per day, while in the case group (obese children), the average was 2.92 hours per day, reaching nearly 4 hours during weekends. The findings of this study indicate a strong association between prolonged screen time and childhood obesity, suggesting that time spent in front of electronic devices can be a significant risk factor for developing excess weight in children. Therefore, it is essential to raise awareness about the effects of excessive screen time on children’s health and encourage further studies focused on this relationship, aiming at preventive and intervention strategies to mitigate the risks associated with excessive screen use.

Keywords: Nutritional Assessment; Childhood Obesity; Technology.

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a obesidade como o acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode ser avaliado por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), calculado pela razão entre o peso e o quadrado da altura do indivíduo. A obesidade é considerada um problema de saúde pública global, afetando um em cada oito adultos em todo o mundo. De acordo com estimativas da OMS, cerca de 2,3 bilhões de pessoas estarão com excesso de peso até 2025, destacando a urgência de medidas preventivas e intervenções eficazes para combater essa crescente epidemia¹.

No Brasil, aproximadamente 55,7% da população está acima do peso, com 19,8% classificados como obesos². O aumento dos casos de obesidade em diferentes faixas etárias tem direcionado maior atenção a grupos vulneráveis, especialmente as crianças. Desde as primeiras fases da vida, as crianças são fortemente influenciadas pelos hábitos e rotinas de seus pais ou responsáveis, incluindo alimentação, estilo de vida e atividades diárias. Assim, práticas inadequadas podem levar ao desenvolvimento precoce de diversas doenças, ressaltando a importância de intervenções preventivas e a promoção de hábitos saudáveis desde a infância³.

A obesidade infantil tem se destacado de forma preocupante, com um aumento exponencial no número de casos nos últimos anos. De acordo com a OMS, a prevalência da obesidade infantil está intensamente acelerada4. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, a cada três crianças com idade entre cinco e 10 anos, uma apresenta sobrepeso e cerca de 14,6% são consideradas obesas, representando uma curva de tendência crescente5.

Entre as principais causas para o desenvolvimento da obesidade infantil destacam-se os inadequados e os estilos de vida pouco saudáveis. Observa-se o aumento no consumo de alimentos altamente calóricos e ultraprocessados, aliado ao sedentarismo e à falta de atividades ao ar livre6,7. Ademais, muitas crianças são expostas ao uso de telas como televisões, computadores, videogames, celulares, entre outros, de maneira cada vez mais precoce e por período prolongado8, o que contribui significativamente para o sedentarismo infantil e agrava o quadro de obesidade6..

Segundo o Manual de Orientação em Saúde Digital, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o tempo máximo recomendado de uso de telas para crianças com mais de seis anos é de até duas horas por dia. Esse tempo deve ser cuidadosamente limitado e ajustado de acordo com as diferentes fases do desenvolvimento cerebral, mental, cognitivo e psicossocial das crianças9.

Os usos excessivos de aparelhos eletrônicos podem acarretar diversas consequências, como transtornos alimentares e de sono, ansiedade, sedentarismo, dificuldade de estabelecer relações sociais, desenvolvimento de comportamentos agressivos, baixo rendimento escolar e lesão por repetição9. O sedentarismo associado a algum transtorno como compulsão alimentar, torna a criança mais suscetível ao desenvolvimento da obesidade e de patologias em fases cada vez mais precoces10, 11, 12.

O aumento do número de casos de obesidade infantil está diretamente relacionado à alteração dos hábitos alimentares e ao estilo de vida sedentário, incluindo o uso precoce e prolongado de telas. Esse comportamento pode acarretar consequências negativas no desenvolvimento físico, mental e social de crianças em idade escolar. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivo correlacionar o estado nutricional ao tempo médio de uso de telas em crianças de seis a 10 anos atendidas no Hospital Universitário de Recife, Pernambuco, Brasil.

2. MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal do tipo caso controle, de caráter quantitativo, realizado em um hospital universitário localizado na cidade de Recife, Pernambuco, Brasil, entre março de 2019  à março de 2020. A presente pesquisa faz parte de um projeto intitulado como “Associação entre privação crônica de sono e a ocorrência de obesidade em crianças escolares”, e amostra foi composta por 10% da amostra total do projeto de pesquisa. Por se tratar de um estudo caso-controle, as crianças inicialmente, já foram separadas em eutróficas, aquelas que apresentaram o escore Z de >-1 e <1 e obesas as crianças que apresentaram escore Z ≥2.

Foram incluídas no estudo crianças entre seis e 10 anos, de ambos os sexos, classificadas como eutroficas ou obesas, atendidas nos ambulatórios de Pediatria Geral e Endocrinologia Pediátrica do Hospital Universitário.  Foram excluídas crianças com magreza ou sobrepeso, pacientes cirúrgicos ou com alteração física ou mental que interfira na avaliação nutricional ou na entrevista.  

Foi realizada uma abordagem com os responsáveis pelas crianças na recepção do hospital, antes da consulta, na qual foram apresentados os temas da pesquisa e os procedimentos envolvidos. A participação foi voluntária, ficando a critério de cada responsável decidir se aceitava ou não participar do estudo. A assinatura foi obtida em duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)—um para maiores de 18 anos e outro para o responsável legal pelos menores de 18 anos (Apêndice B e C, respectivamente).

Para a análise do IMC, a medição da altura foi realizada com o auxílio de um estadiômetro acoplado a uma balança, com precisão de 0,1 cm. As crianças foram posicionadas de maneira que seus calcanhares, nádegas, escápulas e a parte posterior da cabeça estivessem em contato com a régua do equipamento. Para a obtenção do peso, utilizou-se uma balança digital da marca Filizola®, modelo PL-150, com capacidade máxima de 150 kg e sensibilidade de 0,1 kg. As crianças foram pesadas de forma que ficassem olhando para frente, sem objetos nos bolsos e descalças. Calculou-se o IMC e com o auxílio das curvas de escore-z (OMS-2007), IMC/Idade, as crianças foram classificadas entre magreza, eutrófia, sobrepeso e obesidade17. Os participantes que se encaixaram nas classificações de obesidade foram determinados como grupo “caso” e as crianças em eutrofia como grupo “controle”, conforme o cálculo do IMC, seguiram para a segunda etapa da pesquisa, na qual foi aplicado um questionário.

O questionário com perguntas de caráter socioeconômico e sobre o uso de telas permitiu calcular a média do tempo diário gasto por cada grupo utilizando computador, videogames, celular, televisão, entre outros dispositivos. Por fim, foi realizada uma comparação entre o tempo médio calculado e a avaliação antropométrica, a fim de confirmar a hipótese proposta. Foi aplicado um questionário elaborado por Issler e Giugliani (1997)15, contendo 13 perguntas sobre local e condição de moradia, constituição familiar e posse de bens domésticos. Cada item tem uma pontuação definida e a soma destes classifica o nível da pobreza da família: miséria (ate 17,3 pontos), baixa inferior (17,4 a 34,6 pontos) e baixa superior (34,7 a 52 pontos)15.

O uso de telas foi avaliado baseado em perguntas do questionário de Estudo Longitudinal de Observação da Saúde e do Bem-Estar em Crianças Pré-escolares (Projeto ELOS-Pré) desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde (GPES) da Universidade de Pernambuco (UPE) e validado por Oliveira et al (2011)16. O questionário aplicado abordou diversos itens relacionados ao uso de aparelhos eletrônicos pelas crianças. Inicialmente, foram verificadas as situações em que a criança tinha contato com os dispositivos, identificando quais aparelhos são mais utilizados. Em seguida, foi questionado o tempo diário que a criança gasta utilizando essas telas, permitindo um entendimento detalhado sobre a exposição à atividades sedentárias. O questionário explorou, também, se há algum limite imposto pelos responsáveis quanto ao uso desses aparelhos, a fim de avaliar a influência da supervisão no tempo de tela. Para finalizar, foi analisada a preferência da criança em relação ao uso desses dispositivos em comparação com brincadeiras ao ar livre, buscando entender como essas escolhas impactam na sua rotina. A abordagem permitiu uma análise mais completa da relação entre o uso de telas e o estilo de vida das crianças.

