SPORTS PHYSIOTHERAPY: INFLUENCE OF PROPRIOCEPTIVE TRAINING IN PREVENTING LOWER LIMBS INJURIES IN BASKETBALL ATHLETES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412140938
Wissam Abdo El Hakim Kadri[1]
Prof ª. Me. Lara Alves Moreira[2]
Resumo
O basquetebol é um esporte coletivo, foi criado em 1891, nos Estados Unidos, é um esporte que requer contato direto com os oponentes, consequentemente as lesões podem ocorrer de diversas maneiras. Além disso, este esporte contem movimentos específicos, como: giros, cortes súbitos de movimento, aceleração, desaceleração, impulsão e estes movimentos específicos podem levar os atletas a lesões ostemioarticulares, principalmente nos membros inferiores. Este estudo objetivou avaliar a correlação do treinamento proprioceptivo com as lesões de membros inferiores em atletas de basquetebol de uma Associação de Basquetebol de Foz do Iguaçu/PR. Foi utilizado o questionário inquérito de morbidade referida para coletar as informações basais e avaliar o histórico de lesões das participantes antes e depois da finalização dos treinamentos proprioceptivos, a amostra final foi composta por dez atletas do sexo feminino de uma Associação de Basquete de Foz do Iguaçu. A lesão de membros inferiores mais encontrada antes dos treinamentos proprioceptivos foi a entorse de tornozelo, sendo presente em oitenta por cento das atletas. Após a finalização dos treinamentos proprioceptivos no período de oito semanas, somente duas meninas apresentaram lesão nos membros inferiores neste período. Pode-se concluir que o treinamento proprioceptivo é uma maneira eficaz de prevenir ou diminuir lesões nos membros inferiores em atletas de basquetebol, uma técnica que merece mais atenção no meio esportivo pois ela traz importantes resultados na melhora do equilíbrio, na melhora da dor, condicionamento físico e prevenção de lesões.
Palavras-chave: Basquetebol. Lesão Esportiva. Membros Inferiores. Força Muscular.
1 INTRODUÇÃO
O basquetebol é um esporte coletivo, foi criado em 1891, nos Estados Unidos, é um esporte que necessita contato direto com os adversários, portanto as lesões podem acontecer de várias maneiras. Ademais, este esporte contem movimentos específicos, como: giros, cortes súbitos de movimento, aceleração, desaceleração, impulsão e estes movimentos específicos podem levar os atletas a lesões ostemioarticulares, principalmente nos membros inferiores (ZBOROWSKI, VIDAL & CORREA, 2016).
Os saltos e aterrissagens que o basquete precisa podem levar em lesões esportivas em diversas partes do corpo, os cientistas creem que por conta das características fisiológicas do corpo algumas articulações são mais suscetíveis a lesões, sendo elas: as articulações do tornozelo, lombar e joelho. Por consequência, é necessário que os atletas tenham consciência da importância da prevenção de lesões, incluindo fortalecimento dos músculos ao redor desta articulação, além da importância do aquecimento antes de treinos e jogos (ZHANG, HUANG & REN, 2021).
As lesões mais encontradas nesta modalidade são as contusões, fraturas, lesões musculares, tendinite, entorses e luxações. Um estilo presente nos atletas de basquetebol é a maior recorrência de lesões nos membros inferiores, sendo as mais encontradas, as entorses de tornozelo, subsequente por lesões no joelho. As lesões osteomioarticulares em membros inferiores podem ocorrer por conta dos movimentos específicos desta modalidade, como aceleração, desaceleração, impulsão, corte súbito de jogadas, movimentos de mudanças de direção e saltos em espaços pequenos (SILVA, et al., 2022).
O controle de lesões se refere à prevenção e cuidados pós lesão, incluindo fases de prevenção e reabilitação. A prevenção de lesões não se refere ao fato de o atleta não sofrer mais lesões e sim, a redução da maior quantidade de ocorrência (CLARK, 2021).
