MEDICINA DO ESPORTE E DROGAS ESTIMULANTES DO SNC: A INFLUÊNCIA DO MDMA (ECSTASY) E DERIVADOS NO METABOLISMO HUMANO, DESEMPENHO FÍSICO E ANABÓLICO DE PRATICANTES DE TREINAMENTO DE FORÇA.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202412211728


Edson Carlos Zaher Rosa1 


Resumo

É de consenso comum entre os seres humanos, que a maior parte dos atos recreacionais e que despertam a sensação de prazer no cérebro, tendem a ser praticados repetidamente, podendo culminar em uma rotina. Dessa forma, algumas drogas estimulantes do Sistema Nervoso Central (SNC), passaram a fazer parte nos últimos anos, da diversão de muitos indivíduos, principalmente em festas noturnas e rituais de música eletrônica.
Algumas substâncias, tais como o Ecstasy (MDMA) e seus derivados, conhecidos por seus efeitos estimulantes e eufóricos, têm sido utilizados por praticantes de treinamento de força, fisiculturistas e adeptos do segmento fitness, em festas noturnas e eventos de música eletrônica, como uma alternativa ao consumo do álcool, o que vem preocupando a comunidade científica. 
Este artigo analisa a relação entre o uso de drogas estimulantes do sistema nervoso central (SNC), como o MDMA (3,4- Metilenodioximetanfetamina) e seus derivados e os efeitos no metabolismo humano, no desempenho físico e no anabolismo muscular de praticantes de treinamento de força, adeptos do segmento fitness e atletas de fisiculturismo. 
Abordamos a farmacologia dessas substâncias, suas consequências bioquímicas e fisiológicas, além dos riscos à saúde. 
O objetivo é discutir as implicações clínicas e éticas para a área da Medicina e Fisiologia do esporte, com base em uma análise crítica da literatura científica.

Palavras-chave: Ecstasy, MDMA, Estimulantes, Metabolismo Humano, Desempenho Físico, Anabolismo, Medicina do Esporte, Fisiologia do Esporte, Treinamento de Força, Fisiculturismo.

Abstract

There is a common consensus among human beings that most recreational acts that arouse a feeling of pleasure in the brain tend to be practiced repeatedly and can culminate in a routine. In this way, some drugs that stimulate the Central Nervous System (CNS) have become part of many people’s entertainment in recent years, especially at night parties and electronic music rituals.
Some substances, such as Ecstasy (MDMA) and its derivatives, known for their stimulating and euphoric effects, have been used by strength trainers, bodybuilders and fitness enthusiasts at nightclubs and electronic music events as an alternative to alcohol consumption, which has worried the scientific community.
This article analyzes the relationship between the use of drugs that stimulate the central nervous system (CNS), such as MDMA (3,4-Methylenedioxymethamphetamine) and its derivatives, and the effects on human metabolism, physical performance and muscle anabolism of strength trainers, fitness enthusiasts and bodybuilding athletes. 
We address the pharmacology of these substances, their biochemical and physiological consequences, as well as health risks. 
The aim is to discuss the clinical and ethical implications for the field of sports medicine and physiology, based on a critical analysis of the scientific literature.

Keywords: Ecstasy, MDMA, Stimulants, Human Metabolism, Physical Performance, Anabolism, Sports Medicine, Sports Physiology, Strength Training, Bodybuilding.

1. Introdução

A crescente popularidade de substâncias psicoativas em ambientes de lazer noturno, tais como festas de música eletrônica e afins, traz um desafio significativo para a comunidade científica, principalmente em áreas ligadas às ciências médicas e do esporte, pois o MDMA (conhecido como 3,4-Metilenodioximetanfetamina) e seus derivados, conhecidos por seus efeitos estimulantes e eufóricos, têm sido utilizados por praticantes de treinamento de força, atletas e adeptos do fisiculturismo e mundo fitness, que buscam por horas de intenso prazer, melhora da energia e disposição, nas noitadas e/ou horas de lazer em uma alternativa erroneamente tida por muitos “como mais saudável que o álcool”, portanto permitida.
No entanto, esses usos são frequentemente acompanhados de riscos significativos, incluindo quadros importantes como hipertermia, rabdomiólise, desidratação, disfunção cardiovascular e efeitos neurotóxicos, dentre outros.
Este artigo busca explorar a interação entre o uso dessas substâncias e os respectivos efeitos nos processos metabólicos, fisiológicos e anabólicos do organismo humano.

