APPLICABILITY OF TOOLS FOR HEALTH TEAM ADHERENCE TO HOME VISIT IN PRIMARY HEALTH CARE
APLICABILIDAD DE HERRAMIENTAS PARA LA ADHESIÓN DEL EQUIPO DE SALUD A LA VISITA DOMICILIARIA EN ATENCIÓN PRIMARIA DE SALUD
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202412161721
Rafaela Reis¹
Ana Elisa Evaristo Lima¹
Ana Gabriele Vieira Santos¹
Maria Luisa Moura Simões¹
Izabel Correa Lopes¹
Elisa Lima e Silva²
Brisa Emanuelle Silva Ferreira²
Kenya Cristina Sant’Ana de Souza³
RESUMO
Objetivo: Este trabalho tem como objetivo descrever a implementação, idealização e aplicabilidade de ferramentas, para melhorar a gestão das visitas domiciliares e a qualidade do cuidado oferecido, são elas: mapa inteligente, Escala de Risco das Famílias (ERF-CS) e agenda. Métodos: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido durante o estágio obrigatório no Centro de Saúde localizado em um bairro periférico da região oeste. Para a criação do projeto, foi realizada uma roda de conversa com os agentes comunitários de saúde (ACS) com o objetivo de coletar as informações do perfil populacional, e assim implementar as ferramentas criadas. Resultado: Observou-se que as visitas eram realizadas de forma espontânea, sem o cumprimento de uma agenda e desconsiderando as demandas fixas. Perante o exposto, foi criado um mapa inteligente para auxiliar o fluxo de trabalho e a demografia, enquanto que a Escala de Risco e a agenda permitem visualizar a necessidade e a quantidade das visitas e, consequentemente, datar e organizá-las. Conclusão: O uso adequado dos instrumentos apresentados possibilita o conhecimento e visualização do perfil da população adscrita, além do entendimento da situação de vulnerabilidade e a organização da agenda.
Palavras-chave: Atenção primária à saúde, Equipe de enfermagem, Serviços de Assistência Domiciliar, Visita Domiciliar.
ABSTRACT
Objective: This work aims to describe the implementation, conceptualization, and applicability of tools to improve the management of home visits and the quality of care offered, namely: mapa inteligente, Escala de Risco das Famílias (ERF-CS); and agenda. Methods: This is an experience report conducted during the mandatory internship at the Health Center located in a peripheral neighborhood in the western region. To create the project, a conversation circle was held with community health agents (ACS) to collect information on the population profile and thus implement the created tools. Result: It was observed that visits were conducted spontaneously, without following a schedule and disregarding fixed demands. In view of the above, a smart map was created to assist workflow and demographics. The Risk Scale and the schedule allow visualizing the need and quantity of visits and, consequently, dating and organizing them. Conclusion: The appropriate use of the presented tools allows the knowledge and visualization of the profile of the assigned population, as well as the understanding of vulnerability and organization of the schedule.
Keywords: Primary Health Care, Nursing Team, Home Care Services, House Calls.
RESUMEN
Objetivo: Este trabajo tiene como objetivo describir la implementación, idealización y aplicabilidad de herramientas para mejorar la gestión de las visitas domiciliarias y la calidad de la atención ofrecida, son ellas: mapa inteligente, Escala de Riesgo Familiar (ERF-CS) y agenda. Métodos: Se trata de un relato de experiencia realizado durante la pasantía obligatoria en el Centro de Salud ubicado en un barrio periférico de la región occidental. Para la creación del proyecto, se realizó un diálogo con agentes comunitarios de salud (CHAS) para recolectar información del perfil poblacional y así implementar las herramientas creadas. Resultado: Se observó que las visitas se realizaron de forma espontánea, sin una agenda extensa y sin atender a demandas fijas. En vista de lo anterior, se creó un mapa inteligente que ayuda al flujo de trabajo y la demografía, mientras que la Escala de Riesgo y la agenda permiten visualizar la necesidad y cantidad de visitas y, consecutivamente, fecharlas y organizarlas. Conclusión: El uso adecuado de los instrumentos presentados permite conocer y visualizar el perfil de la población matriculada, además de comprender la situación de vulnerabilidad y organización de la agenda.
