USO DE PARÓDIAS COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE PARASITOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO

USE OF PARODIES AS A LEARNING TOOL IN TEACHING PARASITOLOGY: EXPERIENCE REPORT IN HIGH SCHOOL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501031142


Sérgio Tavares de Almeida¹
Samuel de Carvalho Andrade²


Resumo

O uso de paródias como estratégia de ensino-aprendizagem, também tem sido relatado na literatura por diversos autores, mostrando-se como uma forma promissora e motivadora tanto por alunos quanto por professores. Neste contexto, este estudo buscou relatar e refletir uma experiência vivida no ensino de parasitologia usando paródias como método de ensino, durante o estágio supervisionado em turmas do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Mineko Hayashida, localizada no município de Laranjal do Jari-AP. O estudo utilizou uma abordagem qualitativa, com foco na coleta de dados durante o estágio realizado em duas turmas (A e B) do 3º ano do Ensino Médio da Escola Escola Estadual Mineko Hayashida, localizada no município de Laranjal do Jari, estado do Amapá, no componente curricular de  Biologia, durante o mês de novembro de 2024. O método desenvolvido baseou-se na pesquisa-ação, por meio de relato de vivência através de pesquisa participante, onde o estagiário participou das interações em sala de aula. A temática de biologia escolhida para ser trabalhada foi sobre parasitologia humana, e os conteúdos abordados nas aulas foram: Protozoários, vermes achatados e vermes cilíndricos (Filo Protozoa, Filo Platyhelminthes e Filo Nematoda). O estudo foi dividido em duas etapas: 1ª Foram realizadas duas aulas expositivas e dialogadas em cada turma (A e B) sobre os conteúdos escolhidos, sendo que ao final da segunda aula, foi aplicada uma atividade de fixação com 10 perguntas dissertativas. 2ª foram propostas após uma semana, mais duas aulas abordando os mesmos conteúdos, utilizando 3 paródias.  Foi possível constatar que as turmas demonstraram muito entusiasmo com oportunidade de vivenciar assuntos relacionados a parasitologia, através de meio lúdico com o uso de paródias. Pois as paródias não só apenas aumentaram o interesse dos alunos, mas também proporcionaram uma compreensão mais profunda dos temas abordados em sala de aula.

Palavras-chave: Ludicidade. Música. Ensino de Biologia.

1 INTRODUÇÃO

O uso de metodologias alternativas, tais como atividades lúdicas, são formas auxiliares que podem despertar o interesse dos alunos, podendo ser aplicadas em todos os níveis de ensino. O lúdico traz a emoção para sala de aula, um sentimento que favorece a formação de memórias em longo prazo, o tipo de memória necessária para que haja aprendizagem significativa. Sendo considerado uma importante ferramenta didática que possui força motivadora para que o aluno construa o seu próprio conhecimento, e nesse âmbito, a música pode entrar como instrumento motivador no processo de ensino-aprendizagem (Cabrera, 2006).

A música, palavra de origem grega “musikétéchne” que significa a arte das “musas”, está presente na vida do ser humano há muito tempo, sendo destacada em estudos desde o período pré-histórico, no qual os nossos antepassados reproduziam os sons da natureza. A música também já era usada pelos jesuítas desde o século XVI como atrativo para a população aderir aos seus ideais, mostrando que muito antes de se obter a característica de cultura e entretenimento, a música era usada como um meio de condução de um ideal ou conhecimento (Araújo, Motta e Lima, 2017; Silva, J.P, 2021).

O papel da música como instrumento carregador de conhecimento, tem indicado que através dela é possível ensinar e aprender diversos assuntos científicos e do cotidiano empírico, fazendo que se tornasse um poderoso recurso pedagógico de importante valor por agregar aspectos lúdicos e cognitivos ao aprendizado. Há algumas décadas atrás (anos 50, 60 e 70), a música como disciplina, fazia parte da maioria dos currículos escolares (Araújo, Motta e Lima, 2017).

No Brasil, a música em sua essência, é formada por uma grande diversidade de ritmos e estilos, oriundos da miscigenação de várias etnias como a europeia e a africana. A partir dessa miscigenação e juntamente com a população nativa, foi possível a criação de vários novos ritmos e melodias que temos hoje em dia (Godoi, 2011, Silva, J.P, 2021).