Os treinamentos proprioceptivos são considerados uma terapia complementar com importantes resultados no condicionamento físico, na melhora da dor, melhora do equilíbrio e prevenção de lesões. O treino proprioceptivo tem sido relacionado ao gesto esportivo, criando conscientização na execução correta e eficaz do movimento (SANTOS & PAIVA, 2022).
Diante do exposto, a pesquisa em questão tem o objetivo de avaliar a correlação do treinamento proprioceptivo com as lesões de membros inferiores em atletas de basquetebol de uma Associação de Basquetebol de Foz do Iguaçu/PR.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nos Estados Unidos, em 1986 foi analisado as frequências das lesões esportivas no período de um ano, foram encontradas 1.346.467 lesões. Em relação a todos os esportes, o basquetebol foi responsável por 30% das lesões totais, por conta disso, foi destacado como o esporte com maiores números de lesões. Quando um atleta sofria uma lesão, ele era afastado das quadras, o afastamento variava entre dias, meses e até um ano, o que levava a prejudicar o desenvolvimento da equipe, provocando um custo maior para a associação de basquete. Existem vários motivos para as lesões ocorrerem com frequência no basquete, por exemplo, os treinamentos em excesso, relacionado com a intensidade e volume no qual os movimentos são realizados (FERRO, SILVA & OLIVEIRA 2022).
Estudos mostram que as lesões mais recorrentes em atletas são nos membros inferiores 63,7%, sendo mais encontrado no sexo feminino 68,4%. Além disso, a estrutura mais acometida seria o tornozelo 21,9%, seguido por lesões no joelho 17,8%. Os fatores que podem levar ao maior número de lesões no basquete são os fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos seriam o gênero do atleta, idade, peso, estatura, índice de massa corporal e histórico de lesão já preexistente. Os fatores extrínsecos se referem ao esporte, condições físicas expostas, além de frequência e intensidade de prática deste esporte (MAZZETTO, et al., 2024).
Entre as lesões relacionadas ao basquete, as entorses de tornozelo são responsáveis por 45%. O tornozelo é uma base com 26 ossos irregularmente moldados, esta estrutura apresenta mais de 100 ligamentos além de 30 músculos, contém 12 articulações que são consideradas indispensáveis para os movimentos do tornozelo e do pé durante a realização de atividades (MARTINS et al., 2019).
Uma das lesões musculoesqueléticas mais recorrentes em atletas do basquete é a entorse de tornozelo. Esta lesão ocorre por conta de um movimento violento que se origina em um estiramento ligamentar e articular, normalmente os ligamentos laterais tibiofibular e calcâneo fibular são os mais acometidos. As lesões no tornozelo são responsáveis por 45% das lesões no basquete, os estudiosos acreditam que uma vez sofrida uma entorse de tornozelo aumenta as chances de uma segunda entorse de tornozelo acontecer. Além disso, estas lesões são umas das principais causas de afastamento dos atletas por conta que altera diretamente no desempenho físico, psicológico e técnico (SOARES & MIRANDA, 2023).
A propriocepção é toda informação postural ou posicional, na qual é levada ao sistema nervoso central, através dos receptores dos músculos, tendões, pele ou articulações, da qual a função reflexa é locomotora ou postural. Pode também ser definida como a consciência dos movimentos que são produzidos pelos nossos membros. Eles podem gerar impulsos nervosos, de maneira consciente ou inconsciente. Os primeiros a atingir o córtex cerebral permitem que mesmo que a pessoa esteja de olhos fechados consiga ter a percepção do próprio corpo, seus segmentos, sua atividade muscular e os movimentos das articulações, sendo assim, responsáveis pela cinestesia (MARTINS et al., 2019).
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo
Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, exploratória e analítica com o intuito de avaliar a correlação do treinamento proprioceptivo na prevenção de lesões de membros inferiores em atletas femininas de uma Associação de Basquete de Foz do Iguaçu/PR. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Cascavel, Paraná, Brasil), número 7.050.715 (ANEXO I), e conduzido de acordo com as disposições legais da resolução n° 466 do ano de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, que aprovas as normas regulamentadoras e diretrizes de pesquisa envolvendo seres humanos.