Palabras-claves: Atención Primaria de Salud, Grupo de Enfermería, Servicios de Atención de Salud a Domicilio, Visita Domiciliaria.
INTRODUÇÃO
A Atenção Primária em Saúde (APS) é definida pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2023) como: “o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, (…) com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades”.
Cabe ressaltar que dentro da APS é preconizado a realização de visitas domiciliares (VD), sendo que para Moreira et al. (2021, p. 65), a visita domiciliar é um instrumento indispensável que promove uma relação mais próxima entre o profissional de enfermagem e o paciente, a partir dela, é possível realizar uma busca ativa, prestar atendimentos e cuidados específicos, oferecendo a promoção, proteção e recuperação da saúde dos domiciliados em sua moradia, além de ser uma alternativa para evitar agravos na saúde, portanto é uma ferramenta de trabalho de suma importância na Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Considerando os elementos citados acima, acadêmicas de enfermagem realizaram Visita Domiciliar. Nelas foram identificados diversos obstáculos, dificultando o acesso aos cuidados de saúde pelas famílias atendidas. Por consequência, fez-se necessário a criação de um projeto delineado visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes, promover a saúde na comunidade e aumentar a adesão das visitas a partir da criação de algumas ferramentas.
Este trabalho pretende descrever a implementação, idealização e aplicabilidade de ferramentas, como mapa inteligente, que tem como objetivo identificar a população adscrita e suas características; Escala de Risco das Famílias (ERF-CS), que classifica o grau de vulnerabilidade familiar e consequentemente a necessidade de visitas; e agenda, que tem como finalidade organizar os dias e os horários das visitas, objetivando uma maior adesão das VD.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um relato de experiência feito durante o período de estágio obrigatório na APS sobre visitas domiciliares realizado pelas acadêmicas de enfermagem juntamente com a preceptora do Centro Universitário de Belo Horizonte, UniBH , no período de março a maio de 2024.
O centro de saúde localiza-se em um bairro periférico da região oeste de Belo Horizonte/Minas Gerais, abrangendo uma população total de 7490 pessoas, segundo o Censo demográfico IBGE (2010), Índice de Vulnerabilidade da Saúde (2010) e Gerência de Epidemiologia e Informação – SMSA. O território de abrangência do centro de saúde (CS) é composto por três equipes de saúde. A equipe 1 tem quatro microáreas, enquanto a equipe 2 e a equipe 3 possuem três microáreas cada, totalizando assim 12 microáreas, sendo que 10 estão cobertas e duas descobertas por agentes comunitários de saúde.
O perfil da população que recebe as VD é de pessoas em situação de vulnerabilidade social e clínica, como acamados, pessoas com dificuldade de locomoção ou com demandas específicas.
No decorrer das visitas, notou-se que a equipe apresentou dificuldades para chegar ao domicílio, como condições climáticas, ação da polícia na comunidade, longas distâncias percorridas a pé devido à falta de transporte oferecido pela prefeitura, surtos epidêmicos que geram maior demanda no centro de saúde, sobrecarga de trabalho da equipe, ocasionando uma defasagem no cronograma das visitas.
A experiência foi composta por 5 etapas: 1) Realização das visitas domiciliares para identificar os desafios que a equipe do Centro de Saúde enfrenta no seu cotidiano, no mês de março de 2024; 2) Roda de conversa com os agentes comunitários de saúde (ACS) de todas as equipes do CS para levantamento dos dados do território; 3) Criação do mapa inteligente; 4) Aplicação da Escala de Risco das Famílias, adaptada a cada caso e; 5) Elaboração da Proposta de Agenda das VD segundo a classificação de baixo, médio e alto risco, com base na etapa anterior.
Para o levantamento de dados, foi feita uma roda de conversa com os ACS de todas as equipes do CS, a fim de obter mais detalhes sobre o perfil populacional e assim criar o mapa. Na conversa, abordou-se os seguintes questionamentos para adquirir as informações sobre o território:
- Qual a sua equipe?