Em relação a utilização da música como ferramenta de ensino-aprendizagem, já é bem evidenciado o seu poder de instigar o pensamento crítico do aluno, tornando-o ainda mais participativo no seu próprio processo de aprendizagem, de modo que através da ferramenta musical, ele possa trazer seus conhecimentos prévios, possibilitando o confronto de ideias e posições em sala de aula, de forma a diminuir a distância do ensino fornecido pela escola com a do ambiente do aluno (Correia, 2010; Silva, J.P, 2021).

O poder da música na compreensão de conteúdos de Ciências da natureza, também têm se mostrado muito promissor, associar a música aos diversos termos e conceitos científicos à priori parece um pouco complicado, todavia, estudos já relatam que a música pode instigar uma conexão mais rápida do aluno com assunto, estimulando sua criatividade e facilitando o seu aprendizado (Araújo, Motta e Lima, 2017; Silva, J.P, 2021).

A letra de várias músicas tem a capacidade de associar diversos conteúdos correlacionados às Ciências Biológicas no cotidiano de sala de aula. Muitas delas realçam a importância da fauna e flora brasileira, fazendo conexões com várias subáreas como Botânica, Zoologia, Genética, Microbiologia, dentre outras (Silva, Virgílio e Farias, 2024).

Ao correlacionar a música com as paródias, vale ressaltar que paródias, é um gênero textual, sendo uma recriação de uma obra já existente. A paródia pode ser definida como “Obra literária, teatral ou musical, que imita outra obra, ou os procedimentos de uma corrente artística, escolar, com objetivo divertido ou satírico (Houaiss, 2011).

O uso de paródias como estratégia de ensino-aprendizagem, também tem sido relatado na literatura por diversos autores, mostrando-se como uma forma promissora e motivadora tanto por alunos quanto por professores. O uso de paródias não é considerado apenas como uma atividade de simples memorização, mas sim reportam à possibilidade de situar a música na realidade dos estudantes, assim como problematizar tal realidade (Pye, 2004; Trezza e Santos, 2007; Silveira e Kiouranis, 2008; Martins, 2009; Junior e Lautharte, 2012, Torres, 2017).

Dessa maneira, o uso de paródias como estratégia de ensino-aprendizagem pode ser uma ferramenta com grande potencial explorativo para um aprendizado significativo, uma vez que ela pode despertar no educando o interesse e o desenvolvimento de sua criatividade, tornando-os protagonistas de seu próprio aprendizado. Ademais, considerando que ainda há muito a ser explorado e pesquisado em relação ao uso de paródias no ensino de Biologia, muitas vezes devido à insegurança dos professores que nunca às utilizaram por diversos fatores impeditivos, o presente estudo visa investigar a viabilidade do uso de paródias como recurso pedagógico no ensino-aprendizagem de biologia em turmas do terceiro ano do Ensino Médio.

Neste contexto, este estudo buscou relatar e refletir uma experiência vivida no ensino de parasitologia usando paródias como método de ensino, durante o estágio supervisionado em turmas do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Mineko Hayashida, localizada no município de Laranjal do Jari-AP.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Metodologias tradicionais e o ensino de Biologia

A educação no Brasil passou por várias mudanças ao longo dos anos seguindo o contexto histórico sociopolítico. Saviani (1981 apud Libâneo, 2002, p. 20) descreveu como tendências pedagógicas, de um lado a Pedagogia liberal em que consiste a tradicional, renovada progressivista, renovada não-diretiva e tecnicista, e do outro a Pedagogia progressista libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. Cada uma dessas tendências possui metodologias que se diferenciam.

Ao considerar o modo “tradicional” de ensino, o professor é o centro do processo de ensino- aprendizagem, com aulas expositivas, na renovada progressivista tem como metodologia o “aprender fazendo”, o estudo do meio natural e social em que o aluno está inserido, com o objetivo de solucionar problemas. Na renovada não-diretiva o professor é um facilitador sendo mais receptivo, dando espaço para o aluno, sem intervenções do docente, já na tecnicista a metodologia é de transmissão do conhecimento, o professor dando instruções, com reforçamento tendo em vista o controle do comportamento. A Pedagogia Libertadora tem como características aulas dialogadas em grupo de discussões, no sentido de integralizar os professores e alunos com isso trabalhando juntos. Na libertária o aluno tem autonomia, excluindo qualquer obrigatoriedade, a metodologia é de organização de discussões, assembleias e realização de trabalho em grupo. Pôr fim, a metodologia crítico-social dos conteúdos, o docente relaciona a experiência do aluno com os conteúdos propostos promovendo a participação ativa levando até o conhecimento científico (Libâneo, 2002, p. 20-44).