Quanto à abordagem ao campo, o estudo utilizou de instrumentos quantitativos, de forma que possibilitou a análise descritiva do efeito do treinamento proprioceptivo nas prevenções de lesões de membros inferiores destas atletas. Para que o estudo acontecesse, os métodos técnicos foram divididos em duas fases: A primeira foi o aprofundamento teórico sobre o tema e na segunda fase foi abordado a fase de coleta de dados em campo.
Ademais, se referindo ao tempo, a pesquisa foi de carácter experimental, um ensaio clínico randomizado, com duração de oito semanas no segundo semestre de 2024. A coleta de dados foi realizada na Associação de Basquetebol de Foz do Iguaçu (ABASFI), nos horários das 18:00 min às 19h00min.
3.1 Caracterização do ambiente investigado
O ambiente investigado será a Associação de Basquetebol de Foz do Iguaçu, fundada em 2010 na cidade de Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, Brasil. Considerada atualmente uma das maiores associações de basquete do Paraná, com mais de 300 atletas, de ambos os sexos, na faixa etária de 5 a 40 anos, essa associação permite que crianças, jovens e adultos sejam atletas de Basquetebol, participando de campeonatos representando a cidade, o estado e até o Brasil.
Esta associação tem como presidente o Mahatma Gandhi Saleh, a associação é formada por quatro técnicos, sendo eles: Cláudio Henrique Lopes de Lisboa, Lorran Bono, Douglas Stapf e Bruno Pineze e a coordenadora geral, Ana Paula Neves Ize Ribeiro.
3.2 Amostra
A amostra foi não probabilística de escolha intencional, composta por atletas de uma associação de basquete de Foz do Iguaçu/PR. A faixa etária foi de 14 a 17 anos, todas do sexo feminino. Foram selecionadas 20 atletas, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra final foi composta por 10 atletas.
3.2.1 Critérios de inclusão dos participantes da pesquisa
Os indivíduos que foram incluídos na pesquisa seguiram os seguintes critérios:
– Idade entre 14 e 17 anos;
– Sexo feminino;
– Atletas da Associação de Basquetebol de Foz do Iguaçu;
– Os responsáveis assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Responsável (TCLE);
– O atleta precisa assinar o Termo de Assentimento (TALE).
– Praticar regularmente a modalidade pelo menos três vezes por semana;
– Apresentar lesões nos membros inferiores nos últimos 6 meses.
– Participar dos treinamentos proprioceptivos.
3.2.2 Critérios de exclusão dos participantes da pesquisa
Os seguintes critérios de exclusão foram utilizados para excluir o indivíduo da pesquisa:
– Não estar dentro da faixa etária escolhida.
– Não ser do sexo feminino.
– Não ser atleta da Associação de Basquete de Foz do Iguaçu.
– Os responsáveis não assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE);
– O atleta não assinar o Termo de Assentimento (TALE).
– Não praticar regularmente a modalidade pelo menos três vezes por semana.
– Não apresentar lesões nos membros inferiores nos últimos 6 meses.
– Não participar dos treinamentos proprioceptivos.
3.3 Materiais e Instrumentos
Os seguintes materiais foram utilizados durante a pesquisa:
- Notebook: formulação do texto de recrutamento para produção da escrita;
- Questionário: coleta dos dados referente aos critérios de inclusão e exclusão.
- Inquérito de Morbidade Referida (IMR) – avaliar o histórico de lesões.
- Treinamento proprioceptivo: Disco de equilíbrio, cama elástica, tábua lateral proprioceptiva, prancha de propriocepção, cones, escada de agilidade e mini bands.
Para validar sua participação no estudo, foi necessário que o responsável pelo atleta assinasse o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Responsáveis (ANEXO II) e as atletas assinassem o Termo de Assentimento (ANEXO III).