Para o processamento dos dados foi feita a digitação dos dados no Stata® 14 pelos próprios pesquisadores. Utilizou-se média e percentual. Os resultados foram apresentados na forma de gráficos e tabelas.

As coletas de dados foram realizadas após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sob o número do parecer 02767718.0.0000.5208.

3. RESULTADOS

A amostra foi composta por 30 indivíduos, sendo 36,67% (N=11) meninos e 63,33% (N=19) meninas, com uma média de idade de 7,56 anos. Na Tabela 1, estão apresentados os resultados do questionário socioeconômico, destacando-se que 100% (N=30) das famílias pertencem à classificação de escore de Alvarez de baixa superior, e que 76,67% (N=23) dessas famílias possuem livre acesso à internet.

Tabela 1. Perfil socioeconômico das amostras do Hospital das Clínicas (Recife, Brasil, 2019).

Legenda: *Região Metropolitana do Recife

Na Tabela 2, que apresenta as variáveis antropométricas, observa-se que 66,7% (N=20) das crianças foram classificadas como controle, com um valor médio de IMC de 15,35 kg/m². Já 33,3% (N=10) das crianças foram classificadas como casos, com escore Z de obesidade e IMC médio de 24,50 kg/m².

Tabela 2. Média das características antropométricas por sexo das amostras controle e caso (Recife, Brasil, 2019).

A partir dos resultados do questionário sobre o uso de telas, apresentados no Gráfico 1, verificou-se que, dentro do grupo controle, 15% (N=3) das crianças possuem TV, videogame ou computador no cômodo onde dormem, enquanto no grupo caso, 60% (N=6) das crianças têm algum tipo de tela no local de sono. Já no Gráfico 2, observa-se que 15% (N=3) dos indivíduos do grupo controle e 40% (N=4) do grupo caso utilizam telas sem qualquer tipo de restrição de horário por parte dos pais ou responsáveis.

Gráfico 1. Distribuição dos casos e controles de acordo com a presença de telas.

Gráfico 2. Distribuição de caso e controle de acordo com a restrição de horário de uso de telas.

Através dos resultados plotados na Tabela 3, foi possível observar o tempo médio de uso de tela durante os dias da semana e finais de semana entre as amostras caso e controle. Para os resultados da amostra caso, em que o tempo médio foi superior ao resultado da amostra controle nas duas variáveis analisadas, nos dias da semana foi de 2,92 horas ao dia, sendo superior ao tempo médio do grupo controle que foi de 2,074 horas ao dia. Durante os finais de semana, é notório a diferenças entre as amostras, onde o controle tem o resultado médio de tempo de aproximadamente duas vezes menor que o resultado da amostra caso. 

Tabela 3. Tempo médio semanal (horas) assistindo à televisão, jogando videogame, usando computador dividido por caso e controle.

4. DISCUSSÃO

O acesso à internet é um fator predominante para utilização de telas e está intimamente ligado aos fatores socioeconômicos da família, aquelas que não possuem acesso ilimitado, estimulam suas crianças a procurarem atividades como brincadeiras ao ar livre18. Além disso, os fatores socioeconômicos podem impactar, também, no tempo em que um indivíduo passa em frente às telas. À medida que esse nível aumenta, as crianças, geralmente, têm acesso a uma variedade maior de aparelhos eletrônicos18.

Em um estudo realizado com 179 crianças de uma Unidade Básica de Saúde de Porto Alegre/RS (2015), demonstrou que 21,3% dessas crianças apresentaram o escore Z de obesidade23, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), no Brasil cerca de 14,6% das crianças estão com obesidade24, resultados que estão de acordo com os dados obtidos no presente estudo.