Ainda considerando o início da história da educação, o que de fato era relevante se referia apenas à promoção dos alunos, cabendo então apenas o mecanismo de memorização e repetição do que os professores haviam explicado, onde os alunos eram apenas receptores de informação, e não contribuintes. Alguns métodos consideráveis de ensino tradicional, ainda são bastante utilizados, visto que essas ferramentas de ensino são as que estão disponíveis na maioria das vezes para os professores. Tais recursos utilizados com mais frequências são apenas quadro e giz o que torna as aulas rotineiras, que faz com que os alunos não sejam instigados (Nicola e Paniz, 2016).

Historicamente falando, alguns movimentos foram muito importantes para a renovação do ensino, como o movimento da Escola Nova que reformulou a educação e teve como principais pensadores John Dewey, Willian James e Édouard Claparéde que argumentaram a ideia de promover a autonomia do aluno, tirando o professor da posição de único protagonista no ambiente escolar, se contrapondo a Escola Tradicional , já que na Escola Nova também conhecida como progressivista, visavam a educação construtivista em que aluno aprende fazendo, Anísio Teixeira foi o principal pensador do movimento no Brasil. O Manifesto dos Pioneiros da Educação foi crucial para a reforma do ensino, pois visavam a democratização do ensino sendo público, totalmente gratuito, assinado um ano após a criação do Ministério da Educação em 1932 (Unglaub e Cubas, 2011, p. 75-83).

O ensino de biologia à luz das atuais conjecturas da sociedade contemporânea e das inovações técnicas e científicas passa a ter diferentes conotações na formação do cidadão, tornando pouco significativa a simples memorização de conceitos sobre a vida e sobre os seres vivos. Por outro lado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) (Brasil, 1996); as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Básica (BRASIL, 2010); e as propostas contidas nos PCN+ (Brasil, 2002), e mais atualmente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2018) são referências para a formulação e implementação de novas práticas pedagógicas que conduzam o ensino de Biologia através da investigação científica, despertando assim a curiosidade e o interesse dos alunos em seu processo de aprendizagem.

Os conteúdos de biologia no ensino médio geralmente são muito complexos e detalhados, consequentemente se vê a necessidade de utilizar metodologias e estratégias que facilite o entendimento dos alunos. Mesmo com várias transformações do ensino, muitas escolas e professores aderem às práticas pedagógicas antigas que não se adequam com as necessidades e realidade atual dos alunos, o que gera desinteresse, desmotivação e baixo rendimento escolar. Isso tem possibilitado o desenvolvimento e o desafio de construção de metodologias inovadoras e estratégias para a melhoria do ensino, abrindo assim espaço para a participação ativa do aluno (Silva e Meliciano, 2014).

2.2 A música como método de ensino de Biologia

A música é algo que está presente na vida das pessoas, independentemente de qual é a sua cultura. Desde criança, canta-se os mais variados tipos de canções: ninar, brincadeiras de rodas, músicas folclóricas, populares, estrangeiras, com variados ritmos e harmonias. Além disso, com grande frequência, as pessoas escutam rádio, veem shows e artistas na televisão, vão a shows, escutam músicas no celular etc. Na geração atual, as informações chegam muito rápidas, os jovens têm fácil acesso à internet e aos meios de comunicação (Catão, 2010).

O uso da música no ensino, pode despertar emoções, de forma à aprendermos com aquilo que nos motiva, que nos intriga, que traz algo diferente. No processo de ensino/aprendizagem a emoção deve andar junto com a razão, uma vez que o ser humano é um ser que sonha e pensa (Catão, 2010).

Uma das formas de introduzir a música no ensino é trabalhar com o uso de paródias, uma metodologia diferente da tradicional e que motiva o aprendizado. De acordo com o dicionário da língua portuguesa a paródia pode ser definida como: “Imitação cômica de um texto, peça etc.” (Houaiss, 2011, p. 702). Assim sendo, a paródia é uma recriação de um trabalho, no qual o novo autor coloca suas ideias e expressões, utilizando a estrutura da obra anterior.