2. Bioquímica e Farmacologia do MDMA e Derivados

2.1. Farmacodinâmica e Farmacocinética da Droga

O Ecstasy ou MDMA atua principalmente como um liberador de neurotransmissores monoaminérgicos, incluindo serotonina, dopamina e noradrenalina, ao estimular diretamente os transportadores vesiculares dessas substâncias. Esse mecanismo resulta em notável euforia, aumento da energia e estímulo ao Sistema Nervoso Central (SNC).
Sua absorção no trato gastrointestinal (T.I) ocorre em 30 a 60 minutos após a administração, alcançando concentração máxima plasmática em 1 a 3 horas. 
A meia-vida plasmática varia de 7 a 9 horas, com eliminação majoritariamente renal, mas o metabolismo hepático é fundamental para sua biotransformação.

2.2. Metabolismo e Toxicidade da Droga

O metabolismo hepático do MDMA ocorre por meio do sistema enzimático do citocromo P450, com destaque para as isoformas CYP2D6 e CYP3A4. 
Seus principais metabólitos, como a Metilenodioxianfetamina (MDA), apresentam toxicidade direta às células neuronais, podendo contribuir para lesões no Sistema Nervoso Central (SNC) e alterações comportamentais crônicas.
Podemos dizer que altas doses de MDA, aumentam o risco de quadros como Hipertermia, Acidose Metabólica e Falência Orgânica Múltipla, especialmente em contextos esportivos que envolvam atividade física extenuante.

3. Derivados do MDMA e Uso Recreacional

3.1. Derivados Mais Comuns

Entre os derivados do MDMA (Metilenodioximetanfetamina), destacam-se o MDA (Metilen Dioxi-anfetamina), MBDB (N-metil-1-3,4-metilenodioxifenil -2-butanamina) e MDEA (3,4-metilenodioxietilanfetamina). 
Essas substâncias compartilham efeitos semelhantes ao MDMA, como estimulação do SNC, mas apresentam perfis farmacocinéticos e potenciais tóxicos distintos.

3.2. Contexto Recreacional

Os derivados do MDMA são amplamente utilizados em festas, eventos musicais, festas de música eletrônica, dentre outros. 
A busca por energia e foco durante as festas, sem os efeitos depressores do SNC produzidos pelo álcool motiva o uso de tal composto, mas os riscos associados, como desidratação, hipertermia e alterações psiquiátricas, são muitas vezes negligenciados.

3.3. Diferenças no Perfil de Toxicidade

O MDA, por exemplo, é mais neurotóxico que o MDMA devido à maior afinidade pelos receptores serotoninérgicos. 
Já o MDEA tem efeitos estimulantes menos pronunciados, mas pode provocar maior sedação após o uso, o que interfere principalmente no metabolismo anabólico e na recuperação muscular de praticantes de treinamento resistido de força (musculação) e afins.

4. Fisiologia e Metabologia e MDMA – Impactos no Metabolismo Humano

4.1. Alterações Metabólicas Agudas

O uso do MDMA provoca uma ativação simpática generalizada, elevando a taxa metabólica basal, resultando em maior glicogenólise, lipólise e aumento da glicemia, muitas vezes acompanhado por acidose metabólica devido à produção de lactato durante atividades físicas tais como dança, devido ao estímulo da agitação psicomotora induzida pela substância.

4.2. Efeitos Metabólicos Crônicos

O uso prolongado de MDMA e derivados, está associado a alterações metabólicas negativas, incluindo resistência à insulina, aumento do catabolismo muscular e redução da eficiência energética celular, impactando diretamente o desempenho físico, recuperação muscular e dos estoques serotoninérgicos do cérebro.

5. Desempenho Físico e MDMA

5.1. Efeitos no Desempenho de Curto Prazo

O MDMA pode promover um aumento temporário da disposição e resistência física devido à sua ação estimulante, o que, em um primeiro momento, pode ser percebido como uma melhora no desempenho, na motivação e na movimentação física.