Após a assinatura do TALE, o participante respondeu o questionário de critérios de inclusão e exclusão (APÊNDICE I) afim de afirmar que os critérios de inclusão e exclusão serão utilizados, no qual a participante foi excluída da pesquisa caso marque alguma alternativa “Não” nas seguintes questões: (I) “Você tem entre 14 e 17 anos?”, (II) “Você é do sexo feminino?”, (III) “Você é atleta da Associação de Basquete de Foz do Iguaçu?”, (IV) “Apresentou lesões de membros inferiores no seu histórico de lesões nos últimos 6 meses?” (V) “Você pratica a modalidade pelo menos 3 vezes na semana?”. Caso as respostas da atleta não se encaixem nos critérios de inclusão, a participante foi excluída da pesquisa e não poderá passar para as próximas seções.
Em seguida foi aplicado o questionário IMR (Inquérito de Morbidade Referida) afim de coletar as informações a respeito dos dados pessoais e histórico de lesões de membros inferiores das participantes, dos últimos 6 meses. E aplicado novamente após a finalização das oito semanas de treinamento proprioceptivo.
O questionário IMR (ANEXO IV) contém inicialmente dados pessoais em relação ao atleta, sexo, idade, altura, peso, anos de treinamento e presença ou não de lesões. Para obter informações referente ao histórico de lesões, o questionário contém informações sobre tipo de lesão, mecanismo de lesão, localização anatômica e retorno ao esporte, podendo ser de maneira assintomática ou sintomática (PASTRE, et al., 2004). Este questionário é aplicado individualmente por cada atleta, todas as informações do mesmo são relatadas pela participante.
Por conta de o basquete ser um esporte que demanda alto contato físico, podendo gerar diversas lesões, foi definido alguns critérios para considerar as lesões de membros inferiores. A lesão de membro inferior foi definida como qualquer ocorrência de dor em membros inferiores, podendo ser aguda ou crônica, na qual necessitou de atendimento fisioterapêutico, como também diagnostico de tratamento. Para que a lesão que esse atleta reportar seja válida para o estudo, será necessário que o atleta tenha necessitado de afastamento de treinos e jogos por pelo menos um ou mais dias além do próprio dia da lesão. (VOSBURG et al., 2022). Todos esses protocolos de como serão definidas e consideradas as lesões será explicado para as participantes antes da aplicação do questionário.
Posteriormente foi aplicado os treinamentos proprioceptivos (APÊNDICE II) afim de realizar a prevenção de lesões destas atletas. O treinamento proprioceptivo foi realizado duas vezes na semana, com duração máxima de 01 hora antes das atividades de quadra. Foram realizados 10 exercícios simultâneos, em formato de circuito, onde as atletas foram divididas uma em cada exercício, realizou uma vez o exercício ela vai para o próximo até que a atleta realize todos os exercícios do circuito, realizando o circuito duas vezes.
O treino proprioceptivo foi realizado da seguinte forma:
Disco de equilíbrio: O atleta irá colocar a parte plantar dos dois pés sobre o disco, realizando a flexão de joelho, mantendo nesta posição por 2 minutos.
Cama elástica: O atleta realizará o movimento de corrida estacionária durante 2 minutos, aumento a velocidade conforme a adaptação com o movimento.
Em apoio uni podal, o atleta irá saltar na seguinte ordem: Para frente, para trás, para o lado. Repetindo esta ordem por 1 minuto, depois trocar o membro.
Em apoio uni podal, o atleta irá flexionar o tronco encostando a mão do mesmo lado no chão, realizar a extensão de tronco novamente ficando na ponta do pé, e repetir o movimento, por 1 minuto, depois trocar o membro.
Cones: O atleta ficará no meio com 7 cones distribuídos ao seu redor, sendo três em sua frente, um em cada lateral, e dois atrás do atleta. O atleta deverá ficar em apoio uni podal e tocar em todos os cones com a mão, mantendo este movimento por 2 minutos e depois trocar o membro.
