REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th1024122723121
Leila Bastos Medeiros
Orientador: Prof. André Guirland Vieira
Resumo
A sociedade contemporânea é tentada e desafiada diariamente, de forma ininterrupta, a interagir nas mídias sociais, seja através dos celulares, seja através dos computadores. E, nesse contexto de uma vida paralela envolta por tecnologias, este trabalho tem por objetivo apresentar os mais variados conceitos de Nomofobia, abordando a responsabilidade dos pais quanto ao acesso às tecnologias, monitorando seus acessos quando diz respeito a crianças e adolescentes. Entendese que é importante considerar a adolescência como uma fase do desenvolvimento humano pautada na formação psicológica, emocional e fisiológica, bem como a constituição do Self. O objetivo deste trabalho é conceituar Nomofobia, compreender suas origens, bem como elencar os sintomas dela decorrentes e o papel da psicologia nesse cenário que tanto vem afetando a saúde mental, independentemente da idade, bem como o sistema capitalista influencia o consumismo através das mídias sociais, com a presença contínua de produtos e propaganda. Ironicamente, as redes sociais têm sido as causadoras do isolamento social onde os adolescentes tornaram-se alvos fáceis no uso excessivo e viciante das tecnologias sociais afetando sua autoestima e comportamento diante do que é considerado socialmente aceito e valorizado como padrão de beleza e estética, a condição socioeconômica demonstrada nas postagens diárias, sites perigosos que influenciam nossos adolescentes de forma autodestrutiva, levando muitos à automutilação e, até mesmo, ao suicídio. Como forma de abordagem psicoterapêutica para a nomofobia, indica-se a terapia familiar sistêmica.
Palavras-chave: nomofobia, adolescentes, tecnologias.
Introdução
Revolução Industrial representou à sociedade um divisor de águas no seu viver. Sua evolução trouxe inúmeras vantagens inovadoras envolvendo meios de produção em todas as áreas, tudo compatível com o advento do capitalismo e, posteriormente, do neoliberalismo, que passaram a gerir nossas vidas. Contudo, nesta nova era, constatamos que o crescente desenvolvimento tecnológico voltou-se às áreas da comunicação, agregando ao cotidiano os telefones celulares, computadores e redes sociais, personagens das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Quando o telefone surgiu, dávamos manivela e fazíamos contato com uma central para completarmos uma ligação. Mais tarde, numa melhor performance, chega o telefone fixo permitindo uma comunicação limpa, eficiente e de qualidade, ou, até mesmo, facilitador de visitas. A comunicação ultrapassa seus limites geográficos, culturais: conexão com o Mundo. Hoje, carregamos telefones nas bolsas e bolsos, fato que, para muitos, tornou-se uma extensão de si: sem celular representa o caos, a invisibilidade social não somente pelo status, mas pela necessidade de conexão em rede. O avanço das TICs é desafiador: toma nosso tempo, exige nossa dedicação em estarmos disponíveis à conexão e aos seus progressos; é necessário que fiquemos atentos ao uso excessivo das TICs, pois não se configuram somente como “meios de comunicação”. E, com base na utilização das TCIs, emergiu a curiosidade quanto à crescente dependência de uso de celulares, computadores e redes sociais, a qual já é considerada pela Organização Mundial da Saúde uma adição, denominada Monofobia (medo de ficar off-line, medo de ficar sem celular), interferindo no comportamento humano mediante sintomas como ansiedade, depressão e estresse. Essa dependência tecnológica incorporouse a nossa realidade, fortalecendo-se a cada dia, invadindo nossas vidas. O objetivo desta pesquisa, a partir de revisão bibliográfica, é elencar os sintomas, as causas da dependência, seu impacto no comportamento humano, bem como quais fatores podem ser considerados intensificadores da interação tecnológica e, quais recursos psicoterapêuticos podem ser utilizados com o intuito de tratar a dependência (BARROS; ROLDÃO, 2017).
A presente pesquisa está delineada como uma revisão narrativa da literatura. Foram pesquisados artigos nas bases de dados (plataforma Scielo, revistas científicas e livros). Os textos utilizados foram selecionados a partir de um critério de pertinência com o tema estudado e com os objetivos do trabalho.
A Influência Da Revolução Industrial No Comportamento Da Humanidade A Partir Do Surgimento Ds Tecnologias De Comunicação
Revolução Industrial trouxe novas perspectivas no fazer produtivo transformando o setor terciário no núcleo do sistema econômico. As relações de trabalho estabelecem forma e força, dando lugar às estruturas de classe, exigindo do homem agregar mais conhecimento a sua área de atuação, inteligência e uma comunicação mais eficaz e rápida. Não tratou-se, somente, de uma mudança no pensar de uma nova sociedade, cuja maior arma foi resultado das evoluções e descobertas da Revolução Industrial, ou seja, as formas de comunicação, internas e externas, de quaisquer tipos de empresas emergentes sentiram-se convocadas às mudanças frente ao capitalismo, cujo meio de produção se expande. Segundo Masi (2000):
“A transição foi caracterizada pela passagem de uma sociedade na qual o setor econômico dominante era secundário (trabalho, indústria, agricultura), cujo modelo de vida era focado nas instalações industriais e fábricas, para a valorização de produtos e serviços do setor terciário (transporte, saúde, instituições de pesquisa, cultura e lazer). Nesse cenário, emergiram novas estruturas de classe e instituições básicas, como se observou com as grandes empresas e instituições de comunicação que outrora se valiam de meios de produção e matéria-prima; passou-se a valorizar os recursos da inteligência, informação e conhecimento. Estes sinais de mutação demarcaram o esgotamento da sociedade industrial e a emergência da sociedade pós-industrial”. (p.24)
Masi (2000) avalia a influência dos novos recursos tecnológicos na sociedade que, aos poucos, tornou-se mais exigente. Com isso, surgem novos produtos, cada vez mais, para suprir novas necessidades ou vaidades de consumo. Contudo, junto a essas necessidades de consumo, agregadas, paulatinamente, a forma de comunicação ganha um lugar de destaque, afetando não somente as empresas, mas, também nossa vida social, uma vez que tecnologias surgem e nossas interrelações também se transformam. Conforme Maziero e Oliveira (2023):
“Informam que a partir do momento em que os telefones celulares começaram a agrupar recursos de computadores – transformando-se em telefones inteligentes (smartphones) -, sua função principal, a comunicação por voz, passou a ser menos utilizada, tornando os comportamentos desadaptativos associados ao aparelho mais frequentes, o que levou ao conceito de ‘nomofobia’.” (p.9)
Maziero e Oliveira (2023) colocam em pauta que os recursos tecnológicos implantados nos smartphones descaracterizaram a função dos celulares quanto ao objetivo que era a ligação de voz. Está em jogo, agora, a comunicação, caminhando lado a lado com a velocidade da informação e da transformação tecnológica. O uso de tecnologias sai do ambiente de trabalho e se integra à vida pessoal, íntima e privada da sociedade como um todo. As TCIs passam a ocupar outros ambientes trazendo mais agilidade as nossas vidas. Entre tantas inovações, surgem os telefones celulares e o uso de computadores domésticos. Ganham espaço por seus atrativos como redes sociais, telefones com câmera fotográfica, mensagens de voz. Nossos computadores já permitem acessarmos o wattsapp e nossos celulares possuem, praticamente, todos os recursos disponíveis nos computadores. Todavia, nossos valores, pensamentos e comportamentos iniciaram transformações. Munidos de tais recursos tecnológicos transformaram-os em um bem de “utilidade pública”.