- Qual a sua microárea?
- Número/ endereço da população adscrita?
- Número/ endereço dos acamados?
- Número/ endereço dos pacientes com mobilidade reduzida?
- Número/ endereço das gestantes?
- Número/ endereço dos pacientes com HAS?
- Número/ endereço dos pacientes com DM?
- Número/ endereço das crianças de até 1 ano?
- Número/ endereço das crianças maiores de 1 ano?
- Número/ endereço de pacientes em situação de vulnerabilidade social?
- Número/ endereço dos idosos?
- Qual o maior tipo de público que necessita de Visita domiciliar? Qual o endereço?
Criou-se o mapa inteligente da população vinculada à equipe apoiado nos dados coletados pelo grupo de trabalho, e posteriormente analisados, sendo escolhida a equipe 2 para implementar o projeto, visto que tal equipe apresentou o maior número de dados necessários para a criação do mapa. De acordo com o Manual do Agente Comunitário de Saúde da APS de Belo Horizonte (2019) e Gondim (2018), o mapa inteligente é um instrumento dinâmico de planejamento e gestão construído a partir da avaliação da população adscrita, considerado situações de maior vulnerabilidade e necessidade de acompanhamento pela eSF, favorecendo a integração assistencial e ambiental do território.
Diante disso, gerou-se um mapa do território da equipe escolhida do centro de saúde pelo aplicativo Google Maps, e em seguida foi impresso em tamanho A1 (594x841mm), sinalizando, pelo uso adesivos coloridos, os endereços dos pacientes acamados, gestantes e crianças menores de 1 ano, com o propósito de que a unidade possuísse um mapa detalhado, visível e de fácil manuseio, visto que os adesivos são removíveis, permitindo a representação e atualização constante do seu “território vivo”.
Após a construção do mapa, adaptou-se a Escala de Risco das Famílias (Escala de Coelho), desenvolvida pelos autores Coelho, FLG E Savassi, LCM em 2004. Essa ferramenta permite classificar o grau de risco e vulnerabilidade familiar. Com base no perfil da população adscrita do CS, foi necessário realizar uma adaptação da escala com o objetivo de prestar uma assistência individualizada e holística. Essa escala foi utilizada com o indivíduo domiciliado durante a primeira visita para classificar o seu grau de necessidade de visitas. A escala é construída pelas seguintes variáveis: indivíduo acamado, alcoolismo, analfabetismo/baixa escolaridade, ausência de suporte familiar, baixas condições de saneamento, deficiência física, drogadição, maior de 70 anos, menor de 6 meses, mobilidade física reduzida, multimorbidade, pessoa em sofrimento mental e polifarmácia.
Perante o exposto, para uma melhor organização, otimização do tempo e periodicidade das visitas domiciliares, elaborou-se uma agenda para o uso dos ACS, em que a equipe sinaliza o dia e a quantidade de visitas que esse paciente receberá. Para facilitar o entendimento da equipe, foi criado um folder, que ficou exposto na unidade com as informações de como prosseguir com o fluxo criado.
O processo de análise se dará pela mudança comportamental da equipe, adesão da agenda, utilização e atualização do mapa e necessidade de aplicação para as outras equipes.
Figura 1: Escala de Risco das Famílias (ERF-CS); adaptada pelas autoras
Fonte: Autoras, 2024
Figura 2: Agenda das visitas domiciliares
Fonte: Autoras, 2024
RESULTADOS
As visitas foram executadas com a presença da enfermeira preceptora e acadêmica de enfermagem, do 9º período, do Centro Universitário de Belo Horizonte, UniBH, em conjunto com o ACS de cada microárea. Nessas visitas, realizou-se anamnese, exame físico, procedimentos, como troca de curativos, administração de vitamina B12, coleta para exame de urina com sonda vesical de alívio, aplicação de vacinas, e conscientização da sua importância.
Foi observado que as visitas eram realizadas de forma espontânea, sem o cumprimento de uma agenda e desconsiderando as demandas fixas, como os pacientes que necessitam de cuidados semanais, por exemplo troca de curativo.
