SOCIODEMOGRAPHIC AND CLINICAL PROFILE OF PATIENTS SERVED BY PHYSIOTHERAPY AT A SCHOOL CLINIC IN THE MUNICIPALITY OF FOZ DO IGUAÇU-PARANÁ
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412140940
Ronagela Marques Ferreira de Mello [1]
Lara Alves Moreira [2]
Resumo
O perfil sociodemográfico e clínico de pacientes que frequentam fisioterapia, fornece aos fisioterapeutas um amplo conhecimento sobre condições que os acometem, sua saúde e comprometimentos com necessidade de acompanhamento fisioterapêutico. Estas informações são relevantes no vértice de saúde, uma vez que destaca as patologias e disfuncionalidades mais tratadas pela Fisioterapia, além de contribuir com a profissão, com a saúde e a ciência sobre condutas mais eficazes ou mais realizadas dentro do contexto clínico. A coleta destas informações auxilia na construção e elaboração de condutas fisioterapêuticas que mais se adequam aos perfis dos usuários. Contudo o objetivo desse estudo foi identificar o Perfil sociodemográfico e clínico de pacientes atendidos pela fisioterapia numa clínica escola na cidade de Foz do Iguaçu-PR. Assim, a seguinte pesquisa se caracteriza como exploratória com análise retrospectiva de dados que será realizada em uma Clínica-Escola de atendimento Fisioterapêutico na cidade de Foz do Iguaçu- PR, onde será coletado dados sociodemográficos e clínicos usuários, como: através de planilhas desenvolvidas pela clínica. O resultado esperado neste projeto é conhecer o perfil clínico e sociodemográfico dos pacientes atendidos na clínica escola objetivando a qualificação do processo de cuidado e assistência.
Palavras-chave: Fisioterapia. Perfil sociodemográfico. Epidemiológico. Perfil clínico. Clínica-escola.
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa sociodemográfica é aquela que visa conhecer e identificar características sociais e demográficas de uma determinada população, baseando-se no estudo de predominantes pessoais e locais da população estudada. Neste tipo de estudo, compreende aos pesquisadores, aplicar questionários quanto à idade, gênero, raça nível de escolaridade, profissão, rendimento familiar e moradia residencial, dentre outras especificidades e particularidades de cada indivíduo, para assim, através dessas informações traçar o perfil sociodemográfico da população (DRUMOND,2022).
Portanto, este trabalho tem como objetivo apresentar o perfil sociodemográfico e clínico do atendimento fisioterapêutico dos pacientes atendidos pela fisioterapia em uma clínica-escola que funciona em uma instituição particular em Foz do Iguaçu – PR.
A presente pesquisa organizada neste projeto é um estudo epidemiológico que buscará identificar e registrar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes atendidos pela fisioterapia de uma clínica escola. Portanto, a temática a ser abordada nesta investigação se dá da seguinte forma:
Perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico de pacientes atendidos pela fisioterapia numa clínica escola no município de Foz do Iguaçu-Paraná
Diariamente, surgem novas doenças que afetam a população, tanto mental quanto fisicamente, impedindo as pessoas de realizarem suas atividades diárias. Os avanços tecnológicos atuais têm proporcionado conforto à população, mas têm prejudicado sua saúde e bem-estar. Maus hábitos posturais, movimentos repetitivos, obesidade, má alimentação e sedentarismo contribuem para problemas musculoesqueléticos e cardiovasculares, resultando em perda de função e limitação das atividades diárias. Como consequência, muitas pessoas que buscam ajuda médica são encaminhadas para tratamento de reabilitação fisioterapêutica (OLIVEIRA,2018).
Sabe-se que hábitos de vida inadequados levam a condições que causam o adoecimento populacional, visto que há a necessidade de conhecer o perfil da população é fundamental, compreendendo suas conexões e características sociais neste contexto. Nesse sentido, a realização de estudos sociodemográficos se torna essencial para identificar o perfil dos usuários dos serviços de saúde. Isso ocorre porque as diferenças sociais impactam na relação entre paciente e profissional de saúde, destacando a importância de reconhecer as diversas limitações do público atendido, sendo assim essencial na qualidade do tratamento fisioterapêutico (SOUZA, 2021).