O manuseio simples dos celulares, no sentido da possibilidade de mantê-los a nossa vista ou nos nossos bolsos levou muitos a alterarem seus comportamentos sociais diante de tamanha dependência de seu uso. Nasce a Nomofobia. E, para dar um segmento à definição de Nomofobia, King & Nardi (2014, p.14), a traduzem como “O desconforto ou angústia causados pelo medo de ficar incomunicável ou pela impossibilidade de comunicação por intermédio do telefone celular, computador ou internet (ficar off-line)”. A tecnologia é invenção do homem e, como dois e dois são quatro, foi através de seu conhecimento e aperfeiçoamento que ela surgiu. Contudo, a Nomofobia ultrapassou os limites e, como se ganhasse vida, passou a interferir/agir no comportamento de seu criador (KING; NARDI, 2014). Acreditamos que a dependência do uso de celulares e computadores na participação de redes sociais já seja um sintoma de saúde mental adoecida. Fomos criados para viver e conviver em sociedade, com interação humana real, efetiva e afetiva; é essa troca, através do contato social e presencial que criamos e fortalecemos laços. Pierre Lévy (1999), explica e justifica os termos utilizados conforme segue:
“Como uso diversas vezes os termos “ciberespaço” e “cibercultura”, parece-me adequado defini-los brevemente aqui. O ciberespaço (que também chamarei de “rede”) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.” (p.15-16)
Se a capacidade de comunicação expandiu-se com relação aos recursos iminentes nos proporcionando contato com o outro lado do mundo e, isso é realmente fantástico, ao mesmo tempo, nos colocou cada um no seu ciberespaço. Cada um conectado à rede, seja no trabalho ou em casa, com sua cibercultura que representa seu universo e de técnicas materiais e intelectuais (PIERRE LÈVI, 1999). Segundo Lévy (1999, p.21), “O desenvolvimento das cibertecnologias é encorajada pelos Estados que perseguem a potência, em geral, e a supremacia militar em particular”, ou seja, os grandes oligopólios vivem a intensa disputa, através de suas criações, no sistema capitalista e globalizado, explorando, cada vez mais, a saúde mental da sociedade que não concebem a dimensão do domínio tecnológico. Nenhum sistema econômico colocará, em primeiro lugar, o bem-estar dos governados através de atos de benevolência. Essa relação não é uma via de mão dupla (LÈVI,1999).
3 Conceitos De Nomofobia
Conforme King (2008, p. 29) “A palavra surgiu na Inglaterra, a partir da expressão no mobile phobi, que significa fobia de ficar sem telefone celular”. A Nomofobia atinge todas as idades manifestando-se com sintomas bem agressivos, os quais interferem na produtividade dos indivíduos, afetando seu estado emocional, cognitivo, relacional, psicológico e físico. A identificação com os sintomas de adição de substâncias alucinógenas nos mostram o quanto nossos jovens estão vulneráveis e seus comportamentos os encaminham ao isolamento familiar não manifestando seu sofrimento. O que a situação nos mostra é a desconexão humana, familiar; é o deixar acontecer, minimizando o poder que a tecnologia exerce sobre a sociedade. A Nomofobia também pode causar sintomas físicos como taquicardia, sudorese, tremores, alteração na pressão arterial, manifestações que podem ocorrer com um dependente químico.
Esse novo transtorno pode ser tratado, apesar de já estar sendo considerado o novo mal do milênio e ser uma questão de saúde pública. Acreditamos que muitos jovens ainda não perceberam sobre o mal a que estão submetidos e, por desconhecimento, acabem por prejudicar seu sono, sua alimentação. A qualidade de sono irregular causa cansaço, desânimo, irritabilidade, tristeza, irritabilidade, e depressão. Nossa saúde mental é fundamental. Ela nos organiza, nos orienta. Por isso, é importante conversar com os filhos adolescentes e questioná-los sobre como estão se sentindo, se passam por algum problema acadêmico, por que andam tristes e retraídos (KING et al, 2008).