Esse tipo de metodologia alia a teoria e a prática, além de vir a despertar o lado crítico e sensitivo do aluno de maneira lúdica e motivadora. Trazer o lúdico para a sala de aula torna o ensino mais prazeroso, tanto para os alunos quanto para os professores. A paródia ajuda a traduzir para uma linguagem mais simples e dinâmica muitos conteúdos que eram considerados difíceis de ser trabalhados, pela extensão e complexidade, por exemplo (André et al., 2016). Outra vantagem do uso de paródias, é que elas são um recurso pedagógico de baixo custo, que transcende a barreira da educação formal quando introduz uma atividade cultural (Barros; Zanella; Jorge, 2013).

2.3 O estudo da Parasitologia Humana no Ensino Médio

A parasitologia humana é a área da biologia que visa compreender a interação entre os seres humanos e os parasitos, explorando as formas de infecção, a ação destes seres em seus hospedeiros, causando parasitoses, além das formas de prevenção e tratamento dessas enfermidades. Nesta interação observamos duas situações: o ser parasito, avaliado como invasor, e o hospedeiro, que será prejudicado pela ação do “invasor”. Este consegue satisfazer suas necessidades orgânicas, em contrapartida o hospedeiro sofre com prejuízos ocasionados pela ação do ser parasita. Os prejuízos podem ser tão severos que ocasionem a morte do hospedeiro (Neves et al, 2016).

As parasitoses são um problema de saúde pública e necessitam de bastante atenção. O crescimento desordenado das cidades, a deficiência no acesso aos serviços públicos de saúde e saneamento básico de qualidade, e a falta de educação em saúde são alguns dos principais fatores que possibilitam uma maior incidência de infecções parasitárias na população (Silva, 2016).

A temática que envolve os agentes parasitários geralmente é apresentada para os escolares do Ensino Médio dentro da disciplina de Biologia e a mesma está inserida dentro da matriz dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). E os conteúdos de Parasitologia são geralmente introduzido, com maior ênfase, no segundo ano do Ensino Médio. Trabalhar parasitoses no Ensino Médio é possivelmente a forma mais adequada de propagar medidas preventivas para a população, por ser um conteúdo que está presente no cotidiano de muitos alunos. Estes tópicos têm que ser fixados pelos professores, já que grande parte das doenças é evitada com o simples hábito de lavar as mãos (Casagrande, 2006).

3 METODOLOGIA

3.1. Caracterização da pesquisa

O presente estudo, utilizou uma abordagem qualitativa, com foco na coleta de dados durante o estágio realizado em duas turmas (A e B) do 3º ano do Ensino Médio da Escola Escola Estadual Mineko Hayashida, localizada no município de Laranjal do Jari, estado do Amapá, no componente curricular de  Biologia, durante o mês de novembro de 2024.

O método desenvolvido baseou-se na pesquisa-ação, por meio de relato de vivência através de pesquisa participante, onde o estagiário participou das interações em sala de aula. Esse método educativo se destaca como uma importante ferramenta para o desenvolvimento de professores, pois oferece a oportunidade de melhorar suas práticas pedagógicas, podendo ser aplicado de forma eficaz no processo de ensino e aprendizagem (Tripp, 2005).

3.2. Percurso metodológico

A temática de biologia escolhida para ser trabalhada foi sobre parasitologia humana, e os conteúdos abordados nas aulas foram: Protozoários, vermes achatados e vermes cilíndricos (Filo Protozoa, Filo Platyhelminthes e Filo Nematoda).

O estudo foi dividido em duas etapas: 1ª Foram realizadas duas aulas expositivas e dialogadas em cada turma (A e B) sobre os conteúdos escolhidos, sendo que ao final da segunda aula, foi aplicada uma atividade de fixação com 10 perguntas dissertativas (Em anexo), sobre o assunto abordado nas aulas.

Através da vivência na aula expositiva foi possível refletir sobre as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Isso foi feito através de comentários em sala, tais como: “aula chata”, “aula monótoma”, “aula sem graça”, dentre outros.