Contudo, o presente projeto será norteado pela seguinte pergunta: a) Quais os perfis sociodemográfico-clínico dos pacientes atendidos pela fisioterapia numa clínica escola no município de Foz do Iguaçu-PR?
Assim, o objetivo geral consiste em apresentar o perfil sociodemográfico e clínico do atendimento fisioterapêutico dos pacientes atendidos pela fisioterapia em uma clínica-escola que funciona em uma instituição particular em Foz do Iguaçu – PR. E como objetivos especifico: Apresentar o cenário sociodemográfico e clínico dos pacientes; Analisar a maior demanda de tratamento dos pacientes atendidos na clínica-escola; Identificar as principais lesões que os acometem; Analisar de acordo com a série histórica o número de pacientes atendidos no determinado período.
Torna-se cada vez mais importante conhecer o perfil sociodemográfico e clínico de populações específicas que buscam atenção em saúde, independentemente do nível, seja ele primário, secundário ou terciário. Pois a busca por serviços de saúde é formada por um conjunto de interações entre profissional e paciente como grande interferência de acordo com a cultura, gênero, grau de instrução, traços sociais e condições financeiras (MACÁRIO,2021).
Portanto, o presente estudo se justifica pela imprescindibilidade de conhecer o quadro epidemiológico e clínico desses indivíduos, visto que, a partir desses dados, torna-se viável compreender e distinguir os traços da comunidade. Com tal compreensão, é possível planejar cuidados mais precisos e personalizados para as questões apresentadas, atendendo às demandas dos pacientes e considerando suas singularidades, assegurando, dessa forma, uma prestação de serviço de maior qualidade (ANDRADE,2019).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
Há uma grande importância na implementação de estudos que traçam o perfil sociodemográfico visando a necessidade de conhecer o perfil do público, suas inter-relações e características sociais, visto que as particularidades de cada paciente podem, de certo modo, influenciar na integração entre paciente e profissional. O estudo sociodemográfico é, portanto, um aliado na observação das condições de vida e processo de evolução e desenvolvimento (DE SOUSA,2021).
Outras informações que também podem ser obtidas juntamente com uma pesquisa sociodemográfica incluem o perfil clínico de um grupo específico de pessoas. Através de anamnese ou um questionário que aborda questões de saúde sobre cada indivíduo do grupo, é possível descobrir se possuem alguma doença crônica, qual o tipo de doença e outras informações relevantes sobre a condição clínica dos participantes da pesquisa (REZENDE,2018).
Ademais, a epidemiologia é o estudo do comportamento das doenças em uma determinada população, contribuindo para a geração de novos conhecimentos e a melhoria das condições de vida e saúde desse grupo. Nos últimos anos, tem havido mudanças no quadro de doenças que afetam os brasileiros e também a população global, devido a diversos fatores, como a diminuição das taxas de natalidade, o aumento na expectativa de vida e o crescimento da população idosa. Além disso, pesquisas revelaram que o perfil de mortalidade e morbidade de uma população está relacionado às suas características locais, como o nível socioeconômico, acesso aos serviços de saúde, métodos de diagnóstico, influências culturais, entre outros (OLIVEIRA,2018).
Considerando a importância de estudos epidemiológicos e sociodemográficos da população, visto que fisioterapia é apontada como um dos recursos terapêuticos de custo elevado, portanto, está fortemente ligada à situação sociodemográfica, à condição social e econômica dos pacientes. Por conseguinte, clínicas-escolas de Terapia Física representam uma importante opção para tratamentos, reduzindo a falta de acesso entre a população mais necessitada, além de ser fundamental para a formação acadêmica e profissional do fisioterapeuta (MARTINS, et al, 2022).
Dessa forma, a pesquisa epidemiológica torna-se crucial para a qualidade dos serviços de saúde, pois permite analisar os fatores que levam ao desenvolvimento de doenças, os riscos para a saúde e eventos ligados à saúde da comunidade, fornecendo indicadores que podem ser usados no planejamento, avaliação e gestão das ações de saúde, proporcionando uma base para a compreensão da saúde da comunidade. Ter conhecimento do perfil epidemiológico permite que o fisioterapeuta atue não apenas de forma mais eficaz no tratamento e reabilitação, mas também na prevenção de doenças (CORREIA,2022).