Segundo Bragazzi e Puente (2014, p. 75), “a nomofobia é um medo patológico de permanecer sem contato com a tecnologia.” Nossos jovens são os mais afetados por ela. O medo da exclusão digital, de tornarem-se invisíveis é o combustível suficiente para permanecerem conectados às redes sociais. Estão atravessando uma fase de desenvolvimento conflituoso na qual são cobrados quanto às decisões de seus futuros, mas não têm autonomia, independência. A adolescência requer atenção especial, pois, por si só é geradora de ansiedade diante de tantas transformações, dúvidas e aceitação de seus pares, necessitando de assistência, presença, envolvendo diálogo, limites e responsabilidades. Os pais, em sua maioria, permitem que seus filhos permaneçam horas a fio na companhia do celular, muitas vezes, isolados em seus quartos; os pais, normalmente, acreditam que seus filhos estão imunes ao perigo. A segurança é tão presente para os pais até o momento que seu filho(a), comete suicídio por auto sufocamento porque a rede social ensinou. A alteração da rotina familiar precisa ser revista. A impulsividade é parte da adolescência e, quando eles se sentem sós, a tendência é elevar-se (BRAGAZZI; PUENTE, 2014). De acordo com Oliveira (2017):
“A dependência patológica do uso do celular, de acordo com os pesquisadores, pode ser comparada ao comportamento de uma pessoa viciada em drogas, causando uma conduta compulsiva e perda de controle.” (p.635)
A ausência de controle da impulsividade no uso do celular é a chave da questão. Os sintomas fisiológicos desencadeados vêm numa sequência de ansiedade, desconforto, interferindo na forma de interação social. Deve-se levar em conta a questão do tipo de atividade laboral desempenhada, pois determinados cargos organizacionais têm como ferramenta de trabalho o celular, o qual, devido à constância de uso, pode favorecer a nomofobia, aflorando sintomas, mexendo com a autoestima, gerando isolamento social, indicativos de comportamento disfuncional (OLIVEIRA , 2017) Rich (2021), alerta que:
“Faz-se necessário apontar que existe na literatura indicações que o uso excessivo das tecnologias seria um agente influenciador no processo de remodelação dos circuitos cerebrais, levando a possíveis consequências negativas a longo prazo, sendo esses efeitos evidentes em todas as faixas etárias.” (p.169)
É uma constatação preocupante. No que diz respeito às crianças, vemos que a continuidade do uso de tecnologias em excesso interfere em seu desenvolvimento. Criança tem de ser criança: brincar, correr, pular, acessar literatura compatível a sua idade. O isolamento vivenciado, prejudicará a convivência com seus pares. É importante salientar a necessidade de uma seleção de conteúdo. Utilizar as tecnologias para estudos, aprendizados, crescimento cultural é, obviamente, recomendado, mas deixar livre, sem supervisão, orientação é corroborar com a interrupção ou desaceleração do mecanismo cognitivo, afetando a dinâmica psíquica da criança. A fase de desenvolvimento infantil deve ser vivenciada em todas as etapas. O isolamento diante da ausência de relacionamentos sociais pode transformá-la em adultos com deficiências inter-relacionais, ou até mesmo, embotamento afetivo. Conviver socialmente nos ensina a conhecer o outro, a respeitar, a dividir, a construir relações tanto de amizade, profissional e afetiva. Gostaríamos também de agregar que crianças e adolescentes são indivíduos em formação do self e isso implica em aceitar-se, que lugar ele ocupa, como ele vê o mundo e como ele é visto. Nosso self nos define a partir das experiências vividas e como reagimos diante delas (RICH, 2021).
Para Maziero e Oliveira (2016), a difusão cada vez maior de tecnologias informatizadas na sociedade, em particular do smartphone, tem levado ao aparecimento de mudanças significativas nos costumes, hábitos, relações sociais e pessoais, comportamentos e emoções resultantes dessa interatividade. A constituição da estrutura familiar e sua rotina sofreram grandes transformações onde temos mães e pais solo influenciando na sua dinâmica. Os pais se ausentam devido as suas carreiras e empregos e, lamentavelmente, ficam com pouco tempo para assistirem seus filhos. Presentes em datas festivas passam a resumirem-se em tablets, computadores e celulares de última geração. A adolescência é uma fase do desenvolvimento onde dúvidas, anseios, inseguranças e cobranças são acentuados, somando-se a esses fatores, os conflitos internos. A ausência dos pais no desempenho de seus papéis torna o adolescente mais recluso, solitário, impulsivo. A partir disso, muitos deles, recorrem às mídias sociais com o objetivo de se conectarem com seus pares. Contudo, nem sempre é só isso que acontece. Há muitos perfis falsos e nem sempre se comunicam somente com seus amigos. Nelas encontram-se postagens que incitam ódio, violência tanto física como psicológica. Assistimos quase que diariamente, colegas de escola praticando bullying, surrando alguém (atualmente, professores viraram alvo) por motivos banais. Há também de se constatar a competição nas redes sociais que levam os adolescente a se julgarem inadequados quanto a sua autoimagem diante de tantas publicações de padrões de beleza, de status social e financeiro. Com isso, muitos passam a apresentar questões de autoestima – quem já as possuía, as terá intensificado – e, solidão podendo desencadear pensamentos de ideação suicida. Esses desajustes estão vinculados a influência negativa das tecnologias que transformam comportamentos, emanam emoções, interferindo na constituição do sujeito, pois não há, em grande parte das famílias, a supervisão dos acessos de seus filhos à internet (MAZIERO; OLIVEIRA, 2016).
Moraes (2022, p.8), diz que “A retórica da globalização intenta incutir a convicção de que a fonte primeira de expressão cultural se mede pelo nível de consumo dos indivíduos e coletividades”. A globalização nos ilude, quando, na verdade, regula nossas vidas direcionando nossas demandas, juntamente como capitalismo. Somos receptores de uma avassaladora oferta de consumo através das mídias capitalistas que mascara as desigualdades e exclusões. O que acontece na globalização é um condicionamento humano coletivo, intrusivo e alienador. O princípio neoliberal é não intervir no mercado econômico o que justifica as privatizações frequentes dos órgãos públicos, o crescimento do poder dos governos e das desigualdades sustentadas pela presença contínua do assistencialismo, como, por exemplo, bolsa família, auxílio viajem para idosos, doação de absorventes, etc.
(MORAES, 2022).
- As Families Diante Da Nomofobia
Caplan (2002), afirmou “que tanto a dependência química como as dependências comportamentais originam dependência psicológica, e que as dependências tecnológicas eram um tipo de dependência comportamental”. A maioria dos adolescentes transformaram seus smartphones em substitutos da rede familiar e levando-os a todos os lugares. Se formos observar, e quem tem filhos adolescentes sabem que, ultimamente, uma das coisas mais raras no contexto familiar é conseguir de um adolescente, o contato visual, manter um diálogo, enfim, dar e receber atenção. Tornou-se hábito nesta etapa de desenvolvimento, ficar fixado na tela do celular, estando ou não fazendo uso dele. Verificando a cada minuto se recebeu alguma nova mensagem, vídeo, ou seja, qualquer sinal de comunicação. Isso não se enquadra em todas as famílias, pois em muitas, pois têm pais que estabelecem critérios para uso das telas. Alguns, inspecionam os celulares dos filhos adolescentes para se certificarem que sites estão acessando e, assim, se tranquilizarem, uma vez que a veiculação das redes sociais está cada vez mais abrangente contemplando sites perigosos de pedofilia, roubo de imagens, simulação de voz, invasão de perfis com apropriação de fotos. Mas, estes tipos de pais são minoria. A grande maioria não tem ideia sobre o que seus filhos veem, seja nas redes sociais, seja em outros sites, muitas vezes inadequados, com conteúdo que podem inferir no comportamento, formação e emoções dos adolescentes (CAPLAN, 2002). Como exemplo, acessamos estudo cujo objetivo era saber o que os pais dizem sobre o uso de internet por parte dos filhos adolescentes. No estudo, 10 mães e 01 pai participaram. O questionário era composto por 5 perguntas: filho (a) tem celular; profissão do participante; principais atividades dos filhos na internet; quantidade de horas dos filhos na internet por dia e, ferramenta de controle de internet por parte dos pais. Somente 01 adolescente não tem celular; dos genitores, apenas 02 mães não trabalham; as atividades na internet envolvem Youtube, Netflix, WattsApp, Instagram, Tik Tok, App de desenho e App de jogos. Somente 01 indicou o App da escola. Sobre a quantidade de horas online, apenas 01 mãe respondeu (5 horas). Existência de ferramenta de controle de internet por parte dos pais (05 aplicam). Nota-se que na atualidade, mesmo nas famílias cujas mães permanecem em casa, não há uma vigilância quanto à permanência dos adolescentes online e a maioria não aplica ferramentas de controle para uso da internet (GRIZÓLIO; COMIN, 2023).