5.2. Comprometimento do Desempenho de Longo Prazo

Os efeitos colaterais, como quadros de desidratação, redução do fluxo sanguíneo muscular e prejuízo à homeostase eletrolítica, comprometem o desempenho em treinos de musculação subsequentes, além de aumentar o risco de lesões musculoesqueléticas o que é de primordial relevância a ser considerado em indivíduos adeptos de exercícios físicos.

6. Endocrinologia e MDMA – Influência no Anabolismo Muscular

6.1. Supressão do Eixo Neuro Hormonal HHGT

O MDMA (Metilenodioximetanfetamina) reduz a liberação de gonadotrofinas, através da inibição do eixo HHGT, além de diversos outros neurohormônios , levando à diminuição nos níveis de Testosterona e IGF-1. 
Essas alterações afetam negativamente a síntese proteica e a hipertrofia muscular, limitando os benefícios de praticantes de treinamento resistido.

6.2. Estresse Oxidativo e Recuperação Muscular

A produção excessiva de espécies reativas de oxigênio (EROS) associada ao uso de MDMA prejudica os processos de regeneração celular, fundamental para a recuperação muscular após atividades físicas intensas.

7. Clínica Médica e MDMA – Principais quadros clínicos de riscos à Saúde Humana

7.1. Hipertermia e Rabdomiólise

A combinação de movimentação física promovida pela agitação psicomotora causada pela substância em festas, associadas a altas doses de uso de MDMA e seus derivados, mais a presença de sol e altas temperaturas, aumenta drasticamente o risco de quadros como Hipertermia e Rabdomiólise, condições que podem evoluir para insuficiência renal aguda se não tratadas rapidamente e adequadamente.
A Hipertermia é um quadro que consiste no aumento anormal da temperatura corporal, geralmente acima de 40°C, porém diferentemente da febre, que é uma resposta do corpo a infecções ou inflamações, a Hipertermia costuma cursar com uma incapacidade do organismo de manter a temperatura corporal estável. 
Clinicamente os sintomas da Hipertermia, incluem sudorese excessiva, hiperemia cutânea, confusão mental, vertigens, náuseas, cefaleia, fraqueza e até convulsões. Em casos graves, pode levar à perda de consciência e danos irreversíveis ao organismo com falência múltipla e óbito.
Já a Rabdomiólise é uma condição clínica grave caracterizada pela destruição das fibras musculares, o que libera substâncias como a mioglobina, creatinofosfoquinase, transaminase glutâmico-oxalacética, lactato desidrogenase, aldolase, purinas e eletrólitos, como o potássio e fósforo na corrente sanguínea, podendo ocasionar sérios  danos ao sistema renal, como insuficiência renal aguda, arritmias cardíacas graves e outras complicações sérias, podendo levar cursar em óbito.
Os sinais clínicos mais comuns da Rabdomiólise podem ser observados pela presença da tríade clínica característica que é a dor muscular, fraqueza e a urina escurecida (pela presença de mioglobina), porém nem sempre todos os indivíduos apresentam a tríade sintomática ao mesmo tempo.
A dor muscular nos quadros costuma ser mais intensa nos grupos musculares mais próximos do tronco, como coxas, ombros e região lombar, porém a região das panturrilhas também podem ser acometidas.

7.2. Complicações Cardiovasculares

A elevação da pressão arterial (HAS) e a arritmia cardíaca são complicações comuns em usuários de MDMA e de seus derivados, representando um risco adicional em atividades físicas em locais com sol e altas temperaturas.

8. Medicina do Esporte e MDMA

8.1. Estratégias Preventivas

A educação sobre os riscos do uso de MDMA é essencial no ambiente esportivo. Programas de conscientização podem ajudar a reduzir o uso recreativo de substâncias estimulantes entre atletas e praticantes de força em eventos e festas noturnas.

8.2. Manejo Clínico de Usuários

Os Atletas e adeptos de práticas esportivas que utilizam MDMA ou seus derivados devem ser acompanhados por avaliações regulares de função cardiovascular (ECG e Ecografia Cardíaca, etc), avaliação renal e hepática, além de exames laboratoriais em geral, para monitorar o impacto metabólico e hormonal dos efeitos do MDMA.