Cones: O atleta ficará no meio com 4 cones distribuídos ao seu redor, sendo 1 na sua frente, um em cada lateral e um atrás, o atleta deve ficar em apoio uni podal, saltar por cima de um cone, depois salta para retornar ao meio, e depois salta por cima de outro cone, retorna saltando ao meio e assim sucessivamente por 2 minutos e depois troca o membro.
Escada de agilidade: O atleta irá colocar o pé esquerdo dentro do primeiro quadrado da escada de agilidade, em apoio uni podal, irá saltar para o próximo quadrado com o pé direito, próximo com o pé esquerdo e assim sucessivamente, ao chegar no final da escada, começa o mesmo movimento e assim sucessivamente por 2 minutos.
Mini Bands: O atleta irá colocar o mini band na coxa, flexionar o joelho e realizar o movimento de abdução 20 vezes para cada lado.
Em apoio uni podal o atleta irá flexionar o joelho e fechar o olho, tentando manter o equilíbrio, mantendo esse movimento por 2 minutos e depois trocar o membro.
Em apoio uni podal o atleta irá flexionar o joelho e saltar, amortecendo a queda ao chegar ao chão, mantendo esse movimento por 2 minutos e depois trocar o membro.
Após terminar todas as sessões de treinamento proprioceptivo nestas 8 semanas, foi aplicado novamente o questionário IMR, a fim de verificar o histórico de lesões destas atletas neste período do estudo. E assim, verificar se existe correlação com o treinamento proprioceptivo e a prevenção de lesões de membros inferiores.
3.4 Tratamento de Dados
Após a coleta de dados através do IMR aplicado antes dos treinamentos e a coleta de dados através do IMR aplicado após a finalização dos treinamentos. As informações coletadas foram distribuídas em duas tabelas, de maneira que uma aborde as informações relacionada a idade, peso, altura e anos de treinamento e presença ou não de lesão antes dos treinamentos proprioceptivos e a outra tabela apresente as informações relacionada a idade, peso, altura e anos de treinamento e presença ou não de lesões após a finalização dos treinamentos proprioceptivos. Outras duas tabelas serão realizadas, de maneira que um apresente as informações relacionados ao histórico de lesões, demonstrando as porcentagens de cada lesão de membros inferiores apresentadas por estas atletas antes dos treinamentos proprioceptivos. E a outra tabela irá apresentar as porcentagens de cada lesão de membros inferiores apresentadas por estar atletas após a finalização dos treinamentos proprioceptivos.
Afim de comparar as tabelas de histórico de lesões antes dos treinamentos proprioceptivos com o gráfico de histórico de lesões após o treinamento proprioceptivo.
4 RESULTADOS
Após aplicação dos critérios de eligibilidade, a amostra final foi composta por 10 atletas. A tabela 1 apresenta dos dados referentes ao: sexo, idade, altura, anos de treinamento e presença de lesões destas 10 atletas.
Tabela 1 – Características Basais dos Participantes
Variável | Fluxo Contínuo (n = 10) | |
Fi | % | |
Sexo | ||
Feminino | 10 | 100,00% |
Idade (anos) | ||
14 a 15 anos | 2 | 20,00% |
16 a 17 anos | 8 | 80,00% |
Peso (kg) | ||
≤ 60 kg | 4 | 40,00% |
≤ 70 kg | 3 | 30,00% |
≤ 80 kg | 3 | 30,00% |
Altura (m) | ||
≤ 1.60 m | 3 | 30,00% |
≤ 1.70 m | 4 | 40,00% |
≤ 1.80 m | 2 | 20,00% |
> 1.80 m | 1 | 10,00% |
Anos de Treinamento | ||
0 a 3 anos | 2 | 20,00% |
4 a 6 anos | 3 | 30,00% |
7 a 9 anos | 4 | 40,00% |
≥ a 10 anos | 1 | 10,00% |
Presença de Lesão | ||
Apresenta lesão | 10 | 100,00% |
Não apresenta lesão | 0 | 0,00% |
Legenda: (fi) frequência absoluta; (%) porcentagens.