Segundo Fialho e Souza (2019, p. 5), “Percebe-se que os pais não têm, muitas vezes, o mínimo conhecimento sobre o que seus filhos acessam on line”. Todavia, tratando-se de adolescentes, os pais devem ter cautela na forma de manejar essa situação. Os pais não devem ser totalmente contrários ao uso das tecnologias, pois nessa fase de desenvolvimento há uma necessidade de ultrapassar limites com o intuito de descobrir seus próprios limites para desafios.
É uma prerrogativa dos pais entenderem o comportamento dos filhos adolescentes, até, porquê, todos nós passamos por esta fase. Em muitos casos, os pais adotam uma postura restritiva na qual a probabilidade de afastamento dos filhos torna-se bem presente, devido à impulsividade e querer correr riscos e, dessa forma ele aumentam o tempo online. Existem alternativas mais assertivas, pois cada família tem sua dinâmica de funcionamento conforme papel desempenhado pelos genitores ou figuras parentais. Quando os pais oferecem uma estrutura familiar saudável, tratando os filhos com respeito e cultivando o diálogo, transmitindo ensinamentos e informações, maior será a probabilidade desse filho adolescente tornar-se consciente do uso das tecnologias e de sua finalidade, bem como conhecimento dos danos causados pelo vício nas mesmas. Essa relação, onde há o foco na comunicação como forma de conscientização denomina-se mediação ativa. Neste contexto vamos encontrar três díades que especificam o comportamento dos pais com relação aos filhos, cujos objetivos são aprimorar a relação, identificandose com os mesmos como estratégia de demonstrar cuidado e trabalhar a confiança nos adolescentes. A díade da observação contempla a participação no interesse dos conteúdos que o filho demonstra nas redes sociais (interagem com os mesmos). A díade da atividade conjunta, na qual trocam conhecimentos entre si e, a díade primária, considerada a mais importante, pois o adolescente internaliza os valores recebidos pelos pais, não necessitando de vigilância (FIALHO; SOUZA, 2019).
A partir da implementação da mediação ativa, a internet pode contribuir como formadora de opinião, pois os adolescentes sentem-se seguros, respeitados e procurarão conteúdos informativos e educacionais, influenciando na formação do Self. A integração com os pais desenvolve neles a responsabilidade, o senso crítico que conduz à seleção de conteúdo, segmento de conduta aplicando limites a si mesmos em suas interações virtuais, pois têm a consciência de que as atitudes tomadas pela parentalidade caracteriza cuidado (GRIZÓLIO; COMIN, 2023), validando a posição de Grizólio e Comin (2023, volume 34), “…é importante considerar que o desenvolvimento humano pode ser pautado em diversos fatores que influenciam os ciclos da vida”.
Segundo Bronfenbrenner (2011), na adolescência, além das repercuções das instabilidades vivenciadas, também podemos notar a influência de transformações histórico-culturais, sociais, políticas e econômicas, entre elas a internet. Por outro lado, quando os pais manifestam, simplesmente, comportamentos restritivos aos adolescentes, são enquadrados pelos mesmos, no chamado exossistema, ou seja, passam a ser considerados uma interferência no desenvolvimento do adolescente, mesmo sendo ausente, reforçando o fato de que assim como o ambiente atua no comportamento humano, nós também atuamos sobre o ambiente (BRONFENBRENNER, 2011).
- O Lado Obscuro Da Internet: Conteúdos Destrutivos Que Afetam A Saúde Mental E Emocional Dos Adolescentes
Conforme Desmurget (2023), Sean Parker, ex-presidente do Facebook, revela que as redes sociais foram criadas para explorar uma fragilidade na psicologia humana. Ele argumenta que o objetivo é manter as pessoas constantemente envolvidas, liberando dopamina no cérebro através de interações como likes e comentários em postagens. Esse mecanismo visa capturar toda a atenção possível, criando assim uma experiência viciante para os usuários. A comunicação ultrapassando limites geográficos com apenas um clique. Ela, de fato, abriu mentes, agindo e portas de renovação tecnológica, promovendo outros meios de produção e a visão de valorização de recursos. Nosso entendimento está voltado à intenção premente de condicionamento humano em massa que, dia após dia, busca confundir, subjugar, influenciar os mais vulneráveis da humanidade, através de uma demonstração de poder e descaso do sistema capitalista com a humanidade com o uso da manipulação psicológica (DESMURGET, 2023). Segundo Grizólio e Comin (2020):
“O estudo de Shin e Lwin (2017) demonstrou uma relação importante entre a mediação ativa de professores e pares, e riscos online, ilustrando que a mediação parental sozinha não é suficiente para proteger os filhos dos riscos da rede.” (p.7)
Muitos pais não estão preparados para enfrentar a situação, ou porque não sabem o que fazer, por onde começar e, até mesmo, o que ponderar. O distanciamento desta relação já atingiu um nível e os pais não conseguem se aproximar. A escola pode ser uma forte aliada para essa mediação. Contudo, depende da escolar, pois é sabido que, em sua grande maioria, é permitido o uso de celulares em sala de aula. Para que o resultado dessa parceria fosse eficaz, precisaria um movimento com iniciativa da escolar com relação a todo contingente estudantil de cada uma. Essa iniciativa não tem como ocorrer separadamente. Lembramos, ainda, que a presença de psicólogos escolares estão presentes em instituições particulares, fato que não pertence ao mundo das escolas públicas. Ou seja, é uma adaptação à realidade de cada escola e família.
(GRIZÓLIO; COMIN, 2020).