3 METODOLOGIA
O estudo vem sendo apresentado ao curso de graduação em Fisioterapia cumprido com a Matriz curricular para a obtenção do diploma de Bacharel em Fisioterapia no Centro Universitário Uniamérica Descomplica. Assim, a seguinte pesquisa se caracteriza como exploratória com análise retrospectiva de dados que será realizada em uma Clínica-Escola de atendimento Fisioterapêutico no Município de Foz do Iguaçu- PR. Por se tratar de uma pesquisa que envolve documentos contendo dados de diferentes perfis e finalidades, se faz necessário, para a coleta de dados, a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
Quanto aos procedimentos técnicos, o presente estudo ocorreu pela coleta de dados através de uma ficha de avaliação que foi elaborada pela pesquisadora do projeto, direcionada ao objetivo de apresentar o mapeamento de perfil sociodemográfico e clínico de pacientes atendidos pela fisioterapia numa clínica-escola no Município de Foz do Iguaçu-PR.
Quanto ao desenvolvimento da presente pesquisa, se iniciou com o aprofundamento teórico sobre a temática abordada, através de artigos científicos que abordaram o tema apresentado no projeto inicial. Por fim, quanto ao desenvolvimento no tempo, a pesquisa se caracteriza como retrospectivo, sendo executado o aprofundamento teórico no primeiro semestre de 2023 e a etapa de coleta após liberação do Comitê de Ética e Pesquisa.
O local do presente estudo ocorreu numa Instituição de Ensino Superior particular, que fica localizada na cidade de Foz do Iguaçu – PR, o Centro Universitário União das Américas Descomplica Uniamérica. O mesmo contou com dois campus em Foz do Iguaçu, sendo um deles a matriz, na qual está situada a clínica-escola na qual os alunos realizam os estágios curriculares sob supervisão de um fisioterapeuta, sendo assim o intuito da clínica -escola é proporcionar aos formandos a realização de atividades práticas específicas da fisioterapia.
A clínica funciona nessa unidade desde do mês de janeiro no ano de 2016, onde presta assistência fisioterapêutica para comunidade até os dias atuais, contendo em seu quadro de funcionários, um fisioterapeuta supervisor de estágios e uma recepcionista.
Por se tratar de um estudo com dados secundários, foram incluídos no estudo, registros de pacientes atendidos na Clínica Escola no período de 2023.
Como critérios de inclusão utilizou-se de: Registro completo de usuários contendo idade, sexo e diagnóstico clinico de pacientes atendidos neste ano letivo.
Como critérios de exclusão foram definidos: prontuários ilegíveis; prontuários que não continham informações sobre idade, sexo e diagnostico clinico.
Pelo fato de ser uma pesquisa documental, os benefícios na extração de dados sociodemográficos e clínicos auxiliaram na reflexão quanto saúde com a finalidade de prevenir, promover e restabelecer a saúde, portanto, a análise de dados e os perfis epidemiológicos são fundamentais para orientar as ações de saúde, identificar as principais necessidades dos pacientes, além de nortear temas prioritários a serem abordados em campanhas de prevenção, bem como determinar a demanda por tratamento na região em estudo, descrevendo um perfil de reabilitação da comunidade. A realização desse estudo contribui para fortalecer o papel da epidemiologia na promoção, proteção e recuperação da saúde da população em geral.
Em primeiro momento, a pesquisa trouxe como benefício o conhecimento sobre o perfil sociodemográfico dos usuários, além de identificar os diagnósticos clínicos de mais acometimentos dos pacientes. Direcionado à pesquisa, permitiu acrescentar um conhecimento mais aprofundado em relação perfil dos usuários atendidos pela clínica, além da patologia de acometimentos dentro dos mesmos.
Ao ambiente, essa pesquisa pode contribuir e agregou e conhecimentos embasados em artigos científicos sobre as demais atuações de clínicas-escolas. Também contribuiu com o desenvolvimento de estratégias de intervenção e diretrizes de saúde direcionadas às demandas da comunidade, ao passo que pode oferecer aos futuros fisioterapeutas uma compreensão mais aprofundada do perfil dos pacientes que buscam atendimento na clínica.