9. Medicina do Esporte, Fisiculturismo e Fitness e MDMA 

O uso do MDMA e seus derivados têm sido objeto de interesse por praticantes de treinamento resistido e atletas de fisiculturismo no âmbito de uso recreativo em eventos noturnos, principalmente em festas de música eletrônica e raves, pela promoção temporária de energia, resistência e sensação de euforia. 
Esse contexto de uso descrito acabou ganhando fama por esse público, por supostamente representar uma ameaça deletéria menor ao organismo e resultados estéticos corporais, do que o consumo do álcool. No entanto, esse comportamento é errôneo e dependendo de alguns fatores, poderá acarretar sérios danos ao metabolismo e ao organismo humano.
Assim sendo, os efeitos deletérios dessas substâncias no metabolismo de praticantes de treinamento de força e fisiculturistas, apresenta-se como uma ameaça não só aos resultados anabólicos e estéticos, bem como a manutenção da saúde e da vida.

9.1. Endocrinologia e Metabologia no Fisiculturismo, Fitness e usuários de MDMA

O uso do MDMA (Ecstasy) e derivados, provoca alterações significativas no eixo neuro-hormonal Hipotalâmico-Hipófisário-Gonadal (HHG) ou Hipotálamo-Pituitário-Gonadal (HPG). 
Alguns estudos científicos na área, sugerem que a liberação excessiva de tais substâncias neurotransmissoras, como a Serotonina (5-HT), Dopamina (DA) e Norepinefrina (NA) interferem na produção de Testosterona (T), um dos principais hormônios anabólicos necessários para hipertrofia muscular. 
A supressão transitória dos níveis séricos de Testosterona (T), associada ao aumento do hormônio Cortisol, pode levar a um estado catabólico, prejudicando o crescimento muscular pelo comprometimento da recuperação pós-treino.

9.2. Influência no Metabolismo Proteico

O MDMA é conhecido por induzir estresse oxidativo significativo devido ao aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (EROS). 
Esse estresse pode comprometer a síntese proteica nos tecidos musculares ao danificar estruturas celulares essenciais, incluindo ribossomos e membranas mitocondriais. 
Esse impacto pode ser ainda mais prejudicial em fisiculturistas e praticantes de treinamento resistido, cuja demanda por recuperação muscular é elevada devido à intensidade do treinamento frequentemente imposto ao organismo.

9.3. Termorregulação e Catabolismo Muscular

Uma característica marcante do Ecstasy (MDMA) e derivados é sua influência na regulação térmica, frequentemente resultando em quadros de Hipertermia. 
A elevação da temperatura corporal em praticantes de força pode acelerar a degradação muscular por meio de mecanismos como a ativação da via ubiquitina-proteassoma, que degrada proteínas estruturais e contráteis. 
Além disso, a Hipertermia crônica pode prejudicar a sensibilidade ao hormônio Insulina, comprometendo a captação de glicose pelos músculos e dificultando as reações de biossíntese proteica induzida e consequentemente o Anabolismo.

9.4. Interferência na Recuperação Muscular

Embora alguns relatos sugiram que o Ecstasy (MDMA) e derivados, possam proporcionar aumento de disposição durante os treinos, seus efeitos depletores de Serotonina (5HT) e Dopamina (DA) no Sistema Nervoso Central (SNC), resultam em fadiga prolongada após o uso.
Esse estado pode retardar a recuperação muscular, afetando negativamente a síntese proteica e os processos de regeneração tecidual que são fundamentais para o desenvolvimento muscular.

9.5. Influência no Uso Concomitante de Substâncias Anabolizantes

Os praticantes de treinamento de força que utilizam substâncias esteroides anabolizantes (EAS), podem estar particularmente vulneráveis aos efeitos adversos do Ecstasy (MDMA) e seus derivados. 
O consumo concomitante dessas substâncias pode exacerbar os riscos cardiovasculares e hepáticos, além de amplificar desequilíbrios metabólicos. 
A interação entre o Ecstasy (MDMA) e esteroides anabolizantes (EAS)  ainda é um campo pouco explorado, mas há indícios de que isso possa aumentar o estresse oxidativo e a toxicidade sistêmica (toxinemia).