De acordo com Casey et al (2008), “Os indivíduos dessa faixa etária se envolvem com maior frequência em situações potencialmente perigosas, ou seja, a incidência de risco apresenta um pico, durante esse período”. Estamos considerando a plasticidade cerebral, que, aliada à maturação, ainda não concluída, incide sobre o comportamento, emoção e avaliação de riscos influenciado pelo ambiente (CASEY et al, 2088).
O funcionamento do sistema límbico na adolescência encontra-se no seu ápice de consolidação por sua função de controle das emoções, tornando-os impulsivos, agressivos, cujo papel é planejamento de ações e controle inibitório. Agregado a isso, deve ser considerado o ambiente familiar no qual o adolescente está inserido (BLAKEMORE; ROBBINS, 2012).
Steinberg (2005) coloca que adolescentes influenciam uns aos outros na busca de aceitação de seus pares em grupos com os quais de identificam. E essa identificação entre eles os encaminham a compartilhar informações sobre determinados assuntos, sites, jogos, brincadeiras, desencadeando emoções e ações que podem ser positivas ou negativas. A vulnerabilidade emocional nessa fase biopsicossocial coloca o adolescente numa posição favorável e disponível para influência psicológica e emocional a partir de discursos de ódio, jogos inapropriados e até mortais, discriminações, preconceitos, bullying, bem como questões de autoimagem que podem abalar sua autoestima. Por não se sentirem seguros e capazes para contestar o que ocorre e, também, porque não querem ser cancelados, acabam por ceder. Esses desafios podem gerar comportamentos desadaptativos, seguidos por alta ansiedade, depressão, atos contra a própria vida, mudanças de pensamento, desenvolvimento de crenças limitantes (STEINBERG, 2005).
Mendes (2012) falam que um dos maiores motivos dos adolescentes desenvolverem ansiedade e insegurança é a questão da autoimagem. De forma constante e persistente nas redes sociais, o padrão de beleza estabelecido pela sociedade exibido é a perfeição de corpos malhados e silhuetas bem definidas. Essas postagens, de certa forma, podem ser interpretadas como algo até agressivo considerando que a adolescência expõe as imperfeições dos jovens quanto a sua aparência por serem acometidos de problemas de pele gerados por seu período de maturação fisiológica hormonal, bem como aqueles que enfrentam problemas de estarem acima do peso. A partir disso, surge, o bullying, constituído por apelidos, comentários maldosos, constrangimentos, fatos que levam à depressão, automutilação, isolamento social (MENDES et al, 2012).
6 A Nomofobia Na Pandemia Covid-19
Em 2020, por ocasião do Covid-19, o mundo foi levado ao isolamento social, transformando nossas vidas radicalmente. Segundo Lannes (2020), o distanciamento social exigiu uma nova forma de viver, onde fomos obrigados a criar novos hábitos e a refletir sobre o sentido da vida.
Grech (2020) fala que, por ocasião do isolamento social, em especial no Brasil, o distanciamento colocou-se como entrave à socialização de forma geral, incentivando a utilização das tecnologias digitais.
Esper (2021) ressalta que a partir do isolamento social fomos em busca de opções que suprissem a falta de contato direto, olho no olho com as pessoas. E, nesse momento a tecnologia digital aproveitou essa brecha como forma de distração. Salienta, ainda, que os adolescentes, diante da mudança na forma interativa são sujeitos à vulnerabilidade sendo prejudicados em seu desenvolvimento.
Esper (2021) ressalta que as limitações nas interações sociais durante a pandemia influenciaram na intensidade da nomofobia.
Abreu (2008) alega que, para muitos, o uso das redes sociais é uma fuga considerando que nesses aplicativos é possível manter-se no anonimato, uma vez que dão prioridade ao contato virtual por se sentirem mais seguros.
Koga (2020) diz que quanto maior o deleite promovido pela conexão, mais o indivíduo se afasta da realidade e busca entretenimento virtual. Contudo, o autor salienta que períodos atípicos não caracteriza a existência da nomofobia.
7 Uma Nova Visão Da Nomofobia: As Tecnologias No Ambiente Escolar
Bianchesse (2020, p. 9), diz “O espaço escolar vem se tornando mais receptivo às interferências dos aparatos tecnológicos”. Os estudantes, mesmo mediante a nomofobia fazem uso de seus celulares nas escolas para fins de atualização, pesquisa acadêmica, contribuindo em seus relacionamentos neste ambiente (BIANCHESSE, 2020).
Bianchesse (2020) fala que os avanços tecnológicos devem ser melhor aproveitados pelos estudantes com o intuito de desenvolver habilidades e autonomia, revertendo a nomofobia em prol do estudante.
Moran (2011), ressalta a necessidade dos professores adotarem uma postura contemporânea, atualizando seus conhecimentos tecnológicos e transformando-os em recursos didáticos. Isso acarretaria a construção de uma rede de comunicação com os estudantes e entre os professores.
Bianchesse (2020) considera que as ferramentas tecnológicas precisam ser mais bem exploradas pelos professores, inserindo-as no processo de ensino aprendizagem. A proximidade dos estudantes às tecnologias digitais auxiliarão na construção de habilidades se inseridas no ambiente escolar, tornando as aulas mais atrativas.
Celik (2016) destaca a existência de movimento de pesquisadores em suprimir o uso de celulares nas escolas, pois agem negativamente sobre a saúde de crianças e adolescentes e não combinam com o processo de aprendizagem.
8 A Psicologia Sistêmica Como Alternativa Terapêutica Familiar Nos Casos De Nomofobia
Segundo Filomeno (2002), a teoria sistêmica se baseia em como os indivíduos se comportam em seus relacionamentos onde, a partir da circularidade, influenciam e são influenciados, o que justifica necessidade, no momento da terapia familiar, a presença de todos devido a corresponsabilidade de cada um no processo interativo familiar (FILOMENO, 2002).
Osório (2003) destaca que o estudo dos fenômenos biológicos cria-se a expansão da “biologia organísmica” e assim acentua-se ao enfoque sistêmico, na qual a Teoria dos Sistemas tem como base a cibernética considerando as influências dos circuitos de feedback positivos ou negativos, responsáveis pela manutenção do equilíbrio do sistema ou promoção de mudança, respectivamente. Ainda relata que é a finalidade em um sistema fechado, o estado final é inequivocamente determinado pelas condições iniciais, diferente do que acontece nos sistemas abertos onde o estado final pode ocorrer de formas e caminhos diversos a partir de diferentes condições iniciais. Isso porque em um sistema fechado temos fronteiras fechadas que não acessam intercâmbio com o entorno, não promove e nem sofre mudança por interação com o externo. Por outro lado, o sistema aberto está permanentemente realizando trocas com o meio ou entorno (OSÓRIO, 2003).