Tabela 2 – Características Basais dos Participantes com Media e Desvio Padrão de Idade, Altura e Peso
Média | Desvio Padrão | ||
1 | Idade | 16.2 | 1.03279555 |
2 | Altura | 1.67 | 0.07788880 |
3 | Peso | 66.3 | 8.08359106 |
A tabela mencionada (tabela 2) acima representa as características basais dos participantes em relação a três variáveis: idade, altura e peso. Para cada variável foram calculados dois indicadores estatísticos, sendo: 1. Media – Representa um valor médio aplicado em cada variável entre os participantes, sendo a idade com uma média de 16,2 anos, indicando que em média os participantes tem aproximadamente 16 anos; Altura – A média de 1,67 metros sugerindo que a altura média dos participantes é de 1.67 metros; Peso – A média é de 66,3 quilogramas, indicando que o peso médio dos participantes é de 66,3 quilogramas. 2. Desvio Padrão: Indica a variabilidade ou dispersão dos valores entorno da média. Um desvio padrão menor significa que os valores estão mais próximos da média; um desvio padrão maior indica maior variabilidade, sendo a idade com desvio padrão de 1.03 anos, sugerindo que a idade das participantes varia cerca de 1 ano em torno da média; Altura – O desvio padrão é de 0.078 metros mostrando que as alturas variam aproximadamente 8 centímetros ao redor da média; Peso – O desvio padrão é de 8.08 quilogramas, indicando que os pesos variam cerca 8 quilos ao redor da média.
A tabela 3 apresenta os dados referentes ao histórico de lesões com base no instrumento IMR, dados referentes ao tipo de lesão, mecanismo de lesão, localização anatômica e retorno ao esporte, a participante pode ter retornado ao esporte sentindo a dor da lesão (sintomático) ou sem sentir dor (assintomático). A tabela é referente aos dados do IMR aplicado antes de começar os treinamentos proprioceptivos.
Tabela 3 – Dados do Inquérito de Morbidade Referida antes da aplicação do treinamento proprioceptivo (tipo de lesão, mecanismo de lesão, localização anatômica e se o atleta retornou ao esporte de maneira sintomática ou assintomática).
A tabela 4 apresenta os dados referente as características basais dos participantes na reavaliação após a aplicação dos treinamentos proprioceptivos.
Tabela 4 – Características basais dos participantes na reavaliação.
A tabela 5 apresenta os dados referentes ao histórico de lesões na reavaliação, após a aplicação dos treinamentos proprioceptivos, com base no instrumento IMR.
Tabela 5 – Dados do IMR após a aplicação dos treinamentos proprioceptivos
Tabela 6 – Tipos e mecanismos de lesão mais frequentes
Tipos de lesão | Mecanismo de lesão | Frequência | |
1 | Entorse | Queda | 7 |
2 | Entorse | Arremesso/Lançamento | 1 |
3 | Dor aguda inespecífica | Corrida de velocidade | 1 |
4 | Tendinopatia patelar | Saltos horizontais | 1 |
A tabela 6 mostra padrões importantes, como predominância de entorses associadas a queda, que podem sugerir o tipo de atividade ou condição que levou as lesões. Esses dados ajudam a identificar focos para a prevenção de lesões em situações semelhantes.
5 DISCUSSÃO
No presente estudo a amostra final foi composta por 10 atletas, do sexo feminino, na faixa etária de 14 a 17 anos. Em relação aos anos de treinamento, 40% das participantes treinam de 7 a 9 anos. Relacionado aos dados do histórico de lesões antes do treinamento preventivo, a mais encontrada foi entorse de tornozelo sendo presente em 80% das participantes. Em relação ao retorno ao esporte 60% das participantes retornaram ao esporte de maneira sintomática.