O estudo destaca a importância de informações adicionais sobre o impacto duradouro na implantação de clínicas-escola e seus componentes, bem como seu funcionamento. Isso proporciona uma oportunidade para pesquisadores e acadêmicos expandirem seus conhecimentos em uma área emergente, com base em pesquisas recentes e renomadas publicações científicas.
Por se tratar de uma pesquisa documental, o presente estudo apresentou mínimo risco aos participantes por envolver apenas coleta de dados. Dessa forma, não houve contato direto com os participantes. Através de termos assinados, assegurado o sigilo nas informações dos pacientes. Já para a presente pesquisadora, os riscos implicaram em não conseguir um número amostral desejado para a realização da seguinte pesquisa, além de não conter informações necessárias para coleta de dados nos prontuários dos pacientes da clínica. Admite-se a necessidade de cuidar das informações ali subtraídas, a fim da preservação da intimidade dos pacientes e seus dados. Os instrumentos utilizados para efetuar a pesquisa foram: Dispositivo eletrônico para desenvolvimento da pesquisa; Internet para buscar embasamento científico; Acesso aos prontuários dos pacientes para coleta de dados.
Com a ficha de avaliação (presente nos prontuários), foi possível levantar os dados e informações referentes aos pacientes fisioterapêuticos da clínica como: nome, idade, sexo, ocupação, estado civil, Diagnóstico clínico, início do tratamento, com os quais, foi possível elaborar um banco de dados em planilhas do Excel, contendo informações do perfil sociodemográfico e clínico de pacientes atendidos pela fisioterapia numa clínica-escola, habilitando a análise da frequência nos atendimentos de fisioterapia e as possíveis altas ou encaminhamentos para outros segmentos clínicos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para este estudo foram correlacionados dados encontrados em fichas de atendimentos, com finalidade de traçar os perfis de pacientes atendidos em Clínica Escola. Foram analisados prontuários de 50 pacientes de uma Clínica-escola de Fisioterapia, com base nas seguintes informações: idade, gênero, ocupação, estado civil e tipo de disfunção apresentados. Não foram correlacionados tempo de atendimento devido a uma grande variação entre início, fim e continuação no tratamento fisioterapêutico, sendo o tempo discrepante entre os indivíduos. Porém, todos os prontuários foram de pacientes atendidos no ano de 2023.
A primeira correlação foi direcionada a 3 fatores, sendo a idade, o sexo e a ocupação, assim como mostra a tabela 1, incluindo as informações de média e desvio padrão de cada componente.
Tabela 1. Correlação entre idade, sexo e ocupação dos pacientes da Clínica-escola.
SEXO | OCUPAÇÃO | MÉDIA (idade) | DESVIO -PADRÃO | |
1 | feminino | aposentada | 57.8 | 11.84 |
2 | feminino | estudante | 25.0 | 18.60 |
3 | feminino | trabalhador | 42.7 | 17.26 |
4 | masculino | aposentado | 39.2 | 25.71 |
5 | masculino | estudante | 30.2 | 24.53 |
6 | masculino | trabalhador | 37.5 | 13.88 |
*média: cálculo de média entre idades de participantes
Na tabela 1, o sexo indica o gênero dos participantes, sendo diferenciados por feminino e masculino. Outro dado mencionado foi a ocupação dos participantes, sendo organizados em três categorias sendo: aposentados, estudantes e trabalhadores. No estudo em questão, não foram analisados fatores referentes ao tipo de ocupação dos trabalhadores por se tratar de um grupo heterogêneo e de difícil comparação. A coluna representada pela Média, representa a idade média de cada categoria analisada, combinando sexo e ocupação. Por sua vez, o desvio padrão mede a variabilidade das idades em relação à média. Um desvio padrão alto indica que as idades no grupo variam mais amplamente; um valor baixo, indica que as idades são mais concentradas próximas à média.