Giddens e Sutton (2017, p.193) definem família como “Grupo de indivíduos ligados por laços sanguíneos, casamento ou adoção que formam uma unidade socioeconômica, sendo os membros adultos responsáveis pela criação dos filhos”. Entendemos a família com muito mais abrangência, pois novas formações se apresentaram com o passar do tempo. Cada família tem sua dinâmica de funcionamento e, isso hoje está mais evidenciado. Hoje é comum pais e mães solo (GIDDENS; SUTTON, 2017).
Para Duarte (2001, p. 11), “Podemos dizer que a família reproduz no espaço privado, o mesmo processo de modernização da sociedade brasileira. Reveste-se de ideais igualitários, libera costumes até então reprimidos e altera personagens no poder”. A grosso modo percebe-se que padrões de hierarquia se perderam diante de tantas alterações sociais e tecnológicas e a internet passa a ocupar o lugar do diálogo entre pais e filhos, da ausência de limite; o uso da tecnologia sem supervisão dos pais que oportuniza ao adolescente acesso a sites perigosos que, por muitas vezes, leva-os à ideação suicida ou, na pior das hipóteses, à concretização da mesma (DUARTE, 2001).
A partir da segunda metade do século XX a família passou (e continua passando) por um processo de intensas transformações econômicas, sociais e trabalhistas (Singli, 2000), sobretudo nos países ocidentais. O capitalismo e a globalização são causadores destas mudanças. A sociedade acabou se rendendo às tentações de consume do sistema econômico, as mulheres entraram no mercado de trabalho para ajustes financeiros familiares, as relações humanas se transformaram e, várias composições familiares foram constituídas e denominadas família igualitária (SINGLI, 2000).
Osório e Valle (2009, p. 265) dizem que “Ao trabalhar com famílias, é importante relembrar os princípios relacionais que me norteiam e que, em muitos casos, são úteis de serem ensinados aos clientes”. A família é um sistema onde cada subsistema atua sobre os demais. Nessa inter-relação, o especialista deve ocupar-se em descobrir o que interfere na comunicação desencadeando a instabilidade dos padrões relacionais e corrigi-los (OSÓRIO; VALLE, 2009).
Vasconcellos (2013), com relação ao pensamento sistêmico:
“Não preciso mais julgar, avaliar, diagnosticar, encontrar o errado, o disfuncional, o doente. Nesse aspecto, adotar o pensamento sistêmico como novo paradigma da ciência. Por outro lado, essa adoção dirige o olhar para o contexto para os recursos, dos clientes. E exigir uma competência da autoria de suas próprias vidas.” (p.9)
A visão do pensamento sistêmico é voltada para o ambiente no qual o indivíduo está inserido, saber como funcionam as inter-relações nesse sistema, e que tipo de sistema ele define. A partir dessa análise, o especialista chega à descoberto do que deve ser mudado, contudo ele oferece o material, mas a obra será realizada por cada um (VASCONCELLOS, 2013).
Vasconcellos (2013) retrata as configurações de família, sendo chamada de funcional, que pode levar a criança a se desenvolver de forma flexível, adaptando-se de forma consciente as mudanças sociais com aprendizado ao crescimento de si mesmo e a disfuncional que, acabe repetindo as ações disfuncionais dos membros do seu convívio, assim como possibilita desenvolver vícios e outros comportamentos inadequados. A família é um sistema dinâmico que apresenta duas vertentes: a funcional e a disfuncional. A família funcional é aquela baseada em diálogo, organização, papéis parentais desempenhados de forma responsável e envolvidos na manutenção do desenvolvimento de seus membros; por outro lado, a família disfuncional apresenta problemas de comunicação, questões restritivas social, emocional e relacional deficientes, causando danos na constituição do sujeito que já poderá estar desenvolvendo problemas de ansiedade e de autoestima (VASCONCELLOS,2013).
Quanto à prática do suicídio, Ribeiro (2019) esclarece que acomete pessoas em situação de grande e intenso sofrimento, apresentando sintomas como tensão exagerada, angústia e desespero. É necessário fundamentar as causas desse comportamento que se desenvolve de forma silenciosa e camuflada impedindo a percepção da família quanto ao adoecimento mental existente. Pessoas que cometem suicídio têm pensamentos perturbados e deixam de acreditar em mudanças. Sua dor é tão profunda e persistente que deixam de acreditar na existência de qualquer perspectiva. Nesse contexto há uma ligação intrínseca entre o vício de conexão virtual com sites de conteúdos inadequados e agressivos. O que leva os adolescentes a correrem esses riscos vai muito além da impulsividade. Esse comportamento é o prenúncio de alguma falta, de um vazio existencial, de um sentimento de abandono, consequência de pais ausentes que não exercem seu devido papel (RIBEIRO, 2019).
A psiquiatria Ana Beatriz Barbosa Silva (2010, p. 98), esclarece “que a grande diferença entre o bullying e o cyberbullying são as formas e o meio no qual se pratica a violência”. O bullying é mais um atentado à autoestima dos adolescentes e ocorre com mais frequência no ambiente escolar. O cyberbullying, normalmente ocorre sem o conhecimento de quem é o agressor, pois as redes sociais, por falta de legislação segura e eficiente, oportuniza a criação de perfis falsos. Em ambos os casos, o sofrimento é intenso (ANA BREATRIZ BARBOSA SILVA, 2010).
Em relação ao uso de internet, o Brasil foi considerado o número um em conexões domésticas, tornando nítidas as reclamações que os pais vêm fazendo em relação aos seus filhos, de não interagir nas reuniões familiares, estando apenas fixados em seus aparelhos celulares, tornando necessária uma intervenção, como terapia de aconselhamento, terapia familiar, psicoterapia e entrevistas motivacionais (ABREU, et al., 2008). A situação reflete a inoperância dos pais quanto à imposição de limites, a permissividade, a falta de cuidado. A reclamação quando acontece, pode ocorrer tarde demais, pois o distanciamento se movimenta de maneira progressiva (ABREU, 2008).