Sendo assim, viu-se como necessário selecionar estudos para identificar os melhores métodos e ferramentas, buscando excelência no atendimento e uma melhor gestão das visitas domiciliares pela equipe. Seguidamente, fez-se uma roda de conversa com ACS de todas as equipes e a gerente, objetivando sanar dúvidas, receber opiniões e apresentar as ferramentas criadas com base nos estudos. Ao longo da roda de conversa, não foi obtido um feedback dos agentes, porém houve apoio e incentivo por parte da gerente.
Durante a aplicabilidade do projeto, foi possível identificar que por parte da equipe não houve uma boa aceitação e colaboração, dificultando o trabalho de elaboração do mapa inteligente, tornando-o ausente de informações claras, organizadas e atualizadas sobre as características da população. Tendo isso em vista, na formulação do mapa houve uma escassez de dados, o que afetou diretamente a execução e entrega do projeto, precisando assim de uma readaptação, que, a princípio teria informações sobre: população com mobilidade reduzida, crianças de até 1 ano e crianças maiores de 1 ano. Dessa forma, foi possível a criação do mapa apenas com os dados sobre acamados, crianças até 1 ano e gestantes. Após a criação do mapa com os dados fornecidos, foi disponibilizado o mapa em um local acessível e de fácil visualização para a equipe.
Posteriormente, com o mapa exposto, a equipe percebeu como as informações, visíveis e organizadas, contribuem para o fluxo de trabalho, não só para a gestão das visitas, mas também, para um maior entendimento do perfil populacional, proporcionando a organização da agenda de consultas, como pré-natal, consulta do 5º dia e realização de ações educacionais voltadas para um grupo específico, por exemplo diabéticos, periodicidade das VD e busca ativa dos faltosos.
Na aplicabilidade da escala, percebeu-se que seu manejo é de fácil execução, sendo assim, atribuída a função dos ACS. Foi proposto, para otimizar o tempo, devido às altas demandas do CS, que a escala fosse aplicada durante algumas VD já planejadas, como durante a campanha de vacinação para os acamados, ou a entrega de papel de marcação de consulta pelos agentes. Depois dessa coleta de dados, ficou nítido para o enfermeiro qual a quantidade de visitas que o paciente precisa de acordo com a classificação realizada. Por fim, após o uso da escala, o enfermeiro de cada equipe utilizou a agenda para datar e organizar as visitas dos pacientes.
Figura 3: Mapa inteligente
Fonte: Autoras, 2024
Figura 4: Folder explicativo
Fonte: Autoras, 2024
DISCUSSÃO
A equipe 2 é composta por três agentes comunitários de saúde, um auxiliar de enfermagem da ESF, um enfermeiro da ESF e um médico generalista. Há 2.940 pessoas cadastradas, com cada ACS responsável por aproximadamente 980 pessoas. De acordo com a portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, “o número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe”. Em virtude disso, há uma sobrecarga da população cadastrada por ACS, causando um déficit no cuidado.
A estrutura do projeto se deu a partir da dificuldade percebida durante a permanência dos acadêmicos no referido CS. A equipe apresentou fragilidades para realizar o Atendimento Domiciliar (AD), como ausência de planejamento, de um mapa inteligente e informações disponíveis sobre a população. No percurso das visitas, foi possível testemunhar relatos, por parte dos pacientes e seus familiares, de insatisfação em relação à periodicidade das visitas e falta de profissionais da equipe multiprofissional atuante, como fisioterapeuta. Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), a Atenção Domiciliar (AD) é caracterizada por diversas ações que incluem prevenção e tratamento de enfermidades, reabilitação, cuidados paliativos e promoção da saúde, com o objetivo de garantir a continuidade do cuidado e promover um atendimento mais humanizado, já que considera a estrutura familiar, domiciliar e a oferecida pelos serviços para a assistência. Vale destacar também, que ao longo do processo de trabalho em equipe é necessário reconhecer que pode haver desafios, entre eles estão a comunicação inadequada, divergência de opinião e lacunas no entendimento das funções atribuídas a cada profissional. No entanto, ao enfrentar e superar essas dificuldades, a equipe multiprofissional pôde fortalecer seus laços e alcançar resultados ainda mais satisfatórios na prestação de cuidados à saúde.