A relação entre idade, gênero e ocupação é um fator importante a ser considerado na análise do perfil dos pacientes que realizam fisioterapia. Estudos indicam que mulheres, especialmente as aposentadas, representam uma parcela significativa da população atendida, possivelmente devido a maior prevalência de doenças musculoesqueléticas e neurológicas que impactam na qualidade de vida dessa população (Silva et al., 2020). Além disso, indivíduos em idade laboral frequentemente buscam fisioterapia para tratar lesões ocupacionais, enquanto estudantes podem apresentar maior demanda relacionada a problemas posturais (Almeida et al., 2019). A idade média dos pacientes varia conforme o tipo de ocupação e gênero, destacando a necessidade de intervenções personalizadas que considerem esses fatores para otimizar os resultados terapêuticos.
Na tabela 2, foram correlacionados a idade, o gênero e o tipo de disfunção. As disfunções foram classificadas em três categorias, sendo elas: crises álgicas, disfunções traumato-ortopédicas e disfunções neurológicas.
Tabela 2. Correlação entre idade, gênero e tipo de disfunção dos pacientes atendidos na Clínica -escola.
Disfunção | t-statistic | p-value | |
1 | Crises álgicas | – 0,5820 | 0,5695 |
2 | Disfunções neurológicas | -1,8996 | 0,1213 |
3 | Disfunções traumato-ortopédicas | – 0,4578 | 0,6537 |
*t-statistic: resultado do teste estatístico adotado nesta análise; *p-value: significância estatística com p≤0,05.
A tabela 2 apresentam resultados de teste T de Student, realizado para comparar as idades médias entre gêneros (masculino e feminino) em relação aos diferentes tipos de disfunções. O t-statistic mede a diferença entre as médias dos dois grupos (masculino e feminino), ajustada pela variação dentro dos grupos. Quanto mais distante de zero, maior a diferença. O p-value refere-se a probabilidade de que a diferença observada entre os grupos tenha ocorrido por acaso. Valores menores que 0,05 indicam uma diferença estatística significativa.
Com relação as crises álgicas, o t-statistic foi de – 0,582 e o p-value foi de 0,570 indicando que não há diferença significativa entre as idades médias de homens e mulheres com crises álgicas. Nas disfunções neurológicas, embora a diferença seja maior do que nos outros casos, ela ainda não é estatisticamente significativa (p > 0,05). O mesmo ocorre ao correlacionarmos gênero e idade nas disfunções traumato-ortopédicas, onde não há diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres.
Portanto, nenhuma das comparações da tabela 2 apresentaram p-value menor que 0,05, indicando que, com base nos dados fornecidos, não há diferenças estatisticamente significativas nas idades médias entre gêneros para nenhum dos tipos de disfunção.
Segundo autores, as diferenças de idade entre gêneros nos pacientes que apresentam disfunções, como crises álgicas, disfunções neurológicas e traumato-ortopédicas, tendem a ser influenciadas por fatores socioculturais, biológicos e ocupacionais, embora frequentemente essas diferenças não sejam estatisticamente significativas. Estudos mostram que mulheres geralmente apresentam maior prevalência de queixas relacionadas a crises álgicas, devido a fatores hormonais e maior sensibilidade à dor (Silva et al., 2020). Por outro lado, disfunções traumato-ortopédicas e neurológicas podem estar associadas a diferentes padrões de ocupação e exposição a fatores de risco entre homens e mulheres, mas sem uma diferença significativa em termos de idade média nos grupos analisados (Almeida & Santos, 2019). Isso reforça a importância de abordagens personalizadas, levando em consideração características individuais mais amplas, além do gênero e da idade, na avaliação e tratamento dessas disfunções.
Na figura 1, representada por um gráfico relacionando o número total de pacientes com seu estado civil, sendo divididos em 3 categorias: solteiros, cassados e viúvos. Os dados apresentados não foram separados por gêneros, sendo enfatizado apenas o estado civil dos pacientes.
Figura 1. Relação dos pacientes atendidos na Clínica-escola por estado civil.
O gráfico apresenta a distribuição do número total de pacientes de acordo com o estado civil. Os pontos principais são:
- Eixo X (horizontal):
- Representa as diferentes categorias de estado civil dos pacientes, como:
- Solteiro(a)
- Casado(a)
- Viúvo(a)
- Representa as diferentes categorias de estado civil dos pacientes, como:
- Eixo Y (vertical):
- Indica a quantidade de pacientes em cada categoria de estado civil.