No estudo atual, a lesão mais encontrada no histórico de lesões foi a entorse de tornozelo, presente em 80% das participantes. Os autores evidenciam que as prevenções das entorses de tornozelo possibilitariam uma diminuição significativa de recidivas ou do primeiro episódio de entorses. A entorse de tornozelo se refere a uma ruptura dos ligamentos do tornozelo e se refere a aproximadamente 40% das lesões nos atletas. A maioria das entorses de tornozelo (85%) ocorrem no lado lateral dos tornozelos e são conhecidas como uma entorse em inversão. Na entorse em inversão o ligamento Talofibular Anterior é o mais acometido (MARTINS et al., 2019).
Após a aplicação dos treinos proprioceptivos, foi aplicado novamente o instrumento IMR, no qual somente duas participantes (20%) apresentaram lesões no histórico de lesões durante o período de treinamento, sendo 50% por entorse de tornozelo e 50% por lesão no joelho. Em relação ao retorno ao esporte, as duas atletas retornaram ao esporte de maneira sintomática.
Os exercícios proprioceptivos eram utilizados antigamente somente para programas de reabilitação, após os anos foram inseridos nos treinamentos com o objetivo de prevenir as lesões dos atletas. Vários estudos demonstram a importância destes exercícios na prevenção de lesões, por dois fatores importantes: melhora no equilíbrio do atleta e evolução no mecanismo de reflexo dos músculos, sendo um dos principais fatores na prevenção de lesões (SILVA & VANI, 2018).
No estudo de Vasconselos et al. (2018) ele relatara que atletas com idade entre 18 e 35 anos de diferentes modalidades que utilizaram o treino proprioceptivo na prevenção de lesões de entorse de tornozelo, apresentaram diminuição de lesões com o uso do treinamento de equilíbrio em 38% quando comparado ao grupo controle, utilizando exercícios em pé com apoio unipodal ou em superfícies que trabalham o equilíbrio, como por exemplo discos proprioceptivos ou trampolins, como também exercícios relacionados ao esporte no qual o atleta pratica. Além disso, o treinamento proprioceptivo apresentou melhorar a oscilação postural e o senso de posição articular.
No estudo de Cumps, Verhagen & Meeusen (2007) é relatado que o treino de equilíbrio no basquete é apto para prevenir as entorses de tornozelo, lesão na qual é referida por 84,61% dos atletas avaliados no estudo; fortalecendo a importância de treinamentos preventivos que sejam efetivos na diminuição destas lesões de altos índices. Os resultados dos treinamentos de equilíbrio são ainda mais notórios em atletas que já sofreram lesões anteriores. A lesão pode prejudicar as respostas proprioceptivas, tornando a informação mais lenta o que pode acabar comprometendo o equilíbrio.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo é possível verificar a importância do treinamento proprioceptivo na prevenção ou diminuição de lesões, o treinamento proprioceptivo traz melhora da dor, melhora do equilíbrio postural, além de diminuir a ocorrência de lesões de membros inferiores.
Esta técnica melhora o condicionamento físico do atleta, ajuda na redução das dores frequentes, é um treinamento facilmente adaptável na rotina de treinos do atleta, uma técnica não invasiva e por conta disso é de fácil aceitação do atleta.
O treinamento proprioceptivo é uma técnica que merece mais reconhecimento, precisa de mais estudos na área evidenciando a eficácia deste protocolo no meio esportivo. No estudo atual foi evidente que a lesão mais encontrada foi a entorse de tornozelo, muito comum também em outros esportes que não seja o basquetebol, mas que também necessita de um contato maior direto com o adversário ou em aterrisagens. O treinamento proprioceptivo ajuda bastante nesta lesão por conta da melhora do equilíbrio e fortalecimento especifico.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICES
[1] Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário União das Américas. e-mail: wissamkadri@hotmail.com.br
[2] Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário União das Américas. Mestre em Desenvolvimento Humano e Tecnologias/UNESP. e-mail: lara.moreira@descomplica.com.br