2ª A partir desta reflexão feita em parceria com a professora responsável pela turma, foram propostas após uma semana, mais duas aulas abordando os mesmos conteúdos sobre parasitologia humana, que envolveram o uso das seguintes paródias em sala de aula:

1. Paródia musical (Autor: Sérgio Almeida; Título: giardíase que me arrasa; Música: Michel Teló)

Nossa, nossa
Giardíase que me arrasa
Aí não te quero
Ai, aí não te quero

Cistos e trofozoítos
Colite é o que causa
Aí não te quero
Aí, aí não te quero.

Fui num churrasco lá na baixada
Todo mundo chegou lá para brincar
E na hora da janta menina
Contaminaram os alimentos e a água

Nossa, nossa
Colite que me arrasa
Aí não te quero
Aí, aí não te quero

Tomar o tinidazol
E metronidazol
Aí não te quero
Aí, aí não te quero em.

Importante lavar as mãos antes para não contaminar os amiguinhos.

2. Paródia: platelmintos – na versão pelados em santos mamonas assassinas. Link de acesso (https://youtu.be/QczlQFn6L9w?si=n75-JvW1O55Ax4gL)

Play seu corpinho achatado, tu é acelomado, tuas células flamas fazem a excreção, teu sistema nervoso é centralizado e o digestório muito ramificado, teus músculos desenvolvidos me deixaram doentão e a respiração é por difusão, Platy is very ruim, Platy vai te pegar, clace vestida tem às tênias, Platy vai te pegar, solium e a saginata, Platy vai te pegar trematoda é parasita, barriga d’Água, barrica fica inchada, very, very grande, você me deixa doentão, meu platyhelminto.

3. Paródia Nematelmintos (Link para acesso: https://youtu.be/WnAhe-TTTpI?si=WXPS8P-T86yVohNs)

Nematelmintos (uh, uh, uh)
Tem simetria bilateral
(Ah ah ah)
Com corpo alongado (Uh, uh uh)
Podem parasitar
Ah ah ah

Nematelmintos (uh uh uh)
São vermes cilíndricos
Triblásticos pseudocelomados (uh uh uh)
Ascaris lumbricoides ancilostoma
Enterióbio vermiculares
Oxyurus, também vermicular
É melhor sanear

-No intestino eu vou chegar
Na corrente sanguínea eu vou navegar
E no final eu parasitar
Várias doenças eu irei causar

Para a apresentação das paródias foram utilizados uma caixa de som acoplada a um smartfone, e as letras de cada paródia foram escritas manualmente em quadro branco com uso de pincel.

Após a realização das aulas com paródias, foi aplicada uma segunda atividade dee 10 questões dissertativas, sendo diferente da primeira atividade que foi aplicada após as aulas somente expositivas.

4.3 Instrumentos de coleta de dados

Os dados para este relato de experiência foram coletados das seguintes formas: Observação Participante: Ao longo do estágio, o estagiário atuou como observador participante, registrando o comportamento e as reações dos alunos perante às aulas propostas. As observações foram focadas no nível de engajamento, participação e interesse demonstrado pelos acadêmicos durante as aulas.

As anotações foram inseridas no diário de bordo do estágio. O diário de bordo permite ao educador ou pesquisador realizar uma análise qualitativa das atividades e interações, registrando não apenas o que ocorreu, mas também como os envolvidos reagiram e refletiram sobre as situações. Ao longo desse processo, o diário se torna um espaço de construção e reconstrução de ideias, onde se podem identificar avanços, desafios e necessidades de melhoria, contribuindo para uma visão mais completa e humanizada do desenvolvimento educacional (Esteban, 2017).

4.4 Análise dos dados

Os dados coletados foram analisados qualitativamente, com foco na interpretação das reações e comportamentos dos alunos. A análise de conteúdo foi utilizada para identificar padrões de engajamento e participação ao longo das atividades (Bardin, 2016). Foram consideradas as seguintes dimensões:

  • Nível de Engajamento: Avaliação do grau de interesse demonstrado pelos alunos durante as diferentes aulas propostas.
  • Desempenho Acadêmico: Comparação dos resultados das atividades de parasitologia, antes e após o uso de paródias.
  • Feedback dos Alunos: Análise das percepções dos estudantes em relação às aulas, considerando os relatos sobre o que foi mais ou menos interessante e útil no processo de aprendizado.

Ao final das aulas com paródias, foram realizadas reflexões e análises, baseadas nas observações feitas, comparando criticamente com métodos teóricos de ensino utilizados anteriormente, sem o uso de paródias.