- Altura das barras:
- Cada barra representa o número total de pacientes dentro de uma categoria específica de estado civil.
- Categorias com barras mais altas possuem mais pacientes. Portanto, o maior número de pacientes atendidos na Clínica-escola foram os solteiros, seguidos pelos casado e viúvos (respectivamente).
O estado civil de pacientes atendidos em clínicas-escola frequentemente reflete tendências relacionadas ao contexto socioeconômico e aos fatores de suporte social. Estudos indicam que pacientes solteiros são mais prevalentes em clínicas-escola, especialmente porque esses indivíduos tendem a buscar serviços de saúde em instituições acadêmicas por serem economicamente acessíveis ou gratuitos, além de oferecerem qualidade supervisionada por profissionais capacitados (Silva et al., 2020). Além disso, pacientes solteiros podem apresentar maior vulnerabilidade psicológica e social, como níveis mais altos de estresse e menor suporte emocional, fatores que muitas vezes motivam a busca por serviços clínicos (Martins et al., 2019).
Por outro lado, pacientes casados tendem a apresentar maior demanda por serviços em áreas como fisioterapia, devido a responsabilidades ocupacionais e familiares que aumentam o risco de disfunções musculoesqueléticas (Oliveira et al., 2021). Viúvos, embora representem uma parcela menor, podem buscar atendimento em clínicas-escola para condições crônicas relacionadas ao envelhecimento, incluindo dores persistentes e condições neurológicas. Esses dados mostram que o estado civil pode influenciar não apenas a demanda por serviços, mas também o tipo de queixas apresentadas pelos pacientes, destacando a importância de personalizar o atendimento com base nesse fator.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos dados analisados, foi possível traçar um perfil sociodemográfico detalhado dos pacientes atendidos pela clínica-escola. Em termos de idade, observou-se uma ampla variação entre os pacientes, com predominância de faixas etárias mais avançadas em determinadas categorias, como aposentados, enquanto faixas mais jovens estavam concentradas em estudantes. A idade média variou de acordo com o tipo de disfunção, sendo as disfunções traumato-ortopédicas mais comuns em pacientes mais velhos, enquanto as crises álgicas e disfunções neurológicas apresentaram uma maior dispersão etária. Isso reflete o impacto do envelhecimento e dos estilos de vida na saúde física.
No que se refere ao sexo, foi evidente uma maior representação de mulheres na amostra, o que está alinhado com a literatura, que aponta uma maior procura de mulheres por serviços de saúde. Essa tendência pode estar associada a fatores biológicos, como maior prevalência de dor crônica e condições musculoesqueléticas, além de questões socioculturais, como maior atenção feminina à saúde. Homens, por outro lado, estavam mais associados a disfunções neurológicas e traumato-ortopédicas, muitas vezes relacionadas a atividades ocupacionais de maior risco.
A análise do estado civil revelou que pacientes solteiros representaram uma parcela significativa da amostra, sugerindo que pessoas sem suporte conjugal ou familiar podem buscar com mais frequência os serviços acessíveis de clínicas-escola. Pacientes casados também foram representativos, especialmente na faixa ocupacional de trabalhadores, devido à sobrecarga física e responsabilidades familiares. Viúvos e outros estados civis foram menos expressivos, mas mostraram maior relação com condições crônicas e degenerativas, características de populações mais idosas.
Por fim, a ocupação e o tipo de disfunção destacaram a relação entre o ambiente de trabalho e a saúde dos pacientes. Trabalhadores apresentaram uma prevalência de disfunções traumato-ortopédicas, refletindo os impactos de atividades laborais físicas repetitivas ou extenuantes. Estudantes, por sua vez, apresentaram maior número de queixas relacionadas a problemas posturais e neurológicos. Este perfil sociodemográfico reforça a importância de intervenções personalizadas e interdisciplinares que considerem idade, sexo, ocupação e estado civil como fatores determinantes para planejar tratamentos eficazes e acessíveis em clínicas-escola.
REFERÊNCIAS
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[1] Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário União das Américas+ Descomplica. E-mail: najela1601@gmail.com.br
[2] Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário União das Américas+ Descomplica. Mestre em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (DHT/UNESP). E-mail: lara.moreira@descomplica.com.br