Segundo Aguirre (2021), introduzido na doutrina brasileira por Patrícia Peck e derivado do abandono afetivo, pode-se entender que o abandono digital, segundo Cristiano Chaves e Conrado Paulino (2021), consiste na ausência de atenção e cuidado dos responsáveis legais pelos menores em suas relações virtuais, o que resulta em diversos riscos ao desenvolvimento benigno da criança e adolescente, como apontado anteriormente. A família representa a âncora emocional, psicológica e estrutural através das figuras parentais. É nosso primeiro contato social cujas responsabilidades são extensas, principalmente no que se refere à formação da subjetividade. Dela advém a responsabilidade da supervisão quanto ao uso da tecnologia e ter o conhecimento dos perigos existentes na internet aos quais seus filhos podem se expor (AGUIRRE, 2021).
Raphael Faria (2024), membro da jus Brasil, alerta aos pais quanto ao perigos da internet, bem como de suas responsabilidades sobre o comportamento dos filhos na internet. A vigilância com relação ao que os filhos postam e a possíveis ataques por perigo ou riscos psicológicos estão vinculadas aos artigos 932, Incisos I e IV e 1.634, Incisos I e V do Código Civil, bem como os artigos 3º e 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Código Civil
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I – dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014);
V – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; (Redação dada pela Lei nº
13.058, de 2014).
ECA
Art. 3º A criança e ao adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
- Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
- Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
- Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
- Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
- Tópicos Básicos Da Terapia Familiar Estrutural
Segundo Nichols (2007, p. 183), “Estrutura familiar refere-se ao padrão organizado em que os membros da família interagem”. Depois que uma família é criada (e isso acontece a partir da união do casal), sua estrutura será firmada através de modelagem, ou seja, o casal estabelecerá regras, divisão de tarefas, organização, objetivos, mas, principalmente, como será a dinâmica relacional entre eles e os futuros filhos (NICHOLS, 2007).
Nichols (2007, p.186) afirma que os sistemas familiares precisam ser suficientemente se acomodar a mudanças nas circunstâncias”. Não há família perfeita; problemas sempre existirão. A diferença está em como enxergamos esse problema e o que fazemos com ele. A tomada de decisão em procurar possibilidades resolutivas já é uma parte da solução, pois indica que aquela família busca crescimento, amadurecimento, um sistema aberto e dinâmico (NICHOLS, 2007).
Nichols (2007, p. 187) diz que “As hierarquias podem ser frágeis e ineficazes ou rígidas e arbitrárias”. Hierarquias frágeis e ineficazes resultam em falta de comunicação, sentimento de abandono, pois os filhos não recebem orientações necessárias. Hierarquias rígidas e arbitrárias anulam a opção de escolha do adolescente por ser uma imposição, fazendo-o sentir-se desmerecido, desrespeitado; influencia na formação do self causando insegurança, assim como podem enxergar os pais como seus rivais, manifestando revanche, disputa (NICHOLS, 2007).
- Objetivos Da Terapia Estrutural Sistêmica
Segundo Nichols (2007, p.190), “Os terapeutas familiares estruturais acreditam que os problemas são mantidos por uma organização familiar disfuncional”.
Famílias disfuncionais não se caracterizam por famílias patologizadas. A disfuncionalidade se apresenta na estrutura do sistema porque seus membros não conseguem sozinhos resolver determinadas questões. O papel do terapeuta é ajudálos a resolver aspectos conflitantes através da mudança na dinâmica familiar. Ela dá as ferramentas influenciando seus membros a mudarem seus comportamentos para que reconstruam o sistema com uma nova dinâmica. A execução cabe a cada um dos membros, uma vez que todos são pacientes. A visão sistêmica compreende o todo a partir das partes e sua atuação (NICHOLS, 2007).
Nichols (2007) afirma que a terapia estrutural torna-se eficaz a partir da disposição da família à abertura de novos comportamentos. Esses novos comportamentos não são criados: estão em repouso no interior de cada um. O terapeuta notando a flexibilidade dos integrantes do sistema e, dotado de prática terapêutica bem aplicada, se inclui na família, acolhendo-os. Essa atitude de pertencimento gera confiança nos pacientes e as mudanças fluem de forma natural.
Porém, isso não é repentino. Há interferências no caminho. O que observa no decorrer da terapia será o material necessário para o terapeuta intervir. Podem ocorrer as encenações que representam a forma como reagem diante dos problemas familiares (NICHOLS, 2007). Segundo Osório e Valle (2009)
“Se os pais não assumem direitos e deveres de colocar limites nos desejos, no espaço, nas pretensões dos filhos, não vão ensiná-los a respeitar regras e limes, nem se responsabilizar por escolhas e suas consequências.” (p.264)
A vida atribulada que a sociedade contemporânea enfrenta no dia-a-dia, face ao trabalho, a necessidade de aperfeiçoamento profissional que o Mercado exige, têm consequências. Querendo ou não, aceitando ou não, essa contemporaneidade influencia nossas vidas de forma negativa. Os pais, diante de filhos adolescentes estão perdendo seu lugar na relação de poder parental. Hoje, é comum, o sistema de recompense material, social e familiar para suprir suas ausências. Sabemos que não são todos os pais que se enquadram nesse sistema, pois cada família tem seu funcionamento. Contudo, para aqueles pais que enfrentam esse tipo de problema com filhos adolescentes é bem provável que desde a infância foram acostumados a terem todas as suas vontades atendidas.
A frustração não fez parte da educação. Ouvir “não” faz parte da formação do indivíduo ensinando que não se pode ter tudo que desejamos e como desejamos. Quando se estabelecem limites, isso não é castigo, pelo contrário, é ensinamento, é cuidado, é ensinar responsabilidade, resiliência e valor ao que conquistamos (OSÓRIO; VALLE, 2009).
Osório e Valle (2009, p. 265), falam que “Muitas vezes, em nome de serem bons pais, sacrificam as próprias crenças sobre o certo e o errado, abandonando os filhos à cultura da época”. Os tempos mudaram, outras configurações familiares foram criadas, as tecnologias tomaram espaços de forma aviltante. Estamos na era digital e virtual onde, praticamente, torna-se impossível combater esse gigante que entrou em nossos lares e em nossas vidas. A tecnologia e seu uso indiscriminado, irrestrito e inesgotável é uma cultura da época. Sem celulares, sem postagens em redes sociais, os adolescentes sentem-se excluídos e, os pais, rejeitados porque seus filhos se isolam, preferindo navegar na internet ou mandar mensagens pelo WattsApp (OSÓRIO; VALLE, 2009). Conforme Osório e Valle (2009)
“Quanto mais estruturadas suas próprias identidades, quanto mais clareza sobre seus valores, quanto mais clara estiver sua consciência das próprias competências e incompetências, menos reativos eles serão aos desafios adolescentes dos filhos.” (p.265)
Esse comportamento foi construído com foco, responsabilidade e determinação. A partir do momento que ele passa esses objetivos ao filho adolescente, está transmitindo segurança, despertando consciência de que quando realizamos nossos objetivos, nossos ideais, nos tornamos pessoas determinadas a viver com prazer, que ficamos bem conosco, que sabemos quem somos, reconhecendo nossas imitações. O self desse adolescente se desenvolverá tendo como exemplo seu melhor amigo, nascendo o reconhecimento parental, a segurança e a certeza de que está sendo cuidado (OSÓRIO; VALLE, 2009).