4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Reflexão sobre as aulas expositivas e dialogadas

Ao analisar o comportamento dos alunos perante as aulas expositivas e dialogadas, foi possível perceber o baixo entusiasmo pela maior parte. Muitos estavam dispersos e sem prestar atenção no assunto que estava sendo explicado. Mesmo após instigar os alunos com perguntas iniciais, tais como: O que estuda a Parasitologia? Qual sua importância na saúde humana? Vocês conhecem algum parasita?, e muitos não tentaram responder.

O baixo rendimento obtido nas aulas expositivas e dialogadas pode ser constatado pelo desempenho dos mesmos, na atividade de fixação que foi aplicada, onde em todas as turmas trabalhadas, poucos conseguiram atingir um percentual de 60% ou mais nas respostas das questões. Esse resultado demonstra a necessidade de diversificação nas metodologias de aprendizagem. Pois, de maneira geral, a aprendizagem engloba a aquisição de conhecimentos, habilidades, crescimento intelectual ou físico, sendo fundamental para a educação e as instituições escolares. Contudo, as escolas enfrentam a entrada de alunos com níveis de conhecimento distintos, e a aprendizagem não ocorre de forma uniforme, tanto temporalmente quanto entre os indivíduos. Essa variabilidade pode ser influenciada pelas características dos alunos, bem como pela estrutura escolar e pelas práticas pedagógicas (Alves e Soares, 2007).

Dessa maneira, percebeu-se, que apesar dos alunos já terem estudado previamente os temas, houve pouco domínio de assuntos básicos relacionados a parasitologia humana.

4.2 Reflexão sobre as aulas com paródias

As aulas com paródias, foram recebidas com muito entusiasmo e satisfação, demonstrando um bom aceite pela maioria dos alunos. Houve uma interação direta no processo de ensino-aprendizagem, onde os alunos conseguiram participar ativamente da construção do seu próprio aprendizado, ao escutar, repetir e fixar os conteúdos abordados por meio das paródias.

Essa imersão por meio de paródias, não só despertou o apreço pelas temáticas de parasitologia, mas também incentivou discussões animadas entre os alunos, ampliando ainda mais a compreensão coletiva. Isso demonstra que uma boa motivação pelos conhecimentos científicos surge ao buscar respostas que proporcionem a satisfação pessoal de compreender o assunto, impulsionando o anseio de aprendizado como um meio para construir um conhecimento coletivo e duradouro (Corte; Saraiva; Perin, 2018).

Esse feedback positivo, pôde ser constatado pelos resultados que as turmas obtiveram na segunda atividade aplicada após o uso das paródias, onde em todas as turmas, o resultado médio foi superior a 60%.

Apesar dos resultados positivos das aulas com uso de paródias, é importante destacar, que as aulas expositivas ministradas antes, certamente contribuíram para que os alunos tivessem um contato prévio com os assuntos, servindo de base para os momentos de maior interação e aprendizado, durante as aulas com paródias. Nesse sentido, é primordial que o professor seja criativo na sua apresentação e na introdução do tema, de modo a instigar e inspirar os alunos. Afinal, aprendemos com aquilo que nos motiva, que nos emociona, e essa primeira parte é de extrema importância, pois estará introduzindo o tema aos alunos e cativando neles o anseio de participar.

O uso de paródias em sala de aula deve ser planejado de forma cuidadosa e organizada. Não é interessante que seja feito subitamente, ou aplicado de qualquer forma, isso pode desmotivar os alunos porque eles certamente percebem quando aula é previamente planejada, quando o conteúdo foi pensado, quanto tempo o professor empregou na elaboração da atividade.

O uso de metodologias lúdicas em sala de aula, possibilita aos envolvidos a criação de um espaço de criação do conhecimento vivencial e constituído com o grupo ou individualmente. Dessa maneira, é possível destacar a eficácia de recursos didáticos lúdicos associados, a recursos artísticos como o uso de paródias adaptados aos conteúdos programáticos trabalhados no ambiente escolar, incluindo os de biologia Segundo (Pinto e Tavares, 2010, p.232).