Posto isto, constata-se que a Atenção Domiciliar (AD) ainda enfrenta uma série de desafios para ser plenamente operacionalizada, apesar de ser uma atribuição das equipes da APS e estar prevista em dispositivos legais desde a Lei n.º 10.424, de 15 de abril de 2002 (BRASIL, 2011). É importante ressaltar que, ao realizar visitas domiciliares de forma contínua, foram seguidos os princípios e diretrizes norteadores do SUS. Além disso, essa prática nos permitiu uma compreensão mais aprofundada da realidade em que o indivíduo está inserido, promovendo uma abordagem humanizada, cuidado integral, criação de vínculos e uma escuta qualificada, centrada na pessoa.
Realizou-se, posteriormente, uma roda de conversa com a equipe para levantamento dos dados do território. Para que a equipe de saúde possa planejar e organizar a AD no contexto da APS, é necessário conhecer a população adscrita. De acordo com a PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017, o processo de territorialização e a adstrição permitem o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, e são destinados para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da população adscrita e/ou as populações específicas. Essas informações são cruciais para a criação do mapa inteligente.
Segundo Costa et al. (2009) e Savassi et al. (2012), a Escala permite o conhecimento da dinâmica familiar e dos agravos da condição clínica do domiciliado, objetivando a sua minimização. Com o grau de classificação, fica nítida a necessidade de recursos humanos e financeiros para o atendimento das VD, sendo útil também para o planejamento das ações de saúde. Com o intuito de uma maior organização, estabeleceu-se uma agenda de visitas domiciliares, classificadas em baixo, médio e alto risco, com base na avaliação realizada anteriormente. Por fim, ressalta-se a importância da conscientização da equipe sobre a relevância das visitas domiciliares para o sucesso das ações de saúde.
Levando em consideração a Lei nº 8080, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências”, fica evidente que a ausência de informações no mapa impacta diretamente na continuidade do cuidado, bem como nas aplicabilidade das medidas de promoção e proteção, causando a sobrecarga do sistema, o que gera custo e superlotação em outros níveis de complexidade, afetando diretamente na elaboração e entrega do mapa.
A construção da agenda está diretamente ligada à aplicabilidade da escala. Com isso, é necessário que o enfermeiro da equipe faça uma avaliação clínica apoiada na escala aplicada, determinando assim, a quantidade de visitas destinadas ao paciente
Com a implementação do projeto, e as dificuldades encontradas, foi percebido que para alcançar a excelência e maior quantidade de VD é preciso de um bom planejamento e comprometimento da equipe. Verificou-se que as visitas domiciliares são de suma importância na APS, considerando a complexidade em que o paciente está inserido, especialmente em região periférica, que apresenta diversos desafios, como a falta de infraestrutura, saneamento básico, políticas públicas atuantes, violência e criminalidade, prejudicando diretamente a segurança e o bem-estar dos moradores, assim como a execução das estratégias de saúde pela eSF.
CONCLUSÃO
No decorrer do estágio, foram adquiridas competências essenciais para a construção profissional, incluindo o cuidado humanizado baseado na compreensão da realidade do paciente, seu contexto cultural e familiar, estabelecendo assim um vínculo significativo entre profissional e paciente, o que possibilita a implementação de ações de saúde mais eficazes. No entanto, identificou-se desafios na aplicação das ferramentas, como a falta de integração e aceitação da equipe, atribuída ao curto período de convivência e sobrecarga de trabalho. A colaboração da equipe é crucial para a eficácia do projeto, que visa melhorias contínuas. Espera-se que as ferramentas sejam utilizadas para orientar decisões e gestão das visitas domiciliares, e é relevante que outras equipes adotem o projeto, colaborando com futuros acadêmicos de enfermagem, a fim de implementá-lo ao longo do ano.
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