Uma pesquisa transversal desenvolvida na Austrália em 2006, comprovou que o ato do uso de telas é um indicador de risco para o aumento do índice de massa corporal, promovendo a obesidade. Os resultados demonstraram que as crianças que passaram mais de 2 horas por dia na televisão, videogame ou celular apresentaram maior IMC, aliado a maior ingestão de lanches gordurosos ao dia, enquanto crianças que utilizavam os mesmos aparelhos por menos de 2 horas, possuíam o IMC mais adequado para idade.23

A correlação entre o maior tempo de tela e maior excesso de peso foi observado, também, no estudo da universidade do Rio de Janeiro (2015), com adolescentes de uma escola pública de Niterói com idade média oscilando entre 10,6 e 18,4 anos. Foi possível observar que os alunos selecionados com IMC maior que o adequado possuíam tempo de tela maior do que 180 min/dia, utilizando videogame, televisão, computador, entre outras telas, enquanto o restante da amostra passava menos tempo22.

Em um estudo longitudinal conhecido como Framingham Children’s Study, envolvendo 106 crianças pré escolares que foram acompanhadas até o início da adolescência, onde seus responsáveis respondiam, anualmente, questionários sobre uso de telas e avaliação antropométrica. O resultado obtido no final do estudo demonstrou que as amostras com maior tempo de tela (> 3 horas/dia) apresentaram também maior IMC, enquanto a amostra com menor tempo de tela (< 1,75 hora/dia) demonstrou menor IMC24, resultados estes corroboram os do presente estudo.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, através de levantamentos e elaboração de pesquisas, elaborou em 2016 o manual intitulado como Menos tela Mais saúde, descrevendo os riscos de uma exposição prolongada às telas pelas crianças e adolescentes. Desenvolvimento cerebral, mental e cognitivo podem ser afetados, além de afligir as relações sociais. Reforçado pela Organização Mundial de Saúde, o manual descreve o tempo máximo indicado para utilização de telas, variando por idade. Crianças de seis a 10 anos podem passar de 1 hora, limitando 2 horas ao dia, supervisionas pelos pais ou responsáveis9. No presente estudo, nenhum dos grupos das amostras atenderam ao indicado pela SBP. Resultado esse que reforça o estudo elaborado em 2016, no Espírito Santo, onde todas as crianças passaram o dobro do tempo indicado utilizando algum tipo de tela em todos os dias da semana25,26.

5. CONCLUSÃO

O presente estudo investigou o estado nutricional de crianças entre seis e 10 anos, correlacionando-o ao tempo médio de exposição a telas, como computadores, celulares, videogames e televisão. Os resultados indicaram um aumento significativo no tempo de tela durante os fins de semana entre crianças com obesidade, em comparação ao grupo controle. Esses achados destacam a necessidade de mais pesquisas que avaliem, de forma abrangente, a relação entre o estado nutricional e a prática de atividades sedentárias, com o objetivo de desenvolver intervenções precoces e eficazes. Além disso, é crucial promover a conscientização da população sobre a importância de uma alimentação equilibrada e da prática regular de exercícios físicos. Tais medidas são essenciais para mitigar os impactos negativos do comportamento sedentário e garantir uma melhor qualidade de vida para as crianças a longo prazo.

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¹Departamento de Ciência do Consumo, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife/PE, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2163-9148;
²Departamento de Nutrição, Universidade Maurício de Nassau, Recife/PE, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-2904-1437;
³Departamento de Ciência do Consumo, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife/PE, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0009-5800-0402;
⁴Departamento de Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco, Recife/PE, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6160-4997;
⁵Departamento de Nutrição, Centro Universitário Franssinetti do Recife, Recife/PE, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0003-2139-247X;
⁶Departamento de Nutrição, Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera, Arcoverde/PE, Brasil;
⁷Departamento de Nutrição, Universidade Maurício de Nassau, Recife/PE, Brasil;
⁸Curso de Gastronomia, Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife/PE, Brasil;
⁹Departamento de Nutrição, Universidade Maurício de Nassau, Recife/PE, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0244-2262.