Com base neste viés e nos resultados obtidos, fica evidente como as atividades lúdicas, destacando no presente trabalho o uso de paródias, influenciam no processo de desenvolvimento socioeducativo, possibilitando o professor de prender a atenção dos alunos, que por sua vez são estimulados a interagir com o que lhes está sendo repassado em sala de aula, proporcionando uma análise reflexiva do que lhe é apresentado, tornando-os cada vez mais críticos no processo de ensino-aprendizagem (Snyders, 1992. p.14).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar que as turmas demonstraram uma notável expressão de satisfação e entusiasmo com oportunidade de vivenciar assuntos relacionados a parasitologia, através de meio lúdico com o uso de paródias. Pois as paródias não só apenas aumentaram o interesse dos alunos, mas também proporcionaram uma compreensão mais profunda dos temas abordados em sala de aula.

Fica evidente por meio do presente trabalho, o quão importante é diversificar os métodos de ensino utilizados em sala de aula. Nesse sentido, o uso de paródias como estratégia de aprendizagem em Biologia, especificamente no ensino de parasitologia é relevante como mecanismo de promoção do conhecimento.

Nesta perspectiva, a importância do uso de paródias como estratégias de ensino de conceitos básicos dentro da disciplina de biologia no terceiro ano do Ensino Médio, propicia um aprendizado significativo, divertido e interativo, auxiliando os alunos para uma formação mais crítica e reflexiva.

REFERÊNCIAS

ALVES, M. T. G. SOARES, J. F. Efeito-escola e estratificação escolar: o impacto da composição de turmas por nível de habilidade dos alunos. Educação em Revista, v. 45, p.25-58, 2007.

ANDRÉ, J. P.; FERNANDES, K. G.; COSTA, G.M.; ANDRÉ, J. A; SENRA, R. E. F. O uso de paródias como alternativa no ensino de Ciências: Poríferos e Cnidários. In: III

CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2016, NATAL, RN. ANAIS III CONEDU, 2016. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV056_MD4_SA18_ID5933_13082016182938.pdf>. Acesso em 11 dezembro de 2024.

ARAÚJO, Débora Cristina;  MOTTA, Alexandre Negreiros;  LIMA, Renato Abreu. O uso da música como auxílio no processo de aprendizagem: um recurso pedagógico. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, v. 4, n. 1, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/1161. Acesso em 26 de dezembro de 2024.

BARROS, M. D. M.; ZANELLA, P. G.; JORGE, T. C. A. A música pode ser uma estratégia para o ensino de ciências naturais? Analisando concepções de professores da educação básica. Revista Ensaio, Belo Horizonte, MG, v. 15, n. 01, p. 81-94, jan./abr. 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Básica. Brasília: MEC, 2010.

CABRERA, Waldirléia Baragatti. A ludicidade para o ensino médio na disciplina de biologia: contibuições ao processo de aprendizagem em conformidade com os pressupostos teóricos da aprendizagem significativa. 2024. Disponivel em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UEL_022555b8b41a3c1f33cb8137f559b7b1. Acesso em 26 de dezembro de 2024.

CASAGRANDE, G. L. Genética Humana no Livro Didático de Biologia. 2006. 121f. Dissertação (Mestrado em Educação Científica e Tecnológica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2006. Disponível em: www.ppgect.ufsc.br/dis/36/dissert.pdf. Acesso em10 de dezembro 2024.

CATÃO, V. M. Música e escola: um estudo sócio-histórico sobre musicalização. Revista UNIABEU, v. 3, n. 5, p. 114-127, 2010.

CORREIA, Marcos Antonio. A função didático-pedagógica da linguagem musical: uma possibilidade na educação. Educar em Revista, n. 36, p. 127-145, 2010.

CORTE, V. B. SARAIVA, F. G. PERIN, I. T de, A. L. Modelos didáticos como estratégia investigativas e colaborativa para o ensino de botânica. Revista Pedagógica, v.20, n.44, 2018.

DA SILVA, Êndrio Uislei Fernandes; VIRGÍLIO, Lucena Rocha; DE FARIAS, Josileide Duarte. A paródia como método didático para o ensino em biologia. Brazilian Journal of Development, v. 10, n. 12, p. e75562-e75562, 2024.

ESTEBAN, M. P. S. Pesquisa Qualitativa em Educação: fundamentos e tradições. Porto Alegre: AMGH, 2017.

GODOI, Luis Rodrigo. A importância da música na educação infantil. 2011. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.

HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss Conciso. 1. ed., Rio de Janeiro: Editora Moderna, 2011.