Osório e Valle (2009) salientam que um dos princípios sistêmicos é o “hoje”. Não há busca de culpados, analisando como acontecem os relacionamentos daquela família. Busca-se compreender os motivos que desencadeiam as ações.
Para os autores Osório e Valle (2009, p.268), “No uso adequado da autoridade, os pais definem regras e limites; assim, organizam a vida dos filhos”. Quando os pais assumem seu papel adequadamente, seus filhos se sentem seguros e validam a parentalidade. Os limites estabelecidos são vistos como cuidado, valorização e confiança. Validar a parentalidade significa corresponder às expectativas nele depositadas. O adolescente entende o valor moral quando assume responsabilidade sobre seus atos porquê os pais confiam nos princípios e valores transmitidos. Dessa forma reforça-se o crescimento, a maturidade, a autoestima, o fortalecimento da formação do self e o respeito por seus genitores (OSÓRIO; VALLE, 2009).
- Considerações Finais
A Revolução Industrial abriu as portas para grandes inovações. As tecnologias da informação trouxeram computadores, telefones celulares, internet, redes sociais, aplicativos. Contudo, face a praticidade dos celulares e a tecnologia que ele suporta, muitos tornaram-se dependentes de seu uso, manifestando ansiedade e desconforto na situação de não poder estar online. Essa dependência denominou-se nomofobia, vício que afeta todas as idades, em especial os adolescentes.
A nomofobia interfere no comportamento, incidindo na produtividade, nas emoções, no cognitivo, psicológico e físico. Seus sintomas coincidem aos mesmos manifestados em indivíduos adictos em drogas.
Sabemos que a adolescência é uma fase biopsicossocial que repete as transformações biológicas, psicológicas e sua integração social, cujo cérebro está em fase de maturação. Isso explica sua vulnerabilidade diante do vício em celulares. As preocupações eminentes diante da nomofobia com adolescentes envolve os riscos que as redes sociais representam; o isolamento emergente e as consequências psicológicas decorrentes.
O adolescente é detentor de impulsividade gerada por todo o processo de amadurecimento ao qual está exposto, principalmente a questão hormonal e, também, ao sistema límbico em estruturação, responsável pelas emoções e controle inibitório.
Eles não têm ideia dos riscos que a internet oferece através de seus conteúdos que podem vir até mesmo de seus pares. A facilidade de perfis falsos também podem colocá-los em contato com sites que disseminam materiais inadequados como discursos de ódio, ciberbulluing, brincadeiras suicidas. Não estão preparados para se defenderem, desencadeando sintomas como ansiedade, depressão, tristeza. Essas agressões e sintomas provocam o isolamento social.
A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano que acolhe a construção do “eu”, do “self”; o que deve ser levado em consideração o fato do adolescente necessitar conviver com seus pares, de acordo com as afinidades entre eles. É o momento da socialização que reforça a necessidade de aceitação.
Por outro ângulo, há o isolamento social que a nomofobia causa devido à troca do convívio social natural coma família pela tecnologia. A estrutura familiar está intrinsicamente ligada à escolha pela vida virtual irreal.
A responsabilidade parental e a estrutura familiar são fatores determinantes para o desenvolvimento da nomofobia. Há necessidade de supervisão dos pais quanto aos conteúdos que acessam na internet. A ausência dos pais nos mostra que se instalou a permissividade como recompense as suas ausências.
Adolescentes precisam de limites; isso lhes dá segurança, pois sentem-se cuidados e respeitados.
Através da mediação ativa isso é possível. Ela proporciona diálogo, parceria entre pais e filhos e atua positivamente na construção da subjetividade. Podemos dizer que a mediação ativa representa um contrato de confiança cujo cerne é o exercício da responsabilidade, da comunicação nessa relação.
Na dificuldade em reverter a condição do nomofóbico é conveniente buscar ajuda na terapia sistêmica estrutural já que não conseguiram resolver o problema do sistema sozinhos.
O pensamento sistêmico se reporta ao ambiente no qual o indivíduo está inserido para compreender como os comportamentos funcionam naquele sistema. A função do terapeuta sistêmico é ensinar às famílias o que fazer com os problemas existentes, sem procurar culpados, nem certos ou errados.
Por fim, a terapia sistêmica desenvolve a família, sendo ela um sistema aberto ou fechado, a capacidade de fazê-los mudar seus comportamentos a partir da análise da circularidade. Ao nos reportarmos às famílias disfuncionais, não devemos rotulá-las de patologizadas. Na verdade, elas apenas não conseguem resolver determinadas questões. Nesse sentido, o terapeuta intervém com o objetivo de modificar seus pensamentos promovendo uma nova dinâmica funcional.
Independente de se tratar de um sistema aberto ou fechado, a parentalidade tem um papel a desempenhar, mantendo a liderança. Os sistemas fechados são mais rígidos interferem no desenvolvimento dos filhos, pois suas fronteiras limitam trocas com o meio externo. Nesse caso, o adolescente vai recorrer às tecnologias digitais como fuga da realidade; sente-se sozinho, inseguro e com baixa autoestima. Não significa que adolescentes oriundos de sistemas abertos não possam sentir o mesmo.
A realidade que temos hoje mostra que, em grande parte dos sistemas, o poder antes exercido pelos pais foi fragilizado pelo uso da tecnologia. O ritmo de vida contemporâneo nos exige muitos sacrifícios. O tempo parece passar mais rápido, pais que ambos são ausentes durante todo dia e, muitas vezes para compensarem suas ausências recompensam seus filhos materialmente ou não estabelecem limites e acabam se perdendo em seus papéis, correndo o risco de responderem judicialmente pelos atos impróprios de seus filhos na internet. E isso já aconteceu: dois casos no Rio Grande do sul e um em São Paulo. É preferível vigiar e educar a ser punido.
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