9.6. Perspectivas Futuras

Podemos dizer que mais estudos são necessários para compreender plenamente os efeitos do Ecstasy (MDMA) e seus derivados (MDA, MBDB e MDEA) no metabolismo anabólico. 
A interação dessas substâncias com fatores como intensidade do treinamento, dieta e suplementação ainda não está totalmente elucidada. 
Assim sendo é fundamental que os profissionais de saúde e das ciências do esporte, estejam cientes dos riscos associados ao uso dessas substâncias em contextos esportivos e promovam abordagens educacionais que enfatizem a segurança e a sustentabilidade no contexto associado a praticantes de treinamento de força, fisiculturismo e fitness em geral.

10. Discussão

O uso de MDMA e seus derivados em contextos de lazer e diversão (festas noturnas, eventos de música eletrônica, raves), reflete uma tentativa equivocada de manter a integridade estética (resultados corporais), física e de saúde. 
Embora ofereça estados temporários de intenso prazer, energia e disposição, os efeitos deletérios a médio e longo prazo superam qualquer benefício, configurando um risco significativo à saúde e ao desempenho físico.

11. Conclusão

A análise da interação entre o uso de drogas estimulantes do Sistema Nervoso Central (SNC), como o MDMA (Ecstasy) e derivados (MDA, MBDB, MDEA) e o desempenho físico no contexto da Medicina do Esporte apresenta um panorama complexo e multifacetado. 
Os efeitos metabólicos, cardiovasculares e neuroendócrinos provocados por essa substância e seus derivados não se restringem a alterações agudas; eles influenciam significativamente a homeostase corporal e a resposta adaptativa ao exercício, particularmente em modalidades de alta intensidade, como em praticantes do treinamento de força, fisiculturistas e adeptos do segmento fitness.
A literatura revisada indica que o MDMA promove a liberação massiva de neurotransmissores como Serotonina (5HT), Dopamina (DA) e Norepinefrina (NA), desencadeando respostas fisiológicas que podem amplificar a percepção de energia e euforia momentânea. 
No entanto, tais efeitos vêm acompanhados de riscos substanciais, como disfunções termorregulatórias, arritmias cardíacas, sobrecargas hepática e renal, agitação psicomotora, quadros exacerbados de ansiedade e pânico, dentre outros.
Em longo prazo, o impacto anabólico potencialmente associado ao uso recreativo do MDMA e derivados, permanece controverso, sendo mais frequentemente relacionado a desequilíbrios hormonais e prejuízos no processo de recuperação muscular.
Além disso, os derivados do MDMA, amplamente consumidos em contextos recreativos, aumentam os desafios na prática clínica. 
As formulações variáveis dessas substâncias dificultam a previsão de efeitos, ampliando o risco de toxicidade e complicações metabólicas. 
Os profissionais da saúde, particularmente aqueles que atuam no esporte e na reabilitação física, devem estar atentos à crescente popularização dessas substâncias e à necessidade de intervenções educacionais e preventivas.
Dessa forma, sob uma perspectiva científica, é fundamental continuar investigando os efeitos farmacológicos e fisiológicos do MDMA no metabolismo humano, com atenção especial ao seu impacto nos mecanismos de hipertrofia muscular, recrutamento energético e estresse oxidativo.
É previsível que estudos futuros devem priorizar metodologias que considerem fatores genéticos, ambientais e comportamentais para oferecer uma visão mais abrangente e precisa do papel dessas substâncias no esporte e na saúde, pois a prática esportiva deve ser promovida como um pilar da saúde integral, livre de substâncias potencialmente nocivas. 
Por fim, o equilíbrio entre avanços científicos e a promoção de estilos de vida saudáveis deve ser o norteador da atuação na Medicina e Fisiologia do Esporte, garantindo que o desempenho seja alcançado de forma segura e sustentável.

12. Referências Bibliográficas 

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1Mestre em Medicina e Cirurgia (MSc)
Doutor em Medicina (MD)
Doutor em Medicina e Cirurgia (PhD)
Pós-doutor em Medicina e Cirurgia (Post-doc)
Pós graduado em Medicina Interna (Clínica Médica), Patologia Geral e Semiologia Médica, Endocrinologia, Medicina do Esporte, Fisiologia Médica Geral e do Exercício, Nutrologia e Farmacologia Clínica.
E-mail: metaboclinic@yahoo.com