JUNIOR, Wilmo Ernesto Francisco;  LAUTHARTE, Leidiane Caroline. Música em aulas de Química: uma proposta para a avaliação e a problematização de conceitos. Ciência em tela, v. 5, n. 1, 2012.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. Edições Loyola, 1985. P. 20.

MARTINS, N. B.; SCHUTZ, M. D.; RIGO, M.; TROIAN, A.; RANGEL, E. F. M. A utilização da música como prática de ensino nos livros didáticos. Vivências: revista Eletrônica de Extensão da URI. V. 5, n. 8, p. 77-83, 2009.

Ministério da Educação. Governo Federal. Base Nacional Curricular Comum: BNCC. Brasília: MEC, 2018. Disponível em; http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/BNCC-APRESENTACAO.pdf.

Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). PCN+ Ensino Médio: Orientações complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002.

NEVES, DAVI PEREIRA ET. AL. Parasitologia Humana. 13a Ed. – São Paulo, Editora Atheneu, 2016.

NICOLA, Jéssica Anese; PANIZ, Catiane Mazocco. A importância da utilização de diferentes recursos didáticos no Ensino de Ciências e Biologia. InFor, v. 2, n. 1, p. 355-381, 2016. Disponível em https://ojs2.ead.unesp.br/index.php/cdep3/article/view/InFor2120167/pdf. Acesso em 15 de novembro de 2024.

OLIVEIRA, Rocha e Francisco, 2008; SILVA, Jean Paulino da.  O uso da música no ensino de ciências e biologia – Vitória de Santo Antão, P. 14-15. 2021. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5023. Acesso em 28 de dezembro de 2024.

PINTO, C. L. TAVARES, H. M. O Lúdico na Aprendizagem: Aprender a Aprender. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 226-235, 2010.

PYE Cory C. Chemistry and song: a novel way to educate and entertain. Journal of Chemical Education. Vol. 81, N. 04, p. 507 – 508. 2004. Disponível em: https://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ed081p507. Acesso em 02 de dezembro 2024.

SILVA; Jean Paulino da.  O uso da música no ensino de ciências e biologia. Vitória de Santo Antão, P. 11. 2021. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5023. Acesso em 26 de dezembro de 2024.

SILVA, Illana Correia. Ocorrência da esquistossomose mansônica em cidades da Paraíba assistidas pelo programa de controle da esquistossomose. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016. Disponível: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/11709/1/PDF%20-%20Illana%20Correia%20da%20Silva.pdf. Acesso em 10 de dezembro de 2024.

SILVA, C. A.; MELICIANO, V. Simplificando o ensino de genética para os alunos de 1° ano do ensino médio de uma escola pública do Amazonas. Revista Iniciação e Formação Docente. Amazonas, v. 1, n. 1 p. 1-18, abr./out. 2014. Disponível em: http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/revistagepadle. Acesso em 20 setembro 2024.

SILVEIRA, M. P.; KIOURANIS, N. M. M. A música e o ensino de química. Química nova na escola, n. 28, p. 28-31, 2008.

SNYDERS, Georges; DO AMARAL FERREIRA, Maria José; FUSARI, Maria Felisminda de Resende E. A escola pode ensinar as alegrias da música?. Cortez, 1992.

TORRES, Alexandre Lourenço. Integrando música e química: uma proposta pedagógica alternativa de aprendizagem significativa. 2017. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4771. Acesso em 28 de novembro 2024.

TREZZA, Maria Cristina Soares Figueiredo; SANTOS, Regina Maria dos Santos;  SANTOS, Jirliane Martins dos. Trabalhando educação popular em Saúde com a arte constrída no cotidiano da enfermagem: um relato de experiência. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Abri-Jun. 16(2): 326-334. 2007. disponível em https://www.scielo.br/j/tce/a/QhrnN4Ndc9XGyHtYQfHPK3J/. Acesso em 04 de dezembro de 2024.

TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.

UNGLAUB & CUBAS, 2011, p. 75-83; SILVA, Kamila Castelo Branco da et al. Revisão integrativa sobre o uso de metodologias ativas em aulas de biologia no ensino médio. 2020. P, 13. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/726. Acesso em 30 outubro de 2024.


¹Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, Campus Laranjal do Jari. E-mail: almeidamusic32@gmail.com
²Docente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, Campus Laranjal do Jari. E-mail: samuel.andrade@ifap.edu.br